Apostila 12 Passos DOC

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Comunidade Terapêutica EBENEZER

Apostila de 12
Passos

Ação Comunitária Social e Beneficente Ebenezer - ACOSBE, Rua Sebastião Moreira, 136 B. Tirol, Belo
Horizonte, MG inscrita no CPNJ 00.415.647/0001-84
Comunidade Terapêutica EBENEZER

Primeiro Passo
1. Admitimos que éramos impotentes perante a adicção - que tínhamos perdido o domínio sobre
nossas vidas.

Quem se dispõe a admitir a derrota completa? Quase ninguém, é claro. Todos os instintos naturais gritam
contra a ideia da impotência pessoal.
É verdadeiramente terrível admitir que, com o copo na mão, temos convertido nossas mentes numa tal
obsessão pelo beber destrutivo, que somente um ato da Providência pode removê-la.
Nenhuma outra forma de falência é igual a esta. O álcool, transformado em voraz credor, esvazia-nos de
toda autossuficiência e toda vontade de resistir às suas exigências. Uma vez que aceitamos este fato, nossa
falência como seres humanos está completa.
Porém, ao ingressar no programa, logo encaramos essa humilhação absoluta de uma maneira bem
diferente. Percebemos que somente através da derrota total é que somos capazes de dar os primeiros
passos em direção à libertação e à força. Nossa admissão de impotência pessoal acaba por tornar-se o leito
de rocha firme sobre o qual poderão ser construídas vidas felizes e úteis.
Sabemos que pouca coisa de bom advirá a qualquer adicto que se torne membro do programa. sem aceitar
sua devastadora debilidade e todas as suas consequências. Até que se humilhe desta forma, sua sobriedade
- se a tiver - será precária.
Da felicidade verdadeira, nada conhecerá. Comprovado sem sombra de dúvida por uma longa experiência,
este é um dos fatos de vida de quem pratica o programa. O princípio de que não encontraremos qualquer
força duradoura sem que antes admitamos a derrota completa, é a raiz principal da qual germinou e
floresceu nossa Irmandade toda.

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REFLEXÕES ACERCA DO 1º PASSO

IMPOTÊNCIA
Admitimos que éramos impotentes perante a nossa adicção – que tínhamos perdido o domínio sobre
nossas vidas.
Não é coincidência que o próprio Primeiro Passo mencione impotência. Uma admissão de impotência
pessoal perante as drogas é a pedra fundamental do alicerce da sobriedade.
Aprendi que não tenho o Poder e controle que uma vez pensei ter. Sou impotente sobre o que as pessoas
pensam sobre mim. Sou impotente até por ter perdido o ônibus. Sou impotente sobre como as outras
pessoas praticam (ou não praticam) os Passos. Mas, também aprendi que não sou impotente perante
algumas coisas. Não sou impotente perante minhas atitudes. Não sou impotente perante a negatividade.
Não sou impotente sobre assumir responsabilidade por minha própria sobriedade. Tenho o poder de
exercer uma influência positiva sobre mim mesmo, as pessoas que amo e o mundo em que vivo.

A VITÓRIA DA RENDIÇÃO
Percebemos que somente através da derrota total somos capazes de dar os primeiros passos na
direção da liberação e da força. Nossa admissão de impotência pessoal finalmente produz e alicerce
firme sobre o qual vidas felizes e significativas podem ser construídas.
Quando as drogas influenciavam cada faceta de minha vida, quando as substancias tornaram-se o símbolo
de toda minha falência e permissividade, quando vim a perceber que, por mim mesmo, não podia fazer
nada para vencer o poder do álcool, percebi que não tinha outro recurso a não ser a rendição. Na rendição
encontrei a vitória – vitória sobre minha egoística falência, vitória sobre minha resistência teimosa à vida
como ela era dada para mim. Quando parei de lutar contra tudo e contra todos, comecei a caminhada para
a sobriedade, serenidade e paz.

UM ATO DA PROVIDÊNCIA
Realmente é terrível admitir que, com uma substancia na mão temos convertido nossas mentes
numa obsessão tão grande por usar destrutivamente que somente um ato da providência pode
removê-la de nós.
Meu ato da Providência (manifestação de cuidado e direção divina) veio quando experimentei a falência
total do adicção ativa – tudo que tinha algum significado em minha vida havia ido embora. Telefonei para
uma pessoa do grupo de 12 passos e, a partir daquele instante minha vida nunca mais foi a mesma. Quando
penso naquele momento tão especial, sei que Deus estava agindo em minha vida bem antes que eu fosse
capaz de conhecer e aceitar conceitos espirituais. O instrumento que foi arriado através desse único ato
da Providência e minha jornada pela sobriedade começou. Minha vida continua se expandindo com o
cuidado e a direção divina. O Primeiro Passo, no qual admiti que era impotente perante as drogas, que
tinha perdido o domínio de minha vida, tornou-se mais um significado para mim um dia de cada vez – na
salvadora de vidas, vivificante Irmandade dos Grupos de Auto Ajuda.

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O PASSO 100%
Somente o Primeiro Passo, onde admitimos inteiramente que somos impotentes perante as drogas,
pode ser praticado com absoluta perfeição.
Muito antes de conseguir alcançar a sobriedade neste programa, eu sabia, sem nenhuma dúvida, que as
drogas estavam me matando, mas mesmo com esse conhecimento, fui incapaz de parar de usar. Assim,
quando encarei o Primeiro Passo, foi fácil admitir que me faltava forças para não beber. Mas, que tinha
perdido o domínio de minha vida? Nunca. Cinco meses após ter chegado no programa, estava usando
novamente e imaginando por quê.
Mais tarde, de volta ao programa, e sentindo a dor de minhas feridas, aprendi que o Primeiro Passo é o
único que pode ser praticado 100%. E que a única maneira para praticá-lo é aceitar esse Passo 100%.
Desde então, já se passaram muitas 24 horas e não precisei praticar novamente o Primeiro Passo.

ATINGINDO O FUNDO
Por que toda esta insistência que todo adicto deve primeiro atingir o fundo do poço? A resposta é
que poucas pessoas tentarão praticar programa de 12 passos. Sinceramente, a menos que tenham
chegado ao fundo. Pois praticar os restantes onze Passos do programa, significa a adoção de atitudes
e ações que quase nenhum adicto que está ainda usando pode sonhar em fazer.
Atingindo o fundo do poço minha mente abriu e fiquei disposto a tentar algo diferente. O que tentei foi
os 12 passos. Minha nova vida no programa pode se comparar a como aprender a andar de bicicleta pela
primeira vez: 12 passos tornaram-se minha bicicleta de treinamento e minha mão de apoio. Não é que eu
desejasse tanto a ajuda; simplesmente não queria voltar a sofrer essas coisas novamente. Meu desejo de
evitar voltar ao fundo novamente foi mais forte que meu desejo de usar. No começo isso foi que me
manteve sóbrio. Porém, após algum tempo, descobri a mim mesmo trabalhando os Passos o melhor que
podia. Em breve percebi que minhas atitudes e ações estavam mudando aos poucos. Um Dia de Cada Vez,
senti-me bem comigo mesmo, com os outros, e minhas feridas começaram a cicatrizar. Agradeço a Deus
pela bicicleta de treinamento e a mão de apoio que escolhi chamar de 12 Passos.

UMA “usadinha” AJUDARIA?


Voltando atrás em nossas próprias histórias de uso, não poderíamos mostrar que, anos antes de
perceber que estávamos fora de controle, que nossa maneira de usar, mesmo naquela época, não
era apenas um hábito, mas era de fato o início da progressão fatal.
Quando eu ainda estava usando, não podia responder a qualquer situação da vida como podiam outras
pessoas mais saudáveis. O menor incidente desencadeava um estado de espírito que, acredite, eu tinha
que usar para entorpecer meus sentimentos. Mas o entorpecimento não melhorava a situação, então
procurava uma saída na garrafa. Hoje preciso estar consciente do meu alcoolismo. Não posso me permitir
acreditar que ganhei o controle sobre minha maneira de usar – ou novamente pensarei que ganhei o
controle sobre minha vida. Tal sentimento de controle é fatal à minha recuperação.

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HONESTIDADE RIGOROSA
Quem se dispõe a ser rigorosamente honesto e tolerante?
Quem se dispõe a confessar suas falhas a outra pessoa e a fazer reparações pelos danos causados?
Quem se interessa, ao mínimo, por um Poder Superior, e ainda pela meditação e a oração? Quem
se dispõe a sacrificar seu tempo e sua energia tentando levar a mensagem dos 12 Passos ao próximo?
Não, o adicto típico, egoísta ao extremo, pouco se interessa por estas medidas, a não ser que tenha
de tomá-las para sobreviver.
Eu sou um adicto. Se eu usar eu morrerei. Meu Deus, que poder, energia e emoção esta simples declaração
gera em mim! Mas, verdadeiramente, é tudo que preciso saber por hoje. Estou disposto a ficar vivo hoje?
Estou disposto a ficar sóbrio hoje? Estou disposto a pedir ajuda e estou disposto a ajudar outro adicto que
ainda sofre hoje? Descobri a natureza fatal da minha situação? O que devo fazer, hoje, para permanecer
sóbrio?

PRIMEIRO PASSO
Admitimos… (“Nós” a primeira palavra do Primeiro Passo)
Quando eu usava, tudo o que eu pensava era sempre “Eu, Eu, Eu!”, ou “Meu, Meu, Meu!”. Tal obsessão
do ser, tal doença da alma, tal egoísmo espiritual me escravizou à garrafa mais da metade de minha vida.
O caminho para encontrar Deus e fazer Sua vontade um dia de cada vez, começou com a primeira
expressão do Primeiro Passo… “Nós”.
Havia poder, força e segurança no plural e para um adicto como eu, também havia vida. Se tivesse tentado
me recuperar sozinho, provavelmente teria morrido. Com Deus e outro adicto tenho um propósito divino
na minha vida… tornei-me um canal para o amor benéfico de Deus.

“A RAIZ PRINCIPAL” Dos 12 PASSOS.


O princípio de que não encontraremos qualquer força duradoura sem que antes admitamos a
derrota completa, é a raiz principal da qual germinou e floresceu nossa Irmandade.
Derrotado e sabendo disso, cheguei às portas do programa, sozinho e com medo do desconhecido. Uma
vez dentro dos 12 Passos, experimentei uma sensação de ser amado e aceito, algo que não sentia desde a
minha tenra infância.
Que nunca perca a sensação de milagre que experimentei nessa primeira noite no grupo de auto ajuda., o
maior evento de toda a minha vida.

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Questionário
01 PASSO

1.1 –Por que você acha que é (ou não é) tão difícil admitir a derrota completa?

1.2 – O que você acha que pode remover de um adicto a obsessão pelo uso destrutivo?

1.3 – Você acredita que haja uma forma de falência, humilhação ou renúncia equivalentes a da
admissão de impotência perante as drogas?

1.4 – Como conseguimos com os 12 passos superar a humilhação da derrota total?

1.5 – Em que podemos transformar nossa admissão de impotência?

1.6 – Você acredita que este programa possa desenvolver uma vida feliz, significativa e útil sem antes
admitir sua debilidade e todas as suas consequências?

1.7 – Uma sobriedade precária geralmente advém do fato de não aceitarmos a derrota total. Você
concorda com isso? Por quê?

1.8 – A autoconfiança é um auxílio ou representa um empecilho no processo de admissão da derrota?

1.9 – Durante algum momento da sua carreira de bebedor chegou a pensar ou pressentir que se
continuasse a ingerir o álcool ele poderia terminar por lhe destruir?

1.10 – É possível a quebra pessoal da obsessão apenas pela força de vontade?

1.11 – Concorda com o seguinte trecho: “…Era um fato estatístico, que os adictos quase nunca se
recuperam pelos seus próprios recursos”? Por que?

1.12 – O adicto que mantém seu emprego, sua família e seus bens materiais também pode reconhecer
sua adicção? Mesmo que isto signifique a perda do controle sobre sua vida?

1.13 – Revendo sua própria história, você admite que mesmo antes de aceitar sua derrota já havia
perdido o controle sobre as drogas? Que fatos podem demonstrar isso?

1.14 – O que significa atingir o fundo do poço? Você acha que existe uma medida para a profundidade
do poço?

1.15 – O que ocorre quando um adicto planta na mente do outro a idéia da verdadeira natureza da
enfermidade? Será que ele continuará a ser o mesmo?

1.16 – Por que insistir tanto em que todo adicto, precisa antes de mais nada chegar ao fundo do poço?

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1.17 – Será fácil para uma pessoa que não tenha se afundado praticar com sinceridade o programa de
12 passos?

1.18 – Um adicto que ainda bebe sonharia em adotar as atitudes necessárias à pratica dos outros onze
passos do programa?

1.19 – Disponho-me a ser rigorosamente honesto e tolerante?

1.20 – Disponho-me a confessar minhas falhas a outro ser humano e a fazer reparações pelos danos
causados?

1.21 – Me interesso por um Poder Superior, pela meditação ou pela oração?

1.22 – Disponho-me a sacrificar meu tempo tentando levar a mensagem do programa ao próximo?

1.23 – Prontificamo-nos a fazer qualquer coisa que nos livre da obsessão inexorável?

1.24 – Sob a chicotada do adicção somos impelidos ao programa e ali descobrimos a fatalidade de
nossa situação. Que fatalidade?

2º passo

2. Viemos a acreditar que um Poder superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.

A partir do momento em que lê o Segundo Passo, a maioria dos novos em no programa enfrenta um
dilema, às vezes, bastante sério.
Quantas vezes os temos ouvido reclamar: "olhem o que vocês fizeram conosco. Convenceram-nos de
que somos adictos e que nossas vidas são ingovernáveis. Havendo nos reduzido a um estado de
desespero absoluto, agora nos informam que somente um Poder Superior poderá resolver nossa
obsessão. Alguns de nós recusam-se a acreditar em Deus, outros não conseguem acreditar e ainda
outros acreditam na existência de Deus, mas de forma alguma confiam que Ele levará a cabo este
milagre. Pois é, meteram-nos num beco sem saída, tudo bem, mas e agora, para onde vamos?".

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REFLEXÕES ACERCA DO 2º PASSO

ALVO: SANIDADE
“… o Segundo Passo, sutil e gradualmente, começou a se infiltrar em minha vida. Não posso
dizer a ocasião e a data em que vim acreditar num Poder Superior a mim mesmo, mas
certamente tenho essa crença agora”.
“Viemos a acreditar”. Eu acreditava da boca para fora quando sentia vontade ou quando pensava que
ficaria bem. Eu realmente não confiava em Deus. Não acreditava que Ele se preocupava comigo.
Continuei tentando mudar as coisas que eu não podia mudar. Aos poucos, de má vontade, comecei a
colocar tudo nas mãos Dele dizendo: “Você é onipotente, então tome conta disto”. Ele tomou.
Comecei a ter respostas para os meus problemas mais profundos, algumas vezes nas horas mais
inesperadas: dirigindo para o trabalho, comendo um lanche, ou quando estava quase adormecido.
Percebi que eu não tinha pensado naquelas soluções – um Poder Superior a mim mesmo as estava
dando.
Eu vim a acreditar.

PREENCHENDO UMA LACUNA


Bastava para o caso fazermo-nos uma pergunta: “Creio agora ou estou disposto a crer, que
exista um Poder Superior a mim mesmo? Uma vez que o homem possa responder que crêr ou
quer acreditar; asseguramos-lhe enfaticamente que está no caminho certo do êxito.
Mas meu ego interior estava morrendo pela solução proposta pelo meu homem exterior para os
problemas da vida e a solução sempre foram as drogas. Apesar de minha inteligência, as drogas
tornaram se meu poder superior. Foi através do amor incondicional que emana das pessoas que
praticam os 12 Passos e das reuniões, que fui capaz de descartar as drogas como meu poder superior.
A grande lacuna estava preenchida. Não estava mais sozinho e separado da vida. Tinha encontrado
um verdadeiro Poder Superior a mim mesmo, tinha encontrado o amor de Deus. Existe somente uma
equação que realmente me importa agora: Deus está nos 12 Passos.
QUANDO A FÉ ESTÁ PERDIDA
“Às vezes os 12 Passos é aceito com maior dificuldade pelos que perderam ou rejeitaram a fé
do que pelos que nunca a tiveram, pois acham que já experimentaram a fé e esta não lhes serviu.
Experimentaram viver com fé e sem fé.”
Tão convencido estava de que Deus tinha me abandonado que ao final tornei-me provocador, embora
soubesse que não devia agir assim, e mergulhei numa bebedeira. Minha fé tornou-se amarga e não
foi coincidência. Aqueles que já tiveram uma grande fé atingem o fundo com mais dificuldade.
Levou tempo para que minha fé reacendesse, mesmo tendo vindo para o programa. Estava
intelectualmente agradecido por sobreviver a queda tão vertiginosa, mas meu coração sentia-se

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endurecido. Ainda assim, persisti com o programa de 12 Passos, mas as alternativas eram muito
tristes! Continuei assistindo as reuniões e, aos poucos, minha fé foi ressurgindo.

UMA LIBERTAÇÃO GLORIOSA


“A partir do momento em que desisti de argumentar, comecei a ver e a sentir. Nesse instante, o
Segundo Passo, sutil e gradualmente, começou a se infiltrar em minha vida. Não posso dizer a
ocasião e a data em que vim acreditar num Poder Superior a mim, mas, certamente, tenho esta
crença agora. Para adquiri-la bastou-me parar de lutar e praticar o restante do programa. Com
o maior entusiasmo de que dispunha”.
Depois de anos satisfazendo a uma “desenfreada obstinação”, o Segundo Passo tornou-se para mim
uma libertação gloriosa de ficar sozinho. Nada agora é mais doloroso ou intransponível na minha
jornada. Alguém está sempre aqui para compartilhar comigo as cargas da vida. O Segundo Passo
tornou-se uma forma de reforçar minha relação com Deus, e agora percebo que minha insanidade e
meu ego estavam curiosamente ligados. Para livrar-me do anterior, devo entregar este a alguém com
os ombros muito mais largos que os meus.

UM PONTO DE REAGRUPAMENTO
“Portanto, o Segundo Passo é o ponto de reagrupamento para todos nós. Sejamos agnósticos,
ateus, ou ex-crentes, podemos agrupar neste Passo”.
Sinto que o programa é inspirado por Deus e que Deus está presente em todas as reuniões. Eu vejo,
acredito, e vim a saber que o programa funciona, porque permaneci sóbrio hoje. Voltei minha vida
para os 12 Passos e para Deus, indo a uma reunião de auto ajuda. Se Deus está em meu coração e em
tudo mais, então sou uma pequena parte de um todo e não sou único. Se Deus está no meu coração e
me fala através de outras pessoas, então eu devo ser um canal de Deus para outras pessoas. Devo
procurar fazer SUA vontade vivendo os princípios espirituais e minha recompensa será a sanidade e
sobriedade emocional.

UM CAMINHO PARA A FÉ
A verdadeira humildade e a mente aberta poderão nos conduzir à fé. Toda reunião é uma
segurança de que Deus os levará de volta à sanidade, se soubermos nos relacionar corretamente
com Ele.
A última vez que usei deixou-me num hospital totalmente quebrado. Foi então que fui capaz de ver
meu passado flutuar na minha frente. Percebi que por causa das drogas, tinha vivido todos os
pesadelos que pudera haver imaginado. Minha própria teimosia e obsessão para usar levaram-me para
um abismo escuro de alucinações, apagamentos e desespero. Finalmente vencido, pedi ajuda a Deus.
Sua presença convenceu-me para que acreditasse. Minha obsessão pelas drogas foi tirada e minha
paranóia foi suspensa. Não estou mais com medo. Sei que minha vida é saudável e sã.

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O AMOR EM SEUS OLHOS


Alguns de nós se recusam a acreditar em Deus, outros não podem e ainda outros, embora
acreditem na existência de Deus, de forma alguma confiam que Ele levará a cabo este milagre.
Foram as mudanças que vi nas novas pessoas que vieram para a grupo que me ajudaram a perder o
medo e mudaram minha atitude negativa em positiva. Podia ver o amor em seus olhos e estava
impressionado pelo muito que a sobriedade “Um dia de cada vez” significava para eles. Eles olharam
honestamente para o Segundo Passo e vieram a acreditar que um Poder superior a eles, iria restituí-
los à sanidade. Isto fez com que eu tivesse fé no grupo e esperança que funcionaria também para mim.
Descobri que Deus era um Deus amoroso, não aquele Deus punidor que eu temia antes de chegar no
programa. Descobri que Ele tinha estado comigo durante todas aquelas horas em que eu estava com
problemas antes de vir para os 12 Passos
Hoje sei que foi Ele quem me levou para o programa de 12 Passos e que eu sou um milagre.

A DÁDIVA DO RISO
A esta altura, seu padrinho na programação geralmente se põe a rir.
Antes de começar minha recuperação da adicção, o riso era um dos mais dolorosos sons que conhecia.
Eu nunca ria e sentia que se alguém mais risse, era de mim! Minha auto piedade negava-me o mais
simples dos prazeres, ou a leveza do coração. No final da minha addição, nem mesmo o álcool
provocava em mim uma risada de bêbado.
Quando meu padrinho começou a rir e a mostrar a minha auto piedade e enganos alimentados pelo
ego, fiquei aborrecido e magoado, mas ele ensinou-me a aliviar-me e a focalizar a minha recuperação.
Logo aprendi a rir de mim mesmo e, eventualmente, ensinar os meus afilhados a rir também. Todo
dia peço a Deus para ajudar-me a parar de me levar muito a sério.

UMA TAREFA DE TODA A VIDA


“Mas como, nestas circunstâncias, poderei manter-me calmo? É isso o que eu quero saber”.
Nunca fui conhecido pela minha paciência. Quantas vezes me perguntei: “Por que esperar, se posso
ter tudo agora?” Em verdade, quando me apresentaram os Doze Passos, pela primeira vez, me sentia
como um “garoto numa loja de doces”. Não podia esperar para ir até o Décimo Segundo Passo: pois
com certeza era apenas trabalho para alguns meses, ou assim eu pensava! Percebo agora que viver os
Doze Passos é um empreendimento para toda a vida.

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Questionário
2 – PASSO 02

2.1 – Estou realmente convencido de que sou alcoólatra, e que minha vida é ingovernável? Preciso
realmente acreditar num Poder Superior?

2.2 – Recuso-me a acreditar em Deus?

2.3 – Confio em que Deus poderá levar a cabo o milagre da minha recuperação?

2.4 – Acreditar num Poder Superior abala minha filosofia de vida?

2.5 – Não será o homem o ponto máximo da evolução dos seres vivos, a verdadeira manifestação do
Poder Superior?

2.6 – Acreditar na existência de um Poder Superior lhe parece um obstáculo intransponível?

2.7 – Os 12 Passos exigem que acreditemos em alguma coisa?

2.8 – O Segundo Passo precisa ser aceito de uma vez? Ou basta manter a mente aberta?

2.9 – O debate sobre questões filosóficas profundas ajuda abrir a mente?

2.10 – O fato de o programa adotar métodos nada científicos o impede de aceitar suas sugestões?

2.11 – Ao desconsiderar os resultados apresentados pelo programa de 12 passos, estamos adotando


uma atitude racional científica?

2.12 – Parar de lutar contra a idéia da existência de um poder superior e tentar praticar o restante do
programa pode proporcionar a oportunidade de vir a acreditar na existência deste Poder Superior?

2.13 – Que acha da idéia de aceitar inicialmente o programa em si como uma Força Superior?

2.14 – Libertar-se da obsessão pelas drogas fez (ou poderá fazer) com que você acreditasse (ou
acredite) no Poder Superior? E o fato de outros já terem se libertado?

2.15 – Você já teve algum tipo de fé e perdeu?

2.16 – Você tem algum preconceito contra religião?

2.17 – Acha que Deus tem sido justo com você?

2.18 – Acha que o fato da experiência do programa dizer a todos que ainda não encontraram a fé que
eles também podem encontrar uma fé que funcione é válido, verdadeiro?
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2.19 – A religião afirma que a existência de Deus pode ser comprovada; o agnóstico diz que não pode
ser comprovada e o ateu afirma que tem provas da não existência de Deus. Qual é o seu caso?
Justifique.

2.20 – Humildade e intelecto podem ser compatíveis?

2.21 – A moralidade hipócrita de alguns religiosos, e o fato de homens de religião matarem-se uns
aos outros em nome da fé, constituem-se em obstáculos para aceitação da existência do Poder
Superior? Ou será esta uma justificativa para não olharmos para os nossos próprios defeitos?

2.22 – Pode-se acreditar em Deus e ao mesmo tempo desafiá-Lo? Podemos confiar em que Ele nos
devolverá a sanidade sem que façamos a nossa parte?

2.23 – A fé, devoção e observâncias religiosas foram suficientes para que cumpríssemos nossas
promessas de não usar? Por quê?

2.24 – O volume exterior da prática religiosa é mais importante do que a pureza da fé?

2.25 – Em algum momento da fase ativa chegou a ter consciência do verdadeiro grau de sua sanidade
mental?

2.26 – A verdadeira humildade e a mente aberta poderão nos conduzir a fé e ao conforto da segurança
de que Deus nos levará de volta ao caminho da sanidade, desde que…

3º passo

3. Decidimos entregar nossa vida e nossa vontade aos cuidados de Deus, na forma em que O
concebíamos.

A prática do Terceiro Passo é como abrir uma porta que até então parecia estar fechada à chave. Tudo
de que precisamos é a chave e a decisão de abrir a porta. Há apenas uma chave, e se chama boa-
vontade. Olhando-se através dela, ver-se-á um caminho ao lado do qual há uma inscrição que diz:
"Eis o caminho em direção àquela fé que realmente funciona."
Nos primeiros dois passos, refletimos. Vimos que éramos impotentes perante as drogas, mas também
percebemos que alguma espécie de fé, mesmo que fosse somente no grupo de 12 Passos, estava ao
alcance de qualquer um.
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Essas conclusões não requereram ação; requereram apenas aceitação.
Como todos os outros, o Terceiro Passo pede uma ação positiva, pois é somente através de ação que
conseguimos interromper a vontade própria que sempre impediu a entrada de Deus - ou, se preferir,
de um Poder Superior - em nossas vidas. A fé é necessária certamente, porém a fé isolada pode
resultar em nada. Podemos ter fé, mas manter Deus fora de nossas vidas. Portanto, o nosso problema
agora é descobrir como e por quais meios específicos, poderemos deixá-Lo entrar. O Terceiro Passo
representa nossa primeira tentativa de alcançar isso. Aliás, a eficácia de todo programa dos 12 Passos
dependerá de quão bem e sinceramente tenhamos tentado chegar à decisão de "entregar nossa vontade
e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos"

REFLEXÕES ACERCA DO 3º PASSO

Como introdução para este passo é usada uma metáfora: “A prática do Terceiro Passo é como
abrir uma porta fechada à chave”. Este passo, como os demais, requer ação, e o problema que
então se coloca para o adicto é descobrir como permitir a entrada de Deus na sua vida. Da
qualidade e sinceridade na vivência deste passo vai depender a eficiência da programação.
Para o recém-chegado possuidor de espírito prático este passo parece difícil ou impossível. A
experiência de membros mais antigos mostra aos novos que isso pode ser simples: requer apenas um
pouco de boa vontade. Às vezes podem ocorrer recuos na prática deste passo por causa do egoísmo,
mas a boa vontade permite a retomada da entrega que este passo propõe.
Para alguns adictos pode surgir certa revolta: não basta entregar a vida a Deus em relação as drogas,
mas ainda será preciso entregá-la em relação a todos outros aspectos também? Estas pessoas
gostariam de poder manter independência em alguns setores da sua vida. Acreditam que se tornarão
nulidades se tiverem que fazer uma entrega total. A realidade, no entanto, mostra que quanto maior a
disposição a depender de um Poder Superior, maior será a independência.
Examinando fatos da vida cotidiana, percebe-se que em muitos aspectos existe uma grande
dependência, mas não há consciência disso. A eletricidade é um exemplo: depende-se dela e ninguém
deseja dela ser privado. É uma dependência que proporciona independência, suprindo necessidades
diversas.
Porém, quando se trata de dependência mental e emocional tudo muda. Acredita-se que a inteligência,
com apoio da força de vontade, consegue muito bem controlar a vida interior, e garantir o êxito no
mundo em que se vive. Procurando verificar se esta filosofia funciona, percebe-se que mesmo pessoas
normais, não adictas, obtêm bons resultados vivendo desta maneira. O ódio e o medo invadem a
sociedade que pensa desta forma. Neste sentido, os adictos podem se considerar afortunados pelo
programa dos Doze Passos. A palavra “dependência” é repugnante não apenas para os alcoolistas,
mas também para os psiquiatras e psicólogos. Ocorre que existem diferentes formas de dependência.
Por exemplo, filhos adultos dependendo emocionalmente dos pais não é um tipo de dependência
desejável. “Mas, a dependência de um grupo de auto ajuda ou de um Poder superior jamais produziu
qualquer efeito pernicioso”

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Inúmeros outros problemas além das drogas se apresentam, e não são solucionados apesar de todos
os esforços e coragem. Levam o adicto a se sentir inseguro e infeliz, e sua vontade, por mais
determinada que seja, não traz soluções. Neste momento é que se torna necessário depender de
Alguém ou Alguma Coisa.
Inicialmente este “alguém” poderá ser um amigo próximo do grupo, que ajudará o adicto a perceber
que, na ausência das drogas, os problemas se tornam mais agudos. Virá também a saber que a prática
constante deste e dos demais passos é que permitirá uma vida feliz e útil, e ainda, que esta só será
possível após conseguir viver o Terceiro Passo com persistência e determinação.
A aceitação destas ideias facilita o início da prática deste passo e quando momentos difíceis surgirem,
a Oração da Serenidade traz conforto: “Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as
coisas que não posso modificar; coragem para modificar aquelas que posso, e sabedoria para
distinguir umas das outras. Seja feita a Vossa vontade e não a minha”

A CHAVE E A BOA VONTADE


Uma vez que introduzimos a chave da boa vontade na fechadura e entreabrimos a porta
descobrimos que sempre se pode abrir um pouco mais.
A boa vontade para entregar o meu orgulho e minha obstinação a um Poder Superior a mim mesmo,
provou ser o único ingrediente necessário para resolver meus problemas hoje. Até mesmo pequenas
doses de boa vontade, se sincera, é suficiente para permitir que Deus entre e tome controle sobre
qualquer problema, dor ou obsessão. Meu nível de bem-estar está em relação direta com o grau de
boa vontade que tenho num determinado momento para abandonar minha vontade própria e permitir
que a vontade de Deus se manifeste em minha vida. Com a chave da boa vontade, minhas
preocupações e medos são poderosamente transformados em serenidade.

