Mid-Life Love (Mid-Life Love #1) by Whitney Gracia Williams

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Sinopse

Se você me perguntasse o que o amor era há dois anos atrás, eu


provavelmente teria dito: 'É esse sentimento incrível que obceca e possui você; é o
que eu e meu marido temos atualmente." Se você me fizer a mesma pergunta hoje,
eu vou dizer: 'Por favor, de o fora da minha frente.

A vida de Claire Gracen é a imagem perfeita. Sua carreira como diretora de


marketing está à beira de ser lendária, e seu casamento com seu namorado da
escola nunca foi tão forte. Não havia espera. Ele acontecia. Isso costumava ser
surpreendente e gratificante, mas um dia Claire percebe que ela está vivendo uma
mentira e sua melhor amiga e o marido cometeram a traição final.

Quebrada e deprimida, Claire tem necessidade de algo novo, cidade nova,


trabalho novo, novos amigos.

Quando ela passa a atrair o interesse do homem mais sexy que ela já
conheceu, um homem consideravelmente mais jovem que ela, ela imediatamente
muda, só para depois descobrir que este homem é Jonathan Statham, que por seu
próprio esforço era um milionário e CEO da Statham Industries. Seu chefe.

Jonathan Statham é diferente de qualquer homem que ela conheceu antes.


Ele está acostumado a conseguir o que ele quer, sempre que ele quer, e ele não está
prestes a aceitar um não como resposta.

Sexy, imprevisível e encantadoramente inteligente, Mid Life Love é uma


história que vai cativá-la, entretê-la e forçá-la a cair profundamente no amor com
os seus personagens.
Dedicatória
Para aqueles que acreditam em uma segunda chance no amor...
28 de dezembro de 2012
Querido Diário,

Eu só percebi que a chave para a publicidade pode ser resumida


em uma palavra: DROGA.

É isso mesmo, a chave por trás de cada slogan estratégico,


mesmo os maiores queridos Nike ‗Just Do It‘, (Apenas faça isso)
McDonald (Eu amo muito tudo isso), e L'Oreal de (Porque você vale
muito) é pura besteira.

É tudo sobre fazer o cliente pensar que esses tênis de cem dólares
trabalham dez vezes melhor do que os de vinte dólares queridos, mesmo
que eles sejam feitos com os materiais exatos. É sobre fazer as pessoas
acreditarem que o Big Mac é o mais saboroso sanduíche-americano,
apesar do fato de que é super processado, ligeiramente seco e cheio de
lodo rosa. E por último, mas não menos importante, é sobre como fazer
cada uma e todas as mulheres pensarem que colocar o mais recente
batom nude da L'Oreal e rímel à prova d'água vai fazer seu olhar como
de uma celebridade de milhões de dólares.

Como uma diretora de marketing da Statham Industries, a


empresa número um de software no país, minha equipe e eu temos o
―privilégio‖ de chegar com uma nova besteira todos os dias. Toda a
nossa empresa produz telefones celulares, laptops, tablets avançados,
etc. e precisa de um slogan mais experiente e uns meses equivalentes
de campanha promocional antes de ser lançado oficialmente.

Meu trabalho é ter certeza de que apenas as melhores idéias de


campanha são enviadas até o comitê de aprovação, assim, em toda a
realidade, nada deve ser enviado. Sempre.

Todos os meus associados são recém-formados e futuros editores


de texto. (Deus abençoe suas pobres almas infelizes...) Alguns deles têm
potencial, mas a maioria deles não o tem. Sempre que eu rejeito as suas
propostas com páginas de notas cobertas com vermelho, lamentam-se e
dizem: — Você não pode simplesmente lhe dar uma chance? Você não
pode enviá-lo de qualquer maneira? Eu tenho um 'A' em Marketing de
Empresas na faculdade! — Como se isso significasse uma maldita coisa
no mundo real...

Esses gênios da ―classe-A‖ apresentaram recentemente os


seguintes slogans para sPhone Statham Industries, a maior concorrente
do iPhone: ―sPhone. Porque 's' vem depois de 'i'.‖ ―O novo sPhone. Você
quer muito isso.‖ ― SPhone. Porque nós podemos.‖

Vê? Este é o tipo de coisa que eu tenho que ouvir (com uma cara
de séria) por horas a fio.

Para piorar a situação, o CEO da empresa - que nunca aparece -


envia constantes memorandos sobre políticas que não fazem qualquer
sentido. Ele recentemente implementou ―zonas de estacionamento de
hora em hora‖ no estacionamento ―para facilitar que os funcionários
chegassem em casa rapidamente e com segurança‖. Mas a verdadeira
razão é desencorajar as horas extras. (Carros deixados na vaga após
cinco dias são imediatamente rebocados)

Quão ridículo é isso?

Ele também pagou a algum idiota dois milhões de dólares para


falar com todos os funcionários da empresa, idiota este que distribuiu
sacos de grãos e ―pacotes de energizantes‖ para impulsionar a moral
dos empregados.

Agora, temos que participar semanalmente de ―sessões zen‖,


mensalmente dos grupos focados ―Vamos juntos‖, e gastar 30 minutos
por dia escrevendo no nosso ―jornal Zen‖, ou seja, você. Sim, acredite ou
não, você por pouco atirou a porcaria no lixo segundos atrás, junto com
o resto daquela inútil porcaria ―Zen‖. No entanto, algo me disse para
reconsiderar uma vez que eu folheasse as páginas vazias... Eu acho que
eu posso usá-las como um instrumento terapêutico em vez disso.
Eu te odeio e odeio minha desculpa patética para uma carreira,

Claire.

PS - Eu prometo que não amaldiçoarei tanto... De propósito...


Capítulo 1
Claire

M eu reflexo estava mentindo para mim.

Ele estava me mostrando uma mulher feliz de batom vermelho e


sombra coral nos olhos; uma mulher que parecia que tinha acabado de
ganhar na loteria, não uma mulher de coração partido que passara os
últimos quatro anos tentando juntar sua vida novamente.

Você não aparenta a sua idade... Você não aparenta a sua idade...

Eu podia localizar com precisão onde minhas rugas estavam,


onde os vincos perto dos meus olhos se multiplicavam e espalhavam-se
ao longo do tempo; onde meus lábios acabariam por diminuir e
desaparecer em minha boca. Até agora eu tinha tido sorte, mas eu tinha
certeza que as centenas de cremes anti-envelhecimento e prevenção de
rugas que eu estava usando eram a verdadeira razão disso.

Eu completaria quarenta em duas semanas e eu estava sofrendo


de todos os sintomas de uma crise de meia-idade. Eu estava
questionando tudo o que eu já tinha feito, me comparando a todas as
minhas amigas, e me perguntando se eu nunca iria encontrar maiores
realizações na vida. Eu mesma comecei a fazer uma lista de tudo que eu
precisava fazer uma vez eu chegasse aos grandes 4.0:
1) Planejei parar meu trabalho em cinco anos e buscar a minha
carreira dos sonhos: Design de Interiores.

2) Pagar todos os meus cartões de crédito e começar a fazer


pagamentos maiores da hipoteca da minha casa.

3) Parar de ler tantos livros de romance...

4) Guardar o suficiente para levar minhas filhas em um cruzeiro de


uma semana no verão.

5) Parar de olhar para as possíveis linhas de expressão e


considerar o Botox.

6) Limpar minha casa de cima a baixo e a manter limpa!

7) Parar de ficar me culpando pelo caso do meu ex-marido...

8) Parar de odiar minha ex-melhor amiga por fazer parte do caso...

9) Conhecer um novo restaurante a cada mês.

10) Aprender a ser feliz sozinha.

— Claire! Vamos lá! Nós vamos nos atrasar! — Minha amiga


Sandra chamou da cozinha.

—Estou Indo! Estou indo! — Peguei meu casaco e desci as


escadas.

Eu olhei mais uma vez para mim mesma no espelho do corredor e


amaldiçoei sob a minha respiração. Eu não podia acreditar que tinha
concordado em deixá-la me arrastar para socializar com outros
solteiros. Eu nunca encontrei ninguém que valesse a pena para essas
coisas, e fora que o cheiro de desespero sempre pairava no ar.

— Você está deslumbrante! — Sandra puxou meu vestido preto


sem alças. — Por favor, posso pegar emprestado as suas roupas?

— Só se você me emprestar sua vida...


Ela revirou os olhos e ignorou o meu pessimismo, como de
costume. — Hoje à noite você vai conhecer o cara certo! Eu posso sentir
isso!

Ela sempre diz isso...

— Será que realmente precisamos ir de novo para coisas, Sands?


Eu tenho um pouco de pesquisa de marketing que eu poderia...

— Na véspera do Ano Novo? Você está louca? Nós vamos sair!

— Qual é a questão? Estivemos em uma tonelada dessas coisas e


é sempre o mesmo... Não podemos simplesmente ficar, beber um pouco
de vinho e passar por cima das nossas intenções?

— Claire... — Ela andou até a minha porta da frente e abriu-a. —


Nós estamos saindo. Agora. Você não tem trabalho algum a fazer e você
sabe disso. E é a sua vez de dirigir então vamos!

Eu estava passando na linha do buffet e joguei algumas chipps


veggie1 no meu prato. Eu olhei para o banner que pairava sobre o bar e
suspirei. Lia-se ―Agitação de Ano Novo de Solteiros de Meia idade: —
Vamos começar Jiggy!‖

Além da faixa brega, o interior do Salão Pacific Bay deixou muito


a desejar: Pranchas de surfe serviram como tampos de mesa, antigos
bancos de parque estavam espalhados, e bandeirinhas azul e verde
desbotadas foram penduradas no teto para simular ―ondas‖.

Hoje à noite, o salão estava lotado, o que não era uma enorme
surpresa, já que pessoas solitárias pareciam reunir-se para esses tipos
de eventos. Eu estava tão acostumada a eles que eu poderia me tornar
uma grande leitora de pessoas: O cara em pé junto à janela tinha, pelo
menos, sessenta, e a tintura do cabelo loiro - que estava usando para
parecer 20 anos mais novo - estava começando a desaparecer. A mulher
que estava dançando contra os oradores claramente se divorciando; Ela

1
salgadinho orgânico e natural
ainda estava usando sua aliança de casamento e jogou para trás uma
dose cada vez que o DJ gritava — Elogios a todas as senhoras sozinhas!

Eu tinha estado lá. Tinha feito isso.

Sobre os assentos da janela que se alinhavam na parede oposta,


as mulheres tímidas ficavam mexendo com seus cabelos como
estudantes do ensino médio nervosas. A maioria delas estava sendo
forçadas a estar aqui e nunca tiveram provavelmente um
relacionamento em pleno funcionamento em suas vidas.

Peguei duas cervejas a partir do final da mesa e sentei-me em um


sofá vazio, observando um homem com a pobre tentativa de chamar
uma mulher tímida para dançar.

— Este assento está ocupado? — Um homem lindo com olhos


cinzentos sorriu para mim, interrompendo minha fascinante observação
das pessoas.

— Não. Não, não está...

— Ótimo. — Ele sentou-se e pôs a cerveja sobre a mesa. —Eu sou


Lance. Qual o seu nome?

— Claire. Claire Gracen.

— É um nome bonito. O que você faz para ganhar a vida, Claire?

— Eu sou diretora de marketing de uma empresa de software. O


que você faz?

Ele bateu a etiqueta na sua cerveja. — Eu possuo e gerencio uma


empresa de cerveja, Leyland Beers. Sediada em Nevada.

— Muito impressionante —, eu disse. — Então, o que você faz...

— Quantos anos você tem, se você não se importa de eu


perguntar?

Ugh, aqui vamos nós ...


— Eu tenho trinta e nove anos, e você?

— Uau... — Ele me olhou de cima a baixo. — Eu tenho quarenta e


sete. Você tem filhos?

Senti-me sorrindo. — Duas filhas. Você?

— Não, eu não tenho filhos. A vida é muito curta para isso, não se
ofenda. Posso te ligar algum dia?

Sério? É tudo o que existe hoje em dia? Idade? Crianças? Número


de telefone? É a arte da conversa dos MORTOS?

— Umm com certeza... — Forcei um sorriso. — Pode.

— Espere. Quantos anos têm seus filhos? Estão com a idade de


ficar com a babá de noite ou estão na idade de pegar cerveja escondida
no seu armário enquanto você sai'? Eu tenho que ser franco com você,
porque eu não estou à procura de qualquer coisa séria, e todas vocês,
mulheres com crianças tendem a querer mais...

— Sabe o que mais? — Eu me levantei. — Eu tenho que ir ao


banheiro. Eu já volto.

Eu empurrei pela multidão e fiz meu caminho para o deck


externo, onde lotes de solteiros estavam acompanhando as ondas do
Oceano Pacífico subindo e descendo. Eu respirei fundo e inalei o ar
salgado e molhado, uma coisa que eu ainda tinha que me acostumar
desde que me mudei para a Costa Oeste.

Olhei por cima do ombro e vi Sandra falando ainda com outro


cara, provocando, esfregando o ombro e mordendo o lábio. Ela me
pegou olhando e fez sinal para que eu me aproximasse. Ela foi
murmurando — Ele tem um amigo!

Eu me virei e revirei os olhos.

— Acho que você não está desfrutando o momento? — Disse uma


voz rouca do meu lado.
Eu nem sequer me preocupei em olhar para ele. Eu não queria
me envolver em outras conversas estúpidas ou apresentações
monótonas. Eu só queria ir para casa.

Eu suspirei. — Eu tenho trinta e nove. Daqui a duas semanas


será o meu aniversário. Eu estou divorciada por quatro anos e eu tenho
duas filhas adolescentes.

Eu não o ouvi dizer qualquer coisa. Virei-me para a esquerda e vi


que ele estava do outro lado do deck.

Eu tomei um gole da minha cerveja e balancei a cabeça. Eu sabia


que não estava me ajudando, empurrando cada pretendente em
potencial para longe, mas eu não podia evitar. Ainda não conseguia
acreditar que eu era realmente solteira.

Minha vida foi um perfeito quadro anos atrás - 14 anos de


casamento com um homem que eu pensei que me amava, morava no
bairro de Pittsburgh que era um subúrbio consideravelmente bom, com
uma incrível carreira que estava à beira de ser lendária - mas um dia
tudo estava acabado. Desse jeito. O caro quadro não poderia ser trazido
de volta; ele não poderia ser salvo. Foi esfarrapado, para sempre
arruinado, e eu era a única que sobreviveu com a maioria dos cortes...

Enviei uma mensagem para Sandra e segui para o


estacionamento, rejeitando inúmeras ofertas para dançar no meu
caminho.

— Hey, hey, hey! — Sandra subiu dentro da caminhonete e


fechou a porta. — Nós só estamos aqui há vinte minutos! Você não
quer, pelo menos, ficar para a contagem regressiva do Ano Novo?

— Não.

— Por quê? O que aconteceu de errado? Eu vi o cara que estava


falando com você lá! Ele tinha boa aparência!
— Olha Sands, eu não tenho vinte anos mais. Eu não posso
continuar vindo para estes lugares com a expectativa de achar o amor
da minha vida. Eu já conheci o meu, lembra? — Minha voz falhou. —
Não deu certo...

Eu me inclinei para trás em minha cadeira e forcei um caroço na


minha garganta.

O pensamento de perder meu marido para a minha melhor amiga


ainda doía só de pensar. O divórcio foi longo e acabou, mas a dor ainda
me acordava algumas noites, ainda me arrastava para fora do meu sono
e quebrava meu coração como uma marreta de 20 kg.

— Você está pensando em Ryan e Amanda, hein? — Ela me


entregou um lenço de papel. — Você tem que parar de se martirizar
sobre isso. Não foi culpa sua.

— Eu estava tão cega por ele! — Eu comecei a chorar. — Eu a


deixei na minha casa! Eu confiava nela com as minhas filhas! Eu confiei
em ambos com tudo!

— Eu sinto muito, Claire...

Meu casamento com Ryan Hayes era um conto de fadas, pelo


menos para mim. Não me interpretem mal, não foi totalmente perfeito,
mas nós tínhamos mais dias incríveis do que os dias bons, mais dias
bons que médios, e praticamente nenhum dia ruim.

Ryan era tudo que eu sempre quis em um homem. Ele foi muito
atencioso e afetuoso, sério e compassivo, e ele sempre lembrava as
pequenas coisas que me faziam feliz: Café quente nos dias chuvosos que
passei teclando em nosso escritório em casa, um cobertor quente quando
adormeci na frente da lareira, e gotas de chocolate sem fim nos biscoitos
e barras de chocolate sempre que era o meu período do mês.

Toda vez que ele chegava em casa do trabalho, ele me trazia uma
única rosa vermelha e me beijava como se sua vida dependesse disso.
Levava-me no spa do clube de campo, uma vez por mês, enquanto se
oferecia para olhar nossas filhas durante dia. Ele até me surpreendeu
por vezes, me superando em cozinhar o jantar para todos nós.

Ele era a minha rocha. Minha alma. Meu tudo.

Eu honestamente pensei que nosso amor iria transcender o tempo,


que eu era uma das sortudas que seria capaz de defender
verdadeiramente o mantra “até que a morte nos separe”.

No entanto, em algum lugar entre o ano XIII e XIV do nosso


casamento, Ryan começou a mudar.

Ele começou a voltar para casa cada vez mais tarde. Não deixava o
celular como ele normalmente fazia; ele era extremamente protetor com
ele e muitas vezes atendia ligações em outra sala. Ele era mais evasivo e
vago, e sempre que eu dizia que precisava ir ao mercado, ele saltava
para cima e se voluntariava para fazer isso por mim.

No início, eu achei que chegar tarde da noite tinha a ver com a sua
nova promoção para sócio do escritório de advocacia; que seu recente
apego com seu celular era só por que ele queria estar alerta para receber
uma ligação de emergência de algum cliente. Eu não conseguia descobrir
por que ele estava oferecendo-se para fazer cada corrida ao
supermercado, pois ele sempre detestou qualquer tipo de compra, mas eu
levei vantagem de não ter que fazer eu mesma.

Eu fantasiei tudo sobre ele, achando que queria ser um “super-


marido”, e usei o meu tempo livre para sair com a minha melhor amiga
desde o colegial, Amanda.

A personalidade cheia de vida de Amanda poderia fazer a pessoa


mais mal-humorada sorrir. Seu volumoso cabelo castanho e corpo
naturalmente tonificado poderiam competir com a maioria das
adolescentes, e seu amor pela literatura era tão imenso quanto o meu.
Aos trinta cinco anos de idade, ela e seu marido Barry ainda
estavam tentando ter seu primeiro bebê. Tinham tentado tudo, menos a
contratação de uma barriga de aluguel, mas eles não tinham perdido a
esperança.

A cada tratamento de fertilização in-vitro, eu gostava de trazê-la


para comprar um novo babador de bebê, a coleção da teddy bears, e
garantir-lhe que os médicos estavam errados, que ela poderia e iria trazer
uma criança ao mundo.

Então, quando ela me ligou uma tarde com a notícia de que ela
estava grávida, finalmente, eu cancelei meu churrasco em família e
remarcamos para celebrar com ela e Barry, na sua casa.

Seis meses depois, Barry me telefonou quando eu estava saindo do


trabalho. Ele falava tão rápido que eu não podia entender qualquer
palavra.

— Barry? — Eu tentei parecer calma. — Eu não posso... Eu não


consigo te entender... Você está chorando? É algo errado com Amanda?
Ela está bem? Aconteceu alguma coisa com o bebê?

— O bebê—, disse ele, e então ficou em silêncio por um tempo. — O


bebê... O bebê não é meu. Não é meu...

— O Quê? Barry, você está sendo ridículo. Vocês dois têm tentado
ter um bebê durante anos de todas as formas possíveis. Você está
apenas nervoso, porque ele está quase chegando. Você vai ser um grande
pai e...

— Eu estava viajando para outros lugares e fui para o Texas em


maio... Fizemos sexo uma vez durante esse mês. Talvez.

Eu acalmei. Lembrei-me disso.

Amanda tinha estado reclamando sobre o quão pouco ele estava


em casa devido ao seu trabalho. Ele havia sido rebaixado em sua
empresa que estava o colocando para fazer todo o trabalho duro,
negando seu pedido para participar de reuniões fora do Estado via vídeo
chat.

