Atrocitos Cultivos de Celulas Sem Haver Com Cinina
Atrocitos Cultivos de Celulas Sem Haver Com Cinina
Atrocitos Cultivos de Celulas Sem Haver Com Cinina
BIOQUÍMICA
Porto Alegre
2017
CARACTERIZAÇÃO FUNCIONAL DE MODELOS DE CULTURA DE
Porto Alegre
2017
II
CIP - Catalogação na Publicação
III
“A ciência nunca resolve um problema sem criar pelo menos outros dez”.
IV
Agradecimentos
Aos meus pais Andres e Griselda pelo amor incondicional, pela torcida e
incentivo constante, por serem meus exemplos de vida!
Às minhas irmãs Lê e Eli por serem meus orgulhos, minhas inspirações e as
melhores amigas que a vida poderia ter me dado! E por me dar o presente de ser tia de
dois pitoquinhos que estão a caminho para alegrar ainda mais essa família!
Ao meu amor Maicon por todo apoio e incentivo. Por me ensinar a lutar por
aquilo que quero fazendo-me mais forte e tornando a minha jornada mais leve e
divertida! Te amo!
À Mara por ser minha segunda mãe, por torcer muito por mim sempre!
À minha amiga da vida, Maíra, por estar sempre do meu lado e ter me dado de
presente a minha afilhada linda, Melissa!
Aos meus sogros Nice e Seu Machado pelo carinho e torcida!
Ao pessoal da Eslovênia que contribuiu para fazer do meu Doutorado Sanduíche
inesquecível!
Às minhas amigas/colegas do laboratório (Caroll, Fezinha, Jéssica, Jé, Marina e
Gabriel) por fazer meus dias mais divertidos e ser um ótimo grupo de trabalho! Em
especial às que se dedicaram a esta tese com muito empenho e dedicação, Marina Seady
e a Jéssica Taday! Sem vocês a realização deste trabalho teria sido muito mais difícil!
À todo o pessoal do laboratório 33, bolsistas e pós graduandos por nos incluir, e
compartilhar formando um super grupo de trabalho alegre e divertido! Em especial a Fê
Hansen, pela grande amizade, troca de conhecimentos e confiança!
Ao CA por ser um super co-orientador, com toda sua experiência, sabedoria
encarando os problemas sempre de forma tão leve! Obrigada por toda ajuda!
Por fim, à quem não poderia faltar, a Marina, minha querida orientadora!
Obrigada por todos os teus ensinamentos, desde os tempos de IC, pela tua paciência,
dedicação, pelas horas de conversa sérias, mas também por aquelas de diversão!
Obrigada principalmente pela tua confiança. Certamente, tu és uma inspiração a seguir
na minha vida acadêmica!
V
Índice
VI
4.1. Caracterização molecular e funcional de cultura primária de astrócitos, astrócitos
imortalizados e glioma C6..................................................................................................... 105
4.1.1. Avaliação da morfologia basal e plasticidade após estímulo ................................ 105
4.1.2. Perfil molecular dos diferentes modelos de astrócitos .......................................... 106
4.1.3. Caracterização funcional do metabolismo do glutamato em modelo de astrócitos108
4.1.4. Comparação do metabolismo energético e comunicação por junção gap em
modelos de astrócitos ............................................................................................................ 110
4.1.5. Avaliação de resposta nos modelos de cultura de astrócitos ................................. 111
4.1.6. Escolha do modelo de cultura de astrócitos .......................................................... 113
4.2. Internalização tempo-dependente da S100B extracelular e análise da movimentação
de vesículas em cultura de astrócitos .................................................................................... 115
4.2.1. Mecanismo de internalização da S100B em cultura de astrócitos......................... 115
4.2.3. A mobilidade das vesículas S100B-Alexa488 é alterada pelo estímulo com ATP . 119
4.2.4. Regulação da S100B por endocitose ..................................................................... 121
4.3. Padronização de ensaio colorimétrico para dosagem de atividade da GS ................. 124
5. Conclusões ........................................................................................................................ 127
6. Perspectivas ....................................................................................................................... 130
7. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 131
VII
Resumo
Os astrócitos são células gliais do sistema nervoso central (SNC) que, entre diversas
funções, tem um importante papel na manutenção do ambiente extracelular, removendo
neurotransmissores e íons os quais podem ser tóxicos em altas concentrações. Estas
células estão envolvidas em diversas doenças neurodegenerativas e representam um
importante alvo de estudo para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas. A técnica
de cultura primária (CP) de astrócitos de ratos é amplamente utilizada como modelo
para o estudo de características mecânicas e bioquímicas dessa célula em um sistema
isolado. Alternativamente, astrócitos imortalizados por transfecção (AI) e a linhagem
C6 de rato (C6) são usados como modelo astrocítico, uma vez que são células mais
homogêneas, além de serem de fácil e rápida manipulação. No entanto, apesar de
resultados divergentes serem encontrados na literatura, existe uma carência de estudos
comparativos entre estes três modelos experimentais. A escolha de um modelo
adequado para o estudo destas células nos permitiria estudar de forma mais precisa as
funções extracelulares de proteínas como a S100B. Essa proteína pode ser liberada ou
secretada principalmente por astrócitos no SNC e, apesar de possuir efeitos tróficos,
exerce funções tóxicas, quando em altas concentrações no meio extracelular. Apesar
disso, pouco se sabe sobre o processo de remoção da S100B extracelular. Em vista
disso, o objetivo desta tese foi comparar e caracterizar funcionalmente a CP, AI e C6 no
que diz respeito a diferenças morfológicas, marcadores proteicos e funções clássicas
astrocíticas, bem como estudar a capacidade destas células de internalizar a proteína
S100B, avaliando-se o mecanismo deste processo. Além disso, foi realizada a
padronização de um ensaio colorimétrico utilizando a atividade glutamil-transferase da
glutamina sintetase (GS), visto a carência deste ensaio em cultura de astrócitos e em
diferentes estruturas cerebrais. Esta enzima é considerada um marcador astrocítico e sua
disfunção pode comprometer o ciclo glutamina-glutamato, processo relacionado ao
quadro de excitotoxicidade glutamatérgica, observado em doenças neurodegenerativas.
O ensaio mostrou-se preciso, sensível, linear, específico e com alta aplicabilidade no
SNC e nos modelos de cultura celular. Nossos resultados mostraram que as duas
linhagens celulares (AI e C6) foram positivas para proteínas características de
astrócitos, bem como funcionais no metabolismo glutamatérgico e energético. No
entanto, estes parâmetros mostraram-se reduzidos em estado basal em comparação com
a CP. Frente a estímulos específicos, os AI não se mostraram como um modelo
reprodutível das funções astrocíticas clássicas, ao contrário da linhagem C6, a qual
apresentou resposta similar aos astrócitos de CP. De forma geral a linhagem C6
representou um modelo válido para estudo das características astrocíticas estudadas,
porém sempre com valores basais reduzidos quando comparados com a CP que, em
nossa avaliação, representou um melhor modelo para o estudo da internalização da
proteína S100B. Estas células foram capazes de endocitar a S100B extracelular por um
mecanismo dependente de RAGE e dinamina. Uma vez internalizada, a S100B seguiu
pela via endocítica, colocalizando com importantes marcadores, como Dextran e
Lysotracker. As vesículas de S100B mostraram um aumento de direcionalidade ao
longo do tempo de incubação, afetado pela variação de cálcio intracelular. Estes dados
mostram a importância da escolha de um modelo in vitro adequado de cultura de
astrócitos, bem como evidenciam o importante papel destas células na remoção de
concentrações tóxicas da proteína S100B do meio extracelular, auxiliando na
compreensão dos mecanismos de sinalização desta proteína.
Abstract
Astrocytes are glial cells that participate in a variety of function of central nervous
system (CNS) such as the maintenance of the extracellular environment, removing toxic
concentration of ions and neurotransmitters. These cells are involved in several
neurodegenerative diseases and are important targets for the development of therapeutic
strategies. Astrocyte primary culture (PC) is a potent instrument to study these cells in
an isolated system, allowing the elucidation of mechanistic features specific for this
type of cell. An alternative to this model is the use of cell lines, such as immortalized
astrocytes (IA) or C6 glioma cells (C6). These linages have the advantage to present
more homogeneous features, are easily, faster and lower cost to manipulate. Despite
these facilities, cell lines present highly proliferative features and some different
characteristics in comparison to PC, which put into question the validity of them as an
astrocytic model. The selection of a suitable model to the study of astrocytes would
allow us to evaluate protein extracellular effects, such as S100B with greater reliability.
This protein is released and secreted mainly by astrocytes in the CNS, exerting trophic
and toxic effect in a RAGE dependent manner. S100B toxic effects are shown in high
extracellular concentrations, although the clearance of this protein from the extracellular
space is poorly understood. In view of this, the goal of this research was to show a
comparative analysis of PC, IA and C6 regarding morphological features, protein
profile and classical astrocytic functions. Furthermore, we evaluated the mechanism of
S100B internalization, characterization of internalized vesicles and intracellular
dynamics in astrocytes. In addition, the standardization of a colorimetric assay to
measure the glutamyl-transferase activity of glutamine synthetase (GS) was performed,
considering the lack of this study in culture of astrocytes and different brain structures.
This enzyme is considered an astrocytic marker and any dysfunction may compromise
the glutamine-glutamate cycle, which is observed in many neurodegenerative diseases.
The assay was accurate, sensitive, linear, specific and with high applicability in the
CNS. Our results showed that the two cell lines (IA and C6) were positive for
characteristic proteins of astrocytes, although expressing less quantities then PC.
Similarly, the glutamatergic and energetic metabolism and cellular communication by
gap junction also showed to be reduced in lineages cells. IA did not reveal a
reproducible model of classic astrocytic functions, in opposite to C6 cells that presented
a similar response to PC when submitted to the same stimulus. Nevertheless, PC
showed pronounced astrocytic characteristics, representing the best model for the study
of S100B protein internalization. The results in this study revealed that cultured
astrocytes efficiently remove fluorescently labeled extracellular S100B in a time-
dependent manner by vesicle endocytosis. The internalization was RAGE and dynamine
dependent. In time, vesicles capturing S100B exhibit directional mobility, meaning that
vesicles get functionally attached to the cytoskeleton. Moreover, the mobility of vesicles
capturing S100B was affected by changes in [Ca2+]. These data support to the
understanding of the mechanism of extracellular signaling of S100B protein, as well as
the role of astrocytes in this regulation.
2
Lista de Abreviaturas
AQP4 – aquaporina-4
Cx43 – conexina-43
GS – glutamina sintetase
IL – interleucina
LCR - líquor
3
1. Introdução
1.1. Astrócitos
O sistema nervoso central (SNC) é formado pelas células neuronais e gliais. Por sua
astrócitos.
desenvolvimento de sistemas neurais mais sofisticados (Leuba & Garey 1989, Vasile et
al. 2017). O nome deriva da palavra grega para estrela (astron) junto com (cyte) de
século 20. Primeiramente foi descrita como uma célula passiva, servindo como suporte
1.1.1. Origem
4
vida adulta. Durante a vida perinatal as células tronco neurais sofrem uma mudança no
da glia radial até certo estágio do desenvolvimento, onde acredita-se que outra leva de
moleculares e celulares que ocorrem nesta fase ainda são desconhecidos. (Molofsky &
linhagens astrocíticas, sugere que os astrócitos não são formados da mesma maneira, o
1.1.2. Morfologia
5
sanguíneos (pés-terminais), assim como com os neurônios. Os processos astrocíticos se
complexidade das funções cerebrais ao longo da escala evolutiva (Wang & Bordey
astrócitos com apenas uma proteína característica. A identidade proteica pode variar
encontra. O filamento intermediário GFAP (glial fibrilar acid protein) foi a primeira
como as células ependimais (Eng 1985). Apesar da maioria dos astrócitos expressarem
GFAP, astrócitos negativos para esta proteína são detectados no SNC saudável. De fato,
a sua expressão é variável, dependente da região do astrócito, sendo regulada por muitas
disso, não é uma proteína exclusiva deste tipo celular, assim como nem todos os
astrócitos maduros a expressam (Vives et al. 2003). Além disso, outras proteínas são
6
excitatórios EAAT1/GLAST e EAAT2/GLT-1. EAAT1 é mais presente em astrócitos
(Regan et al. 2007). A enzima glutamina sintetase (GS) também é altamente expressa
2014), que será abordado mais adiante. Ainda, canais de potássio internalizadores, como
Kir4.1, são altamente expressos nos pés terminais e nas regiões de contato sináptico de
destas proteínas são expressas por todos os astrócitos (ex. EAAT2), outras são expressas
apenas por alguns subtipos desta célula (ex. Kir4.1). Devido a essa heterogeneidade
(aldehyde dehydrogenase 1 family member L1) vem sendo usada como um novo
desidrogenase, a qual participa do metabolismo de folato (Yang et al. 2011, Cahoy et al.