ENTREGANDO-A
Todos os homens e mulheres que ingressaram e pretenderam ficar nos 12 Passos começaram a
praticar o Terceiro Passo sem que mesmo se apercebessem disso. Não é verdade que em todo o
assunto relacionado com as drogas cada um decidiu entregar sua vida aos cuidados, proteção e
guia dos 12 Passos? Qualquer recém-chegado com boa vontade está convicto que o programa é
o único porto seguro para o navio quase afundado que ele representa. Ora, se isso não é entregar
a vontade e a vida à Providência recém-encontrada, o que é então?
Submissão a Deus foi o primeiro passo para minha recuperação. Acredito que nossa Irmandade
procura uma abertura espiritual para uma nova afinidade com Deus. Quando me esforço para seguir
o caminho dos Passos, sinto uma liberdade que me dá a habilidade de pensar por mim mesmo. Minha
adicção me aprisionou sem qualquer liberdade e atrapalhou minha habilidade de libertar-me do meu
próprio confinamento; mas os 12 Passos me garantem uma maneira de ir para frente. O compartilhar
mútuo, a preocupação e o cuidado são a nossa dádiva natural de um para com o outro, e a minha
dádiva é fortalecida à medida em que muda minha atitude em relação a Deus. Aprendo a submeter-

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me à vontade de Deus em minha vida, a ter dignidade e a manter sempre estas atitudes, dando sempre
o que recebo.

ENTREGANDO A NOSSA VONTADE


“Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O
concebíamos”.
Não importa quanto alguém deseja tentar, precisamente como pôde alguém entregar sua vontade e
sua vida aos cuidados do Deus que ele pensa existir? Na minha procura por uma resposta a esta
questão, tornei-me consciente da sabedoria com que o Passo foi escrito: que este é um Passo em duas
partes.
Podia ver que em meus dias de uso, houve ocasiões em que deveria ter morrido, ou ao menos ser
machucado mas isto nunca aconteceu. Alguém ou alguma coisa estava olhando por mim. Escolhi
acreditar que minha vida sempre esteve sob os cuidados de Deus. Somente Ele controla o número de
dias que me serão concedidos até a morte física.
O assunto da vontade (vontade própria ou vontade de Deus) é a parte mais difícil que existe no Passo
para mim. Somente após experimentar emocionalmente uma imensa dor pelas tentativas fracassadas
de me firmar, é que posso estar pronto para entregar a minha vida à vontade de Deus. Rendição é
como a calmaria após a tempestade. Quando minha vontade está conforme a vontade de Deus, existe
paz dentro de mim.

DIREÇÃO BEM ORDENADA


“É quando tentamos adaptar a nossa vontade à de Deus que começamos a usá-la corretamente.
Para todos nós esta foi uma revelação maravilhosa. Todo o nosso problema resultou do abuso
da vontade. Com ela tentamos atacar nossos problemas, ao invés de modificá-la para que
estivesse de acordo com os desígnios de Deus para conosco. A função dos Doze Passos é tornar
isto cada vez mais possível e o Terceiro Passo é aquele que abre a porta”.
Tudo que preciso fazer é olhar para o meu passado, para ver onde minha vontade própria está me
levando. Apenas não sei o que é melhor para mim e acredito que meu Poder Superior sabe. Deus, que
defino como uma Direção bem ordenada, nunca me deixou cair, mas eu me deixei cair muitas vezes.
Usar minha vontade própria numa situação, normalmente tem o mesmo resultado que colocar a peça
errada num quebra-cabeças: cansaço e frustração. O Terceiro Passo abre a porta para o restante do
programa. Quando peço a Deus que me guie, sei que, seja qual for o resultado, será o melhor possível,
as coisas são exatamente como deveriam ser, mesmo não sendo como eu esperava que fossem. Se eu
deixar, Deus faz por mim o que eu não posso fazer por mim mesmo.

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UM PLANO DIÁRIO
Ao acordar, pensaremos nas vinte e quatro horas vindouras. Consideraremos nossos planos
para o dia. Antes de começar, pedimos a Deus que dirija nossos pensamentos e, especialmente,
que eles estejam divorciados da auto piedade, da desonestidade e do egoísmo.
Todo dia peço a Deus para acender dentro de mim o fogo de Seu amor para que esse amor, brilhante
e claro, ilumine meu pensamento e me permita fazer Sua vontade da melhor forma. Durante o dia,
quando circunstâncias exteriores deprimem o meu espírito, peço a Deus que grave em minha mente
a consciência de que posso começar o meu dia da maneira que escolher; centenas de vezes, se
necessário.

A PEDRA ANGULAR
Ele é o Pai e nós somos os Seus filhos. Na maioria das vezes, as boas ideias são simples, e este
conceito passou a ser a pedra angular do nosso arco do triunfo, através do qual passamos à
liberdade.
A pedra angular é a peça cunhada na parte mais alta de um arco que prende as outras peças no lugar.
As “outras peças” são os Passos Um, Dois e quatro até o Décimo Segundo.
Neste sentido isto soa como se o Terceiro Passo fosse o Passo mais importante, que os outros onze
dependem do Terceiro para suporte. Na realidade, porém, o Terceiro Passo é apenas um dos doze.
Ele é a pedra angular, mas sem as outras onze pedras para construir a base e os lados, com ou sem a
pedra angular, simplesmente não haverá arco. Através do Trabalho diário de todos os Doze Passos,
encontro este arco do triunfo esperando que eu passe através dele para outro dia de liberdade.

A IDEIA DE DEUS
Quando vimos os outros resolverem seus problemas através de uma simples confiança no
Espírito do Universo, tivemos que deixar de continuar duvidando do poder de Deus. Nossas
ideias eram ineficazes. Porém, a ideia de Deus surtia efeito.
Como um homem cego recuperando gradualmente a visão, lentamente tateei o meu caminho no
Terceiro Passo. Percebendo que somente um Poder Superior a mim mesmo poderia me socorrer do
abismo sem esperança onde eu estava, soube que este era um Poder em que eu tinha que me agarrar
e que seria minha âncora no meio de um mar de desgraças. Muito embora minha fé naquela hora
fosse minúscula, foi grande o bastante para me fazer ver que era hora de me livrar de minha confiança
no meu orgulhoso ego, e colocá-la na fortaleza segura que somente pode vir de um Poder muito
Superior a mim mesmo.

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Questionário
3 – PASSO

3.1 – Por que a prática do Terceiro Passo é como abrir uma porta que até então parecia fechada?

3.2 – O que precisamos para “abrir a porta”? Qual é a “chave da porta”?

3.3 – Nos dois primeiros passos refletimos: somos impotentes perante as drogas e a fé. Estas
conclusões requerem apenas aceitação, O quê, além disso, requer o Terceiro Passo?

3.4 – Nossa Vontade quase sempre impediu a entrada de Deus (Poder Superior em nossas vidas. Em
que o Terceiro Passo nos auxilia?)

3.5 – Por quê a eficiência de todo o Programa de 12 passos depende de quão bem e sinceramente
tentemos chegar à decisão de entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus na forma em
que O concebíamos?

3.6 – Seu espírito prático faz este passo parecer difícil ou impossível para você?

3.7 – Como entregar a vontade e a própria vida aos cuidados de Deus que pensamos poder existir?

3.8 – O egoísmo às vezes fecha a porta aberta pela chave da boa vontade. Concorda? Que fazer para
abri-la outra vez?

3.9 – “Todos os homens e mulheres que ingressam e pretendem permanecer no programa, sem mesmo
se aperceber disso começaram a praticar o Terceiro Passo”. Por quê?

3.10 – Quanto mais nos dispomos a depender de um Poder Superior, mais independentes nos
tornamos. Esta afirmação faz sentido para você? Por quê?

3.11 – Somos realmente independentes em nossa vida cotidiana?

3.12 – Compreendemos perfeitamente as “coisas” das quais nos tornamos dependentes nos tempos
atuais?

3.13 – Temos certeza de que nossa inteligência, apoiada pela força de vontade, pode muito bem
controlar nossa vida interior e garantir nosso êxito no mundo em que vivemos? Será que isto
funciona?

3.14 – Por toda parte se veem pessoas cheias de ódio e medo, a sociedade se fragmentando em pedaço.
Cada fragmento diz ao outro; “Nós estamos certos e vocês estão errados”. Será este estado de coisas
resultante do fato de que cada indivíduo, cada facção, esteja tentando assim exercer o papel de Deus?

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3.15 – Reconhecemos que a palavra dependência é repugnante para muitos psiquiatras, muitos
psicólogos e particularmente para os alcoólicos, pois existem formas prejudiciais de dependência, tais
como…..

3.16 – A dependência de um grupo de 12 passos, ou de um Poder Superior, já produziu algum efeito


pernicioso?

3.17 – O que poderá ser feito pela vontade própria e coragem nua a respeito dos problemas que se
recusam a ser solucionados, a respeito do ódio, da inveja e dos problemas que teimam em continuar
a existir?

3.18 – Uma sobriedade maior, graças o reconhecimento da adicção e à assistência a algumas reuniões,
é certamente uma boa coisa. Porém, fatalmente estará longe de ser uma sobriedade permanente, uma
vida feliz e útil. O que poderá nos conduzir ao resultado desejado?

3.19 – Por que se diz que só é possível praticar os outros Passo do Programa quando Terceiro Passo
tenha sido experimentado com determinação?

3.20 – Todo o nosso problema resultou do abuso da vontade. Havíamos tentado atacar nossos
problemas com ela ao invés de modificá-la para que esteja de acordo com a vontade de Deus para
conosco. Já havia pensado nisso?

3.21 – Cada vez que aparecer um momento de indecisão ou distúrbio emocional, podemos fazer uma
pausa, pedir silêncio e dizer simplesmente…

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4º passo

4. Fizemos um minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.

A Criação nos deu os instintos por alguma razão. Sem eles não seríamos seres humanos completos.
Se os homens e as mulheres não se esforçassem a fim de se sentir seguros, a fim de conseguir alimento
ou construir abrigo, não sobreviveriam; se não se reproduzissem, a Terra não seria povoada; se não
existisse o instinto social, se os homens não se interessassem pelo convívio com seus semelhantes,
não haveria sociedade. Portanto, estes desejos - pela relação sexual, pela segurança material e
emocional, e pelo companheirismo - são perfeitamente necessários e naturais, e certamente dados a
nós por Deus.
Contudo, estes instintos, tão necessários para nossa existência, frequentemente excedem bastante suas
funções específicas. Fortemente, cegamente e muitas vezes simultaneamente, eles nos impulsionam,
dominam e insistem em dirigir nossas vidas.
Nossos anseios pelo sexo, pela segurança material e emocional, e por posição importante na
sociedade, com frequência nos tiranizam.
Quando deturpados desta forma, os desejos naturais do homem causam-lhe grandes problemas, aliás,
quase todos os problemas que existem. Nenhum ser humano, por melhor que seja, fica livre dessas
dificuldades. Quase todo problema emocional grave pode ser considerado como um caso de instintos
deturpados. Quando isso acontece, nossas grandes qualidades naturais, os instintos, tornam-se
empecilhos físicos e mentais.
O Quarto Passo representa nosso esforço enérgico e meticuloso para descobrir quais foram, e são,
esses obstáculos em cada um de nós. Queremos descobrir exatamente como, quando e onde nossos
desejos naturais nos deformaram. Queremos olhar de frente a infelicidade que isto causou aos outros
e a nós mesmos.
Descobrindo quais são nossas deformidades emocionais, podemos começar a corrigi-las. Sem um
esforço voluntário e persistente para lograr isso, haverá pouca sobriedade e felicidade para nós. Sem
um minucioso e destemido inventário moral, a maioria de nós verificou que a fé que realmente
funciona na vida diária permanece fora de alcance.

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REFLEXÕES ACERCA DO 4º PASSO


Os instintos humanos são necessários para a sobrevivência, mas muitas vezes excedem suas
funções específicas. A maioria dos problemas existentes decorrem deste excesso. O Quarto
passo tem por finalidade levar o adicto a perceber como, quando e onde tais excessos
provocaram deformidades emocionais, de modo a ajudá-lo a corrigi-los. A sobriedade e
felicidade dependem disso.
Quando a vida é direcionada quase que para um aspecto apenas, como por exemplo, na busca de
segurança, desejo de poder, ocorre um desequilíbrio que compromete a qualidade de vida do
indivíduo em questão e das pessoas que o cercam. Os instintos desenfreados seriam a causa básica
uso desenfreado do adicto. O esforço para examiná-los pode levar a reações graves. Alcoolistas que
tendem à depressão podem mergulhar em sentimentos de culpa e de auto repugnância. Podem perder
a perspectiva, o que vai impedir que façam o inventário moral.
Indivíduos que tendem ao orgulho ou mania de grandeza podem sentir-se diminuídos pela sugestão
deste inventário. Pensarão que os defeitos de caráter, se é que os têm, foram provocados
principalmente pelas drogas, e que um inventário desta natureza será desnecessário. Mais um motivo
para evitar um inventário seria que os problemas presentes são causados por outras pessoas, e estas é
que deveriam fazer um inventário moral. Neste momento o padrinho vem em socorro e mostra ao
adicto que seus defeitos são semelhantes aos de outras pessoas. Leva-o a perceber que possui valores
também. Com aquelas pessoas que acham que o inventário não é uma necessidade, o padrinho
encontra outra dificuldade, pois o orgulho não permite que reconheça seus defeitos. “O problema é
ajudá-las a descobrir uma trinca nas paredes construídas pelo seu ego, através da qual poderão ver a
luz da razão”
Os recém-chegados aprendem que precisam ajustar-se às circunstâncias, e não esperar que ocorra o
inverso. Os ressentimentos vingativos, auto piedade e orgulho descabido também necessitam ser
revistos. Quando as primeiras barreiras são ultrapassadas, o caminho parece tornar-se mais fácil.
Começa-se a obter uma autoimagem mais objetiva, ou seja, adquire-se uma certa humildade.
Os tipos depressivo e arrogante são tipos extremos de personalidade. Frequentemente os adictos
situam-se em ambas classificações, e cada qual terá que no inventário verificar quais são os seus
defeitos de caráter. Para evitar confusão quanto a estes defeitos, é apresentada a universalmente
reconhecida lista dos sete pecados capitais: orgulho, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça. Não
por acaso o primeiro da lista é o orgulho, pois é “…o principal fomentador da maioria das dificuldades
humanas, o maior empecilho ao progresso verdadeiro (…) Quando a satisfação de nosso instinto pelo
sexo, segurança e posição social se torna o único objetivo de nossa vida, então o orgulho entra em
cena para justificar nossos excessos”

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Estas falhas, por sua vez, geram o medo, que gera outras falhas também. Orgulho e medo vêm à tona
quando o adicto tenta olhar seu interior, e dificultam o inventário. A persistência, no entanto, traz
uma sensação de alívio indescritível, e uma confiança totalmente nova que são os frutos iniciais deste
passo.
Na sequência surge a dúvida sobre por onde começar e como fazer um inventário bem feito. A
sugestão é que se inicie pelas falhas que mais incomodam. O adicto poderá examinar sua conduta
quanto aos instintos primários de sexo, segurança e vida social. Como sugestão também são
apresentadas diversas perguntas sobre problemas nestas três áreas (sexualidade, segurança financeira
e emocional). Os sintomas mais frequentes a elas relativos são também analisados.
Acredita-se que alguns adictos “… farão objeção a muitas perguntas feitas, por acharem que seus
defeitos talvez não tenham sido assim tão flagrantes. (…) um exame consciente é capaz de revelar
justamente os defeitos dos quais tratam as perguntas desagradáveis”
O inventário proposto pelo quarto passo deveria ser meticuloso. Para isso, a redação de perguntas e
respostas pode ajudar a pensar com clareza e a avaliar com honestidade.

LIBERTAÇÃO DA CULPA
No tocante às outras pessoas, tivemos de eliminar a palavra “culpa” de nosso vocabulário e de
nossos pensamentos.
Quando me tornei disposto a aceitar minha própria condição de impotência, comecei a perceber que
culpar a mim mesmo por todos os problemas na minha vida poderia ser uma viagem para dentro de
mim mesmo, de volta para a desesperança. Pedindo ajuda e escutando profundamente as mensagens
contidas nos Passos e Tradições do programa, foi possível mudar essas atitudes que atrasam minha
recuperação. Antes de ingressar no programa eu desejava tanto a aprovação de pessoas importantes,
que estava disposto a me sacrificar, bem como os outros, para ganhar posição social. Invariavelmente
eu tinha muitos desgostos. No programa encontrei verdadeiros amigos que me amam, me entendem
e procuram ajudar-me a aprender a verdade sobre mim mesmo. Com a ajuda dos Doze Passos, sou
capaz de construir uma vida melhor, livre da culpa e da necessidade de auto justificação.

OLHANDO DENTRO
Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.
O Quarto Passo é um esforço vigoroso e cuidadoso para descobrir em cada um de nós quais eram e
quais são nossos defeitos. Desejo descobrir exatamente como, quando e onde meus desejos naturais
se deformaram. Desejo olhar honestamente a infelicidade que isto causou aos outros e a mim.
Descobrindo quais são as minhas deformidades emocionais, posso corrigi-las. Sem um esforço
persistente e boa vontade para fazer isto, haverá pouca sobriedade ou contentamento para mim.
Necessito ter um conhecimento claro e seguro de mim mesmo para resolver emoções confusas. Tal
percepção não acontece da noite para o dia e nenhuma autoconsciência é permanente.

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Todos têm capacidade para crescer e para se conhecer através de um encontro honesto com a
realidade. Quando não evito os problemas, mas os enfrento diretamente, sempre tentando resolvê-los,
eles se tornam poucos.

CONSTRUINDO O CARÁTER
Exigir dos outros excessiva atenção, proteção e amor, só pode despertar a dominação ou a
revolta…
Quando descobri minha necessidade de aprovação no Quarto Passo, não pensava considerá-la como
um defeito de caráter.
Preferia pensar que era uma qualidade vantajosa (o desejo de agradar as pessoas). Rapidamente me
mostraram que esta “necessidade” pode ser paralisante. Hoje ainda gosto de obter a aprovação dos
outros, mas não estou mais disposto a pagar o preço que costumava para consegui-la. Não me curvo
mais como uma rosca para conseguir que os outros gostem de mim. Se consigo a sua aprovação, isto
é muito bom; mas se não, eu sobreviverei sem ela. Sou responsável por falar o que considero ser a
verdade, não o que penso que os outros possam querer ouvir.
Similarmente, meu falso orgulho me mantinha demasiadamente preocupado com minha reputação.
Desde então, sendo iluminado pelo programa de 12 Passos, minha intenção é melhorar o meu caráter.

ACEITAR QUE SOMOS HUMANOS


Finalmente vimos que o inventário deveria ser nosso, não de outra pessoa. Assim, admitimos
nossos defeitos honestamente e nos dispusemos a colocar estes assuntos em ordem.
Por que é tão difícil para o adicto aceitar responsabilidade?
Costumava usar devido às coisas que as outras pessoas faziam para mim. Quando vim para o
programa me falaram para ver em que havia me equivocado. O que tinha eu a ver com todos estes
diferentes assuntos? Quando simplesmente aceitei que eu tinha uma parte neles, fui capaz de colocá-
los no papel e vê-los como eram: coisas humanas.
Não esperava ser perfeito! Fiz erros antes e farei novamente. Ser honesto a respeito deles permitiu-
me aceitá-los – e aceitar a mim mesmo – bem como aqueles com quem tinha diferenças.
A partir de então, a recuperação está cada vez mais próxima de mim.

IRMANDADE VERDADEIRA
Em nenhuma ocasião procuramos ser um membro da família, um amigo entre amigos, um
trabalhador a mais em nossa empresa, ou um membro útil da sociedade. Sempre nos
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esforçamos para chegar até o topo do morro, ou então para nos escondermos à sombra dele.
Este comportamento egoísta impedia uma relação de companheirismo com nossos semelhantes.
Da verdadeira fraternidade pouco conhecíamos.
Esta mensagem contida no Quarto Passo foi a primeira que ouvi alta e clara: antes disso eu não havia
visto descrito em letras de imprensa! Antes de chegar no programa não conhecia nenhum lugar que
pudesse me ensinar a ser uma pessoa entre as pessoas. Desde a minha primeira reunião vi pessoas
fazendo isso e eu desejava o que elas tinham. Uma das razões pelas quais hoje sou um adicto sóbrio
e feliz, é que estou aprendendo a mais importante lição.

UMA VISITA POR DENTRO


Queremos descobrir exatamente como, quando e onde nossos desejos naturais nos deformaram.
Queremos olhar defronte a infelicidade que isto causou aos outros e a nós mesmos. Descobrindo
quais são nossas deformidades emocionais, podemos nos encaminhar em direção à sua correção.
Hoje não sou mais um escravo das drogas, porém, de muitas maneiras a escravidão ainda ameaça
meu ego, meus desejos e até mesmo meus sonhos. Ainda que sem sonhos eu não possa existir, sem
sonhos não há nada que me impulsione para frente.
Devo olhar para dentro de mim mesmo, para libertar-me.
Devo pedir a força de Deus para encarar a pessoa que mais temo, meu eu verdadeiro, a pessoa que
Deus criou para ser eu mesmo. A não ser que possa ou até que faça isto, estarei sempre fugindo e
nunca serei realmente livre. Peço a Deus, diariamente, que me mostre a liberdade!

UMA PALAVRA PARA ELIMINAR: “CULPA”


Geralmente demorava bastante para percebermos como as nossas emoções descontroladas nos
vitimavam. Notávamos logo nos outros, mas só muito vagarosamente em nós. Antes de mais
nada, era preciso confessar que tínhamos muitos defeitos, mesmo que esta admissão fosse
dolorosa e humilhante. No tocante às outras pessoas, tivemos de eliminar a palavra “culpa” de
nosso vocabulário e nossos pensamentos.
Quando fiz meu Quarto Passo, seguindo as sugestões do Livro Grande, notei que minha lista de
ressentimentos estava cheia de meus preconceitos e de culpar os outros por não ser capaz de ter
sucesso e não aproveitar plenamente meus talentos. Também descobri que me sentia diferente por ser
negro. À medida que continuei a praticar o Passo, aprendi que sempre tinha usado para me livrar
desses sentimentos. Somente quando fiquei sóbrio e trabalhei o meu inventário foi que pude não
culpar mais ninguém.

O PRINCIPAL CULPADO

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O ressentimento é o principal culpado. Destrói mais adictos do que qualquer outra coisa. Dele
nasce toda forma de doença espiritual, pois somos doentes não só física e mentalmente, mas
também espiritualmente.
Quando me olho praticando o Quarto Passo, é fácil achar desculpas para os erros que fiz, porque
posso vê-los facilmente como uma questão de “desforra” de um erro feito contra mim. Se continuo a
reviver minha velha dor, isto é um ressentimento, e ressentimentos bloqueiam a luz do sol para minha
alma. Se continuo a reviver dores e ódios, irei machucar e odiar a mim mesmo. Após anos na
escuridão dos ressentimentos, encontrei a luz do sol. Devo libertar-me dos ressentimentos, não posso
me permitir o luxo de conservá-los.

A ESCRAVIDÃO DOS RESSENTIMENTOS


… esse negócio de ressentimento é infinitamente grave, porque quando estamos abrigando esses
sentimentos nos afastamos da luz do espírito.
Foi dito “Raiva é um luxo ao qual não posso me permitir”.
Sugere isto que eu ignore esta emoção humana? Acredito que não. Antes de conhecer o programa de
12 Passos, eu era um escravo dos moldes de comportamento da dependência química. Estava
acorrentado à negatividade, sem esperança de soltar-me.
Os Passos me ofereceram uma alternativa. O Quarto Passo é o início do final da minha escravidão. O
processo de “soltar-se” começa com um inventário. Não posso ficar assustado, porque os Passos
anteriores me garantem que não estou sozinho. Meu Poder Superior me guia até esta porta e me dá a
dádiva da escolha. Hoje posso escolher abrir a porta para a liberdade e alegrar-me na luz dos Passos,
uma vez que purificam o espírito dentro de mim.

AMOR E MEDO COMO OPOSTOS


Todas estas falhas geram o medo, uma doença da alma em si.
“O medo bate à porta; a fé atende; nada estava ali.”
Não sei a quem esta citação deve ser atribuída, mas ela certamente indica muito claramente que o
medo é uma ilusão.
Eu mesmo crio a ilusão.
Em minha juventude experimentei o medo e erroneamente pensava que sua mera presença fazia de
mim um covarde.
Não sabia que uma das definições de “coragem” é a “disposição de fazer as coisas certas apesar do
medo”. “Coragem”, portanto, não é necessariamente a ausência do medo.
Durante as horas em que eu não tinha amor na minha vida, com certeza tinha medo. Ter medo de
Deus é ter medo da alegria. Olhando para trás, percebo que durante as horas em que mais temia a

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Deus, não havia alegria em minha vida. Quando aprendi a não temer a Deus, também aprendi a
experimentar a alegria.

FORMANDO UMA VERDADEIRA PARCERIA


Mas, o maior sofrimento que temos padecido se origina de nossas relações deturpadas com
parentes, amigos e a sociedade em geral.
Temos sido por demais obtusos e teimosos nestas relações. O fato principal que deixamos de
reconhecer é a nossa incapacidade total de manter uma verdadeira intimidade com outro ser humano.
Estas palavras podem ser aplicadas a mim? Eu ainda sou incapaz de formar uma verdadeira parceria
com outro ser humano? Que terrível desvantagem seria para mim levar esta minha vida sóbria! Na
minha sobriedade meditarei e orarei, para descobrir como posso me tornar um amigo e companheiro
de confiança.

OLHANDO A NÓS MESMOS


… e o Medo responde: “Não se atreva a olhar!”
Quantas vezes em meus dias de uso eu evitava um trabalho apenas porque me parecia muito grande!
Não é de se admirar que mesmo estando sóbrio por algum tempo, aja dessa mesma forma quando me
defronto com o que aparenta ser um trabalho monumental, tal como fazer um minucioso e destemido
inventário moral de mim mesmo? O que descubro, após ter chegado ao outro lado – quando meu
inventário está completo – é que a ilusão era maior do que a realidade. O medo de olhar para mim
mesmo me mantinha paralisado e, até eu tornar-me disposto a pegar lápis e papel, eu estava detendo
meu crescimento baseado numa coisa intangível.

4 – PASSO 04

4.1 – Por que motivo a criação nos deu instintos?

4.2 – Qual a origem de nossa busca incessante por segurança, alimento abrigo e reprodução?

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4.3 – Nossos desejos pela relação sexual, segurança material e emocional e pelo companheirismo são
necessárias? São naturais?

4.4 – O que ocorre quando os instintos excedem suas funções naturais? Nos dão mais prazer ou
insistem em dominar nossas vidas?

4.5 – Qual a origem da maioria dos problemas enfrentados pelo ser humano?

4.6 – Algum ser humano, por melhor que seja, se livra das dificuldades causadas pelos instintos
deturpados?

4.7 – Em que consiste o Quarto Passo?

4.8 – Será preciso descobrir exatamente como, quando e onde nossos desejos naturais nos
deformaram?

4.9 – Para que serve o conhecimento de nossas deformidades emocionais?

4.10 – A fé que realmente funciona na vida diária está ao alcance de quem não passou por um
destemido e minucioso inventário moral?

4.11 – É possível fazer o inventário moral sem um esforço voluntário e persistente?

4.12 – É natural que um indivíduo ponha o desejo do sexo acima de tudo?

4.13 – Dedicar-se exclusivamente a amealhar dinheiro e bens materiais é um meio eficaz de se


conseguir segurança financeira, ou pode nos conduzir à avareza e à reclusão?

4.14 – Buscar sempre proteção e orientação de pessoas mais fortes permite o crescimento e o
desenvolvimento de alguém?

4.15 – O que pode resultar da busca desenfreada pelo domínio sobre outra pessoa?

4.16 – O que pode ocorrer quando uma pessoa impõe seus instintos sem razão a outra pessoa?

4.17 – A colisão de instintos tanto pode causar um desajuste frio como uma colisão ardente. Porquê?

4.18 – O que pensa a respeito da afirmação: “mais do que ninguém os alcoólatras deveriam poder
perceber que os instintos desenfreados representam a causa básica de suas bebedeiras destrutivas”?

4.19 – Temos nos drogado para fugir ao sentimento de culpa causado por nossas paixões?

4.20 – Temos nos drogado pela vangloria, para melhor desfrutar sonhos absurdos de ostentação e
poder?

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4.21 – Que dizer do texto a seguir? ”Não é agradável olhar esta perversão doentia da alma. Os instintos
agitados impedem a investigação.”

4.22 – Se formos do tipo depressivo mergulhamos em sentimentos de culpa e auto repugnância,


obtendo deles um prazer doloroso e deformado. Concorda?

4.23 – Procurando a mórbida e melancólica autopunição estamos adotando uma postura


verdadeiramente humilde ou apenas deixando o orgulho agir em sentido contrário?

4.24 – A ideia da necessidade de um inventário moral o ofende?

4.25 – Se considera uma vítima das drogas e que, tendo-o “eliminado” de sua vida todos os problemas
e desvios comportamentais estão resolvidos?

4.26 – Seus defeitos de caráter, se é que eles existem, foram causados pelo consumo exagerado de
álcool?

4.27 – Sempre fomos bastante agradáveis e sociáveis, exceto pelo excessivo consumo de drogas. Que
necessidade há de se fazer um inventário moral, já que estamos sóbrios?

4.28 – Nossos problemas e ansiedades são causados pelo comportamento das outras pessoas. Essas
pessoas é que realmente necessitam de um inventário. Não somos culpados. Será?

4.29 – Acha seu caso estranho, diferente e que seus defeitos são piores do que os dos outros no
programa?

4.30 – Durante o inventário vamos nos defrontar apenas com defeitos?

4.31 – Concorda com que julgar não necessitar de inventário é uma atitude provocada pelo velho
hábito da auto justificação?

4.32 – Alguma vez lhe ocorreu que precisávamos corrigir a nós mesmos para que nos ajustássemos
às circunstâncias, fossem quais fossem?

4.33 – Que podemos dizer a respeito do nosso orgulho, da nossa auto piedade e de nosso sentimento
de vingança?

4.34 – Quando estou alterado devo imediatamente identificar o culpado, ou procurar acalmar a
alteração sem me importar com quem ou qual sua causa?

4.35 – Será que já adquiri humildade suficiente para eliminara a palavra “culpa” no que diz respeito
aos outros?

4.36 – Existem dois seres humanos exatamente iguais? Meus problemas e meus desajustes poderão
ser exatamente iguais aos de outra pessoa?

