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BASE INDUSTRIAL DE DEFESA INDIANA

André Mendes Pereira de Paula¹

RESUMO
A Índia, país com características semelhantes a do
Brasil e potência regional, desenvolveu uma ampla Base
Industrial de Defesa (BID) a partir de sua independência.
Sendo assim, o objetivo deste trabalho é analisar a forma
como se desenvolveu o processo do estabelecimento da
infraestrutura indiana e os principais ensinamentos que
podem advir dele. Esse artigo é um estudo qualitativo,
assinala-se por ser uma pesquisa do tipo aplicada,
composto por uma revisão de literatura com a finalidade
de detectar conceitos-chaves e melhorar o entendimento
dos dados. Além disso, verifica-se que quanto aos
procedimentos técnicos foi empregada uma pesquisa
bibliográfica, documental e de levantamento, com base
na análise de sítios eletrônicos,de artigos,de dissertações,
de relatórios e de livros que abordam o referido tema.
Assim, este trabalho investiga a BID indiana, focando na
origem e na sua evolução, na política de offset, na busca
da autonomia tecnológica, nos problemas do setor e na
atualidade. As considerações finais esboçarão conclusões
a respeito da indústria de defesa indiana referentes aos
principais ensinamentos verificados na sua evolução.
Palavras-Chave: Industrial de Defesa. Autossuficiência.
Política de offset. Índia.

¹ Mestre em Ciência Militares pelo Instituto Meira Mattos da Escola de Comando e Estado-
Maior do Exército (ECEME).

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INTRODUÇÃO
A Índia se destaca por sua emergente economia e por ser, assim
como o Brasil, uma nação com grande população multiétnica e multicultural,
além de um vasto território a ser defendido.
Dentro do contexto da nova ordem mundial, a Índia tem apresentado
forte desenvolvimento industrial (com destaque para área da tecnologia da
informação) e cada vez maior participação na geopolítica mundial, sendo
uma potência nuclear com forte atuação junto à Organização das Nações
Unidas (ONU), orientada por seu desejo de maior inserção no sistema
internacional.
Entre seus anseios junto à comunidade internacional, está o objetivo
de possuir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU
(CSNU), que deve ser respaldados não somente no campo econômico, mas
principalmente no componente militar, por intermédio de Forças Armadas
profissionais e uma dissuasória indústria de defesa, cuja autossuficiência é
sempre uma capacidade desejável.
Frente a esse ambiente, a Índia busca manter dois tipos de
“dissuasão”, a nuclear e a convencional. A primeira já foi alcançada há alguns
anos e se centra no medo da destruição mútua assegurada, enquanto a
segunda, baseada no convencimento por parte de um provável oponente da
impossibilidade da vitória (na emergência de um conflito armado), deve ser
constantemente buscada, uma vez que a constante evolução da tecnologia
que essa dissuasão seja perdida rapidamente.
Nesse sentido, o desenvolvimento de uma Base Industrial de Defesa
(BID) é de vital importância para o poder militar de um país, principalmente
num entorno estratégico tão complexo quanto o do Sul da Ásia, que possui
duas potências nucleares antagonistas (Índia e Paquistão), além de países
com presença de terroristas como o Afeganistão.
Logicamente, o governo tem papel fundamental sobre a BID,
a fim de possibilitar o completo desenvolvimento da infraestrutura de
defesa nacional e, consequentemente, gerando reflexos positivos na própria
economia por meio das exportações.
Nesse cenário, o Stockholm International Peace Research Institute
(SIPRI) descreve que, de 2010 até 2015, a Índia concluiu a exportação, entre
outros produtos de defesa, de 24 (vinte e quatro) viaturas Mine Protective

