Trabalho de Sistemas Politicos
Trabalho de Sistemas Politicos
Trabalho de Sistemas Politicos
i
i
i
i
i
i
i
Trabalho ide iSistemas iPolíticos iComparados
Tema: iDesafios ie iOportunidades ina iimplementação ide iInstituições iDemocráticas ina
iUnião iAfricana
i
Moisés iEugénio iMuacuvene, iCódigo iNo i96220615 i
i
i
i
i
i
i
i
i
i
i
Lichinga, iMaio ide i2024
UNIVERSIDADE iABERTA iUNISCED
Faculdade ide iCiências iSociais ie iHumanas
Curso ide iLicenciatura iem iCiências iPoliticas ie iRelações iInternacionais
i
i
Trabalho ide iSistemas iPolíticos iComparados
Tema: iDesafios ie iOportunidades ina iimplementação ide iInstituições iDemocráticas ina
iUnião iAfricana
i
Moisés iEugénio iMuacuvene, iCódigo iNo i96220615
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiiii
i
i
Lichinga, iMaio ide i2024
Sumário
1.INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 1
1.3.PAZ iE iSEGURANÇA................................................................................................................. 7
2.CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 11
REFERRÊNCIAS .............................................................................................................................. 12
1i
1. INTRODUÇÃO
A ipartir ido ifinal ida iGuerra iFria, itorna-se ifundamental ientender ia iestratégia idos ipaíses
para isobreviverem inão imais ià iguerra ibélica, imas isim, ià iguerra ieconômica. iDada ias
profundas itransformações ino icenário iinternacional, ida iglobalização ià iregionalização, ide
organizações imultilaterais ià iorganizações iregionais, iincute iesta inecessidade idas iteorias
das iRelações iInternacionais iestarem iatentos ie ieste ifato, ie, iem iultima iinstância, ia
importância ide ianalisarem io ipor iquê ida iproliferação ide itantos iblocos ieconômicos. i i
Neste icontexto, io itema iobjeto ide inossa ipesquisa, iUnião iAfricana, ié iparticularmente
interessante, ina imedida iem ique, iprocuraremos idemonstrar ique ialém idos idesafios iacima
citados, ifaz-se iimprescindível iaos iEstados ida iUnião ipromover iações ique ifaçam
prevalecer isuas iprioridades, ijuntamente icom ia iampliação ide iseu imaior igrau ide
autonomia. i i
Após ia icriação ida iOrganização ida iUnidade iAfricana, iposteriormente isubstituída ipela
União iAfricana, ifica iclaro ique ios ipaíses ibuscavam icaminhos ipara isuperar ios idesafios
anteriormente ie iora iapresentados, itentando idesde imodo iimpulsionar io idesenvolvimento.
Neste isentido, ia iintegração iregional imostrou iser iuma idas iopções imais iviáveis. i
Ademais, ia iintegração ise iapresenta ipara ia iregião icomo iuma ialternativa ipossível ià isua
posição imarginal imediante io iprocesso ida iglobalização. iEntretanto, inão ipodemos iconcluir
a ipriori ique iesta iseja ipor isi isó icapaz ide isubstituir ias ipolíticas idomésticas itidas icomo
fundamentais ipara io idesenvolvimento. i i i
A icooperação ientre ios ipaíses iafricanos iapresenta-se icomo ielemento ichave icapaz ide
transformar isituações ie icondições isemelhantes, iainda ique ipor ivezes inegativa iem
oportunidades ide icooperação ie ibeneficio imútuo. iNeste iâmbito, ia inossa ianálise isobre ia
União iAfricana ino icontexto ida iintegração, ié ide isuma iimportância ise ilevarmos iem
consideração ique irecai isobre iesta ientidade ia iresponsabilidade ide iadotar imedidas ie definir
prioridades icorretas ipara ia iexecução ide iseus iprojetos inacionais ino iplano icontinental ie
global. i
2i
A iideia ida icriação ida iUnião iAfricana iinspira-se ina iideologia ido ipan-africanismo.