Lembrei-me dela chorando sobre como ela se sentia sozinha, como


ela não achava que para Barry era tão importante ter um bebê nascido
natural como era para ela, porque ele começou a falar sobre adoção.

Ainda assim, eu me recusei a acreditar que o bebê de Amanda não


era dele. De quem mais poderia ser?

— Barry, eu acho que você está sendo paranóico... Aquela vez pode
ter sido o momento você sabe? Eu acho que você deve ligar e discutir isso
com ela. Eu não acho que eu possa lhe dizer.

— Não é meu. — Ele gemeu. — Encontre-me no Marriott na esquina


do seu trabalho. Eu sei que vocês duas são supostamente grandes
amigas, mas eu preciso te mostrar uma coisa.

— Tudo bem...— Eu desliguei e liguei para Ryan.

— Hey baby —, ele sussurrou. — Estou em uma reunião. O que


está acontecendo?

— Eu preciso que você pegue as meninas da aula de dança hoje.

— Ok, sem problema. Alguma coisa errada?

— Não, eu... — Eu estava prestes a dizer-lhe que Barry tinha me


ligado chorando sobre Amanda, mas uma voz estranha na parte de trás
da minha cabeça me dizia para não dizer. — Eu tenho algumas
incubências e eu não serei capaz de pegá-las a tempo. Só isso.

— Ok baby. Vejo você no jantar.

Quando eu cheguei ao lobby do Marriot, vi Barry atirando moedas


de um centavo no poço dos desejos, maldizendo a qualquer um que se
atrevia a encará-lo.
Seus olhos estavam inchados e vermelhos, e ele cheirava a fumaça
de cigarro velho e álcool.

Eu bati-lhe no ombro e ele se virou com raiva. Mas então seus olhos
suavizaram e ele me abraçou com força. — Graças a Deus você está
aqui... Venha comigo.

Ele fez sinal para eu segui-lo dentro do salão de luxo do hotel e


pediu uma garrafa do mais caro champanhe no cardápio. Suspirando
várias vezes, ele balançou a cabeça mais e mais.

— Eu nunca gostei de vinho, Claire. — Ele encheu o copo até que


ligeiramente transbordou. — Era sempre a preferência de Amanda. Eu
sempre achei que tem gosto de bosta de cavalo. O mais caro tem o pior
sabor.

Ele está perdido... Eu sabia que devia ter ligado para Amanda no
caminho para cá... Eu vou telefonar para ela do banheiro...

— Barry, eu vou correr para o...

— Ela insistiu em ser servida esta mesma marca no nosso


casamento. Você sabia disso?

Eu balancei minha cabeça.

Ele tomou um grande gole e exalou. — Sim. Chateau-Trotanoy 1975


é um Bordeaux... E ainda é tão nojento como foi no dia em que me casei
com ela.

— Barry...

— É por isso que acho que é bastante apropriado para beber agora,
especialmente por que eu vou pedir o divórcio amanhã.

O QUÊ!

— Eu não me sinto a vontade com você me dizendo isso. — Eu me


levantei. — Você precisa ir para casa e falar com...
— Minha esposa? Minha galanteadora, mentirosa, “que não se
importa comigo” esposa? Eu não acho. — Ele tirou um envelope do bolso
e deslizou para mim. — Eu contratei alguém semanas atrás para seguir
ela, para descobrir onde diabos ela estava gastando todo o seu tempo
extra.

Sentei-me e abri o envelope, folheando as imagens: Amanda foi às


compras em algumas boutiques, saindo comigo, e frequentando as aulas
de mamãe pela primeira vez.

Parei, jogando a pilha para baixo. — Ok. Eu preciso que você me


ouça. Eu realmente não acho...

— Eu não quis acreditar que era verdade. Quero dizer, o meu


detetive sempre trazia as mesmas fotos semana após semana. Ela
estava em casa, em sua casa, e fazia compras. Coisas muito típicas e
superficiais. Eu quase saí do trabalho. Eu pensei que estava sendo
paranóico. Mas então um dia no jantar aconteceu de perguntar a ela
sobre você. Eu disse, “Então, Claire gosta de ser uma diretora de
marketing freelance? Isso é melhor do que trabalhar para uma agência
de publicidade?” Ela disse que você não tinha trabalhado em casa por
anos, que tinha estado trabalhando por 60 horas semanais em Cole e
Hillman no centro da cidade. Então eu perguntei a mim mesmo: Se Claire
não estava em casa durante o dia, que é Amanda vai fazer lá? Não pode
ser as filhas de Claire. Elas estão na escola. Então...

Levei alguns minutos para absorver o que ele estava tentando dar
a entender, e vários outros até minha mente seguir na direção de uma
afirmação tão ridícula.

— Não. — Eu balancei minha cabeça. — Não... Não há


possibilidade. Há uma explicação perfeitamente boa se... — Peguei o
pacote de fotos e folhei-as novamente.

Elas eram de todas as circunstancias: o carro de Amanda


estacionado na frente da minha casa - ela amava a pista de percurso do
meu bairro e muitas vezes deixava o carro na minha garagem para fazer
uma de suas “caminhadas para pensar.”

Havia fotos dela andando ao longo da ponte Hot Metal na chuva,


sentada sozinha em um banco provavelmente chorando sobre Barry não
estar em casa novamente. Mas então havia fotos de Ryan, meu Ryan,
sentado ao lado dela naquele banco. Beijando-a naquele banco.

Havia fotos de seus carros estacionados fora do Hilton Green Tree


mais próximo a cidade, fotos deles andando de mãos dadas no parque
da cidade, fotos deles fazendo sexo através das janelas abertas do meu
quarto.

A data desta foto do quarto foi ontem...

Barry pegou uma foto de minhas mãos. — Eu fui para o Hilton por
mim mesmo... Eu os segui em um táxi. Eu esperei 30 minutos antes de
entrar e fingir ser seu irmão que passava e se perdia no caminho. Fui até
a recepção com a secretária e disse: — Minha irmã está sempre
comentando sobre o quão bom este lugar é, quantas vezes ela o usa como
refúgio. Você deve vê-la muito hein? — Você quer saber o que a secretária
disse para mim?

— Não. — Lágrimas escorriam pelo meu rosto.

Ele tomou outro gole de vinho. — Eu vou dizer-lhe de qualquer


maneira. Ela disse, na mais irritantemente e animada voz de vendedora,
“Oh sim... Ela vem aqui por mais de um ano. Ela dá dicas toda vez que
ela vem e ela adora o nosso menu de serviço de quarto. — Por mais de
um ano, bem debaixo do meu maldito nariz...

Seu rosto ficou vermelho e ele balançou a cabeça. — Eu queria ir


até lá e confrontá-los, mas eu sabia que os teria matado, os dois. Eu não
posso fingir que eu não sei mais, Claire. Eu não posso fingir ser feliz com
um bebê que não é meu, e quando eu consegui este último conjunto de
fotos hoje, eu fiz a minha cabeça... Eu já contratei um advogado e estou
dizendo a ela hoje à noite. Eu apenas pensei que eu deveria deixá-la
saber antes a verdadeira razão pela qual ela mentiu para você como ela
mentiu para mim. — Ele bateu com o punho na mesa.

Eu olhei através das fotos mais uma vez, esperando que meus
olhos estivessem pregando peças em mim, que não era realmente a
minha melhor amiga e meu marido nas fotos, orando para que eu
estivesse em algum tipo de pesadelo doente.

Mas as imagens não mudavam. Era verdade.

— Elogios aos cônjuges fiéis. — Barry serviu outra taça de vinho e


praticamente me obrigou a beber.

O vinho foi repugnante, mas não tão repugnante como as semanas


seguintes seriam...

— Está tudo bem, Claire. — Sandra fez sinal para eu trocar de


lugar com ela. — Vamos para casa.
Capítulo 1.5
Claire

O verão do meu divórcio terminou, eu não tinha


certeza do que fazer com a minha vida. Tudo que
eu sempre conheci, tudo o que sempre fui, era tudo entrelaçado com
Ryan. Ele foi uma grande parte de mim, um enraizado pedaço de minha
identidade, e eu não sabia o que diabos eu estava fazendo sem ele.

Eu queria fazer toda aquela coisa de comer e rezar, e fazer coisas


que você ama sabe (fazendo referência ao livro, comer rezar e amar),
viajar o mundo e tentar saborear novos pratos, absorvendo novas
culturas, e ter relações sexuais com um jovem brasileiro ardente e
ousado, mas eu sabia que isso era completamente fora da realidade: Eu
tinha sérias dívidas, eu tinha pavor de aviões, e também muito tempo
longe das minhas filhas teria me deixado louca.

Assim, em vez disso optei por longos passeios no parque,


passeios, que geralmente terminaram comigo enrolada ouvindo um rock
e soluçando até que meus lados doíam.

Não importa o tanto que eu tentei fingir estar ―bem‖, havia sempre
algo que desencadeava uma memória miserável de que meu casamento
falhou: Um jovem casal brincando com seus filhos no parque, o
vendedor do estande de flores oferecendo descontos em rosas
vermelhas, um grupo de meninos da faculdade vestindo suas camisetas
―Universidade de Pittsburgh‖.
Eu tentei ler livros sobre divorciadas que superaram sua dor, na
esperança de me sentir inspirada ou iluminada, mas eles só fizeram me
sentir mais deprimida. Eu tentei sair com minhas outras amigas,
pensando que iria me distrair da minha agonia, mas elas estavam mais
interessadas em me arremessar em festas lamentáveis.

Depois de meses e meses sem parar de chorar, decidi atacar a


minha mágoa em estágios ou, ―fases‖, como você quiser:

Houve a fase ―Dr. Phil e sorvete de menta com pedaços de


chocolate‖, onde eu sentei e assisti o bom médico falar bobagens sobre
cônjuges em frangalhos. Eu gravei cada episódio eu assisti mais e mais.
Eu até imitei o sotaque em sua voz quando ele disse: — Por quêeeee
você faria aquiloooo?! — E eu me recompensava com uma colher extra
cada vez que eu não gritei — Mentiroso! — quando o esposo trapaceiro
tentava justificar-se.

Houve a fase ―grupo de divorciada recente‖, onde eu tentei me


conectar com outras mulheres feridas em uma igreja local. Era como
Alcoólicos Anônimos, mas surpreendentemente mais deprimente.
Nenhuma das mulheres poderiam conseguir duas frases sem soluços; e,
no momento em que era a minha vez, eu estava muito dormente para
falar.

Eu estava planejando terminar esta fase depois de algumas


semanas, mas depois de um encontro particular, a conselheira pediu-
me para não voltar. Ela disse que tinha notado que, cada vez que me
pediram para dar uma sugestão sobre um ex-marido para uma
divorciada de luto, eu sempre dizia ―Você deveria tê-lo assassinado‖.

Eu adotei o tom sem expressão em minha voz e a seriedade nos


meus olhos, o que as impediam de ver que eu estava brincando...

Eu até mesmo passei pela fase ―Eu sou mulher e ouço-me rugir‖,
onde eu tomei as seguintes decisões drásticas:
1) Cortar o meu cabelo - que estava no comprimento da cintura -
na altura dos ombros.

2) Escolher um novo hábito - fumar - que durou todo um dia.

3) Ter uma tatuagem da minha ―data da liberdade‖ (a data do


meu divórcio) no meu pé, perfurar as minhas orelhas, e realmente
aceitar a cortesia do piercing no umbigo da loja.

4) Cantar malditos hinos do poder feminino, sempre que eu


estivesse no meu carro, no meu escritório, ou na faxina. (Eu certamente
me certifiquei que as minhas filhas jogaram na lixeira ou queimaram o
meu CD Shania Twain ...)

5) Vender todos os meus bens materiais exceto minha TV... e meu


e-reader... e meu iPod... e meu... - Ok, então eu apenas dei tudo o que
pertencia a Ryan.

Como eu estava testando todas essas fases, a minha carreira


como presidente sênior de marketing para Cole e Hillman Associates
continuou a sofrer miseravelmente: Nosso mais novo produto do cliente
foi batizado de ‗Infidelidade‘ e a empresa insistia em usar a frase
―Alguns votos foram feitos para serem quebrados‖, como o slogan.

Não foi até que eu passei um dia inteiro chorando em um


banheiro público que eu percebi que eu tinha que fazer alguma coisa.

Eu tinha que sair dessa. Eu tinha que começar a seguir em


frente.

Deixei o meu emprego, retirei as minhas filhas da escola, e


arrumei a minha SUV. Eu usei o pouco do dinheiro que recebi da
indenização do meu divórcio e fiz a rota do cross country de Pittsburgh
até a cidade natal da minha mãe, San Francisco, Califórnia.

Eu comprei um pequeno local mais elevado em um bairro


pitoresco, uma casa no topo de uma ladeira. Eu assisti inúmeros shows
no HGTV e conclui vários projetos de melhoria da casa como a minha
terapia, como forma de manter a minha mente ocupada: Tirei todo o
carpete, a madeira instalada e a telha de cerâmica elegante. EU pintei
cada quarto em tons de cinza com um tom de marrom, de creme e
menos de marfim, café e vermelho bosque.

No prazo de três meses de mudança, eu tinha feito numerosas


entrevistas de emprego, mas muito poucos retornos. Depois,
percebendo que minhas opções eram limitadas na recessão, eu
relutantemente arrumei um trabalho de marketing de nível médio na
Statham Industries, um enorme rebaixamento e redução de salário do
meu emprego anterior.

Eu disse a mim mesma que menos dinheiro não era


necessariamente uma coisa ruim, era uma coisa nova e eu precisava
fazer mais coisas novas, a fim de mudar verdadeiramente.

Desde que eu nunca fui um fã de corrida, acordei cedo todas as


manhãs e me forcei a correr meia milha em primeiro lugar, em seguida,
uma milha inteira, e depois, eventualmente, três milhas por dia.

Eu tinha o meu cabelo cortado ainda mais curto de comprimento


do que no ombro. Eu comecei a me cuidar com um dia no salão duas
vezes por mês, algo que eu sempre sonhei em fazer, mas nunca
encontrei o tempo. Eu mesma comprei para mim um novo guarda-
roupa – como trato para mudar a minha marca registrada que é ter
roupas todas pretas - para blusas coloridas de seda, saias lápis,
vestidos e ternos leves e bem-costurados.

Um dia, enquanto eu estava fazendo compras, eu conheci uma


mulher chamada Sandra Reed. Ela era uma pessoa otimista, bem-
educada e alguém que eu senti que instantaneamente podia confiar e
gostar. Eu poderia lhe dizer qualquer coisa; eu tinha certeza que sua
carreira como psiquiatra tinha algo a ver com isso.

Quando eu me abri meses mais tarde e disse a ela a verdadeira


razão pela qual eu tinha fugido para San Francisco, ela insistiu em que
eu começasse a ir à terapia. Por respeito a nossa amizade, ela
recomendou-me para um dos sócios de renome de sua empresa e
marcou deixando minhas sessões de graça.

Ela sempre me encorajou para sair, para tentar encontrar


homens solteiros e pessoas sociáveis, e para realmente tentar namorar
novamente. No entanto, depois de quatro anos morando em San
Francisco, eu ainda não conseguia.

Eu não acredito que muitos homens estariam interessados em


uma divorciada de meia idade, e duvidava que qualquer homem seria
capaz de curar as feridas infligidas por Ryan e Amanda.
Capítulo 2
Jonathan

J esus, ela é sexy...

Eu estava em um jantar de negócios com alguns colegas quando


vi uma ruiva linda olhando para fora sobre o convés do salão do Pacific
Bay.

Ela era absolutamente impressionante. O vestido de renda preto


curto que usava abraçou seu corpo curvilíneo em todos os lugares
certos e eu estava me esforçando para ver o que estava debaixo daquele
decote.

Seu cabelo brilhante estava de lado com cachos soltos que mal
tocavam em seu ombro e seus olhos verdes macios estavam brilhando
contra as luzes cintilantes que pairavam acima de sua cabeça.

— Senhor Statham? — Meu advogado executivo interrompeu


meus pensamentos. — Quando você quer avaliar essa proposta?

— Terça-feira de manhã. Tenho a sensação de que vai levar um


longo tempo para resolver tudo isso. Eu não posso acreditar que eles
não querem uma fusão. Eles vão perder muito dinheiro com uma
aquisição.
Ele deu de ombros. — Eu não posso acreditar que ele quer, mas
pode ser um jogo de poder para testar sua confiança. Vejo você terça-
feira.

— Eu também.

— Tenha um bom Ano Novo.

— Vejo você na empresa. — O resto dos sócios apertou minha


mão e foram embora.

Eu virei de volta para olhar de novo para a deusa de cabelos


vermelhos, mas eu não a vi mais.

Eu estava sonhando? Quanto é que eu bebi esta noite?

Olhei para o cais de novo e lá estava ela. Ela se deslocou vários


pés para baixo.

Observei-a saborear sua cerveja e suspirei, pensando se ela


estava na festa sozinha.

— Eu acho que fui muito bem. — Vanessa, minha assessora de


confiança, sorriu. — Você é um grande conversador. É um ganho para
Statham Indústrias de qualquer maneira.

— Não me agradeça ainda. Nós ainda temos que convencê-los a


fechar negócio. — Eu me levantei. — Obrigado por ter vindo hoje à
noite. Eu não poderia ter feito isso sem vocês.

— Você está indo embora? Você não quer ficar e tomar alguns
drinques comigo? É véspera de Ano Novo, eu não tenho ninguém para
beijar após a contagem regressiva...

— Vanessa, nós já passamos por isso. Você sabe que eu não


tenho encontros com funcionários.

Ela revirou os olhos. — Eu não sou uma simples funcionária. Eu


tenho um cargo no conselho.
Pior ainda...

— Sim, bem, misturando negócios com prazer? É mais do que um


clichê. Além disso, eu não quero que as coisas fiquem complicadas
entre nós.

— Elas não vão ficar complicadas. — Ela estendeu a mão e tocou


meu rosto. — Você e eu seriamos perfeitos juntos e você sabe disso...

Eu suspirei. Vanessa e eu tínhamos uma boa química e tínhamos


chegado perto nos beijando em meu escritório várias vezes ao longo do
ano passado, mas eu sempre interrompi. Mesmo que ela fosse
extremamente linda com cabelo castanho café encaracolado, olhos azuis
do oceano e um incrível corpo, faltava alguma coisa e eu não sabia ao
certo o que era.

Talvez não seja nada... Talvez eu devesse nos dar uma chance,
afinal... Somos realmente compatíveis.

Pelo canto do meu olho, eu vi a ruiva se movendo para baixo no


píer novamente.

— Vejo você na próxima reunião, Vanessa. — Eu segui o meu


caminho passando as mesas de café e olhando para trás sobre o meu
ombro a cada segundo, me certificando se a ruiva ainda estava lá.

Corri para as portas da frente do Salão Pacific Bay e entrei. Olhei


em volta da sala e parei.

Havia uma faixa com escrito ―Envolvidos.‖ Havia pequenos


guardanapos nas mesas que se liam. ―Saúde ao primeiro sociável de
meia-idade de 2013!‖

A maioria das pessoas na sala estava claramente em seus


quarenta ou cinquenta anos. Alguns deles estavam mesmo vestindo
chapéus de festa com suas idades escritas nelas em glitter. Havia
algumas pessoas mais jovens espalhadas, mas as pessoas estavam
segurando bandejas e servindo ou limpando mesas.
De jeito nenhum a mulher que eu vi era meia-idade...

Eu fui para o cais e olhei em volta. Debrucei-me sobre o parapeito


e olhei para os dois lados.

Ela não estava lá.

Eu andei para trás e para frente ao longo do convés, sem rumo


procurando, tentando encontrá-la. Voltei para dentro e entrei no meio
da multidão, mas estava longe de ser encontrada.

— Olá. — A mão de uma mulher pousou no meu ombro, me


fazendo virar. — O que o traz aqui hoje a noite? — Ela ronronou.

Ela era uma mulher extremamente atraente mais imagino que


fosse muito velha, pelo menos, 50 anos de idade, e eu poderia dizer pelo
jeito que ela estava olhando para mim que ela era do tipo assertiva.

— Boa noite. — Eu sorri. — Eu só estou à procura de alguém em


particular.

— Ela está bem na sua frente. — Ela esfregou a mão no meu peito
e piscou os olhos.

