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Teatro do oprimido e o desenvolvimento saudável da sexualidade de

Revisão de Literatura
jovens na escola
Theater of the oppressed and the healthy development of sexuality of
young people in school
Diego Saimon de Souza Abrantes 1, Jéssica dos Santos Ramos 2, Yasmin Danielle
Marques Xavier 3
1Psicólogo,Coach e Docente na Universidade Estadual do Amapá e Instituto Macapaense do Melhor Ensino Superior. Macapá-AP Brasil. E-
mail: [email protected] *Autor para correspondência.
2Acadêmica de Psicologia, Instituto Macapaense do Melhor Ensino Superior. Macapá-AP Brasil. E-mail: [email protected]
3Acadêmica de Psicologia, Instituto Macapaense do Melhor Ensino Superior. Macapá-AP Brasil. E-mail: [email protected]

Palavras-chave O estudo aborda a análise do Teatro do Oprimido (TO) e sua contribuição na compreensão saudável do
desenvolvimento da sexualidade de jovens na escola. Teve como objetivos discutir o uso do TO no ambiente
Teatro do oprimido escolar, analisar o desenvolvimento da sexualidade dos adolescentes e correlacionar ambos os temas. A
Sexualidade pesquisa qualitativa, utilizou-se de método bibliográfico, tendo cunho descritivo e centrou-se na sexualidade de
Escola
jovens dos 15 aos 17 anos. Realizou-se análise correlacional de 76 obras, entre artigos científicos, livros,
dissertações e teses, com informações coletadas organizadas em fichas. Os artigos foram encontrados nos
indexadores Portal Scielo e CAPES. Foram usadas palavras-chaves como filtros: Teatro do oprimido;
desenvolvimento da sexualidade; adolescentes e escola. Para análise, separaram-se as obras em um trio de
temas: TO; desenvolvimento da sexualidade de jovens na escola; e a correlação entre TO e Desenvolvimento da
Sexualidade na escola. A interpretação dos dados feitas pelos pesquisadores ocorreu através do método
analítico. Os resultados demonstram que o TO é uma metodologia capaz de transformar concepções que
causam sofrimento psíquico ao adolescente na escola, levando-o a comportamentos de risco. Através do
mecanismo de troca de papeis entre as figuras opressoras e oprimidas em cena, o TO permite ao jovem a
abstração das ansiedades e angústias próprias do período e consequente condições mentais para acepção de
posturas mais saudáveis perante os desafios sociais da adolescência. Percebeu-se, inclusive, que além do
trabalho remediador, o TO tem influente papel de prevenção de comportamentos nocivos à saúde dos jovens
de 15 aos 17 anos.

Keywords The present study deals with the analysis of the Theater of the Oppressed (TO) and its contribution to a healthy
understanding of the development of sexuality among 15 to 17 year olds within the school. It aimed to discuss
Theater of the oppressed the use of TO in the school environment, to analyze the development of adolescents' sexuality, and to correlate,
Sexuality analytically, both themes. The bibliographic method was used, and the research was descriptive, qualitative and
School
of an applied nature. Correlational analysis was performed through 76 pieces of paper collected. The results
demonstrate that TO is a methodology of great importance to demystify concepts, to understand aspects and to
propose interventions of how the sexual education can be worked in the school before an integral vision of the
subject. By proposing that young people bring to reality issues related to the development of their sexuality,
actors and spectators, oppressors and oppressors, begin to visualize how their behaviors and conceptions
influence one another's life, allowing a role change and the discussion of behaviors and healthier postures, as
well as the exchange of information about questions and doubts about their own development. Through the
analyzes carried out, it was concluded that since school is one of the main institutions that will prepare young
people for life in society, it is here the first interventions in the development of the learning of actions aimed at
the promotion of a healthy sexuality and the prevention of behaviors by performing TO.

INTRODUÇÃO esses momentos.


A primeira instituição da qual o indivíduo faz parte é a
O desenvolvimento humano é influenciado por diversas família, que é responsável pelo seu primeiro contato com o
variáveis, desde sua concepção até sua morte. Assim, os mundo, ainda que limitado. A segunda, por sua vez, é a
acontecimentos e as relações estabelecidas consigo e com o escola, de fundamental importância para o desenvolvimento
outro podem gerar experiências positivas ou negativas, social, já que oferece um contato mais próximo com pessoas
dependendo da maneira como esses sujeitos vivenciam de diferentes contextos.