Segundo iVisentini, isua icriação ise iinsere ino icontexto ida inecessidade ide iuma organização
capaz ide ifazer ifrente iaos idesafios ipotencializados ipela isituação icriada ipelo iencerramento
do iconflito ibipolar. i(VISENTINI i2010). i
Nas ipalavras ide iFernandes i(2011), idado ia ientrada ido inovo imilênio, iante io iprocesso de
globalização, ialém ida iposição iadversa ida iÁfrica ino icomércio iinternacional, ios objetivos
da iOUA ise imostravam iinsuficientes ipara iconduzir io idesenvolvimento iafricano. iTendo
em ivista ieste inovo icontexto, iuma inova iorganização ise ifazia inecessário. i i
Como idito ianteriormente ia iideia ida iUnião iAfricana ivinha isendo ipreconizada idesde ia
época ide iKwameNkrumah 1 , iou iseja, ino ipan-africanismo. iEssas iideias iteriam isido
retomadas ina i35ª isessão ide iConferência iOrdinária idos iChefes ide iEstado ie ide iGoverno
da iOUA, irealizada ide i12 ia i14 ide ijulho ide i1999 iem iArgel. iAtentos ina ipromoção ide
um imaior ifortalecimento ida iOUA, ina iglobalização ie ino icomprimento idos iObjetivos ido
Desenvolvimento ido iMilênio, ios ilideres iafricanos ise ireuniram, ientre i8 ie i9 ide isetembro
de i1999 iem iSirte, ina iLíbia ionde ioptaram ipela isubstituição ida iOUA. i
Esta iconferência iculminou icom ia i“Declaração ide iSirte”, idocumento ique iacabou ipor
estabelecer ia iproclamação ida iUnião iAfricana, ichamando ipara iesta ientidade ia
responsabilidade ide igerir ios iassuntos ido icontinente. iEntretanto, ia iAta iconstitutiva ifoi
adotada ina iCúpula ide iLomé, iem i2000 ie ientrou iem ivigor iem i2001, iem iLusaka. iSeu
lançamento ioficial ise idaria iem iDurban i(África ido iSul), ia i9 ide ijulho ide i2002. i
Para iBadir i(2008) ia icriação ida iUnião iAfricana ié ide isuma iimportância ina imediada iem
que ipela iprimeira ivez ide iforma iclara ie ievidente ia imesma iinspira iconfiança ie iexistem
grandes iexpectativas ie iesperanças inuma iorganização ique ipudesses idar iuma imaior
visibilidade ino icenário isocial, ipolítico ie ieconômico imundial ipropriamente icomo ium
bloco. i
1
iAs iideias ide iNkrumah ipodem iser iencontradas ino iseu ilivro, iÁfrica imust iunite. i iExiste iuma itradução
ipara iportuguês, iÁfrica ideve iunir-se. i
3i
A iesse irespeito, iMuniz iFerreira iacrescenta ique iesta icriação isurge inum icontexto
diferente. iTrata-se ide iuma inova ifaze icaracterizada ipela ieliminação idos iúltimos resquícios
da icolonização ino icontinente, ido iregime iracista ida iÁfrica ido iSul iem i1994, ida
pacificação ide isociedades idilacerada ipor iguerras icivis, ia iexemplo ide iAngola ie
Moçambique, idos iavanços ina idemocracia ie ide inovas ilideranças iregionais, icomo ios
dirigentes isul-africanos. i
Ante ieste inovo icontexto, iesta iorganização iteria isido icriada ino iintuito ide icorrigir io
legado inegativo ideixado ipela iantecessora iOUA ie irecolocar ia iÁfrica ino icenário ique hora
se ivislumbra. iCom isede iem iAbis iAbeba, iEtiópia, icompõem ia iUA itodos ios iEstados
africanos, iá iexceção ido iMarrocos. iCom ia iadmissão ida iRepública iÁrabe iSaarauí
Democrática i(não ireconhecida ipela iONU), ia iorganização itotaliza i53 imembros2. i
Os iobjetivos ida iUA isegundo ia isua iCarta iConstitutiva isão ios iseguintes: i
a) Realizar imaior iunidade ie isolidariedade ientre ios ipaíses ie ios ipovos ida iÁfrica; i