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Vehicle (MPV) para o Nepal, 3 (três) helicópteros leves SA-315B Lama para
o Afeganistão, 3 (três) sonares HMS-X para Myanmar e 3 (três) helicópteros
leves SA-316B Alouette-3 para o Suriname, proporcionando incremento na
balança comercial indiana (SIPRI, 2016).
Em contrapartida, o referido país tem tido alguns óbices para
consolidar seus esforços em desenvolver uma indústria de defesa nos
moldes dos países desenvolvidos. Enquanto parte da Índia parece estar
alinhada com a globalização presente no século XXI, alimentada por uma
economia dinâmica orientada para o mercado aberto, a indústria de defesa
apresenta menor dinamismo devido à existência de empresas pouco
competitivas e com baixa inovação (BITZINGER, 2014, p. 1).
Nessa seara, o presente artigo pretende discutir a BID indiana,
buscando verificar as peculiaridades e os ensinamentos da indústria de
defesa desse importante ator mundial e parceiro do Brasil e justifica-se pela
importância do tema (Base Industrial de Defesa), trazendo um estudo de
caso com um país similar ao nosso e com crescente projeção internacional.
Esse trabalho é um estudo qualitativo, assinala-se por ser uma
pesquisa do tipo aplicada (geradora de conhecimento para aplicação
prática), composto por uma revisão de literatura com a finalidade de
detectar conceitos-chaves e melhorar o entendimento dos dados. Além
disso, verifica-se que, quanto aos procedimentos técnicos, foi empregada
uma pesquisa bibliográfica, documental e de levantamento, com base na
análise de sítios eletrônicos, artigos, dissertações, relatórios e livros que
abordam o referido tema.
Desse modo, o artigo foi dividido da seguinte forma:
primeiramente analisam-se os conceitos e as definições sobre o tema; em
seguida discorre-se sobre o caso indiano, sua origem e evolução, sobre a
autonomia tecnológica, sua base industrial de defesa, a política de offset, os
problemas do setor e sua atualidade, finalizando com breves considerações
finais.

CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Inicialmente, é necessário estabelecer alguns conceitos relevantes


para a completa compreensão sobre o tema, além de extrair o pensamento
de pesquisadores ligados às ideias-chave presentes nesse artigo.
Assim, cabe apresentar a BID como sendo o conjunto de empresas
dependentes, em diferentes níveis, do orçamento de defesa, e cujo Estado
é tributário do intento de obter os equipamentos que lhe são necessários

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para atender sua função constitucional de Defesa Nacional (DUNNE, 1995,


p. 402).
Dunne (1995) também relata que a BID não envolve somente as
indústrias que produzem equipamento para o Ministério da Defesa -
incluindo armamento leve e armas não letais - mas também as empresas
envolvidas na produção de ração e uniformes. Nesse ponto, a P&D
possibilita à BID uma melhora qualitativa, ao invés do simples aumento
quantitativo (DUNNE, BRADDON, 2008).
Cunha e Amarante (2011, p. 15–16) aproveitam a figura da
“pirâmide de defesa” para facilitar o entendimento das instituições ligadas
ao setor. O 1º nível da pirâmide (mais alto) compreende a consciência
sobre a necessidade de defesa, ou seja, pelas instituições responsáveis pela
doutrina (o que e como fazer), “onde são abrigados os estudos sobre as
aspirações, as potencialidades e as vulnerabilidades do País e avaliadas as
probabilidades de surgimento de ameaças, crises e guerras”.
O 2º nível é composto pelas Forças Armadas, o poder militar,
sendo que a “política e estratégia militares, as hipóteses de emprego e o
trato dos assuntos relacionados às operações e à logística das operações
militares estão aqui representados [ou seja, saímos do nível político e
estratégico e chegamos ao nível operacional]” (CUNHA; AMARANTE,
2011, p. 15–16).
Já o 3º nível “apresenta a ‘base científica, tecnológica, industrial
e logística, nacional, de defesa (BID)’, suporte das forças combatentes em
termos de conhecimentos, sistemas, equipamentos, materiais, serviços e
tecnologia”. Por último, o 4º nível é ocupado pela “base nacional”, sustento
industrial, tecnológico e de recursos humanos para todo o setor de defesa
(CUNHA; AMARANTE, 2011, p. 15–16).
A ligação entre o 3º e o 4º nível com as Forças Armadas (2º nível) é
obtido por meio da logística operacional (KRESS, 2009, p. 39).