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Teatro do oprimido e o desenvolvimento saudável da sexualidade de jovens na escola

Quando se relaciona esse ambiente ao período da da minoria excluída socialmente.


adolescência, que é composto por mudanças e Analisa-se que a junção dos objetivos em busca de
transformações biopsicossociais, como na sexualidade, as expandir os diversos contextos de atuação do TO pode aliviar
relações que são estabelecidas durante essa fase se não as opressões vivenciadas pelos indivíduos facilitando a
forem bem elaboradas, podem trazer consequências compreensão e a transformação dos papéis durante a
negativas ao seu desenvolvimento (BRILHANTE; CATRIB, encenação. Há inversão de papéis, pois o opressor passa
2011; ALENCAR; FRANCISCHINI, 2016). para o lugar do oprimido, e este para o lugar do opressor,
Estabeleceu-se como questão norteadora a problemática possibilitando uma troca de sentimentos. A partir dessa
que buscou delimitar como o Teatro do Oprimido (TO) percepção, tanto um quanto o outro visualizam seus
poderia auxiliar os adolescentes durante o desenvolvimento posicionamentos passam a compreender quais parâmetros
da sua sexualidade dentro do ambiente escolar. Assim, estão por traz de seus comportamentos. Diante desse
definiu-se como objetivo analisar qual a sua contribuição contexto, considera-se o diálogo um dos maiores benefícios
para a compreensão e promoção saudável do trazidos aos sujeitos diante das várias maneiras de atuação e
desenvolvimento da sexualidade de jovens de 15 a 17 anos dos diversos temas possíveis que podem ser abordados pelo
na escola. O presente artigo é resultado de um ano de TO, como o aqui delimitado, desenvolvimento saudável da
pesquisa. sexualidade.
Através de análise correlacional dos temas, demonstrou-
se que a hipótese de que o TO pode e colabora no processo Desenvolvimento saudável da sexualidade
de aprendizado, reflexão e amadurecimento do adolescente
diante de sua própria sexualidade é verdadeira. Soma-se O período entre os 15 e 17 anos apresenta-se como um
ainda o fato de que desse modo, com esse método, o momento de ocorrência de inúmeras mudanças em diversos
educando tem mais conhecimento e suporte emocional para contextos da vida do jovem, como o processo de
desenvolver-se sexualmente sem colocar em risco à própria estabelecimento da identidade, a puberdade e seu pico
vida e a de outras pessoas. biológico, as crises e conflitos do sujeito consigo e com o
meio social, as responsabilidades por estar chegando à
Teatro do oprimido maioridade, dentre outros. Diante disso, é necessário que o
adolescente tenha acesso às informações sobre anatomia,
O TO nasceu em 1960 durante o auge da ditadura militar, fisiologia, contracepção e prevenção de doenças
com o objetivo inicial de representar os temas políticos mais (BRILHANTE; CATRIB, 2011).
urgentes tendo como precursor o teatrólogo Augusto Boal. O Segundo Caldeira (2015), no período identificado como
método desconstrói obstáculos padronizados, sendo adolescência intermédia (15 a 17 anos), observa-se um
inspiração na busca de possibilidades eficazes para aumentar comportamento menos autocêntrico do jovem. Ele
a participação da comunidade e fazer com que ela se envolva desenvolve uma maior capacidade de ceder às questões que
durante o espetáculo, a fim de compreender quais os efeitos considera importante. Começa a realizar experiências
deste elemento e sentir os resultados práticos. De acordo constantemente na busca de uma autoimagem que lhe
com a Associação Internacional do Teatro do Oprimido (AITO, satisfaça. Aprende a pensar por si e tomar suas próprias
2012), um dos mais importantes objetivos, dentre todos os decisões, permitindo novas experiências, testando seus
identificados, é restabelecer o diálogo entre as pessoas limites e, assim, podendo conhecer os riscos e
promovendo um contato mais humano que evite a consequências que suas atitudes podem gerar. As amizades
construção e/ou manutenção de relações opressoras e são mais duradouras e íntimas, passa a observar a própria
oprimidas (OLIVEIRA; ARAÚJO, 2012). sexualidade com maior ênfase e constituir relacionamentos
A promoção de relações livres e igualitárias, seja sexuais envolvendo novos sentimentos, individualizar-se em
individual ou coletiva, assemelha-se à ideologia democrática relação à família e a manifestar comportamentos com o
participativa que, muitas vezes, torna-se utópica, uma vez objetivo de analisar a reação dos pais.
que as relações de poder encontradas na estruturação da Passando de uma visão orgânica e reprodutora para um
sociedade podem ser repensadas e redefinidas (CAMPOS; delineamento conceitual que valoriza além dos aspectos
PINTO; SAEKI, 2014). Assim sendo, essas participações biológicos, sociais, psicológicos, culturais e ambientais,
podem ser entendidas como um mecanismo de discorrer sobre o que as ciências entendem como
enfrentamento a essas dominações de poder, que reafirma desenvolvimento sexual saudável é salutar.
os direitos conquistados ao longo do tempo com a luta O conceito utilizado, neste estudo, como base para o
histórica das classes trabalhadoras, dos povos segregados e desenvolvimento saudável da sexualidade refere-se ao que