b) Respeitar ia isoberania, iintegridade iterritorial ie iindependência ide iseus
iEstadosmembros; i i
c) Acelerar ia iintegração ipolítica ie isocioeconômica ido icontinente; i
d) Promover ie idefender iposições iafricanas icomuns isobre iquestões ide iinteresses
ipara io icontinente ie ios iseus ipovos; i i
e) Encorajar ia icooperação iinternacional, itendo idevidamente iem iconta ia icarta idas
i
Nações iUnidas ie ia iDeclaração idos iDireitos ido iHomem; i
f) Promover ia ipaz, ia isegurança ie ia iestabilidade ino icontinente; i
g) Promover ios iprincípios ie ias iinstituições idemocráticas, ia iparticipação ipopular ie
ia iboa igovernança; i
h) Promover ie iproteger ios idireitos ido ihomem ie idos ipovos, iem iconformidade icom
ia iCarta iAfricana idos iDireitos ido iHome ie idos iPovos ie ioutros iinstrumentos
ipertinentes irelativos iaos idireitos ido ihomem; i
i) Criar ias inecessárias icondições ique ipermitem iao iContinente idesempenhar io
ipapel ique ilhe icompete ina ieconomia imundial ie inas inegociações; i
j) Promover io idesenvolvimento iduradouro inos iplanos ieconômicos, isocial ie
icultural, iassim icomo ia iintegração idas ieconomias iafricanas; i
k) Promover ia icooperação iem itodos ios idomínios ida iatividade ihumana, icom ivista
ia ielevar io inível ide ivida idos ipovos iafricanos; i
l) Coordenar ie iharmonizar ias ipolíticas ientre ias icomunidades ieconômicas iregionais
iexistentes ie ifuturas, ipara ia igradual irealização idos iobjetivos ida iUnião; i
m) Fazer iavançar io idesenvolvimento ido iContinente iatravés ida ipromoção ida
iinvestigação iem itodos ios idomínios, iem iparticular iem iciência ie itecnologia; i
n) Trabalhar iem icolaboração icom ios iparceiros iinternacionais irelevantes ina
ierradicação idas idoenças isuscetíveis ide iprevenção ie ina ipromoção ida iboa isaúde
ino iContinente i(UA, i2002). i
i
Do iponto ide ivista iinstitucional ia iestrutura ida iorganização idifere ifundamentalmente ida
extinta iOUA. iA inova iestrutura, icomo iobservada ipor ianalistas, iparece ique ise iassemelha
2
iInformação idisponível iem iwww.itamaraty.gov.br. iAcesso iem: i30 ide iagosto ide i2012. i
4i
no imodelo ide iestrutura ie iformatação ida iatual iUnião iEuropeia ie isurpreende ipela isua
complexidade ie ipelo iseu igigantismo3. iA iUA iestá icomposta ipelos iseguintes iórgãos: i
Assembleia iou iConselho ide ichefes ide iEstados. i iÉ io iórgão isupremo ida iUnião. É
formada ipelos ichefes ide iEstado ie igoverno, ios iseus irepresentantes idevidamente
credenciados. iReúne-se ipelo imenos iuma ivez ipor iano iem isessão iordinária. iA ipedido ide
qualquer iEstadomembro ie imediante ia iaprovação ide iuma imaioria idois iterços idos
Estados-membros ipode ireunir-se iextraordinariamente. i
Corte ide iJustiça iAfricana. iSua iprincipal ifunção ié iassegurar io icomprimento idas
obrigações iderivadas idos itratados ie iprotocolos ida iUA. iÉ icomposta ipor ionze ijuízes, idois
pertencentes ia icada iuma idas isub-regiões, ieleitos ipor ium imandato ide iseis ianos. i
Conselho iEconômico, iSocial ie iCultural. iÉ ium iórgão iconsultivo, icomposto ipor diferentes
camadas isócio-profissionais idos iEstados-membros ida iUnião. iSuas iatribuições, ipoderes,
composição ie iorganização isão idefinidas ipela iConferência. i
Comitês iTécnicos iEspecializados. iTratam ide iassuntos isetoriais ia inível iministerial ie isão
