Artigo Academico
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EDUCAÇÃO INFANTIL
OLIVEIRA, Hérica Tereza Bonfim¹ Faculdade de Educação Paulistana -FAEP-São Paulo- SP
Eixo: Lúdico e Educação.
Resumo
Brinquedos, brincadeiras e jogos fazem parte do mundo da criança, pois estão presentes desde
os primórdios da humanidade. O presente trabalho trata da importância do lúdico no
desenvolvimento infantil assim como, da necessidade de intencionalidade do brincar na
educação infantil e da relevância do papel do professor nesse processo. As atividades lúdicas
são indispensáveis às crianças, pois contribuem para o desenvolvimento sadio e para a
apreensão dos conhecimentos uma vez que possibilitam o desenvolvimento da percepção, da
imaginação, dos sentimentos e da fantasia. Por meio de atividades lúdicas, a criança
comunica-se consigo e com o mundo, constroem conhecimentos, desenvolvendo-se
integralmente.
Abstract
Toys, fun and games are part of a child's world, as are present since the dawn of humanity.
This paper deals with the importance of the play in child development as well as the need for
intentionality of play in early childhood education and the relevance of the teacher's role. The
recreational activities are essential to children, as they contribute to the healthy development
and the seizure of knowledge since, they enable the development of perception, imagination,
feelings and fantasy. Through play activities, the child communicates with you and the world,
build knowledge, developing fully.
O professor tem que estar atento, observando as crianças no seu modo de agir, havendo
exploração do espaço, objetos, jogos. Sabendo que as brincadeiras são uma riqueza
extraordinária, uma vez que nos ajuda a compreender a totalidade corporal em que vive e
entender a manifestação profunda de sua personalidade.
Segundo Severino (1991) “os profissionais das Escolas infantis precisam manter um
comportamento ético para com as crianças, não permitido que estas sejam expostas ao
ridículo ou que passem por situações constrangedoras.” A escola é um ambiente onde a
criança deve ser bem recebida e jamais deve ser constrangida, deve ser tratada com muito
carinho, pois desta maneira ela sente-se segura e passa a confiar cada vez mais nos adultos,
pois através das brincadeiras a criança vai desenvolvendo intercâmbios por imitação e por
diferentes aproximações, possui iniciativa própria na hora de brincar com os demais, valoriza
as propostas lúdicas solicitadas pelo professor, e, consequentemente, aprende a relacionar-se
mais com seus colegas.
É interessante destacar também que a participação do professor é muito importante para que
as brincadeiras tornem mais interessantes e possam ter um bom desenvolvimento no
aprendizado das crianças, pois o professor de educação infantil tem que fazer papel de artista,
palhaço, pai e mãe, tem que fazer de tudo um pouco, o seu mundo tem que estar voltado para
o mundo das crianças, ou seja, viver como criança.
Segundo Kami,
“Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, aquele caminho
que o professor considera o mais correto, mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si
mesmo, dos outros e da sociedade. É aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros. É
oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele
que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas
que cada um irá encontrar. Educar é preparar para vida”. (KAMI, 1991, 125).
Entende-se que o caminho correto não é somente aquele que o mediador acredita ser
certo, deve-se ajudar e aceitar as outras pessoas dando oportunidades para que haja escolha de
caminhos iguais a seus valores, sabendo que preparar para a vida é necessário que tenham
educação de qualidade, e para que isso aconteça o educador tem que se doar desenvolvendo o
seu papel com carinho, amor, empenho e dedicação.
Portanto, escola deve inserir brincadeiras com atividades permanentes, nas quais as
crianças deverão estar em contato com os temas relacionados ao mundo social e natural em
que vive. O professor deverá trabalhar também brincadeiras de outras épocas, solicitando
pesquisas com os familiares e pessoas da comunidade, ou em revistas, jornais e livros, pois se
torna mais interessante conhecer as brincadeiras com suas devidas regras de outros tempos,
observando quais as mudanças ocorridas em relação às regras atuais, conhecendo os materiais
usados na confecção dos brinquedos, jogos etc.
Boa parte das crianças brasileiras enfrenta um cotidiano bastante adverso que as conduz desde
muito cedo a precárias condições de vida, ao trabalho infantil, ao abuso e exploração por parte
de adultos. Outras crianças são protegidas de todas as maneiras, recebendo de suas famílias e
da sociedade em geral cuidados necessários ao seu desenvolvimento. A Proposta Curricular
de Santa Catarina (1998, p.21) define que:
A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma
organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em
um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo social em que se
desenvolve, mas também o marca.
A criança é, antes de tudo, um ser feito para brincar. O jogo, eis aí um artifício que a
natureza encontrou para levar a criança a empregar uma atividade útil ao seu desenvolvimento
físico e mental. Usemos um pouco mais esse artifício, coloquemos o ensino mais ao nível da
criança, fazendo de seus instintos naturais, aliados e não inimigos.