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Santos (2011) afirma sobre a importância do conhecimento organização. De natureza aplicada, proporcionou-se a
preciso, consciência pessoal e autoaceitação, em que os construção de conhecimentos que podem ser utilizados para
comportamentos, valores e emoções são congruentes e se aplicação prática, dirigindo-se à solução de problemas
relacionam através da personalidade e autodefinição do específicos (GERHARDT; SILVEIRA, 2009). Atingiu-se a marca
indivíduo. Sejam por características interpessoais amostral de 76 obras analisadas durante a pesquisa ao longo
(capacidade de ter intimidade com o parceiro, ter desejos do ano.
sexuais, de atuar de maneira deliberada e responsável, assim A faixa etária definida para se pensar na sexualidade
como, estipular limites) como por aspectos comunitários eram de pessoas entre 15 a 17 anos, que se justifica devido
(respeito e valorização pelas diferenças e diversidades, ser um intervalo pertencente à adolescência, que de acordo
sentimento de pertencimento e participação de uma com Bock, Furtado e Teixeira (2001), é um período de
determinada cultura sexual), o “saudável” vai muito além da transição para a vida adulta, com características sociais e
inexistência de patologia. implicações na personalidade e identidade dos jovens, bem
Yano e Ribeiro (2011) dizem que esse desenvolvimento como suas identificações, conflitos e crises com o meio social
saudável estaria relacionado ao direito dos indivíduos de ter em que está inserido. Tratando-se de uma pesquisa que
acesso às informações e ao exercício pleno de sua envolveu a escola, é pertinente dizer que tais idades
sexualidade, diante de um contexto biológico, social e correspondem ao período em que os jovens estão
psicológico favoráveis a esse desenvolvimento. ingressando e saindo do período escolar do ensino médio, de
Edwards e Coleman (2004 apud PONTES, 2011) acordo com a lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, da Lei
compreendem a saúde sexual como a capacidade de de Diretrizes e Bases (LDB) (BRASIL, 1996).
experimentar a sexualidade livremente, sem riscos de DST,
gravidez indesejada, violência, discriminação e coerção. Critérios de inclusão e exclusão
Portanto, para ser saudável sexualmente o indivíduo deveria
ter relações sexuais seguras, agradáveis e bem informadas,  Foram utilizadas como fontes de pesquisa:
primando por uma autoestima positiva e respeito mútuo. artigos científicos, livros e publicações em
Sendo assim, o conceito de desenvolvimento saudável da universidades.
sexualidade está atrelado à concepção de que o indivíduo  As publicações em universidades dividiram-se
tenha direito ao acesso de informações, podendo assim, em dissertações de mestrado e teses de
manifestar sua sexualidade livremente, sem discriminações, doutorado e pós-doutorado.
valorizando as diferenças, compreendendo as  Os artigos foram encontrados nas redes: Portal
responsabilidades e os riscos de seus comportamentos, Scielo e CAPES.
através da promoção de uma visão integral do sujeito e que  Os artigos apresentaram como palavras-chaves:
abarque todos os contextos em que está inserido, bem como Teatro do oprimido; desenvolvimento da
a possibilidade de se proporcionar um ambiente facilitador. sexualidade; adolescentes e escola.
 Os livros estavam de acordo com a temática
MÉTODOS proposta e as pesquisadoras realizaram uma
avaliação para a escolha de cada um.
Caracterização do estudo  Foram excluídas todas as fontes bibliográficas
que se diferem ao supracitado.
Foi utilizado o método bibliográfico e documental, pois
este consiste em realizar pesquisas desenvolvidas através de Coleta, análise e interpretação dos dados
materiais já elaborados, como livros e artigos científicos,
além de documentos que ainda não passaram por uma As informações foram coletadas através de fichas de
análise, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo documentação, que segundo Gil (2008), são fichas para
com os objetivos da pesquisa. Também teve cunho anotações dos elementos mais importantes obtidos com a
descritivo, por descrever características de uma determinada análise do material pesquisado e que constituem a matéria-
população ou fenômeno assim como estabelecer uma prima do trabalho. Após a coleta, os dados foram
relação entre as variáveis (GIL, 2008). minunciosamente estudados para o entendimento e a
O estudo foi qualitativo, já que não se preocupou com seleção dos aspectos mais importantes para a pesquisa.
uma representatividade numérica e sim com uma maior Delimitou-se três grupos de análises das obras: Teatro do
compreensão de um determinado grupo social ou de uma Oprimido; desenvolvimento da sexualidade de jovens na
escola; e a correlação entre Teatro do Oprimido e