Figura 1 – Pirâmide de defesa

Fonte: CUNHA; AMARANTE, 2011, p. 16

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Destarte, verifica-se que a defesa possui ligação direta com suas


Forças Armadas, o braço forte do Estado, e com a BID, setor responsável
por fornecer os meios necessários para o emprego constitucional da
violência e da dissuasão.

CASO INDIANO: ORIGEM E EVOLUÇÃO

Historicamente, o início do desenvolvimento da infraestrutura de


defesa na Índia é ligado ao período colonial. Durante a dominação britânica,
há cerca de 200 anos, iniciou-se a fabricação de armamentos e munições
no país, embora a área científica e de engenharia fosse desencorajada pelos
ingleses (NAYAN, 2012, p. 68).
Em 1947, num discurso pouco depois da independência Nehru
indicou que os interesses do país orientariam a política externa, ou seja,
aplicando uma agenda pragmática, adotando a política do não alinhamento
e coligado a um pensamento realista (KISSINGER, 2015).
Já em 1958, o Ministério da Defesa da Índia constituiu a
Organização de Desenvolvimento e Pesquisa de Defesa, Defence Research
and Development Organisation (DRDO), uma empresa indiana com o
“objetivo de fornecer soluções de tecnologia de defesa para as Forças
Armadas Indianas” (INDIA, 2013, p. 82, tradução nossa). Esta era, uma
instituição pública voltada tão somente para a pesquisa e desenvolvimento
(P&D) de produtos de defesa.
Cabe ressaltar que o Primeiro-Ministro Nehru “percebia a
necessidade do estabelecimento de uma forte BID”, possibilitando
autonomia no setor por meio da “primeira política industrial do país e
gerando parâmetros para o desenvolvimento de uma indústria de defesa”.
Como a Índia era um país pouco desenvolvido, ocorreram diversos óbices
para o estabelecimento de uma BID autóctone, sendo que a DRDO atuou
no sentido de ajudar essas indústrias de defesa a superar tais problemas
(NAYAN, 2012, p. 68, tradução nossa).
Em 1962, foi criado o Departamento de Produção de Defesa,
Departament of Defence Production (DDP) “com o objetivo de desenvolver
infraestrutura voltada para a produção de armas, sistemas, plataformas e
equipamentos de defesa”. O DDP desenvolve seus equipamentos de defesa
por intermédio das Fábricas de Material Bélico, Ordnance Factories (OF) e
as Empresas Públicas do Setor de Defesa, Defence Public Sector Undertakings
(DPSUs)” (INDIA, 2013, p. 82, tradução nossa, grifo nosso).

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No presente, a BID indiana possui OF distribuídas “em 24 locais


diferentes, oito DPSUs e um crescente aumento de micro, pequenas,
médias e grandes empresas do setor privado” (NAYAN, 2012, p. 68,
tradução nossa).
Behera (2013, p. 9–10, tradução nossa) aponta que a organização
das OF tomou grande impulso no período posterior a guerra indochinesa
“associado ao desejo de autossuficiência, que proporcionou a criação de
16 novas OFs, diferentemente das cinco OFs emergidas entre 1949 e 1962.
Essas OFs são divididas em cinco divisões operacionais:

a. Munições e explosivos – composta por 10 fábricas;


b. Armas, veículos e equipamentos – composta por 10 fábricas;
c. Materiais e componentes – composta por nove fábricas;
d. Veículos blindados – composta por cinco fábricas; e
e. Grupo de fábricas de equipamento bélico – composta por cinco fábricas.

Com isso, infere-se parcialmente que a participação do estado


indiano para a criação, o desenvolvimento e a manutenção da indústria de
defesa foi positiva, contribuindo para o estabelecimento de base inicial no
setor bélico do país.

AUTONOMIA TECNOLÓGICA

A autonomia na produção de armamentos autóctones tem sido


objetivo fundamental na Índia, conforme Ajay Singh:

“Depois da independência e da adoção da política do não


alinhamento, isto é...óbvio que a política externa necessitaria
ser reforçada pela política de autonomia da defesa... O
primeiro- ministro Jawaharlal Nehru acreditou que nenhum
país será verdadeiramente independente ao menos que seja
independente em termos de armamento” (SINGH apud
BITZINGER, 2014, p. 2, tradução nossa).

