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ANA PAULA BARBOSA TENÓRIO

ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS COM


(TEA) TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

MACHADO/MG
AGOSTO/2023

ANA PAULA BARBOSA TENÓRIO


ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS COM
(TEA) TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Trabalho de Conclusão de Curso da Pós-


Graduação em Educação Inclusiva, apresentado ao
Instituto Federal do Sul de Minas de Minas Gerais
– Campus Machado.

Orientador(a): Prof. Me. Diógenes de Oliveira e


Souza

MACHADO/MG
AGOSTO/2023
FOLHA DE APROVAÇÃO
ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS COM
(TEA) TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Ana Paula Barbosa Tenório 1


Diógenes de Oliveira e Souza 2

Resumo:

A proposta foi identificar sugestões e possibilidades de atividades de cunho pedagógico que possam
contribuir na educação da criança com autismo.. Tratando-se, portanto, de uma pesquisa de cunho
bibliográfico que transcorre no ambiente virtual das bases Scielo e web of Science, tomando os
artigos classificados por idioma, ano e título pertinente a esse tema, com preferência do idioma local.
A discussão se iniciou pelas categorias conceituais do problema, até a discussão de suas ideias
centrais. Os resultados encontrados adiante destacaram as ocorrências deste tema no âmbito ao qual
se destina o problema da pesquisa, e a sua objetividade girou em torno de descobertas trazidas pelos
autores pesquisados. A técnica da metodologia envolveu a de revisão da literatura, o que permitiu
uma releitura das ideias e da organização de material capaz de subsidiar considerações sobre as
descobertas. Ao final, algumas considerações/conclusões indicaram mais sobre o alcance de
objetivos desta pesquisa, indicando por exemplo as soluções, sugestões e aprimoramentos
necessários.
.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino. Educação. Autismo.

1. Introdução

O presente artigo na modalidade de (TCC) Trabalho de conclusão de curso, traz contribuições


de cunho pedagógico para a educação da criança com autismo.De modo que contribua no
desenvolvimento da sua autonomia, na inclusão social e na aquisição da leitura ,escrita e
matemática.

1
Licenciada em Letras Português (2019) pelo Instituto Federal de Educação,Ciência e Tecnologia do Triangulo
Mineiro –IFTM.Licenciada em Pedagogia (2020) pelo Centro Universitário Sumaré e Pós-Graduando pelo
Instituto Federal de Educação,Ciência e Tecnologia do Sul de Minas-IFSULDEMINAS-Campus Machado.
2
Bacharel em Administração (2016) pela UniAtenas,Licenciado em Pedagogia (2019) pela IESA,Pós Graduado
em Gestão Pública Municipal pela UNB,Docência para o Ensino Superior e Gestão de Pessoas pela
Uniasselvi,Mestre em Educação pela UFCAT (2023).

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A educação é fundamental na vida do indivíduo, é ela que orienta e contribui para o
homem estar inserido na sociedade na qual ele faz parte. Portanto, a educação deve ser
repassada para os indivíduos desde sua infância, pois só assim irão desenvolver-se
apropriando dos conhecimentos no qual o ajudarão na vida adulta. É imprescindível que o
educador tenha consciência da importância da educação da criança com autismo considerando
a sua integralidade , sendo de extrema importância considerar não apenas a parte intelectual
e cognitiva,mas também os aspectos físicos, emocionais,sociais e culturais.
Pensando na educação inclusiva da criança com autismo , quais atividades
pedagógicas podem auxiliar nesse processo de forma significativa e adequada as
particularidades das mesmas?
O Objetivo geral deste trabalho foi sugerir instrumentos pedagógicos que auxiliem na
educação da criança com autismo,bem como sugestões de jogos que possam ser utilizados de
acordo com as características de cada criança,de modo a auxiliar no desenvolvimento das suas
potencialidades e da linguagem oral , escrita e matemática. Os objetivos específicos foram
trazer as características do TEA; sugestões de jogos e atvidades pedagógicas ; refletir as
possibilidades e limites das crianças nas práticas desenvolvidas; auxiliar no desenvolvimento
da linguagem oral, escrita e matemática.
Em seguida, destacou-se a forma que foi distribuído o trabalho, com a introdução
apresentando o tema, o desenvolvimento trabalhando os objetivos específicos da pesquisa e a
conclusão com as devidas considerações finais.