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Teatro do oprimido e o desenvolvimento saudável da sexualidade de jovens na escola

Desenvolvimento da Sexualidade na escola. Salienta-se que a desenvolvimento saudável da sexualidade dentro da escola.
interpretação de tais dados foi de total responsabilidade das Ao articular essas informações com as observadas na
pesquisadoras, que utilizaram o método analítico, que se estrutura do TO, em que um dos seus objetivos principais é o
entende como àquele em que se faz detalhada análise dos de reestabelecer o diálogo entre as pessoas para assim
aspectos encontrados no processo do estudo (GIL, 2008). promover um contato que possibilite a construção e/ou
manutenção de relações não opressoras e/ou oprimidas
RESULTADOS E DISCUSSÃO (CAMPOS; PINTO; SAEKI, 2014), pode-se passar a utilizá-lo
como uma metodologia de socialização na escola, de
Para Silveira (2009), o TO pode ser integrado por diversos inclusão dos adolescentes no meio social e na luta contra as
elementos teatrais, com características únicas, e ser utilizado opressões vivenciadas dentro e fora daquele ambiente.
em várias circunstâncias. A partir disso, ao ser trabalhada a Diante disso, as contribuições recorrentes do TO, são
educação sexual nas escolas, através dele, realiza-se bastantes evidentes devido ao teatro ter uma linguagem
atividades voltadas a questões subjetivas, vivências, afetos, universal, que pode ser compreendida por todos e as
influências psicológicas, sociais, dentre outros, que envolvem pessoas serem naturalmente teatrais. Em vista disso, ele
todos os contextos no qual a sexualidade está inserida, pode ser utilizado em diversas circunstâncias, incluindo a
levando assim a um desenvolvimento saudável da exploração de temas da sexualidade, possibilitando aos
sexualidade. espectadores uma participação ativa nas encenações
(OLIVEIRA; ARAÚJO, 2012; SILVEIRA, 2009; BORGES; JUNIOR,
Desenvolvimento saudável da sexualidade na escola 2013).
Ele também proporciona aos alunos uma reflexão sobre
O TO é um importante instrumento na educação dos temas voltados a sexualidade que muitas vezes são tratados
jovens, principalmente ao propor o desenvolvimento de uma como tabus no meio social, como:
sexualidade saudável, uma vez que valoriza as experiências  O funcionamento dos métodos contraceptivos e
dos adolescentes na realidade escolar, proporcionando a eles de proteção às Doenças Sexualmente
um fazer artístico que permite o contato com questões Transmissíveis (DST), fato que pode gerar uma
vivenciadas diariamente na escola, na tentativa de expressar redução no índice de gravidez na adolescência e
os seus sentimentos oprimidos, sem a perda das na proliferação das DST;
características artísticas, auxiliando na reflexão dos assuntos  A maneira de se comportar diante do
referentes à temática. preconceito e da discriminação contra
O conceito de desenvolvimento saudável da sexualidade indivíduos com a orientação sexual diferente da
está relacionado ao direito de acesso às informações, heterossexual, como as Lésbicas, Gays,
exercício pleno da sexualidade em níveis biológicos, sociais e Bissexuais, Travestis, Transexuais ou
psicológicos favoráveis, assim como conhecimento preciso, Transgêneros (LGBTs);
consciência pessoal e autoaceitação (SANTOS, 2011; YANO;  A violência e o assédio sexual cometido contra
RIBEIRO, 2011; PONTES, 2011). homens e mulheres;
Para se ter uma sexualidade saudável, é necessário que o  O consumo de bebidas alcoólicas e outras
indivíduo e as instituições no qual ele está inserido drogas em decorrência de conflitos da
promovam o diálogo, discussões e até mesmo sexualidade como meio de fuga da realidade;
representações de temas mesmo que considerados  A prostituição como comércio do corpo, na
polêmicos, auxiliando, dessa forma, o desenvolvimento busca da aquisição de recursos financeiros, que
mental dos jovens diante de uma compreensão mais ampla e os coloca em situação de risco.
positiva da sexualidade. Logo, é necessário que eles estejam
acessíveis a expressar seus anseios e dúvidas. Consequentemente, ao se relacionar a educação com a
É durante o período de vida dos 15 aos 17 anos que os arte, o processo de aprendizagem torna-se mais libertador e
jovens desenvolvem uma maior capacidade de ceder aos transformador, visto que ao representar situações
temas considerados importantes, que aprendem a pensar vivenciadas no ambiente escolar, professores e alunos
por si, tomar suas próprias decisões passando a conhecer os assumem a postura de atores e espectadores em pequenos
riscos e consequências de suas atitudes (CALDEIRA, 2015). espetáculos e podem transformar a realidade em que estão
Portanto, diante desse contexto, ganha importância a inseridos em um ambiente facilitador para lidar com os mais
realização de intervenções que promovam o variados obstáculos que venham a surgir. É dessa maneira
que o TO possibilita a identificação de práticas opressoras e