Importante entender a definição de Singh no sentido de que


autossuficiência requer que todos os estágios na produção de defesa
(incluindo o projeto e a matéria-prima) devem ser realizados nacionalmente
e sem a participação estrangeira, enquanto que a autonomia permite a
importação de projetos, tecnologias, sistemas e Know How de outros países

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(BITZINGER apud SINGH, 2014, p. 2).


Essas definições se aproximam do pensamento de Subrahmanyam
que também identifica três fases no processo de industrialização de defesa
indiano: primeiro, no pós-independência, quando a autossuficiência era um
princípio econômico norteador da logística estratégica indiana; segundo,
da década de 1960 até meados de 1980, quando o termo “autonomia”
substituiu “autossuficiência” na produção de defesa e, terceiro, do final da
década de 1980 até os dias atuais, quando foi enfatizada a autossuficiência
por meio da coprodução, sendo conferida a partir dos anos 2000, mais
ênfase à iniciativa privada (BEHERA, 2013, p. 34).
Nessa seara, o governo indiano admitiu a necessidade de
importação de tecnologia militar estrangeira, principalmente da Rússia,
França e Reino Unido, possibilitando a fabricação em solo indiano
de sistemas como o caça MIG-21 e o carro de combate T-55 e T-72
(BARKARQAN apud BITZINGER, 2014, p. 2).
A partir da década de 1980, iniciou-se o desenvolvimento e a
produção de armamentos realmente nativos, como o ambicioso projeto da
aeronave leve de combate (rebatizada de Teja em 2005) e, principalmente,
o programa de desenvolvimento de mísseis guiados. Esses projetos
buscavam reduzir ao máximo o conteúdo tecnológico não nacional, a fim
de alcançar a “verdadeira autossuficiência”, “reduzindo a dependência
tecnológica ao longo da cadeia produtiva” (BITZINGER apud BITZINGER,
2014, p. 2). Essa intenção ganhou destaque em 1995, quando o governo
anunciou a intenção de aumentar o percentual de 30 para 70 por cento
o índice de “conteúdo local” nos sistemas de armas das Forças Armadas
(SINGH apud BITZINGER, 2014, p. 2).
Nesse diapasão, Kaur (2013) destaca que, para se aumentar o
status de poder de uma nação, a autossuficiência em defesa seria um
ponto nevrálgico para tal, citando os Estados Unidos da América (EUA),
a França e o Reino Unido como exemplos de sucesso. Porém, embora o
Comitê Kelkar tenha verificado a necessidade do desenvolvimento de uma
BID nativa autossuficiente, a consecução de tal tarefa não tem sido fácil de
atingir no grau desejável.

BASE INDUSTRIAL DE DEFESA: SETOR ESTATAL

A Índia não possui livro branco de defesa ou estratégia de segurança


nacional no nível político, diferentemente da China, EUA e diversos outros

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países (ATARODI et al, 2010, p. 24). Portanto, o desenvolvimento da BID é


direcionada pelas políticas públicas do governo, que são constantemente
analisadas por instituições de pesquisas, tais como o Institute for Defence
Studies and Analyses (IDSA).
De maneira geral, a indústria de defesa indiana tem participação
preponderantemente estatal. Atualmente, as instituições públicas que
compõem a BID da Índia carregam a massa do setor de defesa indiano,
monopolizando o fornecimento dos produtos correlatos (BITZINGER,
2014, p. 3).
Antônio Henrique Lucena Silva, mestre em ciência política pelo
PPGCP da Universidade Federal de Pernambuco, afirma que após anos
de conflitos internacionais e intervenções, a Índia modificou sua postura
em relação à segurança, focando no desenvolvimento de um complexo
industrial militar, com o objetivo de mitigar sua dependência externa e
possuir uma indústria de defesa confiável (SILVA, 2012, p. 58 e 59). Nesse
sentido, o investimento em defesa em relação ao PIB indiano permaneceu
nas últimas duas décadas acima da média global – entre 2,4 e 3 % do
Produto Interno Bruto (PIB) - como pode ser verificado no gráfico 1.