2008).
1.1.4. Funções
mas também pelas funções especializadas que esta célula é capaz de assumir de acordo
com o microambiente onde se encontra. Apesar disso, algumas funções clássicas dos
astrócitos são usadas para a sua identificação, as quais serão relatadas nesta sessão.
7
1.1.4.1. Papel no desenvolvimento cerebral
Apesar dos astrócitos se desenvolverem após a formação inicial dos neurônios, eles
cinza no SNC. Estas células gliais são a principal fonte de matriz extracelular,
neuritos pela liberação de proteoglicanos (Gonzalez et al. 1993). Além disso, astrócitos
sobrevivência neuronal (Vaca & Wendt 1992). A proteína S100B, por exemplo, auxilia
Além disso, estudos mais recentes mostram o papel dos astrócitos na sinaptogênese,
(BHE) e angiogênese
sanguíneos (pés terminais) assim como com as sinapses, permite que estas células
pelos astrócitos tais como prostaglandinas e oxido nítrico, podem variar o diâmetro dos
8
Ainda, o contato físico entre células endoteliais e os pés terminais de astrócitos,
permite que estas células regulem indiretamente algumas propriedades da BHE, como
transportadores de glicose (GLUT1) nas células endoteliais (Wang & Bordey 2008).
Viu-se que a interação entre estes tipos celulares deve-se a sinalização por cálcio
ativado por ATP. Como resultado, as variações de cálcio nas células endoteliais
Goldstein 1991).
rapidamente removido pelos astrócitos, através de canais de potássio - como Kir, ou por
transportadores Na2+/K+ ATPase que atuam em menor extensão (Fig 1). Uma vez
captado os astrócitos redistribuem o íon, através de uma rede de células formada pelas
mesmo na circulação sanguínea pelos pés terminais (Olsen & Sontheimer 2008) (Leis et
al. 2005, Wang & Bordey 2008). Destaca-se a importância das junções gap não só na
participação da distribuição de K+, mas também de outros íons, como cálcio, ou até de
9
adiante. Estas junções são formadas em astrócitos principalmente pela associação de
sinapses são ricos em AQP4, tendo importante função na homeostase de fluídos tanto
nesta região, quanto nos pés terminais em contato com vasos sanguíneos (King et al.
Fig 1. Representação das principais funções dos astrócitos. 1) Astrócitos atuando na sinapse
tripartite; 2) Regulação do fluxo sanguíneo com a presença de aquaporina-4 e canais de potássio nos pés
terminais; 3) Regulação da homeostase extracelular de íons e pH, apresentando canais de K +, Cl-, trocador
Na+/H+ e co-transportadores de Na+/HCO3; 4) Comunicação por junção gap entre astrócitos, onde pode
ocorrer a passagem de íons como o cálcio ou metabólitos energéticos, como o lactato. Figura modificada
de (Seifert et al. 2006)
10
1.1.4.4. Papel dos astrócitos na função sináptica
de sinapses em roedores e, este número pode ser de uma ordem de grandeza maior em
humanos (Halassa et al. 2007, Oberheim et al. 2009). Esta ligação tão próxima entre
exemplo, evita que o sinal inibitório se espalhe para outras regiões (Kinney & Spain
(Fig 1). Uma vez produzida nos astrócito, a glutamina retorna para os neurônios para
11
resposta a estímulo sináptico os receptores ligados a proteína G na membrana dos
entre astrócitos através da passagem de IP3 pelas junções gap e consequente aumento de
células (Perea & Araque 2005, Scemes & Giaume 2006). É importante ressaltar que
esse processo de ativação dos astrócitos por ondas de cálcio é muito mais lento do que a
modelos transgênicos de animais, com funções astrocíticas alteradas, como por exemplo
memória de longa duração. Portanto, cada vez mais estudos relacionam o papel dos
12
astrócitos também como participantes ativos das funções cognitivas (Oliveira et al.
2015).
cerebral é fosforilada nos astrócitos (Hyder et al. 2006). Além disso, estas células são as
glicogênio ocorre nas áreas de alta atividade sináptica. De acordo com isso, o conteúdo
disso, os metabólitos da glicose podem ser transferidos pelas junções gap, e este
processo também é regulado pela atividade neural (Brown & Ransom 2015, Pellerin &
Magistretti 1994). A maior parte da glicose captada pelos astrócitos não será utilizada
13
apresentam baixos níveis de proteínas relacionadas à lançadeira malato-aspartato
molecular (Ex. GFAP e S100B), e hipertrofia celular. Nos casos graves, ocorre
atividades da célula por ganho ou perda de função, podendo ter um impacto tanto
benéfico como prejudicial nas células neurais e não neurais circundantes (Sofroniew
2015).
Alzheimer, encefalopatia hepática, epilepsia, entre outras (Sofroniew & Vinters 2010).
induzidas por estímulos tóxicos. Logo, suas respostas podem modular os efeitos
cerebral. Por exemplo, na encefalopatia hepática, o inchaço dos astrócitos é tido como a
14
principal causa do edema cerebral observado nesta doença. Além disso, estas células
al. 2003). Ainda, a intensidade da gliose reativa, determinada pelos níveis de GFAP,
glutamatérgica (Simpson et al. 2010). A proteína S100B, também está aumentada nos
para esta doença. Recentemente foi relatado que a sua inibição com pentamidina, a qual
1.2. S100B
como marcadora de astrócitos. Apesar disso, a sua expressão não é exclusiva deste tipo
Vives et al. 2003). Contudo, sua expressão pode ser modificada dependendo da função
patológicas, como na doença do Alzheimer (Sorci et al. 2013). Esta proteína está
15
distribuída no citoplasma e núcleo de astrócitos de cérebro adulto, assim como nos
processos astrocíticos das zonas perivasculares (Mbele et al. 2002). A S100B é uma
kDa, e a ligação destas duas subunidades parece ser crucial para sua atividade
extracelular (Berger et al. 2002). A S100B faz parte da família de proteínas S100,
ligantes de cálcio do tipo “EF hand” (Marenholz et al. 2004). Esta proteína funciona
como sinalizadora de Ca2+ e a maioria de suas funções dependem desta interação, uma
vez que quando o Ca2+ se liga na sua estrutura muda a sua conformação expondo seu
sítio de interação (Rustandi et al. 2000). Outros íons, como zinco e cobre, também
apresentam afinidade pela S100B, podendo regular sua função (Marenholz et al. 2004).
relacionada com proliferação e sobrevivência celular. Entre outras ações, esta proteína
inibe a fosforilação do supressor de tumor p53, inibindo sua ativação (Wilder et al.
2006). Ainda, a S100B parece inibir a diferenciação celular, porém apenas nos estágios
iniciais do desenvolvimento celular. Foi relatado que existe uma redução transitória da
astrócitos nocautes para S100B (células geneticamente modificadas que não expressam
16
mostrando a participação desta proteína também na homeostase do cálcio (Xiong et al.
2000).
Ao contrário da maioria das proteínas da família S100, a S100B pode ser encontrada
extracelulares ainda está sob estudo; entretanto, grande parte desses efeitos parece ser
mediado pela ligação com o RAGE (receptor for advanced glycation end products),
apesar de alguns efeitos serem independentes deste receptor (Leclerc et al. 2009).
Estudos sobre a estrutura de ligação revelaram que a S100B se liga ao domínio externo
Estudos em neurônios mostram que a S100B atua como uma proteína neurotrófica
neuritos induzido por S100B parece ser mediado pela ligação com RAGE, ativando
induzem apoptose neuronal, efeito mediado também via RAGE. Esta ligação aumenta
fatores da via ERK1/2, assim como a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs)
e caspase-3 (Fig 2) (Huttunen et al. 2000, Businaro et al. 2006, Donato 2007, Van Eldik
17
Em astrócitos, a S100B estimula a proliferação e migração celular em baixas
neurotoxina trimetilestanho (Reali et al. 2005, Selinfreund et al. 1991). Por outro lado,
em altas doses, a S100B parece induzir a troca de resposta dos astrócitos de trófico para
micromolar de S100B induzem a ativação de oxido nítrico sintase induzível (iNOS) via
efeitos parecem ser mediados via RAGE (Fig 2) (Ponath et al. 2007, Hu et al. 1996,
ativação da via STAT3 (Zhang et al. 2011). Já em concentrações altas, a S100B induz
efeitos também parecem ser mediados por RAGE (Petrova et al. 2000, Reali et al.
18
Fig 2. Representação esquemática dos efeitos da S100B extracelular sobre neurônios, micróglia e
astrócito. Figura modificada de (Donato & Heizmann 2010).
(Tramontina et al. 2006), IL-1β (de Souza et al. 2009), TNF-α (Edwards & Robinson
2006), amônia (Leite et al. 2006), fluoxetina (Tramontina et al. 2008), entre outros.
Por outro lado, a S100B pode ser liberada por lise celular, como no caso de um
proteína S100B como marcadora de dano cerebral tem sido amplamente proposto, uma
vez que esta proteína se encontra aumentada no soro ou líquor (LCR) após várias
19
esclerose lateral amiotrófica, entre outras (Steiner et al. 2011, Rothermundt et al. 2003).
de passagem da S100B do LCR para o soro (Kleindienst et al. 2010, Guerra et al.
2011). Demonstrou-se recentemente que, após uma lesão cerebral traumática, a S100B é
região perivascular entre a pia-máter e os vasos, onde ocorre a troca de substâncias entre
o fluído intersticial e LCR. No entanto, uma inibição desta via bloqueia a passagem de
tóxicos) são mediados pela sua ligação ao RAGE, pouco se sabe sobre como esta
endocitose mediada por receptor (Megias et al. 2000, Gould & Lippincott-Schwartz
2009). Entretanto, se isso ocorre com a proteína S100B ainda precisa ser estudado.
pinocitose capta partículas no fluído. Estes dois processos dependem de actina, a qual
grandes vesículas intracelulares (Mayor & Pagano 2007). Partículas menores podem ser
20
internalizadas via endocitose mediada por clatrina e endocitose mediada por caveolina,
as quais podem ser constitutivas ou desencadeadas pelo processo mediado por receptor
(Gruenberg & van der Goot 2006). As duas vias dependem de uma diversidade de
que atua nas duas vias tendo papel fundamental na cisão da vesícula com a membrana
plasmática. Além disso, outra via de endocitose independente de clatrina e caveolina são
conhecidas, como a ativada por ARF (fator de ribosilação ADP), porém são vias menos
caracterizadas (Conner & Schmid 2003, El-Sayed & Harashima 2013, Mayor & Pagano
formando os endossomos recentes (ER), que representam o ponto chave de destino para
várias proteínas (Fig 3). As moléculas captadas neste processo podem ser reconduzidas
ET ácidos (pH 6,2 e 5,0 - 5,5 respectivamente). Curiosamente, essa acidificação parece
21
estrutura mais homogênea e, ocasionalmente, podem fusionar-se com os ET, ou ainda
autofagia, degradando componentes citosólicos e organelas (Scott et al. 2014, Gould &
22
Além da S100B, GS é amplamente usada como marcadora de astrócitos, uma vez
que está altamente expressa neste tipo celular. Apesar disso, ela não é exclusiva de
Além de ser altamente expressa no cérebro, a GS está presente na maioria dos tecidos
(Meister, 1985, Wang et al., 1996). Esta enzima possui importante função no
sendo evolutivamente bem conservada (Pesole et al. 1991, Kumada et al. 1993). A
atividade desta enzima é a única via conhecida para a produção de glutamina a partir de
proteínas, glicose, purinas e pirimidinas. Este aminoácido também serve como doador e
pelos transportadores de alta afinidade nos astrócitos (EAAT1 e EAAT2). Dentro dos
produzida será reenviada aos neurônios para uma nova sinapse. Esta reação, além de
amônia, uma vez que esta reação liga o íon livre de amônia à estrutura do glutamato
23
A avaliação da atividade da GS é muito importante para compreender as condições
Por este motivo a GS tem sido proposta como um marcador de dano cerebral. De fato, a
traumática (Rose et al. 2013, Jayakumar & Norenberg 2016). Além disso, foi visto no
induzidas por restrição calórica (Ribeiro et al. 2009) ou exercício em esteira (Bernardi
et al. 2013).