Oh Deus... — Umm...

— Você não estaria aqui se não fosse interessado em mulheres


mais velhas. — Ela estendeu a mão e descontraidamente correu os
dedos pelo meu cabelo. — Essas meninas não sabem como tratar o
homem certo, não é? Mas eu sei. Devemos sair daqui antes que alguém
tente roubar você de mim. Na minha casa?

Eu comecei a dizer: — Eu sinto muito. Eu não posso fazer isso —,


mas a minha respiração ficou presa na garganta porque eu senti a sua
mão deslizando para baixo em minhas calças.

Eu gentilmente agarrei a mão dela e a afastei. — Eu não estou


aqui à procura de... Eu não... Eu estava realmente aqui à procura de
outra pessoa.
— Oh meu Deus! Sinto muito! — Ela engasgou. — Eu pensei... Eu
sinto muito. — Ela parecia envergonhada.

— Se serve de consolo, — eu disse quando eu arrumei minhas


calças, — você é muito atraente e eu tenho certeza que logo você vai
encontrar o cara certo.

Antes que ela pudesse responder, eu me virei e sai correndo de lá.

Eu entrei na sala do chefe de segurança e fechei a porta.

— Você chegou aqui a tempo? — Meu melhor amigo Corey revirou


os olhos. — O que eu deveria estar fazendo por você de novo?
Perseguindo alguma mulher que você conheceu?

— Não estava perseguindo.

—Seja lá como você chame, é altamente ilegal. Mas desde que


você diga que foi amor à primeira vista, eu acho que eu posso fazer uma
exceção.

— Primeiro de tudo, não é amor. Em segundo lugar, eu nem sei


quem ela é.

— Então, por que estou invadindo o espaço da sala de segurança


do Pacific Bay às sete da manhã?

Eu suspirei. — Porque você é meu melhor amigo e um empregado.


Não aja como se isso fosse contra a sua moral ou algo assim, Corey.
Você faz isso o tempo todo.

— Eu faço, hein? — Ele riu. — Qual é o período de tempo?

—Véspera do Ano Novo entre 11:30 e meia-noite.

Ele começou a digitar em seu teclado remoto até que as vinte


telas enormes em rede, que cobriam a parede do escritório começassem
a se iluminar.
— Espere. Você estava tendo um jantar de negócios até tarde da
noite? Desde quando você concorda com isso?

— Uma vez que o cliente vale cinco milhões de dólares. — Meus


olhos voltaram para as telas que estavam agora mostrando às pessoas
entrando e saindo da sala. — Ela estava usando um vestido preto curto.
Existe alguma forma de você colocar cor na imagem das coisas, das
roupas ou procurar pessoas por sua cor de cabelo? Ela é ruiva.

Ele olhou para mim e ergueu a sobrancelha. — Você disse que a


viu no cais, certo? Eu só vou tocar nas câmeras... Dê-me um segundo.
Eles têm alguns softwares bastante desatualizados... E surpresa, não
há nenhum áudio, apenas imagens...

As telas começaram a mostrar a ação no cais em câmera lenta. As


pessoas estavam descansando em sofás, bebendo cerveja, e dançando
ao lado das caixas de som.

— Espere. — Eu me aproximei das telas. — É ela. Pause.

As imagens de repente congelaram e eu olhei para a mulher


novamente.

Ela estava caminhando para o deck com uma cerveja na mão,


franzindo ligeiramente os lábios grossos e rosados.

Do ângulo das câmeras eu podia ver que seu vestido preto


ajustado tinha uma fenda logo acima do topo de suas coxas e mostrava
um conjunto de pernas perfeitamente tonificadas. Ela era ainda mais
sexy do que eu me lembrava.

— Eu provavelmente desperdiçaria recursos da empresa tentando


encontrá-la também. — Corey acenou com a cabeça em aprovação. —
Você disse que ela tinha cinquenta? Ela parece muito malditamente boa
para ter cinquenta anos. Eu afirmo isso. Eu devo.

— O Quê? Eu não tenho certeza quantos anos ela tem.


Entretanto, ela não pode ser muito mais velha do que eu.
Ele apertou o play no vídeo novamente e fez uma pausa quando
ela se inclinou sobre o corrimão. — Ela tem Cups2... Nada mal.

— Que idade você novamente?

—É um hábito. Se eu tivesse que adivinhar, diria que ela tem


trinta ou um pouquinho mais jovem. Se for mais velha do que isso, ela
sabe onde a Fonte da Juventude está escondida. Na verdade, agora que
penso nisso, eu queria dizer a você sobre um artigo...

— Por favor, hoje não. — Eu balancei minha cabeça. — Você


precisa parar de ler esses livros de conspiração. Lá não há nenhum
negócio de Fonte da Juventude.

— Sério? Bem explique Johnny Depp. — Ele cruzou os braços.

Revirei os olhos.

— Exatamente. Se eu não estivesse ganhando tanto dinheiro


trabalhando para você, eu estaria lá fora, tentando encontrá-la eu
mesmo.

— Bom saber. Existe alguma maneira que você possa acessar as


câmeras no estacionamento? Eu preciso ver o número da placa e...

— E o que? Ir à casa dela e dizer, ―Hey‖. Tentei encontrá-la no


salão de festa outra noite, mas você já tinha ido. Mas não se preocupe,
eu tenho o meu amigo que invadiu o sistema de segurança para que eu
pudesse descobrir a sua placa e obter o seu endereço, vim pedir-lhe
para sair? Sério?

— Eu não diria que exatamente assim, mas...

— Esqueça. Todas as câmeras de rua são dirigidas e monitoradas


através de Flynn-tech e elas são impossíveis de rastrear. Confie em
mim, eu tentei.

— Então o que você sugere que eu faça?


2
Taças, alusão a meia-taça do sutiã.
— Hum, siga em frente? — Ele desligou as telas. — Você nem
sequer sabe o nome dela. Sim, ela é linda, mas há uma abundância de
outras mulheres bonitas lá fora. Tenho certeza que você de todas as
pessoas podem encontrar outra em um piscar de olhos. Falando nisso,
por que você não dá uma chance a Vanessa? Ela não tem bagagem, ela
é insanamente quente, e ela praticamente já te ama.

— Ela é uma empregada. É contra a política da empresa. Eu


especificamente pedi que fosse incluída uma cláusula de não
relacionamento quando eu comecei nesta empresa, lembra?

Ele revirou os olhos. — Tanto Faz. Você pode encontrar outra


ruiva bonita.

Isso era verdade, mas eu nunca pensei sobre uma mulher após
conhecê-la pela primeira vez. Geralmente levavam períodos duplos ou
alguns telefonemas longos para uma mulher ficar na minha cabeça, e
eu não tinha sequer conhecido esta mulher ainda.

Eu também nunca pedi a Corey para encontrar alguém que eu


estava interessado antes pelas filmagens. Eu nunca tinha ficado tão
intrigado.

Eu saí de um estacionamento de uma mercearia e suspirei.


Graças a uma limpeza a seco, eu estava usando um moletom e jeans e
teria de correr para casa para pegar outro terno.

Era para eu estar em uma reunião do conselho em uma hora,


mas eu sinceramente não sinto vontade de ir. Sentia-me como se
estivesse dirigindo de volta para casa, desligando todos os meus
telefones, e fingindo que eu não era o CEO pelo o resto do dia.

Sempre que eu me sentia desse jeito, eu me esforçava para


relembrar as memórias dolorosas do meu passado; memórias que me
faziam perceber que eu precisava ser grato por tudo o que eu tinha que
eu ainda podia estar vagando em torno de um estacionamento de
trailers passando pelas latas de lixo das pessoas, implorando a vizinhos
deficientes pelas suas sobras.

Ainda assim, às vezes, isso não era o suficiente. Eu estava


começando a odiar minha empresa e todas as obrigações que vieram
com ela.

Nos últimos meses, o conselho estava me pressionando para


demitir milhares de funcionários de posições inferiores. Eles juravam
que iria nos salvar milhões, mas eu não queria fazer isso. Eu não estava
dispensando ninguém para economizar dinheiro. Eu iria demitir as
pessoas que lidaram errado com o dinheiro, os executivos de nível
sênior que passaram mais tempo no campo de golfe do que em suas
mesas.

Por uma questão de fato, desde que decidi transferir a sede da


empresa de Nova York para San Francisco, há seis anos, os membros
do conselho havia questionado cada decisão minha, como se eu não
tivesse começado a companhia por mim mesmo, sem a sua ajuda.

Se suas doações passadas não tivessem me ajudado a crescer


com a minha primeira empresa de software, a partir de um trabalho de
faculdade, para um império de bilhões de dólares dentro de uma
década, eu teria os demitido anos atrás.

Por que eu nunca me incomodei de ter me tornado o CEO? Por


que eu apenas não vendi a empresa, uma vez que eu saí da faculdade?

Meu celular começou a tocar. Um número de Ohio. Allen


Correctional Institution.

Eu me debati se devia ou não responder, deixando o refrão


completo de ―Clocks‖, do Coldplay, tocar antes de atendê-lo.

— Pai. — Eu respondi.

— Jonathan! Como você está meu filho?


— Eu estou bem.

— E como está sua empresa?

— Ótima.

— Você não tem que ser tão seco comigo o tempo todo. Eu estava
apenas... Eu só estava ligando porque eu não tenho ouvido você faz um
tempo... Eu queria dizer muito obrigado por investir todo esse dinheiro
em meus livros, na última semana. — Ele fez uma pausa. — Eu
estoquei pão de mel e xampu azul... Você vai para a formatura de sua
mãe? Eu sempre vou para suas formaturas. Ela parece se formar a cada
ano...

Ele suspirou. — Ela vai ficar limpa neste momento. Ela me


prometeu.

— Ok. Eu acredito em você —, eu disse como eu disse várias


vezes antes.

— Eu quis dizer o que eu disse no mês passado. Eu quero fazer


parte de sua vida de novo, Jonathan. Eu sei que não era o melhor pai,
mas... Eu sempre fui muito orgulhoso de você e eu quero fazer o que
puder para restaurar o nosso relacionamento.

— Esta ligação está sendo monitorada e gravada pelo


Departamento de Reabilitação e Correções de Ohio. Ainda restam 30
segundos nesta chamada. — A voz toda automatizada e muito familiar
falou na linha.

— Ok. — Eu suspirei. — Bem... Eu vou fazer o que puder para me


lembrar disso. Vou enviar-lhe uma carta esta semana e... Não se
esqueça de que eu prometi levá-lo para tomar uma cerveja em seis
anos. Espero que você ainda esteja procurando mudar.

— Eu vou. Vou cobrar isso de você, filho.

— Adeus. — Eu desliguei.
Eu sabia que deveria ter sido mais entusiasmado com o seu
telefonema ou sobre a minha mãe completar a reabilitação de drogas,
mas a emoção tende a diminuir após alguém recair doze vezes, depois
que alguém tem desapontado você tanto que você já não acreditava
neles.

Tentei afastar o pensamento da confusão dos meus pais e acelerei


o meu carro. Eu estava prestes acelerar em sentido contrário, mas de
repente eu ouvi o tilintar de um carrinho de supermercado por trás.

Suspirei e olhei no meu espelho retrovisor, preparado para


buzinar para quem estava lá, mas eu vi que era a mulher bonita que eu
tinha visto dias atrás.

Ela estava usando uma saia lápis cinza escura e uma blusa de
seda cor de rosa, mas seu cabelo estava diferente hoje. Ele era reto e o
vento parecia apreciar em assanhá-lo enquanto caminhava.

Ela empurrou o carrinho passando meu carro sem olhar em


minha direção, mas eu ainda peguei um vislumbre de seus lindos olhos
verdes.

Eu a vi caminhar para dentro e desliguei meu carro.

Antes que eu pudesse sair, meu telefone tocou novamente. Oasis


Drogas e Centro de Reabilitação.

Minha mãe.

Tanta coisa do passado para não refletir hoje...


Capítulo 2.5
Jonathan
Verão de 2002

E stava chovendo pesado.

Relâmpagos dançavam no céu e a chuva batia na minha janela.


Quando olhei para fora, vi o reflexo da minha vida miserável na chuva:
Aos meus pais foi negada uma liberação antecipada da prisão, minha
irmã tinha sido enviada para viver com mais uma família de
acolhimento, e minha própria desculpa terrível para uma família
adotiva, que estava tentando duro para me convencer a ficar no estado
para a faculdade; eles sabiam que se eu ficasse, eles iriam receber um
cheque bônus do escritório Bem-Estar das Crianças por criar com
sucesso uma criança que permaneceu no estado para a faculdade.

Eu sabia que a minha vida estava prestes a ser terrível se eu


gastasse mais tempo no buraco do inferno que era Ohio, de modo que a
noite eu fiz um plano para sair.

Eu disse a meus pais adotivos que eu tinha decidido ir para a


Universidade de Dayton, e que, logo após minha formatura, eu queria ir
a um bom restaurante comemorar. O olhar em seus olhos gananciosos
quase me fizeram vomitar no local, mas eu continuei fazendo o papel.

Eu sorri e disse a eles que estava grato por tudo o que tinham
feito para mim ao longo dos anos. Eu só deixei de fora a parte sobre eles
sequestrarem cartas da prisão dos meus pais, me levar para comprar
roupas em Goodwill, enquanto seus filhos biológicos foram autorizados
a comprar em lojas reais, e lembrando-me dia após dia que eu iria
acabar como meus pais um dia, com a meth3, com minha cabeça
rachada e que merecia apodrecer atrás das grades. Juntei minhas
calças e camisas em uma mochila, quinhentos dólares que eu tinha
guardado secretamente fazendo lição de casa em ciência da computação
da faculdade, e alguns elementos essenciais para uma vida em fuga.

—O que é isso na sua mochila?— Minha mãe adotiva Luanne


entrou no meu quarto.

—É a roupa que eu vou usar após a cerimônia. Eu quero me


vestir mais casual no jantar.

—Oh! Claro! Ninguém quer ter seu terno fantasia sujo no jantar.
—Ela ajustou a gravata. —É muito ruim você não ter nascido nesta
família. Nós poderíamos ter comprado um terno melhor para você, mas
você sabe como é. O estado só nos dá dinheiro suficiente para alimentar
você, não para te vestir.

Eu tentei não vacilar enquanto corria um fiapo da escova contra


meus ombros.

—A sua formatura do ensino médio vai ser o destaque de sua


vida. — Ela suspirou. —Você provavelmente não vai durar muito tempo
na faculdade, mas não se preocupe, nem eu nem Bob esperamos isso
de você.

—Muito obrigado...

—Eu ainda não posso imaginar o que deve ter sido morar com
revendedores satisfeitos como pais. Deve ter sido horrível! Eu penso
nisso todos os dias e me sinto tão mal por você. —Ela deu um passo
para trás para olhar para mim. —Mas então eu digo para mim mesmo:

3
droga metanfetamina
Luanne, graças a Deus você salvou aquele menino, mesmo que seja
apenas temporário e ele se torne um drogado assim como seus pais
lamentáveis, pelo menos ele vai ter algumas boas lembranças para
olhar para trás, enquanto ele se sentar na prisão! —Ela sorriu. —Eu
vou pegar minha câmera!

Ela saiu e eu pensei em pular para fora da janela para a direita


então. Mas eu sabia que seria inútil. Nós vivemos no meio do nada e eu
precisava do carro da família para me levar para a cidade.

Meu irmão adotivo Corey entrou no quarto e fechou a porta atrás


dele. Ele cruzou os braços e olhou para mim por um longo tempo.

Eu estava tentado dizer-lhe que hoje seria o último dia que eu iria
vê-lo, mas eu não poderia me trazer a fazê-lo. Ele e eu tínhamos
realmente nos tornados grandes amigos apesar do tratamento de seus
pais comigo, e se eu não estivesse tão quebrado por dentro eu teria
ficado um pouco mais, só por ele e sua irmã mais nova.

—Sinto muito por meus pais.— Ele suspirou. —Mas eu quero que
você saiba que eu realmente gosto muito de ter um irmão. Você vai
esquecer tudo sobre mim e Jessica quando você sair e começar de
novo? Eu não posso culpá-lo se você disser que sim.

—O que você está falando? Eu não...

—Não se preocupe.— Ele pegou minha mochila e enfiou um saco


de papel marrom para dentro. —Eu não vou dizer a meus pais. Eu vou
agir como se eu não soubesse de nada. Só me prometa que quando você
provar que estão errados e fizer algo grande com a sua vida, você vai vir
buscar eu e Jessica e sair com a gente de novo.

—Promessa. Você ainda vai a Notre Dame no outono?

—Sim, mas você não vai para a Universidade de Dayton. Você


vai?

Eu congelei. Eu não tinha certeza do que dizer. —Eu...


—Eu sei que eu não sou tão bom quanto você com computadores,
mas você sabe que eu sou um hacker mestre, certo?— Ele riu. —Eu
invadi a lista da universidade de estudantes confirmados para o outono
e seu nome não estava nele. Você não estava em nenhuma lista em
qualquer faculdade que você aceitou. Então, eu comecei a pensar sobre
o que eu estaria planejando se eu fosse você, e eu...

— Eu não quero que você pense que eu não confio em você... Eu


só não posso...

—Podemos enviar e-mail uns aos outros para ficar em contato.


Faça o que fizer, não olhe para trás uma vez que você sair. Você precisa
se ater a um ônibus e táxis e tomar rotas alternativas mesmo que o
obrigue a sair do seu caminho. Ah, e não abra esse saco marrom que eu
te dei até que você esteja fora do estado. —Ele se levantou e me deu um
breve abraço. —Jessica sabe muito pela sua maneira... Ela está muito
ferida para dizer adeus, mas ela entende e diz que o ama.

—Oh meu Deus! Olhe para vocês dois! —Luanne surgiu no meio
da minha porta com a câmera. —Eu preciso de uma foto dos meus
filhos! Bem, uma foto do meu filho adotivo e meu filho real! De vocês
juntos! Sorriso em três! Dois! Um!

—Hey! Pequeno! —O motorista de táxi me tirou dos meus


pensamentos. —Acorda! Isto é, tanto quanto quarenta e cinco dólares
vai levá-lo.

Olhei para fora e vi edifícios de pedra altos, mas eu não poderia


saber o que nenhum deles eram. Eu havia pulando de ônibus para
ônibus, de táxi para táxi por dias e eu tinha perdido todo o senso de
localização, pois em todos os lugares que eu fui estava chovendo.

—Obrigado.— Eu entreguei-lhe o dinheiro e sai do carro.

Em poucos segundos, o casaco fino e jeans rasgado que eu estava


usando estavam completamente encharcados. Eu tinha um guarda-
chuva na minha mochila, mas eu sabia que o puxar para fora agora que
era inútil.

Eu andei através do que parecia ser um campus na faculdade, era


uma vegetação e edifícios a cada poucos pés, mas cada prédio que
tentei entrar estava trancado.

Eu aparentemente precisava de um cartão de acesso para entrar.


Um cartão de acesso da Universidade de Harvard.

Eu tinha sido aceito em Harvard meses atrás, mas eu nunca


escrevi de volta para confirmar. Assim eu tinha lido que o seu topo de
pós-graduação era em ciência da computação e foi desenvolvido no ano
passado por um cara que construiu um mini computador, algo que eu
tinha feito quando eu tinha quatorze anos, eu decidi que não havia
nada que poderia me ensinar.

Eu vi um grupo de estudantes segurando a porta para uma sala


de aula aberta, então eu corri por elas. Eu andei pelo corredor, olhando
para cada sala de aula, amaldiçoando quando eu vi que elas estavam
todas cheias.

Uma vez que eu estava no final do corredor, eu escorreguei dentro


de uma sala de aula escura e dei um suspiro de alívio.

—Agradável você se juntar a nós no tempo. Tenha um assento na


parte de trás, por favor. —As luzes se acenderam e um homem de
cabelo loiro em um terno de tweed levantou-se atrás de um pódio. —A
qualquer momento agora, meu filho...

A classe riu e eu subi os degraus, tendo um assento na última


fila.

Eu ignorei a sensação de coceira da roupa úmida contra a minha


pele e olhei para o conselho: Curso de Verão, Advanced Software
4100.
Todos os alunos tinham laptops e em suas mesas em estado dos
órgãos de configuração de dados. Todos eles pareciam de maneira mais
velho do que eu era.