Gráfico 1 - Orçamento de defesa indiano em relação ao PIB

Fonte: THE WORLD BANK, 2015.

No viés dos gastos militares, “embora possua modesta dotação


orçamentária para a pesquisa e desenvolvimento (ver gráfico 2), a DRDO
tem sido relativamente bem-sucedida no desenvolvimento de uma gama
de tecnologias e produtos (...)”. A produção da DRDO girava uma receita
em torno de Rs 1,40,000 crores, em março de 2012, (aproximadamente 20

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bilhões de dólares) (BEHERA, 2013, p. 29, tradução nossa).

Gráfico 2 – Divisão orçamentária de defesa

Fonte: INDIA, 2013, p. 17

O Annual Report 2011-2012 descreve que a Índia reserva um


montante de 5,50% do seu orçamento para P&D e de 0,35% para produção
(INDIA, 2011, p. 16), conforme demonstra o gráfico 3. Mesmo sendo
considerados modestos por analistas indianos, comparativamente, a
proporção orçamentária direcionadas a esses segmentos é bem superior
em relação a países da América do Sul, incluindo o Brasil.
Enquanto a China investiu em 2011 cerca de 6 bilhões de dólares
em P&D, a Índia tinha investido somente 1 bilhão de dólares (3% dos
gastos totais) (BITZINGER, 2014, p. 5).
Cabe destacar, conforme abordado anteriormente, que esse
passado estatizante de Nehru impediu por muito tempo o estabelecimento
de um setor de defesa dinâmico e orientado para o livre-mercado. Essa

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situação fez que o Complexo Industrial produzisse equipamentos


militares de tecnologia de médio ou baixo valor agregado associado a
custos elevados. Nesse ponto, a falta de inovação seria um óbice, que fica
restrita, dentre outros problemas, devido a burocracia, a corrupção e ao
nepotismo (BITZINGER, 2014, p. 1).

Gráfico 3 – Porcentagem de alocação de verba da Defesa Indiana

Fonte: INDIA, 2011, p. 16

BASE INDUSTRIAL DE DEFESA: SETOR PRIVADO

A iniciativa privada já foi objeto de estudos nos EUA em


1996, evidenciando as vantagens da privatização e da adoção de
práticas comerciais em entidades governamentais, que geram maior
competitividade e baixa dos custos de produção (CARDINALI apud
SILVA, MUSETTI, 2003, p. 348).
De maneira distinta, a entrada da iniciativa privada no segmento
bélico é recente na Índia. Somente em 2001, o governo autorizou a abertura
de sua indústria de defesa estatal e monopolista (ATARODI et al, 2010, p. 1).
Nessa circunstância, o crescimento da participação do setor
privado na produção de defesa tornou-se objetivo da Política de Defesa
Indiana. Pranab Mukherjee, como Ministro da Defesa, passou a incentivar
a presença da iniciativa privada nesse setor, “permitindo 100% de
participação da mesma e 26% de investimento direto estrangeiro”. Em

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meados da metade do ano de 2012, mais de 180 licenças industriais haviam