São conhecidos três tipos de genes para GS: GSI e III detectados principalmente
uma reação catalítica semelhante para os genes GSI e GSII, em que ligação do ATP à
enzima favorece a ligação com o glutamato (Wang et al. 1996). O fosfato produzido
glutamil fosfato para produzir glutamina (Meister 1968, Liaw et al. 1995). A metionina
vantagem de ser bastante sensível, porém, é de difícil manipulação, uma vez que utiliza
24
compostos radioativos, além de ser um ensaio mais custoso em comparação com
ensaios colorimétricos (Minet et al. 1997). Já nos ensaios colorimétricos, são medidas
duas atividades diferentes da GS: uma atividade sintetase e uma transferase, que pode
utilizada a hidroxilamina, ao invés do íon amônia, uma vez que é mais estável para a
reação in vitro. A atividade sintetase utiliza glutamato como substrato, como se segue:
1985, Juurlink 1982), apesar de que alguns trabalhos contestem isso (Boksha et al.
2000, Herzfeld 1973). Contudo, foi relatado que a reação transferase tem menos
interferentes para avaliação in vitro do que a reação sintetase. Isso se deve ao fato que a
reação de sintetase (Eq. 2) usa ATP como substrato, sendo facilmente hidrolisado pela
1980). Além disso, o ADP produzido na Eq. 2 pode inibir a atividade da enzima,
fazendo com que a reação da transferase seja mais eficiente do que a sintetase
25
(Ehrenfeld et al. 1963, Ronzio et al. 1969). Apesar de ser comumente aplicado, o ensaio
para medir a reação transferase da GS foi menos padronizado do que a reação sintetase.
tecido muscular (Minet et al. 1997) e nas bactérias (Ehrenfeld et al. 1963), porém, foi
pouco padronizado para o tecido cerebral. Foi sugerido que a regulação da atividade da
GS varia em músculo ou fígado, bem como em diferentes regiões cerebrais (Iqbal &
Ottaway 1970, Böttcher et al. 2003). De acordo com a nossa pesquisa, há apenas um
método cromatográfico para a detecção do produto (Seiler et al. 1990). Desta forma,
diferentes tecidos cerebrais, assim como em cultura de astrócitos (Seiler et al. 1990,
Yamamoto et al. 1987). Esta análise permitiria o melhor uso da atividade da enzima
Ao longo dos anos de estudo foi possível provar que os astrócitos eram, ao contrário
funções que esta célula adota (Lange et al. 2012). Graças a este modelo foi possível
difícil acesso in vivo. O estudo em um sistema isolado permitiu verificar, por exemplo,
26
liberação e absorção de glio-moléculas, alterações morfológicas, entre outros fatores.
Além disso, este sistema também contribuiu para a compreensão do papel dos astrócitos
caracterizando assim o envolvimento dos astrócitos com a causa e/ou progressão dessas
expressão de genes em cultura são similares ao in vivo (Hertz et al. 2016). Esse tipo de
cultura vem sendo utilizado como modelo de neuroinflamação (Guerra et al. 2011), de
intoxicação por amônia (Leite et al. 2006), bem como para o estudo da secreção de
diferentes compostos, como a proteína S100B (Nardin et al. 2007) , o ATP (Coco et al.
tais como o alto custo financeiro para a realização da técnica, a necessidade de mão de
linhagens mais utilizadas para o estudo de células astrogliais (Baber & Haghighat 2010,
Benda et al. 1968). Estas células são utilizadas como linhagem celular semelhante à
27
(Parker et al. 1980, Raju et al. 1980, Tabuchi et al. 1982, Haghighat 2005, Baber &
Haghighat 2010). Outro modelo de estudo para este tipo celular é o desenvolvimento de
(Frisa & Jacobberger 2002, Geller & Dubois-Dalcq 1988). Esse tipo celular é
com o plasmídeo pSV3-neo contendo o gene para o grande antígeno T do SV40, o qual
(Ahuja et al. 2005). Esta alteração resulta, portanto, em células mais proliferativas.
Após a seleção de uma única colônia essas células são isoladas e podem ser congeladas.
cultura primária de células; uma maior praticidade, visto que essas células podem ser
armazenadas congeladas e seu emprego não requer o uso de animais, tornando-se uma
imortalizados possuem a vantagem de serem células mais homogêneas, visto que elas
linhagens celulares. Uma vez que essas células são células altamente proliferativas e
apresentam algumas características diferentes das células primárias, o que pode resultar
de astrócitos primários (Zhou et al. 2008) e que sua taxa de proliferação é muito mais
alta, o que pode ser explicado parcialmente devido à baixa expressão de conexinas,
28
sendo usadas como controle negativo nos ensaios de comunicação por junção gap (Leite
et al. 2009). Estudos anteriores mostram que as junções gap são importantes na
podemos citar a formação de ondas de cálcio (Bennett et al. 2003, Scemes & Giaume
(Rouach et al. 2002, Tabernero et al. 2006) e a regulação dos mecanismos de morte
celular (Nodin et al. 2005). Todas essas funções podem estar alteradas nesse tipo celular
e, consequentemente, ele não se torna um modelo adequado para esse tipo de estudo.
cultura primária (Frisa & Jacobberger 2002, Furihata et al. 2016, Morikawa et al. 2001).
células de cultura primária (Lin et al. 1997) e, em alguns trabalhos mostrou-se que as
29
novas estratégias terapêuticas, se torna fundamental a realização de um estudo
conhecimento.
2. Justificativa
proteína S100B e quais seriam os destinos intracelulares desta proteína. Por fim, a
30
Objetivos
estímulos específicos;
astrócitos;
aplicabilidade.
31
3. Resultados
3.1. Capítulo I
Artigo em preparação
32
Molecular and functional characterization of primary culture of astrocytes,
immortalized astrocytes and C6 glioma cells.
Fabiana Gallanda, Marina Seadya, Jessica Tadaya, Soraya Smailib, Carlos Alberto
Gonçalvesa, Marina Concli Leitea
a
Departamento de Bioquímica, Instituto de Ciências Básicas da Saúde, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brazil.
b
Departamento de Farmacologia, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brazil
e-mail adress:
Fabiana Galland – [email protected]
Marina Seady – [email protected]
Jéssica Taday – [email protected]
Carlos-Alberto Gonçalves – [email protected]
Marina Concli Leite - [email protected]
33
Abstract
34
Introduction
Many important advances in the knowledge of astrocytes were facilitated thanks to the
isolation of this cells in culture (Lange et al., 2012). Primary astrocytes cultures allowed
the study of these cells in basal and neurotoxic condition. Although this model may
represent some limitation for being an isolated system, recently, it was demonstrated
that they share similar characteristic of genes when compared with freshly astrocytes
brain (Hertz et al., 2017). Astrocyte culture is a potent instrument to study in a
sophisticated form mechanistic features that it would be difficult to achieve in vivo, as
electrophysiology, calcium signaling, gliosignaling release and uptake, morphologic and
biochemical changes which take place specific in these cells under different insult. This
model may also help in the development of new target drugs in neurodegenerative
disease.
35
Even though these advantages, the isolation of primary astrocytes culture is a laborious
process, is time consuming, present a high maintenance cost, and generate variable
results as are highly heterogeneous cells, making difficult to compare results among
different research groups. An alternative to this model is the use of cell lines, such as C6
(ATCC CCL-10). This glioma cell line is the most commonly used model, isolated
from rat brain tumor (Benda et al., 1968). These cells are used as astrocyte-like cell line
in high passages (over a hundred) due to increased expression of some astrocytes
marker, as GFAP, S100B, GS and glutamate transporters (Baber and Haghighat, 2010;
Haghighat, 2005; Parker et al., 1980; Raju et al., 1980; Tabuchi et al., 1982). Another
model to study astrocytes in culture is immortalized astrocytes, which are genetically
transformed cells with higher proliferative rate (Frisa and Jacobberger, 2002; Furihata et
al., 2016; Morikawa et al., 2001). This linage has the advantage to be originated from a
primary astrocyte culture and not from a tumor. This both type of cell lines provide
more homogeneous features than primary astrocytes cell culture, as are originated from
clones. Furthermore, are easily to manipulate once it can be stocked and thawed. The
high proliferative rate of this cell lines allows faster manipulation and also are cheaper
to maintain.
Despite this facilities, the use of cell lines have been questioned in the literature due to
the glioma features and some different characteristics in compare to primary cells,
which put into question the validity of this cell line models (Haghighat and
McCandless, 1997a, b; Leite et al., 2009; Nardin et al., 2007; Tabernero et al., 2006).
There is no data in literature that show a complete and integrative characterization of
primary astrocytes culture (CP) in compare to linage models, such as immortalized
astrocytes (IA) and C6 glioma cell line (C6). Here we show a comparative analysis of
these three models regarding morphological and functional features. We show
differences in cell morphology and protein expression characteristics of astrocytes, as
GFAP, S100B, aldehyde dehydrogenase 1 family, member L1 (ALDH1L1), aquaporin-
4 (AQP4) and potassium channel-4 (Kir4.1). Furthermore, glutamate metabolism was
characterized, evaluating glutamate uptake and its transporters (EAAT1 and EAAT2),
glutamine synthetase activity, and GSH content. Glucose metabolism was also assessed
using H3-glucose uptake and it transport content (GLUT1). We also evaluated the
communication of these cells by gap junction checking Cx43 expression and Lucifer
yellow communication. In addition, we show the responsiveness of these models under
36
toxic stimulus evaluating astrocytic activation through GFAP content and S100B
secretion, glutamate and glucose metabolism and inflammatory cytokines. This work
contributes to the evaluation of astrocytes culture as an experimental model system
allowing the selection of a suitable model to the study of astrocytes, optimizing the
research in the area of knowledge.
Materials
Primary astrocyte cultures from Wistar rats were prepared as previously described by
(Gottfried et al., 2002). Procedures were carried out in accordance with the NIH Guide
for the Care and Use of Laboratory Animals and were approved by the local authorities.
37
Briefly, cerebral cortices of newborn Wistar rats (1-2 days old) were removed and
mechanically dissociated in Ca2+- and Mg2+-free balanced salt solution, pH 7.4,
containing (in mM): 137 NaCl; 5.36 KCl; 0.27 Na2HPO4; 1.1 KH2PO4 and 6.1 glucose.
The cortices were cleaned of meninges and mechanically dissociated by sequential
passage through a Pasteur pipette. After centrifugation at 1400 RPM for 5 min the pellet
was resuspended in DMEM (pH 7.6) supplemented with 8.39 mM HEPES, 23.8 mM
NaHCO3, 0.1% amphotericin B, 0.032% gentamicin and 10% fetal calf serum (FCS).
Cells were pated into 12 or 24-well- plates pre-treated with poly-L-lysine. Cultures were
maintained in DMEM containing 10% FCS in 5% CO2/95% air at 37°C. Medium was
changed every 3-4 days. Cells were allowed to grow to confluence, and used at 21 days
in vitro (DIV).