Eu acho que este é um curso de nível sênior...

—Então...— O professor mudou a tela do projetor a partir do


centro da sala. —Nós estivemos desconstruindo nossa empresa
hipotética 'Beta Link' e até agora temos três pessoas na corrida para o
melhor computador: George Hamilton II, Lindsay Franco, e William
Dane. Poderia os três de vocês virem aqui e mostrar à classe o que
vocês construíram por favor?

Eles tomaram seus lugares na frente e explicaram seus


computadores nas vozes mais mundanas que eu já tinha ouvido falar.
Já era ruim o suficiente para que seus computadores baixos, mas seu
senso de arrogância e atitudes sabe-tudo foram ainda mais difíceis de
suportar.

Eles têm acesso à melhor tecnologia do mundo e este é o melhor


que podem chegar?

—Muito impressionante!— O professor aplaudiu. —Para todo


mundo nesta sala, você tem muita concorrência, se você está indo para
obter um A. Alguém tem alguma pergunta para George, Lindsay, ou
William?

Ninguém levantou a mão.

—Ninguém? Ninguém tem uma pergunta sobre como eles


desenvolveram seus processadores? Vocês estão indo só para deixá-los
ir embora com as melhores notas? Eu só posso dar A há um certo
número de vocês. Há uma curva muito íngreme nesta classe e eu vou
estar colocando e usando...

Eu levantei minha mão.


—Sim, você.— Ele apontou para mim. —O que você quer
perguntar?

—Aqueles não são realmente os melhores computadores, certo?


Você está apenas usando os três como um exemplo para fazer o resto
do resto de nós trabalhar mais, correto?

A sala irrompeu em murmúrios. Todo mundo olhou para trás e


para frente entre mim e o professor.

—Não. Eu não estou —, disse ele. —Estes são realmente os


melhores computadores na classe, e vendo como se você não trouxe o
seu para criticar hoje me faz sentir como eles estão definitivamente
melhor de tudo o que você construiu. Mas, já que você parece pensar
que...

— O computador de George irá falhar em seis semanas.— Eu


cruzei os braços. —Ele é sobre abrange a unidade de RAM com a fiação
desnecessária. Uma das muitas paradas e nunca vai ligar novamente.
Computador de Lindsay, se você quiser chamar assim, está usando
todos os materiais errados. A menos que todos os outros nesta classe
estejam usando paus e pedras, um computador com bobinas recicladas
e fiação usada nunca deve ser considerado um bom computador. A
tecnologia não está atualizada o suficiente para computadores com eco
ainda. E computador de William, tem o modelo mais antigo e, embora
seja impressionante para olhar, na verdade, ele praticamente copiou da
Dell e reformulou alguns mecanismos. Qualquer estudante de ensino
médio com metade de um cérebro pode fazer isso.

A sala ficou em silêncio.

O professor tirou os óculos e esfregou a testa. —Classe


dispensada.— Ele balançou a cabeça e os alunos correram para fora da
sala, como se estivessem com medo que ele estava prestes a explodir.
Levantei-me e desci os degraus, ignorando os olhares intensos
que foram provenientes dos três palhaços de computador que estavam
mostrando seus brinquedos.

—Espere, você.— O professor acenou para mim. —Eu quero falar


com você por um segundo.— Ele esperou para que todos pudessem sair
da sala. —Qual o seu nome?

—Bill Gates.

—Seu nome real...

—Jonathan Statham,— eu murmurei.

—Senhor. Statham, você não é um aluno nesta classe é?

Eu balancei minha cabeça.

—Você está mesmo nesta escola?

—Não...

—Então, o que fez você vir aqui hoje?— Ele fez sinal para eu
sentar na primeira fila. —Parece que você ainda está na escola. Você
ainda está na escola? —Ele esperou que eu dissesse alguma coisa, mas
eu só pisquei.

—Ok, então...— Ele se sentou ao meu lado. —Diga-me como


alguém entra aleatoriamente em Harvard e sabe mais sobre
computadores do que meus homenageados estudantes do último ano.

Eu suspirei. Eu pensei sobre a ida para lá com uma mentira,


dizendo-lhe que eu realmente era um estudante e só queria cair em
uma classe de alto nível, mas eu estava cansado de mentir, cansado de
correr.

—Meus pais costumavam a...— Aceitar eletrônica dos drogados e


eles vendiam às vezes? —Eles usavam e deixavam os eletrônicos ao
redor da casa e eu gostava de ver como todas as suas partes
funcionavam... E eu roubava... Eu quero dizer, eu iria pegar livros
emprestados na biblioteca e ler sobre a mecânica do computador...

—Você nunca foi a um acampamento de tecnologia?

—Não.

—Hummm.— Ele esfregou o queixo. —Então, seu objetivo é


infiltrar-se na Harvard?

Revirei os olhos. —Se eu quisesse vir aqui, eu teria aceitado a


oferta. — Eu percebi que ele estava, provavelmente, indo para chamar
a polícia para mim por invasão, então eu coloquei na minha melhor
cara de desculpas. —Sinto muito por hoje. Eu não irei interromper sua
classe do jardim de infância novamente. Eu vou...

—Eu não vou chamar a segurança para você.— Ele riu. Então, de
repente ele olhou sério. —De onde você é?

Eu não disse nada.

—Tudo bem... Será que seus pais sabem que você está aqui?
Tenho certeza que eles estão muito preocupados com você...

—Eles estão na prisão.

Ele parecia simpático. —Bem, seus representantes legais devem


estar te procurando.

—Eu tenho dezoito anos.— Eu não estava sob a guarda do estado


mais. Eu não pertencia a ninguém, e se a sua sala de aula não fosse tão
quente eu teria saído antes que ele me perguntasse qual era meu nome.

—Você deve ter feito muitas boas notas na escola para ser aceito
aqui, Jonathan... Que número você estava em sua classe?

Por que eu sinto que posso confiar nesse cara?

—Primeiro. Eu dei um discurso e tudo. —Eu peguei minha


mochila e tirei o meu discurso amassado, jogando-o para ele. Eu estava
esperando que ele realmente o lesse por algum motivo, ao contrário de
meus pais adotivos que tinham estado completamente alheios ao fato de
que eu era o orador oficial.

Quando eu olhei sobre o discurso, eu percebi que não tinha


aberto o saco de papel marrom de Corey. Olhei para dentro do saco e vi
uma foto emoldurada de mim, ele e Jessica, uma falha escrito com ―ler‖
rabiscado nela toda, uma pilha de cartas de prisão por abrir dos meus
pais, e um cheque de mil dólares que me dirigia. Tinha um post-it
laranja cortado na parte de trás:

Dinheiro para algum lugar superficial, como uma loja de

bebidas ou um lugar de confiança, para que eu possa

reencaminhar as informações sobre o local onde foi descontado.

Para suas boas-vindas, Corey.

PS: Por favor, deixe-me saber se você encontrar a Fonte da

Juventude, enquanto você estiver viajando... Estou convencido de

que é em Nova York agora.

—Jonathan, o que me diz se eu lhe disser que eu estive


procurando por um estudante com o seu potencial para me ajudar em
um novo computador que eu estou desenvolvendo?— O professor me
chamou a atenção. —Um computador que iria mudar tudo?

—Eu diria que eu não acredito em você. Então, eu diria que eu


espero que não seja um dos computadores que eu vi hoje.

—É justo.— Ele riu. —Bem, e se eu dissesse que quero ajudá-lo?

Ha! —Não, obrigado. Eu tive ajuda suficiente para durar uma


vida. —Eu levei a meu discurso de suas mãos, levantando-me, e me
dirigi para a porta.
Antes que eu pudesse girar o botão, ele pulou na minha frente. —
Eu tenho uma bolsa assistência de um ano como prêmio para qualquer
estudante. É suposto ser apenas para os estudantes de pós-graduação,
mas se o seu fundo conferir... Vai cobrir um ano de aula e uma
pequena parte de seu quarto. Você ainda teria de encontrar um
emprego ou dois para cobrir o resto, mas eu sinceramente acho que
você seria um excelente aluno e um ainda melhor desenvolvedor um
dia. E, se você trabalhar duro o suficiente durante o seu primeiro ano,
eu poderia convencer o comitê acadêmico para considerá-lo para outras
bolsas.

O quê?

—Eu vou fazer uma verificação do fundo para você hoje à noite.—
Ele ajeitou os óculos. —Se você é quem você diz ser e você concordar em
trabalhar comigo neste projeto, você tem aulas gratuitas na Harvard e
uma vez na vida uma oportunidade de trabalhar em um projeto
nacional. Qual é o seu número de telefone para que eu posa...

—Você acha que eu tenho um telefone celular?

—Me desculpe...— Ele me olhou, provavelmente percebendo que


eu ainda estava encharcado e carregando uma mochila Sombria e cheia
de buracos. —Eu apenas assumi que você... Onde você estava pensando
em dormir esta noite?

Eu não lhe respondi. Eu olhei ao redor da sala de aula. Eu


percebi que desde que meu próximo ônibus não estava previsto até
amanhã que eu iria me esconder no prédio e dormir debaixo de uma
escada uma vez que os zeladores tivessem realizado a limpeza.

—Meu nome é Mr. Lowell, Jonathan.— Ele caminhou até sua


mesa e pegou sua pasta. —Se você não tem quaisquer obrigações
prévias, a Sra Lowell está fazendo massas esta noite e temos um quarto
de hóspedes que você pode usar por alguns dias enquanto nós
classificamos essa coisa.
Eu desviei o olhar do Sr. Lowell e balancei a cabeça. Eu tinha
vergonha de mim mesmo. Eu tinha quebrado todas as regras de viver
em fuga em questão de minutos: Eu não deveria falar com ninguém. Eu
não deveria confiar em ninguém. Era para eu guardar para mim até que
eu chegasse em Nova York, até que eu invadisse a sede da IBM e os
forçasse a ouvir minhas idéias. No entanto, havia sinceridade nos olhos
daquele homem, e um projeto nacional com acesso à melhor tecnologia
do mundo era muito tentador para deixar passar.

Durante um ano inteiro, eu usei a cada minuto livre que eu tinha


para trabalhar no projeto do Sr. Lowell. Entre subir pelas minhas aulas
e trabalhar em três empregos para cobrir os custos de dormitório e
alimentos caros, eu consegui ajudá-lo a ganhar uma bolsa de
setecentos mil dólares para construir mais de seu impressionante
laptop LTech.

Logo depois ele foi oficialmente premiado com o dinheiro, ele me


entregou um envelope que continha um cheque de vinte mil dólares,
dizendo que iria me ajudar a pagar a parte restante da taxa de
matrícula do meu segundo ano.

Eu estava prestes a correr para o banco e descontá-lo


imediatamente, mas ele o agarrou de volta.

—Você sabe o que, Jonathan? Você é melhor do que isto. —Ele


balançou a cabeça. —Diga-lhe que, em vez desta verificação, eu vou
dar-lhe algo ainda melhor.

—Uma verificação maior?

—Engraçado—. Ele bufou. —Eu vou ser o primeiro investidor em


sua empresa. Vou até mesmo te hospedar para um jantar com minha
esposa para que você obtenha outros investidores neste fim de semana.
Eu não acho que você precisa perder mais tempo tendo aulas com
pessoas que não são tão inteligentes como você. Você precisa sair e
começar a trabalhar em sua própria empresa. Eu vou ajudá-lo de
qualquer maneira que eu puder pelo primeiro ano.

—O que você está falando? Eu não tenho uma empresa, o Sr.


Lowell...

E eu quero o meu cheque de volta!

—Statham Inc.? Statham Enterprises? Statham Indústrias! Tem


um sobre nome pra isso, você não acha?

Ele deslizou meu cheque prêmio em sua pasta e pegou. —Confie


em mim, em cinco anos, você vai ter centenas de vezes a quantidade
para esta seleção. A partir de agora, vai ser apenas a minha taxa de
consultoria. —Ele bateu no meu ombro e saiu da sala.
Capítulo 3
Claire

H oje foi um daqueles dias que eu honestamente senti


como se tivesse desperdiçado os melhores anos da
minha vida. Eu passei toda a manhã assistindo o canal
Lifetime, passando por álbuns de fotos antigos, e
ouvindo uma das minhas outras amigas de San Fran, Helen, falar sobre
como tinha sido nomeada para ―Advogado do Ano‖,

Ela falou sobre a forma como a cerimônia ia ser em Vegas, como


eles tinham reservado um convidado famoso para orador, e como ela
não podia esperar para estar em uma piscina na cobertura; todos os
candidatos tinham direito a tratamento cinco estrelas, que incluía ter
sua própria suíte na cobertura.

Embora eu estivesse extremamente feliz por ela, eu também


estava com um pouco enciumada. Helen tinha 39 anos de idade
também, mas ao contrário de mim, ela parecia ter tudo: Ela tinha seu
próprio escritório de advocacia, viajava para novos lugares excitantes a
cada mês, e as histórias que ela me contava sobre sua vida sexual me
faziam desejar que eu tivesse mais experiência antes de ter me casado
com Ryan.

Aliás, sempre que Helen, Sandra e eu tínhamos uma noite de


―garotas‖, ela sempre nos surpreendia com histórias picantes sobre seu
mais novo amante. No início, eu pensei que ela estava apenas fazendo
isso para se gabar, mas depois de um tempo eu percebi que ela estava
me fazendo um favor. Ela estava me fazendo ver como patética e
inexistente minha vida sexual era, tentando me ajudar a entrar em
sintonia com algo chamado ―deusa interior‖.

Mas, desde que eu me recusei a marcar encontros, eu confiei em


amigos vibradores para fazer o trabalho: Eles foram eficazes, fáceis e eu
não tinha que me preocupar com eles me traindo.

Quando eu desliguei telefone com Helen, eu decidi fazer algum


trabalho. Eu comecei a olhar mais para envios recentes de slogan dos
meus parceiros e ideias de anúncios propostos. Eu li três deles e fechei
a pasta, fazendo uma pausa imediata indo para o meu carro.

Eu vou precisar de um pouco de vinho, sério, para passar por isso


hoje...

Corri para o supermercado e caminhei para a seção de revistas.


Eu decidi que eu iria comprar outro punhado de revistas para mostrar a
meus sócios a diferença entre boas propagandas e anúncios ruins.

Peguei uma Style, Vogue, Us Weekly, e me acalmei uma vez que


eu peguei uma revista com ―Divórcio Edition‖ rabiscada em toda a sua
capa.

Apanhei e folhei as páginas, balançando a cabeça nos conselhos


estúpidos que as chamadas ―divorciadas experientes‖ estavam dando:
―Perdoe e o deixe ir! Essa é a parte fácil!‖ ―Tente agendar tempo para si
mesma para chorar com privacidade!‖ ―Viaje sozinha e ver o mundo
assim que a tinta nos documentos estiver seca!‖

Qualquer mulher que foi traída e diz que sua autoestima não foi
esmagada é uma mentirosa maldita...

Eu parei de ler o artigo ―Como eu mantive a minha autoestima


intacta após a traição‖ e passei pelo corredor especiarias.

Pimenta... Folhas de louro... Salsa... Paprika, Paprika...? Favorito


de Ryan...
Peguei o colorau e congelei. Era para eu mandar ele embora do
pensamento assim que ele entrou na minha mente. Era para eu dizer:
―O fracasso do meu casamento não foi minha culpa‖, tomar uma
respiração profunda, e seguir em frente para fazer outra coisa.

Isso não funcionou hoje.

Senti um nó macio subir na minha garganta e sufoquei um


soluço. Fechei os olhos e tentei pensar em uma lembrança feliz, mas
apenas o pior veio...

Eu estava tremendo, tremendo tão violentamente que eu não


tinha certeza de como eu estava em pé. Eu estava na minha cozinha,
olhando para Ryan, observando-o pegar as fotos incriminadoras do
chão.

— Claire... — Ele pegou a última e suspirou. — Será que podemos


conversar sobre isso?

— Sobre o quê? — Eu assobiei.

— Sobre o que você... Sobre eu tendo um caso.

— Ah sim! Meu marido transando com minha melhor amiga! Por


mais de um ano! Vamos discutir isso, não é?

— Você não tem que gritar, Claire. Eu estou tentando...

— Eu posso gritar quanto eu quiser. Você está tendo um caso com


Amanda! Ela foi minha madrinha de casamento pelo amor de Cristo! Eu
nem sei por onde começar, Ryan! Como você pode?

— Nossas filhas estão lá em cima. Nós...

— Nossas filhas? Nossas filhas! Não tente agir como se você de


repente dá a mínima para essa família! Você não estava pensando sobre
qualquer um de nós, quando seu pau foi enterrado na...
— Chega! — Ele começou a chorar e se aproximou de mim. — Sinto
muito. Eu sinto muito... Eu errei e...

— Você estragou tudo? — Eu senti meu coração se contrair.

—Sim... Eu sou e eu errei, eu baguncei...

— Ryan... — Eu coloquei minha mão sobre meu peito para impedir


meu coração de saltar para fora. — Bagunçar é deixar as meninas
brincarem até tarde quando vem da escola. Bagunçar é deixar o frango
no forno por muito tempo. Bagunçar é esquecer o nosso aniversário que
será em duas semanas. Me trair? Dormindo com a minha melhor amiga?
Isso é fodido. E é imperdoável. Quanto tempo isso tem realmente
acontecido?

Ele suspirou e eu lentamente me afastei do nosso conjunto de


talheres.

— Olá? Ryan! Quanto tempo isso tem acontecido?

— Claire, me ouça...

— Conte-me! Diga-me agora! — Eu olhei para longe de seus olhos,


porque, no fundo, eu realmente não queria saber.

— Sempre tive sentimentos por Amanda...

Meu coração bateu e se desintegrou dentro do meu peito. Meus


joelhos se dobraram e meu corpo caiu para o chão.

Ele continuou: — Eu tinha sentimentos por ela, mas eu nunca fiz


nada sobre isso, por que... — Ele sentou-se no chão. — Porque eu estava
apaixonado por você. Nunca tive a intenção de tomar uma atitude sobre
esses sentimentos, mas em janeiro passado nós dois estávamos bebendo
e uma coisa levou à outra e...

— E vocês tiveram relações sexuais?

— Sim... E eu...
— Onde?

— Onde o que?

Eu tomei uma respiração profunda. — Onde é que vocês fizeram


sexo naquela época? Onde aconteceu?

Ele evitou meus olhos. — Aqui... Você estava fora da cidade


naquela conferência de Parker Brothers... E eu sei que eu deveria ter
parado naquele dia. Eu deveria ter lhe contado, mas eu não podia. Eu
honestamente não sabia como contar para você, porque era mais do que
apenas sexo entre nós. Era...

— Você é o pai de seu bebê? — Eu precisava ouvi-lo dizer isso.

Ele não respondeu.

— Você é o pai de seu bebê?! — Eu gritei.

— Sim. — Sua voz falhou. — Eu... Eu sinto muito que você teve que
descobrir desse jeito e que eu a coloquei nisso... Eu vou fazer o que for
preciso para ganhar sua confiança novamente. Eu vou ter que pagar-lhe
pensão alimentícia, mas vou deixá-la ir. Eu vou fazer uma terapia e nós
podemos...

— Você está apaixonado por ela?

— Claire, não...

— Me responda! Você está apaixonado por ela?

— Sim.

— Você ainda me ama?

— É claro que eu te amo, Claire. Eu...

— Você está apaixonado por mim?


Seu silêncio foi a resposta mais alta que ele tinha dado a noite
toda. Sua falta de palavras me desamarraram e me obrigaram a
desmoronar na frente dele.

Ele começou a falar sobre os meus gritos, dizendo palavras de


algum tipo, mas tudo que eu podia ouvir era o rugido de sangue em meus
ouvidos, meu coração destruído literalmente.

Eu me enrolei em posição fetal e chorei. Eu ficava dizendo: — Fique


longe de mim, acabou —, mas ele passou os braços frios em volta de mim
e se recusou a me deixar.

Eu queria acreditar que poderíamos passar por isso juntos, que ele
poderia se apaixonar por mim novamente e poderíamos esquecer esse
caso. Mas, quando os dedos úmidos acariciciaram meus ombros, eu
percebi que eu não confiava mais nele. E eu não queria me machucar
ainda mais por ter que aprender a confiar nele novamente.

