Revisão de Direitos Humanos

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Revisão de Direitos humanos

 Ideia tão antiga como a própria história das civilizações


 Se manifestou na afirmação da dignidade humana, na luta contra todas as formas de
dominação e exclusão e opressão em prol da vida comunitária e da dignidade
 O processo de reconhecimento desses direitos se deu pela jurisdicionalização, dos movimentos
constitucionalistas – Tornou-se uma disciplina jurídica no mundo ocidental
 Presente na própria história do direito natural
 Ainda há uma visão mt antropocêntrica dos dh (acaba excluindo o meio ambiente e os animais,
por ex)

 Denominações (conceito foi evoluindo e se ampliando)


 Direito natural – liberdades públicas/fundamentais e direitos públicos subjetivos (iluminismo) –
direitos do homem (ver. Francesa – até hj usada) – direitos fundamentais (se consolidou nas
constituições pós-guerra) – direitos humanos fundamentais (traria ideia de que existiriam
outros direitos humanos q ñ são fundamentais)
Obs.: há qm faça a divisão entre direitos fundamentais e humanos, mas a prof ñ concorda
mt cm isso

 Classificação
 Por geração (Karel Vasak) ➔ subsequentes gerações de dh
 Primeira geração: liberdade, direitos civis e políticos (rev. Francesa [prestação negativa do
Estado])
 Segunda geração: igualdade, direitos sociais (ver. Industrial)
 Terceira geração: fraternidade, direitos coletivos (meio ambiente, desenvolvimento)

 Em categorias
 DESC ➔ direito civis e políticos; direitos econômicos, sociais e culturais
 Direito ambientais: conceito que está surgindo na atualidade (reconhecido oficialmente pela
ONU em 2022) – acaba sendo retirado dos globais e se tornam “autônomos” e agora estão no
msm patamar que o DESC
 Direitos globais: transindividuais, coletivos e difusos (ambiental, do consumidor...)

 Características
 Historicidade ñ-taxatividade: os dh ñ são limitados, sempre podem ser adicionados novos dh
 Inerência: inerente ao próprio ser humano, independe da adesão estatal
 Universalidade/transnacionalidade: p/além do Estado presente em td humanidade
 Indivisibilidade/interdependência: os direitos são vistos como um conj., um depende do outro
 Inalienabilidade, Imprescritibilidade e irrenunciabilidade: ñ pode vender + ñ se perdem com o
tempo + ñ é possível renunciar

 Historiografias dos DH
 Histórias com múltiplas facetas e geralmente inclui eventos políticos, marcos legais e teorias
filosóficas
 Histórias relacionadas cm a história da Filosofia, política e do direito internacional e
constitucional
 História linear sempre parte da magna carta (1215)
 Exemplos: a história filosófica do direito natural + dh como o manifesto da modernidade + dh
como resposta à crise da modernidade
4 vertentes da proteção Internacional

 Vertentes de proteção de proteção dos DH


I. Direito Internacional humanitário
II. Direito dos refugiados
III. Direito Internacional dos DH
IV. Direito Internacional Penal
ATENÇÃO!!! embora sejam sistemas autônomos do DIP, formam vínculos de inter-relação e
de complementariedade
Obs.: A doutrina clássica costumava ter uma visão compartimentalizada das três primeiras
grandes vertentes ou sistemas da proteção internacional da pessoa humana (Direito
Internacional dos Direitos Humanos, Direito Humanitário e Direito dos Refugiados)

 Direito Internacional Humanitário


 Origens: Convenção de Genebra (1864)
 Marco Inicial: Criação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha
 Objetivo: a disciplina do jus in bello, ou seja, as condutas que deveriam ser seguidas no campo
dos conflitos armados, com destaque para a proteção das vítimas.
 Fontes principais atuais: as quatro Convenções de Genebra de 1949 e seus dois Protocolos de
1977
 Principal organismo de implementação: Comitê Internacional da Cruz Vermelha
Obs.: DIH regulamenta, por meio de normas convencionais ou consuetudinárias, os
direitos que não podem ser violados mesmo durante conflitos armados.
 Tipos de regras do DIH
 Direito de Genebra: 4 convenções de Genebra (1949) e dois protocolos adicionais (1977)
 regula o comportamento dos combatentes aqueles que estão fora de combates,
batalheiros náufragos, locais que não podem ser bombardeados (escolas, hospitais,
monumentos históricos)
 Direito de Haia: constituído pelo direito da guerra propriamente dito, ou seja, pelos princípios
que regem a conduta das operações militares, direitos e deveres dos militares participantes na
conduta das operações militares e limita os meios de ferir o inimigo.
 Direito de Nova York (situação atual): regula aspectos da guerra por meio do Conselho de
Segurança: corredores humanitários, organizar os refúgios e quais produtos entram nos
embargos econômicos