2.Referencial teórico

Uma educação inclusiva deve ser rica em experiências educacionais positivas e é


fator fundamental para a trilha escolar de uma criança, nesse sentido, uma educação de
qualidade deve cultuar pelo fazer pedagógico adequado e significativo à idade das
crianças e pela emoção de estar na escola de forma exultante e alegre, trazendo
descobertas estimuladoras, sociais, pessoais, motoras e cognitivas, a partir de suas
experiências na escola.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (2008), desempenha um papel
fundamental na construção de um sistema educacional mais justo e igualitário no Brasil. Ao

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estabelecer diretrizes claras para a inclusão de pessoas com deficiência nas escolas regulares, essa
política reconhece a importância de garantir a participação de todos os alunos em um
ambiente de aprendizado diversificado.

A valorização da colaboração entre professores de educação especial e professores das escolas


regulares é um pilar essencial dessa política. Essa abordagem colaborativa não apenas
enriquece a experiência educacional dos alunos com deficiência, mas também contribui para
uma cultura de aprendizado inclusivo, onde as diferenças são vistas como oportunidades de
enriquecimento mútuo.

Além disso, a adaptação do currículo, recursos pedagógicos e avaliações de acordo com as


necessidades individuais dos alunos com deficiência é uma medida que reconhece a
singularidade de cada estudante. Essa personalização do processo de ensino não apenas
auxilia no desenvolvimento acadêmico, mas também promove a autoestima e a confiança dos
alunos, permitindo que eles alcancem seu máximo potencial.

2.1 Características do Autismo

Faz-se importante frisar que o espectro autista não se trata de uma doença em si, mas
sim, de um espectro distinto no modo de se identificar e reagir a estímulos, que, não possui
cura, e não se agrava com o desenvolvimento da idade (SANCHES; DA SILVA TAVEIRA,
2020)
Para tanto, Calve; Herginzer (2021) indicam que algumas das mais importantes
referências e sintomas que configuram o espectro autista incluem:
a) Dificuldade nas relações de interatividade social, com pouco contato visual,
facial ou gestual, ter pouca facilidade em fazer companheiros, e identificar
sugestões e emoções;
b) Prejuízo na comunicação, como ter pouca facilidade em iniciar ou continuar
mantendo uma conversa, humor ou sarcasmo, continuar mantendo um tom de
voz monótona (parecendo um robô), ou atrasar a responder quando chamado;

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c) alterações de comportamentos, como não saber fazer brincadeiras de faz de
conta, permanecer aborrecido com pequenas mudanças nos hábitos ou ter
bastante interesse por algo bastante acurado, como a asa do avião ou números;
d) condutas repetitivas, como permanecer bastante tempo sentado balançando o
corpo para frente e para traz e repetir por muitas vezes algumas discussões ou
frases.

Ademais, indica-se que indivíduos com espectro autista poderiam ter pouca facilidade
para dormir e demonstrar nervosismo ou agitação contínuos e constantes. As referências são
tão leves que algumas vezes terminam tendo de passar despercebidos, mas são não-agressivos
a fim de que ofereçam certas ocorrências, causando interferência no comportamento e sob a
comunicações.
Apesar dos enfrentamentos, indivíduos com espectro autista poderiam demonstrar
algumas qualidades, como poder se recordar por bastante tempo de pontos de destaque
(detalhes) e de certos eventos, e outros por terem facilidade para abstrair conhecimento,
lembrar de músicas, números e artes (CALVE; HERGINZER, 2021).
Considera-se que o resultado clínico de espectro autista em crianças e adolescentes
necessita ser experimentado por meio de triagem realizada por equipe multidisciplinar, entre
eles o pediatra, o psicólogo, o psiquiatra, o fonoaudiólogo e o neuropsicólogo, cujo resultado
geralmente se faz fielmente construído através das suas observações sobre as crianças, entre
eles a faixa etária dos pais, eventos na maternidade e no parto, e testes de resultado clínico
como hemograma sanguíneo, eletroencefalograma e testes auditivos.
Já em adultos, o resultado clínico será um pouco mais improvável, pois os sintomas do
espectro autista são semelhantes a diferentes transtornos, como ansiedade ou transtorno de
déficit de atenção (MATOS et al., 2020).
Por isso, ao identificar referências e sintomas, como pouca facilidade de relação na
interatividade social e na comunicação além dos comportamentos repetitivos, seria
aconselhado passar por uma averiguação aprofundada com um neuropsicólogo ou psiquiatra,
a que, embora seja realizada uma análise correta, esta será mais acurada.
O espectro autista, por algumas vezes conseguirá ser agradável e confundido com a
timidez, ou com a ausência de atenção também chamada de “esquisitice”. Por isso, em meio a
indagações clínicas, seria recomendado realizar uma averiguação mais profunda com um
especialista no sentido de produzir uma melhor análise e sugerir um tratamento mais
adequado. (DA SILVA; SILVA, 2022).