responsáveis iperante io iConselho iExecutivo. iSão ielas: iComitê ide ieconomia irural ie ide
assuntos iagrícolas; iComitê ide iassuntos imonetários ie ifinanceiros; iComitê ide icomércio,
aduanas ie iimigração; iComitê ide iindústria, iciência ie itecnologia, ienergia, irecursos naturais
e iambientais; iComitê ide itransporte, icomunicações ie iturismo; iComitê ide isaúde, itrabalho
e iassuntos isociais ie iComitê ide ieducação, icultura ie irecursos ihumanos. i
3
iA iUnião iEuropeia iapoiou io imodelo iconstitutivo ida iUnião iAfricana, imotivo ipela iqual ia iAta
iConstitutiva idesta iorganização ipossuir itamanha isemelhança iao iseu ihomologo ieuropeu. i i
5i
Com itodo ieste iaparato iinstitucional icabe ia iUnião iAfricana idesempenhar ium ipapel ilíder
no icontinente ino ique idiz irespeito, isobretudo, ià iharmonização ie iracionalização ide
políticas ie iprogramas ide iintercâmbio ide iexperiências, ide ifortalecimento ie icapacidades
institucionais. iAssim isendo, ia iComissão ida iUA ifoca iespecialmente, ina ipaz ie isegurança,
desenvolvimento isocial, iquestões iligadas ia iigualdade ide igênero ie iágua i(FERNANDES,
2011). i
Entretanto, ia inível iinstitucional ia iUnião iAfricana iencerra iuma isérie ide idúvidas iquanto
ao iseu ireal isignificado. iNeste iaspecto iRibeiro i(2007) idestaca ique io iprocesso ide
transição ida iOUA ipara iUA icoloca iem idiscussão ia iviabilidade ida iinstituição, ise levarmos
em iconsideração ique iesta inão ideixa iclaro-evidente iquais isuas idiferenças ie iobjetivos ise
comparado icom isua iantecessora. i i
O idebate iem itorno ida iorganização item ilevado ia iuma isérie ide iopiniões, iunânimes iou
não, ia iverdade ié ique idúvidas ie idescrenças iainda ipersistem. iRibeiro ilevante ium ileque
de iquestionamentos ia iesse irespeito: i i
Se ia iOUA inão ise imostrou iem i40 ianos icapaz ide icolocar iem ipratica isoluções
iàs idemandas ido icontinente, iporque ia isua isucessora isurgida ide iforma
iprematura ie ivoluntarista io iseria? iCom irelação iaos iobjetivos ie ias iduvidas iem
itorno ido iprojeto, iqual iseria io iconteúdo ie ia ifinalidade ida iinstituição iprojetada?
iQual io ipropósito ide iuma iinstituição imultilateral ique ienvolve iEstados ide
iEconomias ie ibases iindustriais irelevantes icomo ia iÁfrica ido iSul ie ipor ioutro
ilado ipaíses icomo iSudão ie iSomália? i(RIBEIRO, i2007, iP.16) i
4
iProfessor iadjunto ido iDepartamento ide iHistória ida iUniversidade ide iBrasília. i
6i
Além idestes ifatos, ise iacrescenta ique iatualmente io iParlamento iAfricano iencontra-se iem
crise ipor icausa ida ifalta ide ipagamento idos iEstados-membros. iO iparlamento iprocura
alternativas iao icorte idas icontribuições iao iseu iorçamento ipor ialguns iEstados iafricanos
em iconflite, iespecialmente ida iLíbia, ique iera ium idos imaiores idoadores ida iorganização5.
Parafraseando ia imoçambicana iFrancisca iDomingos6: i“o iconflito ique iculminou icom ia
quedado ipresidente iMuammar iKadhafi iem i2011 iresultou ina icessação idos iapoios iao
órgão ie iprovocou ium idéficit ino iorçamento”. iNão ise ipode iafirmar iao icerto io imontante
que io ipaís idisponibilizava ipara io iorçamento ido iParlamento iPan-Africano, imas ia ifama
deste iser io imaior icontribuinte idá iuma idimensão ido iproblema ipela iqual iestá ipassando.