É preciso respeitar o tempo de a criança ser criança, sua maneira absolutamente original
de ser e estar no mundo, de vivê-lo, de descobri-lo, de conhecê-lo, tudo simultaneamente. É
preciso quebrar alguns paradigmas que foram sendo criados. Brinquedo não é só um presente,
um agrado que se faz à criança: é investimento em crianças sadias do ponto de vista
psicossocial. Ele é a estrada que a criança percorre para chegar ao coração das coisas, para
desvelar os segredos que lhe esconde um olhar surpreso ou acolhedor, para desfazer temores,
explorando o desconhecido.
Tanto para Vygotsky (1984) como para Piaget (1975), o desenvolvimento não é linear,
mas evolutivo e, nesse trajeto, a imaginação se desenvolve. Uma vez que a criança brinca e
desenvolve a capacidade para determinado tipo de conhecimento, ela dificilmente perde esta
capacidade. É com a formação de conceitos que se dá a verdadeira aprendizagem e é no
brincar que está um dos maiores espaços para a formação de conceitos.
Por isso, vê-se como positiva a presença do jogo, do brinquedo, das atividades lúdicas
nas escolas, nos horários de aulas, como técnicas educativas e como processo pedagógico na
apresentação dos conteúdos. O jogo e a brincadeira são experiências vivenciais prazerosas.
Assim também a experiência da aprendizagem tende a se constituir em um processo
vivenciado prazerosamente. A escola, ao valorizar as atividades lúdicas, ajuda a criança a
formar um bom conceito de mundo, em que a afetividade é acolhida, a sociabilidade
vivenciada, a criatividade estimulada e os direitos da criança respeitados.
Distante dos avanços em todos os campos e das mudanças tão rápidas em todos os
setores, é preciso buscar novos caminhos para enfrentar os desafios do novo milênio e, neste
cenário que se antevê, será inevitável o resgate do prazer no trabalho, na educação, na vida,
visto pela ótica da competência, da criatividade e do comprometimento.
Assim, o trabalho a partir da ludicidade abre caminhos para envolver todos numa
proposta interacionista, oportunizando o resgate de cada potencial. A partir daí, cada um pode
desencadear estratégias lúdicas para dinamizar seu trabalho que, certamente, será mais
produtivo, prazeroso e significativo, conforme afirma Marcellino (1990, p.126): “É só do
prazer que surge a disciplina e a vontade de aprender”.
É por intermédio da atividade lúdica que a criança se prepara para a vida,
assimilando a cultura do meio em que vive, a ela se integrando, adaptando-se às condições
que o mundo lhe oferece e aprendendo a competir, cooperar com seus semelhantes e conviver
como um ser social. Além de proporcionar prazer e diversão, o jogo, o brinquedo e a
brincadeira podem representar um desafio e provocar o pensamento reflexivo da criança.
Assim, uma atitude lúdica efetivamente oferece aos alunos experiências concretas, necessárias
e indispensáveis às abstrações e operações cognitivas.
As crianças não precisam de estímulos para o ato de brincar, esse desejo já faz
parte delas, os educadores devem utilizar essa afinidade prazerosa que a criança tem pelo
brincar, para introduzir aprendizados nas brincadeiras.
Desta forma, podemos dizer que o maior desafio da Educação Infantil, é fazer
com que se obtenha o potencial de desenvolvimento da criança, buscando recursos para que se
apropriem de ferramentas que lhes permitam se comunicar e seguir aprendendo.
9 CONTEXTO E ESTRUTURA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
A escola também deve estar preparada para saber lidar com um novo tipo de aluno
que se conecta com o mundo num simples clicar. Um aluno que domina aparelhos
tecnológicos avançados e que, por meio deles, se vê cercado de informações, mas que ao
mesmo tempo é muitas vezes, obrigado a permanecer estático numa carteira escolar não
encontrando atrativo ou interesse no que lhe é "ensinado".
É relevante mencionar que o brincar nesses espaços educativos precisa estar num
constante quadro de inquietações e reflexões dos educadores que o compõem. É sempre bom
que se autoavaliem fazendo perguntas como: A que fins estão sendo propostas as
brincadeiras? A quem estão servindo? Como elas estão sendo apresentadas? O que queremos
é uma animação, um relaxamento ou uma relação de proximidade cultural e humana? Como
estamos agindo diante das crianças? Elas são ouvidas?
O ensino de qualidade, orientado para que todos os alunos aprendam o máximo possível,
demanda uma cultura escolar onde haja diálogo, confiança, respeito, ética, profissionalismo
(fazer bem-feito e melhor sempre), espírito e trabalho em equipe, proatividade, gosto pela
aprendizagem, autenticidade, amor pelo trabalho, empatia, dentre outros aspectos. Estes são,
por certo, componentes a partir do qual se realiza a liderança no ambiente escolar (LÜCK,
2008, p.31).
O gosto da pergunta, da crítica, do debate. O gosto do respeito à coisa pública, que entre
nós vem sendo tratada como coisa privada, mas como coisa privada que se despreza.
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo:
Loyola, 1995.
BARRETO, Siderley de Jesus. Psicomotricidade: educação e reeducação. Blumenau:
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CHATEAU, Jean. O jogo e a criança. São Paulo: Summus, 1987.
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Disponível:http://br.monografias.com/trabalhos3/ludico-educacao-infantil/ludico-educacao-
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