Na parte da manhã, com um mínimo de dignidade que me restava,


eu calmamente disse-lhe que queria o divórcio.

— O fracasso do meu casamento não foi minha culpa. — Eu exalei


e abri meus olhos.

Senti meu telefone vibrar e segurei-o na minha orelha. — Alô?

— Mãe, eu preciso de algumas Pop-Tarts4.

— Caroline, você tem um carro e um emprego em tempo parcial.


Vá até a loja e compre você mesma.

— Gastei meu último cheque com um iPod! Além disso, Ashley


disse que estava no supermercado e eu não posso fazer o meu trabalho

4
Pop-Tarts é um biscoito pré-cozido recheado produzido pela Kellogg‘s
sem Pop-Tarts. Você pode comprar para mim e deixá-los na biblioteca?
Por favor?

Às vezes, eu jurava que minhas filhas não se parecem comigo.


Elas não podiam. Aos dezesseis anos de idade, tinham todos os
melhores livros do mundo, mas o seu QI de bom senso era,
provavelmente, negativo.

— Quantos anos você tem?

— Dezesseis. — Ela suspirou. — Oh meu Deus! Meu Deus! Depois


te ligo de novo, mãe! O caminhão de sorvete está chegando na rua! Eu
tenho que ter uma Elmo-sicle!

Assim que eu estava prestes a colocar meu telefone de volta na


minha bolsa, minha outra filha ligou. — Sim, Ashley?

— Quanto tempo eu deveria deixar o pão no forno?

— Você não deveria mexer no pão, Ashley. Eu disse que era para
o jantar. Ele era o acompanhamento do espaguete e...

— Eu estava faminta! O que eu deveria comer?

— Salada de frango e sushi que sobrou.

—Eu sou uma vegan5 desde a noite passada mãe. — Ela me deu
um de seus ―você apenas não me entende‖, com gemidos. — Lembra-se?
Eu não posso comer carne. Você pode comprar alguns produtos de soja
enquanto você estiver fora? E eu peço que me desculpe, por favor, mas
eu queimei o pão completamente... Por que o forno não fez um som para
alertar-me? E por que cada panela de plástico que eu coloquei no forno
derreteu? Sinto muito!

Meu Deus...

— Falo com você quando eu chegar em casa, Ashley. — Eu


desliguei.
5
vegetariana
Minhas filhas não se parecem comigo. Se eu tivesse dezesseis
anos de idade, com um emprego e um carro compartilhado, eu não
estaria pedindo nada a minha mãe. Em seguida, eu rolei a lista do meu
telefone para baixo e liguei para minha própria mãe. — Mãe, você ainda
está vindo jantar hoje à noite?

— Claro. Que horas devo ir?

— Sete horas. E eu preciso que você traga um pouco de pão


assado. Eu tinha um pronto, mas Ashley colocou outra panela de
plástico no forno.

— É preciso verificar essas meninas, Claire. Eu disse que elas


nasceram com metade de um cérebro.

— Eu que o diga! Vejo você à noite, mãe. Eu vou...

— Espere! Robert Millington me disse que você ainda não ligou


pra ele. Ele realmente quer levá-la para sair. Eu acho que ele seria bom
para você!

Eu tentei não gemer. Robert era filho do melhor amigo da minha


mãe. Ele era dois anos mais velho do que eu, mas ele não era atraente e
sim extremamente maçante. Fazia as piores observações enfadonhas.
Sua ideia de uma grande conversa era discutir as diferenças entre a
política americana e britânica.

— Não, obrigado, mãe. Não estou interessada.

—Por que não? Ele é um bom rapaz! Ele tem seu próprio
escritório de advocacia, Está em grande forma...

— E ele é chato. Eu vou passar. Vejo você à noite, mãe. — Eu


desliguei.

Eu caminhei indo para o corredor de bebida e peguei uma caixa


de leite integral. Fui para a seção de carnes e peguei alguns quilos de
carne de boi e de soja.
Enquanto eu andava, eu olhei para o reflexo no vidro pairava
sobre o balcão de frango. Eu ainda tinha problemas para me reconhecer
em alguns dias. Eu ainda tentava chegar a um acordo com a nova
mulher e amando na verdade, me maquiando e passando mais de 20
minutos melhorando meu cabelo.

Você ainda se tem... Você ainda se tem... Você ainda...

Eu empurrei meu carrinho em linha reta e derrubei as caixas de


cereais.

Grande...

Abaixando-me, comecei a colocá-los de volta da melhor maneira


que pude. Eu queria consertar tudo antes do inútil gerente dizer sua
infame ―Erros como este são o que elevam nossos preços.‖

— Precisa de alguma ajuda? — A voz profunda disse atrás.

— Claro. — Eu não olhei para cima. Eu me mantive empilhando


as caixas vermelhas entre as amarelas, me certificando se cada caixa
estava perfeitamente alinhada na formação da metade de um diamante
brega.

Quando eu arrumava a ultima caixa de cereal no topo da pilha,


eu me virei para olhar para o homem que me ajudou.

OH. MEU. DEUS...

Ele tinha um daqueles rostos de anuncio de Ralph Lauren e


intensos olhos azuis que brilhavam com uma leve sugestão de luz, uma
linha da mandíbula perfeitamente esculpida com uma barba por fazer
sexy, e lábios cheios, bem definidos que pareciam suficientemente
convidativos para beijar o dia inteiro.

Ele estava vestido com jeans azul escuro e uma camisa preta com
―San Francisco‖ em letras brancas. E por alguma estranha razão, ele
estava sorrindo para mim.
Ele provavelmente é um estudante da escola de direito do final da
rua... Se eu pudesse voltar no tempo... Oh, bem...

— Umm... Obrigado por sua ajuda. — Eu me virei e voltei para o


meu carrinho.

— Espere um minuto —, disse ele enquanto caminhava. — Não


entendi seu nome.

Que fofo...

— Claire.

— Prazer em conhecê-la, Claire. Eu sou Jonathan. — Ele


estendeu a mão para apertar a minha. — Eu sei que isso pode parecer
clichê, mas eu não posso sair da loja sem saber se eu posso levá-la para
sair hoje à noite.

O Quê? Ele acabou de me convidar para sair? Esta noite?

— Umm...

— Você pode escolher o lugar. — Ele deu um sorriso branco


perfeito e passou a mão pelo seu cabelo preto.

— E podemos nos encontrar lá, se você não quiser que eu vá


buscá-la.

Pare de olhar para o seu sorriso e evite o seu olhar em algum


lugar mais baixo... Não queira olhar!

— Eu gostaria, mas... — Eu literalmente não podia tirar os olhos


dele. Ele era o homem mais sexy que eu já vi, o rosto tinha que ter sido
pessoalmente esculpido pelos deuses, e eu estava começando a sentir
essa estranha onda de calor correndo em minhas veias. — Eu não
posso.

— Será que é porque você está saindo com alguém? — Seus olhos
desviaram para a minha mão esquerda nua. — Você é casada?
Ele tem que estar brincando comigo...

— Não. Eu não sou casada e não estou saindo com ninguém. Eu


sou...

— Então, será oito horas, hoje à noite, tudo bem? Aonde


exatamente você quer ir? Ele olhou diretamente nos meus olhos e eu
quase caio no chão.

O olhar que ele estava me dando deveria ter sido reservado para
uma cena sedutora em um filme de romance e seu sorriso encantador
era letal...

— Olha, eu estou completamente lisonjeada, mas você parece


tipo, muito jovem.

Ele franziu a sobrancelha. — Isso é muito gentil da sua parte de


dizer, mas por que não responde à minha pergunta? Onde você quer
que...

— Quantos anos você tem, Jonathan?

Seus belos olhos iluminaram-se — Vinte e oito.

Vinte e oito?! Por que eu ainda estou aqui de pé divertindo ele?


Ele é 11 anos mais jovem do que eu! Não, obrigado...

— Bem, você é muito jovem para mim. Eu tenho uma prima que é
tem mais a sua faixa etária. Ela está atualmente estudando direito, mas
se você quiser eu posso ligar e lhe perguntar se...

— Você não quer sair comigo?

— Não. Estou velha demais para você e eu não sou uma cougar
woman6 ou uma ladra de berçário. Tenho duas filhas e eu me sentiria
mal de qualquer jeito, se elas me vissem namorando alguém que tem a
nossa diferença de idade.

6
cougar woman é o termo utilizado para a mulher que tem como namorado um
homem mais novo
— Nossa diferença de idade?

— Sim. Eu tenho trinta e nove, o que significa que quando você


tinha oito anos de idade e estava aprendendo a construir fogos com os
escoteiros, eu tinha dezenove anos e estava na faculdade. Isso significa
que quando você tinha dezenove anos e estava tentando descobrir o que
você queria fazer de importante, eu tinha trinta anos e estava tentando
construir uma carreira em marketing. E no caso de você não perceber
quantos anos nos separa, são onze anos. Você não vê problema com
isso?

— Não realmente. — Ele sorriu. — Mas eu não posso forçar


alguém a sair comigo, posso? Eu poderia, pelo menos, dar-lhe o meu
número apenas no caso de você mudar de ideia?

— Claro. — Eu peguei meu telefone e prometi apagar o seu


número mais tarde.

— É 555-9845... Eu realmente espero que você mude de ideia,


Claire. — Ele me deu outro daqueles olhares sedutores e se afastou.

— O que você está esperando? Ligue para ele, Claire! Hoje à noite!

— Shihhh! Eu não quero que todos aqui saibam da minha vida


pessoal, Sands!

— Tanto faz, — ela sussurrou. — Porque você não pode sair com
ele?

— Ele tem vinte e oito anos!

— O que significa que ele tem praticamente trinta! Qual é o


problema? Ele não te pediu para casar com ele. Ele simplesmente
pediu-lhe para sair e lhe disse para sugerir o lugar.
— Eu teria que me fazer de uma cougar woman embora? Onze
anos mais jovem do que eu? Espere, 12 anos mais novo que eu, uma
vez que a sexta-feira está chegando... O que minha mãe vai achar? E
quanto à mãe dele?

— Claire, é um simples encontro. Pelo menos, vocês dois vão se


encontrar e, sair mais algumas vezes, e então você pode finalmente ter
algum sexo! Quanto tempo você não tem?

Meus colegas todos olharam para mim.

— Voltem ao trabalho! — Eu esperei para que olhassem para


longe de mim e olhei para Sandra. — Eu só estou aqui há alguns anos.
Poderíamos tentar não fazer meus colegas fofocarem sobre mim?

— Desculpe. — Ela me seguiu até o canto do meu escritório. —


Você odeia ficar aqui de qualquer maneira... Tudo o que eu estou
tentando te dizer é que você não tem um encontro desde quando...

— Eu saí no mês passado, lembra-se? Tucker Williams. Ele era


um cirurgião pediátrico e...

— Por favor! Ele não perguntou uma única coisa sobre você a
noite toda e ele amaldiçoou você porque você não o encorajou. Agora
que penso nisso, esse é o único encontro que você teve desde que você
se mudou para cá! Em quatro anos! Você realmente precisa começar a
namorar novamente.

Eu suspirei. — Eu vou, eu vou, mas somente homens que são da


minha idade ou então um pouco mais velhos.

— Tudo bem, mas você não tem uma boa razão para não
considerar o convite desse cara, Jonathan. Quem se importa se ele é
mais jovem? Você disse que ele era atraente, certo?

Ele é mais do que apenas “atraente”...

— Sim. — Eu me inclinei contra a minha mesa. — Ele é...


— Então vá em frente! Você ainda pode procurar um cara mais
maduro nesse meio tempo, mas você não pode se divertir um pouco até
encontrar um?

— Okay, Okay. Vou ligar para ele hoje à noite.

— Senhorita Gracen? — Minha assistente chamou.

— Sim, Rita?

—Sr. Barnes quer todos os diretores na sala de conferências para


a reunião de visão global da semana.

— Eu estou indo. — Eu apertei o botão do meu interfone do


escritório finalizando e dei um abraço em Sandra.

— Eu acho que eu deveria voltar para meu trabalho hein? — Ela


encolheu os ombros. — Não se esqueça de me ligar depois de falar com
ele. — Ela caminhou em direção aos elevadores do leste e eu caminhei
para os do norte.

Outra reunião de visão global com o Sr. Barnes e o resto dos


diretores era a última coisa que eu queria fazer hoje. Ninguém nunca
tinha qualquer coisa remotamente interessante para discutir nessas
reuniões. Elas geralmente implicavam apenas no o Sr. Barnes
vomitando sobre debater ideias até que Bob, da pesquisa demográfica,
adormecesse e batesse com a cabeça na mesa na mesma hora em que
todos viam que outra reunião terrível estava terminada.

Eu tomei o meu lugar na mesa de vidro de conferência e me


sentei.

— Boa tarde a todos! — Mr. Barnes parecia extremamente jovial


hoje. — Como de costume, nós temos alguns empreendimentos muito
importantes e planos promocionais que precisamos discutir. Mas, antes
de entrar nisso, eu quero apresentá-los a alguém que nunca nos visitou
antes... Vindo diretamente do quinquagésimo andar, o membro
fundador e CEO Jonathan Statham!
Todo mundo ficou de pé e aplaudiu quando ele entrou na sala. Eu
dei uma palmada suave e estava prestes a começar o meu padrão
rotineiro ―abstrair de tudo‖, até que eu notei que todas as diretoras do
sexo feminino estavam salivando, sim, salivando, para quem tinha
entrado por aquelas portas.

Virei à cabeça para a esquerda e vi que o ―Jonathan‖ que eu tinha


conhecido no supermercado na semana passada era o Jonathan
Statham.

Meu queixo caiu quando eu o examinei. Ele estava ainda mais


sexy em seu terno azul-marinho. Ele raspou a barba e seu cabelo
escuro estava penteado elegante, não havia um único fio fora do lugar.
Seus olhos estavam brilhando em um tom sedutor de azul, e eu não
conseguia tirar os olhos de seus lábios... Ou aquele sorriso...

Ele acenou com a cabeça para todos e cada um de nós,


levantando a sobrancelha quando seus olhos se encontraram com os
meus.

Seus lábios se curvaram em um sorriso irônico e ele começou a


falar. — É uma honra estar hoje em sua reunião. Com mais de quatro
mil funcionários, é difícil conhecer todo mundo, mas este ano eu quero
me tornar mais transparente, mais disponível. — Seus olhos
encontraram os meus novamente.

— Me desculpe não dizer o quanto eu valorizo vocês todos os dias,


mas eu realmente valorizo —, continuou ele. — Como vocês sabem, nós
estamos passando por uma fase de reestruturação. Nós vamos sacudir
algumas coisas para cima nas próximas semanas com a contratação de
novos talentos. Não se preocupem! Ninguém estará perdendo o
emprego. Estamos prestes a assinar contrato com quatro grandes
clientes e queremos garantir que a nossa equipe de marketing é tão
forte quanto ela pode ser.
Apenas acenda a chama e começaríamos de novo se esse fosse o
caso...

— Eu vou passar a bola de volta para você agora, Mr. Barnes. —


Jonathan caminhou ao redor da mesa e se sentou na minha frente.

A diretora de arte que estava sentada ao lado dele corou rosa


brilhante.

Todo mundo estava em seu melhor comportamento para uma


mudança. As pessoas estavam participando da reunião e contribuindo
com ideias, em vez de rolarem afastados em seus telefones ou olhando
para fora das janelas.

Eu contribuí sempre que fui chamada, e não pude deixar de notar


que Jonathan estava observando cada movimento meu.
Ocasionalmente, ele iria redirecionar seu foco para a tela do projetor ou
sobre quem estava falando, mas seus olhos azuis penetrantes sempre
encontraram seu caminho de volta para mim.

Por que ele está olhando para mim? E por que ele está fazendo
isso de forma tão óbvia?

Eu respondi a outra pergunta sobre nossa mais recente


campanha publicitária e peguei Jonathan piscando para mim quando
ele se servia de um copo de água. Eu tentei olhar para longe dele, mas
era muito difícil.

Ele era muito sexy.

Eu estava feliz por eu tinha aperfeiçoado a minha cara de pau de


alguns anos atrás; Eu era mestre em fazer cara afetada.

Talvez Sandra estivesse certa. Talvez eu possa sair com ele e, pelo
menos, ter algum sexo bom com ele. Eu não tive relações sexuais em
um longo tempo. Um tempo muito longo... Espere, quatro anos,
realmente era um longo tempo?
— Senhorita Gracen? — Mr. Barnes interrompeu meu
pensamento.

— Sim?

— Você ainda está disposta a trabalhar como coordenadora da


equipe ao invés de passar a bola para o IPO7 da empresa este Verão?
Tem certeza de que quer presentear o seu bilhete para um estagiário?

Jonathan inclinou a cabeça para o lado e estreitou os olhos para


mim.

— Sim, Sr. Barnes. — Girei minha cadeira ao redor. — Eu não


quero ir. Eu acho que deveríamos dar oportunidade para o estagiário
trabalhar mais duro ao longo dos próximos meses.

— Excelente ideia! — Ele começou a dizer outras coisas e eu fiz


um esforço consciente para manter os olhos colados na apresentação.

Eu olhava para o relógio a cada cinco segundos, esperando que a


reunião tivesse chegado ao fim para que eu pudesse saltar e sair. Eu
pensei que tinha que haver algo de errado comigo. Eu não podia
acreditar que estava realmente fantasiando sobre um homem que era
11 anos mais jovem do que eu.

— Senhorita Gracen, você trouxe os dados por segmento com


você? — Mr. Barnes interrompeu meus pensamentos novamente.

— Será que você incluiu as últimas pesquisas no protótipo?

Você poderia, por favor, acabar com essa porra de reunião?!

— Sim. — Eu levantei uma pasta azul.

— Ótimo! Você poderia dar isso a Mr. Statham, por favor? E


quanto a você, senhora Turner? Por acaso você descobriu se...

7
O Initial Public Offering -Oferta Pública Inicial
Eu estava sintonizada nele. Eu queria pular sobre a mesa e o
arrastar batendo por continuar com esta reunião por mais tempo do
que o necessário, fingindo que nós realmente fazemos coisas produtivas
só porque estávamos na frente do CEO.

Eu virei minha cadeira e vi Jonathan sorrindo para mim com a


mão estendida. Eu não me incomodei e coloquei a pasta na sua mão.
Eu não queria nenhum contato físico entre nós, especialmente não com
aquele sorriso de molhar calcinha dele.

Enfiei sobre a mesa e me virei.

A reunião chegou ao fim uma hora depois, com a cabeça de Bob


sem prumo fazendo um estrondo como um martelo, e todo mundo se
movimentando para a porta.

Eu pulei da minha cadeira e apertei entre o Sr. Barnes e o diretor


regional. Eu estava prestes a sair da sala quando Jonathan agarrou a
minha mão, causando um choque súbito de eletricidade que ondulou
através de mim.

Ele deve ter sentido isso também, porque ele imediatamente


soltou a minha mão.

— Por favor, posso falar um momento com você, Senhorita


Gracen? — Perguntou.

— Claro, o Sr. Statham... — Me desloquei para o outro lado da


sala.

Ele esperou até que o último diretor saísse da sala e fechou a


porta antes de caminhar até mim.

— Há quanto tempo você trabalha aqui, senhorita Gracen? — Ele


colocou ênfase sutil sobre a palavra 'senhorita' e sorriu.

— Cerca de quatro anos.


— Hummm. Eu não posso acreditar que eu só a conheci agora. —
Ele esfregou o queixo. — Você gosta disso?

Tem que haver uma palavra melhor do que “sexy” para descrevê-
lo...

— Eu gosto do que?

— Seu trabalho na empresa.

— Você quer que eu seja completamente honesta?

— Isso seria legal.

— Eu absolutamente odeio isso aqui, mas os escritórios estão


decorados muito bem. Os designers de interiores fizeram um inferno de
um bom trabalho.

— Bom saber. — Ele riu. — Presumo que desde que você não me
ligou você não está interessada em sair comigo?

Eu balancei a cabeça fracamente. — Claramente.

— Posso perguntar por que, senhorita Gracen?

Ele precisa parar de dizer meu nome assim...

— Há várias razões.

— Explique as principais. — Ele deu um passo na minha frente e


olhou profundamente em meus olhos. — Mas a sua idade e o fato de
que você tem filhos não são razões suficientes para mim.