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Indica-se que as principais causas do espectro autista até aqui verificadas, não são
completamente identificadas em todas as pessoas que se enquadram no espectro, todavia,
vários esboços teóricos mais atuais indicam com respeito, que os condicionantes podem ser
genéticos, hereditários ou ambientais, sendo as primeiros considerações como os mais
importantes associados ao desenvolvimento do referido transtorno.
Assim, conforme Matos et al. (2020) indicam que as aceitáveis causas do espectro
autista incluem:
a) hereditária: indivíduos com irmãos com a síndrome mostram um maior risco
de desenvolvimento do autismo;
b) Doenças genéticas: ter algumas doenças genéticas, como síndrome de Down,
síndrome do X fraco, síndrome de Rett e esclerose tuberosa, poderiam aumentar as chances de
autismo;
c) Fatores ambientais: principalmente em adultos, pelo uso de bebidas
alcoólicas, tabaco, remédios ou outras substâncias
d) gestação de alto risco: pais com idade muito avançada, cesarianas, baixo peso
ao nascer, são eventos que poderiam aumentar o risco de avanço do referido espectro.
Embora o espectro autista em si não possua cura, o tratamento, quando experimentado
de um modo correto, se torna hábil de acrescentar ao nível de qualidade de vida, da
capacidade de comunicação, e da autonomia da pessoa.
Continuamente, Calve; Herzinguer (2021) indicam que o tratamento do espectro
autista necessita ser experimentado somente com o auxílio do profissional especializado e se
diversifica conforme as carências individuais de cada portador, podendo incluir:
a) Uso de remédios como Aripiprazol, Risperidona, , Melatonina, Probióticos e
Ômega 3;
b) Sessões de fonoaudiologia, para o melhor desenvolvimento da fala e da
comunicação;
c) Terapias de comportamentos para tornar mais fácil as atividades diárias do
portador;
d) Terapia ocupacional para o aumento da socialização.
Ademais, seria aconselhado continuar mantendo uma dieta balanceada, que se torna
eficaz para a qualidade do sono, da irritabilidade do apetite do portador.
Algumas especialidades não se encontram em atividades de pessoas com transtorno do
espectro autista, pois isto irá depender do nível, além dos tipos de espectro autista,

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amplamente identificados pela Organização Mundial de Saúde (OMS):
a) Síndrome de Asperger: vista a forma mais suave, e chamada espectro autista
de alto e bom funcionamento. Geralmente, têm inteligência elevada e tendem a
estarem sendo bem obsessivos por um objetivo único ou tema discutido,
terminam ficando sendo experts passando a ser percebidos como gênios devido
a dimensão do nível de conhecimento sobre definido tema discutido.
b) Transtorno Invasivo do Desenvolvimento: vista uma fase interposta na qual
o indivíduo mostra mais adversidades em conversar e se inter-relacionar
socialmente. Ademais, observa-se a inclinação de comportamentos repetitivos;
c) Transtorno Autista clássico: notado no tipo clássico de espectro autista ao
qual geralmente pode ser examinado de um modo incipiente, em geral até os 3
primeiros anos de idade. Geralmente sãos indivíduos com pouca interatividade
social, sabem falar, mas pouco falam, têm pouca facilidade apreendem o
sentido das discussões e observações em seu entorno;
d) Transtorno Desintegrativo da Infância: notado como o tipo mais grave,
todavia, o menos comum e acomete apenas crianças pequenas (2 aos 4 anos).