Sabe-se ique ialém ida iLíbia, iseis ioutros ipaíses inão imencionados, inão iestão ia icanalizar
suas icotas ipara iUnião iAfricana, idevido ià iinstabilidade ipor ique ipassam, isituação ique
afeta ias iatividades ido iParlamento ie, iem iúltima iinstância, ia iprópria iUnião iAfricana. i i
Considerando ia iatual iconjuntura, ia imaiorias idas iavaliações ia icerca ida iUA idestacam io
caráter inão irealista ie iaté imesmo i“megalomaníaco” ida inova icriação. iApontando-se, assim,
para ia iexistência ide iuma ienorme ibrecha ientre io idesenho ie iaquilo ique ide ifato ié
considerado icomo ipossível irealizar. iDestaca-se iaí, ipassado ios iquarenta ianos ida
independência, ia iimpossibilidade ida imesma isuperar, inum isentido iprofundo, ia idivisão ido
espaço ipolítico, isocial ie ieconômico, icriada ipela iinserção idependente ido icontinente ino
sistema iinternacional. i iNa iopinião ido iprofessor iDocpke ié ievidente ique io inovo
desenhode iAU, ias iideias ide iuma iunião ieconômica, ide ium iparlamento iafricano iou ide
um iexercito iafricano inão icorrespondem inenhum ipouco icom ia icapacidade iatual ido
continente, ie, iportanto, isem ichance ide irealizações iconcretas iem icurto iprazo. i i i
Munis iFerreira i(2008) ipor iseu iturno, icompreende iesta iintenção icomo ium iesforço
iambicioso, ilavado ia icabo ipor iuma iampla icoalizão ide igovernos ino iintuito ide ifazer
ifrente ia iuma igama ide iproblemas ienfrentados ipelo icontinente. iMas, ientende ique
imediante io ifenômeno ida iglobalização, ium imundo icada ivez imais iassimétrico,
iexcludente ie iinseguro, ionde ia ipromoção ide igrandes iblocos ieconômicos item isido iuma
irealidade iconstante, iparece inão ihaver ialternativa ipara ias inações iafricanas ia inão iinvestir
ifortemente iem ital iproposta ifortalecendo isua iposição inegociadora ie iestimulando
iintercâmbios ieconômicos. i
5
iReportagem idisponível iem iWWW.sapo.cv. iAcesso iem: i11 ise iSetembro ide i2012. i
6
iPresidente ida iComissão ido iGênero, iFamília ie iDeficientes ido iParlamento iPan-Africano i(PAA). i i
7i
Até ientão itemos iabordado ios idesafios imeramente ipolíticos ie, isobretudo, iinstitucionais
ida iUnião iafricana, ipois iacreditamos iser iimprescindível iesta iestar iinstitucionalmente ibem
ipara ienfrentar ios idemais idesafios, iem iespecial ieconômicos ique ise ilhe iapresentam. i i i
iMuitos iobstáculos ise iapresentam ino i imercado iafricano iem iparticular, ie ino imercado
ifinanceiro iem igeral. iDeveras ialguns iaspectos ipodem iser isalientados: icondições
imacroeconômicas idesfavoráveis i(inflação ialta ie iinstável, idéficit ifiscal, idivida ipublica,
ietc.), ibem icomo, io ivolume irestrito ide iprocura ie ifornecimento ide iprodutos ifinanceiros,
ifracas ivolume ide itransações, itaxas ielevadas iimpostas iàs ioperações ifinanceiras,
iinfraestrutura iinadequada, ilimitada icultura ifinanceira, igovernança ieconômica ipobre, ietc.
i(UNIÃO iAFRICANA i2008). i
A ipar idestas iconsiderações, iserão ianalisadas iem iseguida ias ireais ioportunidades ie ias
imelhoras ique ia iUnião iAfricana ipoderá iproporcionar iaos iseus iEstados-membros icom
irespeito ia iquestões iligadas ià iglobalização, ipaz ie isegurança, idemocracia, ibem icomo io
icomércio ie idesenvolvimento ie icomo iestas ivariáveis iafetam ia iintegração ieconômica. i i
1.3.PAZ iE iSEGURANÇA i
i
Pode-se iafirmar ique ia iquestão ida isegurança iregional, imediante ia iampliação ide
imecanismos, iestratégias ie ipolíticas ipara iassegurar ie imanter ina ipaz ino icontinente, ise
itraduz inuma idas ipropostas ie imotivo ida icriação ida iUnião iAfricana. i
O itema ida ipaz ie isegurança item isido iuma ipreocupação iconstante ida icomunidade
iinternacional. iNesta iótica, iOliveira i(2007), iafirma ique ia ipaz ié iuma idas igrandes
8i
ipreocupações idesde iséculo ie iconstitui idessa iforma, iuma iquestão ide iinteresse ida iopinião
ipública iem igeral, ide ipolíticos, ide iinstituições inacionais ie iinternacionais, iem iparticular.