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aponta caminhos com mais diálogo que podem ser utilizados SAEKI, 2014; SILVA et al, 2011).
na construção do conhecimento e no desenvolvimento da Ao propor que os alunos tragam para a realidade
aprendizagem (SILVA, 2010; FILHO; MARQUES, 2012). questões voltadas ao desenvolvimento de sua sexualidade,
Destarte, através do TO, as informações sobre a conforme já reafirmado anteriormente, atores e
sexualidade são repassadas e desenvolvidas de maneira clara espectadores, opressor e oprimido, passam a visualizar como
e objetiva, visto que esta metodologia proporciona a todos seus comportamentos e concepções influenciam na vida um
os envolvidos um contato direto com suas dúvidas, dos outros, possibilitando, consequentemente, uma troca de
conceitos, pré-conceitos e experiências, o que facilita um papeis e a discussão de comportamentos e posturas mais
desenvolvimento saudável da sexualidade, porquanto, ao saudáveis, bem como a troca de informações acerca de
compreender os comportamentos nocivos, estes podem ser questionamentos e dúvidas sobre seu próprio
modificados e aqueles que são oprimidos podem ser desenvolvimento.
ressignificados. As técnicas e as ferramentas encontradas dentro do TO
são eficazes para a transformação dos valores sobre
Promoção, prevenção e a sexualidade na escola sexualidade, visto que ao ser desenvolvido, as ações cênicas
amplificam atitudes que antes eram veladas e silenciadas
Após a identificação de como o TO auxilia na como tabus sociais. Assim, é de extrema importância que a
compreensão de um desenvolvimento saudável da escola promova uma discussão mais crítica sobre assuntos
sexualidade, é importante ressaltar como ele pode contribuir voltados a sexualidade com a aplicação da ferramenta aqui
na promoção do mesmo, visto que se entende a sexualidade estudada, em que o contato e a experiência que cada um dos
como um conceito amplo que envolve diversos temas. envolvidos vivencia na construção e no decorrer da
Diante dos resultados, comprovou-se que sua utilização dramatização faz surgir uma perspectiva libertadora,
diante de temas como gravidez na adolescência, aborto, DST, podendo até ser considerada audaciosamente como
autoaceitação, suicídio e tantos outros, quando trabalhados “salvadora” dos problemas sociais, através de suas
dentro do contexto escolar, promove um desenvolvimento contribuições no desenvolvimento humano e
mais positivo e enriquecedor no que se relaciona à consequentemente nas relações em sociedade. Perspectiva
aprendizagem e a aquisição de conhecimentos, bem como a essa, pensado por Boal (1996).
prevenção de comportamentos considerados nocivos à
saúde dos jovens. Desconstrução da sexualidade
Esta comprovação é observada através da necessidade e
da importância de se debater e discutir com os jovens, as Através da utilização do TO, há uma melhor compreensão
questões voltadas a sua sexualidade, principalmente aquelas da relação dos jovens na sociedade, o que muitas vezes não
referentes à anatomia, fisiologia, contracepção, prevenção é bem assimilada por eles na adolescência, visto que esta
de doenças, reprodução de condutas violentas e estigmas metodologia tem a capacidade de identificar e ressignificar
sociais. Busca-se a efetivação de um desenvolvimento sexual suas necessidades. Ao se depararem com os diversos
saudável, que valorize o bem estar, pois as mudanças e conflitos e mudanças características desta fase que
transformações que cada um vivencia durante esse período influenciam diretamente em sua constituição como sujeito,
podem ser influenciadas de maneira positiva ou negativa eles podem desmistificar diversas concepções erroneamente
(BRILHANTE; CATRIB, 2011; ALENCAR; FRANCISCHINI, 2016). enraizadas acerca da sexualidade.
Para a promoção de uma sexualidade saudável, é Diante de uma visão biopsicossocial, o TO auxilia na
necessário que os jovens possam ter relações sexuais compreensão afetiva sexual que está atrelada às relações,
seguras, agradáveis e bem informadas, primando por uma emoções e sentimentos dos jovens no processo de
autoestima positiva e respeito mútuo, sem riscos de DST, desenvolvimento humano, relacionando-se aos processos
gravidez indesejada, violências, discriminação e coerção que compõem a evolução da sexualidade durante toda a sua
(PONTES, 2011). Com isso, o TO restabelece o diálogo entre vida (MINAS GERAIS, 2006).
as pessoas, promovendo relações livres e igualitárias, seja Por ser um agente facilitador da relação educação sexual
individual ou coletiva, envolvendo, dessa forma, diversos e desenvolvimento sexual saudável, as ferramentas como o
contextos do indivíduo, sejam habitacionais, econômicos, teatro, música, dança, folclore e literatura presentes na
culturais, familiares, laços afetivos ou sociais diante de uma estrutura do TO desconstroem as opressões, medos,
visão biopsicossocial, tornando-se instrumento para a angústias, dúvidas que o adolescente tenha sobre o tema,
construção de possibilidades de cuidado e de vida através da colaborando na aceitação positiva e salutar de suas
análise e discussão dos serviços de saúde (CAMPOS; PINTO; mudanças físicas e psicológicas próprias desse período de