 Cláusula Martens (na convenção de Genebra)


 Mesmo que o Estado esteja em seu estado total de selvageria, ele deverá se comportar com o
direito internacional (tipo um jus cogens)
“A denúncia não terá efeito algum sobre as obrigações que continuam a caber às partes
em conflito em virtude dos princípios do direito das gentes, tal como resultam dos usos e
costumes estabelecidos entre nações civilizadas, dos princípios humanitário e das
exigências da consciência publica”

 Direito Internacional dos refugiados


 ACNUR (1950): surgido após a segunda guerra, qd o número de refugiados era grande
 Estatuto dos refugiados (1951) e seu protocolo adicional (1967): originariamente servia para
aqueles que sofreram violação do direito à vida em função da religião, raça, posição social e
opinião política
Obs.: atualmente, expande-se para aqueles violados por orientação sexual (aceitado pela
ACNUR) e refugiados ambientais (NÃO aceito pela ACNUR)
 Declaração de Cartagena (1984): contexto latino-americano, nas guerras civis e extermínio

 Categoria de pessoas internacionalmente protegidas


 Asilados políticos: asilo diplomático (embaixada, ñ o consulado) + asilo territorial cruza a
fronteira p/asilo) – situação individual – disciplinado por convenções próprias (Montevideu e
Caracas [facultativo ao Estado])
 Refugiados: doutrinariamente, é uma situação coletiva (guerra, calamidade.) – disciplinado
pelo estatuto do refugiado
 Apátrida: sem nacionalidade
 Deslocados internos: deslocamento dentro do próprio país
 Migrante ambiental: é involuntária
 trabalhadores imigrantes e suas famílias: aquela pessoa quer sair de seu território de origem
para ter melhores condições econômicas -É uma migração voluntária
 Pessoas vítimas de tráfico internacional: mulheres e crianças

 Lei 9474/2007 – Estatuto dos Refugiados do Brasil


Art. 1º: Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que:
I – Devido fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social
ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade [ou residência] e não possa ou não
queira acolher-se à proteção de tal país
II- Não tendo nacionalidade (apátrida) e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual,
não possa ou não queira regressar a ele, em função do que está escrito no inciso anterior
III – devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de
nacionalidade para buscar refúgio em outro país

 Princípio da não devolução


Art. 7º: O estrangeiro que chegar ao território nacional poderá expressar sua vontade de
solicitar reconhecimento como refugiado a qualquer autoridade migratória que se encontre
na fronteira, a qual lhe proporcionará as informações necessárias quanto ao procedimento
cabível
§1: Em hipótese alguma será efetuada sua deportação para fronteira de território em que
sua vida ou liberdade esteja ameaçada, em virtude de raça religião, nacionalidade, grupo
social ou opinião política

 Lei 13445/2017
Art. 14. O visto temporário poderá ser concedido ao imigrante que venha ao Brasil com o
intuito de estabelecer residência por tempo determinado e que se enquadre:
Obs.: visto temporário tenha como finalidade a acolhida humanitária -Poderá ser
concedido ao apátrida ou ao nacional que qualquer país em situação grave ou iminente
instabilidade institucional, de conflitoarmado, de calamidade de grande proporção, de
desastre ambiental ou de grave violação aos direitos humanos