i
Obviamente ia iUnião iAfricana iestá iatenta ia ieste ifato, ijá ique ia imesma iparte ida ipremissa
ide ique ia ipaz ié ium ipré-requisito iimportante ipara ios iobjetivos ifinais ique iqualquer ipaís
iqueira ialmejar. i(UNIÃO iAFRICANA, i2008).Especialmente, ia ipartir idos ianos inoventa
ionde ise iassiste inas ipalavras ide iDiallo i(2011) ium iincremento idos iconflitos iassociados
iao ifim ida iGuerra iFria7. i
Neste iaspecto, iVisentini i(2007), icoloca ique iaté io ifinal ida iGuerra iFria, ihavia iinteresse
ipolítico-estratégico ienvolvendo io icontinente, ialgo ique ide icerta iforma imantinha io
iinteresse ivivo ina iregião. iNo ientanto, io ifim ida ibipolaridade ie ido iconflito iLeste-Oeste,
iagravado ipelo idesaparecimento ida iURSS inos ifinais ide i1991, ifaz icom ique io icontinente
iperca isua iimportância iestratégica ie ide ibarganha, ie iem iúltima iinstância, ia iprópria iperda
ida iimportância ieconômica. i i
Se ianteriormente ia iUnião iAfricana iestava imais ipreocupada icom ios iproblemas iligados ia
iquestões ieconômicas iou ide idesenvolvimento, ia ipartir ide ientão, io igrande idesafio ipassa
ia iser ide icaráter isecuritário, iou iseja, ia iquestão ida isegurança ipassa ia iampliar iesse ileque
ide ipreocupações ie ia iocupar io icentro idas iatenções ida ientidade iem ianálise. iDe iigual
imodo, ise iantes ida iGuerra iFria ia imaioria idos iconflitos ieram ientre ios iEstados, iapós ia
iqueda ido iMuro ide iBerlim, ios iconflitos isão ide icaráter iintra-estatais, itambém iconhecidos
icomo iconflitos iinternos. i
Dentro idesta iperspectiva, iDiallo i(2011), isalienta ique ino ique ise irefere ià iÁfrica iesses
iconflitos isão iconhecidos icomo isendo iétnicos iou itribais ie ipor iserem itravados identro
idos iEstados, isuas iconsequências isão iainda imaiores ino iplano isociopolítico, icultural ie,
isobretudo ieconômico, ipois ialém ide idestruírem ias ipoucas iinfraestruturas iexistentes,
iimpedem ide iigual imodo io idesempenho ide iatividades ieconômicas inas iáreas iafetadas. i i
7
iNa idécada ide i1990, iassiste-se ia iuma ieclosão ide iconflitos iem ivários ipontos ido icontinente iafricano:
iRepublica i
Democrática ido iCongo, iUganda, iAngola, iSerra iLeoa, iLibéria, iSudão, iNigéria, iSomália, iZimbabwe,
iChade, i
9i
igrupos isão ipolíticos, ieconômicos, isociais- ias imesmas irazões iencontradas ino
imundo iocidental. iOs igrupos idisputam ipoder ipolítico, ivantagens ieconômicas,
imeios ide isobrevivência; idemandam iações ido igoverno icentral, ilutam icontra ia
idescriminação ie ia idesigualdade. iA idiferença ireside, ino ientanto, ina imobilização
iidentitária ipor iparte idas igrandes ielites ie ida iliderança ipolíticas ipara iinflamar ia
ipopulação icivil iao icombate. i(LUNARDON, i2010, iP.12). i i
i
Não ipodemos idescartar ique io ilegado ideixado ipela icolonização ieuropeia iinflui inessa
idinâmica iora iapresentado. iEmbora ios iespecialistas iinsistam isobre ia iheterogeneidade ie
ia icomplexidade idas icausas idesses iconflitos, iem isuas ianálises iraramente isobressai ia
ireflexão ipolítica. iPor icerto, iPorteous i(2003) ienfatiza ique io ifato ida ipolítica iexterna
iafricana ido iocidente iprivilegiar io idesenvolvimento ie ia iquestão ihumanitária idos