The C6 glioma cell line was obtained from the American Type Culture Collection
(Rockville, MD). Late passage cells (i.e., after at least 100 passages) were seeded in 25
cm2 flasks and cultured in DMEM 10% FCS (same medium described for astrocytes
primary culture). Exponentially growing cells were detached from the culture flasks
using 0.05% trypsin/ethylenediaminetetraacetic acid (EDTA) and seeded in 12 or 24-
well plates. Cells were allowed to grow to confluence, and used in 3 DIV.
Briefly, astrocyte primary culture with 11 DIV was transfected with a mixture of 3 µg
of pSV3-neo plasmid and 10 µg of lipofectAMINE (GIBCO) during 5 h. As a control,
cells were also transfected with GFP plasmid (pcDNA3 vector). Four days after
transfection, the antibody G418 was added for the selection of neomycin-resistant
colonies. The medium was changed every 3-4 days and the concentration of G418 was
gradually increased from 200 to 800 µg/mL. After 3 weeks, isolated colonies were
selected and seeded in 24-well plates and gradually expended until 75cm2 flasks. The
transfected cells were maintained in DMEM with 10% FCS, 1%
peniciline/streptomicine and 200 µg/mL of G418. Immortalized astrocytes of 10 to 30
passages were used for the experiments.
Immunocytochemistry
38
Immunocytochemistry was performed as described previously by (Lasič et al., 2016)
with some modification. Briefly, cell cultures were fixed with 4% paraformaldehyde/4%
sucrose for 10 min and permeabilized with 0.1% Triton X-100 in PBS for 20 min at
room temperature. After blocking 1 h with 2% albumin bovine, the cells were incubated
overnight with anti-GFAP, anti-S100B, anti-actin. For primary astrocytes culture
antibodies were incubated at concentration of 1:1000 and for immortalized astrocytes
(IA) and C6 glioma cells antibodies were incubated at 1:250. After 3 washing steps with
PBS, specific secondary antibody conjugated with Alexa Fluor 488 (green staining) or
568 (red staining) was incubated for 1 h at room temperature. For all the
immunostaining-negative controls, the reactions were performed by omitting the
primary antibody. No reactivity was observed when the primary antibody was excluded.
Cell nuclei were stained with 0.2 mg/ml of 4’,6’-diamidino-2 phenylindole (DAPI). The
cells were visualized with a Nikon inverted microscope and the images were transferred
to a computer with a digital camera (Sound Vision Inc.).
S100B measurement
S100B was measured by ELISA, as previously described by (Leite et al., 2008). Briefly,
50 μl of sample (previously homogenized and diluted) plus 50 μl of Tris buffer 50 mM
were incubated for 2 h on a microtiter plate previously coated overnight with
monoclonal anti-S100B and blocked for 1 h with 2% albumin from chicken egg.
Polyclonal anti-S100 was incubated for 30 min and then peroxidase-conjugated anti-
rabbit antibody was added for a further 30 min. The microtiter plate was rinsed tree
times between each step with a wash solution. O-phenylenediamine was added for 30
min and the colorimetric reaction was determined at 492 nm. The standard S100B curve
ranged from 0.002 to 1 ng/ml.
GFAP measurement
The ELISA for GFAP was carried out, as previously described by (Tramontina et al.,
2007). Homogenates of cell culture (100 µl) previously diluted in TBS or standard
human GFAP (from Calbiochem) ranging from 0.1 to 5 ng were incubated in microtiter
plates for 24 h at 4°C. After blocking with 5% M-TBS for 2 h at room temperature, it
was incubated a rabbit polyclonal anti-GFAP (dilution in 0.5% M-TBS) for 1 h. Then,
secondary antibody conjugated with peroxidase it was incubated for 1 h at room
temperature. The microtiter plate was rinsed tree times between each step with a wash
39
solution. O-phenylenediamine was added for 30min and the colorimetric reaction was
determined at 492 nm.
The enzymatic activity of glutamine synthetase was determined using the procedures
described previously by (Minet et al., 1997), with modifications. Briefly, homogenized
sample diluted in 50 mM imidazole were incubated with (mM): (50 imidazole, 50
hydroxylamine, 100 L-glutamine, 25 sodium arsenate dibasic heptahydrate, 0.2 ADP, 2
manganese chloride, pH 6.2) and incubated for 15 min at 37°C. The reaction was
stopped by the addition of 0.2 ml of 0.37 M FeCl3, 200 mM trichloroacetic acid, and
0.67 M HCl. After centrifugation, the absorbance of the supernatant was measured at
540 nm and compared to the absorbance generated by standard quantities of γ-
glutamylhydroxamate acid (Sigma) diluted in the same solution than the samples.
Glutamine synthetase activity was expressed as µmol/h/mg prot.
GSH
Glutamate uptake was measured, as previously described by (Gottfried et al., 2002) with
some modifications (Thomazi et al., 2004). Cell culture were incubated at 37 °C in
Hank’s balanced salt solution (HBSS) containing (in mM): 137 NaCl, 5.36 KCl, 1.26
CaCl2, 0.41 MgSO4, 0.49 MgCl2, 0.63 Na2HPO4·7 H2O, 0.44 KH2PO4, 4.17 NaHCO3
and 5.6 glucose, pH 7.4. The assay was started by the addition of 0.1 mM l-glutamate
and 0.66 μCi/mL L-[2,3-3H] glutamate. Incubation was stopped after 7 min for PC and
10 min for IA and C6 cells, by removing the medium and rinsing the cells three times
with ice cold HBSS. The slices were then lysed in a 0.5 M NaOH solution. Sodium-
40
independent uptake was determined using N-methyl-D-glucamine instead of NaCl.
Sodium dependent glutamate uptake was obtained by subtracting the non-specific
uptake from the total uptake to obtain the specific uptake. Radioactivity was measured
in a scintillation counter. Results were expressed as nmol/mg protein/min.
Glucose uptake was measured as previously described (Pellerin and Magistretti, 1994),
with modifications. Cell cultures were rinsed in with HBSS. Subsequently, cells were
incubated at 35 °C in HBSS (described above). The assay was initiated by the addition
of 0.1 μCi/ well deoxy-d-glucose, 2-[3H(G)]. The incubation was stopped after 15 min
by removing the medium and rinsing the slices three times with ice-cold HBSS. The
slices were then lysed in a solution containing 0.5 M NaOH. Glucose uptake was
calculated by subtracting the non-specific uptake, obtained by the glucose transporter
inhibitor, cytochalasin B (10 μM), from the total uptake in order to obtain the specific
uptake. Radioactivity was measured using a scintillation counter. Results were
expressed as nmol/mg protein/min.
Cell culture were homogenized in sample buffer (0.0625 M Tris–HCl, pH 6.8, 2% (w/v)
SDS, 5% (w/v) b-mercaptoethanol, 10% (v/v) glycerol, 0.002% (w/v) bromphenol
blue), subsequently boiled and centrifugated. Equal amounts (25 µg) of proteins were
electrophoresed in a 12% (w/v) SDS–polyacrylamide gel. The separated proteins were
blotted onto a nitrocellulose membrane. Membranes were incubated in TBS-T (20
mmol/L Tris–HCl, pH 7.5, 137 mmol/L NaCl, 0.05% (v/v) Tween-20) containing 2%
(w/v) bovine albumine for 1 h at 4°C. Subsequently, the membranes were incubated
overnight, at 4°C, with the appropriate primary antibodies at concentration (1:5000):
anti-GFAP, anti-vimentin, Anti-GS, anti Kir4.1, anti-AQ-4, anti ALDH1L1, anti-Cx43,
BDNF, EAAT1, EAAT2, anti-Glut-1. Membranes were then rinsed with TBS-T, and
exposed to horseradish peroxidase-linked anti-IgG antibodies for 1 h at 4°C. Equivalent
loading of each sample was confirmed with anti-actin. The chemiluminescence signal
was detected using an ECL kit from Amersham and evaluated in the luminescence
image analyzer (Image Quant LAS4000 from GE). The luminescence signal was
analyzed using ImageJ software.
41
Lucifer Yellow
Scrape loading/dye transfer was carried out as previously described (Leite et al., 2009).
After treatment, the conditioned incubation buffer was removed and saved. The cultures
were quickly and carefully rinsed in Ca+2 -free HBSS to prevent uncoupling of the cells
as a result of high Ca2+ levels. Two parallel scrapes were performed with a scalpel blade
in the Ca+2 free HBSS with 0.1% (w/v) Lucifer yellow at room temperature. Disruption
of the cell membrane allows the dye to permeate the cell and to diffuse to surrounding
cells through GJ channels. The dye was rinsed away with HBSS after 1 min. The
conditioned incubation buffer was reintroduced and cultures were left for 7 min. After
that, cells were viewed with a Nikon inverted microscope and images transferred to a
computer with a digital camera. All images are representative fields from at least three
experiments carried out in triplicate.
Protein determination
Protein content was measured by Lowry’s method, modified by Peterson, using bovine
serum albumin as standard (Peterson, 1977).
Statistical analysis
Parametric data are reported as means ± standard errors and were analyzed by one-way
analysis of variance (ANOVA) followed by Duncan’s test, using SPSS-16.0. Tests are
specified in the legends, with the level of significance set at p < 0.05.
Results
Astrocytes basal morphology was evaluated in PC, IA and C6 (Fig 1). To this
comparison it was evaluated actin, GFAP and S100B by immunocytochemistry. As
show in images, PC and IA presented similar polygonal shape with some cell process
and actin label more delimited and with organized filaments. In contrast, C6 glioma
cells presented elongated body and with diffuse actin fibers. Cell morphology was also
evaluated after stimulated condition with forskolin, which is a classic stimulus that
induces morphology changes due to variation on intracellular levels of cyclic AMP
(Frizzo et al., 2004). PC and C6 showed stellated characteristic shape after forskolin
42
treatment noted in all labeled proteins. Nevertheless, PC was able to issue longer and
thin process than C6 cells. Unexpectedly, IA did not respond to forskolin stimulus.
In order to evaluate the maturation of these cells the GFAP/Vimentin ratio was
assessed. All three cell types showed greater levels of GFAP in compare to vimentin,
indicating differentiated cells (Fig 2A). Characteristic proteins markers for astrocytes as
GFAP and S100B ware evaluated, as well as proteins that are abundantly expressed in
this glial cells as ALDH1L1, AQP4 and Kir4.1. As noted in Fig 2 (B-E) GFAP, S100B,
ALDHL1 and AQP4 have reduced intracellular content in the two linage cells,
compared with PC. Interestingly, Kir4.1 showed similar levels in three cells models (Fig
2 F).
Astrocytes are the main energy supplier in brain, and have the important function to
uptake glucose, stock or distribute to neurons. In the comparison between the three
types of cells, C6 glioma cells uptake glucose in a significantly higher rate than PC and
IA (Fig 4A). Despite this data, PC presented high glucose transporter (GLUT-1) content
in compare to IA and C6 (Fig 4B).
Astrocytes are interconnected by gap junction forming a syncytium between them. This
is an important characteristic which may be essential for many astrocytes function
(Rouach et al., 2002). This communication was evaluated by the analysis of Conexin43
43
content, the most abundantly expressed connexin in astrocytes culture, and by the
transfer of Lucifer Yellow. Connexin 43 is lower expressed and gap junction
communication is reduced in linage cells when compared to PC (Fig 5).
Considering that the three models of astrocyte presented variation in basal protein
profile, we wondered if they would respond different to the same stimulus. We used
stimuli which are already described in the literature to interfere in astrocyte function. As
shown in table 1, LPS treatment induced a decrease in S100B secretion in PC and C6.
The same cells were affected under an oxidative damage induced by hydrogen peroxide,
regarding GS activity and GSH content. In addition, S100B treatment affected glucose
uptake in all cell models. In summary, PC and C6 present similar response under the
same stimulus, in opposite to IA which showed no effect in most stimulus tested.
Discussion
With the advent of primary culture of astrocytes it was possible to explore individual
characteristics of this type of cell in physiologic and toxic states which help to
understand brain functionality. The purpose of this study was to compare primary
astrocyte culture, genetically modify immortalized astrocytes or C6 linage cells
regarding morphological and functional features in basal and stimulated conditions.
Although commonly used, lineage characterizations are sparse, showing isolated
features analysis, and often not compared to a normal astrocyte. A complete and
integrative analysis of each cell in a single study allowed straight comparison, keeping
the same culture conditions such as culture protocol and medium composition.