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4.37 – Como devemos intitular nossos mais marcantes “defeitos de personalidade”? Violações de
Princípios; Defeitos de Caráter, Imoralidades; Pecados? Ou…?

4.38 – Orgulho leva à auto justificação?

4.39 – Medo é uma doença da alma em si…

4.40 – Posso falar sobre Avareza?

4.41 – Que dizer a respeito da Gula?

4.42 – Tenho sentido Inveja?

4.43 – Como tratei minha Preguiça?

4.44 – E da Luxúria, consegui escapar?

4.45 – Comemos, bebemos e procuramos obter mais do que precisamos por medo de nunca ter o
suficiente.

4.46 – Com apreensão, frente à perspectiva de trabalho, nos quedamos preguiçosos.

4.47 – Desperdiçamos nosso tempo, procrastinamos ou, na melhor das hipóteses, trabalhamos de má
vontade.

4.48 – O Orgulho diz: “Você não precisa passar por aqui…” e o Medo responde: “Não te atrevas a
olhar!”

4.49 – Por onde começo? Como devo fazer para levar a bom termo o inventário de mim mesmo?

4.50 – Quando, como e em que circunstâncias especiais minha procura egoísta da relação sexual
causou prejuízos à outra pessoa?

4.51 – Estraguei meu matrimônio e prejudiquei meus filhos?

4.52 – Comprometi minha posição na comunidade?

4.53 – Queimava-me com um sentimento de culpa que nada conseguia extinguir?

4.54 – Absolvia-me com a insistência de que era o perseguido em vez do perseguidor?

4.55 – De que forma tenho reagido à frustração em assuntos sexuais?

4.56 – Quando contrariado tornava-me vingativo ou deprimido?

4.57 – Se houvesse rejeição ou frieza em casa, usava isso como desculpa para prevaricar?
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4.58 – Além do meu problema com as drogas, que defeitos de caráter contribuíram para minha
instabilidade financeira?

4.59 – O medo o sentimento de inferioridade, em matéria de minha capacidade para exercer minhas
funções, destruíram a minha confiança e me encheram de conflitos?

4.60 – Tentei encobrir sentimentos de insegurança e inferioridade fraudando, mentindo, evitando a


responsabilidade ou queixando me?

4.61 – Queixava me de que os outros não reconheciam minhas habilidades verdadeiramente


excepcionais?

4.62 – Possuía ambição tão inescrupulosa que traia ou minava meus colegas?

4.63 – Exagerava o meu valor e bancava o “mandachuvas”?

4.64 – Era extravagante? Toma dinheiro emprestado descuidadamente?

4.65 – Era um “pão-duro”, recusando manter devidamente minha família?

4.66 – Estava disposto a ganhar dinheiro desonestamente?

4.67 – Que dizer do Jogo?

4.68 – A dona de casa adicta pode trazer insegurança financeira à família?

4.69 – Preocupação, ira, auto piedade e depressão são sintomas mais comuns de ….

4.70 – Nossos problemas de relacionamento pessoal nos parecem ter sido causados pelos outros?

4.71 – Algum caso sexual me causou depressão ou frustração?

4.72 – Analisando cada caso de relacionamento posso ver com imparcialidade onde, como e quando
cometi erros?

4.73 – Minha preocupação foi aparentemente causada pelo comportamento dos outros. Por que me
falta capacidade de aceitar as condições que não posso modificar?

4.74 – Sofremos muito com relações deturpadas com outras pessoas. Raramente reconhecemos nossa
total incapacidade de manter uma verdadeira intimidade com outro ser humano. Correto?

4.75 – Se nos apoiamos demasiadamente nas pessoas, mais cedo ou mais tarde nos decepcionarão,
pois também são seres humanos. Concorda?

4.76 – Que acha da sugestão de tentarmos nos concentrar em responder às perguntas que nos
pareceram mais desagradáveis?
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4.77 – Na superfície minha história não é tão ruim. Quem sabe não escondi os piores defeitos lá no
fundo, por baixo do auto justificação?

4.78 – Acha válido preparar um inventário meticuloso e escrito?

4.79 – Nunca nos contentamos em ser mais um entre os demais. Nosso egoísmo nos empurrava para
o topo. Da verdadeira Fraternidade pouco conhecíamos. Concorda?

5º passo

5. Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata
de nossas falhas.

Todos os Doze Passos de pedem-nos para atuar em sentido contrário aos nossos desejos naturais,
todos desinflam nosso ego. Quando se trata de desinflar o ego, poucos passos são mais duros de
aceitar que o Quinto. Mas, dificilmente, algum deles é mais necessário à obtenção da sobriedade
prolongada e à paz de espírito do que este.
A experiência do programa indicou-nos que não podemos viver sozinhos com insistentes problemas
e os defeitos de caráter que os causam e agravam. Caso tenhamos passado o holofote do Quarto Passo
sobre nossas vidas, e se ele tiver realçado aquelas experiências que preferimos não lembrar, se
chegamos a aprender como os pensamentos e as ações erradas feriram a nós e a outrem, então, toma-
se mais imperativo do que nunca desistir de viver sozinhos com esses fantasmas torturantes de ontem.
É preciso falar com alguém a esse respeito.
Tão intensos, porém, são nosso medo e a relutância em fazê-lo que, no início, muitos tentam contornar
o Quinto Passo. Procuramos uma maneira mais fácil - que geralmente consiste na admissão ampla e
quase indolor de que, quando bebíamos, éramos, às vezes, maus elementos. Então, para completar,
acrescentamos descrições dramáticas desse lado de nosso comportamento quando sobre efeito, em
todo caso, nossos amigos provavelmente já conhecem.
Mas, das coisas que realmente nos aborrecem e marcam, nada dizemos. Certas lembranças
angustiantes ou humilhantes, dizemos para nós mesmos, não devem ser compartilhadas com ninguém.
Essas serão nosso segredo. Ninguém deve saber. Esperamos levá-las conosco para a sepultura.
Contudo, se a experiência no programa serve para algo, ela nos diz que, a esse procedimento, não só
falta critério, como também é uma resolução perigosa. Poucas atitudes atrapalhadas causaram mais
problemas do que recusar-se à prática do Quinto Passo. Algumas pessoas são incapazes de

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permanecer sóbrias, outras recairão periodicamente enquanto não fizerem uma verdadeira "limpeza
de casa".

REFLEXÕES ACERCA DO 5º PASSO

O Quinto Passo é talvez o mais difícil no que se refere a atuar contrariamente aos instintos
naturais. No entanto, provavelmente é o passo mais importante para a sobriedade contínua e
paz da mente. Alguns no programa dizem: “… se chegamos a aprender como os pensamentos
e as ações erradas feriram a nós e a outrem, então se torna mais imperativo do que nunca
desistir de viver sozinhos com esses fantasmas torturantes de ontem”
Para muitos membros o medo e a relutância são muito intensos em relação a este passo. Mais fácil é
admitir de uma maneira generalizada, que quando usávamos, tornavam-se maus elementos. O preço
a ser pago por esta superficialidade costuma ser alto, pois carregar o peso sozinho mantém a culpa,
irritabilidade, depressão e ansiedade.
A admissão dos próprios defeitos perante outra pessoa é característica de pessoas espiritualizadas.
Psiquiatras e psicólogos reconhecem também a necessidade profunda de discutir com uma pessoa
compreensiva e de confiança as falhas da própria personalidade. Sem esta admissão dificilmente se
consegue expulsar a obsessão destrutiva.
Lembranças mais aflitivas e humilhantes mantidas em segredo manterão a sensação de isolamento
tão presente e constante para o adicto. A literatura de diz que havia sempre uma barreira misteriosa
intransponível que deixava o adicto numa terrível solidão.
A chegada ao grupo de leva a pessoa a sentir-se compreendida pelos outros, mas muitos dos antigos
tormentos de separação aflitiva mantêm-se ainda presentes. Faz-se necessária a prática do Quinto
Passo. Este passo também possibilita o adicto reconhecer que pode ser perdoado, independentemente
do que tenha feito ou pensado, e ainda, que pode igualmente perdoar aos outros.
A humildade é outra grande dádiva que se alcança ao admitir os próprios defeitos perante outra
pessoa. Esta admissão conduz a um maior realismo e honestidade do adicto a respeito de si próprio.
Pode surgir a ideia de fazer a admissão das falhas diretamente com Deus, pois enfrentar outra pessoa
é mais embaraçoso. É verdade que a opinião dos outros pode apresentar falhas, mas sendo mais
específica, torna-se de grande valia para um iniciante ainda inexperiente em relação a um contato
com um Poder Superior.
A escolha da pessoa para realizar este passo deve ser cuidadosa. Para alguns, uma pessoa totalmente
estranha poderá ser a melhor escolha. O contato e a aproximação com esta pessoa requerem decisão
e força de vontade, mas após uma explicação cuidadosa, o contato flui com facilidade, e a sensação
de alívio é grande.
Para muitos adictos é neste momento que começam de modo real a sentir a presença de Deus. A saída
do isolamento pelo compartilhar do peso terrível da culpa conduz a um espaço de descanso no qual é
possível preparar-se para os passos seguintes.
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CURANDO O CORAÇÃO E A MENTE


Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano a natureza exata de
nossas falhas.
Desde que é verdade que Deus vem para mim através das pessoas, posso ver que mantenho as pessoas
à distância. Deus está muito mais perto de mim do que eu penso, e posso senti-lo amando as pessoas
e permitindo que elas me amem. Mas não posso nem amar e nem ser amado, se permito que meus
segredos fiquem no caminho.
O meu lado que recuso olhar é que me governa. Devo ter disposição para olhar o lado negro, a fim
de curar minha mente e o meu coração, porque este é o caminho da liberdade. Devo caminhar na
escuridão para encontrar a luz, e caminhar no medo para encontrar a paz.
Revelando meus segredos – e assim me livrando da culpa – posso de fato mudar meu pensamento;
alterando o meu pensamento por; posso mudar a mim mesmo. Meus pensamentos criam meu futuro.
O que serei amanhã é determinado pelo que penso hoje.

ILUMINANDO O PASSADO ESCURO


Agarre-se à ideia de que, nas mãos de Deus, o passado negro é o maior bem que você possui – a
chave para a vida e a felicidade de outros. Com ela você pode afastar deles a morte e a miséria.
Meu passado não é mais uma autobiografia; é um livro de referência para ser tirado da estante, aberto
e compartilhado. Hoje quando relato por dever, sai a mais maravilhosa pintura, porque, embora este
dia negro – como acontece com alguns dias – as estrelas brilharão com mais intensidade mais tarde.
Em um futuro muito próximo serei chamado para atestar que elas brilham. Todo meu passado será
neste dia parte de mim, porque é a chave não a fechadura.
LIMPEZA DA CASA
De algum modo, estar sozinho com Deus não parece ser tão embaraçoso quanto enfrentar outra
pessoa. Até que resolvamos sentar e falar em voz alta a respeito das coisas que há tempos temos
escondido, nossa disposição de “limpar a casa” é meramente teórica.
Era até comum para mim falar com Deus e comigo mesmo sobre meus defeitos de caráter. Mas,
sentar-me cara a cara e discutir abertamente estas intimidades com outra pessoa era muito difícil.
Nessa experiência eu reconheci, entretanto, um alívio semelhante ao que experimentei quando admiti
pela primeira vez que sou um adicto. Comecei então a apreciar o significado espiritual do programa,
e a compreender que este Passo era apenas uma introdução do que ainda estava por vir nos restantes
sete Passos.

“INTEIRAMENTE HONESTO”

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Se esperamos viver felizes por muito tempo neste mundo, precisamos ser inteiramente honestos
com alguém.
Como todas as virtudes, a honestidade é para ser compartilhada. Ela começou após eu compartilhar
“.. toda (minha) história de vida com alguém…” A fim de encontrar o meu lugar na Irmandade. Mais
tarde compartilhei minha vida a fim de ajudar o ingressante a achar o seu lugar conosco.
Este “compartilhar” me ajuda a aprender a ser honesto em todos os meus assuntos e a saber que o
plano de Deus, para mim, torna-se realidade através da disposição de abrir-me honestamente.

A FLORESTA E AS ÁRVORES
… aquilo que nos vem, enquanto estamos sós, pode ser deturpado pelos nossos anseios e auto
justificativas. A vantagem em falar com outra pessoa é que podemos, de forma direta, obter
seus comentários e conselhos sobre a nossa situação…
Não me lembro de quantas vezes me senti raivoso e frustrado e disse para mim mesmo: “As árvores
me impedem de ver a floresta!” Finalmente percebi de que quando estava sofrendo dessa maneira, é
que necessitava de alguém que pudesse me guiar em separar a floresta e as árvores; que pudesse me
sugerir um caminho melhor para seguir; que pudesse me ajudar a apagar o fogo; e me ajudar a evitar
as rochas e armadilhas.
Peço a Deus para me dar a coragem de chamar um membro de Programa quando estou na floresta.

“NADA ESCONDA”
A inteira confiança depositada naquele com quem compartilharemos nossa autoanálise, bem
como nossa boa disposição, serão as provas verdadeiras da situação… Desde que você não
esconda nada, sua sensação de alívio aumentará de minuto a minuto. As emoções reprimidas
durante anos saem de sua clausura e, milagrosamente, desaparecem aos serem expostas. À
medida que a dor diminui, uma tranquilidade benéfica a substitui.
Um pequenino caroço de sentimentos fechados dentro de mim começou a se revelar quando assisti
às primeiras reuniões, e o autoconhecimento tornou-se uma tarefa de aprendizagem para mim. Este
novo autoconhecimento trouxe muitas mudanças em minhas respostas às situações da vida. Percebi
que tinha o direito de fazer escolhas em minha vida e, lentamente, a ditadura interna de hábitos perdeu
seu controle.
Acredito que se eu procurar Deus posso encontrar uma maneira de viver melhor e peço a Ele todo dia
para me ajudar a viver uma vida sóbria.

RESPEITO PELOS OUTROS

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Estas partes de nossa história deixamo-las para contar a uma pessoa que as compreenda e que
seja sincera. A regra é sermos duros conosco mesmos, mas sempre termos consideração pelos
outros.
Respeito pelos outros é a lição que aprendi desta passagem.
Devo fazer qualquer coisa para me libertar, se eu desejo encontrar esta paz de espírito que tenho
procurado por tanto tempo. Contudo, nada disto deve ser feito às custas dos outros. Egoísmo não tem
lugar na maneira de vida do Programa de 12 Passos.
Quando faço meu quinto Passo, é mais sábio escolher uma pessoa com quem compartilho objetivos
comuns, porque se essa pessoa não me entende, meu progresso espiritual pode ser retardado e posso
estar em perigo de recair. Assim, peço orientação divina antes de escolher o homem ou a mulher que
terá a minha confiança.

UM LUGAR DE DESCANSO
Todos os Doze Passos nos pedem para atuar em sentido contrário aos nossos desejos naturais,
todos desinflam nosso ego. Quando se trata desse assunto, poucos Passos são mais duros de
aceitar que o Quinto. Mas, dificilmente, qualquer deles é mais necessário à obtenção da
sobriedade prolongada e à paz mental do que este.
Após escrever meus defeitos de caráter, estava sem disposição de falar sobre eles, e decidi que era a
hora de parar de carregar essa carga sozinho. Precisava confessar esses defeitos a alguém. Tinha lido
– e tinham me falado – que não podia me manter sóbrio a não ser que o fizesse.
O Quinto Passo me dava um sentimento de pertencer, com humildade e serenidade, quando o
praticava diariamente em minha vida. Era importante admitir meus defeitos de caráter na ordem
apresentada no Quinto Passo: “A Deus, a nós mesmos e a outro ser humano”. Admitir para Deus em
primeiro lugar preparou o terreno para a admissão a mim mesmo e para outra pessoa. De acordo com
a descrição de como o Passo é feito, um sentimento de ser um com Deus e com meus companheiros
me levou a um lugar de descanso onde pude preparar-me para os Passos restantes em direção a uma
sobriedade plena e significativa.

CAMINHANDO PELO MEDO


Se ainda nos apegamos a algo que não queremos soltar, pedimos a Deus que nos ajude a ter a
vontade.
Quando fiz meu Quinto Passo, tornei-me consciente de que todos os meus defeitos de caráter se
originavam da minha necessidade de me sentir seguro e amado. Usar somente a minha vontade para
trabalhar com meus defeitos e resolver o meu problema eu já havia tentado obsessivamente. No Sexto
Passo aumentei a ação que tomei nos três primeiros Passos – meditando no Passo, dizendo-o várias
vezes, indo às reuniões, seguindo as sugestões de meu padrinho, lendo e procurando dentro de mim
mesmo. Durante os três primeiros anos de sobriedade tinha medo de entrar num elevador sozinho.
Um dia decidi que tinha de enfrentar esse medo. Pedi ajuda a Deus, entrei no elevador e ali no canto
estava uma senhora chorando. Ela disse que desde que seu marido havia morrido ela tinha um medo
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mortal de elevadores. Esqueci meu medo e a confortei. Esta experiência espiritual ajudou-me a ver
como a boa vontade era a chave para trabalhar o resto dos Doze Passos para a recuperação. Deus
ajuda aqueles que se ajudam.

AFINAL, LIVRE
Outra grande dádiva que podemos esperar por confiar nossos defeitos a outro ser humano é a
humildade – uma palavra frequentemente mal compreendida… representa um claro
reconhecimento do que e quem somos realmente, seguido de um esforço sincero de ser aquilo
que poderíamos ser.
Sabia no fundo do meu ser que se quisesse ser alegre, feliz e livre para sempre, tinha de compartilhar
minha vida passada com outra pessoa. A alegria e o alívio que senti após fazer isto estão além de
qualquer descrição. Quase que imediatamente após fazer o Quinto Passo, me senti livre da escravidão
do ego e da escravidão da adicção. Esta liberdade permanece após 36 anos, um dia de cada vez.
Descobri que Deus podia fazer por mim o que eu não podia fazer sozinho.

UMA NOVA SENSAÇÃO DE PERTENCER


Enquanto não falássemos, com toda a franqueza, de nossos conflitos e ouvíssemos outra pessoa
fazer a mesma coisa, ainda não estaríamos participando.
Após quatro anos no programa fui capaz de descobrir a liberdade do peso de emoções enterradas que
tinham me causado muita dor. Com a ajuda dos 12 passos e do apadrinhamento a dor foi liberada e
senti uma sensação de pertencer e de paz interior. Também senti uma alegria e um amor por Deus
que nunca havia experimentado. Tenho muito respeito pelo poder do Quinto Passo.

O PASSADO TERMINOU
A experiência dos 12 passos nos indicou que não podemos viver sozinhos com problemas
persistentes bem como com os defeitos de caráter que os causam e os agravam. Se … o Quarto
Passo … tem realçado aquelas experiências que preferimos não lembrar … então, torna-se mais
imperativo do que nunca desistir de viver sozinhos com esses fantasmas torturantes do passado.
É preciso falar com alguém a respeito.
O que foi feito, feito está. Não pode ser mudado. Mas minha atitude sobre o assunto pode ser mudada,
conversando com aqueles que vieram antes e com os padrinhos. Posso desejar que o passado nunca
tenha sido, mas se mudo minhas ações quanto ao que fiz, minha atitude mudará. Não preciso desejar
que o passado desapareça. Posso mudar meus sentimentos e atitudes, porém somente através de
minhas ações e da ajuda de meus companheiros adictos.

A MANEIRA MAIS FÁCIL E SUAVE


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Se saltarmos este passo chave, talvez não sobrepujemos as drogas.
Certamente não fugi à oportunidade de ver que eu era, especialmente quando as dores de minhas
bebedeiras pairavam sobre mim como uma nuvem escura. Contudo, logo ouvi nas reuniões a respeito
do companheiro que simplesmente não queria praticar o Quinto Passo e continuava vindo às reuniões,
trêmulo pelos horrores de reviver o seu passado. A maneira mais fácil e suave é praticar estes Passos
para nos libertar de nossa doença fatal e colocar nossa fé na Irmandade e em nosso Poder Superior.

É BOM SER EU MESMO


Inúmeras vezes os novatos procuram guardar para si certos fatos de suas vidas… Desviaram-
se para métodos mais fáceis… mas, não aprenderam o suficiente sobre a humildade.
Humildade soa muito como humilhação mas, na realidade, ela é a capacidade de olhar para mim
mesmo – e honestamente aceitar o que vejo. Não preciso ser o “mais esperto” nem o “mais estúpido”
ou qualquer outro “mais”.
Finalmente é muito bom ser “eu” mesmo. É mais fácil para mim aceitar-me se compartilhar toda a
minha vida. Se não posso compartilhar nas reuniões, então é melhor ter um padrinho – alguém com
quem eu possa compartilhar “certos fatos” que podem me levar de volta à bebida e para a morte.
Preciso praticar todos os Passos. Preciso do Quinto Passo para aprender a verdadeira humildade.
Métodos mais fáceis não funcionam.

CONHEÇA DEUS, CONHEÇA A PAZ


É evidente que uma vida onde se incluem profundos ressentimentos só nos leva à futilidade e à
infelicidade… Porém, com o adicto, cuja esperança é a manutenção e o crescimento de uma
experiência espiritual, este negócio dos ressentimentos é grave mesmo.
Conheça a Deus;
Conheça a Paz.
Sem Deus;
Sem Paz.

NOS PERDOAMOS…
Frequentemente, enquanto dávamos este Passo com nossos padrinhos ou conselheiros
espirituais, pela primeira vez nos sentíamos verdadeiramente capazes de desculpar os outros,
não importa quão profundamente nos houvessem maltratado.
Nosso inventário moral nos havia persuadido de que era desejado um perdão geral para todos, mas
foi somente quando resolutamente demos o Quinto Passo, vimos em nosso íntimo, que poderíamos
aceitar o perdão e perdoar também.
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Que grande sentimento é o perdão! Que revelação sobre minha natureza emocional, psicológica e
espiritual. Tudo que se precisa é boa vontade para perdoar: Deus fará o restante.

… E PERDOAMOS
Com muita dificuldade tenho procurado sempre perdoar as outras pessoas e a mim mesmo.
Perdoar a si mesmo e perdoar aos outros são duas correntes do mesmo rio, ambas retardadas ou
interceptadas completamente pela represa do ressentimento. Uma vez que a represa é aberta, ambas
as correntes podem fluir. Os Passos permitem-me ver como o ressentimento cresceu e em
consequência bloqueou esse fluxo em minha vida. Os Passos fornecem uma maneira pela qual meus
ressentimentos podem ser dispersados – pela graça de Deus como eu O entendo. É como resultado
desta solução que posso achar a graça necessária que me dá condições de perdoar a mim mesmo e
aos outros.

5 – PASSO

5.1 – Todos os Doze Passos do programa nos pedem para atuar em sentido contrário aos nossos
desejos naturais…Porquê?

5.2 – Por que poucos passos são mais duros de aceitar que o Quinto?

5.3 – Podemos viver sozinhos com os problemas e que os defeitos de caráter causam e agravam?

5.4 – De que forma o quinto Passo nos auxilia a viver conviver com essas
experiências e fatos de nosso passado realçados pelo “holofote” do Quarto Passo ?

5.5 – Nosso medo e relutância fazem com que procuremos “uma maneira mais fácil”. Quais os perigos
dessa atitude?

5.6 – Tentar “carrega o peso” sozinho pode causar instabilidade, ansiedade, depressão e remorso.
Como obter alívio?

5.7 – Admitir os próprios pecados a outro é alguma novidade inventada pelo Programa?

5.8 – Só as religiões acreditam na eficácia da confissão das próprias falhas?

5.9 – Basta discernir e conhecer as falhas da própria personalidade, ou é imperativo discuti-las?

5.10 – Acha que grande parte dos companheiros teriam conseguido manter sua sobriedade sem a
corajosa admissão de seus defeitos perante outro ser humano?

5.11 – Acha que pode levar para a sepultura as lembranças aflitivas e humilhantes?

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5.12 – Por que o Quinto Passo nos livra das sensações de isolamento?

5.13 – …”Era como se fôssemos atores num palco, subitamente reconhecendo que não sabíamos uma
só linha do nosso papel. Eis uma das razões pela qual amávamos o as drogas. Elas nos permitia
desempenhar nosso papel a qualquer tempo.”…

5.14 – Quando chegamos ao Programa nos encontramos entre pessoas que pareciam nos entender, a
sensação de “fazer parte” de alguma coisa era emocionante. Achávamos que problema do isolamento
havia terminado. Porém logo descobrimos…

5.15 – Acredita que a prática desse passo nos fortalece a esperança de possamos vir a ser perdoados?
Por quê?

5.16 – …Foi somente quando demos o Quinto Passo com resolução que “soubemos”, em nosso íntimo
, que poderíamos aceitar o perdão e perdoar também.

5.17 – Confiar nossos defeitos a outro ser humano nos ajuda a caminhar no sentido da humildade?

5.18 – O que significa humildade?

5.19 – Pode-se corrigir um defeito sem antes ver claramente o que ele é? Basta ver?

5.20 – Mesmo desejando muito, acha possível livrar-se dos defeitos sozinho?

5.21 – Autoengano nos causou uma série de problemas. Como poderemos nos assegurar de não
persistir no autoengano?

5.22 – Como se certificar de que o inventário do Quarto Passo foi completo?

5.23 – Ainda perturbados pelo medo, pela auto piedade, ou outros sentimentos feridos, temos
condições de nos avaliar com justiça e equilíbrio?

5.24 – Por quê Deus, na forma em que O concebemos, não pode nos contar diretamente onde estamos
errados?

5.25 – Por que então podemos fazer a admissão direta e somente a Ele?

5.26 – Por quê é necessária a interferência de uma terceira pessoa neste assunto de Quinto Passo?

5.27 – Enfrentar “Deus” parece ser tão embaraçoso quanto enfrentar outro ser humano?

5.28 – Tratando-se de assuntos espirituais, andar sozinho é perigoso. Concorda? Por quê?

5.29 – Por quê, embora possam conter falhas, os comentários de outra pessoa podem nos atender
melhor do que uma suposta “orientação direta de Deus”?

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5.30 – Como descobrir a pessoa na qual confiar?

5.31 – A pessoa que nos auxilia no Quinto Passo tem que ser nosso padrinho na programação?

5.32 – Se seu relacionamento com seu padrinho só permite que você revele parte de sua história,
como agir?

5.33 – A pessoa que nos auxilia no Quinto Passo pode estar inteiramente desligada da programação?

5.34 – Quais, na sua opinião, as qualidades ou condições que devemos buscar na pessoa que nos
auxiliará na prática do Quinto Passo?

5.35 – Você já praticou o Quinto Passo? Qual foi a sensação? Quais foram os resultados?

5.36 – Como abordar a pessoa que nos auxiliará na prática do Quinto Passo?

6º passo

6. Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos


de caráter.

"Este é o passo que separa os adultos das crianças...".


Eis o que declara um clérigo muito querido que, por sinal, é um dos melhores amigos do programa.
Ele prossegue para explicar que qualquer pessoa capaz de ter suficiente boa vontade e honestidade
para, repetidamente, experimentar o Sexto Passo com respeito a todos seus defeitos - em absoluto
sem qualquer reserva - tem realmente andado um bom pedaço no campo espiritual e, portanto, merece
ser chamado de um homem que está sinceramente empenhado em crescer à imagem e semelhança do
Criador.
Evidentemente, a tão discutida pergunta sobre se Deus pode - e quer, sob certas condições - remover
os defeitos de caráter, será respondida afirmativamente pela quase totalidade dos membros do
Programa. Para eles, essa proposição não será apenas teoria; será simplesmente uma das maiores
realidades de suas vidas. Geralmente oferecerão suas provas em afirmações como esta: "É claro,
estava vencido, completamente derrotado. Minha própria força de vontade simplesmente não
funcionava no caso das drogas. Mudanças de ambiente, os melhores esforços de parentes, amigos,
médicos e clérigos nada adiantaram no caso do meu alcoolismo. Simplesmente não conseguia parar
de usar, e nenhum ser humano parecia ter a capacidade de me ajudar. Porém, quando me dispus a
colocar a casa em ordem e roguei a um Poder Superior, Deus, como eu O concebia, que me libertasse,
então, minha obsessão para o usar sumiu. Simplesmente foi arrancada de mim".

REFLEXÕES ACERCA DO 6º PASSO


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De acordo com um clérigo considerado um dos melhores amigos de programa, uma pessoa
disposta a “… experimentar o sexto passo com respeito a todos seus defeitos – em absoluto sem
qualquer reserva – tem realmente andado um bom pedaço no campo espiritual. A maioria dos
membros de programa afirma que Deus pode, sob certas condições, remover estes defeitos de
caráter. Para comprovar isso é apresentado o testemunho de um adicto, que, de maneira
similar, é repetido diariamente em todo mundo nas reuniões de 12 Passos.
A reflexão prossegue esclarecendo que nascemos com desejos naturais em abundância. Não poucas
vezes, excedemo-nos na busca de saciar tais desejos, afastando-nos ”… do grau de perfeição que
Deus deseja para nós aqui na terra.
Esta é a medida de nossos defeitos de caráter ou, se preferirmos, de nossos pecados”. Deus certamente
não nega o perdão para aqueles que o pedem, mas é preciso que se coopere na continuidade da
edificação do caráter. Algumas imperfeições podem ser eliminadas, mas, “… com a maioria teremos
que nos contentar com o melhorar paulatinamente”.
Necessário se faz reconhecer que alguns defeitos se prestam para regozijo: sentir-se um pouco
superior ao outro; falar em amor para poder esconder a lascívia. Outras imperfeições também são
analisadas, como o rancor, gula, inveja, preguiça. Como não são muito prejudiciais, poucas pessoas
têm disposição para delas abdicar.
Outras pessoas podem acreditar que estão preparadas para permitir a remoção de todos os seus
defeitos. No entanto, em levantamento das imperfeições menos acentuadas, teriam que admitir que
prefeririam manter algumas delas. São poucas as pessoas, ao que parece, que têm prontidão para
buscar rápida e facilmente a perfeição espiritual e moral.
A aceitação de todas as implicações do sexto passo é uma meta a ser perseguida. Não é possível
praticar com perfeição este e os demais passos, com exceção do primeiro. O importante é começar e
persistir. O que se sugere é manter a disposição para iniciar e persistir na busca pela perfeição.
Um alerta é feito para não postergar por prazo indefinido a lida com algumas das imperfeições: várias
delas devem ser enfrentadas e requerem medidas para o quanto antes serem removidas.