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Teatro do oprimido e o desenvolvimento saudável da sexualidade de jovens na escola

vida, conforme apresentado no item anterior. que os jovens tenham consciência de uma ação e reflexão
Ao identificar e discutir práticas nocivas baseadas em com a finalidade aguerrida e transformadora no fazer do
estereótipos e preconceitos sobre a sexualidade, ele pensar.
problematiza as questões mais pontuadas pelos jovens Diante do exposto, fica evidente que o TO é uma
durante as encenações e viabiliza o reconhecimento das metodologia de grande relevância a ser trabalhada em
diversidades sexuais, com o propósito de romper os estigmas sociedade desde a infância até a vida adulta, porém, é a
ensejando a discussão sobre as diferenças de gênero, tal partir das instituições de ensino que ela pode ser melhor
como rompe com a imagem “naturalizada” do ser-mulher e desenvolvida, pois é nesse ambiente que o jovem tem (ou
do ser-homem (SANTOS et al, 2008; ALVES; MOTA, 2015), deveria ter) os primeiros contatos com a educação sexual
possibilitando um modelo educativo mais libertador e enquanto disciplina garantida pela lei nº 9.394/1996 (BRASIL,
abrangente. 1996) que muitas vezes não é abordada pelos docentes na
Sendo assim, o TO configura-se como uma alternativa sala de aula.
lúdica e artística à educação sexual dos jovens em qualquer
espaço pedagógico e as instituições passam a ter uma nova Uma metodologia de ensino para as escolas
ferramenta em mãos que abordam o sujeito como ser
expressivo no mundo, não mais utilizando apenas cartilhas e Sendo o professor, o profissional a liderar uma turma em
disciplinas formais que não são muito eficazes no trabalho sala de aula, cabe a ele funcionar como facilitador do
com os adolescentes (EVELYN; BIAR, 2015; DAYRELL, 2001). processo educativo, proporcionando espaço para ações
É através da liberdade de expressão oferecida pelo TO criativas de aprendizagem dos seus alunos. Para se usar o
que o indivíduo pode liberta-se das opressões cotidianas, TO, há necessidade que haja tanto apoio da escola como
visto que esta metodologia combate tanto às opressões preparo do professor.
individuais quanto coletivas (BEZERRA, 2015; BERGER; Observando a pedagogia existente na construção do TO,
FONSECA, 2012). Ao possibilitar aos jovens uma educação Paulo Freire (2005) faz uma leitura de Augusto Boal e afirma
sexual voltada às práticas de tal método dentro da escola, que a Pedagogia do Oprimido refere-se a um processo de
eles assumem seu corpo e sua sexualidade positivamente, educação que é constituído por uma práxis de
sem preconceitos e estereótipos, diante de uma visão ação/reflexão/ação sobre o mundo, já que a opressão está
positiva e de um pensamento crítico e racional (GONÇALVES; relacionada às relações de poder estabelecidas socialmente
FALEIRO; MALAFAIA, 2013). e a prática educativa a atos coletivos de apropriação do
Para Campos, Pinto e Saeki (2014) e Silva, Silva e conhecimento sistematizado. Então, o TO na escola passa a
Nascimento (2014), durante as encenações do TO, quando os ser construído como uma metodologia de ensino baseada na
alunos falam sobre suas emoções, são construídos novos participação e transformação social, em que não basta
conceitos e através disso, há uma redução nos apenas produzir ideias, mas transformá-las em atos sociais,
comportamentos que geram opressão, pois, se possibilita havendo a luta e libertação dos grupos sociais oprimidos em
aos adolescentes a realização de espetáculos a partir de suas consonância com a filosofia da educação de Paulo Freire
próprias vivências e o desenvolvimento da cena transforma a (TEIXEIRA, 2007; FILHO; MARQUES, 2012; SILVA; BALDIN;
realidade em um ambiente mais aberto ao diálogo e propício BONFIM, 2012).
a aquisição de conhecimentos. Macedo (2013) e Araújo, Paiva e Bezerra (2015) afirmam
Perante a perspectiva apontada na relação da construção que, no início de qualquer aprendizagem, o aluno enfrenta
de um novo contexto, através das informações obtidas e a conflitos e é a partir disto que o professor deve agir
análise dos dados da pesquisa, o conceito de buscando auxiliá-lo na busca de resoluções, pois o docente
desenvolvimento saudável da sexualidade quando atrelado a estimula um aprendizado mais avançado, propõe outro
realização do TO, propõe aos jovens uma maneira de refletir conflito oportunizando ao discente uma construção de
sobre o seu desenvolvimento, partindo inicialmente das conhecimento concreto e participativo que gera um novo
escolas para todos os outros contextos do qual fazem parte. aprendizado. A essa realidade, também se aplica as questões
Para dar ainda mais embasamento às informações da sexualidade.
utilizadas acima, Viana (2016) diz que o TO não ensina ou dá Ao utilizar o teatro como ferramenta, na prática, o
prioridade durante a atuação, porém, propõe métodos conflito é apresentado através de uma peça. Após essa
libertários, que mantém as exigências estéticas que apreciam representação, é realizada uma análise do que foi abordado
a beleza cênica, nos quais seus pressupostos são seus para que os alunos possam opinar sobre a cena e a modificar
conflitos internos. Para tanto, não se estabelece uma receita reencenando de acordo com suas vivências gerando novas
e/ou passo a passo de como deve ser seguido, mas faz com representações. Com isso, é essencial que os educandos