The plasticity capacity of astrocytes may be critical for studying cellular functions,
since it is known that astrocyte emitting process regulate extracellular
microenvironment and interfere in the synaptic activity of neurons (De Pittà et al., 2016;
Ostroff et al., 2014). The capacity of the cell in culture to emit process and respond with
morphological changes to some treatment is a very efficient and used tool for the
evaluation of astrocytes function. In this work, morphology evaluation in basal
condition showed that PC and IA have similar polygonal shape and regular filaments
44
then C6 cells, which presented triangular cell body and irregular network. Accordingly,
a previous work observed differences in actin cytoskeleton structure between C6 and
PC, associated with C6 invasiveness(Zhou et al., 2008). Although, the morphologic
similarity with PC, IA did not respond to forskolin stimuli, which is a classical stimulus
that mobilize intracellular levels of cAMP, indicating restriction of this cells to the
study of cell plasticity. Similarly, in another work, immortalized cell lines did not
change the levels of GFAP expression in response to dibutyryl cAMP, as C6 and PC did
(Geller and Dubois-Dalcq, 1988). In opposite, PC and C6 cell showed high capacity to
change morphology after stimuli, contracting neatly their cell body and emitting long
process. Nevertheless, it was clear in our analysis that PC showed prominent thin and
long process than C6 cell. Interestingly, in another work, primary cell culture loses
process after subcultured, indicating that this procedure may interfere in the morphology
responsiveness of the cell (Passaquin et al., 1994). A similar process may occur in C6
and IA which have many passages. Furthermore, a reduction in astrocyte cell process in
C6 cells may also be explained by less quantities of GFAP, which is known to be
essential to astrocyte hypertrophy (Wilhelmsson et al., 2004).
Astrocytes are highly heterogeneous cells and present variation of characteristic and
function depending on cerebral region or specific pathologic context. Nevertheless,
astrocytes share some function similarities and some molecular markers that are used to
distinguish these cells from other glial cells. It is known that during development
GFAP/vimentin ratio increase, which is associated with astrocytic differentiation
(Menet et al., 2001). Here we show that all three models of analyzed cells presented
higher levels of GFAP than vimentin.
46
rate of C6 cells under glutamate stimulus (Vanhoutte and Hermans, 2008), showing a
negative correlation between glutamate transporters and cell proliferation.
Some contradictory results are found in the literature when different models of astrocyte
culture are submitted to the same treatment (Haghighat and McCandless, 1997a; Leite et
al., 2009; Morikawa et al., 2001; Nardin et al., 2007). These results variation make
difficult the analysis and question the validity of the model. Therefore, we tested how
the three different models of astrocyte culture would respond to the same treatment. For
that, we used stimuli that were already known in the literature to cause functional
changes in primary culture. It is important to mention that variation in culture response
may also be influenced by differences in culture procedure, such as medium
composition, culture plate coating, subculture and days in vitro (Lange et al., 2012).
These differences may interfere in gene expression and morphology variation
(Passaquin et al., 1994). In fact, recently it was seen that extracellular matrix
composition determines astrocyte responses to mechanical and inflammatory stimuli
(Johnson et al., 2015). In this work, we maintained equal procedure to all three cultured
models, ensuring that the effects observed of treatment were due to biological cell
variation.
48
Overall, our results showed that PC and C6 cells respond similarly to the same stimulus,
regarding S100B secretion, GSH oxidative metabolism, glutamine synthetase activity
and glucose uptake (Table 1). Therefore, although they often presented differences in
the basal amount of protein, the activated pathways appear to be similar in tested
stimulus. In contrast, IA showed little reactivity in the assays tested, presenting similar
response to PC only in glucose uptake analysis, indicating that it is not a good model for
the study of astrocytes features, at least this clone transfected. Recently it was shown
that p53 isoform expressed in different passages, regulates astrocyte-mediated
neuroprotection and neurodegeneration (Turnquist et al., 2016). Therefore, IA that has
p53 inhibited (due to the transfection process) may have compromised functionality.
The proliferative rat it is one of the main differences between PC and linage cells. It is
known, that IA and C6 growth in much higher degree than PC, which may explain some
basal differences related in protein profile. These linage cells may present an incomplete
differentiation phenotype while invest more in proteins related to cell proliferation. In
fact, the levels of any specific protein inside cell are dynamic. Gene expression may
vary dependent on cell density or cell cycle transition time. For example, a decrease in
proliferative associated genes is expected in confluence cells or, an upregulation in
differentiated associated genes (Frisa and Jacobberger, 2002). The attenuation in
proliferative abilities may allow the cell to undergo more differentiated status.
Therefore, it is important in this analysis, and in any other study that uses these cell
models, to maintain a confluence pattern to reach gene expression stability.
In general, our results showed that the two models of cell lines (IA and C6) were
positive for astrocytic characteristics proteins, but in much lower amount. Although IA
presented a slower growth rate than C6 cells, and a similar basal morphology with PC,
they did not prove to be a good reproductive model of the classic astrocytic functions.
In contrast, C6 cells, which have a tumorigenic origin, were able to present
differentiated characteristics, resembling more to astrocytes. In addition, the response of
these cells to the same stimulus was equivalent to PC.
Conclusion
49
each cell model, but also the functionality of this proteins regarding glutamate and
glucose metabolism and cell communication. Furthermore, variation in cellular
morphology or biochemistry response under the same stimulus was also assessed.
Based on our data, although PC is more time-consuming and costly technique, the use
as a reproductive model for astrocyte studies is undoubtedly preferential. However, the
C6 cell line, although present some limitations seems to functionally reproduce an
astrocyte in a considerable way. These cells may represent a good astrocytic model for
initial studies to detect in a faster way some characteristics which astrocytes are
involved, although for a deep analysis PC may be rather selected. All these issues must
be considered for the choice of a suitable model for the study of astrocyte. These work
provided limitation and the advantages of each culture, optimizing the research in the
area of knowledge.
50
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57
Table 1 Astrocytes culture response under stimulus
Assay Stimulus PC IA C6
LPS 1 µg/mL ↑ -- --
GFAP
24h (1) 178.1* ± 20 % 81 ± 10.2 % 122 ± 27 %
LPS 1 µg/mL ↓ -- ↓
S100B
24h (2) 77.6* ± 6.2 % 121.5 ± 30 % 37.5* ± 4.8 %
H2O2 50 µM ↓ -- ↓
GS activity
3h (3) 84.6* ± 3.4 % 125 ± 11 % 75.6* ± 8.9 %
S100B 0.1ng/mL ↓ ↓ ↓
Glucose uptake
30 min (4) 67.6* ± 4.8 % 78.6* ± 7.8 % 66.8* ± 11.7 %
H2O2 50 µM ↓ -- ↓
GSH content
3h (5) 70.2* ± 8.0 % 91.4* ± 6.3 % 66.9* ± 9.2 %
Table 1. Astrocytes were treated with the indicated stimulus and times and assays were
preceded. Stimuli were chosen in accordance with previews works which showed
alteration in PC parameters: 1 and 2 (Guerra et al., 2011); 3 (Fernandes et al., 2011), 4
(Dringen et al., 1999) 5 (Wartchow et al., 2016). Numbers indicate the percentage in
relation to controls. Arrows up indicate an increase, arrows down indicate a reduction in
compare to controls and trace indicates no effect. Statistical analysis was performed T-
test, with a significance level of p < 0.05.
Legends of Figures
Fig 2. Astrocytes markers protein profile in PC, IA and C6. The content of
characteristic proteins of astrocytes were analysed in basal condition in PC, IA and C6.
Imunoblot for GFAP and vimentin ratio (A); GFAP (B) and S100B (C) content was
measured by ELISA; ALDH1L1 (D); AQP4 (E) and Kir4.1 (F) content was measured
by immunoblot. Representative immunoblot are shown in inserts. Each value is the
mean (± standard error) from at least 5 experiments. Statistical analysis was performed
one way ANOVA followed by Tukey’s test, with a significance level of p < 0.05.
58
Fig 3. Characterization of glutamate metabolism in PC, IA and C6 cells. Glutamate
uptake was examined in cells in basal condition by radiometric assay (A). The
immunocontent of EAAT1 (B) and EAAT2 (C) was measured by immunoblot.
Glutamine synthetase activity was measured by a colorimetric assay (D) and GS
immunocontent by immunoblot analysis (E). GSH content was measured by
fluorimetric assay (F). Representative immunoblot are shown in inserts. Each value is
the mean (± standard error) from at least 5 experiments. Statistical analysis was
performed one way ANOVA followed by Tukey’s test, with a significance level of p <
0.05.
59
Figure 1
60
Figure 2
61
Figure 3
62
Figure 4
63
Figure 5
64
3.2. Capítulo II
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
3.3. Capítulo III
81
Standardization of a routine protocol for glutamine synthetase activity in
astrocytes and cerebral tissue, using glutamyl-transferase activity
Fabiana Galland, Marina Seady, Jessica Taday, Carlos Alberto Gonçalves, Marina
Concli Leite
e-mail adress:
Fabiana Galland – [email protected]
Marina Seady – [email protected]
Jéssica Taday – [email protected]
Carlos-Alberto Gonçalves – [email protected]
Marina Concli Leite - [email protected]
82
Abstract
Classically glutamine synthetase (GS) converts glutamate and NH4+ into glutamine,
playing an important role in glutamine-glutamate cycle in brain tissue and alterations of
this enzyme have been described in neurodegenerative diseases, including Alzheimer´s
disease. Beyond synthetase activity, GS has also the transferase activity, which converts
glutamine and hydroxylamine into γ-glutamyl-hydroxamate. This reaction also reflects
GS activity but the assay was little standardized for brain tissue and would be very
useful for clinical and experimental studies. The aim of this study was to evaluate an
assay for the measurement of glutamyl-transferase activity of GS in a colorimetric
method for the applicability in different brain tissues, in astrocytes culture and C6
lineage cells. The assay was accurate, sensible and linear. It had a good reproducibility
having good intra and inter assays coefficients. It was applicable in many brain
structures and in glial cultures. The assay is specific for GS activity, as a selective
inhibitor of GS (MSO) reduces its activity, but not the quantity of enzyme. This assay
has the advantage of being less subjective to interference than synthetase reaction, fast
and samples were stable after thawing. Increase in GS activity may reflect on glia
maturation, furthermore, this assay is useful for the investigation of this enzyme in
physiological and pathological situations.
83
1. Introduction
Three types of GS genes are known: GSI and III mainly detected in bacteria, and GSII
present in eukaryotic cells [3]. Similar catalytic reaction has been reported for GSI and
GSII genes in which ATP bond to the enzyme favored glutamate binding. The
84
phosphate produced by the cleavage of ATP to ADP remain attached to the enzyme,
changing the complex enzyme conformation forming the binding site for ammonia,
which attacks the intermediate γ-glutamyl phosphate to yield glutamine [17, 18].
Methionine sulfoxamine (MSO) is an irreversible inhibitor of the enzyme, which is
phosphorylated in the presence of ATP and interacts with the active site of the enzyme.
Two main methods are used to determine GS activity: radioactive and colorimetric
assays. The first method has the advantage of being highly sensible; however, it is
costly and of difficult employment since the use of radioactive compounds request extra
care of manipulation from the researcher [19]. In colorimetric assays two different
activities of GS are measured: a synthetase and a transferase reaction, which may occur
in different active sites of the enzyme [4]. Both reactions produce as final product γ-
glutamyl-hydroxamate, which react with ferric chloride producing a characteristic
yellowish color. Hydroxylamine, which is more stable for in vitro reaction, is used
instead of ammonia. The synthetase reaction use glutamate as a substrate, as follow:
The transferase and specially the synthetase activity were very well characterized by
Meister and co-workers [4, 18, 20]. Both activities (Eq. 2 and 3) are present in the same
highly purified pellet and respond identical to the same treatment. Thus, both reactions
may reflect the levels of the same protein [4, 21]. The transferase reaction has the
advantage to have less interference for in vitro measurements than the synthetase
reaction, since synthetase reaction (Eq. 2) uses ATP as a substrate and it could be easily
hydrolyzed by the ATPase present in homogenate tissues [22, 23]. Furthermore, ADP
produced in equation 2 was shown to inhibit the enzyme [24]. Still, transferase reaction
was shown to be 10 times faster than synthetase in sheep brain [25, 26]. Despite being
commonly applied, GS transferase assay was less standardized than synthetase method.