Em conjunto, a criança com autismo mostra um tempo comum de desenvolvimento,


mas depois uma determinada idade, geralmente entre 2 e 4 anos, ela acaba deixando de ganhar
as qualificações intelectuais, linguísticas e sociais e não sabe mais como reativá-las.

2.2 Alfabetização da criança com autismo

A inclusão da criança com autismo na alfabetização é uma oportunidade de relacionar-se com


as diferenças. A educação inclusiva implica que todos os membros de uma comunidade
aprendam juntos, independentemente de sua origem, condições pessoais, sociais ou culturais,
incluindo aqueles que apresentam qualquer transtorno de aprendizagem ou deficiência
(GUEDES et al., 2022).
A alfabetização é o processo fundamental de aquisição e desenvolvimento das habilidades de
leitura e escrita, que permite aos indivíduos compreender e se comunicar por meio da
linguagem escrita. É um estágio crucial na educação, pois capacita as pessoas a decodificar
símbolos gráficos, entender significados, interpretar textos e expressar ideias por escrito.

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Além disso, a alfabetização não se restringe apenas à capacidade de decifrar palavras, mas
também envolve a compreensão do contexto em que essas palavras estão inseridas. Através da
alfabetização, as pessoas ganham acesso a informações, conhecimentos e oportunidades,
ampliando sua participação na sociedade e melhorando sua capacidade de aprendizado
contínuo.

Entende-se que a vida social não pode ser separada da vida estudantil. Portanto, incluir a
pessoa e não somente o aluno é necessário para seu pleno desenvolvimento, tanto como
estudante quanto como indivíduo. Nesse sentido, a família e a sociedade devem ser chamadas
a participar dessa prática inclusiva.
A solidificação da escola inclusiva consiste na preservação de conceitos e concepções éticas,
nos princípios de cidadania e justiça para todos, em contraposição aos padrões hierarquizados
de desigualdade e inferioridade (ZIVIANI, 2021).
Ensinar símbolos, letras ou números pode ser incorporado em uma atividade lúdica,
envolvendo várias técnicas de prática educativa. Tais métodos podem ser aquecidos por
afetividade e emoções capazes de adentrar a profundidade de cognição do aprendiz. Isto
posto, depreende-se que algumas barreiras podem ser quebradas através deste conjunto
ideofuncional e cultural.
Entretanto, existem outras particularidades que transpõem o texto da autora, já que a
sociedade possui uma dinâmica de exclusão além do preconceito habitual a que estamos
acostumados a verificar, passando a incorporar a ontologia humana na via econômica-social,
cujo funcionamento acarreta fatores dissolutos, em que muitos são excluídos das
oportunidades de sobreviverem em uma melhor qualidade de vida, de cuja necessidade
subjuga o bom funcionamento da entidade familiar e de sua emancipação na sociedade
(PASSOS et al., 2022).
Acentua-se que não são apenas fatores cognitivos e de ambiente estrutural que se colocam
diante das dificuldades de alfabetização das crianças com autismo, mas também de ordem
fisiológica, muitas delas ligadas à qualidade da alimentação, por exemplo.
Conforme Ziviani (2021), fatores do ambiente como a vizinhança, as amizades, o emprego
saudável dos pais ou os vícios dos responsáveis podem ser incorporados no conjunto-
ambiente no qual o aprendiz com autismo carece de superação para que possa absorver maior
desenvolvimento educativo.

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Assim, postula-se a consideração de que a família com presença de fatores diminutivos de
posse, bens e valores possua menor capacidade de educar filhos com autismo do que outra
mesma unidade familiar inversamente proporcional a esses fatores. Para auxílio, pode-se
utilizar a ludicidade, aplicando jogos e métodos, os quais serão evidenciados logo a seguir.