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consigam se envolver nas propostas para se sentirem contexto da sexualidade. Dessa forma, podem ser utilizadas
protagonistas e aliados dos educadores durantes as no debate sobre questões políticas e sociais, visto que sua
atividades produzidas pelo TO, pautando as demandas aplicação pode ser exaltada em todos os contextos humanos,
sociais no interior das instituições escolares e a luta pelos bastando que haja pessoas dispostas a realizá-los.
direitos humanos nos processos coletivos de apropriação do
conhecimento e transformação social, refletindo sobre ações
concretas para superação das relações de opressão (FREIRE, CONCLUSÕES
2009).
Assim, não caberá aos educadores no decorrer da peça O levantamento das informações apontada no presente
dizer para os jovens o que devem fazer durante artigo mostrou-se de suma importância para a comprovação
apresentação, devem deixá-los seguir seus instintos e dos resultados esperados, visto que foram encontradas
sentimentos que aparecem no momento da encenação para pouquíssimas obras abordando o conjunto das duas
que se libertem do sentimento oprimido, trazendo para si temáticas e nenhuma com o mesmo problema de pesquisa,
uma reflexão de temas polêmicos e vivências que só apenas ao discutir o uso do TO no ambiente escolar, fato que torna
o jovem poderá interpretar naquele instante, fazendo com este trabalho pioneiro.
que pense e reflita segundo seu ponto de vista. Comprovou-se a hipótese de que o TO auxilia na
Portanto, espera-se que o educador possua sensibilidade promoção de um desenvolvimento saudável da sexualidade
para desenvolver uma metodologia de acordo com um viés e na prevenção de comportamentos nocivos à saúde dos
crítico e um saber transformador que mais se ajuste aos adolescentes, o que afeta diretamente seu desenvolvimento
anseios e, principalmente, a realidade em que estão situados sexual. Além do mais, o estudo contribui com a sociedade,
os alunos. E diante das perspectivas aqui descobertas, o TO pois se percebe que ao se utilizar o TO, facilita-se o contato
abre portas para uma nova visão sobre a realidade educativa, do indivíduo com suas vivências promovendo um espaço que
de maneira que o educando passa a entender o seu papel permita a escuta de problemáticas vivenciadas pelos
nesse processo de libertar-se, através das facilidades e adolescentes, prevenindo o preconceito, sofrimento mental
dificuldades encontradas dentro e fora da escola e que e dificuldades de relacionamento interpessoal. Assim, o
refletem diretamente em seu comportamento. acesso às informações e a problematização de temas
Como metodologia, ele não ensina ou dá prioridades referentes ao desenvolvimento da sexualidade na
durante a atuação, porém, propõe um meio libertário que adolescência no contexto escolar é capaz de proporcionar
mantem as exigências estéticas da beleza cênica, onde seus aos jovens uma melhor compreensão sobre diversas
pressupostos são os conflitos internos dos alunos. Para questões.
tanto, não se estabelece uma receita e/ou passo a passo de Durante o processo de análise das variáveis, esbarrou-se
como deve ser seguido, mas faz com que os jovens tenham em algumas dificuldades, a saber: como fazer para que o
consciência de uma ação e reflexão com a finalidade assunto sobre sexualidade pudesse ser abordado nas escolas
aguerrida e transformadora no fazer pensar a realidade sem um olhar preconceituoso ou de indução para vida social
(VIANA, 2016; SILVA, 2016). dos jovens? Como auxiliar o corpo docente a trabalhar com
Com isso, o saber que é construído através do seus alunos sem que houvesse uma censura total a respeito
conhecimento crítico provoca nos sujeitos o desejo de da sexualidade? Como auxiliar esses professores na aplicação
transformar o mundo, por se constituírem como seres dessa nova metodologia, já que não é um método padrão
históricos e construtores das relações sociais, porém só é nas escolas? Para tal desafio, o educador tem que estar
possível que isso ocorra através do diálogo entre educadores empenhado para auxiliar seus alunos durante o processo de
e educandos (FREIRE, 2005; JAPIASSU, 2005). ensino-aprendizagem, fazer com que eles tenham um olhar
Desse modo, todos os envolvidos durante a realização do voltado para si e possam refletir sobre o que desejam para
TO podem utilizá-lo como um método de libertação e seu futuro.
conhecimento das questões que geram a opressão, Logo, não há um avanço significativo no que diz respeito
principalmente aquelas voltadas à temática da sexualidade, às metodologias utilizadas pelas escolas para lidar com seu
visto que, de acordo com o processo de desenvolvimento alunado no que se refere à educação sexual, visto que a
vivenciado por cada um, estes geram consequências que maior parte das intervenções realizadas são voltadas apenas
influenciarão seu comportamento no decorrer de suas vidas. as questões reprodutoras e de prevenção às doenças. Diante
Não obstante, é importante ressaltar que as da importância de se debater sobre o conceito de
contribuições promovidas pela metodologia do TO, podem sexualidade, mas devido ser o tema bem complexo e amplo,
ser identificadas em diversos outros temas que vão além do