Glutamyl-transferase activity assay was shown to be accurate and reliable in muscle
tissue [19] and in bacteria [26], however, was little standardized for brain tissue. In fact,
in the best of our knowledge, there is only one paper that standardized this method in
cerebral tissue, although with some differences in substrate composition, the use of
85
chromatographic method to identify γ-glutamyl-hydroxamate product and without
discriminate different cerebral regions [27]. It was suggested that GS enzyme from
muscle and kidney, or even in different regions from the brain are differently regulated,
therefore it is important standardize a method that is suitable for cerebral tissue [28, 29].
For this purpose, in this work we characterized an assay for glutamyl-transferase
activity of GS for the applicability in different brain tissues and in astrocytes culture.
We evaluated the sensibility and the linearity of the assay in time and quantity of
protein. We tested precision of the method evaluating intra and inter assays coefficients.
Stability of the enzyme after freezing and inhibition of activity comparing with its
expression was also assessed.
Thirty-day old female Wistar rats were obtained from the Central Animal House of the
Department of Biochemistry, ICBS, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, RS – Brazil. The animals were maintained on a 12:12 h light/dark cycle (lights
on 07.00–19.00 h) in an air conditioned constant temperature (22°C ± 1°C) colony
room, with free access to water and a 20% (w/w) protein commercial chow (SUPRA,
Porto Alegre, RS, Brazil). The experimental protocol was approved by the Ethics
Committee for animal research of the Federal University of Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, Brazil and followed the “Principles of Laboratory Animal Care (NIH
publication 85-23, revised 1996). All efforts were made to minimize the number of
animals used and their suffering.
Rats were killed by decapitation, without any previously treatment, and cerebral
structures (cerebral cortex, hippocampus, cerebellum, striatum and hypothalamus) were
quickly dissected out and sliced. The tissue samples were immediately homogenized to
glutamine synthetase activity measurement or frozen for sample stability test.
86
2.2. Astrocytes Cell culture
Primary astrocyte cultures from Wistar rats were prepared as previous described [30].
Procedures were carried out in accordance with the NIH Guide for the Care and Use of
Laboratory Animals and were approved by the local authorities. Briefly, cerebral
cortices of newborn Wistar rats (1-2 days old) were removed and mechanically
dissociated in Ca2+- and Mg2+-free balanced salt solution, pH 7.4, containing (in mM):
137 NaCl; 5.36 KCl; 0.27 Na2HPO4; 1.1 KH2PO4 and 6.1 glucose. The cortices were
cleaned of meninges and mechanically dissociated by sequential passage through a
Pasteur pipette. After centrifugation at 1400 RPM for 5 min the pellet was resuspended
in DMEM (pH 7.6) supplemented with 8.39 mM HEPES, 23.8 mM NaHCO3, 0.1%
amphotericin B, 0.032% gentamicin and 10% fetal calf serum (FCS). Cultures were
maintained in DMEM containing 10% FCS in 5% CO2/95% air at 37°C, allowed to
grow to confluence, and used at 21 days in vitro.
The C6 glioma cell line was obtained from the American Type Culture Collection
(Rockville, MD). Late passage cells (i.e., after at least 100 passages) were seeded in 25
cm3 flasks and cultured in DMEM 10% FCS (same medium described for astrocytes
primary culture). Exponentially growing cells were detached from the culture flasks
using 0.05% trypsin/ethylenediaminetetraacetic acid (EDTA) and seeded in 12 or 24-
well plates. Cells were allowed to grow to confluence, and used at 3 days in vitro.
Fetal calf serum (FCS), Dulbecco’s modified Eagle’s medium (DMEM) and other
materials for cell culture were purchased from Gibco [Carlsbad, USA]. Poly-L-lysine,
hydroxylamine, L-glutamine, adenosine 5′-diphosphate sodium salt, L-Glutamic acid γ-
monohydroxamate and L-methionine sulfoximine were purchased from Sigma [St.
Louis, USA].
All solutions were prepared with distilled water. Imidazole and hydroxylamine were
adjusted to pH 6.8 with hydrochloric acid. Solutions were stored at 4°C except for
glutamine, ADP, hydroxylamine and L-Glutamic acid γ-monohydroxamate which were
stored at -20°C.
87
2.6. Protein determination
Protein content was measured by Lowry’s method modified by Peterson using bovine
serum albumin as standard [31].
The enzymatic activity of glutamine synthetase was determined using the procedures
described previously [19] with modifications. Confluent astrocytes culture or rat tissue
sample were homogenized in 50 mM imidazole and lysed on ice with syringe.
Homogenates (100 µL) were incubated with 100 µL of the solution (mM): (50
imidazole, 50 hydroxylamine, 100 L-glutamine, 25 sodium arsenate dibasic
heptahydrate, 0.2 ADP, 2 manganese chloride, pH 6.8) 15 min at 37°C. To avoid the
non-enzymatic formation of γ-glutamylhydroxamate, this solution was prepared
immediately before its use. The reaction was stopped by the addition of 200 µL of 0.37
M FeCl3, 200 mM trichloroacetic acid, and 0.67 M HCl. Insoluble material was
removed by centrifugation at 1000 g for 15 min. The absorbance of 200 μL supernatant
was measured at 540 nm on a microtiter plate (SpectraMax I3, Molecular Devices).
Blank (the same volume of water instead of sample) or standard quantities of γ-
glutamylhydroxamate acid (Sigma) ranged from 0,156 mM to 10 mM, containing the
total incubation mixture, were compared with the absorbance of the samples. Glutamine
synthetase activity was expressed as µmol/h/mg prot.
Confluent astrocytes culture from 24 well plates or a slice of 300 µm of brain tissue
sample were homogenized in 50 µL of imidazole (50 mM) and lysed on ice with
syringe. Several dilutions were made from the first homogenized and GS activity was
measured as previously described.
Confluent astrocytes culture from 24 well plates or a slice of 300 µm of tissue sample
were homogenized in 200 µL of imidazole (50 mM) and lysed on ice with syringe. GS
activity was measured and the reaction was stopped at 5, 10, 15, 20, 25 or 30 minutes.
88
2.10. GS activity inhibition
In order to determine the stability of the enzyme after freezing, the enzymatic reaction
was measured fresh, 1 or 7 days after frozen in -20 or -80°C. Cell culture samples were
homogenized in (mM): 50 imidazole, 100 EGTA and 100 EDTA and frozen in solution.
Cerebral tissue samples were frozen dry.
Cerebral tissues of rats or cell culture were homogenized in sample buffer (0.0625 M
Tris–HCl, pH 6.8, 2% (w/v) SDS, 5% (w/v) b-mercaptoethanol, 10% (v/v) glycerol,
0.002% (w/v) bromphenol blue), boiled and centrifuged 5 min at 10000g. Equal
amounts (30 µg) of proteins from each sample were electrophoresed in a 12% (w/v)
SDS–polyacrylamide gel. The separated proteins were blotted onto a nitrocellulose
membrane. Anti-Glutamine Synthetase was used at a dilution of 1:10000. After
incubating with the primary antibody for 24 h at 4°C, filters were washed and incubated
for 1h at 4°C with peroxidase-conjugated anti-goat immunoglobulin (IgG) at a dilution
of 1:5000. Equivalent loading of each sample was confirmed with anti-actin, except
from the culture sample, as different cells contains different amounts of actin. The
chemiluminescence signal was detected using an ECL kit from Amersham and
evaluated in the luminescence image analyzer (Image Quant LAS4000 from GE). The
luminescence signal differences were analyzed using ImageJ software.
Parametric data are reported as means ± standard error and were analyzed by T-test or
one-way analysis of variance (ANOVA) followed by Duncan’s test, in the SPSS-16.0.
Tests are specified in the legends, with the level of significance set at p < 0.05.
89
3. Results
In order to verify the reliability of the technique the linearity of the assay was tested
with time of incubation and with quantity of protein in different samples (Fig 2).
Astrocytes culture and hippocampal slices show high linearity between 5 and 30
minutes of incubation with R=0.9879 and R=0.9804, respectively (Fig, 2A and B). The
quantity of product formed was also correspondent with the amount of protein either in
culture cells (Fig 2C) or hippocampal slices (Fig 2D), showing linearity of R=0.9898
and R=0.9871, respectively. All subsequent experiments were performed using an
incubation time of 15 min.
90
conditions (-20 or -80°C). It is important to mention that the stability of the enzyme was
not preserved after a moth frozen (data not shown).
GS activity was detectable in astrocyte culture, C6 glioma cell line and different areas
of the brain (Fig 3). C6 glioma cell line showed significantly less enzyme activity than
astrocytes cell culture (Fig 3A). Immunocontent of enzyme was also measured (Fig 3A,
insert). In tissue sample, cerebellum showed an increased enzyme activity compared to
other cerebral regions (Fig 3B). GS content was also measured by immunoblotting
showing higher expression of the enzyme in cerebellum (Fig 3B, insert).
In order to evaluate the functionality and specificity of the assay we tested two GS
modulators: MSO, a specific inhibitor of the enzyme, and peroxide, a general oxidant.
First, we tested the inhibitors MSO and peroxide (both 5 mM) in homogenates of
astrocyte culture for 1h, followed by GS activity assay (Fig 4). In another set of
experiments we tested both inhibitors MSO (1mM) and peroxide (50 µM) in astrocytes
culture treated during 3 h, followed by GS activity assay (Fig 5). In both situations we
observed a statistical reduction in GS activity. It is important to mention that neither
MSO nor hydrogen peroxide caused a reduction of GS expression as seen in
immunoblotting analysis (Fig 5, insert).
4. Discussion
91
providing a good method to study the enzyme in physiologic condition state and
neurodegenerative diseases.
In addition, it was shown the applicability of the assay in different cerebral structures, in
astrocytes culture and in C6 glioma cell line (Fig 3). This assay showed to be highly
sensible, detecting GS activity even in cells with little amount of enzyme, such as C6
glioma cell line. It was shown that ammonia is differentially metabolized, depending on
brain region [34, 35], probably due to differences in astrocytes GS content or activity
from different regions of the CNS [36]. In fact, in our investigation, cerebellum showed
greater basal activity of GS when compared with other regions analyzed, and this
correspond with greater GS immunocontent as showed in western blot analysis.
Interestingly, Cao Danh and coauthor (1985) also obtained high GS activity in
cerebellum of rats compared with similar brain areas analyzed [37].
In our results, GS activity was reduced with MSO or peroxide treatment with no
alteration in the enzyme content. These data, not only demonstrate the specificity of the
assay, but show the importance to measure the activity of the enzyme rather than only
its expression. A commitment in enzyme activity may provide more information about
some physiologic alteration, such as oxidative damage, which results in the enzymatic
impairment.
It is known that enzymatic activity is highly dependent on its structure; and any
conformation change may interfere in its activity. In fact, freezing and thawing may
alter protein structure, which can be misinterpreted in activity assays. Here we show
that GS activity in dry freezing samples and in homogenates of cell culture was not
affected by freezing and thawing. The enzyme was stable up to 1 week, frozen either in
- 20°C or -80°C. It is important to say that the addition of protease inhibitor (PMSF,
EGTA and EDTA) was essential for the maintenance of activity in culture sample
homogenates. Without the addition of these inhibitors, cell culture samples were not
stable even for 24 h frozen (data not shown). Ensuring the stability of the enzyme after
thawing is extremely important to the reliability of the results, and provides better
flexibility to the researcher to do the analysis after experiment.