CAMINHANDO PELO MEDO


Se ainda nos apegamos a algo que não queremos soltar, pedimos a Deus que nos ajude a ter a
vontade.
Quando fiz meu Quinto Passo, tornei-me consciente de que todos os meus defeitos de caráter se
originavam da minha necessidade de me sentir seguro e amado. Usar somente a minha vontade para
trabalhar com meus defeitos e resolver o meu problema eu já havia tentado obsessivamente. No Sexto
Passo aumentei a ação que tomei nos três primeiros Passos – meditando no Passo, dizendo-o várias
vezes, indo às reuniões, seguindo as sugestões de meu padrinho, lendo e procurando dentro de mim
mesmo. Durante os três primeiros anos de sobriedade tinha medo de entrar num elevador sozinho.
Um dia decidi que tinha de enfrentar este medo. Pedi ajuda a Deus, entrei no elevador e ali no canto
estava uma senhora chorando. Ela disse que desde que seu marido havia morrido ela tinha um medo
mortal de elevadores. Esqueci meu medo e a confortei. Esta experiência espiritual ajudou-me a ver

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como a boa vontade era a chave para trabalhar o resto dos Doze Passos para a recuperação. Deus
ajuda aqueles que se ajudam.

NUMA ASA E NUMA ORAÇÃO


… olhamos então para o Sexto Passo. Frisamos que a boa vontade é indispensável.
O Quarto e Quinto Passos são difíceis, mas de grande valor. Agora estava parado no Sexto Passo e,
em desespero, pequei o Livro Grande e li esta passagem. Estava fora, orando por vontade própria,
quando levantei meus olhos e vi um grande pássaro subindo para o céu. Eu o observei subitamente
entregar-se às poderosas correntes de ar das montanhas. Levado pelo vento, mergulhando e elevando-
se, o pássaro fez coisas aparentemente impossíveis. Foi um exemplo inspirador de uma criatura
“soltando-se” para um poder maior que ela própria. Percebi que se o pássaro “retomasse seus
controles” e tentasse voar com menos confiança, apenas com sua força, poderia estragar o seu
aparente voo livre. Esta percepção me deu disposição para orar a Oração do Sétimo Passo.
Nem sempre é fácil conhecer a vontade de Deus. Devo procurar e estar pronto para aproveitar as
correntes de ar, pois é aí que a oração e a meditação ajudam. Porque por mim mesmo eu não sou
nada, peço a Deus que me conceda o conhecimento de sua vontade, força e coragem para transmiti-
la hoje.

LIBERTANDO-NOS DE NOSSOS VELHOS EGOS


Lendo cuidadosamente as primeiras cinco proposições, perguntamo-nos se omitimos alguma
coisa, pois estamos construindo um arco pelo qual passaremos finalmente como homens
livres…
Estamos agora prontos para que Deus retire de nós todas as coisas que já admitimos serem
censuráveis?
O Sexto Passo é o último de “preparação”. Embora já tenha usado a oração extensivamente, ainda
não fiz nenhum pedido formal ao meu Poder Superior nos primeiros Seis Passos. Identifiquei meu
problema, vim a acreditar que havia uma solução, tomei a decisão de procurar esta solução, e “limpei
a casa”. Agora me pergunto: estou disposto a viver uma vida de sobriedade, de mudança, de me
libertar do meu velho ego? Preciso determinar se estou realmente pronto para mudar. Revejo o que
tenho feito e estou disposto a que Deus remova todos os meus defeitos de caráter, para que, no
próximo Passo, eu diga ao meu Criador que estou disposto e peça ajuda. “Se ainda nos apegarmos a
algo que não queremos soltar, peçamos a Deus que nos dê a vontade de fazê-lo.

INTEIRAMENTE PRONTO?

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“Este é o Passo que separa os adultos dos adolescentes…” … a diferença entre “os adultos e os
adolescentes” é igual à que existe entre a luta por um objetivo qualquer de nossa escolha e a
meta perfeita que é Deus… Sugere-se que devemos estar inteiramente dispostos a procurar a
perfeição… No momento em que dizemos: “não, nunca”, nossa mente se fecha para a graça de
Deus. .. Este é o ponto exato em que teremos de abandonar nossos objetivos limitados e avançar
em direção à vontade de Deus para conosco.
Estou inteiramente pronto a deixar que Deus remova estes defeitos de caráter? Reconheço que não
tenho condições de salvar a mim mesmo? Vim a crer que não posso. Se sou incapaz, se minhas
melhores intenções dão errado, se meus desejos têm uma motivação egoística e se meu conhecimento
e minha vontade são limitados – então estou pronto a admitir a vontade de Deus em minha vida.

TUDO QUE FAZEMOS É TENTAR


Será que Ele pode levá-las embora, todas elas?
Ao fazer o Sexto Passo, lembrei que estou lutando por alcançar um “progresso espiritual”. Alguns de
meus defeitos de caráter ficarão comigo pelo resto de minha vida, mas muitos foram suavizados ou
eliminados. Tudo que o Sexto Passo pede de mim é que me torne disposto a nomear meus defeitos,
reconhecer que são meus e estar disposto a me livrar daqueles que puder, só por hoje. Quando cresço
no programa, muitos dos meus defeitos tornam-se mais censuráveis para mim que anteriormente,
portanto, preciso repetir o Sexto Passo para que possa ser mais feliz comigo mesmo e manter minha
sobriedade.

ESPERANÇA A LONGO PRAZO


Visto que a maioria de nós nasceu com abundância de desejos naturais, não é de se admirar que
frequentemente deixemos que excedam de seu propósito. Quando nos impelem cegamente, ou
quando, obstinadamente, exigimos que nos deem mais satisfações e prazeres do que é possível
ou do que merecemos, estamos no ponto em que nos afastamos do grau de perfeição que Deus
deseja para nós aqui na terra. Esta é a medida de nossos defeitos de caráter ou, se preferimos,
de nossos pecados.
Aqui é onde nasce a esperança a longo prazo e se ganha a perspectiva da natureza de minha doença e
do caminho de minha recuperação. A beleza de Programa repousa em saber que minha vida, com a
ajuda de Deus, vai melhorar. A caminhada de auto ajuda torna-se mais rica, o entendimento se
transforma em verdade, os sonhos tornam-se realidade – e o hoje é para sempre.
Quando caminho para a luz dos 12 passos, meu coração fica pleno da presença de Deus.

UMA RUA DE MÃO DUPLA


Se pedirmos, Deus certamente perdoará nossas negligências, porém, sem a nossa cooperação
em nenhum caso nos torna brancos como a neve e nos mantém assim.

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Quando rezava, costumava omitir muitas coisas que eu precisava que fossem perdoadas. Pensava que
se não falasse dessas coisas para Deus, Ele nunca ficaria sabendo sobre elas.
Não sabia que se eu tivesse me perdoado por algumas das minhas ações passadas, Deus me perdoaria
também. Sempre fui instruído a me preparar para a jornada da vida, nunca percebendo até chegar no
grupo que a própria vida é a jornada – quando então honestamente tornei-me disposto a aprender a
perdoar e a ser perdoado. A jornada da vida é algo muito feliz, desde que eu esteja disposto a aceitar
uma mudança de vida e responsabilidade.

MEU INVENTÁRIO, NÃO O SEU


A “fofoca” acrescida de nossa ira, uma forma gentil de homicídio por meio da destruição do
caráter, também traz suas satisfações para nós. Nestes casos, não estamos tentando ajudar
àqueles que criticamos; estamos tentando proclamar nossa própria retidão.
Às vezes não percebo que fiz fofoca de alguém, até que chega o fim do dia, quando faço um inventário
das atividades, e então minhas fofocas aparecem como uma mancha num dia maravilhoso. Como
pude ter dito uma coisa como essa?
A fofoca mostra a sua feia cabeça durante um café ou um lanche com os sócios de negócios, ou posso
fofocar à noite, quando estou cansado das atividades do dia e me sinto justificado em reforçar meu
ego às custas de alguém.
Defeitos de caráter como a fofoca se introduzem em minha vida quando não estou fazendo um esforço
constante para praticar os Doze Passos. Preciso lembrar a mim mesmo que minha unicidade é a
bênção de meu ser, e que isso se aplica igualmente a qualquer um que cruze meu caminho. Hoje, o
único inventário que preciso fazer é o meu. Deixo o julgamento dos outros para o Juízo Final – a
Divina Providência.

6 – PASSO

6.1 – Por quê este é o passo que separa os adultos dos adolescentes?

6.2 – Deus pode remover nossos defeitos de caráter?

6.3 – Por que não conseguimos nos libertar de qualquer outro problema ou defeito da mesma forma
que conseguimos nos libertar da obsessão pelo álcool?

6.4 – A maioria das nossas dificuldades pode ser comparada à nossa obsessão pelo álcool?

6.5 – Acredita que Deus deseja que eliminemos nossos impulsos naturais?

6.6 – Qual a medida de nossos defeitos de caráter?

6.7 – Se pedirmos, Deus perdoará nossas negligências?

6.8 – Podemos nos tornar “brancos como a neve”?


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6.9 – O que Deus espera de nós com respeito ao progresso na edificação do caráter?

6.10 – Qual a melhor atitude possível de se tomar para iniciar o processo de edificação do caráter?

6.11 – Podemos esperar que “todos” os defeitos sejam eliminados?

6.12 – Qual o significado da expressão “prontificamo-nos inteiramente”?

6.13 – Não! Ainda não posso renunciar a isto! Ou: A isto jamais renunciarei?

6.14 – Podemos nos congratular por escapar dos extremos, por termos nos livrado dos empecilhos
mais salientes?

6.15 – Se livrar dos maiores empecilhos requer, ou requereu, muito esforço espiritual?

6.16 – Se livrar dos maiores empecilhos não pode ter sido motivado por interesse próprio.

6.17 – Em que pé estamos quando encaramos os aspectos menos violentos das imperfeições?

6.18 – É possível que até nos regozijemos com alguns de nossos defeitos?

6.19 – Somos capazes de nos sentir “um pouco superiores” aos outros?

6.20 – Falar de amor da boca pra fora pode ser encarado como uma tentativa de esconder a lascívia
num canto escuro da mente?

6.21 – Confundimos avareza com ambição?

6.22 – Somos capazes de disfarçar nossas fantasias sexuais em sonhos românticos?

6.23 – Será que podemos sentir prazer em ser aborrecido por outra pessoa, só para ter a sensação de
nos sentirmos um pouquinho superior a ela?

6.24 – Será a “fofoca” uma “forma gentil de homicídio pela morte do caráter”?

6.25 – Quando criticamos, estamos tentando ajudar ou tentando proclamar nossa própria retidão?

6.26 – Podemos esconder a gula atrás do “prazer de desfrutar um certo conforto”?

6.27 – Consumimos tempo desejando o que não temos, em vez de trabalhar para consegui-lo?

6.28 – Vivemos procurando qualidades inexistentes em nós em vez de nos ajustarmos e aceitar o fato
com dignidade?

6.29 – Trabalho mais que o necessário para estar seguro, ou para desfrutar mais tarde da preguiça, só
que chamando-a de “aposentadoria”?
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6.30 – Será que temos talento especial para a preguiça?

6.31 – Admito que gostaria de ficar com alguns de meus defeitos mais brandos?

6.32 – Poucos parecem estar prontos, rápida e facilmente, para seguir rumo à perfeição espiritual. Por
quê?

6.33 – A diferença que existe entre o “adulto e o adolescente” é igual à que existe entre a luta por um
objetivo de nossa escolha e a meta perfeita que é Deus. Concorda? Por quê?

6.34 – Como é possível aceitar tudo em que implica o Sexto Passo?

6.35 – No que diz respeito ao Sexto Passo, a única coisa urgente é que comecemos e seguimos
tentando…

6.36 – Precisamos fazer uma nova tentativa no sentido de limpar a mente dos preconceitos?

6.37 – Precisamos erguer nossos olhos em direção à perfeição e estar prontos para caminhar nessa
direção?

6.38 – Importa a velocidade com que andamos?

6.39 – Visto que a velocidade raramente importa, posso adiar indefinidamente o tratamento de alguns
dos meus problemas?

6.40 – O que ocorre se penso: Não, nunca!?

6.41 – “A demora pode ser perigosa e a rebelião pode ser fatal.”

6.42 – Quando abandonamos nossos “curtos objetivos”, avançamos em direção…

7º passo

7. Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições.

Já que este passo trata tão especificamente da humildade, deveríamos fazer uma pausa aqui para
pensar sobre o que é a humildade e o que a sua prática poderá significar para nós.
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Realmente, conseguir maior humildade é o princípio fundamental de cada um dos Doze Passos, pois
sem um certo grau de humildade, nenhum adicto poderá permanecer sóbrio. Além disso, quase todos
os programas descobriram que sem desenvolver esta preciosa virtude além do estritamente necessário
à sobriedade, não terão muita probabilidade de serem felizes. Sem ela, não podem viver uma vida de
muita utilidade ou, na adversidade, convocar a fé que enfrenta qualquer emergência.
A humildade, como palavra e ideal, tem passado bem mal em nosso mundo, não somente é mal
entendida a ideia, mas, frequentemente a palavra em si desagrada profundamente. Muitas pessoas não
praticam, mesmo ligeiramente, a humildade como um modo de vida. Uma boa parte da conversa
cotidiana que ouvimos, e muito do que lemos, salienta o orgulho que o homem tem de suas próprias
realizações.
Com grande inteligência, os homens de ciência vêm forçando a natureza a revelar seus segredos. Os
imensos recursos que atualmente podem ser utilizados prometem tamanha quantidade de bens e
confortos materiais que muitos chegaram a acreditar que como obra do homem em breve chegaremos
a desfrutar o milênio. A pobreza desaparecerá, e haverá tanta abundância que todos, amplamente
garantidos, terão realizados todos os seus desejos. Em teoria parece ser assim: uma vez satisfeitos os
instintos primários de todos, pouca coisa restará que possa levá-los à discórdia. Então, o mundo se
tornará feliz e livre para concentrar-se no desenvolvimento da cultura e do caráter. Apenas com sua
própria inteligência e esforço, os homens terão construído seu próprio destino.
Certamente nenhum adicto e, sem dúvida, nenhum membro de quer condenar os avanços materiais.
Nem entramos em debate com muita gente que ainda se agarra com tanta paixão à crença de que
satisfazer os nossos desejos básicos é o objetivo principal da vida. Porém, estamos convencidos de
que nenhuma classe de pessoas no mundo jamais se atrapalhou tanto tentando viver segundo tal
pensamento, como os alcoólicos. Há milhares de anos vimos querendo mais do que a nossa parcela
de segurança, prestígio e romance. Quando parecíamos estar obtendo êxito, bebíamos para viver
sonhos ainda maiores e quando estávamos frustrados, mesmo um pouco, bebíamos até o
esquecimento. Nunca havia o suficiente daquilo que julgávamos querer. Em todos esses empenhos,
muitos dos quais bem intencionados, ficamos paralisados pela nossa falta de humildade. Havia nos
faltado a perspectiva para enxergar que o aperfeiçoamento do caráter e os valores espirituais deveriam
vir primeiro e que as satisfações materiais não constituíam o propósito da vida. De forma bem
caracterizada, havíamos confundido os fins com os meios. Ao invés de considerar a satisfação de
nossos desejos materiais como meios pelos quais podíamos viver e funcionar como humanos,
entendemos que estas satisfações constituíam a única finalidade e objetivo da vida. É verdade que a
maioria de nós considerava desejável um bom caráter, porém mais como algo de que se iria necessitar
para estar satisfeito consigo mesmo.

REFLEXÕES ACERCA DO 7º PASSO

A humildade é necessária para cada um dos doze passos, e este é o passo que trata mais
especificamente dela. “… Sem um certo grau de humildade, nenhum adicto poderá permanecer
sóbrio.”. Para poder ser feliz, o adicto precisa desenvolver a humildade em um grau maior do
que aquele estritamente necessário para a sobriedade.

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De maneira geral, a humildade não é uma qualidade valorizada. “Uma boa parte da conversa cotidiana
que ouvimos salienta o orgulho que o homem tem de suas próprias realizações”. Além disso, a
imensidade de recursos que pode ser utilizada leva a acreditar no fim da pobreza e que a abundância
será tal que todos possam satisfazer suas necessidades primárias.
Poucos serão os motivos que poderão levar o homem à discórdia, de modo que haverá felicidade e
liberdade para que o mundo possa concentrar-se no desenvolvimento da cultura e do caráter.
Não se condenam os avanços materiais, nem se discute se o objetivo principal da vida é a satisfação
dos desejos básicos. O que se percebe é que tentar viver de acordo com as ideias de aumentar a
segurança, prestígio e romance, como sendo prioritárias na vida, tem atrapalhado os alcoolistas.
Mesmo quando bem intencionados, os adictos tornam-se paralisados pela falta de humildade.
A ausência de valores permanentes e a falta de percepção quanto à real finalidade da vida dificultam
a fé em um Poder superior. A autossuficiência torna estéril uma crença religiosa sincera, já que
implica falta de humildade, e, por consequência, impossibilita o desejo de conhecer e realizar a
vontade de Deus.
O recém chegado logo percebe que é preciso uma admissão humilde quanto à impotência diante do
álcool. Neste momento a humildade é essencial. Entretanto, a disposição de batalhar pela conquista
da humildade como desejável por si mesma, costuma demorar muito tempo para a maioria dos
alcoolistas. No princípio a rebelião está presente a cada passo.
Algumas falhas precisam logo ser enfrentadas, para evitar recair no uso do álcool, mas parece
impossível abrir mão de outras imperfeições por serem ainda muito atraentes. Como decidir e adquirir
disposição para enfrentar compulsões e desejos tão fortes?
Chega o momento em que surge grande pressão para agir corretamente, mesmo que a ação venha a
ocorrer com má vontade. Surge também o reconhecimento de que a humildade é necessária para
sobreviver.
Também chega o momento em que o modo de pensar sobre a humildade se amplia. A partir de então
é possível adotar medidas para remover os obstáculos mais prejudiciais, e é possível começar a sentir
algo semelhante à paz de espírito.
A humildade assume novo significado: pode ser o caminho para a serenidade. Desta maneira, começa
uma mudança revolucionária no modo de ver. Novos valores são percebidos.
O resultado mais profundo da aprendizagem sobre a questão da humildade acaba sendo a revisão da
atitude em relação a Deus, a despeito de se ter ou não uma crença prévia. Inicia-se um momento
decisivo: perceber que a humildade é desejável, ao invés de algo que se é obrigado a desenvolver.
A tônica que estimula os defeitos é o medo, sobretudo de perder algo que já se possui, ou, de não
receber algo que se deseja. Este medo leva a exigências, as quais, não sendo atendidas, por sua vez
conduzem à perturbação e frustração constantes. O sétimo passo é um convite para trocar as
exigências por um pedido, que em seu bojo, traz a humildade.

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UMA NOVA DIREÇÃO


Nossos recursos humanos a serviço da vontade não eram suficientes: falhavam
completamente… Cada dia é um dia em que devemos levar a visão da vontade de Deus a todas
as nossas atividades.
Ouvi falar do adicto “sem força de vontade”, mas eu sou uma pessoa com uma das mais fortes
vontades da Terra! Agora sei que minha incrível força de vontade não é bastante para salvar minha
vida. Meu problema não é assunto de “força de vontade”, mas de direção. Quando, sem me diminuir,
aceito honestamente minhas limitações e me volto para a orientação de Deus, então minhas piores
faltas se convertem em meus maiores valores. Minha forte vontade, dirigida corretamente, me
mantém trabalhando até que as promessas do programa tornam-se minha realidade diária.

IDENTIFICANDO O MEDO
O principal estimulante para nossos defeitos tem sido o medo egocêntrico…
Quando me sinto desconfortável, irritado ou deprimido, procuro o medo. Este “mal e corrosivo fio”
é a raiz do meu sofrimento. Medo do fracasso: medo da opinião dos outros; medo dos danos e muitos
outros medos. Encontrei um Poder Superior que não deseja que eu viva com medo e, como resultado,
a experiência com os passos em minha vida é liberdade e alegria.
Não estou mais disposto a viver com a multidão de defeitos de caráter que caracterizam minha vida
quando bebia. O Sétimo Passo é o meu veículo para a libertação destes defeitos. Rezo para ser ajudado
a identificar o medo escondido nos defeitos e então peço a Deus para me libertar do medo.
Este método funciona para mim sem falhas e é um dos grandes milagres de minha vida em Alcoólicos
Anônimos.

… E LIVRANDO-SE DELE
… primeiramente o medo de que perderíamos algo que já possuímos ou que não obteríamos
algo que buscávamos. Vivendo numa base de exigências não atendidas, estávamos num estado
de perturbação e frustração contínuas. Portanto, não teríamos paz a menos que pudéssemos
encontrar um meio de reduzir estas exigências. A diferença entre uma exigência e um simples
pedido é evidente para qualquer um.
A paz é possível para mim somente quando me livro das expectativas. Quando estou preso em
pensamentos sobre o que quero e o que devo receber, fico num estado de medo ou de antecipação
ansiosa e isto não leva à sobriedade emocional. Preciso render-me sempre, à realidade de minha
dependência de Deus, pois então encontro a paz, gratidão e segurança espiritual.

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UMA LIBERDADE SEMPRE CRESCENTE


É no Sétimo Passo que efetuamos a mudança em nossa atitude que nos permite, com a
humildade servindo de guia, sair de dentro de nós em direção aos outros e a Deus.
Quando finalmente pedi a Deus para remover estas coisas que me separavam Dele e da luz do Espírito,
embarquei numa viagem mais gloriosa do que podia imaginar. Experimentei libertação destas
características que me mantinham escondido em mim mesmo. Devido à humildade deste Passo, hoje
me sinto limpo.
Sou especialmente consciente deste Passo porque agora sou útil a Deus e a meus companheiros. Sei
que Ele me concedeu forças para cumprir Sua vontade e me preparou para qualquer pessoa ou coisa
que possa surgir no meu caminho hoje. Estou realmente em Suas mãos e agradeço pela alegria de
poder ser útil hoje.

SOU UM INSTRUMENTO
“Humildemente rogamos a Ele que nos livre de nossas imperfeições.”
O assunto da humildade é um dos mais fáceis. Humildade não é pensar menos do que deveria de mim
mesmo: humildade é reconhecer que eu faço bem certas coisas, é aceitar cortesmente um elogio.
Deus pode somente fazer para mim o que Ele pode fazer através de mim. Humildade é o resultado de
saber que Deus é quem faz, não eu. Na luz desta percepção, como posso ter orgulho de minhas
realizações? Sou um instrumento, e qualquer trabalho que pareça estar fazendo, está sendo feito por
Deus através de mim. Peço a Deus diariamente que remova minhas imperfeições, para que possa mais
livremente continuar meus assuntos do programa de “amor e serviço”.

PARA A PAZ E A SERENIDADE


“… Quando tivermos olhado alguns destes defeitos de frente, discutindo com outra pessoa a
respeito deles, e estivermos dispostos a removê-los, nossa maneira de pensar a respeito da
humildade começa a ter um sentido mais amplo.”
Quando surgem situações que destroem minha serenidade, a dor muitas vezes me leva a pedir a Deus
a clareza para ver meu papel na situação. Admitindo minha impotência, humildemente peço por
aceitação. Tento ver como meus defeitos de caráter contribuíram para a situação. Poderia ter sido
mais paciente? Eu intolerante? Insisti em fazer da minha maneira? Estava assustado? À medida que
meus defeitos são revelados, coloco a autoconfiança de lado e humildemente peço a Deus que remova
minhas imperfeições. A situação pode não mudar, mas com a prática de exercitar a humildade,
desfruto de paz e serenidade, que são os benefícios, naturais por colocar minha confiança num Poder
Superior a mim mesmo.

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UM MOMENTO DECISIVO
Um momento decisivo em nossas vidas chegou quando procuramos a humildade como algo que
realmente desejávamos, em vez de algo que precisávamos ter.
Ou a maneira de viver no programa torna-se uma alegria ou eu volto para a escuridão e desespero da
adicção. A alegria acontece em minha vida quando minha atitude em relação a Deus e à humildade
se tornam um desejo ao invés de uma carga. A escuridão de minha vida transforma-se em uma luz
radiante, quando eu compreendo que ser verdadeiro e honesto ao fazer o meu inventário, resulta em
minha vida ficar plena de serenidade, liberdade e alegria.
A confiança em meu Poder superior se aprofunda e o fluxo de gratidão se espalha através de mim.
Estou convencido de que ser humilde é ser verdadeiro e honesto ao tratar comigo e com Deus. Então,
humildemente é algo que “realmente desejo”, ao invés de ser “uma coisa que devo ter”.

ABANDONANDO O CENTRO DO PALCO


Pois, sem certas doses de humildade, nenhum adicto poderá permanecer sóbrio… Sem ela não
podem viver uma vida de muita utilidade ou, com os contratempos, convocar a fé que se
necessita para enfrentar qualquer emergência.
Por que tanta resistência à palavra “humildade”? Eu não sou humilde ante outras pessoas, mas para
Deus, como eu O entendo. Humildade significa “mostrar um respeito submisso” e ao ser humilde eu
percebo que não sou o centro do universo. Quando bebia eu era consumido pelo orgulho e o
egocentrismo. Sentia o mundo todo girar em torno de mim, que eu era o mestre do meu destino. A
humildade me dá condições de depender mais de Deus para me ajudar a vencer os obstáculos e minhas
próprias imperfeições, para que possa crescer espiritualmente. Preciso resolver mais problemas
difíceis para aumentar minha competência e, quando encontro os obstáculos da vida, preciso aprender
a superá-los com a ajuda de Deus.
Comunhão diária com Deus demonstra minha humildade, e me abastece com a compreensão de que
ser mais poderoso do que eu está disposto a me ajudar, se eu parar de tentar representar o papel de
Deus.

HUMILDADE É UMA DÁDIVA


Já que colocávamos a confiança própria em primeiro lugar, permanecia fora de cogitação uma
autêntica fé em um Poder Superior. Faltava esse ingrediente básico de toda a humildade, o
desejo de solicitar e fazer a vontade de Deus.
Quando vim pela primeira vez para o programa, desejava encontrar um pouco da ilusória qualidade
chamada humildade. Não percebi que procurava por humildade porque pensava que poderia me
ajudar a conseguir o que eu queria, e que eu faria qualquer coisa pelos outros se eu pensasse que
Deus, de alguma forma, me recompensaria por isso. Agora tento me lembrar que as pessoas que

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encontro durante o meu dia estão tão próximas de Deus quanto eu poderia estar, enquanto estiver
nesta Terra. Preciso rezar para saber a vontade de Deus hoje e ver como minha experiência com a
esperança e a dor pode ajudar outras pessoas; se posso fazer isso não preciso procurar a humildade,
ela me encontrou.

UM INGREDIENTE NUTRITIVO
Apesar de que a humildade houvesse anteriormente representado uma alimentação forçada,
agora começa a significar o ingrediente nutritivo que pode nos trazer a serenidade.
Quantas vezes me concentro em meus problemas e frustrações?
Quando estou tendo um “bom dia”, estes mesmos problemas diminuem em importância e minha
preocupação com eles se reduz. Não seria melhor se encontrasse a chave para abrir “a mágica” de
meus “dias bons” para usar no infortúnio dos meus “dias maus”?
Já tenho a solução! Ao invés de tentar fugir de minhas dores e desejar que meus problemas
desapareçam, posso rezar pedindo a humildade! A humildade curará a dor. A humildade será tirada
de mim mesmo. A humildade, esta força que me é concedida por esse “Poder Superior a mim mesmo”,
é minha, basta pedir! A humildade devolverá o equilíbrio a minha vida. A humildade permitirá me
aceitar alegremente como ser humano.

ORGULHO
Há milhares de anos vimos querendo aumentar nossa parcela de segurança, prestígio e
romance. Quando parecia que estávamos tendo êxito, usávamos para viver sonhos ainda
maiores. Quando estávamos frustrados, mesmo que pouco, usávamos para esquecer. Nunca
havia o suficiente daquilo que julgávamos querer.
Em todos esses esforços, muitos dos quais bem intencionados, ficamos paralisados pela nossa falta
de humildade.
Havia-nos faltado a visão de que o aperfeiçoamento do caráter e os valores espirituais deveriam vir
primeiro, e que as satisfações materiais não constituíam o propósito da vida.
Repetidamente me aproximei do Sétimo Passo, somente para retroceder e me reorganizar. Faltava
alguma coisa e me escapava o impacto do Passo. O que eu não havia visto direito? Uma palavra
simples: lida mas ignorada, a base de todos os Passos, na verdade de todo o programa – essa palavra
é “humildemente”.
Entendi meus defeitos: constantemente adiava meu trabalho; ficava com raiva facilmente; sentia
muita auto-piedade; e pensava: por que eu? Então me lembrei: “o orgulho sempre vem antes da
queda” e eliminei o orgulho de minha vida.

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“UMA MEDIDA DE HUMILDADE”


Em todos os casos, o sofrimento havia sido o preço de ingresso para uma nova vida. Porém, este
valor de ingresso havia comprado mais do que esperávamos, trouxe uma medida de humildade
que logo descobrimos ser um remédio para a dor.
Foi doloroso deixar de tentar controlar minha vida, embora o sucesso me houvesse iludido e, quando
a vida ficava muito difícil, eu bebia para escapar. Aceitar a vida em seus termos, é o que aprenderei
através da humildade que experimento quando coloco minha vontade e minha vida aos cuidados de
Deus, como eu O entendo.
Com minha vida aos cuidados de Deus, o medo, a incerteza e a raiva não são mais minhas respostas
para aquelas situações da vida que eu preferia não acontecessem para mim. A dor de viver esses
momentos será curada pelo conhecimento de que recebi da força espiritual para sobreviver.

GRATIDÃO PELO QUE TENHO


Durante este processo de aprendizagem, a respeito de humildade, o resultado mais profundo de
todos foi a mudança de nossa atitude sobre Deus.
Hoje minhas preces consistem principalmente em dizer “obrigado” ao meu Poder Superior por minha
sobriedade e pela maravilhosa generosidade de Deus, mas preciso também pedir ajuda e força para
colocar em prática a Sua vontade na minha vida. Não preciso pedir a Deus a cada minuto para me
socorrer de situações em que me coloco por não fazer a Sua vontade. Agora minha gratidão parece
estar ligada diretamente à humildade. Enquanto tenho humildade para ser grato pelo que tenho, Deus
continua me abastecendo.

FALSO ORGULHO
Muitos de nós, que nos havíamos considerado religiosos, despertamos para as limitações desta
atitude. Recusando colocar Deus em primeiro lugar; havíamos nos privado de Sua ajuda.
Muitas noções falsas operam no falso orgulho. A necessidade de orientação para viver uma vida
decente é satisfeita pela esperança experimentada na irmandade. Aqueles que trilharam este caminho
por muitos anos, um dia de cada vez, dizem que uma vida centrada em Deus tem possibilidades
ilimitadas para o crescimento pessoal. Sendo assim, muita esperança é transmitida pelos veteranos do
programa.
Agradeço ao meu Poder Superior por deixar-me saber que Ele funciona através de outras pessoas, e
agradeço a Ele por nossos servidores de confiança na Irmandade, que ajudam os novos membros a
rejeitar falsos ideais e a adotar aqueles que levam a uma vida de compaixão e confiança. Os veteranos
desafiam os novos a “despertar-se” – assim eles podem “vir a acreditar”. Peço a Deus que me ajude
em minha descrença.