Poker face8... Poker face... — Bem, como eu tenho certeza que


você já sabe, é contra a política da empresa.

— Eu posso refazê-la até o final da semana.

— Também é completamente imoral e altamente inadequado.

8
cara de tédio
— Isso é... Discutível. — Ele estendeu a mão e tirou uma mecha
de cabelo do meu rosto. — É tudo?

Eu não disse nada. Eu não podia dizer nada.

Eu estava muito ocupada me perdendo em seus incríveis olhos.


Eu percebi que eles não eram inteiramente azuis; sua íris foi delineada
em uma nuvem fina de carvão vegetal cinza e havia manchas de verde
esmeralda brilhando dentro delas.

— Senhorita Gracen? Existem outras desculpas? — Ele avançou


ainda mais perto de mim, esfregando um pouco o nariz contra o meu.

Por que estou tão excitada agora? Eu não deveria estar me


sentindo assim... Ele é muito jovem para mim, muito jovem para mim...

— Eu não me sinto atraída por você.

Ele ergueu a sobrancelha. — Sério?

— Sim. Realmente.

— Hummm. Bem, eu acho que é uma razão boa o suficiente. —


Ele olhou para o relógio. — Eu tenho outra reunião para ir... — Ele se
afastou de mim. — Foi bom ver você novamente. Vejo você por aí?

—Eu acho que sim. — Eu balancei a cabeça e observei ele sair da


sala.

Eu escrevi algumas anotações no meu diário ―Zen‖ e suspirei. —


Eu amo meu trabalho... Eu amo meu trabalho...

Não. Ainda não está funcionando...

Não importa quantas vezes eu disse isso em voz alta, eu ainda


odiava o meu trabalho. Com uma paixão eterna.

Eu passei por outro monte de propostas de campanhas e joguei-


as todas em minha pilha ―De jeito nenhum‖. Meus colegas estavam
realmente começando a me irritar. Todas as suas ideias recentes eram
mais terríveis do que o habitual; era como se eles não estivessem sequer
tentando.

Eu comecei a escrever mais um e-mail inspirador para animá-los,


para inspirá-los a pensar em algo que não seja uma droga, mas um e-
mail marcado como ―importante‖ apareceu na minha tela.

De: Jonathan Statham,

Para: Claire Gracen

Assunto: Relações com Funcionários

Data: 08 de janeiro de 2013 14:30

Senhorita Gracen,

Eu sei que você rejeitou a minha proposta anterior, mas há algumas


coisas que eu gostaria de discutir com você. Você teria qualquer tempo livre
na noite de sexta-feira?

Statham Indústrias CEO,

Jonathan Statham

De Claire Gracen

Para: Jonathan Statham,

Assunto: Re: Relações com Funcionários

Data: 08 de janeiro de 2013 14:35

Mr. Statham,

Uma vez que chega 05h na sexta-feira, eu não tenho vontade de


discutir qualquer coisa relacionada a Statham Industries, principalmente por
que eu sou paga por hora e horas extras são estritamente proibidas. A
próxima hora que eu vou estar disponível para discutir estas chamadas
“relações trabalhistas” será na segunda de manhã. Às 8h.

Por favor, marque um horário com minha secretária.

Diretora Executiva de Marketing,

Claire Gracen

Eu cliquei em enviar e desliguei meu computador. Fui até o meu


calendário de parede, suspirando na data em que foi circulada, e risquei
fora com um marcador vermelho com a data de ontem.

Mais quatro dias até o grande 4.0...

— Senhorita Gracen! — Mr. Barnes correu para o meu escritório.


— Existe alguma chance de que você poderia levar o nosso mais recente
painel até o departamento de arte? Os outros diretores e eu fomos
chamados para uma reunião de estratégia de emergência com o Sr.
Statham.

O Quê! Por que não fui chamada? Será que ele vai atrapalhar a
minha carreira porque eu o rejeitei? Como ele é imaturo...

Como se tivesse lido minha mente, ele me deu um olhar


simpático. — Tenho certeza que eles não estão mandando você
embora... Eu vou lutar ferozmente para levá-la fazer você ficar.

— Obrigada. — Levantei-me e peguei o painel de suas mãos. —


Ei, ei, ei! Nós não podemos usar isso!

— O Quê? Por que não?

— Você está brincando comigo? Isso é racista!

— Como assim?

Eu suspirei. Esta era mais uma razão pela qual eu odiava


trabalhar aqui.
Nós deveríamos estar descobrindo com maneiras de comercializar
o novo ―sPhone Blue‖, mas o meu departamento havia perdido a marca,
mais uma vez: Na placa estava uma imagem de um campo de algodão,
mas em vez de flores de algodão que crescem no topo das plantas,
haviam sPhones. Havia escravos com cestas em seus quadris, sorrindo
amplamente quando eles ―colhiam‖ a planta. Na parte inferior do
quadro estavam as palavras: ―Apoiar os bons velhos tempos, o novo
sPhone Azul.‖

— Com todo o respeito, Sr. Barnes, eu não estou levando essa


merda lá em cima. Precisamos apresentar algo melhor.

— Tudo bem. — Ele pegou a placa de volta. — Bem, pelo menos


vá buscar as placas de ontem de volta. Eu vou pegá-las com você após a
reunião de emergência. — Ele definitivamente enfatizou a palavra
―reunião‖ para me irritar só por que eu não fui convidada.

Assim que ele saiu de meu escritório, eu fui para os elevadores.


Eu me disse que depois que eu pegasse o trabalho artístico, daria uma
segunda pausa para o almoço uma vez que os outros diretores eram
mais importantes do que eu era.

Mais cinco anos e eu posso sair... Apenas cinco anos a mais...

Eu entrei num elevador vazio e apertei trinta, mas desci para o


porão. Em seguida, ele foi para o nível dois. Em seguida, ele foi para o
nível quatro.

Eu estava prestes a descer e tentar outro elevador, mas Jonathan


Statham pisou dentro.

Cada nervo do meu corpo correu ferozmente. Meu coração


começou a vibrar contra o meu peito, eu podia literalmente ouvi-lo, e os
formigamentos começaram a rastejar para cima e para baixo na minha
espinha.
Ele se virou e sorriu para mim, e como uma adolescente do
ensino médio, eu me espremi, me afastando para longe dele. Eu não
queria que ele soubesse que estava me afetando.

Eu mantive meus olhos focados nos botões de ouro que


iluminavam quando passamos por todos os andares:

Dez... onze... doze...

O elevador parou subitamente.

Eu olhei e percebi que ele tinha apertado o botão de parada.

— A sua razão para não sair comigo não faz qualquer sentido. —
Ele se virou para me encarar. — Diga me a verdade.

— Por favor, faça a gentileza de seguir em frente com sua vida,


Mr. Statham. Tenho certeza que você tem coisas muito mais
importantes a fazer do que assediar uma empregada de nível médio. Eu
lhe disse que eu não me sinto atraída por você.

— E eu acho que você está mentindo. — Ele se aproximou. —


Você está atraída por mim.

Estou bem ciente...

— Você normalmente é tão arrogante? Certamente você pode


aceitar o fato de que eu não me sinta atraída por meninos.

— Meninos? — Seus olhos endureceram.

— Sim... — Minha respiração engatou. — Isso faria de mim uma


pedófila.

— Sair comigo faria você uma pedófila?

— Sair com você iria fazer a minha vida um pouco mais


complicada do que eu preciso que ela seja. Você claramente não pode
lidar com a rejeição, provavelmente não têm maturidade emocional, e é
definitivamente mais compatível com alguma insípida de 20 anos de
idade que ainda não sabe a diferença entre emoções e...

Ele me empurrou contra a parede e me beijou, forçando meus


lábios separados, tentando controlar a minha língua com a dele.

Tentei afastá-lo, tentei fechar os meus lábios de volta juntos e agir


como se não estivesse ligando, mas uma vez que eu senti seus braços
deslizando em volta da minha cintura, eu lentamente desisti e o beijei
de volta.

Eu me pressionei contra ele, sufocando um gemido quando ele


mordeu meu lábio inferior enquanto me prendeu contra a parede com
seus quadris.

— Espere... Pare... — Eu me afastei dele. — Eu tenho que voltar


ao trabalho.

— Diga-me a verdade. — Ele deu um passo para trás. — Diga-me


que você quer sair comigo.

— Talvez eu queira, mas...

— Escolha o lugar.

— Eu não tenho certeza se isso seria muito apro...

Ele me puxou de volta em seus braços e me beijou mais do que


antes, deixando-me completamente sem fôlego.

— Escolha o lugar .

— Eu... — Eu respirei fundo. — Eu não posso sair na sexta-


feira... E no sábado?

— Porque você não pode sair na sexta-feira? — Ele apertou os


braços em volta de mim.

— É meu aniversário... Meus amigos têm uma mesa reservada


para mim no Havana.
— Interessante. Eu posso ir?

O quê? Por quê?

— Se você quiser... Claro...

— Ok. — Ele me soltou e apertou no botão iniciar. — Eu vou te


ver sexta-feira. Podemos discutir a nosso encontro para sábado, então.
— Ele manteve os olhos em mim enquanto ele se movimentou para o
outro lado do elevador.

Debrucei-me contra a parede e respirei várias vezes para fazer a


minha respiração voltar ao normal. — Eu sei que você não trabalha em
RH ou qualquer coisa, mas eu era a única diretora que não foi
convidada para a reunião extraordinária desta tarde. Você disse que
ninguém estava perdendo seu trabalho, mas... Estou sendo demitida?

— O quê? Por que você sequer pensou isso? Claro que não. — Ele
riu. — De que outra forma eu poderia ficar sozinho com você?

As portas se abriram no vigésimo quarto andar e ele saiu.

— Oh, e Miss Gracen? — Ele se virou e segurou as portas abertas.


— Antes que eu esqueça... Quando você tinha trinta e estava
expandindo a sua carreira de marketing, eu tinha dezenove anos, mas
eu não estava procurando o sentido da minha vida. EU saindo e
começando a minha própria empresa de software, essa mesma empresa
que você odeia trabalhar hoje em dia. — Ele moveu suas mãos das
portas e elas fecharam em seu sorriso sedutor.

Eu voltei para meu escritório e troquei minha calcinha no


banheiro pela segunda vez esta semana. Eu sabia que meu estoque de
calcinhas de emergência viria a calhar em algum momento, mas eu
estava pensando que seria por que eu iria derrubar café em minhas
calças, e não por ficar excitada assim porque eu encontrei Jonathan
Statham.

Isso não é bom... Isso não é bom...


Capítulo 4
Jonathan

E u fui até o setor de recursos humanos e puxei o


arquivo de Claire. Seu currículo era impecável. Ela
tinha era graduada em Negócios pela Universidade
de Pittsburgh, mestrado em marketing pela Carnegie Mellon, e ela
trabalhou em vários anúncios de alto nível das campanhas de Ralph
Lauren, Versace, Microsoft, Google.

Antes de vir trabalhar para mim, ela passou quatro anos dirigindo
projetos em Cole e Hillman Associates em Pittsburgh, a maior empresa
de publicidade na Costa Leste.

Por que ela saiu de lá para vir para cá? A posição dela aqui é um
rebaixamento... Provavelmente, ela estava sendo paga a metade do que
ela estava acostumada ganhar...

Peguei o elevador para o meu andar e suspirei. Mesmo que sua


data de nascimento estava claramente registrada em todos os seus
arquivos, eu não podia acreditar que ela estava prestes há completar
quarenta anos. Ela não parecia ter quarenta. De modo algum.

Não que eu dei à mínima; Na verdade, eu achei muito engraçado


que ela pensou que sua idade seria um problema.

— Sr. Statham? — Minha secretária olhou para cima, logo que eu


andei perto sua mesa. — Eu tenho algo para você — Ela me entregou
um cartão:
Jonathan,

Eu tenho certeza que você percebeu que eu não estava na

reunião do conselho hoje e eu sinto muito que eu não lhe disse

antes.

Eu estou indo para Paris por um tempo para fazer o

planejamento do casamento da minha melhor amiga Joanna, se

lembra dela? Ela é a mesma que disse que você e eu faríamos

um bom par no baile de caridade do ano passado. :-) De

qualquer forma, eu estou tendo uma ideia, e se eu precisar

desocupar meu assento no conselho para que você possa nos dar

uma oportunidade, com certeza vou considerá-lo.

Eu estarei pensando em você enquanto eu estiver fora.

Espero que você esteja pensando em mim,

Vanessa.

Eu não tinha notado que ela estava ausente na reunião e eu tinha


certeza que eu nunca aludi à possibilidade dela e eu termos a chance de
ficar juntos. Eu tinha perdido a conta de quantas vezes eu disse a ela
que eu só a via como uma amiga, nada mais.

Abri a porta do meu escritório e apaguei as luzes. Jogando minha


jaqueta no sofá, deitei me preparando para tirar um cochilo, mas eu vi a
minha ex-namorada sentada na minha mesa.

— Audrey? — Sentei-me. — O que você está fazendo? Como você


entrou aqui?

Eu pensei que a tinha banido da vida...


— Eu queria falar com você sobre nós.

— Quem?

— Nós...

— Não há nenhum ―nós‖. Não tem havido um ―nós‖ há mais de


um ano.

— Apenas me ouça, por favor. — Ela fez sinal para eu sentar na


frente da minha mesa.

Eu suspirei. Abri um painel na minha parede e tirei uma garrafa


de bourbon. Servi-me um copo e lhe ofereci uma garrafa de água antes
de me sentar.

— Vá em frente. — Eu tentei não parecer irritado. — Estou


ouvindo.

— Bem, eu estava pensando no outro dia. Você se lembra quando


nós falamos sobre casamento algumas vezes?

— Nós terminamos um ano atrás. Eu não mantenho um arquivo


listado sobre cada conversa que tivemos.

Ela se inclinou para frente na cadeira e mordeu o lábio. — Isso


funcionaria perfeitamente para o como as nossas carreiras foram
criadas. Nenhum de nós queria ter filhos, e nós queríamos viajar o
mundo a cada ano, uma vez que amarrássemos o nó... — Ela começou
a desabotoar sua jaqueta. — Você não se lembra de nada disso?

— Não.

— Bem, eu lembro. Você e eu estávamos muito unidos em um


momento e, em seguida, nós simplesmente nos afastamos...

— Isso foi antes ou depois que você ligou para todas as minhas
ex-namoradas? Antes ou depois que você mentiu sobre estar grávida e
me arrastou para um falso médico?
Ela deslizou a jaqueta, revelando que ela não estava usando nada
por baixo, apenas um sutiã de renda cor de rosa.

Antes que eu pudesse me levantar, ela caminhou ao redor da


mesa, mostrando a calcinha combinando.

— Audrey... — Eu não senti qualquer atração. — Por favor, se


vista. Eu não tenho tempo para isso.

— Você sabe que você não quer me vestir, Jonathan... Faça amor
comigo. Bem aqui. Agora. Nós nunca tivemos a chance de fazer sexo em
seu escritório.

Um ano atrás, eu teria feito com alegria e pegaria ela na frente


das minhas janelas do chão ao teto, mas eu estava farto dela e seus
joguinhos bobos. Ela tinha sido a causa de muito drama na minha vida
e eu não queria mais isso.

— Coloque suas roupas ou eu vou mandar a segurança vir e a


levar para fora. Coloque de volta o que você estava vestindo, agora!

Ela deslizou sua calcinha. — Mas você me disse para aparecer


aqui vestindo isso! Você disse que queria falar de nós para voltarmos a
ficar juntos!

— O Quê? Do que você está falando? — E o que é aquele ponto


vermelho piscando na minha estante? Isso é uma GRAVAÇÃO?

— Eu sei que você me quer de volta, Jonathan, mas você tem que
mudar. — De repente, ela parecia ferida. — Somente admita seus erros,
peça desculpas e nós podemos voltar a ficar juntos... Eu finalmente o
perdoei por me bater no dia de Natal, me deixando com um olho roxo...
E hematomas nas minhas costelas... E eu sei que você não quer que eu
vá até a imprensa sobre esse assunto, por isso se você preferir pagar...

— Ok. — Eu andei até o objeto que estava piscando. Era um


gravador em forma de uma caneta em miniatura vermelha, e o joguei
para fora da janela.
— Eu não sei o que diabos você está tentando fazer, mas você
sabe muito bem que eu nunca bati em você. Nunca. Tudo o que
tínhamos foi divertido enquanto durou, mas isso tudo que era muito
bonito foi antes de você se transformar em uma psicopata. Por favor,
saia do meu escritório!

Ela começou a chorar. — Eu disse que estava arrependida! Eu


pensei que você estava me traindo quando eu destruí o seu Aston
Martin com fogo!

Eu não posso acreditar que eu quase esqueci que...

Eu andei atrás da minha mesa e peguei suas roupas amarrotadas


da minha cadeira.

— E eu me desculpei por ligar para todas as suas ex-namoradas!


Eu precisava saber se você ainda estava falando com elas! Eu precisava
saber que você era realmente meu!

Entreguei-lhe as roupas e me sentei. — Você tem um minuto,


Audrey. Se vista antes que eu chame a segurança.

— Eu ainda acho que você e eu poderíamos tentar de novo! Eu sei


que você ainda me quer!

Eu peguei meu telefone. — Greg, eu preciso da segurança para vir


e escoltar alguém para fora do meu escritório assim que possível.

— O sexo era incrível! Lembra-se? Nós poderíamos fazer isso por


horas e horas! — Ela deslizou para dentro do jeans e vestiu o blazer. —
Você não pode dizer que você não sentiu falta disso! Por que você não
me quer de volta?

Houve uma batida na minha porta.

— Entre! — Eu chamei.

Dois guardas de segurança entraram e olharam para mim, depois


para Audrey.
Ela imediatamente parou de chorar, como sempre fazia, sempre
que havia um público inesperado.

— Eu não preciso de qualquer ajuda para descer a escada! — Ela


riu. — Obrigado por ligar para eles, de qualquer forma. Meus joelhos
estão bem, Jonathan!

— Você realmente deve seguir com sua vida. — Eu balancei


minha cabeça. — Isso faria bem para você. Poderiam os dois, por favor,
escoltar a Senhorita Greene para fora no estacionamento e se certificar
de ter seu nome fora da lista dos visitantes autorizados?

—Sim, senhor. — Eles fizeram um gesto para que ela deixasse a


sala primeiro.

Audrey olhou para mim e fez uma careta. — Eu não quero você de
volta de qualquer maneira, você me sugava na cama! Você não poderia
manter seu pau dentro das calças, por mais de um minuto!

Jesus...

A porta se fechou e eu me inclinei para trás em minha cadeira.

Talvez eu precise namorar com alguém mais velho... Alguém mais


maduro...

Na quinta-feira, eu fiquei no trabalho até mais tarde planejando a


reconstrução do departamento de marketing. Eu não tinha ideia do
porque Claire odiava tanto seu trabalho, mas se as ideias do
departamento dela fossem aquelas apresentadas para o sPhone azul, eu
provavelmente odiaria trabalhar aqui também.

Suas apresentações eram horrorosas, horríveis: ―O novo azul


sPhone: Somente azul-l‖, ―O novo sPhone azul. Sim, é azul‖, e ―O novo
azul sPhone: Compre-o. Pergunte depois‖.

Não havia nenhuma maneira de que “adultos” aparecessem com


essa bobagem...
Eu fechei a pasta e decidi chamá-los um dia. Estávamos
definitivamente tendo que contratar novos talentos.

Em breve.

Peguei o elevador, desci para a vaga executiva e deslizei para o


meu Bugatti. Mudando de marcha, eu estava preparado para acelerar e
ir fazer o caminho de casa, mas eu vi Claire discutir com um motorista
de caminhão de reboque do outro lado do estacionamento.

Assim que eu parei, ele partiu com o que eu imaginei era o seu
SUV.

— Claire? — Eu saí do meu carro, olhando para a forma como


sua saia preta estava apertada nos seus quadris, a forma como a sua
blusa verde esmeralda expunha apenas a quantidade certa de decote.

Ela olhou para mim e balançou a cabeça. — Este é um exemplo


perfeito de porque eu odeio trabalhar aqui. Isso é realmente necessário,
rebocar carros de seus próprios empregados, se ficar até mais tarde?
Isso é realmente a melhor maneira de desencorajar as horas extras?
Como se apenas fosse possível desligar o maldito relógio do tempo, no
final do dia?