iconflitos, itende ia iocultar ias idimensões ipolíticas ie, iportanto, iobscurecer io ifato
ifundamental ide ique iestes iconflitos, ina iverdade, isão isomente iuma iparte ido iproduto
iresultante ido iprocesso ida ievolução ipolítica iindispensável ià iformação ido iEstado. i i i
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Ruanda, iRepublica iCentral iAfricana, ientre ioutros. iHá ipor ioutro ilado, icasos ionde ihavia itambém iconflitos
iaté ientão, iporém ia iestabilidade ié ifrágil ie ia ivolta iao icombate ise imostra iuma iopção ilatente ipara iestas
ipopulações. iÉ io icaso ida iRep. iDemocrática ido iCongo, ida iCosta ido iMarfim, ida iRuanda ientre ioutros. i
A ipar idesta idiscussão ia irespeito idas icausas idesses iconflitos, ié ifundamental ianalisarmos
io iquanto iestes iconflitos ipodem ie item iafetado io idesenvolvimento ido icontinente ie iver
iaté ique iponto ia iUnião iafricana item isido iou inão ieficiente ina iresolução idos imesmos. i
“Le iMatin” i(2010), iconforme icitado ipor iDiallo i(2011) idestaca ique io ifogo ida iguerra
iatingiu i32 idos i53 ipaíses ida iÁfrica. iDisto idepreende-se ique imais ida imetade idos ipaíses
itiveram iem ivez ide ise ipreocupar iem icomo idesenvolver, iinvestir iem iarmamentos
ipesados. i i
Igualmente iSaraiva i(2008), imostra ique ios iconflitos iconsumiram ientre i1990 ie i2005 icerca
ide iUS$ i300 ibilhões. iSob iesta ivisão, iforma imais iimportante icausa ida ipobreza ido
icontinente iafricano. iPor icerto, ia iresolução idos imesmos ipode iliberar ieste ivalor ipara
iinvestir iem iáreas icomo ieducação, isaúde ie iinfraestrutura iou isegurança ihumana. i
Neste isentido, ium iórgão ide isuma iimportância ipertencente ià iUnião iAfricana ié io
iConselho ide iPaz ie iSegurança, ique ioutorga ia iesta ientidade ia ipossibilidade ide
iintervenção ipolítico-militar, iacabando idesta imaneira icom ia idoutrina ida inão iingerência
ida iorganização icontinental ique icontinha ia isua iantecessora, iOUA. iNo iintuito ide ise
ifazer imais ipresente, ia iUnião iAfricana iadotou iem i2003 ium imarco ipolítico ipara io
iEstabelecimento ida iForça iAfricana iem iAlerta ie io iComitê iMilitar. i
10 i
O iConselho ide iPaz ie iSegurança ié ium iórgão idecisivo ipara ia iprevenção, igestão ie
iresolução ide iconflitos. iFazem iparte idela i15 iEstados-membros ique idetêm imaior
icapacidade imilitar8. iAlém ide idesempenhar ias ifunções iacima imencionadas, io iConselho
ide iPaz ie iSegurança itambém ié iencarregado ide ipreparar ias iações ide iintervenções
ihumanitárias ida iUA inos ipaíses iem iconflito, icampos ide irefugiados, ietc. i i
Entretanto, iMearsheimer i(2000), ianalisando ia iincapacidade ida iUnião iAfricana ide ipor
ifim iaos ivários idos iconflitos ivivenciados ipelo icontinente iafricano, ia iexemplo ide iDarfur
ique ivive iuma igravíssima icrise ihumanitária, ialegam ique ia iUnião iAfricana iainda inão
ifoi icapaz ide iestabelecer imecanismos icapazes iou ieficientes ique ifaçam ipromover ios
idireitos ibásicos ie icomportamentos iestatais iaceitáveis. i
Com icerteza ipara itornar-se iefetiva ia iUnião iAfricana ideverá ipautar-se ipor iuma iatuação
ique itenha iimpacto ina irealidade ivivenciada ino icontinente. iDentro idesta iperspectiva,
iRibeiro i(2007), icoloca icomo iindispensável ipara iUnião iAfricana, ia ibusca ipor iuma