92
5. Conclusion
Despite being commonly used, the GS transferase activity assay it was little
standardized in cerebral tissue [27]. Considering that may be differences in GS activity
from different organs it is important to characterize an assay specific for cerebral tissue
[28, 29]. Here, we characterized a colorimetric assay that measures transferase activity
of GS showing accuracy, sensibility and linearity. We demonstrate that it is applicable
in many structures of the CNS and in cell culture. GS transferase activity assay was
shown to be highly sensible to MSO treatment without changing the expression of the
enzyme, showing specificity. Furthermore, the evaluation of enzymatic activity after
freezing showed that GS is stable up to one week in dry tissue or cell culture
homogenates. This assay has the advantage to be less susceptible to interference than
synthetase reaction, faster and methodologically safer when compared to radioactive
assay. The literature demonstrates that GS is involved to the pathogenesis of several
neurological disorders, such as HE and AD, and changes in the activity of this enzyme
are a useful marker for astroglial functionality in acute brain injury and
neurodegeneration disorders. Herein, we standardized in brain tissue and astrocyte
culture a reliable, simple and cheaper GS activity assay, potentially very useful for the
investigation of this enzyme in physiological and pathological situations.
93
6. References
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system, Brain Res, 331 (1985) 1-9.
97
Table 1 Frozen stability of the enzyme.
Legends of figures
Fig 3. Applicability of the assay in CNS. GS transferase activity was measured in (A)
astrocyte culture and C6 cell line or (B) in cerebral cortex (CX), hippocampus (HC),
cerebellum (CE), striatum (ST) and hypothalamus (HT) of Wistar rats. Imunocontent of
GS is shown in inserts in A and B. Each value is the mean (± standard error) of at least
5 independent experiments performed in triplicate or five rats. * represent significantly
difference, in (A) t-test and in (B) one way ANOVA followed by Duncan’s test, with a
significance level of p < 0.05).
98
performed in triplicate. * significantly different (one way ANOVA followed by
Duncan’s test, with a significance level of p < 0.05).
99
Figure 1
100
Figure 2
101
Figure 3
102
Figure 4
103
Figure 5
104
4. Discussão
Este trabalho teve como principal objetivo comparar três diferentes modelos de
cada tipo celular. Uma análise completa e a integração das características de cada célula
em um único estudo permitiu a comparação direta, uma vez que as condições de cultivo
foram mantidas as mesmas. Desta forma, foi possível avaliar o modelo mais adequado
tipo celular.
(Ostroff et al. 2014, De Pittà et al. 2016). A capacidade das células em cultivo de
ferramenta muito eficiente e utilizada para a avaliação das funções astrocíticas. Neste
capítulo I). Já a linhagem C6, mostrou aspecto mais alongado, triangular e com uma
105
desorganizado nos filamentos de actina em C6, justificado por ser uma célula de
foi testado nestas células, AI não foram capazes de alterar a sua morfologia, como foi
morfológicas por um aumento intracelular dos níveis de AMPc (Frizzo et al. 2004). De
& Dubois-Dalcq 1988). Estes resultados indicam a restrição do uso de AI para estudo de
importante ressaltar que os processos vistos em CP foram mais proeminentes. Foi visto
local ou mesmo contexto patológico onde se encontra. Apesar disso, algumas proteínas
características são usadas como marcadores moleculares deste tipo celular. Sabe-se que
106
GFAP (Menet et al. 2001). De acordo com os dados do nosso estudo os três modelos de
proteínas altamente usadas como marcadores astrogliais (Eng 1985, Van Eldik &
Wainwright 2003, Brozzi et al. 2009). Ambas as proteínas foram detectadas nos três
nos AI e C6 (Fig 2, Capítulo I). Resultados similares já haviam sido relatados para os
quantidade de proteína (Raju et al. 1980, Tabuchi et al. 1982, Groves et al. 1993,
Morikawa et al. 2001, Furihata et al. 2016). Além destes marcadores clássicos, também
foi avaliado a presença da proteína ALDH1L1 que vem sendo usada como um novo
marcador astroglial específico (Yang et al. 2011, Souza et al. 2013). Embora esta
comparação com CP. O mesmo resultado foi encontrado para AQP4, proteína altamente
expressa em astrócitos (Papadopoulos & Verkman 2013). Uma possível explicação para
comprometimento não se deve a uma redução nos níveis de expressão dos canais, mas
107
Sontheimer 2008). Portanto, a expressão equivalente do canal Kir4.1 em AI e C6 em
potássio.
de astrócitos
sendo importante para a depuração deste aminoácido da fenda sináptica, evitando assim
da GS está intimamente ligada com a funcionalidade dos transportadores. Foi visto que
(Trabelsi et al. 2017). Os nossos resultados mostram que tanto AI quanto C6 são
comparação com CP (Fig 3 , Capítulo I). Além disso, observamos que não apenas a
quantidade, mas também a funcionalidade destas proteínas está reduzida, avaliada pela
(Baber & Haghighat 2010, Furihata et al. 2016). Já outros estudos não detectaram a
presença destes transportadores (Palos et al. 1996, Vanhoutte & Hermans 2008). Estas
que diz respeito às células C6. As células negativas para EAAT2 foram observadas em
quais foram subcultivadas pelo menos 100 vezes. Pouco se sabe sobre o processo de
108
transição da linhagem C6, a qual, ao longo das passagens reduz características tumorais
para expressar fatores mais similares a um astrócitos diferenciado. Apesar disso, este
processo parece ser fundamental para a sua diferenciação. Foi visto em trabalhos
após estímulo com glutamato (Vanhoutte & Hermans 2008), indicando a relação inversa
auto-proteger, astrócitos são capazes de suprir neurônios com precursores para a síntese
de GSH para defesa contra oxidantes (Dringen & Hamprecht 1996, Dringen et al.
2015). Nossos resultados mostraram quantidade similar no conteúdo de GSH nos três
(Matés et al. 2002). Contudo, os nossos dados mostraram que as linhagens celulares
captam menos glutamato em comparação com CP. Portanto, pode-se sugerir que o
captado pelas linhagens seria destinado em grande parte à produção de GSH, ao invés
extracelular e de outros metabólitos (McKenna 2007). Portanto, esta via pode ser
pode descartar outras fontes internas de glutamato, como o ciclo do ácido tricarboxílico.
109
expansão celular. Este sistema também pode contribuir para a síntese de GSH, uma vez
que promove a entrada de seu substrato cisteina na célula (Bridges et al. 2012). Altos
níveis de GSH são necessários em células tumorais como uma defesa antioxidante
devido ao alto metabolismo oxidativo destas células (Marie & Shinjo 2011). Além do
mais, a GSH tem sido relacionada com a proliferação celular, interferindo na atividade
2008). A glicose captada pode ser armazenada na forma de glicogênio e/ou convertida a
lactato para exportação aos neurônios (Bouzier-Sore & Pellerin 2013). Em relação à
células C6 do que AI e CP (Fig 4, Capítulo I). De acordo com este resultado, outro
trabalho mostrou que células C6 utilizam mais glicose e produzem menos lactato em
condições basais quando comparadas com astrócitos normais (Haghighat & McCandless
1997a, Haghighat & McCandless 1997b). Os autores sugerem que a glicose captada
pela C6 pode ser destinada a outras vias, como a das pentoses-fosfato para a síntese de
para a produção de NADPH, o qual pode ser utilizado pela glutationa redutase para a
manutenção dos níveis de GSH (Dringen et al. 2015). Além disso, sabe-se que o
110
metabolismo energético é um dos principais processos afetados durante a transição de
proliferação celular (Marie & Shinjo 2011). Tendo-se em conta que as células C6 são
originadas a partir de um glioma, pode ser facilmente assumido que estas células ainda
mantenham algumas características das células tumorais, como por exemplo, a alta taxa
tenham uma alta taxa proliferativa, não apresentaram uma maior captação de glicose,
não de uma célula maligna, o que pode implicar em outras vias metabólicas ativadas
distintas de um tumor.
junção gap, uma vez que substratos energéticos podem ser transferidos de célula a
célula por meio destas estruturas (Rouach et al. 2002). Por outro lado, as junções gap
normalmente desprovidas de junção gap, uma vez que moléculas promotoras de tumor
as inibem (Budunova & Williams 1994). De fato, células C6 apresentam baixos níveis
de comunicação por junção gap, e são normalmente usadas como controle negativo para
esse tipo de ensaio (Leite et al. 2009, Tabernero et al. 2006). De acordo com isto, tanto
5, Capítulo I). Foi visto que um aumento da expressão de conexinas em células C6,
células, ao mesmo tempo que inibidores de junção gap aumentam a captação de glicose
(Tabernero et al. 2006). Assim, os altos níveis de captação de glicose, observados nas
células C6, podem também ser explicados pelo baixo nível de junção gap.
(Nardin et al. 2007). O tratamento com amônia induz diferente resposta energética em
tratamento com dibutiril AMPc em relação aos níveis de GFAP (Morikawa et al. 2001),
assim como não responderam ao tratamento com dopamina em relação aos níveis de
NGF em comparação com astrócitos normais (Geller & Dubois-Dalcq 1988). Essas
importante salientar que, além da variação biológica de cada tipo celular, resultados
mesmas condições de cultivo para os três modelos, podemos garantir que os efeitos
112
diferenças na quantidade basal de proteína, as vias ativadas pelo mesmo estímulo
mostraram pouca reatividade nos ensaios testados, apenas respondendo para o estímulo
relacionado à captação de glicose, indicando não ser um bom modelo para o estudo de
expressam duas isoformas da p53, as quais tem efeitos opostos sobre a neuroprotecção
mediada por astrócitos e a neurodegeneração (Turnquist et al. 2016). Deste modo, uma
destas células.
C6. Analisamos, em condição basal, não apenas o perfil de expressão proteica de cada
celulares. Esta variação pode explicar algumas diferenças basais relacionadas ao perfil
(Frisa & Jacobberger 2002). A redução da taxa de proliferação induzida, por exemplo,
pela retirada do soro, pode fazer com que a célula adote um status mais diferenciado.
celulares (AI e C6) foram positivos para proteínas características de astrócitos, porém
com perfil de expressão em quantidade muito menor. Embora AI apresente uma taxa de
crescimento mais lenta do que as células C6 e uma morfologia basal mais similar com
CP, não se revelou um modelo reprodutível das funções astrocíticas clássicas, uma vez
que não respondeu a maioria dos estímulos testados. Em contraste, as células C6, apesar
mesmo estímulo.
Com base nos nossos dados, embora o CP seja uma técnica mais demorada e
custosa, o uso como modelo reprodutivo para o estudo de astrócitos é sem dúvida
astrócitos funcionalmente na maioria dos testes. Além disso, o cultivo destas células é
Todas estas questões devem ser consideradas para a escolha de um modelo adequado
No que diz respeito aos dados relacionados à S100B, que é uma das principais
114
semelhante, reduzindo a secreção da proteína em 24h de estimulo com LPS. Contudo,
dificultar o estudo, uma vez que o os dados ficam muito próximos ao limite de detecção
da técnica, muitas vezes gerando resultados negativos. Por este motivo, para a
captam a S100B extracelular de maneira tempo dependente via endocitose mediada pela
mobilidade das vesículas S100B-Alexa488 positivas parecem ser reguladas pela alteração
intracelular de cálcio induzido por ATP, tal como foi determinado previamente para
astrócitos (Stenovec et al. 2007, Potokar et al. 2008, Potokar et al. 2010).