2.3 Jogos e métodos utilizados na alfabetização da criança com autismo

Aqui estão algumas atividades de alfabetização que podem ser úteis para crianças com
autismo, conforme destacado em Mundoeducação (2023):

a) Jogo de correspondência: Crie um jogo com letras maiúsculas e minúsculas, onde a


criança deve encontrar as letras correspondentes.

b) Jogo de memória de palavras: Elabore cartões com palavras simples e organize um jogo
de memória, incentivando a criança a a encontrar termos semelhantes e complementares.

c) Quebra-cabeças de palavras: Forme quebra-cabeças com termos simples, desafiando a


criança a montar as peças corretamente para completar as palavras.

d) Atividades de rastreamento: Ofereça folhas com letras ou palavras para que as crianças
possam rastrear com os dedos, contribuindo para o desenvolvimento das habilidades de escrita
e compreensão.

e) Leitura compartilhada: Leia livros em conjunto com a criança, auxiliando-a a identificar


termos e letras. Faça perguntas sobre o enredo e incentive respostas simples.

f) Jogo de caça-palavras: Crie um jogo de caça-palavras com termos simples, desafiando a


criança a encontrar as palavras escondidas.

g) Jogo de soletração: Peça à criança para soletrar de volta termos simples que você soletrar
para ela.

Cada indivíduo com autismo é único e possui diferentes habilidades e necessidades para cada
uma das atividades mencionadas acima. O professor deve adaptar as atividades de acordo com
as carências individuais da criança, visando torná-las benéficas. Além disso, o uso de
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estímulos visuais e reforços positivos contribui para tornar as atividades mais atrativas e
divertidas para eles.

2.4 Usando o método fônico

O método fônico é uma abordagem de ensino que promove a conexão entre letras e sons da
linguagem. Ele possui uma aplicação abrangente e é utilizado no ensino da leitura e escrita na
educação infantil. Trevizam e Araújo (2022) destacam que para implementar o método fônico
na educação infantil, é possível seguir as seguintes etapas:

a) Introdução das letras: Comece ensinando às crianças as letras do alfabeto. Apresente a


forma e o nome de cada letra e permita que os pequenos as manipulem e identifiquem.

b) Sons das letras: Após as crianças conhecerem as letras, inicie o ensino dos sons que cada
letra produz. Os sons podem ser explorados por meio de canções, rimas e jogos.

Conforme indicado por De Oliveira e Albuquerque (2021), o professor pode adotar as


seguintes estratégias:

 Combinação de sons: Depois que as crianças estiverem familiarizadas com os sons de


cada letra, o professor pode começar a ensinar como os sons se combinam para formar
palavras. Isso pode ser feito por meio de jogos de quebra-cabeça ou outras atividades
em que as crianças identifiquem as letras pelos sons.

 Prática de leitura: À medida que as crianças começarem a interagir com as letras e


sons, é possível oferecer oportunidades para que elas recitem textos simples presentes
em cartazes, livros infantis ou revistas.
 Prática de escrita: Conforme as crianças adquirirem conhecimento das letras e
praticarem a leitura, é hora de ensiná-las a escrever frases curtas. Utilize atividades
que envolvam jogos de soletração ou escrita.
 Reforço contínuo: Para garantir que as crianças continuem aprendendo e aprimorando
suas habilidades de leitura e escrita, é fundamental oferecer estímulos regulares aos
conceitos já ensinados. Utilize jogos de revisão e atividades que auxiliem as crianças a
consolidar o conhecimento adquirido.

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Dessa forma, ao implementar o método fônico na educação infantil, os educadores podem
oferecer uma base sólida para o desenvolvimento das habilidades de leitura, escrita e
compreensão das crianças.