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DEFEITOS REMOVIDOS
Porém, agora as palavras: “Sozinho nada sou, o Pai é quem faz”, começaram a adquirir um
significado brilhante e animador.
Quando coloco o Sétimo Passo em ação, devo lembrar que não há espaço para preencher. Eu não
digo, “humildemente peço a Ele para (preencher o espaço) remover meus defeitos”.
Por anos eu preenchi o espaço imaginário com: “Ajuda-me!”, “Dá-me a coragem para!” E com “Dá-
me a força!”, etc. O Passo diz simplesmente que Deus removerá meus defeitos. O único trabalho que
devo fazer é “humildemente pedir”, o que, para mim significa pedir o conhecimento de que por mim
mesmo não sou nada, o Pai é que “Faz o trabalho”.

7 – PASSO

7.1 – De que trata especificamente este Passo?

7.2 – O que é humildade?

7.3 – O que significa para nós a prática da humildade?

7.4 – Qual é o princípio fundamental de cada um dos Doze Passos?

7.5 – Algum adicto poderá permanecer sóbrio sem um certo grau de humildade?

7.6 – Sem humildade conseguimos “convocar” a fé necessária para enfrentar contratempos e


emergências?

7.7 – Qual o maior empecilho à prática cotidiana da humildade?

7.8 – Acredita que o desenvolvimento científico – fruto da inteligência do homem – capaz de nos
proporcionar acesso a um número cada vez maior de bens materiais e de garantir a satisfação das
necessidades básicas de todos, será capaz sozinha de eliminar a discórdia entre os homens?

7.9 – Satisfazer nossos desejos básicos é o objetivo principal da vida?

7.10 – …Há milhares de anos vimos querendo aumentar nossa parcela de segurança, prestígio e
romance. Quando parecíamos estar obtendo êxito, bebíamos para viver sonhos maiores ainda…

7.11 – … Nunca havia o suficiente daquilo que julgávamos querer.


7.12 – Em todos os nossos empenhos, muitos dos quais bem intencionados, ficamos paralisados pela
nossa falta de humildade…

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7.13 – O que deve vir primeiro: as satisfações materiais ou o aperfeiçoamento do caráter e dos valores
espirituais?

7.14 – Confundir a satisfação de nossos desejos materiais com nosso objetivo de vida não será
confundir os meios com os fins?

7.15 – Desejo(ei) um “bom caráter” apenas com objetivo de estar satisfeito comigo mesmo?

7.16 – Ostento(ei) adequadamente honestidade e moralidade para ter uma melhor oportunidade de
obter o que realmente desejo?

7.17 – Tendo que escolher entre o caráter e o conforto…

7.18 – Alguma vez me ocorreu fazer da honestidade, da tolerância, do amor ao próximo e a Deus, a
base do meu ser cotidiano?

7.19 – Podemos viver exclusivamente pela nossa força e inteligência?

7.20 – É possível que crenças religiosas sinceras se tornem estéreis? Quando?

7.21 – Pondo a autoconfiança em primeiro lugar, depositamos fé autêntica no Poder Superior?

7.22 – Qual o ingrediente básico de toda humildade?

7.23 – O desejo de solicitar e fazer a vontade de Deus pode ser considerado indício de humildade?

7.24 – Mudar meus pontos de vista ainda é um processo doloroso?

7.25 – Humildade significa uma condição de desespero rastejante?

7.26 – Podemos vislumbrar o verdadeiro significado da humildade sem passar por derrotas,
humilhações e esmagamento de nossa auto-suficiência?

7.27 – Para nós alcoólicos, o que representa a humilde admissão de impotência perante o álcool?

7.28 – “A humildade é o largo caminho que leva à verdadeira liberdade do espírito humano”.
Concorda?

7.29 – Podemos nos dispor rapidamente a trabalhar para conquistar a humildade como algo desejável
em si?

7.30 – Uma vida inteira engrenada no egocentrismo pode ser posta em contramarcha de uma vez?

7.31 – Com persistência nos apegamos a defeitos prejudiciais dos quais gostamos. De que modo
podemos tomar a decisão e enchermo-nos de disposição para nos livrar de compulsões e desejos tão
irresistíveis?
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7.32 – …Nesta etapa de nosso progresso estamos fortemente pressionados e coagidos a fazer o certo.
Somos obrigados a escolher entre os sacrifícios da tentativa e as penalidades inapeláveis de não
tentar…

7.33 – …Quando tivermos olhado alguns desses defeitos de frente, discutido com outra pessoa, e
estejamos dispostos a tê-los removidos, nossa maneira de pensar a respeito da humildade começa a
ter um sentido mais amplo…

7.34 – A prática da humildade resulta em paz de espírito?

7.35 – Anteriormente humildade representava humilhação forçada, agora começa a significar o


ingrediente nutritivo que nos pode trazer a serenidade…

7.36 – Uma melhor percepção da humildade pode revolucionar nossa maneira de ver?

7.37 – Nunca quisemos lidar com o fato concreto de sofrer. A fuga através das drogas sempre foi
nossa solução.

7.38 – ..Por todo o lado percebemos o fracasso e a miséria transformados, pela humildade, em valores
inestimáveis…Em todos os casos o sofrimento havia sido o preço do ingresso para uma nova vida.
Porém este ingresso havia comprado mais…

7.39 – Concorda com a afirmação a seguir?: “Durante este processo de aprendizado da humildade, o
resultado mais profundo de todos foi a mudança em nossa atitude sobre Deus. E isto independente de
havermos sido crentes ou descrentes.”

7.40 – A noção de que seguiríamos vivendo a nossa própria vida, com uma ajudazinha de Deus de
vez em quando, começou a se desvanecer.. Muitos de nós que nos havíamos considerado religiosos
despertamos para as limitações desta atitude. Quais?

7.41 – Concorda em que não é necessário que cheguemos à humildade sempre por cacetada e pancada;
que é possível atingi-la buscando-a voluntariamente?

7.42 – Já meditou sobre quais são seus objetivos mais profundos?

7.43 – O principal estimulante para nossos defeitos tem sido o medo egocêntrico – especialmente o
medo de perder algo que já possuímos ou de não ganhar algo que desejamos.

7.44 – Estará o Sétimo Passo nos dizendo que deveríamos estar dispostos a tentar a humildade na
procura da remoção das nossas falhas, da mesma forma que fizemos quando admitimos que éramos
impotentes perante o álcool?

7.45 – Podemos ter esperança de obter a graça de ver nossos problemas removidos da mesma forma
pela qual o foi nossa obsessão fatal?

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8º passo

8. Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos prejudicado e dispusemo-nos a


reparar os danos a elas causados.

Os Oitavo e Nono Passos preocupam-se com as relações pessoais. Primeiro, olhamos para o passado
e tentamos descobrir onde erramos; então, fazemos uma enérgica tentativa de reparar os danos que
tenhamos causado; e, em terceiro lugar, havendo desta forma limpado o entulho do passado,
consideramos de que modo, com o novo conhecimento de nós mesmos, poderemos desenvolver as
melhores relações possíveis com todas as pessoas que conhecemos.
Eis uma incumbência difícil. É uma tarefa que poderemos realizar com crescente habilidade, sem
contudo jamais concluí-la. Aprender a viver em paz, companheirismo e fraternidade com qualquer
homem e mulher, é uma aventura comovente e fascinante. Todo membro descobriu que pouco pode
progredir nessa nova aventura de viver sem antes voltar atrás e fazer, realmente, um exame acurado
e impiedoso dos destroços humanos que tenha deixado em seu passado. Até certo ponto, tal exame já
foi feito quando fez o inventário moral, mas agora chegou a hora em que deveria redobrar seus
esforços para ver quantas pessoas feriu e de que forma. Esta reabertura das feridas emocionais,
algumas velhas, outras talvez esquecidas e ainda outras, sangrentas e dolorosas, dará a impressão, à
primeira vista, de ser uma operação desnecessária e sem propósito. Mas se for iniciada com boa
vontade, então as grandes vantagens de assim proceder vão se revelando tão rapidamente que a dor
irá diminuindo à medida que os obstáculos, um a um, forem desaparecendo.
Tais obstáculos, contudo, são muito reais. O primeiro e um dos mais difíceis, diz respeito ao perdão.
Desde o momento em que examinamos um desentendimento com outra pessoa, nossas emoções
colocam-se na defensiva. Evitando encarar as ofensas que temos dirigido a outro, costumamos
salientar, com ressentimento, as afrontas que ele nos tem feito. Isto acontece especialmente quando
ele, de fato, tenha se comportado mal. Triunfalmente agarramo-nos à sua má conduta como a desculpa
perfeita para minimizar ou esquecer a nossa.
Devemos, a essa altura, determo-nos imediatamente. Não faz sentido um autêntico beberrão roto, rir-
se do esfarrapado. Lembremo-nos de que os alcoólicos não são os únicos afligidos por emoções
doentias. Além do mais, geralmente é um fato que, quando bebíamos, nosso comportamento agravava
os defeitos dos outros. Repetidamente, abusamos da paciência de nossos melhores amigos a ponto de
esgotá-los e despertamos as piores reações naqueles que, desde o início, não gostaram de nós. Em
muitos casos, estamos, na realidade, em frente a co-sofredores, pessoas que tiveram suas aflições
aumentadas pela nossa contribuição. Se estamos a ponto de pedir perdão para nós mesmos, por que
não começar por perdoar a todos eles?
Ao fazer a relação das pessoas às quais prejudicamos, a maioria de nós depara com outro resistente
obstáculo. Sofremos um choque bastante grave quando nos damos conta de que estávamos
preparando a admissão de nossa conduta desastrosa, cara a cara, perante aqueles que havíamos tratado
mal. Já foi bastante embaraçoso, quando em confiança, havíamos admitido estas coisas perante Deus,
nós mesmos e outro ser humano. Mas a perspectiva de chegar a visitar ou mesmo escrever às pessoas
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envolvidas, agora nos parecia difícil, sobretudo quando lembrávamos a desaprovação com que a
maioria delas nos encarava.
Também havia casos em que havíamos prejudicado certas pessoas que, felizmente, ainda
desconheciam que haviam sido prejudicadas. Por que, lamentávamos, não esquecer o que se passou?
Por que devemos considerar até essas pessoas? Essas eram algumas das maneiras com que o medo
conspirava com o orgulho para impedir que fizéssemos uma relação de todas as pessoas às quais
tínhamos prejudicado.
Alguns de nós, contudo, tropeçaram em um obstáculo bem diferente. Apegamo-nos à tese de que,
quando usávamos, nunca ferimos alguém, exceto a nós mesmos. Nossas famílias não sofreram porque
sempre pagamos as contas e raramente bebemos em casa. Nossos colegas de trabalho não foram
prejudicados, porque geralmente comparecíamos ao trabalho. Nossa reputação não havia sofrido,
porque estávamos certos de que poucos sabiam de nossos usos e aqueles que sabiam nos asseguravam,
às vezes, que uma boa farra, afinal de contas, não passava de uma falha de um bom sujeito. Que mal,
portanto, havíamos cometido realmente. Certamente nada que não pudéssemos consertar com
algumas desculpas banais.
É claro que esta atitude é o resultado final do esquecimento proposital. É uma atitude que só pode ser
mudada por uma busca profunda e honesta de nossas motivações e ações.
Embora em alguns casos não possamos fazer reparação alguma, e em outros o adiamento da ação seja
preferível, deveríamos, contudo, fazer um exame acurado, real e exaustivo da maneira pela qual nossa
vida passada afetou as outras pessoas. Em muitas instâncias descobriremos que, mesmo que o dano
causado aos outros não tenha sido grande, o dano emocional que causamos a nós mesmos foi enorme.
Embora, às vezes, totalmente esquecidos, os conflitos emocionais que nos prejudicaram se ocultam e
permanecem, em lugar profundo, abaixo do nível da consciência.

REFLEXÕES ACERCA DO 8º PASSO

O oitavo passo pede que o adicto faça uma retrospectiva sobre as suas relações pessoais,
avaliando quem e quanto as pessoas foram prejudicadas pelo seu comportamento enquanto
bebia. Pode ser grande a tentação de justificar ofensas quando o outro também agrediu, mas é
preciso lembrar que o comportamento do adicto muitas vezes agravava os defeitos dos outros.
Outra dificuldade que se apresenta é que “… a perspectiva de chegar a visitar ou mesmo
escrever às pessoas envolvidas, agora nos parecia difícil, sobretudo quando lembrávamos a
desaprovação que a maioria delas nos encarava”.
Assim que se inicia este exame “… suas grandes vantagens vão se revelando tão rapidamente que a
dor irá diminuindo à medida que os obstáculos, um a um, forem desaparecendo”. Um dos obstáculos
mais difíceis que surge é o perdão. As afrontas que os outros possam ter cometido frequentemente
prestam-se para minimizar ou esquecer as que o alcoolista a eles infligiu.
Muitas pessoas tiveram seus problemas agravados pelo comportamento do alcoolista. Se a ideia é
pedir perdão, então, começar perdoando aos outros pode ser um bom início.

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Outro forte obstáculo é a perspectiva de entrar em contato com as pessoas envolvidas. Algumas nem
sabem que foram prejudicadas. Medo e orgulho também procuram impedir que seja feita uma relação
de todas as pessoas. Alguns adictos podem pensar que não chegaram a prejudicar ninguém e
acreditam que apenas um pedido banal de desculpas será suficiente. Esta posição só poderá ser
alterada pela análise profunda e honesta das motivações e ações.
É importante que se obtenha de um exame das relações pessoais toda informação possível a respeito
de si próprio e de suas dificuldades básicas. Estas informações trarão resultados valiosos.
Quanto aos danos, inicialmente é apresentada uma definição da palavra ‘dano’: “… é o resultado do
choque entre instintos, que causam prejuízos físicos, mentais, emocionais ou espirituais às pessoas”.
Vários tipos de danos são citados, como privar os outros de seus bens materiais, da sua segurança
emocional e paz de espírito; prejuízos provocados por um comportamento retaliador, irresponsável e
frio; etc.
Após a revisão da área das relações humanas, a percepção dos traços da personalidade que mais
prejuízos trouxeram aos outros, pode-se buscar na memória quais foram as pessoas que foram
ofendidas. É preciso que o alcoolista verifique as coisas que fez, ao mesmo tempo em que desculpa
as ofensas contra ele feitas pelos outros. Julgamentos extremos devem ser evitados, tanto de um lado,
como do outro.

NÓS NOS TORNAMOS DISPOSTOS


Neste momento, estamos tentando pôr em ordem nossas vidas.
Mas, isto não é um fim em si.
Como posso, facilmente, ficar mal orientado ao aproximar-me do Oitavo Passo! Desejo ser livre e
transformado de alguma maneira pela prática do Sexto e Sétimo Passos. Agora, mais do que nunca,
sou vulnerável ao egoísmo e à minha agenda oculta. Preciso cuidar de lembrar que a autossatisfação,
algumas vezes proveniente do perdão das pessoas que prejudiquei, não é meu verdadeiro objetivo.
Torno-me disposto a fazer reparações, sabendo que através deste processo sou corrigido e ajustado
de seguir adiante, conhecer e desejar a vontade de Deus para mim.

“FIZEMOS UMA RELAÇÃO…”


“Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos prejudicado…”
Quando me aproximei do Oitavo Passo, fiquei pensando como poderia relacionar todas as coisas que
tinha feito a outras pessoas, já que havia muitas pessoas e algumas delas nem estavam mais vivas.
Algumas das dores que infligi não eram tão graves, mas realmente me aborreciam. O mais importante
deste Passo era tornar-me disposto a fazer o que precisasse para reparar os danos o melhor que
pudesse nesta hora em particular. Onde há uma vontade há um caminho, assim, se quero me sentir
melhor, preciso livrar-me dos sentimentos de culpa que tenho. Uma mente em paz não tem espaço
para sentimentos de culpa. Com a ajuda de meu Poder Superior, se sou honesto comigo mesmo, eu
posso limpar a minha mente destes sentimentos.

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“… DE TODAS AS PESSOAS QUE TÍNHAMOS PREJUDICADO…”


“… e nos dispusemos a reparar os danos causado a elas.”
Uma das palavras-chave do Oitavo Passo é a palavra “todos”.
Não tenho a liberdade de selecionar alguns nomes para a relação e deixar outros de lado. É uma
relação de todas as pessoas a quem prejudiquei. Posso ver imediatamente que este Passo está ligado
ao perdão porque, se não estou disposto a perdoar alguém, há poucas chances de colocar seu nome
na lista. Antes de colocar o primeiro nome da lista, fiz uma pequena oração: “Perdoo a qualquer um
e a todos que tenham me prejudicado, em qualquer tempo e sob quaisquer circunstâncias”.
É bom para mim contemplar uma pequena, mas muito significante palavra, cada vez que é feita
Oração do Pai Nosso. A palavra é “como”. Eu digo, “Perdoai as nossas dívidas, assim “como” nós
perdoamos àqueles que nos devedores.” Neste caso, “como” significa “da mesma maneira”. Estou
pedindo para ser perdoado da mesma maneira que perdoo aos outros.
Quando digo esta parte da oração, se estou abrigando ódio ou ressentimentos, estou chamando por
mais ressentimentos, quando deveria estar chamando o espírito do perdão.

REDOBRANDO NOSSOS ESFORÇOS


Até certo ponto, tal exame já foi feito quando fez o inventário moral, mas agora chegou a hora
em que deveria redobrar seus esforços para ver quantas pessoas feriu e de que forma.
À medida que continuo a crescer em sobriedade, me torno mais consciente de mim mesmo como uma
pessoa de valor. Neste processo, sou mais capaz de ver os outros como pessoas e, com isto, vem a
percepção de que são pessoas a quem magoei nos meus dias de bebida. Eu não mentia apenas, mentia
sobre Tom.
Não enganava apenas, enganava Joe. O que parecia serem atos impessoais, foram na realidade
afrontas pessoais, porque foram pessoas – pessoas de valor – a quem prejudiquei. Preciso fazer
alguma coisa a respeito das pessoas que magoei para que possa desfrutar de uma sobriedade cheia de
paz.

REMOVENDO “O VENENO”
“O inventário moral é um exame ousado dos danos que nos ocorreram durante a vida, e um
sincero esforço para vê-los em sua verdadeira perspectiva. Ele tem o efeito de tirar o “veneno”
de dentro de nós, a substância emocional que abate ou inibe ainda mais.”
Minha lista do Oitavo Passo costumava lançar-me em um redemoinho de ressentimentos. Após quatro
anos de sobriedade, estava bloqueado pela negação ligada a um relacionamento abrasivo ainda
existente. O debate entre o medo e o orgulho diminuiu quando as palavras do Passo se moveram de
minha cabeça para meu coração. Pela primeira vez em anos abri minha caixa de pintura e esparramei
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uma raiva honesta, uma explosão de vermelhos, pretos e amarelos. Enquanto olhava o desenho,
lágrimas de alegria e alívio desciam pelo meu rosto. Na minha doença, eu tinha abandonado minha
arte, uma punição auto infligida muito maior que qualquer outra de fora. Na minha recuperação,
aprendi que a dor de meus defeitos é a própria substância que Deus usa para limpar meu caráter e me
deixar livre.

OLHAMOS PARA O PASSADO


Primeiro, olhamos para o passado e tentamos descobrir onde erramos. Então, fazemos uma
enérgica tentativa de reparar os danos que tenhamos causado.
Como um viajante na nova e excitante viagem de recuperação de 12 Passos, experimentei uma recém-
achada paz de espírito, e o horizonte apareceu claro e brilhante, ao invés de obscuro e confuso. Rever
minha vida para descobrir onde tinha errado parecia ser uma tarefa árdua e perigosa. Era doloroso
parar e olhar para trás. Tinha medo de tropeçar! Não poderia tirar o passado da minha mente e apenas
viver em meu novo presente dourado? Percebi que aqueles a quem tinha prejudicado no passado,
permaneciam entre mim e meu desejo de continuar minha viagem para a serenidade. Tive que pedir
por coragem para encarar essas pessoas em minha vida que ainda vivam na minha consciência, para
reconhecer e tratar a culpabilidade que suas presenças produziam em mim. Tive que olhar aos danos
que fiz e tornar-me disposto a fazer reparações. Somente então minha viagem do espírito poderia
recomeçar.

UMA VASSOURA LIMPA


… e, em terceiro lugar, havendo desta forma limpado o entulho do passado, consideramos de
que modo, com o novo conhecimento de nós mesmos, poderemos desenvolver as melhores
relações possíveis, com todas as pessoas que conhecemos.
Quando olhei para o Oitavo Passo, tudo o que foi pedido para completar com sucesso os sete passos
anteriores veio junto: coragem, honestidade, sinceridade, disposição e meticulosidade. Não poderia
reunir a força requerida para esta tarefa no começo, e é por isso que está escrito neste Passo: “nos
dispusemos…”.
Precisava desenvolver a coragem para começar, a honestidade para ver onde eu estava errado, um
desejo sincero de colocar as coisas em ordem, precisava ser meticuloso ao fazer a relação e precisava
ter disposição para assumir os riscos exigidos para a verdadeira humildade. Com a ajuda de meu
Poder Superior, para desenvolver estas virtudes, completei este Passo e continuei movendo-me para
adiante na minha busca de um crescimento espiritual.

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REPARANDO OS DANOS
Tentamos varrer o entulho acumulado como resultado de nosso esforço em viver na teimosia e
dirigir sozinhos o espetáculo. Se não temos vontade de fazê-lo, pedimos para que ela nos chegue.
Lembremo-nos de que, a princípio, estávamos dispostos a fazer todo o possível para vencer as drogas.
Fazer uma relação das pessoas a quem prejudiquei não foi uma coisa particularmente difícil. Elas
apareceram no meu inventário do Quarto Passo: pessoas de quem eu tinha ressentimentos, reais ou
imaginários e a quem tinha magoado por atos de retaliação. Para minha recuperação ser completa,
acreditava que não era importante para aqueles que legitimamente tinham me magoado, fazer-me
reparações.
O que é importante no meu relacionamento com Deus é que permaneço perante Ele, sabendo que fiz
todo o possível para reparar os danos que causei.

NÃO MAGOAMOS NINGUÉM?


Alguns de nós contudo, tropeçamos em obstáculo bem diferente. Apegamo-nos à tese de que,
quando bebíamos nunca ferimos ninguém, exceto nós mesmos.
Este Passo parecia muito simples. Identifiquei várias pessoas a quem tinha magoado, mas elas não
estavam mais disponíveis. Porém, estava inquieto sobre o Passo e evitava conversas a respeito.
Eventualmente aprendi a investigar este Passo em áreas de minha vida que me deixavam
desconfortável. Minha pesquisa mostrou meus pais, que tinham sido muito magoados por eu ter
ficado isolado deles; meu empregador, que se preocupava com as minhas faltas, os meus lapsos de
memória, meu mau-humor; os amigos, que evitava sem dar explicações. À medida que encarei a
realidade dos danos que tinha feito, o Oitavo Passo assumiu um novo significado. Não estou mais
desconfortável e me sinto limpo e leve.

EU TINHA ME DESLIGADO
Poderíamos, então, perguntar a nós mesmos: o que queremos dizer quando falamos em
“prejudicar” as outras pessoas?
Que tipos de “danos” se fazem às pessoas, afinal? Para definir a palavra “dano” de maneira prática,
poderíamos dizer que é o resultado do choque entre instintos, que causa prejuízos físicos, mentais,
emocionais ou espirituais às pessoas.
Eu tinha assistido a reuniões sobre o Oitavo Passo, sempre pensando: “Realmente não magoei muitas
pessoas, magoei principalmente a mim mesmo”. Mas quando escrevi a minha relação, não era tão
curta como pensava. Ou gostava de você, ou não gostava, ou precisava de alguma coisa de você – era
simples assim. As pessoas não faziam o que eu queria e os relacionamentos íntimos ficavam na
contramão devido às exigências pouco razoáveis de meus parceiros. Estes eram “pecados de
omissão”? Devido a bebida eu tinha me “desligado” – nunca estando ali para outras pessoas ou
tomando parte em suas vidas. Que bênção tem sido olhar estes relacionamentos, fazer meus

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inventários calmamente, sozinho com o Deus do meu entendimento e sair diariamente, com a
disposição de ser honesto e franco em meus relacionamentos.

REPARANDO O DANO
Em muitas instâncias descobriremos que, mesmo que o dano causado aos outros não tenha sido
grande, o dano emocional que causamos a nós mesmos foi enorme.
Você já pensou que o dano causado a um sócio nos negócios ou talvez a um membro da família foi
tão leve que não merece na realidade um pedido de desculpas, porque eles nem vão se lembrar do
fato? Se essa pessoa e o erro feito a ela, continuam vindo ao pensamento, causando inquietação ou
talvez um sentimento de culpa, então eu coloco o nome desta pessoa no topo da minha “relação de
reparações” e me predisponho a fazer uma apologia sincera, sabendo que me sentirei calmo e relaxado
sobre essa pessoa, assim que esta parte importante de minha recuperação esteja cumprida.

SARANDO
Embora, às vezes, totalmente esquecidos, os conflitos emocionais que nos prejudicaram se
ocultam e permanecem em lugar profundo, abaixo do nível de consciência.
Somente pela ação positiva posso remover os restos de culpa e vergonha causados pelo álcool.
Durante meus infortúnios, quando bebia, meus amigos me diziam: “Por que você está fazendo isto?
Você está somente se prejudicando.”
Pouco eu sabia de como eram verdadeiras estas palavras.
Embora tenha prejudicado a outros, o meu comportamento causou graves feridas à minha alma. O
Oitavo Passo me ofereceu uma maneira de perdoar a mim mesmo. Aliviam-se muitos dos meus danos
escondidos quando faço a relação daqueles a quem prejudiquei. Fazendo reparações, liberto a mim
mesmo de pesos, contribuindo assim para minha recuperação.

UM QUADRO DE REFERÊNCIA
Voltemos mais uma vez à nossa relação (inventário). Esquecendo os maus tratos que os outros
praticaram, procuramos resolutamente nossos próprios erros. Onde fomos egoístas, desonestos,
interesseiros e medrosos?
Existe uma liberdade maravilhosa em não precisar de aprovação constante dos colegas de serviço ou
das pessoas que eu amo. Gostaria de ter conhecido a respeito deste Passo antes, porque uma vez que
desenvolvi um quadro de referência, me senti capaz de fazer a coisa certa a seguir, sabendo que a
ação se ajustava à situação e que esta era a coisa apropriada a fazer.

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EM DIREÇÃO À LIBERDADE EMOCIONAL


Em vista de que as relações deficientes com outras pessoas quase sempre foram a causa imediata
de nossas mágoas, inclusive de nossa adicção, nenhum campo de investigação poderia render
resultados mais satisfatórios e valiosos do que este.
A boa disposição é uma coisa peculiar para mim, porque com o tempo, parece vir primeiro com
consciência e, depois com uma sensação de desconforto, fazendo-me querer tomar alguma decisão.
Quando reflito em praticar o Oitavo Passo, minha disposição de fazer reparações aos outros vem
como um desejo de perdão, a outros e a mim mesmo. Senti o perdão para os outros após tornar-me
cônscio de minha parte nas dificuldades dos relacionamentos. Desejava sentir a paz e a serenidade
descritas nas promessas. Praticando os primeiros Sete Passos, fiquei sabendo quem tinha prejudicado
e que eu tinha sido meu pior inimigo. A fim de restaurar meus relacionamentos com meus
semelhantes, sabia que precisava mudar. Desejava viver em harmonia comigo mesmo e com os
outros, para que pudesse também ter uma vida de liberdade emocional. O começo do fim de meu
isolamento – de meus companheiros e de Deus – veio quando escrevi minha relação do Oitavo Passo.

8 – PASSO

8.1 – Com o que se preocupa o Oitavo Passo?

8.2 – Com o novo conhecimento obtido sobre nós, através da prática dos passos anteriores, o que
podemos fazer em relação às pessoas que conhecemos?

8.3 – É tarefa fácil desenvolver e melhorar as relações com todas as pessoas que conhecemos?
Podemos concluí-la?

8.4 – Por quê, aprender a viver em paz, sociedade e fraternidade com qualquer homem ou mulher é
uma aventura comovente e fascinante?

8.5 – O esforço para descobrir como e quantas pessoas foram feridas pode ser considerado
insignificante e ridículo?

8.6 – Qual o primeiro e mais difícil obstáculo de se sobrepujar na prática do Oitavo Passo?

8.7 – Ao relacionar as ofensas que dirigimos a outra pessoa, devemos considerar as afrontas que ela
nos fez?

8.8 – Emoções doentias são exclusividade de alcoólatras?

8.9 – Abusamos da paciência de nossos amigos a ponto de esgotá-los? Provocamos reações ainda
mais adversas naquele que, desde o início, não gostavam de nós?

8.10 – Estamos a ponto de pedir perdão para nós mesmos. Por que não começar por perdoar a todos?

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8.11 – Que dizer da perspectiva de visitar ou mesmo escrever às pessoas prejudicadas?

8.12 – Que dizer dos prejudicados que eventualmente ainda não saibam que o foram?

8.13 – Posso afirmar que não prejudiquei ninguém além de mim?

8.14 – Eu pagava as contas e não bebia em casa. Será que prejudiquei minha família?

8.15 – Meus sócios e/ou meus empregadores não foram prejudicados porque nunca faltei ao meu
trabalho Verdade?

8.16 – Poucos sabiam das minhas bebedeiras, portanto minha reputação não chegou a ser abalada.
Será?

8.17 – Não fiz nada que não pudesse ou não possa ser reparado com uma desculpa banal…

8.18 – Por que, mesmo nos casos em que não haja reparação possível e em que os danos causados
foram realmente pequenos, é importante o exame acurado, real e exaustivo?

8.19 – Os conflitos emocionais esquecidos podem ser considerados resolvidos?

8.20 – Além do objetivo de fazer reparações aos outros, que nos oferece a mais o exame de nossas
relações pessoais?

8.21 – A reflexão calma e ponderada sobre nossas relações pessoais pode aprofundar nosso
conhecimento?

8.22 – Que significa prejudicar outra pessoa?

8.23 – Que tipo de danos podemos causar a outra pessoa?

8.24 – Fomos (ou somos) irritáveis, críticos, impacientes ou mal-humorados?