115
II). Pela primeira vez, mostrou-se que estas células são capazes de internalizar a
partículas captadas aumenta com o tempo de incubação (Fig. 2, Capítulo II). Além
Gleeson 2011). Esta comparação permitiu verificar que a internalização inicial das duas
captada em uma taxa relativamente mais baixa do que Dextran546, além de apresentar
o peso molecular destas duas moléculas são diferentes, sendo a S100B homodimérica e
com 10 kDa. Todos estes dados nos sugeriram um mecanismo distinto de internalização
ou mesmo ser ativada pela ligação a um receptor (González et al. 2007). Trabalhos
processo mediado por pinocitose (Commisso et al. 2013, Thilo et al. 1995). Sabendo-se
que a maioria dos efeitos extracelulares da S100B são mediados via RAGE (Donato et
reduzida quase pela metade com a inibição do receptor RAGE, enquanto que a
internalização do Dextran546 não foi comprometida (Fig. 3, Capítulo II). Portanto, foi
116
possível verificar que a internalização de S100B é mediada pela ligação ao RAGE, pelo
menos em parte. De acordo com isso, os efeitos extracelulares da S100B, tanto tróficos
quanto tóxicos, podem ser dependentes da interação com RAGE (Leclerc et al. 2009,
2007). A endocitose ativada por receptor pode ser mediada tanto por clatrina quanto por
caveolina (Mayor & Pagano 2007). Foi visto que o tratamento com S100B em células
de RAGE (Perrone et al. 2008). Estes dados sugerem que a S100B também pode ser
uma proteína que está envolvida no processo de endocitose mediado tanto por
caveolina, quanto por clatrina e sua atuação é essencial para a cisão da vesícula com a
Uma vez endocitada, a S100B pode ter vários destinos intracelulares. Neste
tinha sido sugerida por trabalhos prévios (Davey et al. 2001, Perrone et al. 2008), porém
a caracterização destas vesículas tinha sido pouco estudada. Os nossos dados mostraram
incubação prolongada (51% após 3 h). Por sua vez, em outros trabalhos foi observado
117
que Dextran546 colocaliza fortemente com marcadores de endossomos tardios - LAMP1
(Humphries et al. 2011, Vardjan et al. 2012). Da mesma forma que o Dextran, as
(Potokar et al. 2010). Além disso, uma porção das vesículas marcadas para S100B,
colocalizaram com EAA1 (9%) e LAMP1 (10%). É importante salientar que a via
Rab7 ou apenas para LAMP1, ou ainda positivas para ambos LAMP1/Rab7. Por sua
(Humphries et al. 2011, Szymanski et al. 2011). Da mesma forma, em células epiteliais
reciclagem: uma positiva para Rab11 e transferrina; e outra positiva para Rab11 e
2014). No nosso trabalho mostramos que a maior parte das vesículas S100B-Alexa488
LAMP1. A baixa colocalização com LAMP1 é intrigante, uma vez que foi visto que
tanto Dextran quanto lysotracker colocalizam fortemente com LAMP1 (Potokar et al.
2010, Vardjan et al. 2012). No entanto, isto pode ser explicado pela forma usada para
estimar a colocalização. Ou seja, a forma que foi expressa, a colocalização mostra que
apenas uma pequena fração de vesículas LAMP1 internalizam S100B, porém não que a
118
S100B fosse usada como o sinal de referência, a colocalização entre S100B e LAMP1
indicaram, que na verdade, a maior parte das vesículas positivas para S100B continham
LAMP1. Além disso, é importante se levar em conta que a composição molecular das
vesículas endocíticas é dinâmica e deve variar cada vez que uma vesícula se fusiona
uma com outra (Gould & Lippincott-Schwartz 2009, Scott et al. 2014). Portanto, é
esperado que a colocalização das vesículas positivas para S100B com marcadores
com ATP
total percorrido (Potokar et al. 2005). Com estas informações é possível avaliar a
vesículas positivas para vírus transmitido por carrapato em astrócitos (Potokar et al.
2014). Este aumento na mobilidade pode ser explicado pelo progressivo acoplamento
das vesículas ao citoesqueleto, o qual geralmente serve como suporte para o tráfego de
vesículas (Potokar et al. 2007, Potokar et al. 2010, Vardjan et al. 2012, Potokar et al.
119
Capítulo II). Esta resposta é característica de vesículas endossomais de astrócito, uma
vez que o mesmo efeito foi observado em vesículas marcadas com Lysotracker (Potokar
et al. 2010) e Dextran (Vardjan et al. 2012). De fato, um aumento transitório de cálcio
onde encontram-se proteínas motoras que impulsionam as vesículas (Soldati & Schliwa
2006). Da mesma forma, um aumento prolongado das concentrações de cálcio foi capaz
concentrações de cálcio bem maiores (1-4 µM) (Schliwa et al. 1981) do que o estimulo
induzido por ATP (100 µM) é capaz de causar (780 ±120nM) (Salter & Hicks 1994).
mobilização destas vesículas. Ainda, foi observado que os endossomos marcados com
comparadas com vesículas peptidérgicas estimuladas com ATP (Stenovec et al. 2016).
são geradas algumas hipóteses. Nos astrócitos são encontrados vários tipos de vesículas
(ex. ATP). Além das diferenças em conteúdo, estas vesículas apresentam tamanhos e
dinâmicas diferentes (Guček et al. 2012). Sabe-se, por exemplo, que vesículas
120
um estímulo de cálcio, aumentando a fusão com a membrana plasmática e a liberação
positivas, podem apresentar a característica chamada “kiss and run” (beijar e fugir),
aumentar o tempo de fusão com a membrana plasmática, de forma a liberar mais carga
glioblastomas e esta secreção tem sido sugerida ser na forma de vesículas (Davey et al.
2001, Mbele et al. 2002). Além disso, foi visto que a inibição da proteína cinase src,
Schwann, o que poderia indicar que uma inibição da internalização da S100B também
induziria uma inibição de sua secreção (Perrone et al. 2008). Contudo, mais estudos
seriam necessários para verificar este processo com vesículas de S100B internalizadas.
RAGE e dinamina. Uma vez internalizada a S100B segue pela via endocitica,
estímulo com ATP que aumenta as concentrações de cálcio intracelular. Estes dados
estímulo tóxico, através da ativação de NFκB (Van Eldik & Wainwright 2003,
tóxicos como apoptose (Hu et al. 1997) e um aumento de EROs por uma via dependente
iNOS induzido por neurotoxina, via NFκB (Reali et al. 2005). Já em altas
através ativação da via NFκB em astrócitos (Lam et al. 2001, Hu & Van Eldik 1999,
Ponath et al. 2007). A maioria dos efeitos, tanto tróficos quanto tóxicos parecem ser
considerado uma concentração alta, podendo gerar, portanto, efeitos tóxicos. Contudo,
efeitos tóxicos, como por exemplo, após um dano traumático cerebral ou em algumas
et al. 2003, Steiner et al. 2011). Portanto, a capacidade dos astrócitos de capturar o
excesso de S100B extracelular pode ser interpretada como uma tentativa de recuperação
funções do SNC. Além disso, o sistema glinfático deve auxiliar na passagem desta
proteína do LCR para o soro e, qualquer comprometimento desta via poderia aumentar o
122
Esta atividade regulatória dos astrócitos pode estar representada em alguns
trabalhos, os quais mostram que ocorre um pico nos níveis de S100B no LCR após
lesão cerebral traumática ou uma resposta inflamatória, seguido por uma redução
subsequente nos níveis desta proteína (Berger et al. 2002, Guerra et al. 2011, Kruse et
fluoxetina (Tramontina et al. 2008) induzem uma elevação aguda nos níveis
extracelulares de S100B que são reduzidos em períodos mais longos. Esta redução dos
níveis extracelulares de S100B pode ser devido a uma diminuição da secreção desta
proteína por astrócitos, ou mesmo um aumento da captação de S100B por estas células.
S100B são determinantes para seu efeito trófico ou tóxico, os astrócitos devem ter a
respostas tróficas quanto tóxicas (Villarreal et al. 2014). Não se pode descartar que
outras células, além dos astrócitos, podem estar envolvidas na remoção extracelular de
S100B, como, por exemplo, a micróglia, a qual também expressa RAGE (Yan et al.
1996) e é capaz de endocitar debris extracelulares via pinocitose (Neumann et al. 2009),
macropinocitose (Mandrekar et al. 2009), assim como endocitose mediada por receptor
123
tóxicos, minimizando o dano em células vizinhas. Assim como, a internalização pode
representar uma forma de sinalização, onde os astrócitos captam S100B via RAGE, de
forma a induzir sinais intracelulares e mediar tanto respostas tóxicas, quanto tróficas.
cérebro.
concentrações de produto (0,156 mM) e alta linearidade com R = 0,99 (Fig. 1, Capítulo
III). Além disso, a técnica foi precisa, mostrando um coeficiente de variância intra-
ensaio e inter-ensaio inferior a 10%, o que é adequado para ensaios enzimáticos (Lukacs
et al. 2011, Daitx et al. 2015). A atividade transferase da GS foi linear com relação a
amostras).
linhagem celular de glioma C6 (Fig. 3, Capítulo III). O ensaio foi altamente sensível,
et al. 1985). De fato, neste estudo, o cerebelo apresentou maior atividade basal de GS
quando comparado com outras regiões analisadas. Corroborando com isso, Cao Danh e
devido alteração no seu conteúdo como mostrado por imunobloting (Fig 5, Capítulo
III). Estes resultados não apenas demonstram a especificidade do ensaio, mas também
fatias cerebrais congeladas a seco. A enzima mostrou-se estável por uma semana,
de cultura. Sem a adição destes inibidores, estas amostras não foram estáveis nem
125
é extremante importante para que o pesquisador tenha maior confiabilidade nos seus
disso, esta técnica mostrou ser específica para GS, uma vez que o MSO, seu inibidor
seco ou em solução de lise na presença de inibidores de protease por até uma semana.
Ainda, este ensaio tem a vantagem de apresentar menos interferentes do que a reação
atividade desta enzima são um marcador útil para a funcionalidade astroglial em lesões
situações patológicas.
126
5. Conclusões
Estes modelos têm sido estudados de forma a se entender a fisiologia dos astrócitos e o
dados, e como era esperado, o modelo mais adequado para o estudo de astrócitos sem
dúvida foi representado pela cultura primária de astrócitos. Esta é a forma de estudo
mais clássica da literatura, com a vantagem principal de ser originada do próprio córtex
que seria encontrado in vivo, assim como foi evidenciado recentemente pela análise de
expressão de genes (Hertz et al. 2017). É evidente que o processo de cultivo por si só já
é um fator limitante e de estresse, fazendo com que a célula adote um status mais
reativo, aumentando a expressão de algumas proteínas tais como a GFAP. Além disso,
as células de cultura primária apresentam alto grau de variabilidade, uma vez que
in vivo. Apesar disso, a proximidade destas células com o sistema in vivo é evidente
diferente, assim como encontrado no organismo vivo (Pinto et al. 2000, Zhang et al.
2016). De fato, no nosso estudo, a cultura primária foi o modelo que apresentou
morfológicos e bioquímicos.
127
Os outros dois modelos de astrócitos são apresentados na literatura como uma
células mais homogêneas e com alto poder reprodutivo, o que torna o processo mais
fácil, rápido e dinâmico uma vez que as células podem ser facilmente congeladas e
deste estudo foi possível perceber que tanto em astrócitos imortais quanto em C6 foram
astrocíticas estudadas, porém a linhagem C6, subcultivada pelo menos 100 vezes,
representar uma alternativa viável para o estudo destas células. A linhagem C6 pode
sempre ser usada como um modelo de estudo inicial, detectando-se, de uma forma mais
concentrações extracelulares da proteína S100B. Pela primeira vez foi mostrado que
128
Considerando-se que os níveis extracelulares são determinantes para a sua ação
S100B foi captada pelos astrócitos de modo RAGE dependente, podendo representar
quais podem estimular a liberação de citocinas como foi demonstrado para IL-1β, IL-6 e
TNFα (Donato et al. 2009). Além disso, as vesículas positivas para S100B foram
conteúdo interno. Porém, para a confirmação desta hipótese mais estudos seriam
necessários.
Portanto, a padronização de uma técnica sensível, precisa e específica para esta enzima
disso, o ensaio mostrou-se versátil, na medida em que foi aplicável tanto em cultura
atividade glutamil-transferase mostrou ser específica para GS, uma vez que o inibidor
para esta enzima, MSO, reduziu drasticamente sua atividade. Testes de congelamento
129
e funcionais entre cada tipo celular e suas limitações. Com este estudo inicial foi
possível escolher o modelo mais adequado para o estudo dos efeitos extracelulares da
proteína S100B. Demostramos que astrócitos de cultura primária são capazes de captar
a S100B extracelular, podendo representar uma forma de prevenção dos efeitos tóxicos
desta proteína sobre células neuronais. Estes dados podem ser usados para o estudo de
6. Perspectivas
endógena;
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