Ela passou por mim e se sentou em um banco. Ela pegou o


telefone e gemeu. — Sim... Eu preciso de um táxi em Statham
Industries. Estrada Jennifer, 130... Eu estou indo para o Reboque de
Carro do Joe na Rua Jefferson. Sim... Não... Sim, eu vou precisar.

— Hey. — Eu me sentei ao lado dela. — Sinto muito sobre o seu


carro. Deixe-me levá-la para buscá-lo.

— Não, obrigado. Eu posso cuidar disso sozinha. Eu tenho


certeza que isso era um sinal para eu começar a procurar um novo
emprego.

— Não, eu tenho certeza que foi um sinal para você não


estacionar o seu carro na vaga apenas ―das nove as cinco‖.
O queixo dela caiu e ela estreitou os olhos para mim.

— Foi uma piada. — Eu sorri. — Sorria. Eu te levo lá. Vai poupar


seu dinheiro e os 40 minutos esperando.

— Obrigado mais uma vez, mas eu vou ficar bem. Tenha uma
ótima quinta-feira, Sr. Statham. — Ela virou-se para mim e falou ao
telefone. — Sim... Por favor, cartão de crédito. Sim. Estou pronta agora.
— Ela retirou seu Cartão de crédito. — É um VISA e o número é três,
zero, um, sete, oito, um...

Eu tirei o cartão da mão dela e fui até o meu carro. Eu prendi


meu cinto de segurança e a ouvi batendo na minha janela segundos
depois.

Eu rolei para baixo e levantei minha sobrancelha.

— Sei que pode ser difícil para você —, disse ela, cruzando os
braços —, mas você poderia agir como um adulto maduro e me dar meu
cartão de crédito de volta? Eles não vão me pegar a menos que tenham
o número completo.

— Quanto mais rápido você entrar, mais rápido que poderemos


pegar o seu carro.

Ela respirou fundo e olhou para mim. — Eu vou pedir mais uma
vez para me dar o meu cartão de crédito... Por favor, me dê o meu
cartão de crédito de volta, Sr. Statham. Agora.

— Entra no carro, Claire.

— Eu disse que não. — Ela estendeu a mão. — Por favor, seja um


cavalheiro.

— Você está certa. Onde estão as minhas maneiras?

Saí do carro e dei a volta para o lado do passageiro, abrindo a


porta para ela. Quando ela não fez nenhum movimento, eu levantei-a
em meus braços e a levei até seu assento, ignorando os suspiros
exagerados.

Eu deixei meus dedos ficar contra seu corpo por alguns segundos
a mais do que o necessário, me deleitando e sentindo sua pele macia.
Eu fechei a porta e caminhei de volta para o meu lado do carro,
acelerando antes ela pudesse decidir sair.

— Coloque seu cinto de segurança. — Eu encaixei o meu no


lugar. — Claire?

Estendi a mão ao seu ombro e dobrando a alça para ela,


resistindo à vontade de tirar a sua blusa.

Ignorando o brilho intenso que ela estava me dando, eu saí em


disparada em direção à rodovia.

— Obrigada pela carona, o Sr. Statham. — Ela limpou a garganta


20 minutos depois do passeio.

— Obrigado por aceitá-la. Estou desconvidado para sua festa de


aniversário agora?

— Não. — Ela olhou para fora da janela. — Você ainda pode vir se
quiser.

Eu estava indo independentemente...

— Bom. Como foi seu dia no trabalho?

— Maravilhoso. Como sempre é Sr. Statham.

Virei na próxima saída. — Por favor, me chame de Jonathan.

— Eu prefiro o Sr. Statham. Isso me ajuda a não esquecer que é


por isso que eu nunca vou sair com você.

Eu ri. — Eu amo uma mulher com senso de humor.


Eu entrei no estacionamento do reboque e parei em frente ao
escritório. Claire apressadamente desafivelou seu cinto de segurança,
mas me aproximei e coloquei a mão sobre a dela.

— Espere aqui. Eu vou buscar para você. É o mínimo que posso


fazer.

Eu andei dentro do pequeno prédio e a recepcionista corou. —


Como posso ajudá-lo hoje, senhor?

— Estou aqui para recuperar um carro que foi rebocado cerca de


meia hora atrás na Estrada Jennifer. É um prata...

— Audi Q7? — Ela tirou uma pasta da prateleira acima de sua


mesa. — Meus registros dizem que estava estacionado em uma zona
sem uma autorização de estacionamento adequado. Statham Indústrias
deve ser um lugar horrível para trabalhar, hein? Nós rebocamos pelo
menos dez carros por dia de lá.

—Sim, é um lugar horrível. Quanto é para tirar o carro?

— Trezentos e cinquenta dólares.

Isso é ridículo... Meus funcionários realmente tem que pagar isso


tudo cada vez?

Entreguei-lhe meu cartão de crédito e ela tinha que preencher


algumas páginas de papelada.

—Eu vou trazer em um segundo. — Ela desapareceu.

Quando eu caminhava de volta para fora, Claire estava encostada


no capô do meu carro com os braços cruzados acima de sua cabeça.
Imagens dela deitada em minha cama, na bancada do meu chuveiro e
no meu iate rapidamente passaram pela minha mente.

As coisas que eu faria com ela...

— Quanto lhe devo? — Ela se sentou, franzindo a testa.


— Nada, exceto o nosso encontro, que nós estaremos discutindo
em sua festa de aniversário.

— Eu não penso assim. Tudo bem você vir à minha festa de


aniversário, mas depois do que aconteceu hoje, eu não vou sair com
você. — Ela suprimiu um sorriso. — Quer dizer que...

— Nós vamos discutir isso na sexta-feira.

Fora do canto do meu olho, eu vi o carro dela rolando através do


terreno. Quando ele se aproximou, eu ouvi um som de estalo estranho e
então eu vi o problema: Ambos os seus pneus traseiros foram
triturados; eles estavam como telas de borracha.

— Você está brincando comigo? — Ela correu quando um cara


desalinhado saiu de seu carro. — Por que meus pneus se parecem com
isso? Eles estavam ótimos há 30 minutos!

Ele deu de ombros e atirou-lhe as chaves. — Eu só manobro os


carros ao redor. Eu não faço perguntas senhora.

— Como é que eu vou chegar em casa com isso? — Ela estava


furiosa agora, e eu poderia dizer que ela estava tentando muito não dar
uma tapa nele. — Por que você deliberadamente cortou os meus pneus?
Rebocar o carro não era o suficiente?

— Bem, senhora, nós vendemos pneus aqui se você estiver


interessada. Atualmente, temos uma promoção de instalação grátis se
você quiser comprar.

— Cale a boca. — Ela balançou a cabeça. — E fique longe de mim.


Agora.

Ele se afastou dela com as mãos levantadas em derrota. Ele


puxou um panfleto dizendo ―venda de pneus‖ de seu bolso e entregou
para mim antes de desaparecer.
— Sinto muito sobre o seu carro de novo. — Eu esperei que ela
olhasse para mim. — Eu não sabia que eles...

— Não se preocupe com isso. Eu só vou lembrar para não


estacionar o meu carro na zona de ―nove as cinco apenas‖ de agora em
diante. Você vai me impedir de chamar um táxi desta vez também?

— Por que você não dirige meu carro para sua casa? Eu vou levar
o seu para uma loja de pneus e tê-lo de volta na empresa para você
amanhã.

— O quê? — Ela parecia confusa. — Você está me oferecendo


para deixar dirigir seu... — Ela olhou para o meu carro e deu de
ombros. — Que tipo de carro é esse?

Eu sorri. — É um Bugatti.

— Certo. E você está levando meu carro para uma loja de pneus?
Qual é o truque? Você acha que fazendo isso vai me fazer sair com
você?

— Não, preste atenção. Eu acho que você já sofreu decepção


suficiente para um dia. Só isso.

Ela me estudou por um minuto, olhando nos meus olhos como se


estivesse contemplando a minha oferta. — Eu não quero sentir como se
eu lhe devesse nada por causa disso... Eu vou apenas chamar um dos
meus amigos para vir me buscar. Tenho certeza...

— Não há nenhuma dívida, Claire. Eu só estou tentando ser legal


com você. Você pode me deixar ser bom para você?

Ela ainda parecia insegura, mas ela balançou a cabeça.

— Bom. Estacione na vaga as oito amanhã de manhã e deixe as


chaves dentro. Eu vou estacionar o seu no lugar as nove e deixar as
chaves com o segurança.
Ela pegou algumas coisas do seu carro e me entregou as chaves.
— Tem certeza que está tudo bem com me deixar conduzir o seu carro?
Não seria mais fácil para você me levar para casa?

— Por mais que eu gostaria de levá-la para casa, Claire... — Eu


sorri. — Eu tenho certeza que você provavelmente acha que seria
inapropriado.

Ela corou. — Você está absolutamente certo. — Ela deslizou para


dentro do banco do motorista, travando seus olhos nos meus por
alguns segundos antes de finalmente conduzir para fora.

Peguei meu telefone. — Greg? Sim. Estou na Rua Jefferson, n


3465. Eu preciso de um caminhão de reboque e um carro para a
cidade... E você poderia conseguir que Sr. Lane, da Segurança do
estacionamento, me ligue dentro de cinco minutos? Preciso fazer uma
mudança imediata para a política de estacionamento dos funcionários.

Eu vi meu Bugatti indo com facilidade para a rampa da


interestadual de longe e suspirei.

Eu nunca deixe ninguém dirigir aquele carro...


Capítulo 5
Claire

E u acordei no meu quadragésimo aniversário com


nenhum sentimento diferente do que no dia anterior.
Não houve momento de introspecção súbita ou
descoberta, nenhum sentimento de pavor, nenhuma sensação de
intranquilidade. Nada.

Eu corri para o espelho para me certificar de que a Mãe Natureza


não tinha decidido jogar rugas e vincos no meu rosto todos de uma vez
e ter certeza que ela não estava tentando fazer uma piada cruel comigo.

Ela não o fez, e ela não tentou.

Eu me preparei para o trabalho como sempre fiz, fazendo um


esforço para não pensar em como Jonathan Statham era sexy ou sobre
o seu Bugatti preto lustroso que estava estacionado em frente da minha
casa.

Eu escorreguei no meu vestido branco favorito e blazer


combinando; Eu sempre admirei a forma como os babados lisonjeavam
as minhas curvas e fazia a minha cintura parecer dois tamanhos
menores.

Eu li os cartões de aniversário das minhas filhas deixados na


mesa da cozinha e me alegrei com o fato de que elas tinham comprado
um bolo na loja em vez de tentar assar um.
Eu tinha certeza que eu nunca teria a chance de dirigir um
Bugatti novamente, então eu peguei o caminho mais longo para
trabalhar. Eu fui pelos bairros residenciais do litoral, cruzei e passei
alguns parques, e circulei em torno do prédio da empresa cinco vezes
antes de estacionar na vaga executiva.

— Senhorita Gracen? — Minha assistente Rita me encontrou, logo


que eu passei pelas portas.

— Sim?

— Em primeiro lugar, feliz aniversário! Segundo, os irmãos Klein


solicitaram especificamente você para liderar o projeto de anúncio para
seus novos Eco-tablets. Devo dizer-lhes que você vai estar disponível
para fazer isso?

— Sim. Isso é bom.

— Ótimo. — Ela rabiscou algumas notas em sua agenda e


esforçou-se para acompanhar o ritmo dos meus passos.

— Senhor Barnes está doente hoje; sua esposa ligou do hospital.


Isso deixa você com a responsabilidade de trabalhar com a versão beta
do roteiro da equipe esta tarde.

Perfeito...

— Mais alguma coisa? — Eu empurrei a porta do meu escritório


aberto.

Ela e eu engasgamos. Meu escritório foi preenchido com buquês


de lírios e rosas brancas e balões cor de rosa que cobria completamente
a parede das minhas janelas.

Uau...

— Eu não sei que horas tudo isso chegou aqui... — Ela coçou a
cabeça. — De qualquer forma, eu preciso de suas anotações sobre a
proposta de orçamento do ano o mais rapidamente possível, e o Sr.
Statham marcou uma reunião daqui a 30 minutos com você, às onze
horas em ponto.

— O Quê? Qual foi a última coisa que você disse?

— Senhor Statham quer se reunir com você às onze horas em


ponto, em seu escritório.

Sobre o quê?

— É tudo?

— Não —, ela disse.

Ela puxou um pequeno cartão de rosa da sua prancheta.

— Feliz aniversário novamente, senhorita Gracen. Você é muito


melhor do que o último diretor com quem eu trabalhei. Eu estou
falando sério.

— Obrigada, Rita.

Da minha cadeira movi um vaso de lírios e abri o cartão de prata


que estava em cima.

Claire,

Eu espero que você esteja apreciando seu aniversário. Estou ansioso


para passar parte dele com você esta noite.

- Seu Completamente imoral e altamente inadequado Chefe,

PS: Você esteve deslumbrante todos os dias desta semana...

Eu fiquei lisonjeada, mas eu não tive tempo para pensar sobre o


porquê dele ter enviado tantas flores, e eu sabia que não teria tempo
para me encontrar com ele; Eu tinha muito trabalho a fazer.

Das oito para as nove, verifiquei se todos no departamento


estavam fazendo seu trabalho e supervisionei a reunião de debate dos
estagiários. Eu até consegui poupar alguns minutos extras para
adiantar algumas das atribuições atrasadas do Sr. Barnes.

Das nove horas para dez horas em ponto, eu consultei os


diretores de arte sobre o material visual ―sPhone azuis‖, participei de
uma teleconferência com o comitê de marketing nacional, e comecei a
ler a proposta de relatórios de despesas para a nossa campanha do eco-
tablet.

As 10: 55, meu telefone tocou.

— Claire Gracen. Quem fala?

— Senhorita Gracen, eu sou Ângela, a secretária de Sr. Statham.


Eu estou verificando sua agenda e vejo que ele solicitou uma reunião
com você hoje. Você está subindo?

Eu tenho duas centenas de páginas para ler...

— Não, Ângela. — Eu folheei os papéis. — Eu não estou. Poderia,


por favor, informar o Sr. Statham que enquanto eu aceito compromissos
de última hora de clientes, todo o pessoal, mesmo os internos ou os
meus próprios superiores, tem que agendar seus compromissos, com
pelo menos, 24 horas de antecedência. Isso é a política da empresa
desde 60 dias atrás. Ele é a pessoa que enviou o memorando, então ele
deveria saber disso.

A linha ficou em silêncio. Eu tinha certeza de que muitas pessoas


não rejeitavam uma reunião com o CEO.

— Eu hum... — Ela tossiu. — Eu vou informá-lo disso, senhorita


Gracen. Tenha um bom dia.

— Você também. — Eu desliguei.

Eu continuei olhando para os relatórios de despesas, fazendo


pequenas anotações aqui ou ali. Eu estava com meio caminho andado,
quando ouvi uma batida na minha porta.
— Eu não quero nada para o almoço, Rita! Obrigada!

A porta se abriu e Jonathan entrou.

Ele sorriu enquanto fechava a porta. — Bom dia, senhorita


Gracen.

— Olá, Sr. Statham... — Minha boca ficou seca e meu corpo ficou
tenso com a visão dele. Ele realmente era um exemplo puro de como
deve ser um homem perfeito. Ele estava vestido com um terno preto
impecável com uma camisa de botão branca e brilhantes abotoaduras
de prata que brilhavam contra a luz.

Seus olhos estavam sobre mim intensamente, e eu sabia que ele


estava ligeiramente passando a língua do outro lado dos lábios de
propósito.

Ele sentou-se na cadeira em frente a minha mesa e sorriu ainda


mais. — Como você está hoje?

— Estou muito bem, e você?

— Muito bem. Você sabe, eu normalmente não sou repreendido


por um empregado, mas é refrescante saber que existem outras
políticas que precisam ser alteradas.

Eu não disse nada. Meu coração estava batendo muito rápido e


eu não queria que ele sentisse que eu estava completamente atraída por
ele.

Pense sobre a sua idade... Pense sobre a sua idade...

Ele colocou os cotovelos sobre a mesa e se inclinou para frente. —


Você não poderia dispor de 30 minutos para mim?

Respire fundo, evitei o olhar, encarei a parede atrás dele, e limpei


minha garganta.

— Senhor. Statham...
— Você realmente não tem que me chamar assim quando
estamos sozinhos.

Minha respiração engatou com a maneira como ele tinha dito


―sozinhos‖ e eu respirei fundo.

— Eu me sinto mais confortável chamando-lhe assim uma vez


que este é, e sempre será estritamente um relacionamento profissional.
E não, eu não poderia dispor de 30 minutos. Nosso diretor chefe ligou
avisando que estava doente hoje, então eu tenho que lidar com seus
relatórios, bem como o meu próprio, eu não tenho muito tempo livre.

— Nada mais justo, — ele disse quando olhou nos meus olhos. —
Eu só queria devolver pessoalmente as chaves do seu carro. — Ele
colocou na minha mesa. —E dizer-lhe feliz aniversário em pessoa.

— Bem, muito obrigada e eu aprecio todas as flores. Seu discurso


levou apenas três segundos, então não havia necessidade de um
intervalo de tempo de 30 minutos. Se você não se importa, eu preciso
terminar minha leitura agora. Tenha um ótimo dia, o Sr. Statham. —
Eu olhei para o meu trabalho, esperando que ele dissesse ―Você
também‖ e deixasse o meu escritório, mas o senti de pé e caminhando
até mim.

Eu me esforcei para agir como se ele não estivesse na sala, para


manter o foco sobre o documento que eu estava lendo, mas eu o senti
pairando logo atrás do meu ombro.

— Claire...

Eu virei minha cabeça lentamente e olhei para ele. — Sim?

Ele ficou em silêncio.

Ele estendeu a mão e passou os dedos pelo meu cabelo lento e


suavemente, fazendo meu coração bater dez vezes mais rápido. Ele se
inclinou como se ele fosse me beijar, inclinando meu queixo para cima,
para que seus lábios pudessem tocar os seus, usando a outra mão para
acariciar meu pescoço, mas então ele parou de repente.

Ele deu um passo para trás e suspirou. — A que horas sua festa
de aniversário começa hoje à noite?

— Nove... — Eu mal podia ouvir minha própria voz.

— Bem, eu tenho uma reunião de última hora esta noite então eu


posso sair muito tarde. Eu estive esperando por isso a semana toda.

Silêncio.

Olhei em seus olhos e ele olhou de volta para os meus. Havia uma
tensão palpável no ar e eu queria que ele cortasse através dela. Eu
queria que ele desse um passo a trás e me beijasse até que eu estivesse
com falta de ar, e rasgasse as minhas roupas e...

Seu celular começou a tocar, nos rompendo para fora do encanto.

— Alô? — Ele respondeu, mantendo os olhos em mim. — É... Ao


meio-dia na segunda-feira. Ok... Ok, eu vou estar lá. — Ele se dirigiu
para a porta. — Eu vou te ver hoje à noite?

— Sim... — Eu esperei até que a porta se fechasse e sai da minha


cadeira.

Eu estava na frente do espelho do banheiro do Havana e puxei


meu vestido. Era um vestido vermelho colado que terminava perto do
meio das minhas coxas e acentuava meus seios, o tipo de vestido que
eu impediria que as minhas filhas usassem, até que tivessem vinte e
um.

— Você não acha que isso faz com que pareça que eu estou
forçando a barra, Sands? — Eu me virei e franzi o cenho com o
profundo decote na parte de trás. — Isto é um pouco revelador...
— Forçando a barra para fazer o quê? Você está bem, Claire?! Se
eu tivesse as suas pernas, gostaria de mostrá-las o tempo todo. E o seu
chefe ainda vem?

Eu balancei minha cabeça. — Eu não sei. Ele disse que tinha


uma reunião mais tarde.

— Bem, eu espero que ele venha. Eu tenho que ver o homem que
faz com que você se envergonhe.

— Ele não me faz corar!

Sandra apertou os lábios e me deu aquele olhar ―se é o que você


diz‖. Ainda me chocava que ela nunca encontrou alguém para se
sossegar. Ela era bonita, tinha a seu próprio escritório, e parecia jogar
charme em cada homem que ela conhecia. Ao contrário de mim, ela
aceitou a idade de quarenta e um, e jurou que ela estaria a pouco de
quarenta e dois a qualquer dia.