8.25 – Damos mais atenção a um membro da família do que a outros?

8.26 – Tentamos dominar a família inteira?

8.27 – Sou (fui) depressivo, cheio de auto-piedade e arrasto (arrastava) os outros comigo?

8.28 – O que é o “começo do fim” de nosso isolamento de nossos semelhantes e de Deus?

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9º passo

9. Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo
quando fazê-las significasse prejudicá-las ou a outrem.

Bom-senso, um cuidadoso sentido de escolha do momento, coragem e prudência - eis as qualidades


que precisamos ter quando damos o Nono Passo.
Após haver elaborado a relação das pessoas as quais prejudicamos, refletido bem sobre cada caso
específico e procurado adotar a atitude correta, veremos que as reparações diretas dos danos causados
dividem em várias categorias aqueles aos quais devemos nos dirigir. Haverá os que deverão ter
preferências, tão logo estejamos razoavelmente confiantes em poder manter nossa sobriedade. Haverá
aqueles aos quais poderemos fazer uma reparação apenas parcial, para que revelações completas não
façam a eles e a outros mais danos do que reparos. Haverá outros casos em que a ação deverá ser
adiada, e ainda outros em que, pela própria natureza da situação, jamais poderemos fazer um contato
pessoal direto.
A maioria de nós começa a fazer certos tipos de reparações diretas a partir do dia em que nos tornamos
membros de Grupo. Desde o momento em que dizemos às nossas famílias que pretendemos
verdadeiramente tentar adotar o programa, o processo se inicia. Nesta área, raramente existirá o
problema de escolher o momento ou ter cautela. Queremos entrar pela porta gritando as boas novas.
Após voltar de nossa primeira reunião ou, talvez, após haver terminado de ler o livro Alcoólicos
Anônimos, geralmente queremos nos sentar com algum membro da família e admitir, de uma vez, os
prejuízos que temos causado com nosso usar. Quase sempre queremos ir mais longe e admitir outros
defeitos que fizeram com que fosse difícil viver conosco. Esse será um momento bem diferente e em
grande contraste com aquelas manhãs de ressaca em que oscilamos entre insultar a nós mesmos e
culpar a família (e todos os outros) pelos nossos infortúnios. Nessa primeira sessão, basta fazer uma
admissão geral de nossos defeitos. Poderá ser pouco prudente, a esta altura, reviver episódios
angustiantes. O bom-senso sugerirá que devemos ir com calma. Embora possamos estar inteiramente
dispostos a revelar o pior, precisamos nos lembrar de que não podemos comprar nossa paz de espírito
à custa dos outros.
O mesmo procedimento aplicar-se-á no local de trabalho. Logo pensaremos em algumas pessoas que
conhecem bem a nossa maneira de usar e que foram as mais afetadas pela mesma. Porém, mesmo
nestes casos, precisaremos usar de um pouco mais de discrição do que com nossa família. Talvez
nada queiramos dizer por algumas semanas ou até mais. Primeiro, desejaremos estar razoavelmente
seguros de que estamos firmes no programa. Então, estaremos prontos para procurar estas pessoas,
dizer-lhes o que é a programação e o que estamos tentando fazer. Isso explicado, podemos admitir
livremente os danos que causamos e pedir desculpas. Podemos pagar ou prometer pagar, as
obrigações financeiras ou outras, que tivermos. A recepção generosa da maioria das pessoas perante

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tal sinceridade, frequentemente irá nos surpreender. Até nossos mais severos e justificados críticos,
com frequência irão nos acolher bem na primeira tentativa.

REFLEXÕES ACERCA DO 9º PASSO

Bom senso, coragem, prudência e cuidado na escolha do momento são requisitos necessários
para este passo. A reflexão sobre cada caso divide em várias classes as pessoas às quais o
alcoolista deve prestar reparação. Algumas pessoas terão preferência; para outras, apenas uma
reparação parcial será possível, de modo que a reparação não venha a causar um dano ainda
maior. Para outros casos, a reparação deve ser adiada. Para certas pessoas um contato direto e
pessoal jamais será possível.
Algumas reparações começam, geralmente, a serem feitas no dia em que a pessoa ingressa: esclarece
à família que pretende seguir a programação.
Frequentemente surge o desejo de ir além do recomendável na admissão de faltas cometidas. É
preciso lembrar que não se deve obter a paz de espírito à custa dos outros, fazendo, por exemplo, uma
revelação de caso extraconjugal ao cônjuge.
No local de trabalho o mesmo procedimento é adotado, mas pode-se esperar até a aquisição de
segurança na vivência da programação da irmandade. A partir de então, o adicto explica para as
pessoas que ali prejudicou o que está querendo fazer e o que é sugerido. Propõe o acerto de dívidas
que possa ter contraído. A maioria das pessoas reagirá de modo muito positivo. Eventualmente poderá
surgir uma reação fria, mas, se o adicto estiver bem preparado, esta não o demoverá do seu objetivo.
O alívio decorrente da primeira tentativa de reparações pode ser muito grande e poderá vir uma forte
tentação de evitar os encontros mais difíceis. É preciso lembrar que não se pode falar em prudência
quando, na verdade, o que surge é a evasão.
Existe uma única exceção na qual a reparação não deve ser feita: é quando a revelação causa um dano
maior. Também pode existir uma situação tal que os danos causados não devem ser revelados
totalmente: é quando a revelação completa pode prejudicar seriamente a pessoa, ou resultar em
prejuízo dela.
Outros problemas difíceis obedecem a esta mesma ideia. Seriam, por exemplo, situações em que uma
revelação poderia resultar em uma demissão e consequente desemprego do alcoolista. As
consequências repercutiriam então sobre a segurança financeira da família.

CONSTRUINDO UMA NOVA VIDA


Aquele que diz que basta a sobriedade é um homem sem consideração.

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Quando reflito sobre o Nono Passo, vejo que a sobriedade física deve bastar para mim. Preciso
lembrar-me da desesperança que sentia antes de encontrar a sobriedade, e como estava disposto a
fazer qualquer coisa para consegui-la. Sobriedade física não é o bastante para aqueles que estão à
minha volta, contudo, devo cuidar para que a dádiva de Deus seja usada para construir uma vida nova
para minha família e as pessoas a quem amo.
É igualmente importante que eu deva estar disponível para ajudar outros que desejam a maneira de
vida em 12 Passos.
Peço a Deus que me ajude a compartilhar a dádiva da sobriedade para que aqueles a quem conheço e
amo possam ver seus benefícios.

RECONSTRUÇÃO
Sim, há pela frente um longo período de reconstrução…
A reconstrução da minha vida é o objetivo principal de minha recuperação enquanto evito tomar o
primeiro gole, um dia de cada vez. A tarefa é melhor cumprida trabalhando os Passos de nossa
Irmandade. A vida espiritual não é uma teoria; ela funciona, mas tenho que vivê-la. O Segundo Passo
deu início à minha caminhada para desenvolver a vida espiritual. O Nono Passo permite movimentar-
me na fase final dos Passos iniciais que me ensinaram a viver uma vida espiritual. Sem a orientação
e força de um Poder Superior, seria impossível seguir através dos vários estágios da reconstrução.
Percebo que Deus trabalha para mim e através de mim. A prova me vem quando percebo que Deus
fez por mim o que eu não poderia fazer por mim mesmo, removendo aquela consumidora compulsão
pela bebida. Devo continuar a procurar diariamente a orientação de Deus. Ele me concede um indulto
diário e proverá força de que preciso para a reconstrução.

EQUILÍBRIO EMOCIONAL
Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível.
Quando revejo os meus dias de uso, recordo de muitas pessoas a quem toquei casualmente na minha
vida, mas cujos dias eu transformava com minha raiva e sarcasmo. Não tenho condições de saber por
onde andam estas pessoas, e reparações diretas a elas não são possíveis. A única reparação que posso
fazer a estas pessoas não identificadas, as únicas “mudanças para melhor” que posso oferecer, são
reparações indiretas feitas a outras pessoas, cujos caminhos se cruzam casualmente. Cortesia e
amabilidade, praticadas regularmente, me ajudam a viver em equilíbrio emocional, em paz comigo
mesmo.

REMOVENDO AMEAÇAS A SOBRIEDADE


… salvo quando fazê-lo significasse prejudicá-las, ou a outrem.
O Nono Passo recupera em mim um sentimento de pertencer, não somente à raça humana, mas,
também ao mundo atual. Primeiro , o Passo me faz deixar a segurança do grupo, para que possa tratar
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com pessoas não adictas, “lá fora”, nos termos delas, não os meus. É uma ação temerosa mas
necessária, se quero voltar para a vida. Segundo, o Nono Passo me permite remover ameaças à minha
sobriedade, reparando relacionamentos passados. O Nono Passo mostra o caminho para uma
sobriedade mais serena, deixando-me livre de destroços passados, para não tropeçar-me com eles.

ABRINDO NOVAS PORTAS


(As promessas) estão sendo cumpridas entre nós às vezes rapidamente e outras lentamente.
As promessas mencionadas nesta passagem estão vindo pouco a pouco para a minha vida. O que me
deu esperança foi colocar o Nono Passo em ação. O Passo me permitiu ver e fixar objetivos em minha
recuperação.
Velhos hábitos e comportamentos dificilmente morrem. Praticando o Nono Passo tenho condições de
fechar a porta ao adictoB que era e abrir-me novas avenidas como um alcoólico sóbrio.
Fazer reparações diretas é importante para mim. A medida que reparo relacionamentos e
comportamentos do passado, posso com mais facilidade viver uma vida sóbria!
Embora tenha alguns anos de sobriedade há horas em que “as coisas velhas” do passado precisam ser
cuidadas e o Nono Passo sempre funciona, quando eu o pratico.

FAZENDO REPARAÇÕES
Acima de tudo, deveríamos tentar estar absolutamente seguros de que não estamos
desmoronando por causa do medo.
Ter coragem, não ter medo, são dádivas de minha recuperação. Elas me permitem pedir por ajuda e
continuar a fazer minhas relações com um sentido de dignidade e humildade. Fazer reparações pode
exigir uma certa dose de honestidade que sinto-me faltar: mas, com a ajuda de Deus e a Sabedoria de
outros posso alcançar e encontrar a força para agir. Minhas reparações podem ser ou não aceitas, mas,
após estarem feitas posso andar com um sentimento de liberdade e saber que, por hoje, eu sou
responsável.

EU SOU RESPONSÁVEL
Pois a disposição de aceitar todas as consequências de nossos atos passados e, ao mesmo tempo,
de assumir a responsabilidade pelo bem-estar de outros, constitui o próprio espírito do Nono
Passo.
Na recuperação e com a ajuda de Alcoólicos Anônimos, aprendo que a coisa de que tenho medo é
justamente a minha liberdade. Ela vem de minha tendência de não querer assumir responsabilidade
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por nada: eu nego, ignoro, culpo, evito. Então um dia eu olho, admito, aceito. A liberdade, a saúde e
a recuperação que experimento está em olhar, admitir e aceitar. Aprendo a dizer “sim, eu sou
responsável”.
Quando posso dizer estas palavras com honestidade e sinceridade, então estou livre.

REPARANDO OS DANOS
Bom senso, escolher cuidadosamente o momento, coragem e prudência – eis as qualidades que
precisamos ter quando damos o Nono Passo.
Fazer reparações pode ser visto de duas maneiras: primeira, reparar o dano. Se eu danifiquei a cerca
do vizinho eu “faço um conserto” – e isto é uma reparação direta. A segunda maneira é modificando
meu comportamento. Se minhas ações prejudicaram alguém eu faço um esforço diário para não causar
mais danos a ninguém. Eu “conserto minha maneira de ser” e isto é uma reparação indireta.
Qual é o melhor modo? O único modo correto, desde que eu não cause danos posteriores, é as duas
maneiras. Se o dano já está feito então eu simplesmente “reparo minhas maneiras”. Agir desta maneira
me garante fazer reparações honestas.

PAZ DE ESPÍRITO
Submetemos o assunto a nosso padrinho ou conselheiro espiritual pedindo, sinceramente, a
ajuda e orientação de Deus – mas resolvendo atuar de maneira certa, quando ficar claro, custe
o que custar?
Minha crença em um Poder Superior é uma parte essencial do meu trabalho no Nono Passo; perdão,
momento certo e motivos corretos são os outros ingredientes. Minha disposição para fazer o Passo é
uma experiência de crescimento que abre as portas a novos e honestos relacionamentos com as
pessoas a quem prejudiquei. Minha ação responsável me traz mais perto dos princípios espirituais do
programa: amor e serviço. Paz de espírito, serenidade e uma fé mais sólida, sem dúvida vêm a seguir.

9 – PASSO

9.1 – Que qualidades precisamos ter quando praticamos o Nono Passo?

9.2 – Quais os pré-requisitos para a prática do Nono Passo?

9.3 – Quais as categorias em que podemos classificar as reparações necessárias?

9.4 – Para a maioria de nós, quando se inicia o processo das reparações?

9.5 – Como se deve agir na primeira sessão de reparações com a família?

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9.6 – Qual(is) o(s) risco(s) de revelarmos inteiramente os piores aspectos dos danos causados
prematuramente?

9.7 – Explicar à pessoa envolvida o que é o Programa de 12 passos o que estamos tentando fazer pode
nos auxiliar na tarefa?

9.8 – Como acha que é (foi ou será) a reação da maioria das pessoas em relação à nossa atitude de
procurar fazer reparações aos danos causados?

9.9 – Por que devemos cuidar para que as eventuais aprovações ou elogios não nos desequilibrem?

9.10 – Que reação poderá nos causar uma recepção fria ou céptica, por parte de uma pessoa
prejudicada, à nossa tentativa de reparação?

9.11 – Como se prevenir para que reações extremadas, por parte das pessoas prejudicadas, não nos
desviem de nosso objetivo?
9.12 – O alívio causado por uma primeira experiência de reparação bem sucedida nos permite dar
nossa tarefa como concluída?

9.13 – Podemos evitar os encontros mais humilhantes e temidos?

9.14 – Quando procrastinamos as reparações, alegando que ainda não é chegada a hora, não estaremos
confundindo prudência com evasão?

9.15 – Quando poderemos falar com total franqueza e sem medo àqueles que foram afetados?

9.16 – Qual o único caso ou razão em que a reparação ou revelação por inteiro deva ser evitada?

9.17 – Se a oportunidade para a revelação não se apresentar, como devemos fazer?

9.18 – Tornar mais pesada a cruz dos outros alivia nossa carga?

9.19 – Posso (ou devo) colocar em risco a estabilidade de meu matrimônio, ou de outrem, por uma
reparação?

9.20 – Confessamos imediatamente nossas irregularidades passadas perante a firma, na quase certeza
de que isto os obrigará a nos demitir e nos tornar praticamente não empregáveis?

9.21 – Seremos tão rigidamente corretos, ao fazer nossos reparos, que não nos importe as
consequências para nossa família e nosso lar?

9.22 – Sejam simples, complexas ou insólitas as condições para promovermos as reparações, elas
sempre nos exigirão…

9.23 – O que constitui o espírito do Nono Passo

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10º PASSO

10. Continuamos fazendo o inventário pessoal e quando estávamos errados, nós o admitíamos
prontamente.

Na medida em que trabalhamos os primeiros nove passos, estamos nos preparando para a aventura
de uma nova vida.
Mas, ao nos aproximarmos do Décimo Passo, começamos a nos submeter à maneira de viver de 12
passos, dia após dia, em tempo bom ou mau.
Então, vem a prova decisiva: podemos permanecer sóbrios, manter nosso equilíbrio emocional e viver
utilmente sob quaisquer condições?
Uma olhada contínua sobre nossas qualidades e defeitos e o firme propósito de aprender e crescer por
esta forma, são necessidades para nós. Nós alcoólicos aprendemos isso de maneira difícil. Em todos
os tempos e lugares, pessoas mais experientes, é claro, submeteram-se à crítica e ao autoexame
rigorosos. Os sábios sempre souberam que alguém só consegue fazer alguma coisa de sua vida depois
que o exame de si mesmo venha a se tornar um hábito regular, admita e aceite o que encontre e, então,
tente corrigir o que lhe pareça errado, com paciência e perseverança.
Um adicto não pode viver bem hoje se está com uma terrível ressaca, resultante do excesso de bebidas
ontem ingerido. Porém, existe outro tipo de ressaca que todos experimentamos, bebendo ou não. É a
ressaca emocional, fruto direto do acúmulo de emoções negativas sofridas ontem e, às vezes, hoje -
o rancor, o medo, o ciúme e outras semelhantes. Se queremos viver serenamente hoje e amanhã, sem
dúvida temos que eliminar estas ressacas. Isto não quer dizer que devamos perambular morbidamente
pelo passado. Requer, isto sim, a admissão e correção dos erros agora. No inventário podemos pôr
em ordem o nosso passado. Feito isso, nos tornamos de fato capazes de deixá-lo para trás. Se nosso
balanço é feito com cuidado e se tivermos obtido paz conosco mesmos, segue-se a convicção de que
os desafios do amanhã poderão ser encarados à medida em que se apresentem.
Embora todos os inventários, em princípio, sejam iguais, a ocasião os faz diferentes. Há o
"relâmpago", feito a qualquer hora, toda vez em que nos encontremos enredados. Existe o do fim de
cada jornada, quando revisamos os acontecimentos das últimas vinte e quatro horas. É neste
verdadeiro balancete diário que creditamos a nosso favor ou debitamos contra nós as coisas que
julgamos bem ou mal feitas. De tempo em tempo, surgem as ocasiões em que, sozinhos ou
assessorados pelos nossos padrinhos ou conselheiros espirituais, fazemos a revisão atenta de nosso
progresso durante a última etapa. Muitos adictos costumam fazer uma "limpeza geral" a cada ano ou
período de seis meses. Outros de nós também preferem a experiência de um retiro, onde isolados do

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mundo exterior, calma e tranquilamente, por um ou dois dias, podem proceder à auto revisão e à
meditação sobre os resultados.

REFLEXÕES ACERCA DO 10º PASSO

A aproximação do Décimo Passo leva o adicto a começar a se submeter ao modo de viver de 12


Passos, sempre e em qualquer situação. Faz-se necessária uma análise contínua de qualidades
e defeitos, e o propósito de aprender e crescer por meio desta análise.
Além da ressaca devida ao excesso de bebida, existe também a ressaca emocional, que é “… fruto
direto do acúmulo de emoções negativas ontem sofridas e, às vezes, hoje – o rancor, o medo, o ciúme
e outras semelhantes”. Para viver com serenidade é preciso eliminar tais ressacas.
Embora iguais em princípio, os inventários diferem de acordo com a ocasião em que são feitos. Há o
inventário “relâmpago”, que é feito nos momentos de confusão. Inventários diários são feitos para
revisar os acontecimentos das últimas 24 horas. Existem ainda os inventários periódicos, feitos para
avaliar o progresso de um determinado período.
A dificuldade do inventário reside na falta de hábito de uma análise detalhada. Uma vez adquirido, o
hábito passa a ser uma atividade proveitosa, compensando amplamente o tempo com ele despendido.
Muitos adictos têm o hábito de fazer um inventário anual ou semestral.
Existe um preceito espiritual que explica que, cada vez que o indivíduo se sente perturbado, existe
algo errado com ele. Entre os sentimentos perturbadores encontra-se o rancor. Quando este é
justificado, a literatura esclarece que para o adicto este rancor pode ser perigoso: é preferível deixá-
lo para as pessoas mais equilibradas, que conseguem mantê-lo sob controle. Outros sentimentos que
têm o poder de transtornar as emoções do adicto são o ciúme, os ressentimentos, a inveja, auto piedade
e o orgulho. “Um inventário ‘relâmpago’ levantado no meio de tais perturbações pode ser de grande
valia para acalmar as emoções tempestuosas”.
O inventário diário aplica-se para situações que ocorreram durante as vinte e quatro horas. Para todas
as situações há necessidade “… de autodomínio, análise honesta do ocorrido, disposição para admitir
nossa culpa e, igualmente, para desculpar as outras pessoas”.
O desenvolvimento do autodomínio tem prioridade, uma vez que a precipitação ou imprudência pode
comprometer uma relação e não permite agir ou pensar com clareza. O autodomínio é necessário
tanto para problemas inesperados, como para o momento em que o alcoolista começa a ser bem
sucedido. O sucesso leva muito facilmente ao orgulho. Neste sentido, a lembrança de que a sobriedade
é resultado da ação de Deus pode funcionar como defesa contra o orgulho desmedido.

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A percepção de que todas as pessoas têm falhas começa a gerar tolerância e evidência de que não faz
sentido ofender-se com pessoas que sofrem tal qual o alcoolista dos desajustes que acompanham o
desenvolvimento. Uma mudança tão radical na forma de ver as coisas pode levar muito tempo. Se
são raras as pessoas que conseguem amar a todas as outras, é comum encontrar indiferença e ódio
entre as pessoas. O adicto, no entanto, não pode manter a ideia de que pode odiar ou temer quem quer
que seja. “A cortesia, a bondade, a justiça e o amor são chaves que abrem a porta da harmonia entre
nós e as outras pessoas”.
Ao final do dia, muitos adictos fazem o inventário das últimas 24 horas. Percebem que boas intenções
e atos construtivos estão presentes em sua mente.
Por outro lado, o exame dos pensamentos e atos inadequados ou desagradáveis permitem, de modo
geral, perceber e entender quais foram os motivos que os geraram. É preciso apenas reconhecer a
falha, tentar visualizar qual comportamento teria sido adequado, aproveitar a lição e fazer a reparação
se necessária.
Para outras situações, apenas um exame mais detalhado irá mostrar quais foram os reais motivos de
algumas ações. Algumas vezes, poderá ter surgido uma justificativa para explicar uma conduta
inadequada, e será tentador imaginar que havia bons motivos para o comportamento em questão.
“Esta estranha característica do complexo mente-emoção, este desejo pervertido de ocultar atrás do
bom motivo, o errado, se infiltra nos atos humanos de alto a baixo”. A edificação do caráter consiste
em perceber, admitir e corrigir estas falhas. Uma avaliação minuciosa de como foi o dia possibilita
agradecer a Deus as graças recebidas e adormecer com a consciência tranquila.

A PROVA DECISIVA
Quando praticamos os nove primeiros Passos, estamos nos preparando para a aventura de uma
nova vida. Mas, ao nos aproximarmos do Décimo Passo, começamos a nos submeter à maneira
de viver no programa. dia após dia, em qualquer circunstância. Logo, vem a prova decisiva:
permanecer sóbrios, manter nosso equilíbrio emocional e viver utilmente sob quaisquer
condições?
Eu sei que as promessas estão sendo cumpridas na minha vida, mas desejo mantê-las e desenvolvê-
las pela aplicação diária do Décimo Passo. Tenho aprendido através deste Passo que, se estou
perturbado, há algo errado comigo. A outra pessoa pode estar errada também, mas eu posso tratar
somente com os meus sentimentos. Quando estou magoado ou transtornado, tenho que procurar a
causa continuamente em mim e preciso então admitir e corrigir meus erros. Não é fácil, mas enquanto
sei que estou progredindo espiritualmente, sei que posso considerar meu esforço como um trabalho
bem feito.
Descobri que a dor é uma amiga: ela me deixa saber que há alguma coisa errada com as minhas
emoções, da mesma forma que uma dor física mostra que há alguma coisa errada com meu corpo.
Quando atuo de forma apropriada através dos Doze Passos, a dor gradualmente vai embora.

APÓS A TEMPESTADE, SERENIDADE

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Um conhecedor do assunto, disse uma vez, que a dor era a pedra de toque de todo o progresso
espiritual. Nós adictos estamos convencidos disso…
Quando me encontro na montanha russa da confusão emocional, recordo que o crescimento é
frequentemente doloroso. Minha evolução no programa de me ensinou que devo experimentar a
mudança interior que, mesmo dolorosa, acabará guiando-me do egoísmo para o altruísmo. Se quero
ter serenidade, tenho que passar pelo tumulto emocional e suas subsequentes ressacas, e estar
agradecido pelo contínuo progresso espiritual.

UMA PODA NECESSÁRIA


… sabemos que antes da sobriedade vem, obrigatoriamente, o sofrimento resultante das drogas,
da mesma forma que antes da serenidade vem o desequilíbrio emocional.
Adoro despender tempo em meu jardim, alimentando e podando minhas flores maravilhosas. Um dia,
em que estava diligentemente podando-as, uma vizinha parou e comentou: “Oh! As tuas plantas são
maravilhosas, é uma pena ter que cortá-las.” Eu repliquei: “Sei como você se sente, mas o excesso
precisa ser removido, para que elas possam crescer mais fortes e mais saudáveis.”
Mais tarde pensei que talvez minhas plantas sentissem dor, mas Deus e eu sabemos que faz parte do
plano e tenho visto os resultados. Então lembrei-me logo do meu precioso programa. E de como nós
todos crescemos através da dor. Peço a Deus para me podar quando for a hora, para que assim possa
crescer.

A BAGAGEM DE ONTEM
Os sábios sempre souberam que alguém só consegue fazer alguma coisa de sua vida depois que o
exame de si mesmo venha a se tornar um hábito regular, admita e aceite o que encontre e, então tente
corrigir o que lhe pareça errado, com paciência e perseverança.
Tenho hoje mais do que o suficiente para lidar, sem ter que arrastar também a bagagem de ontem.
Devo equilibrar as contas de hoje, se quiser ter uma chance amanhã. Portanto, pergunto a mim mesmo
se errei e como posso evitar repetir esse comportamento em particular. Magoei alguém, ajudei
alguém, e por quê?
Alguma coisa que faço hoje acaba transbordando para o amanhã, porém, isso não precisa acontecer
com quase tudo, se eu fizer um inventário diário de forma honesta.

CONTROLANDO DIARIAMENTE
Continuamos fazendo o inventário pessoal.
O axioma espiritual referido no Décimo Passo: “toda vez em que estivermos perturbados, não importa
qual a causa, há alguma coisa errada conosco”. Também me diz que não existem exceções a isto. Não
importa o quanto os outros pareçam ser irrazoáveis, eu sou responsável para não reagir
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negativamente. Independente do que está acontecendo à minha volta, sempre terei a prerrogativa e a
responsabilidade de decidir o que acontece dentro de mim. Eu sou o criador de minha própria
realidade.
Quando faço meu inventário diário, sei que devo parar de julgar os outros. Se julgo os outros,
provavelmente estou julgando a mim mesmo.
Quem mais me perturba, é meu melhor professor. Tenho muito que aprender com ele ou com ela e,
em meu coração, deveria agradecer a essa pessoa.

INVENTÁRIO DIÁRIO
… e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.
Eu estava começando a me aproximar de minha nova vida de sobriedade com um entusiasmo
incomum. Novos amigos estavam aparecendo e algumas de minhas amizades danificadas começavam
a ser reparadas. A vida era excitante e comecei a gostar até mesmo do meu trabalho, tornando-me tão
confiante a ponto de emitir um relatório sobre a falta de acompanhamento cuidadoso com alguns de
nossos clientes. Um dia, um colega me informou que meu chefe estava realmente preocupado porque
uma queixa, apresentada sem o seu conhecimento, tinha lhe causado muito desconforto com seus
superiores. Eu sabia que meu relatório tinha criado o problema, e comecei a me sentir responsável
pela dificuldade de meu chefe. Discutindo o assunto, meu colega tentou me tranquilizar, dizendo que
não havia necessidade de pedir desculpas, mas logo me convenci de que precisava fazer alguma coisa,
independente das consequências. Quando me aproximei de meu chefe confessei minha parte em suas
dificuldades, ele ficou surpreso. Porém, coisas inesperadas resultaram de nosso encontro, e nós fomos
capazes de concordar em interagir mais diretamente e de forma efetiva no futuro.

UM PRECEITO ESPIRITUAL
É um preceito espiritual, que cada vez que estamos perturbados, seja qual for a causa, alguma
coisa em nós está errada.
Eu nunca entendi realmente o preceito espiritual do Décimo Passo, até ter a seguinte experiência.
Estava sentado lendo em meu quarto, de madrugada quando, subitamente, ouvi meus cachorros
latindo no pátio de trás. Meus vizinhos desaprovam este barulho, assim, com uma mistura de
sentimentos de raiva e vergonha, bem como do medo da desaprovação de meus vizinhos, chamei os
cachorros imediatamente.
Várias semanas mais tarde, a mesma situação se repetiu, exatamente da mesma maneira, mas eu
estava me sentindo em paz comigo mesmo e fui capaz de aceitar a situação – cachorros sempre latem
– e, calmamente, chamei os cachorros.
Os dois incidentes me ensinaram que, quando uma pessoa experimenta eventos quase idênticos e
reage de duas maneiras diferentes, significa que não é a situação que é de extrema importância, mas
a condição espiritual da pessoa.

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Sentimentos vêm de dentro, não das circunstâncias exteriores. Quando minha condição espiritual é
positiva, eu reajo positivamente.

CONSERTANDO A MIM, NÃO A VOCÊ


Se ao sermos ofendidos, nos irritamos, é sinal de que também estamos errados.
Que alívio eu senti quando me mostraram esta passagem.
De repente vi que podia fazer alguma coisa a respeito de minha raiva, podia consertar-me ao invés de
tentar consertar os outros. Acredito que não há exceções a este preceito.
Quando estou com raiva, ela está sempre autocentrada. Preciso continuar me lembrando que sou
humano e que estou fazendo o melhor que posso, mesmo quando este melhor é pouco.
Assim, peço a Deus para remover minha raiva e deixar-me realmente livre.

AUTODOMÍNIO
Nosso primeiro alvo deve ser o desenvolvimento do autodomínio.
Minha viagem para o trabalho me dá oportunidade para fazer um autoexame.
Um dia, quando fazia essa viagem, comecei a rever o meu progresso na sobriedade e não fiquei feliz
com o que vi. Esperei com o passar do dia, trabalhando, esquecer esses pensamentos incômodos.
Porém, como ia aparecendo um desapontamento após outro, meu descontentamento somente
aumentou e as pressões dentro de mim continuaram subindo.
Me recolhi para uma mesa isolada na sala da firma e me perguntei como poderia aproveitar melhor o
restante do dia. Antigamente, quando as coisas iam mal, instintivamente desejava lutar contra. Mas,
durante o curto tempo que eu tinha tentando viver o programa, havia aprendido a voltar atrás e dar
uma olhada em mim mesmo. Reconheci que, embora não sendo a pessoa que desejava ser, eu tinha
aprendido a não reagir da minha velha maneira. Aquelas velhas estruturas de comportamento só
trouxeram tristeza e dor para mim e para os outros. Voltei para minha seção de trabalho, determinado
a ter um dia produtivo, agradecendo a Deus pela chance de fazer progresso naquele dia.