sido dadas para iniciativa privada (NAYAN, 2012, p. 69, tradução nossa).
No que tange o perfil das empresas, “a característica essencial
da BID indiana privada reside no fato de que seus atores principais são
grupos com múltiplas atividades cuja inserção no mercado de defesa
ocorreu recentemente” (MEMHELD, 2015, tradução nossa).
Este é o caso do “Grupo Tata, que está ativo no setor da defesa
desde a independência da Índia, sendo especialista na fabricação de
veículos [...] e mais recentemente tem investido em eletrônica de defesa
com a Honeywell e em aviação militar com a Airbus”, ou seja, os grupos
privados ligados à defesa têm somente parte de sua produção investida
nesse setor (MEMHELD, 2015, tradução nossa).
Outro fato que acelerou a participação privada foi a abertura
do mercado indiano para as Joint Ventures entre empresas indianas e
estrangeiras, podendo ter as empresas não nacionais até 49% da estrutura
comum (MEMHELD, 2015).
Além dos grandes grupos empresariais que procuram ter ampliada
sua fatia no mercado de defesa, existem muitas pequenas e médias empresas
especializadas que conseguem contratos de terceirização, ofertando essa
capacidade produtiva para indústrias estrangeiras (MEMHELD, 2015).
Essa prática contribui para ampliação do Know-how de empresas privadas
indianas em produtos específicos de defesa.
Com isso, o incentivo governamental para inserção de empresas
privadas na defesa tem possibilitado ampliar a velocidade de obtenção de
tecnologias e, por conseguinte, de sistemas de armas com maior conteúdo
tecnológico.

P OL ÍT IC A DE O F F S E T S

A Portaria nº 764/MD, de 27 de dezembro de 2002, estabelece a


definição de Offset:

“É toda e qualquer prática compensatória acordada entre as


partes, como condição para a importação de bens, serviços e tecnologia,
com a intenção de gerar benefícios de natureza industrial, tecnológica e
comercial. Esses benefícios poderão ser concretizados na forma de:
a. co-produção;
b. produção sob licença;
c. produção subcontratada;
d. investimento financeiro em capacitação industrial e tecnológica;

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e. transferência de tecnologia;
f. obtenção de materiais e meios auxiliares de instrução;
g. treinamento de recursos humanos; e
h. contrapartida comercial.” (BRASIL, 2002).

Essa prática possibilita a realização de saltos geracionais


tecnológicos, que se fosse realizado em condições normais seriam muito
mais custosos e demorados.
Segundo Behera (2015, p. 9) os contratos offsets podem ser diretos
ou indiretos. Enquanto os diretos estão relacionados com a coprodução,
subcontratação ou produção licenciada, o offset indireto não é relacionado
especificamente aos itens importados, mas ao seu processo de produção,
como a transferência de tecnologia.
O desafio para indústria de defesa indiana com o uso de offsets
é atingir a capacidade de fabricar peças nacionalmente, bem como seus
sistemas. Portanto, não se resume a transferir tecnologia e know-how,
mas também maximizar a exportação, a criação de empregos e melhorar
a qualificação do trabalhador. Exemplo desse fato é o setor aeronáutico,
que precisará de um milhão de trabalhadores nos próximos 10 anos
(MEMHELD, 2015).
Por outro lado, a Índia assinou 25 contratos de offsets avaliados
em 4,8 bilhões de dólares até o ano de 2014, o que não gerou benefícios
concretos para a indústria nacional. Segundo a Auditoria Geral da Índia,
Auditor General of India (CAG), ocorreram diversas deficiências nos
contratos como a adição nula de transferência de equipamentos, a fraca
monitoração de contratos e a seleção equivocada de parceiros de offsets,
que possuíam restrições de exportações ou necessidade de honrar direito
de propriedade intelectual, obstando a obtenção de conhecimentos de
tecnologias essenciais (BEHERA, 2015, p. 47; 63).
Cabe ressaltar que, em 2015, a Índia previa um gasto de U$ 80
bilhões associado ao encorajamento das exportações e ao uso de tecnologia
spin-off por meio de offsets, com o objetivo de impulsionar a BID, não
excluindo o financiamento estatal nas DPSU e OF (NAYAN, 2012, p. 69).