 Direito Internacional dos Direitos Humanos


 Constitui-se em vários subsistemas de proteção dos direitos humanos constituídos ou sob a
égide da ONU, ou em níveis regionais, como é o caso dos sistemas europeu, americano e
africano de proteção.
 Direito Internacional Penal
 Nascimento: transição da Segunda Guerra Mundial em que os crimes de guerra passam a ter ñ
só a previsão, mas tbm a busca da sanção dos culpados
 Criação da ONU: 24/10/45
 Convenção para a Punição Prevenção do Crime de Genocídio: 09/12/1948
 Criação e início dos trabalhos da Comissão de Direito Internacional: 1947 (Código de
Crimes contra a Paz e a Segurança da Humanidade e os Princípios de Nuremberg)
 Comitê especial: anteprojeto de estatuto de um tribunal internacional: 1954
 Tribunais Ad Hoc para a Ex-Iugoslávia e Ruanda.
Obs.: Trata-se de uma quarta vertente do direito internacional não só porque coloca o
indivíduo na posição de réu, mas principalmente porque abre às vítimas de crimes da
competência do Estatuto de Roma (crimes contra a humanidade, de genocídio, de
guerra e de agressão) participarem do processo e pleitearem reparações ao
perpetrador destes crimes.
 Desenvolvimento desta disciplina: a partir do tribunal de Nuremberg e Tóquio e culmina cm o
atual Estatuto de Roma do tribunal Penal Internacional
Estado e proteção internacional dos DH

 Movimento de Internacionalização dos DH


 Marco histórico: Final da II Guerra mundial
 Marco Normativo: Declaração Universal dos DH de 1948

 Obstáculos superados no DIP


a) revisão do entendimento westfaliano de soberania -após guerra dos 30 anos
 visão eurocêntrica
 a soberania é entendida como absoluta
b) erosão da objeção da existência de matérias de competência nacional exclusiva
c) ocaso da reciprocidade em questões de Direitos Humanos
 se A dá um tratamento a B, esse dará o mesmo a A
 NÃO aceito nos direitos humanos: erga omnes, direito intraestatal
d) gradual atribuição da capacidade de agir aos órgãos de supervisão internacional
 não adianta o próprio Estado se vigiar sobre o cumprimento do tratado
 deve-se atribuir competência à órgão externo
e) resgate do ser humano como sujeito de direito internacional e a cristalização de sua
f) capacidade processual internacional, independentemente de proteção diplomática
 antigamente, o sujeito era representado por seu Estado através de sua nacionalidade
(proteção diplomática), atualmente isso não é mais obrigatório

 Fase Legislativa

 Etapas de elaboração da DUDH


 Comissão de DH
 1ª sessão: 27/01 a 10/02/1947
 2ª sessão: 2 a 17/12/1947
 3ª sessão: 24/05 a 18/06/1948
 Comitê de redação (Eleanor Roosevelt [presidente - EUA] + Chang Peng-Chun [VP - China] +
Charles Habib Malik [relator – Líbano] + Austrália, França, Chile, URSS, Reino Unido, Canadá)
 1ª sessão: 9/06 a 25/06/1947
 2ª sessão: 3 a 21/05/1948
 Conselho econômico e Social: entre 1947 e 1948
 Assembleia Geral: de setembro a dezembro de 1948

 Resultado da Votação (58 Estados)


 48 a favor + 8 abstenções + 2 ausentes
 Art. 1 da DUDH Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São
dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito
de fraternidade

 Etapas de elaboração dos pactos


 1ª etapa: 1947-1950
 início da guerra fria
 projeto dos 18 artigos: direitos civis e políticos – inspiração anglo-americana
 2ª etapa: 1950-1952
 entrada do representante da URSS
 3ª etapa: 1951-1954
 4ª etapa: 1954-1966
 volta à estaca zero
 ratificação dos pactos, que só entram em vigor em 1976

 Resolução 543/1952: dois pactos – disposições em comuns e aplicadas simultaneamente


 PIDCP: 173 Estados
 PIDESC: 170 Estados

PLANO GLOBAL PLANOS REGIONAIS


GERAL GERAL
Pactos sobre Direitos Civis e Políticos e sobre Convenções Europeia, Americana e Africana
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais

ESPECAILIZADOS ESPECIALIZADOS
Tratados temáticos ou para proteção de Tratados temáticos ou para proteção de
grupos vulneráveis grupos vulneráveis

 Fase de Implementação
 Métodos de Implementação: relatórios + petições (individuais ou interestatais) + investigações
in loco
Sistemas internacionais de proteção dos direitos humanos
 plano global: sistema universal
 planos regionais: sistema europeu, sistema interamericano, sistema africano
Obs.: os sistemas internacionais somam-se ao sistema acional sob o valor da primazia da
proteção do ser humano + esses sistemas não são autônomos, são
subsidiários/complementares + por trás deles, há um princípio de exaurimento dos
recursos internos

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