REFREANDO A PRECIPITAÇÃO
Quando falamos ou agimos precipitada ou imprudentemente, nossa capacidade de fazer justiça
e ser tolerante se evapora imediatamente.
Ser justo e tolerante é um objetivo para o qual preciso trabalhar diariamente. Peço a Deus como eu O
concebo, para me ajudar a ser amoroso e tolerante com as pessoas que amo e com aqueles que estão
em maior contato comigo.

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Peço orientação para reprimir minha língua quando estou agitado, e paro um momento para refletir
sobre o cataclismo emocional que minhas palavras podem causar, não somente a outros mas também
em mim. Oração, meditação e inventários são a chave para um pensamento firme e ação positiva para
mim.

INVENTÁRIOS INCESSANTES
Continuamos vigiando o egoísmo, a desonestidade, o ressentimento e o medo. Quando estes surgirem,
pediremos imediatamente a Deus que os remova. Iremos discuti-los em seguida com alguma pessoa
e, se causamos algum dano, prontamente vamos repará-lo. Então, firmemente, voltamos nossos
pensamentos para alguém a quem possamos ajudar.
A aceitação imediata de pensamentos ou ações erradas é uma tarefa difícil para a maioria dos seres
humanos, mas para adictos em recuperação como eu, é difícil devido à minha propensão para o
egoísmo, o medo e o orgulho. A liberdade que o programa me oferece torna-se mais abundante
quando, através de inventários incessantes de mim mesmo, admito, reconheço e aceito
responsabilidade por meus erros. É possível então para mim conseguir uma compreensão mais
profunda e mais ampla do que é a humildade. Minha disposição em admitir quando a falta é minha,
facilita o progresso de meu crescimento e me ajuda a ser mais compreensivo e prestativo para os
outros.
UM PROGRAMA PARA VIVER
Quando nos deitamos à noite, revisamos construtivamente o nosso dia… Ao acordar, pensamos
nas vinte e quatro horas vindouras… Antes de começar, pedimos que Deus dirija nossos
pensamentos e, especialmente, que eles sejam divorciados da auto-piedade, da desonestidade e
do egoísmo.
A mim faltava a serenidade. Com mais coisas para fazer do que era possível, embora me esforçasse
muito, cada vez estava mais atrasado. Preocupações sobre coisas não feitas ontem e medo pelos
prazos de entrega amanhã, negavam-me a calma de que eu precisava para ser eficaz a cada dia.
Antes de praticar o Décimo e o Décimo Primeiro Passos comecei a ler passagens como a citada acima.
Tentei focalizar a vontade de Deus, não os meus problemas, e confiar que Ele poderia administrar o
meu dia.
Funcionou! Foi devagar, mas funcionou!

DURANTE CADA DIA


Não é algo que se consiga de um dia para o outro. Deve continuar durante toda a vida.
Durante meus primeiros anos em limpo, considerava o Décimo Passo como uma sugestão de que
olhasse periodicamente ao meu comportamento e reações. Se houvesse alguma coisa errada, deveria
admiti-la; se uma desculpa fosse necessária, deveria pedi-la.

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Após alguns anos de sobriedade, senti que podia fazer um autoexame mais frequentemente. Somente
após a passagem de mais alguns anos eu percebi o significado total do Décimo Passo e da palavra
“continuamos”. “Continuamos” não significa de vez em quando, ou frequentemente. Significa
“durante cada dia”.

UM AJUSTAMENTO DIÁRIO
Cada dia é um dia em que devemos aplicar a visão da vontade de Deus em todas as nossas
atividades.
Como mantenho minha condição espiritual?
Para mim é muito simples: todo dia peço ao Poder superior que me conceda a graça da sobriedade
por mais aquele dia!
Tenho conversado com muitos adictos que voltaram a usar e sempre pergunto a eles: “Você orou por
sobriedade no dia em que usou a primeira vez? Nenhum deles disse que sim. Quando pratico o
Décimo Passo e tento manter minha casa em ordem diariamente, sei que se eu pedir por um indulto
diário, ele será concedido.

NADA CRESCE NA ESCURIDÃO


Desejaremos que cresça e floresça o bem que está dentro de todos nós, por pior que sejamos.
Com a autodisciplina e a percepção que ganhei praticando o Décimo Passo, começo a conhecer as
gratificações da sobriedade – não como uma mera abstinência das drogas, mas como uma recuperação
em todos os aspectos de minha vida.
Renovo a esperança, regenero a fé e ganho novamente a dignidade do autorespeito. Descobri a palavra
“e” na frase: “e quando estávamos errados, admitimos prontamente”.
Tranqüilo de que não estou mais sempre errado, aprendo a aceitar a mim mesmo, como sou, com um
novo entendimento dos milagres da sobriedade e serenidade.

VERDADEIRA TOLERÂNCIA
Finalmente começamos a perceber que todas as pessoas, nós inclusive, estamos mais ou menos
emocionalmente doentes e frequentemente errados, e então, aproximando-nos da verdadeira
tolerância, conhecemos o real significado do amor ao próximo.

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Ocorreu-me o pensamento de que, até certo ponto, todas as pessoas são emocionalmente doentes.
Como nós poderíamos não ser? Quem entre nós é perfeito? Como poderia algum de nós ser perfeito
emocionalmente? Portanto, o que mais podemos nós fazer, senão suportar um ao outro e tratar cada
um como gostaríamos de ser tratados em circunstâncias similares.
Isso é realmente o amor.

10 – PASSO 10

10.1 – Quando começamos a nos submeter à maneira de viver na programação, dia após dia?

10.2 – Podemos permanecer sóbrios, mantendo nosso equilíbrio emocional e viver utilmente sob
quaisquer condições?

10.3 – Podemos (ou devemos) considerar a análise contínua de nossas falhas e o firme propósito de
crescer por esta forma como um de nossas necessidades imperativas?

10.4 – A prática da autoanálise e da crítica impiedosa é adotada exclusivamente por alcoólicos em


recuperação?

10.5 – Sabia que os sábios sempre souberam que alguém só consegue fazer alguma coisa de sua vida
depois que o exame de si mesmo venha a se tornar um hábito regular, admita e aceite o que encontra
e então tente corrigir o que lhe pareça errado com paciência e perseverança?

10.6 – Que tipo de ressaca todos experimentamos, bebendo ou não?


10.7 – O que provoca (estimula etc.) a ressaca emocional?

10.8 – Precisamos perambular morbidamente pelo passado para nos livramos da ressaca emocional?

10.9 – Qual o remédio mais eficaz para eliminação da ressaca emocional?

10.10 – Quais os tipos de inventário pessoal existentes?

10.11 – Os inventários pessoais são meros consumidores de tempo?

10.12 – Por quê o inventário nos é difícil?

10.13 – O que é inventário relâmpago? Em que situação ou ambiente ele funciona?

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10.14 – Toda vez que estamos perturbados, seja qual for a causa, alguma coisa em nós está errada.
Concordas? Por quê? Existem exceções?

10.15 – Que dizer do “rancor justificável”?

10.16 – Temos razões para nos zangarmos com os hipócritas e farisaicos?

10.17 – Se alguém nos enganar, temos o direito de ficar magoados?

10.18 – Éramos (ou somos) capazes de distinguir se uma reação rancorosa era (ou é) justificável ou
não?

10.19 – A ira é o luxo a que podem se dar as pessoas mais equilibradas. Concorda

10.20 – O que é uma “bebedeira seca”?

10.21 – Como reagimos ao ciúme, à inveja, à auto piedade ou ao orgulho ferido?

10.22 – O que é e como se aplica o inventário de fim de jornada?

10.23 – O inventário rápido objetiva nossas oscilações de todas as horas, sobretudo as provocadas
por pessoas ou acontecimentos novos que nos levam ao desequilíbrio e ao cometimento de erros.
Como ele nos ajuda?

10.24 – Há motivos para desânimo quando perseveramos nos erros anteriores?

10.25 – Na prática do Décimo Passo, qual deve ser o nosso primeiro alvo?

10.26 – O que ocorre quando falamos ou agimos precipitadamente?

10.27 – São apenas os problemas inesperados e desagradáveis que requerem autodomínio?

10.28 – …cegos pelo orgulho da autoconfiança, éramos capazes de bancar pessoas “cheias de si”,
fazendo, logicamente, com que os outros, enjoados ou feridos, se afastassem de nós. O que nos
faltava?

10.30 – Finalmente começamos a perceber que todas as pessoas, nós inclusive, estão, mais ou menos,
emocionalmente doentes e frequentemente erradas, então…

10.31 – Faz sentido ficarmos zangados ou ofendidos com pessoas que, como nós, estão sofrendo dos
males do ou desajustes peculiares ao crescimento?

10.32 – Posso afirmara categoricamente que amo todas as outras pessoas?

10.33 – Podemos nos aguentar por muito tempo se mantivermos o ódio arraigado em nosso interior?

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10.34 – Como podemos tratar a idéia de que podemos amara possessivamente a alguns, ignorar muitos
e continuar a temer ou odiara quem quer que seja?

10.35 – Cada vez que desapontamos alguém (quer o odiemos, o ignoremos ou o amemos) cabe a
nós…

10.36 – Quais as chaves da porta da harmonia entre nós e as outras pessoas?

10.37 – Hoje estou fazendo aos outros o que gostaria que fizessem comigo?

10.38 – O Resultado do inventário diário é sempre negativo?

10.39 – O que é necessário para ver as boas intenções, os pensamentos puros e as obras meritórias
que estão presentes em nossas mentes?

10.40 – Nós adictos, estamos convencidos de que antes da sobriedade vem, obrigatoriamente o
sofrimento resultante da bebida, assim como, antes da serenidade vem…

10.41 – Quando revisamos a coluna de débitos de nosso inventário diário, devemos examinar
cuidadosamente a motivação de nossos pensamentos e atos que nos pareceram errados. Na maioria
das vezes será difícil distinguir e entender nossos motivos?

10.42 – Que fazer quando agimos de acordo com o orgulho, irritação, ciúme, angústia ou medo?

10.43 – Haverá casos em que a identificação das motivações de nossas falhas exigirá investigação
mais minuciosa? O que, geralmente, dificulta nossa análise?

10.44 – O que constitui a essência da edificação do caráter e da vida reta?

10.45 – Quais deverão ser objetos de nossa procura, nossos valores permanentes?

10.46 – Devemos excluir as coisas bem feitas de nosso inventário?

11º passo

11. Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus,
na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação
a nós, e forças para realizar essa vontade.

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A oração e a meditação são nossos meios principais de contato consciente com Deus.
Nós adictos somos pessoas ativas, desfrutando a satisfação de lidar com as realidades da vida,
geralmente pela primeira vez em nossas vidas, tentando vigorosamente ajudar o primeiro adicto que
aparecer. Portanto, não é de se estranhar que, com frequência, tendamos a não dar importância à
meditação séria e à oração, tratando-as como coisas desnecessárias. Sem dúvida, chegamos a
considerá-las como algo que possa nos ajudar a enfrentar uma emergência, mas, a princípio, muitos
dentre nós entendem-nas como expressão de um dom misterioso dos religiosos, do qual podemos
esperar um benefício de segunda mão. Ou talvez não acreditemos em nada dessas coisas.
Para certos ingressantes e para aqueles antigos agnósticos que ainda se apegam ao grupo de como seu
poder superior, as afirmações sobre o poder da oração, apesar de toda a lógica e a experiência que a
comprovam, podem não convencer e até desagradar bastante. Aqueles entre nós que uma vez já se
sentiram assim, certamente podem ter por eles simpatia e compreensão. Recordamo-nos muito bem
da revolta que se levantava em nosso íntimo contra a ideia de ajoelhar-se perante qualquer Deus.
Outros, usando lógica convincente, "provavam" a não existência de Deus. E os acidentes, a doença,
a crueldade e a injustiça no mundo? E todas essas vidas infelizes, resultados diretos da pobreza e de
um conjunto de circunstâncias incontroláveis? À vista desses fatos, não poderia haver justiça e,
consequentemente, qualquer Deus.
Às vezes, argumentávamos de outra maneira. Está certo, nós dizíamos, a galinha provavelmente veio
antes do ovo. Sem dúvida o universo teve algum tipo de "origem primária"; o Deus do átomo, quem
sabe, transformando-se sucessivamente em frio e calor. Mas certamente não havia indicação alguma
da existência de um Deus que conhecia e se interessava pelos homens. Gostávamos de 12 passos e
não hesitávamos em dizer que operava milagres. Todavia, diante da meditação e da oração, sentíamos
o mesmo retraimento do cientista que se recusava a realizar certa experiência por temor de ter que
derrubar sua teoria predileta. É claro que no fim resolvemos experimentar e, quando surgiram
resultados inesperados, nós vimos as coisas diferentes; de fato, entendemos de forma diferente e
aceitamos totalmente a ideia de meditação e oração. E isso, descobrimos, pode acontecer com
qualquer pessoa que as experimente. Acertou quem disse que "aqueles que zombam da oração são,
quase sempre, os que não a experimentaram devidamente."

REFLEXÕES ACERCA DO 11º PASSO


Os adictos são pessoas ativas, e tendem com frequência a não levar a sério a oração e meditação,
que são, para eles, os principais meios de contato consciente com Deus. Aqueles que
permanecem considerando o grupo de como sua “força superior” podem encarar com
desagrado as afirmações sobre o poder da oração. Alguns pretendem demonstrar a não
existência de Deus pela presença da pobreza, crueldade, doença e injustiça. Outros usam
argumentos diferentes.
Entretanto, depois de experimentar e verificar os resultados da oração e meditação mudam de opinião.
Usada regularmente, a oração passa a ser indispensável. É ela que permite a presença de Deus na vida
do alcoolista. Quando a autoanálise, a meditação e a oração “são postas em ação harmônica e
logicamente, resultam em uma base inabalável para toda a vida”.

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O exame dos pensamentos e sentimentos permite que a ação e graça de Deus exerça influência na
parte negativa e escura do ser. A ferramenta que ilumina esta parte escura é a meditação.
Sugere-se o abandono de qualquer resistência, para poder sentir e aprender com as palavras da oração.
Se surgirem pensamentos de menosprezo às ideias e propostas, convém lembrar que, com o álcool,
valorizava-se o uso da imaginação, mas o problema era que a imaginação não se dirigia a objetivos
funcionais.
Como sucede quando se quer construir uma casa, cujo projeto se inicia com o uso da imaginação, a
meditação ajuda a ter uma noção do objetivo espiritual. Para facilitar o relaxamento, pode-se imaginar
que se está em uma praia, nas montanhas ou planícies. São apresentadas também algumas reflexões
sobre esta oração, bem como, algumas características do processo de meditação. Um dos primeiros
resultados da meditação é o equilíbrio emocional.
A oração, por sua vez, “… é a elevação do coração e da mente para Deus (…) O estilo comum de
oração é uma petição a Deus”. Existe tentação de expressar pedidos na oração para resolver situações
da maneira que se pensa ser adequada e que, com frequência, não é a vontade de Deus. Convém
lembrar a parte do enunciado deste passo que define as necessidades: conhecer a vontade de Deus e
obter forças para realizá-la.
Diante de situações delicadas, pode-se pedir da mesma forma: ‘”Seja feita a Sua vontade e não a
minha.”’. Em momentos críticos, a lembrança de que, como diz a oração, “é melhor consolar do que
ser consolado, compreender do que ser compreendido, amar do que ser amado” traz consigo a
intenção deste passo.
Esperar uma resposta certa e definida de Deus para uma situação perturbadora e específica apresenta
um sério risco. Frequentemente os pensamentos que parecem ser uma resposta divina são
justificativas feitas inconscientemente, embora bem intencionadas. “É um indivíduo muito
desconcertante o adicto, ou qualquer outro homem, que tenta implantar rigorosamente em sua vida
este modo de rezar, com esta necessidade egoística de respostas divinas. (…) Com a melhor das
intenções, ele tende a impor sua própria vontade em qualquer situação ou problema…”.
Em relação a outras pessoas, pode surgir uma tentação semelhante, quando se pede a Deus que resolva
determinada dificuldade da maneira como se acha que deve ser.
Os 12 Passos sugerem que, tanto para si como para os outros, a oração deveria pedir que se cumprisse
a vontade de Deus.
A experiência mostra que, na medida em que se busca aumentar o contato com Deus e se deixa de
dizer a Ele o que queremos, nova força e uma benéfica orientação se manifestam. Podem surgir
períodos de rebelião, nos quais ocorre uma recusa a rezar. Não se deve usar de muito rigor consigo
próprio quando isto ocorre, mas apenas, tão logo seja possível, deve-se voltar à prática da oração.
Possivelmente, uma das grandes recompensas obtidas com a oração e meditação é a convicção de se
fazer parte: não existe mais a sensação de abandono, medo e insegurança. No momento em que se
tem um pequeno vislumbre da vontade de Deus, e que se percebe a verdade, a justiça e o amor como
valores permanentes, sabe-se que o amor de Deus estará sempre velando por nós. Tudo estará
permanentemente bem quando nos voltamos para Ele.

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MANEIRAS MISTERIOSAS
… nas épocas de sofrimento e dor, quando a mão de Deus parecia ser pesada e até injusta, novas
lições sobre a vida foram aprendidas, novas fontes de coragem foram descobertas e finalmente,
de forma iniludível, chegou a convicção de que Deus, efetivamente “age de maneira misteriosa
na realização de Suas maravilhas”.
Após perder a minha carreira, família e saúde, não tinha ainda me convencido de que minha maneira
de viver precisava ser vista de uma nova forma. A bebida e o uso de outras drogas estavam me
matando, mas eu nunca tinha encontrado uma pessoa em recuperação ou um membro de algum grupo.
Pensava que meu destino era morrer sozinho e que eu merecia isso. No auge do meu desespero, meu
filho menor adoeceu gravemente com uma rara enfermidade. Os esforços dos médicos para ajudá-lo
provaram ser inúteis. Redobrei meus esforços para bloquear meus sentimentos, porém, agora o álcool
havia deixado de surtir efeito. Estava só olhando fixamente os olhos de Deus, suplicando Sua ajuda.
Em alguns dias, devido a uma estranha série de coincidências tive meu primeiro contato com os 12
Passos e desde então tenho permanecido sóbrio. Meu filho sobreviveu e sua doença está em regressão.
Todo o episódio me convenceu da minha impotência e da perda de controle da vida. Hoje meu filho
e eu agradecemos a Deus por Sua intervenção.

MANTENDO O OTIMISMO À TONA


Os outros Passos podem manter a maioria de nós sóbrios e funcionando de alguma maneira.
Mas o Décimo Primeiro Passo pode nos manter em crescimento.
Um alcoólico sóbrio acha muito mais fácil ser otimista sobre a vida. Otimismo é o resultado natural
de me encontrar gradualmente possibilitado de tirar o melhor proveito de cada situação. À medida
que minha sobriedade física continua, eu saio do nevoeiro, ganho uma perspectiva mais clara, e posso
determinar melhor que curso de ação tomar. A sobriedade física é tão vital que posso adquirir um
maior potencial desenvolvendo uma disposição sempre crescente para valer-me da orientação e
direção de um Poder Superior. Minha capacidade para fazer isto vem do meu aprendizado – e prática
– dos princípios do programa.
A fusão de minha sobriedade física com a espiritual produz a substância de uma vida mais positiva.

FOCALIZANDO E ESCUTANDO
A prática do autoexame, da meditação e da oração estão diretamente interligadas. Usadas
separadamente, elas podem trazer muito alívio e benefício.
Se faço primeiro meu autoexame, tenho certeza de que terei bastante humildade para orar e meditar
– porque verei e sentirei a necessidade de fazê-lo. Alguns desejam começar e terminar com a oração,
deixando um intervalo para o autoexame e a meditação, enquanto outros começam com a meditação,
escutando os conselhos de Deus sobre seus defeitos ainda escondidos ou não reconhecidos. Outros

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ainda se empenham num trabalho escrito e verbal de seus defeitos, terminando com uma oração de
louvor e de ação de graças. Estes três – autoexame, meditação e oração – formam um círculo sem
começo nem fim. Não importa onde ou como eu começo, aos poucos chego ao meu destino: uma vida
melhor.

UMA DISCIPLINA DIÁRIA


… quando essas práticas (auto-exame, meditação e oração) estão logicamente relacionadas e
interligadas, resultam em uma base inabalável para toda a vida.
Os últimos três Passos do programa invocam a disciplina amorosa de Deus sobre a minha natureza
obstinada. Se dedico apenas alguns momentos toda a noite para uma revisão dos pontos mais
importantes do meu dia, junto com o reconhecimento daqueles aspectos que não me agradam muito,
eu ganho uma história pessoal de mim mesmo, uma história que é essencial à minha caminhada para
o autoconhecimento.
Fui capaz de perceber meu crescimento, ou a falta dele, e pedir numa prece para ser aliviado desses
defeitos de caráter contínuos que me causam sofrimento. Meditação e oração também me ensinam a
arte de concentrar-me e escutar.
Verifico que a confusão do dia se acalma quando oro por Sua orientação e vontade. A prática de pedir
a Ele que me ajude em meus esforços para a perfeição coloca uma nova perspectiva ao tédio de cada
dia, porque sei que existe honra em qualquer trabalho bem feito. A disciplina diária de oração e
meditação me manterá em boa condição espiritual, capaz de encarar qualquer coisa que o dia me
traga, sem pensar em uma bebida.

INDO COM O FLUXO


Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na
forma em que O concebíamos…
As primeiras palavras que falo, quando levanto de manhã são: “Oh! Deus, me levanto para fazer a
Tua vontade!”
Esta é a oração mais curta que conheço e ela está profundamente enraizada em mim. A oração não
muda a atitude de Deus para comigo: ela muda minha atitude para com Deus.
Distinta da oração, a meditação é um tempo calmo, sem palavras. Estar centrado é estar fisicamente
relaxado, emocionalmente calmo, mentalmente focalizado e espiritualmente consciente. Uma
maneira de manter o canal aberto e melhorar meu contato consciente com Deus, é manter uma atitude
de gratidão. Nos dias em que sou grato, coisas boas parecem acontecer em minha vida. No momento
que começo a xingar as coisas na minha vida, o fluxo de bem pára. Deus não interrompeu o fluxo:
minha própria negatividade é que o interrompeu.

SOLTE-SE E ENTREGUE-SE A DEUS


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… rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós, e forças para realizar essa
vontade.
Quando eu “me solto e me entrego a Deus”, penso mais clara e sabiamente. Sem ter que pensar a
respeito, rapidamente me livro das coisas que me causam dor e desconforto. Como acho difícil me
livrar da espécie de pensamentos e atitudes preocupantes que me causam uma imensa angústia, tudo
que preciso fazer nestas horas é permitir que Deus, como eu O concebo, me liberte delas e no mesmo
instante me solto de pensamentos, recordações e atitudes que estão me incomodando.
Quando recebo ajuda de Deus como eu O concebo, posso viver minha vida um dia de cada vez e lidar
com os desafios que apareçam no meu caminho. Somente então posso viver uma vida de vitória sobre
o álcool, numa sobriedade confortável.

UMA AVENTURA INDIVIDUAL


A meditação é algo que sempre pode ser desenvolvido. Ela não tem limites tanto na extensão
como na altura. Embora possamos ser auxiliados por qualquer instrução ou exemplo que
encontrarmos, ela é essencialmente uma aventura individual que cada um de nós realiza à sua
maneira.
Meu crescimento espiritual é com Deus como eu O concebo.
Com Ele eu encontro meu verdadeiro eu interior. Meditação e oração diárias renovam e reforçam
minha fonte de bem-estar. Recebo então a abertura para aceitar tudo que Ele me oferece. Com Deus
tenho a afirmação reiterada de que minha jornada era como Ele deseja para mim e, por isso sou grato
de ter Deus na minha vida.

UMA SENSAÇÃO DE PERTENCER


Talvez uma das maiores recompensas que conseguimos obter com a meditação e a oração, seja
a íntima convicção de que passamos a fazer parte.
É isso: “fazer parte”.
Após uma sessão de meditação, sabia que o sentimento que experimentava era uma sensação de fazer
parte, porque me sentia tão à vontade. Eu sentia muita quietude interna, com mais disposição para
deixar de lado pequenas irritações.
Apreciava meu senso de humor. O que também experimento na minha prática diária é o puro prazer
de pertencer ao fluxo criativo do mundo de Deus. Como é favorável para nós, que a oração e a
meditação estejam escritas diretamente em nossa maneira de vida na programação.

ACEITAR A SI MESMO

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Sabemos que o amor de Deus vela sobre nós. Enfim, sabemos que quando nos voltarmos para
Ele, tudo estará bem conosco, agora e para sempre.
Rezo para estar sempre disposto a recordar que sou filho de Deus, uma alma divina numa forma
humana, e que a tarefa mais urgente e básica na minha vida é aceitar, conhecer, amar e cuidar de mim
mesmo. Quando me aceito, estou aceitando a vontade de Deus. Quando me conheço e me amo, estou
conhecendo e amando a Deus. Quando cuido de mim, estou agindo sob a orientação de Deus. Rezo
para ter disposição de abandonar minha arrogante autocrítica, e louvar a Deus humildemente
aceitando-me e cuidando de mim mesmo.

INTUIÇÃO E INSPIRAÇÃO
… pedimos a Deus inspiração, um pensamento intuitivo ou uma decisão. Relaxamos e seguimos
com calma. Não lutamos.
Eu invisto o meu tempo no que realmente amo. O Décimo Primeiro Passo é uma disciplina que me
dá condições de ficar junto com meu Poder Superior, lembrando-me que, com a ajuda de Deus,
intuição e inspiração são possíveis.
A prática deste Passo conduz ao amor-próprio. Na tentativa consciente para melhorar meu contato
consciente com um Poder Superior, sou sutilmente lembrado do meu passado doentio, com suas
estruturas de pensamentos grandiosos e sentimentos falsos de onipotência. Quando peço por força
para realizar a vontade de Deus para mim, torno-me consciente da minha impotência. Humildade e
um saudável amor-próprio são compatíveis, um resultado direto de trabalhar o Décimo Primeiro
Passo.

MANUTENÇÃO VITAL
Aqueles de nós que estão se utilizando regularmente da oração seriam tão incapazes de
dispensá-la como ao ar, ao alimento ou à luz do sol, tudo pela mesma razão. Quando recusamos
ar, luz ou alimento, o corpo sofre. Se virarmos as costas à meditação e à oração, também
estamos negando às nossas mentes, emoções e intuições, um apoio imprescindível.
O Décimo Primeiro Passo não precisa me esmagar. O contato consciente com Deus pode ser tão
simples e tão profundo como o contato com outro ser humano. Posso sorrir. Posso escutar. Posso
perdoar. Todo encontro com o outro é uma oportunidade para a oração, para reconhecer a presença
de Deus dentro de mim.
Hoje posso me aproximar um pouco mais do meu Poder Superior. Quanto mais procuro a beleza do
trabalho de Deus nas outras pessoas, mais seguro estarei de Sua presença.

UM ALÍVIO DIÁRIO

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O que temos na realidade é um alívio diário, que depende da manutenção de nossa condição
espiritual.
Manter minha condição espiritual é como fazer exercício todo dia, planejando a maratona, nadando,
correndo. É permanecer em boa forma espiritualmente, e isto requer prece e meditação. A mais
simples e mais importante maneira de melhorar meu contato consciente com o Poder Superior é rezar
e meditar. Sou impotente perante o álcool como sou para fazer voltar as ondas do mar; nenhuma força
humana teve o poder para vencer o meu alcoolismo. Agora sou capaz de respirar o ar de alegria, da
felicidade e da sabedoria. Tenho o poder para amar e reagir aos eventos à minha volta com os olhos
de uma fé em coisas que não são aparentes. Meu alívio diário significa que não importa o quanto as
coisas pareçam ser difíceis e dolorosas. Hoje eu sempre posso recorrer à força do programa para
permanecer liberto de minha sutil, frustradora e poderosa doença.

UMA REDE DE SEGURANÇA


Às vezes… somos acometidos por uma rebelião tão mórbida que simplesmente não orávamos.
Quando estas coisas acontecem, não devemos ser demasiadamente rigorosos conosco. Devemos
apenas voltar à prática da oração tão logo pudermos. Fazendo o que sabemos ser bom para nós.
Algumas vezes grito, bato o pé e dou as costas para o meu Poder Superior. Então minha doença me
diz que sou um fracasso e que, se continuar zangado, com certeza irei usar. Nesses momentos de
obstinação é como se eu tivesse escorregado de um penhasco e uma mão me apanhasse. A mensagem
acima é a minha rede de segurança, no sentido de que me instiga a tentar algum novo comportamento,
como o de ser amável e paciente comigo mesmo. Ela me garante que meu Poder Superior esperará
até eu estar disposto mais uma vez a arriscar a me entregar, cair na rede e rezar.

EU ESTAVA CAINDO RÁPIDO


Nós adictos somos pessoas ativas, desfrutando da satisfação de lidar com as realidades da vida…
Portanto, não é de se estranhar que, com frequência, façamos pouco caso da meditação e da
oração séria, como não sendo coisas de real necessidade.
Eu estava escorregando para fora do programa já algum tempo, mas foi preciso a ameaça de uma
doença terminal para me trazer de volta e, particularmente, para a prática do Décimo Primeiro Passo
de nossa abençoada Irmandade. Embora tivesse quinze anos de sobriedade e fosse ainda muito ativo
no programa, sabia que a qualidade da minha sobriedade caíra bastante. Dezoito meses mais tarde,
um exame revelou um tumor maligno e o prognóstico de morte certa dentro de seis meses. O
desespero se instalou quando me registrei em um programa de reabilitação, após o qual sofri dois
pequenos ataques que revelaram dois grandes tumores no cérebro. Enquanto ia atingindo novos
fundos de poço, eu me perguntava por que isto estava acontecendo comigo. Deus permitiu que eu
reconhecesse minha desonestidade e que me tornasse capaz de aprender novamente.
Mas basicamente reaprendi o significado total do Décimo Primeiro Passo. Minha condição física
melhorou dramaticamente, e minha doença é insignificante, comparada com o que quase perdi.
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“TUA VONTADE, NÃO A MINHA”


… sempre que tivéssemos de fazer determinados pedidos, faríamos bem em acrescentar esta
ressalva: “… se for de Tua vontade.”
Eu peço simplesmente que durante o dia Deus coloque em mim o melhor entendimento de Sua
vontade que eu possa ter, e que me conceda a graça de poder executá-la.
No transcorrer do dia posso fazer uma pausa quando diante de situações que precisam ser enfrentadas
e de decisões que precisam ser tomadas, e renovar o pedido simples: “Seja feita a Tua vontade, não a
minha.”
Devo ter sempre em mente que em toda situação eu sou responsável pelo resultado. Posso “Soltar-
me e entregar-me a Deus”, repetindo humildemente: “Seja feita a Tua vontade e não a minha.”.
Paciência e persistência na procura de Sua vontade me libertarão da dor de expectativas egoísticas.