PROBLEMAS DO SETOR DE DEFESA

Em 1995, o governo indiano já pretendia aumentar o índice de


“conteúdo local” de 30% para 70%, porém ainda em 2010 permanecia com
os mesmos 70% (BITZINGER, 2014, p. 5).
Assim, percebe-se que a Indústria de Defesa Indiana possui
problemas estruturais, financeiros e, acima de tudo, de cunho cultural. O

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processo de produção de armas tem sido dominado por empresas estatais,


as DPSU e as OF, que acabam monopolizando o mercado e possuindo uma
capacidade produtiva ociosa. Além disso, o orçamento de defesa apresenta
valores insuficientes para a modernização e para a manutenção de uma
produção de armas no “estado de arte” (BITZINGER, 2014, p. 5).
O general Nirbhay Sharm, um dos mais condecorados
comandantes do Exército Indiano, aponta que o monopólio estatal gerou
“vícios comuns a outras atividades econômicas, tais como ineficiência, falta
de responsabilidade corporativa, baixa inovação, emprego de tecnologias
de baixo conteúdo tecnológico e alto custo” (SHARMA, 2013, p. 7, tradução
nossa).
Além disso, o setor de defesa tem tido outros problemas como a
incapacidade de formar suficientemente técnicos, engenheiros e cientistas
para as necessidades da indústria (mesmo com um relativo desempenho
constante na tabela 2), dificuldade em coordenar o setor de projetos com as
Forças Armadas, além do baixo incentivo para a restruturação e a reforma
do referido setor (BITZINGER, 2014, p. 1).
Em relação ao desenvolvimento de tecnologias de ponta, conforme
demonstra a tabela 1, ocorreram atrasos em muitos projetos emblemáticos,
que são explicados pela complexidade em desenvolver tecnologias do
“estado da arte”, tendo em vista a indisponibilidade de componentes
críticos, a negação de tecnologia de ponta, o aumento dos custos e outros
(BEHERA, 2013, p. 29).

Tabela 1 – Tempo e custo de projetos do Cabinet Commitee on Secutity

Provável data e conclusão Custos (Valores em Crore)


PROJETOS
Original Revisado Original Revisado
Light Combate
Dez/08 Dez/12 3301,75 5777,53
Aircraft (LCA)
Naval Light
Combat Aircraft Mar/10 Dez/14 948,90 1714,98
(LCA, Navy)
Aero-engine
Dez/96 Dez/09 383,81 2839,00
Kaveri
Airbone Early
Warning & Con-
Out/11 Mar/14 1800,00 2157,00
trol (AEW&C)
System

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Long Range
Surface-to-Air Não revi-
Maio/11 Dez/15 2606,02
Missile (LR- sionado
SAM)
Fonte: BEHERA, 2013, p. 30

Finalmente, esse Complexo Industrial Militar, sob o pretexto


da autonomia tecnológica, tem apresentado incapacidade de atingir
a qualidade e a eficácia operacional no setor, fazendo que com 50 anos
de esforço a história da Indústria de Defesa da Índia esteja repleta de
equívocos (BITZINGER, 2014, p. 6).
Nesse caso, a DRDO é uma das prováveis culpadas, tendo em
vista a execução de um “fraco planejamento, os prazos excessivos e a falta
de coordenação” (COHEN, DASGUPTA, 2010 apud BITZINGER, 2014, p. 6,
tradução nossa).

ATUALIDADE

Em 2010, o Primeiro-Ministro indiano AK Antony colocou sua visão sobre


a BID indiana, objetivando o aumento de conteúdo nacional:

Our aim is to have a strong defence industrial base in India,


because a country like India cannot indefinitely depend on
foreign suppliers for majority of our equipments. At the
moment 65-70 percent of equipment is imported; we have to
reverse this trend (ALISSON, 2012, p. 1)

Portanto, outro objetivo do governo indiano é reduzir de forma


crescente a importação de equipamentos, bem como a busca pela inserção
no mercado mundial de defesa baseado nas suas expertises tecnológicas,
como as ligadas à tecnologia da informação.
Além disso, no início desta década, a Política de Produção de
Defesa, Defence Production Policy (DPrP) deu novo fôlego para o setor bélico.
Dessa forma, a indústria de defesa ganhou forte incentivo, por meio de um
documento político, de 2012, que abarcava a inclusão de grande autonomia
em projetos, no desenvolvimento e na produção de equipamentos para
defesa no curto prazo, na criação de condições favoráveis para iniciativa
privada, bem como no aumento da participação de pequenas e médias
empresas na “nacionalização” (BEHERA, 2013, p. 100; 101).