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Teatro do oprimido e o desenvolvimento saudável da sexualidade de jovens na escola

não é qualquer metodologia que se adequa, contudo esse terapia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.
objetivo pode ser completamente alcançado com o uso do BOCK, B. A. M.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, A. L. T. Psicologias:
TO. Sendo assim, não há dúvida de que ele auxilia os jovens Uma introdução ao estudo de Psicologia. 13º ed. São
entre 15 e 17 anos na compreensão de um desenvolvimento Paulo: Editora Saraiva, 2001.
saudável da sexualidade dentro da escola por proporcionar a BORGES, S. L.; JÚNIOR, N. S. Augusto Boal e a educação:
todos os envolvidos um contato direto com todo e qualquer proposta para uma emancipação social através do Teatro-
aspecto da sexualidade, promovendo elaboração a partir da Fórum. Cadernos PDE. Paraná, vol. 1, 2013.
reflexão. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece
Portanto, diante da importância do assunto, torna-se as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial
necessário que as instituições invistam na capacitação dos da União, Brasília, 1996.
professores, ofereçam um espaço físico para a escuta e BRILHANTE, A. V. M.; CATRIB, A. M. F. Sexualidade na
realização das atividades cênicas bem como promovam a adolescência. Feminina. Fortaleza, vol. 39, nº 10, 2011.
sensibilização de todos os envolvidos no meio escolar CALDEIRA, E. C. V. Promoção da saúde e desenvolvimento
atribuindo-se uma responsabilização social frente às diversas dos adolescentes: a educação sexual em contexto escolar.
questões que abarcam a sexualidade. Nesse sentido, a 2015. Tese (Doutorado em Enfermagem) - Universidade
pesquisa mostrou-se bastante promissora devido às diversas de Lisboa, Lisboa, 2015.
contribuições que a temática proposta é capaz de possibilitar CAMPOS, F. N.; PINTO, M. P. P.; SAEKI, T. Teatro do oprimido:
para a sociedade como um todo e para cada um dos um teatro das emergências sociais e do conhecimento
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