Não importa em que parte do meu crescimento espiritual me encontre, a oração de São Francisco me
ajuda a melhorar meu contato consciente com o Deus do meu entendimento. Penso que uma das
grandes vantagens de minha fé em Deus é que eu não O entendo. Pode ser que meu relacionamento
com meu Poder Superior seja tão proveitoso, que eu não precise entender. Tudo que sei é que se
prático o Décimo Primeiro Passo regularmente, da melhor maneira que posso, continuarei a melhorar
meu contato consciente, conhecerei a Sua vontade para comigo e terei forças para executá-la.

UMA BUSCA UNIVERSAL


Seja ágil em perceber onde as pessoas religiosas estão certas. Faça uso do que elas lhe oferecem.
Eu não pretendo ter todas as respostas em assuntos espirituais, nem pretendo ter todas as respostas
sobre alcoolismo. Existem outros que também estão engajados numa busca espiritual. Se mantenho
a mente aberta sobre o que os outros têm a dizer, tenho muito a ganhar. Minha sobriedade
grandemente enriquecida e minha prática do Décimo Primeiro Passo é mais proveitosa, quando faço
uso tanto da literatura e as práticas de minha tradição judaico-cristã, bem como dos recursos de outras
religiões.
Assim, recebo apoio de muitas fontes para ficar longe do primeiro gole.

11 – PASSO

11.1 – Quais nossos meios principais de contato consciente com Deus?

11.2 – É de se estranhar que, com freqüência, façamos pouco caso da meditação e da oração séria
como sendo coisas de real necessidade?

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11.3 – A idéia de genuflexão perante qualquer Deus ainda desperta em seu interior alguma revolta?

11.4 – Os acidentes, as doenças, a crueldade, as injustiças, a pobreza, não desacreditam a justiça


divina?

11.5 – Sinto-me retraído ante a meditação e a oração?

11.6 – …”os chacoteadores da oração são, quase sempre, aqueles que não a experimentaram
devidamente”. Você já a experimentou?

11.7 – Para nosso “espírito” a oração representa o mesmo que para o nosso corpo representa …

11.8 – A prática da auto-análise, da oração e da meditação usada separadamente pode trazer alívio e
benefício. Como transformá-las numa base inabalável para toda a vida?

11.9 – Pelo exame de nossos pensamentos e sentimentos conseguimos que a ação e a graça divina
venham a influir no lado escuro e negativo de nosso ser. Isto é suficiente?

11.10 – …desejamos a luz solar; pouco se pode crescer na escuridão. A meditação é um passo em
direção ao sol. De que forma meditar?

11.11 – Meditação e oração são novidades? São invenções do Programa?

11.20 – Lembra-se quanto valor dávamos à imaginação, que buscava, através das garrafas, alguma
realidade?

11.21 – Não é verdade que, embora sóbrios, ainda tentamos algumas vezes buscara a realidade usando
a imaginação?

11.22 – Nosso problema reside no uso da imaginação?

11.24 – Pode-se construir ou executar algo sem antes planejar?

11.23 – Como a meditação nos auxilia em relação ao nosso objetivo espiritual?

11.24 – A meditação pode ser aprendida, desenvolvida? Como?

11.25 – Um dos primeiros frutos da prática da meditação é…

11.26 – A oração é a elevação do coração e da mente para Deus e, neste sentido, abrange a meditação?
Concorda? Por quê?

11.27 – Como se deve orar?

11.28 – Como se relaciona a oração com a meditação?

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11.29 – Qual o estilo mais comum de oração?

11.30 – Qual a extensão completa de nossas necessidades quando encaminhamos a Deus, via oração,
um pedido?

11.31 – Devemos pedir (através da oração) soluções específicas e imediatas para determinados casos?

11.32 – Devemos solicitar (através da oração) ajuda para pessoas que julgamos precisarem ser
ajudadas?

11.33 – No decorrer do dia, podemos quando tivermos de enfrentar situações delicadas e tomar
decisões, parar um momento e renovar o mais simples dos pedidos…

11.34 – Uma ligação interrompida, num momento de tensão, pelo rancor, pelo medo, pela frustração
ou pelo desentendimento, poderá ser restabelecida pela repetição…

11.35 – Por quê não podemos submeter diretamente a Deus uma perturbadora e individualizada
questão?

11.36 – Constatamos que, na realidade, somos aquinhoados com benéfica orientação para nossas
vidas em, mais ou menos, a mesma proporção em que deixamos de insistir perante Deus para que nos
atenda conforme a encomenda e segundo nosso modelo. Concorda?

11.37 – …nas épocas de sofrimento e de dor, quando a mão de Deus parecia ser pesada e até injusta,
foram aprendidas as melhores lições sobre a vida…

12º passo

12. Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes Passos, procuramos transmitir
esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.

A alegria de viver é o tema do Décimo Segundo Passo de, e ação sua palavra chave. Neste passo,
saímos de nós mesmos em direção aos outros adictos que ainda sofrem. Aqui, experimentamos dar
sem esperar recompensa. Nessa altura, estamos experimentando o dar pelo dar, isto é, nada pedindo
em troca. Agora começamos a praticar todos os Doze Passos em nossa vida diária para que possamos
todos, nós e as pessoas que nos cercam, encontrar a sobriedade emocional. Ao perceber as implicações
inteiras do Décimo Segundo Passo, veremos que se trata de um amor que não tem preço.
Este passo também nos diz que, como resultado da prática de todos os passos, cada um de nós foi
descobrindo algo que se pode chamar de "despertar espiritual". Para os novatos, este estado de coisas
pode parecer dúbio ou improvável. Eles perguntam: Que querem dizer quando falam em "despertar
espiritual"?
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É possível que haja uma definição de despertar espiritual para cada pessoa que o tenha experimentado.
Contudo, os casos autênticos, na verdade, têm algo comum entre si. Essas coisas comuns entre eles
são de fácil compreensão. Quando um homem ou uma mulher experimenta um despertar espiritual,
o significado mais importante disso é que se torna capaz de fazer, sentir e acreditar em coisas que
antes, sem ajuda e contando com seus próprios recursos, não podia fazer. Foi-lhe concedida a dádiva
de um novo estado de consciência e de uma nova maneira de ser. Encontra-se num caminho que lhe
indica que chegará a um destino seguro, onde a vida não é um beco sem saída, nem algo que deverá
ser suportado ou dominado. Foi realmente transformado, porque agarrou-se a uma fonte de força de
que antes, de uma maneira ou de outra, havia se privado. Percebeu que possuía um grau de
honestidade, tolerância, dedicação, paz de espírito e amor, dos quais se supunha totalmente incapaz.
O que recebeu foi-lhe dado de graça; entretanto preparou-se, mesmo que minimamente, para recebê-
la.

REFLEXÕES ACERCA DO 12º PASSO

GRATIDÃO PROGRESSIVA
A gratidão deve ir para frente, nunca para trás.
Eu sou grato ao meu Poder Superior por ter-me dado uma segunda chance para viver uma vida digna.
Através de Alcoólicos Anônimos recuperei minha sanidade. As promessas estão sendo cumpridas em
minha vida. Sou grato por estar livre da escravidão do álcool. Sou grato pela paz de espírito e a
oportunidade de crescer, mas minha gratidão deve ir para frente, nunca para trás. Não posso ficar
sóbrio nas reuniões de ontem ou abordagens passadas. Preciso colocar minha gratidão em ação hoje.
Nosso co-fundador dizia que a melhor maneira de demonstrar nossa gratidão é levar a mensagem para
outros. Sem ação a minha gratidão é apenas uma emoção agradável. Preciso colocá-la em ação
praticando o Décimo Segundo Passo, transmitindo a mensagem e praticando os princípios em todos
os meus assuntos. Sou grato por transmitir a mensagem hoje.

DISPOSIÇÃO PARA SERVIR AOS OUTROS


… nossa Sociedade tem concluído que existe apenas uma única e elevada missão: levar a
mensagem dos 12 Passos para aqueles que não sabem haver uma saída.
A “Luz para a liberdade” brilha alegre sobre meus companheiros alcoólicos quando cada um de nós
desafia o outro para crescer. Os “Passos” para o aperfeiçoamento de si mesmo têm início pequeno,
mas cada Passo é um degrau a mais na escada que vai desde o abismo do desespero para uma nova
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esperança. Honestidade torna-se minha “ferramenta” para me soltar das “cadeias” que me escravizam.
Um padrinho, que é um ouvinte atencioso, pode me ajudar a ouvir verdadeiramente a mensagem que
me guiará para a liberdade.
Peço a Deus coragem para viver de maneira que a Irmandade possa testemunhar Seus favores. Esta
missão me liberta para compartilhar minhas dádivas de bem-estar através de uma disposição de
espírito para servir aos outros.

UM “FILÃO INESGOTÁVEL”
Como garimpeiros famintos, depois de apertar o cinturão com a barriga vazia, encontramos
ouro. A alegria que sentimos ao sermos libertos de uma vida de frustrações era ilimitada. Papai
pensa que encontrou algo melhor do que ouro. Por algum tempo poderá querer guardar o
tesouro para si mesmo. Poderá não perceber, de início, que apenas tocou a superfície de uma
mina infinita, que só pagará dividendos se a explorar para o resto da vida e insistir em doar aos
outros toda a produção.
Quando converso com um ingressante em meu passado me olha diretamente no rosto. Vejo a dor
naqueles olhos cheios de esperança, estendo minha mão e então o milagre acontece: fico aliviado.
Meus problemas desaparecem quando estendo a mão para essa alma trêmula.

COMPARTILHAR TOTAL
A única coisa que importa é o fato de ser ele um adicto que encontrou a chave da sobriedade.
Esses legados de sofrimento e reabilitação são facilmente transmissíveis entre os adictos,
passando de indivíduo para indivíduo.
Trata-se de nossa dádiva divina, e cuidar que ela seja também conferida a outros como nós é o único
objetivo que hoje em dia move os adictos em todo o mundo.
A força de Grupo repousa no desejo de cada membro e de cada Grupo em todo o mundo, de
compartilhar com outros alcoólicos seus sofrimentos e os Passos tomados para ganhar e manter a
recuperação. Mantendo um contato consciente com meu Poder Superior, fico certo de que sempre
nutro meu desejo de ajudar outros alcoólicos, garantindo assim a comunidade da maravilhosa
fraternidade dos 12 Passos.

EM TODAS AS NOSSAS ATIVIDADES


… procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes princípios em todas as
nossas atividades.
Eu acho que é fácil transmitir a mensagem de recuperação para outros alcoólicos, porque me ajuda a
manter-me sóbrio e me dá uma sensação de bem-estar a respeito de minha própria recuperação.
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A parte difícil é praticar estes princípios em todas as minhas atividades. É importante que eu
compartilhe os benefícios que recebo do programa, especialmente em casa. A minha família não
merece a mesma paciência, tolerância e compreensão que dou tão generosamente para o adicto?
Quando revejo o meu dia, tento perguntar: “Tive a chance de ser um amigo hoje e a perdi? “, “Tive
chance de estar por cima de uma situação desagradável e a evitei?”, “Tive uma chance de dizer: sinto
muito - e me recusei?”.
Da mesma forma que peço a Deus que me ajude com meu alcoolismo a cada dia, peço que me ajude
a ampliar minha recuperação para incluir todas as situações e todas as pessoas!

UM NOVO ESTADO DE CONSCIÊNCIA


A dádiva recebida consiste em um novo estado de consciência e uma nova maneira de ser.
Muitos de nós da programação quebramos a cabeça a respeito do que é um despertar espiritual. Eu
tendia a procurar por um milagre, algo dramático e que sacudisse a Terra. Mas o que normalmente
acontece é uma sensação de bem-estar, um sentimento de paz que nos transforma para um novo nível
de percepção. Foi isso que aconteceu comigo. Minha insanidade e confusão interiores desapareceram
e entrei numa nova dimensão de esperança, amor e paz. Penso que o grau em que continuo a
experimentar esta nova dimensão está em proporção direta à sinceridade, intensidade e devoção com
que pratico os Doze Passos.

TRANSMITINDO A MENSAGEM
E agora o que diremos do Décimo Segundo Passo? A maravilhosa energia que dele se desprende
e a entusiástica transmissão de nossa mensagem ao alcoólico ainda sofredor e que, finalmente,
transforma os Doze Passos em sublime orientação para todas as nossas atividades, é o
pagamento, a magnífica realidade dos 12 passos.
Renunciar ao mundo da addição não é abandoná-lo, mas agir sobre princípios que venho a amar e
tratar com carinho, e devolver aos outros, que ainda sofrem, a serenidade que conheci. Quando estou
realmente empenhado neste propósito, pouco importa que roupas uso ou como vivo. Minha tarefa é
transmitir a mensagem e liderar pelo exemplo, não por projetos.

UMA SOLUÇÃO COMUM


O fator primordial para cada um de nós é que encontramos uma solução. Temos uma saída a
respeito da qual todos concordamos plenamente e em virtude da qual nos solidarizamos em
harmoniosa e amigável fraternidade. Essa é a grande mensagem que este livro oferece a todos
que sofrem da adicção.
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O trabalho de maior alcance do Décimo Segundo Passo, foi a publicação de nosso Livro Azul:
Alcoólicos Anônimos.
Poucos podem igualar este livro na transmissão da mensagem.
Minha ideia é sair de mim mesmo e simplesmente fazer o que posso. Mesmo se não me chamarem
para padrinho e meu telefone tocar poucas vezes, sou capaz de fazer o trabalho do Décimo Segundo
Passo. Eu me envolvo numa “ação fraterna e harmoniosa”. Nas reuniões chego cedo para
cumprimentar as pessoas, ajuda a arrumar, compartilho e minha experiência, força e esperança.
Também faço o que posso com o legado de serviço. Meu Poder Superior me dá exatamente o que Ele
deseja que eu faça a cada etapa de minha recuperação e, se Lhe permitir, minha disposição irá trazer
o Décimo Segundo Passo automaticamente.

PENSANDO NOS OUTROS


Nossas próprias vidas, como ex-adicto problema, dependem de nossa constante preocupação
com o próximo e da maneira em que possamos ser-lhe úteis.
Pensar nos outros nunca foi uma coisa fácil para mim.
Mesmo quando tento praticar o programa de 12 passos sou propenso a pensar: “Como me sinto hoje?
Estou feliz, alegre e livre?”
O programa me diz que meus pensamentos devem alcançar aqueles que estão à minha volta: “Este
novato deseja alguém com quem falar?”, “Esta pessoa parece um pouco infeliz hoje, talvez eu possa
animá-la”. É somente quando esqueço meus problemas e me esforço para contribuir com alguma
coisa para os outros, que posso começar a alcançar a serenidade e consciência de Deus que procuro.

ESTENDENDO A MÃO
Nunca assuma, junto a um alcoólico, superioridade moral ou espiritual; simplesmente, abra a
caixa de ferramentas espirituais para que ele as examine. Mostre-lhe como funcionaram a seu
favor.
Quando entro em contato com um ingressante, tenho uma tendência de olhá-lo do meu ponto de vista
de sucesso na programação?
Eu o comparo com o grande número de conhecidos que fiz na Irmandade? Mostro-lhe de uma maneira
professoral a voz de 12 passos? Qual é a minha verdadeira atitude para com ele?
Devo me examinar quando encontrar um novato, para ter certeza de que estou transmitindo a
mensagem com simplicidade, humildade e generosidade. Aquele que ainda sofre da doença do
alcoolismo deve achar em mim um amigo que o ajudará a conseguir conhecer a maneira de viver de
A.A., porque eu tive um amigo assim quando cheguei. Hoje é minha vez de estender minha mão com
amor para minha irmã ou irmão alcoólico e mostrar-lhes o caminho da felicidade.
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FAZENDO TUDO PARA AJUDAR


Ofereça-lhe amizade e camaradagem. Diga-lhe que se quiser parar de beber, fará tudo para
ajudá-lo.
Eu lembro como fui atraído pelos dois adictos que me abordaram. Eles disseram que eu poderia ter o
que eles tinham, sem nenhuma condição vinculada, que tudo que eu tinha de fazer era me unir a eles
na estrada da recuperação. Quando começo a convencer um novato a fazer as coisas da minha
maneira, esqueço como foram prestativos aqueles dois homens para comigo, com a sua generosidade
e mente aberta.

PARCEIROS NA RECUPERAÇÃO
… não há nada melhor, para assegurar nossa imunidade contra as drogas, do que o trabalho
intensivo com outros, adictos… Ambos, você e o novo homem, devem andar passo a passo no
caminho do progresso espiritual… Siga os ditames de um Poder Superior e brevemente estará
vivendo num novo e maravilhoso mundo, não importa qual seja sua situação atual.
Fazer as coisas certas pelas razões certas – esta é a minha maneira de controlar meu egoísmo e meu
autocentrismo. Percebo que minha dependência de um Poder Superior limpa o caminho para a paz de
espírito, a felicidade e a sobriedade.
Rezo todo dia para evitar minhas antigas ações, a fim de que eu seja de utilidade para os outros.

UMA RECOMPENSA SEM PREÇO


… trabalho intensivo com outros adictos… Quando outras atividades fracassam, esta funciona.
“A sua vida terá um novo sentido”, como diz o livro azul. Esta promessa tem-me ajudado a evitar o
egoísmo e a auto piedade. Presenciar outros crescerem neste programa maravilhoso, vê-los
melhorando a qualidade de suas vidas, é uma recompensa sem preço do meu esforço em prol dos
outros.
O autoexame é ainda outra recompensa de uma recuperação progressiva, assim como o são a
serenidade, a paz e o contentamento. A energia proveniente de ver outros irem sendo bem sucedidos,
e da partilha com eles das alegrias da jornada, dá um novo sentido à minha vida.

HONESTIDADE COM OS PRINCIPIANTES


Conte-lhe exatamente o que aconteceu a você. Frise sem reservas o fator espiritual.

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A maravilha do programa é que somente falo o que aconteceu comigo. Não desperdiço tempo
oferecendo conselhos ao novato em potencial, pois se conselho funcionasse, ninguém iria para o
programa. Tudo que preciso fazer é mostrar o que trouxe a mim a sobriedade e o que mudou na minha
vida. Se falho em acentuar as características espirituais do programa de 12 passos, estou sendo
desonesto.
Não se deve dar uma falsa impressão de sobriedade ao ingressante. Estou sóbrio somente pela graça
de meu Poder Superior, e isto torna possível que eu compartilhe com os outros.

COMPREENDENDO A DOENÇA
Ao tratar com um adicto você poderá ter um sentimento normal de aborrecimento por um
homem ser tão fraco, grosseiro e irresponsável. Mesmo que compreenda melhor a doença,
poderá surgir este sentimento.
Tendo sofrido da adicção, eu deveria entender a doença, mas às vezes sinto aborrecimento e até
mesmo desprezo por uma pessoa que não consegue ir bem em na programação. Quando me sinto
desta maneira, satisfaço meu falso senso de superioridade e devo lembrar que, se não fosse pela graça
de Deus, lá estaria eu.

AS RECOMPENSAS DE DAR
Isto de fato é dar; nada pedindo. Ele não espera qualquer paga ou amor por parte de seu
companheiro. E então descobre que, pelo paradoxo divino contido nesta maneira de dar já
recebeu a sua própria recompensa, não importando se seu irmão foi ajudado ou não.
Pela experiência com o trabalho do décimo Segundo Passo, vim a compreender as recompensas de
dar, nada pedindo de volta. No início eu esperava a recuperação dos outros, mas logo aprendi que isto
não acontece. Uma vez tendo alcançado a humildade para aceitar que cada abordagem não vai resultar
em sucesso, então estou aberto para receber as recompensas de dar, sem o egoísmo do retorno.

ESCUTE, COMPARTILHE E ORE


Quando tentar ajudar um homem e sua família, deve ter o cuidado de não participar de suas
alterações. Se o fizer poderá estragar a oportunidade de ser-lhes útil.
Quando tento ajudar um companheiro alcoólico, sinto um impulso de dar conselhos, e talvez isto seja
inevitável. Mas, dando aos outros o direito de estarem errados, permitimos que eles colham seus
próprios benefícios. O melhor que posso fazer e parece mais fácil do que é na prática – é ouvir,
compartilhar experiência pessoal e rezar pelos outros.

ACEITANDO O SUCESSO OU O FRACASSO

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Além do mais, como podemos nos ajudar à derrota ou ao êxito aparentes? Podemos aceitar e
nos adaptar a ambos sem desespero ou orgulho? Chegaremos a aceitar a pobreza, a doença, a
solidão e consternação com coragem e serenidade? Podemos nos contentar de verdade com as
menores, embora duradouras, satisfações, quando nos são negadas as mais brilhantes e
gloriosas realizações?
Após encontrar os 12 passos e parar de usar, levou um tempo antes que entendesse porque o Primeiro
Passo contém duas partes: minha impotência perante as drogas e a perda do controle da minha vida.
Da mesma maneira, acreditei por muito tempo que para estar em sintonia com os Doze Passos bastava
que “transmitisse esta mensagem para os alcoólicos”. Isso era apressar as coisas. Eu tinha esquecido
que existiam Doze Passos e que o décimo Segundo Passo também tem mais do que uma parte. Aos
poucos aprendi que era necessário para mim “praticar estes princípios” em todas as área de minha
vida. Trabalhando todos os Passos completamente, não somente permaneço sóbrio e ajudo alguém
mais a alcançar a sobriedade, mas também transformo minhas dificuldades com a vida em alegria de
viver.

12 – PASSO

12.1 – Qual o tema do Décimo – Segundo Passo? Qual sua palavra chave?

12.2 – Para que praticar diariamente todos os Doze Passos?

12.3 – Consigo ver o conjunto do Décimo Segundo Passo e todas as suas implicações?

12.4 – O que entende por “despertar espiritual”?

12.5 – A vida é um beco sem saída, algo para ser suportado ou dominado?

12.6 – Tornou-se capaz de possuir um grau de honestidade, tolerância, desinteresse, paz de espírito e
amor nunca antes alcançados?

12.7 – Qual o meio que a programação dispõe para preparar nosso despertar espiritual?

12.8 – Primeiro Passo

12.9 – Segundo Passo

12.10 – Terceiro Passo

12.11 – Quarto Passo

12.12 – Quinto Passo

12.13 – Sexto Passo


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12.14– Sétimo Passo
12.15 – Oitavo Passo

12.16 – Nono Passo

12.17 – Décimo Passo

12.18 – Décimo Primeiro Passo

12.19 – Até o último dos recém-chegados logo descobre recompensas nunca sonhadas quando
procura ajudar seu irmão adicto, aquele que ainda está mais cego do que ele. Isto de fato é…

12.20 – …nenhuma satisfação é mais profunda e nenhuma felicidade é mais intensa e duradoura do
que um Décimo Segundo Passo bem executado. Que acha?

12.21 – O trabalho do Décimo Segundo Passo se resume em levar a mensagem, fazer a abordagem?

12.22 – Aqueles que não têm o dom da palavra, facilidade de comunicação, também colaboram com
o trabalho do Décimo Segundo Passo? Como?

12.23 – Todos os trabalhos do Décimo Segundo Passo resultam (ou devem resultar) em sobriedade
para a pessoa abordada? Devemos nos decepcionar?

12.24 – Muito sucesso, pelo menos aparente, nos trabalhos do Décimo Segundo Passo, significa que
somos infalíveis e fontes seguras de consulta para todos os outros assuntos?

12.25 – Que dizer da prática desses princípios em todas as nossas atividades?

12.26 – Temos condições para amar a vida, em todos os seus aspectos, com tanto entusiasmo quanto
amamos aquela pequena parcela que descobrimos quando tentamos ajudar a outros adictos a alcançar
a sobriedade?

12.27 – Somos capazes de tratar nossos familiares, já bastante perturbados com o mesmo espírito de
amor e tolerância com que tratamos nossos companheiros do grupo?

12.28 – As pessoas de nossa família, que foram envolvidas e até marcadas pela nossa doença,
merecem de nós o mesmo grau de confiança e de fé que depositamos em nossos padrinhos?

12.29 – Podemos fazer com que o espírito do 12 passos esteja presente em nossas atividades diárias?

12.30 – Estamos prontos para arcar com as novas e reconhecidas responsabilidades que nos cercam?

12.31 – Podemos levar para religião de nossa escolha, novo propósito e devoção?

12.32 – Será que podemos encontrar uma nova alegria tentando dar um jeito nas coisas desarranjadas?

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12.33 – Que espécie de acordo podemos fazer coma derrota ou êxito aparentes? Vemos possibilidade
de nos acomodar a ambos sem desespero ou orgulho?

12.34 – Chegamos a aceitar a pobreza, a doença, a solidão e a consternação com coragem e


serenidade?

12.35 – …vemos a monotonia, a dor e até a desgraça transformadas por aquelas que…

12.36 – Todos sempre conseguem alcançar os objetivos do Décimo Segundo Passo de forma
consistente?

12.37 – É necessário ingerir o primeiro gole para que, muitas vezes, nos afastemos em maior ou
menor distância da faixa de normalidade?

12.38 – Onde começam nossos problemas na prática do Décimo Segundo Passo?

12.39 – Parei de beber, as coisas vão bem em casa e no trabalho, para que me preocupar com todos
os Doze Passos? Bastam-me o Primeiro e a parte do Décimo Segundo que trata de levar a mensagem.
Correto?

12.40 – O que pode ocorrer se nos deixamos levar pela “dança dos dois passos”?

12.41 – Será que nós adictos podemos encontrar no programa os meios com os quais enfrentar
infortúnios que nos afligem?

12.42 – Temos agora condições para lidar com os problemas com a mesma decisão e habilidade com
que fazem nossos amigos não-alcoólatras?

12.43 – Sabemos transformar as desventuras em algo alvissareiro, fonte de desenvolvimento e


conforto para nós mesmos e aqueles que nos rodeiam?

12.44 – A graça Divina pode nos sustentar e fortalecer em qualquer situação, mesmo a mais
catastrófica?

12.45 – Nossos problemas básicos são diferentes dos das outras pessoas?

12.46 – De onde provêm os maiores desafios à nossa capacidade de sobrepujar os reveses?

12.47 – Onde encontrar a resposta para a dificuldade em desenvolver nossa capacidade para superar
os reveses?

12.48 – Que fazer com nossas velhas atitudes diante de nossos instintos?

12.49 – A satisfação de nossos desejos pode ser o objeto exclusivo, a finalidade única da vida?

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12.50 – Se pusermos os instintos em primeiro lugar estaremos…

12.51 – Se nos dispusermos a elevar ao primeiro plano nosso crescimento espiritual, teremos…

12.52 – Embora não tivéssemos consciência disso…havíamos assumido o papel de Deus e dominado
as pessoas que nos rodeavam, ou insistido abusivamente em depender delas…

12.53 – Por que, quase sempre, as pessoas que mais amávamos eram levadas a nos repelir ou
abandonar por completo?

12.54 – Tornou-se evidente que, se pretendíamos algum dia nos sentir emocionalmente seguros entre
pessoas adultas, teríamos que colocar nossas vidas no mesmo plano delas…Concorda?

12.55 – Qual a melhor fonte de estabilidade emocional?

12.56 – O que funciona quando tudo o mais fracassa?

12.57 – Que atitude pode nos trazer força e paz interiores inabaláveis pelas falhas dos outros ou por
qualquer infortúnio não causado por nós?

12.58 – Como ter uma vida conjugal cada vez mais sólida e feliz?

12.59 – Que anomalias ou distorções podem ser introduzidas nas relações conjugais pelo alcoolismo?

12.60 – É possível que um cônjuge se sinta decepcionado ou ressentido pelo ingresso do outro em
programa? Por quê?

12.61 – O cônjuge em adicto deve insistir para que o outro também pratique o programa de
recuperação?

12.62 – As aventuras sentimentais são para aqueles que praticam o programa de recuperação dos
Doze Passos?

12.63 – Qual o resultado dos casamentos entre adictos?

12.64 – Podem surgir complicações no relacionamento entre casais do programa? Quais? Como evitá-
las?

12.65 – Pode o A.A. N.A. oferecer ao solitário, àquele que por múltiplas razões não pode constituir
família, um ambiente de bem estar válido e duradouro? Como?

12.66 – Já fui esbanjador? E hoje?

12.67 – Ainda tenho tempo para reconstruir meu destino?

12.68 – Transformei-me num usurário, num avarento?


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12.69 – Em matéria de dinheiro só confiávamos em nós mesmos. Na verdade isto significa…

12.70 – Emprego significa apenas um meio para se obter dinheiro?

12.71 – Nossa independência financeira é mais importante do que uma dependência total de Deus?

12.72 – Quando, pela graça Divina, chegamos a aceitar nosso destino, compreendemos que podíamos,
intimamente, viver em paz e mostrar aos que ainda sofriam do mesmo medo, que eles também
poderiam superá-lo.
12.73 – Demos como certo que a libertação do medo era mais importante do que a penúria.

12.74 – Problemas ligados à importância pessoal, ao poder, à liderança eram recifes contra os quais
muitos de nós bateram e naufragaram durante nossa trajetória como bêbados.

12.75 – A verdadeira felicidade está em ser o número um?

12.76 – Continuo ambicioso, mas não absurdamente, porque agora posso ver e aceitar …

12.77 – Estou disposto a aceitar minha verdadeira dimensão?

12.78 – A maioria dos alcoólatras é infantil, emocionalmente sensível e cheia de mania de grandeza.
Concorda?

12.79 – …Assim, o orgulho enganoso tornou-se a outro lado da ruinosa moeda marcada “medo”.

12.80 – Com alguns êxitos esporádicos, alardeávamos as façanhas que seriam realizadas futuramente.
Já coma derrota…

12.81 – …A liderança autêntica é aquela que tem por base o exemplo construtivo e não as efêmeras
exibições de poder e glória…

12.82 – Estávamos enganados com a verdadeira ambição. Ela é o profundo e sadio desejo de viver
uma vida útil e caminhar humildemente, por…

12.83 – Tantos problemas significam que o programa consiste fundamentalmente num dilema
torturante e no esforço para eliminá-los?

12.84 – Por quê falamos tanto em problemas?

12.85 – É somente aceitando e resolvendo nossos problemas que podemos restabelecer a ordem em
nosso interior..

12.86 – A compreensão é a chave que abre a porta dos princípios e atitudes certas, e a ação correta é
a chave do bem viver.

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12.87 – Em cada dia que passa em nossa vida, que cada um se identifique ainda mais profundamente
com o sentido íntimo da singela oração dos grupos de autoajuda: “Concedei-nos…

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