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No que se refere à inovação (tabela 2), verifica-se que a Índia está


num nível intermediário sendo o 61º colocado no número de patentes, o que
demonstra uma necessidade de melhoria, principalmente na qualidade
das instituições de pesquisa, tendo em vista que já está em boa monta os
gastos das empresas em P&D e a quantidade de cientistas no país.

Tabela 2 – Ranking da Inovação


Inovação Valor Posição no Mundo
Capacidade de Inovação 4.0 48
Qualidade das instituições de pesquisa 4.0 52
Gastos das empresas em P&D 3.8 30
Colaboração das Universidades-
3.9 50
Indústrias em P&D
Aquisição de produtos tecnológicos
3.5 61
pelo governo
Disponibilidade de cientistas e en-
4.4 45
genheiros
Patentes 1.5 61
Fonte: SCHWAB, 2013, p. 213.

Cabe analisar que, mesmo com esses índices baixos de inovação


(causados pelo monopólio estatal), atualmente a BID indiana possui três
empresas entre as 100 maiores do mundo (com receitas maiores que 4
bilhões de dólares), focando na produção de aeronaves, helicópteros,
eletrônicos, dentre outros, conforme verificado na tabela 3.

Tabela 3 – Venda de produtos bélicos


Ranking Empresa Vendas (milhões dólares)
42 Hindustan Aeronautics 2390
54 Indian Ordnance Factories 1210
82 Bharat Electronics 900
Fonte: SIPRI Arms Industry Database apud PERLO-FREEMAN; FLEAURANT, 2014.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos formar três conclusões: A primeira diz respeito a política


de estado do governo indiano no sentido de priorizar a autossuficiência ou
a autonomia em tecnologia na área de defesa desde sua independência,

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caracterizando uma política industrial proativa, com visão holística e


preocupada com a independência tecnológica e econômica do país.
A segunda ideia se refere à importância da inserção da iniciativa
privada no desenvolvimento de tecnologia. Embora as empresas estatais
sejam importantes para criar um surto industrial inicial e estarem
sustentando uma boa participação indiana entre as 100 maiores indústrias
de defesa do mundo, em algum momento a inovação se torna estagnada ou
passa a evoluir de forma lenta. Dessa maneira, as empresas privadas são
importantes vetores para evolução tecnológica, uma vez que as mesmas
necessitam permanecer competitivas numa economia de mercado.
Por último, o correto direcionamento do offset associado à escolha
assertiva dos parceiros nos contratos pode auxiliar de forma eficiente
na obtenção de conteúdo tecnológico que a priori levaria anos para ser
alcançado de forma convencional.
Do exposto, conclui-se que a Índia tem traçado a própria história
no desenvolvimento de sua base industrial de defesa, sendo um exemplo
de estudo de caso a ser analisado. Sugere-se também que, para estudos
futuros, seja comparada e verificada as possibilidades de ensinamentos da
BID indiana com a brasileira, a fim de maximizar a BID nacional.

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INDIA’S DEFENSE INDUSTRIAL BASE

ABSTRACT
India, a country with characteristics similar to Brazil and
regional power, has developed an extensive Defense
Industrial Base (DIB) from its independence. Thus,
the aim of this study is to analyze how developed the
process of establishing the Indian infrastructure and
the main lessons that can come of it. This article is a
qualitative study, characterized as one kind of applied
research, consists of a literature review in order to detect
key concepts and improve understanding of the data.
Moreover, was used a bibliographical, documentary
and survey research, based on the analysis of electronic
sites, articles, dissertations, reports and books. This paper
investigates the Indian’s DIB, focusing on the origin and
evolution of the same, the offset policy, in the search for
technological autonomy, the industry’s problems and
nowadays. The final consideration presents the findings
on the Indian defense industry related to the main
teachings checked in its evolution.
Keywords: Defense Industrial Base. Self-sufficiency;
Offset policy. India.

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*Recebido em: 24/06/2016


Aceito em: 15/05/2017

*A data de recebimento foi anterior ao funcionamento da página OJS da Revista

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