2.5 Utilizando jogos online

As crianças com autismo frequentemente enfrentam desafios nas interações sociais. Por essa
razão, o uso adequado de jogos e atividades disponíveis na internet se mostra crucial
(ARAÚJO; SIEBRA JÚNIOR, 2021). Essas ferramentas podem ser empregadas de maneira
estratégica, em parceria com pais ou educadores, não como uma mera distração, mas sim
como uma oportunidade de enriquecimento. A variedade de jogos oferece possibilidades que
vão desde o desenvolvimento da atenção até habilidades de coordenação motora, raciocínio
lógico e alfabetização.
É essencial considerar cuidadosamente a seleção dessas atividades, trabalhando em conjunto
com profissionais que guiem o desenvolvimento das crianças com autismo. Um exemplo
notável é a plataforma Jade, projetada para atender às necessidades específicas de crianças
com autismo . Acessível via dispositivo móvel, o Jade oferece relatórios que identificam as
áreas em que a criança pode se beneficiar de um maior desenvolvimento. A plataforma
apresenta uma variedade de jogos de associação em categorias diversas, como animais,
alimentos, cores, quantidades e meios. Esses jogos proporcionam estímulos que promovem o
desenvolvimento natural da inteligência, como ilustrado na Figura 1 a seguir.

Figura 1 – Jogo Jade

Fonte: educamais (2023)

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Minha Rotina Especial: Aplicativo em formato de raciocínios simples, apresenta alguns
estágios para cada atividade de leitura

Figura 2 – jogo Minha Rotina Especial

Fonte: google aps (2023)

ABC Autismo: Tratamento e Educação para Crianças com autismo e Déficits relacionados
com a Comunicação
Matraquinha - criança consegue transmitir os seus sentimentos e os seus desejos através de
cartões.

Figura 3 – Jogo Matraquinha

Fonte: google aps (2023)

Aiello: amplia o vocabulário da criança. É um jogo simples. Existe ainda a possibilidade de


configurar o jogo para que, em vez de objetos, apareçam palavras.

Figura 4 - Aiello

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Fonte: google aps (2023)

MITA: com exercícios interativos, o ensina a mover e juntar mentalmente vários objetos.

Figura 5 - MITA

Fonte: google aps (2023)

Portanto, considera-se motivadora a utilização de recursos lúdicos como os jogos e as


metodologias na sala de aula para a educação de crianças com autismo.

3. Metodologia

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A pesquisa bibliográfica foi a abordagem escolhida para esse estudo. De acordo com Lakatos
e Marconi (2017), a sumarização dos resultados teóricos é viabilizada por meio da técnica de
revisão de literatura, que integra o método bibliográfico. Revisar implica em ler,
compreender,analisar e fornecer insights em relação a cada parágrafo, citação,tabela ou
imagem,proporcionando ao leitor uma nova compreensão sem extrapolar seu contexto.
Considerando o tema abordado neste trabalho breve de pesquisa bibliográfica, a busca por
seus resultados foi conduzida online, explorando diversas bases em buscas de autores e
trabalhos que permitissem uma nova leitura do fenomeno temático escolhido. Os termos das
palavras chaves do resumo foram empregados para vincular-se aos resultados nas bases da
Web of Science, Scielo , Google Scholar e outras, a fim de selecionar aqueles que melhor
pudessem oferecer respostas ao problema inicial da pesquisa.
Ao analisar esses resultados à luz do materialismo dialético e considerando a perspectiva
social a que este tema se relaciona , incorpora-se a dinamica da sociedade em sua
compreensão fundamental. Dessa forma ,destacam-se considerações altamente relevantes nas
realidades apresentadas ao longo da discussão.

4. Análise dos Resultados

A influência cognitiva pode ser compreendida como a influência de fatores externos que
atuam de forma motivacional e impactam a promoção de processos introspectivos essenciais
para o aprendizado de indivíduos com necessidades de motivação, como aqueles no espectro
do autismo (MAIA; FREIRE, 2020). Em outras palavras, considera-se que o contexto social
desempenha um papel significativo no processo de alfabetização, especialmente quando há
riscos de exclusão social, como o bullying ou outras disfuncionalidades.
Conforme Guedes et al. (2022), a aprendizagem inclusiva da pessoa com autismo é entendida
como uma atividade interativa, em que ocorre uma troca de conhecimentos, sentimentos e
emoções entre professor ou orientador e aluno ou ouvintes. Qualquer que seja o objetivo de
alfabetizar a criança com autismo, significa ir além das expectativas de ensino, pois existe
uma troca, ou interação necessária também entre o meio e o ambiente cognitivo de ambos.
A alfabetização inclusiva, embora desafiadora para alunos com dificuldades
cognitivas, pode ter mais sucesso ao incorporar jogos, atividades lúdicas e metodologias que