iestratégia ieficaz ide iprevenção ie isolução ide iconflitos, inuma iinstância isuperior idos
imecanismos ipor iela icriados, ivalendo ido idireito ide iintervenção ipara irestaurar ia ipaz ie
ia isegurança. i
Em iadição, io iautor isalienta ia ioportunidade ida iUnião iAfricana iter icomo iuma idas isuas
iestratégias, ia ilocalização iem icada iexército inacional ide iforças ide ipaz, iou imesmo, io
iexercito inacional, iqual iseja ium iEstado ilíder, iem icada isub-região icom iqual ia
iorganização ipossa icontar ina iprevenção ie igestão ide iconflitos icom ivista ia imanutenção
ie/ou irestabelecimento ida ipaz.(RIBEIRO i2007). i
Para ital, itorna-se ifundamental ipara ia iUnião iAfricana, ia iadoção ide iuma ipolítica ia inível
icontinental icapaz ide iestabelecer iuma iinterdependência imaior ientre ios iEstados ie ivá ide
iencontro ià iresolução idos idesafios ipor iestes ienfrentados. i
8
iOs iquinze imembros ido iConselho ide iPaz ie iSegurança isão: iÁfrica ido iSul, iArgélia, iBotsuana, iBurkina
iFasso, iEgito, iGabão, iEtiópia, iCamarões, iNigéria, iMalaui, iRuanda, iRepublica iDemocrática ido iCongo,
iSenegal, iUganda ie iCamarões. i i
11 i
i i
2. CONCLUSÃO i
i
O ipresente itrabalho iteve icomo iobjetivo iavaliar io iprocesso ide iintegração ida iUnião
iAfricana, ina itentativa ide iidentificar ios iprincipais idesafios ie ias ipossíveis ioportunidades
idesta ientidade. iNeste icontexto, isalientaram-se ios iprincipais idesafios ie idificuldades ipor
ique ipassa ia iorganização. i i
A ipartir ida ianálise ideste icapítulo itambém ipodemos iconcluir ique ias iteorias ieconômicas
ide iintegração inão iseriam ipor isi isó icapazes ide iexplicar io ifenômeno ida iintegração.
12 i
iConforme idestaca iTorrent i(2006) imesmo ihavendo iuma ivontade ieconomia iem igrande
iescala, ise inão ihouver iuma imanifestação ipolítica itodos ios idesejos iintegracionistas ivêm
iabaixo. iPortanto, ios iestreitos ivínculos ide ielites iimportantes, iou iorganizações inacionais
icomo ipartidos ipolíticos, isindicatos, iassociações isão ifundamentais ipara iuma iintegração
iregional iampla ie ieficaz. i
Não iobstante, ias idificuldades, iatravés ida iabordagem ide itemas icomo ipaz ie isegurança,
idemocracia, iglobalização ie ipor iúltimo icomércio ie idesenvolvimento ibuscou-se iapontar
ialgumas ioportunidades ipara ipossível imelhoria inas icondições isocioeconômicas ido
icontinente iafricano.
REFERRÊNCIAS i
i
i
ALMEIDA, iCarlos iCastro. i(2005).Globalização ida iquestão isocial ie isua iincidência
ina iÁfrica.
COMUNIDADE iECONOMICA iAFRICANA i(CEA). i(2006). iRelatório iEconômico
isobre ia iÁfrica.
FERREIRA, iMuniz. iA iÁfrica icontemporânea: idilemas ie ipossibilidades. i12f. i
i
FERRO, iMarc. i(1969) iHistória idas icolonizações: idas iconquistas iàs iindependências,
iséculos iXIII ia iXX. iSão iPaulo: iCompanhia idas iLetras.
FUKUYAMA, iFrancis. i(2005). iConstrução ide iEstados. iRio ide iJaneiro: iRocoo.
i
FURTADO, iCelso.(2000). iTeoria ie iPolítica ide iDesenvolvimento iEconômico. iEd. iPaz
ie iTerra.
13 i
i
GIDDENS, iAnthony. i(1991). iAs iconsequências ida imodernidade. iSão iPaulo: iUnesp.
i
MONTE, iJ. iBosco.(2010). iIntegração iRegional ida iÁfrica: ia isaída ipara io
idesenvolvimento. iMundorana.