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aumentem os aspectos emocionais e motivacionais inerentes a esta atividade (MAIA;
FREIRE, 2020)
O dilema da linguagem no espectro autista está relacionado aos déficits de
comunicação, que prejudicam as relações de interatividade social. No entanto,crianças com
autismo enfrentam dificuldades em decodificar sinais sociais e compreender contextos, o que
dificulta o engajamento e as interações com os outros.
O Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que se manifesta durante a
infancia .É crucial que os pais e educadores estejam atentos a essas manifestações, já que um
diagnóstico precoce pode facilitar a motivação. (CALVE; HELGINZER, 2021)
Alunos com autismo são capazes de memorizar e reproduzir discussões e
observações,e buscam aprovação social direta por meio dessas interações. No entanto,eles
podem enfrentar dificuldades em compreender nuances fonológicas e contextos
complexos.Além disso ,crianças com autismo tem dificuldades em conectar
discussões,observações,narrativas e frases com significados complexos,terminologias de
duplo sentido e metáforas. (DA SILVA; SILVA, 2022)
Além disso , é fundamental considerar as comorbidades associadas e conscientizar os
pais sobre o desenvolvimento da alfabetização. A criação de atividades sequenciais e
organizadas,com instruções claras e elementos visuais contribui para o entendimento da
criança com autismo. A alfabetização no autismo requer ajustes nas metodologias, mas o mais
importante é que os professores saibam como adaptar-se as particularidades de cada aluno e
consederá-las em suas abordagens pedagógicas.

5. Considerações Finais

Em conclusão, fica evidente que a influência cognitiva desempenha um papel crucial no


processo de alfabetização de crianças com autismo. As considerações apresentadas destacam
como fatores externos podem motivar e interferir nos aspectos introspectivos necessários para
o aprendizado. A pesquisa bibliográfica revela que a aprendizagem inclusiva para pessoas
com autismo é uma atividade interativa, na qual o intercâmbio de conhecimentos e emoções
entre professores e alunos desempenha um papel fundamental.

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O contexto social emerge como um elemento significativo na alfabetização, especialmente
quando a exclusão social e as dificuldades de comunicação, como o bullying, entram em jogo.
A abordagem inclusiva se mostra promissora ao empregar jogos, atividades lúdicas e
metodologias que aprimoram aspectos emocionais e motivacionais da alfabetização,
oferecendo aos alunos no espectro autista uma maneira mais eficaz de se engajar com o
aprendizado.

Os objetivos estabelecidos neste trabalho foram plenamente atingidos. O objetivo geral


consistiu em sugerir instrumentos pedagógicos que proporcionassem suporte na educação de
crianças com autismo, assim como oferecer sugestões de jogos adequados às características
individuais de cada criança, visando ao desenvolvimento de suas potencialidades nas áreas de
linguagem oral, escrita e matemática. Os objetivos específicos, por sua vez, abrangeram a
apresentação das características do Transtorno do Espectro Autista (TEA), sugestões de jogos
e atividades pedagógicas, reflexões sobre as possibilidades e limitações das crianças nas
práticas desenvolvidas, e o auxílio no desenvolvimento da linguagem oral, escrita e
matemática.

Além disso, compreender os desafios da linguagem enfrentados por esses alunos e estar ciente
das comorbidades associadas é crucial. A adaptação de abordagens pedagógicas, com
atividades sequenciais, claras instruções e apoio visual, demonstra ser uma maneira eficaz de
criar um ambiente de aprendizado inclusivo e benéfico. Ao considerar as singularidades de
cada aluno, os educadores podem fornecer orientações e suporte que ajudem a promover o
desenvolvimento da alfabetização de criança com autismo.

Portanto, é evidente que a combinação de estratégias que envolvem aspectos cognitivos,


contextuais e sociais é essencial para otimizar a alfabetização de crianças com autismo. Esses
esforços conjuntos, aliados a um entendimento profundo das necessidades individuais, têm o
potencial de criar uma jornada educacional mais significativa e bem-sucedida para esses
alunos, capacitando-os a alcançar todo o seu potencial no processo de aprendizado e
desenvolvimento.

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6. Referências Bibliográficas

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