— Será que vamos ficar aqui a noite toda, Claire? Você sabe Helen
não pode se sentar sozinha por tanto tempo.

— Certo. — Eu me olhei pela última vez e segui de volta para o


salão.

Nós caminhamos para a nossa mesa reservada, mas Helen não


estava lá.

Um homem em um smoking branco deu um passo para a nossa


frente. — São as senhoras uma parte do grupo de Claire Gracen?

— Sim. Eu sou Claire Gracen —, eu disse.

—É um prazer conhecê-la, senhorita Gracen. Venha comigo. —


Ele sorriu. — Lamentamos que não adaptamos a sua mesa assim que
chegou. Por favor, nos perdoe.
Dei de ombros e Sandra e eu seguimos o homem em um elevador
de vidro, até o nível da varanda que dava para o piso de mármore na
pista de dança.

Ele nos levou até uma mesa VIP de luxo em um canto onde Helen
estava tomando um Cosmo e sorrindo.

— Eu disse a vocês para não gastar muito dinheiro para o meu


aniversário. — Eu me sentei, olhando para trás e para a frente entre ela
e Sandra. — Por que vocês...

— Você acha que qualquer uma de nós iria gastar milhares de


dólares em uma mesa VIP para uma noite? — Helen zombou. — Eu
acho que eles confundiram seu nome com o de outra pessoa, mas eu
vou beber tanto quanto eu puder antes que eles possam descobrir isso.

— Eu também! — Sandra pegou um vidro. — Saúde a Claire por


finalmente se juntar ao clube dos quarenta! O melhor clube que existe!

Nós brindamos nossos copos juntas e rimos.

Enquanto conversávamos, os garçons continuaram a reabastecer


nossas taças e trazendo mais bandejas de deliciosos petiscos e
insistindo que nós experimentássemos as especialidades exóticas que
só estavam disponíveis no bar do outro lado da sala.

Eu ficava perguntando-lhes sobre o preço das bebidas e do


montante, esperando que não fosse demais ao final da noite. No
entanto, cada vez que eu perguntei, eles riam e diziam: — Não se
preocupe. Já foi providenciado.

— Então, na semana passada eu fiz sexo no jardim zoológico. —


Helen colocou sobre a mesa a bebida. — Eu acho que eu poderia ter
vivido sem aquilo. Eu não tenho certeza se fazer isso bem na frente e
em exposição para a girafa foi tão emocionante como eu pensava que
seria.
Eu coloquei de volta minha taça de bebida. — Poderíamos não
falar sobre sua vida sexual por um dia? Pelo menos dessa vez?

— Oh doce Claire, o que há de errado? Você ainda está sofrendo


de ―síndrome de abstinência de pau‖? O.K. Isso só dura o tempo que
você deixar durar. Embora você deva saber que você está atualmente
em seu auge sexual. Vendo como você ainda não teve sexo desde Deus
sabe quando, eu não posso nem pensar em voltar tão longe então...

—Ok, Helen. Seu argumento está claro. — Eu suspirei. — Conte-


nos a sua maldita história.

— Com prazer.

Sentei e escutei enquanto Helen entrou em todos os detalhes,


sobre como ela e algum sócio dela tinha escapado para o zoológico e
depois de horas tiveram relações sexuais no banco direito na frente dos
animais em exposição no deserto. Eu não tinha certeza que parte eu
deveria ter estado mais espantada: Com o fato de que ela realmente
tinha tido uma noite de sexo em um jardim zoológico, ou o fato de que
os animais foram até a cerca para assistir.

— Oh meu Deus! — A mandíbula de Sandra caiu. — Não olhe


logo para trás, mas o homem mais sexy que eu já vi saiu do elevador.
Ele parece realmente importante... Eu me pergunto se ele é uma
celebridade.

Eu observei as mulheres na mesa atrás de nós ofegantes e


sussurrando, então eu lentamente me virei para ver de quem elas
estavam falando: Jonathan.

Ele estava balançando a cabeça quando o gerente entregou-lhe


um cartão de visita. Ele apertou a mão do homem quando ele olhou
para a nossa mesa.
Nossos olhos se encontraram e meu coração acelerou; meus
nervos estavam funcionando de forma incontrolável e meu corpo
parecia que estava pegando fogo.

Eu me virei para trás para Sandra. — É ele —, eu sussurrei.

— Ele quem?

— Boa noite, Claire. — Jonathan estava perto em um segundo


mais tarde.

— Boa noite, Jonathan... — Engoli em seco e me senti corar. —


Umm, esta é Sandra e esta é Helen.

— Boa noite, senhoras. — Ele sorriu.

— Boa noite. — Ambas praticamente desmaiaram.

— Eu sou o único cara aqui? — Ele olhou para mim.

—Sim...

— Ok. Eu já volto.

Ele caminhou até o bar, e uma vez que ele estava fora do alcance
da voz, Sandra bateu no meu ombro. — Esse é seu chefe? Sua
descrição não lhe faz qualquer justiça! Esquecendo a coisa da idade,
Claire, ele é sexy como o inferno.

— Ele é solteiro? — Helen olhou para ele.

— Ele está levando, — Sandra balançou seu dedo. — Claire para


um encontro com ele.

Eu não estou namorando ele!

— Bem, quanto tempo! Bem-vindo a Loba da cidade! — Helen riu


e tomou um longo gole de sua bebida.

Em qualquer outra noite, eu já responderia a sua pequena


observação boba, mas era o meu aniversário e eu não a deixei me
atingir. Além disso, eu não era uma ―loba‖ real, ela era. Ela quase
nunca tinha encontros com alguém da idade dela. O namorado mais
velho que ela teve era 12 anos mais jovem que ela, quando ela tinha
trinta e cinco.

— Foda-se, Helen. — Sandra revirou os olhos. — É melhor não


dizer nada ridículo quando ele estiver de volta.

Helen fez um símbolo de ―honra olheiros‖ com os dedos, e como


por sugestão, Jonathan caminhou de volta até a mesa com uma
bandeja de bebidas exóticas.

— Saúde, para a aniversariante? — Ele sorriu.

Nós todos assentimos e viramos a dose.

Ele deslizou na cadeira ao meu lado e colocou a mão na minha


coxa.

Eu imediatamente me senti ficando quente, então eu tirei a mão e


cruzei as pernas.

Por que eu deixei Sandra me convencer a estar esta noite no


comando?

— Então, Jonathan... — Helen ronronou. — O que exatamente


você faz para viver?

Ela sabe a resposta para isto já... Por que ela está lhe perguntando
isso?

Jonathan colocou a mão na minha coxa. — Eu sou o CEO de


Statham Industries. E você faz o que mesmo?

— Interessante! Eu sou uma advogada no meu próprio escritório


de advocacia, Donovan e Fitz. Na verdade, é a alguns quilômetros de
distância de sua empresa. Como você se tornou o CEO em uma idade
tão jovem?
— Eu comecei a empresa, quando eu ainda estava na faculdade.
Foi apenas algumas coisas e estava cobrando pessoas vinte ou trinta
dólares aqui e ali para instalar todos os tipos de sistemas em seus
telefones ou laptops, mas então eu percebi que poderia construir
telefones e computadores a partir do zero; que eu poderia fazer um
trabalho muito melhor do que de algumas das maiores empresas de
informática. Então, meu professor me ajudou a escrever um plano de
negócios e eu exibi os melhores produtos que eu desenvolvi. Em
seguida, eu tive alguns investidores e professores a bordo com a
condição de que eu seria o CEO da empresa de mesmo nome. Eu fiz um
lucro no primeiro ano e o resto é história.

Uau...

— Muito impressionante. — Helen assentiu. — Deve ser uma vida


bastante agitada. O que você faz no seu tempo livre, e por que você não
se casou? Tenho certeza de que alguém como você tem muitas opções
bonitas para escolher.

Que diabos ela está fazendo?!

Eu estava olhando para ela, silenciosamente pedindo-lhe para


parar de deixá-lo desconfortável, mas ele não parecia nem um pouco
incomodado por seu questionamento insano. Ele parecia calmo e sob
controle.

Ele começou a dedilhar minha coxa com as pontas dos dedos. —


Eu trabalho fora, viajo e guio iates no meu tempo livre.

Ele acabou de dizer ―iates‖? Como no plural?

— E a razão que você não é casado ainda é? Você seja demasiado


rico para talvez estar amarrado para baixo? Tendo também muito
divertimento por dormir com uma mulher diferente a cada noite?

Deus, por favor, a derrube agora...


Sandra estava dando a Helen o pior olhar da história. Parecia que
ela estava prestes a arrancar seus olhos.

— Não... — Ele sorriu. — Esse definitivamente não sou eu. Eu


acho que eu não encontrei a mulher certa ainda.

— Ok, eu estou indo para o bar para obter uma bebida mais forte.
— Sandra balançou a cabeça.

— Eu vou pegar para você. — Jonathan soltou minha coxa e se


levantou. —A versão mais forte do que você tinha antes?

Sandra concordou.

— Helen, você também?

— Sim. — Ela piscou os olhos.

— Claire? — Ele deu seu sorriso encantador e eu perdi as minhas


palavras.

Eu balancei a cabeça e ele foi embora.

— Helen! O que diabos você pensa que está fazendo? —Sandra


fala. — Eu disse para não fazer...

— Acalme-se, acalme-se. — Helen bufou. — Eu estava apenas me


divertindo. Ele está claramente na de Claire. Seu olho está transando
com ela a noite toda.

— Helen! — Eu balancei minha cabeça.

— Não, nada de Helen! É a verdade. Ele está de olho em você


agora, porra, e em todo o caminho até lá. E você vem fazendo isso
também, então se prepare. Vocês dois deveriam apenas acabar com
isso. O setor dos banheiros privados daqui são realmente bons. Dica,
dica.
Eu caio na gargalhada. Eu deveria saber que Helen estava apenas
brincando com ele. Ela muitas vezes teve o prazer em testar o limite de
nervos das pessoas.

Jonathan caminhou de volta e se assentou com mais bebidas. —


Paradise Golden para você Sandra. — Ele deslizou sobre a mesa. —
Nuvem de chocolate triplo para você, Helen. E para você, — ele disse
quando ele estendeu a mão para a minha —, você gostaria de dançar
comigo?

— Claro. — Eu deslizei para fora da minha cadeira e apertei sua


mão.

Ele me levou para baixo de outra área, esculpida em conjuntos de


pedra, para frente do palco onde uma orquestra estava começando a
tocar.

Ele colocou as mãos em volta do pescoço e passou os braços em


volta da minha cintura, me balançando a uma música que eu nunca
tinha ouvido antes. Estávamos tão perto um do outro que eu estava
respirando seu perfume celestial com cheiro picante que me envolveu e
me fazia nunca querer deixá-lo ir.

— Como foi o seu dia hoje, Claire?

— Bom. E o seu?

— Horrível. — Ele me puxou ainda mais perto. — Até agora.

Eu realmente deveria ter trazido outra calcinha...

— Você sabe, eu poderia jurar que meu carro não tinha assentos
de couro e vidro fume personalizado quando eu dei uma volta com você
no outro dia.

— Ele não tinha? — Ele sorriu.

—Não... De qualquer forma, obrigada. E eu aprecio a melhoria no


atendimento da mesa também.
— Seja muito bem-vinda.

As luzes na pista de dança de repente ficaram escuras, e


pequenas luzes cintilantes começaram a brilhar de cima.

— Senhoras e senhores, é oficialmente meia-noite! —, O maestro


falou. — Para aqueles de vocês que são novos na Havana, os próximos
dez minutos na pista de dança será gasto sob as estrelas!

As luzes foram transformadas de preto ao roxo escuro e a mística


azul e, em seguida, de volta para o preto quando a orquestra começou a
tocar uma versão de ―Proximity to you‖, de Nora Jones.

— Você está maravilhosa esta noite. — Jonathan esfregou parte


inferior das minhas costas.

Eu poderia apenas acenar a cabeça em agradecimento; mas um


toque de seus dedos quase me derreteu no chão. Continuamos a dançar
em silêncio, e eu notei que as luzes foram diminuindo mais e mais e
ficaram escuras; as estrelas cintilantes que antes eram tão brilhantes
piscavam cada vez mais fracas.

Quando ele me segurou perto, eu não podia evitar, mas me sentir


um pouco insegura. Eu sabia que Helen só tinha brincado mais cedo,
mas ela tinha razão: Alguém como Jonathan definitivamente poderia ter
qualquer mulher que quisesse, alguma peituda loira supermodelo
sueca, uma alta com perfil de atriz sexy. Qualquer uma mais segura e
provavelmente muito mais jovem do que eu.

— Você normalmente usa vestidos como este quando você sai? —


Ele puxou a parte de trás do meu vestido.

— Por quê?

— Eu só estou querendo saber.


— Querendo saber por que alguém da minha idade usaria algo
tão revelador? É isso que você pensou quando você me viu hoje à noite?
Você não tem que disfarçar. — Revirei os olhos.

Ele suspirou. —Você é realmente tão presa a sua idade?

Infelizmente sim...

— Não. — Eu olhei para ele. — Eu só acho um pouco estranho


que você não é. Eu não tenho certeza do que fazer com isso ainda, e o
fato de que você só me perguntou sobre meu vestido me faz pen...

—Você quer saber o que eu estava pensando quando eu a vi pela


primeira vez esta noite, Claire?

— Sim...

— Você quer uma resposta honesta ou uma politicamente


correta?

— Honesta.

— Ok. — Ele me soltou de seus braços e se afastou.

Antes que eu pudesse perguntar onde ele tinha ido, eu senti


minhas costas pressionadas contra o seu peito e as suas mãos envolta
em torno de meus quadris.

—Quando eu a vi pela primeira vez esta noite —, ele baixou a voz


e sussurrou em meu ouvido: — Eu queria arrastar você e sair daqui, te
levar para casa, e fodê-la em todos os quartos da minha casa pelo resto
do fim de semana.

Engoli em seco.

— A única razão que eu perguntei sobre o seu vestido é porque


ele fica bom em você, muito, muito bom em você, e se estivéssemos em
um encontro, eu esperaria para ver você aparecer mais com ele. — Ele
me abraçou mais apertado. — Então, você pode, por favor, parar de me
lembrar sobre a coisa da idade? Eu honestamente não daria a mínima
se você tivesse sessenta.

Eu balancei a cabeça e tentei voltar para encará-lo, mas ele não


quis me libertar.

Ele começou a acariciar minhas coxas. — Você pode me prometer


que vai esquecer a coisa da idade?

— Sim...

— Bom. Porque não importa para mim. — Ele me balançou com a


música e começou a plantar beijos ao longo dos meus ombros nus.

Cada beijo enviou um tremor na minha espinha, uma nova


borboleta que vibra contra o meu estômago.

— Você ainda está livre amanhã? — Ele sussurrou.

Eu não lhe respondi. Fazia muito tempo desde que alguém me


afetou assim e eu não queria que sua enxurrada de beijos parasse.

— Claire? — Ele beijou a minha nuca e deslizou uma mão debaixo


do meu vestido.

Ele deve ter percebido que eu não estava usando calcinha, porque
sua mão parou exatamente onde as bandas das rendas deveria ter
estado. Ele beijou meu pescoço novamente e, lentamente, deslizou os
dedos para baixo.

Eu podia sentir a umidade entre as minhas coxas e eu o ouvi


soltar um gemido.

Eu nunca estarei no comando perto dele de novo...

— Responda-me, Claire... — Ele empurrou um dedo dentro de


mim e tortuosamente para dentro e para fora.

Diga que sim... Você ainda está livre amanhã...


Ele empurrou dois dedos dentro de mim, segurando meu corpo
completamente imóvel com o outro braço. Manteve sua punição a um
ritmo constante, beijando meus ombros nus e sussurrando o meu nome
a espera por uma resposta.

— Esta é nossa ultima canção da meia-noite senhoras e senhores


—, disse o maestro quando sinos começaram a tocar. — Depois disso,
vamos estar de voltar para nossa casa com o DJ e acendendo as luzes.

Jonathan, lentamente, puxou seus dedos fora de mim.

Eu pensei que íamos dançar com a música final da meia-noite,


mas ele começou a usar o polegar para massagear meu clitóris. Em
seguida, ele empurrou dois dedos hábeis dentro e fora de mim de novo.

Meu Deus...

Sua pressão foi perfeita. Seu ritmo era implacável. Eu tinha


certeza que eu ia gozar a qualquer segundo, se ele não parasse.

— Senhor Stath..

— Jonathan. — Ele beijou meu ombro.

— Eu... Eu... — Minha respiração ficou presa na minha garganta.


— Pare...

— Não até você responder a minha pergunta. — Ele deslizou a


outra mão embaixo do meu vestido e uma vez novamente paralisou
quando ele percebeu que eu não estava usando sutiã. Ele pegou cada
um dos meus seios, apertando suavemente meus mamilos,
empurrando-me ainda mais para a borda.

Eu disse sim...

— A música vai sair a qualquer momento, Claire, mas eu vou te


segurar aqui, exatamente assim, com as luzes acesas até que você me
responda. — Ele estava esfregando meu clitóris ainda mais duro, mais
rápido, e eu senti intensos tremores se construindo dentro de mim.
— Sim. — Eu mordi meu lábio para me impedir de gritar. Eu não
queria que qualquer uma das outras pessoas ao redor nos olhasse para
saber o que estava acontecendo.

— Trinta segundos até acelerar as coisas de novo! — A voz do


maestro foi abafada.

— Sim, o que? — Ele continuou seu ritmo, continuou acariciando


meus seios, e eu não conseguia segurar mais.

Eu explodi em ondas em torno dele, estremecendo e em


convulsão, mordendo meu lábio com tanta força que, provavelmente,
estaria sangrando. Meus joelhos quase cederam, e levou toda a energia
que eu tinha para não desmoronar em seus braços.

— Sim... Eu estou... Livre para sair amanhã.

— Bom. — Ele retirou os dedos e me virou. Ele puxou o fundo do


meu vestido para baixo e agarrou a minha mão, me levando e passando
o palco.

Ele me levou a um banheiro privado e trancou a porta.

Helen tinha razão, eles eram muito bons e agradáveis. Havia um


espelho antigo do comprimento da parede que cobria toda a parede
esquerda, um lustre rústico com esmeraldas cintilantes, e um sofá e
uma cadeira coberto de veludo vermelho luxuoso.

Se Jonathan tivesse sido qualquer outro homem, eu teria


imediatamente começado a repreendê-lo pelo que ele fez para mim na
pista de dança. Eu diria que era rude e ofensivo e que eu nunca falaria
com ele novamente. Mas ele não era qualquer outro cara e eu não podia
negar que eu amei cada segundo disso; Eu ainda estava em transe.

Ele pegou um pano branco de cima da pia e correu água quente


sobre ele por alguns segundos. Ele me puxou para um canto e deslizou
meu vestido para cima passando em meus quadris.
— Abra suas pernas —, ele sussurrou.

Eu deslizei minhas pernas e olhei em seus olhos quando ele


limpou suavemente o interior de minhas coxas. Ele se moveu seguindo
seu caminho em um movimento sensual lento que quase me enviou
sobre a borda novamente.

Eu tentei descer da intensidade do que eu estava sentindo, mas o


olhar que ele estava me dando estava impedindo que isso acontecesse.
Ele agarrou outro pano, um pano seco, e me acariciou com ele até que
eu estava completamente seca.

Mantivemos nos olhando um para o outro e eu pensei que ele ia


dizer algo, ou me beijar, mas ele simplesmente sorriu e pegou minha
mão.

— Você está pronta para se juntar a suas amigas agora?

Eu balancei a cabeça.

Ele deu em minha mão um leve aperto e me levou de volta para


cima para a nossa mesa. Assim que chegou, ele se ofereceu para buscar
outro drinque para Helen e Sandra.

— Então? — Sandra sorriu. — Seu chefe é um bom dançarino?

— Ele é muito bom... — Eu peguei meu mojito e tomei.

Ela levantou a sobrancelha, mas ela não disse mais nada. Ela e
Helen me contaram sobre dois homens que conheceram durante a
dança da meia-noite, mas eu estava escutei apenas a metade.

Eu ainda estava hipnotizada pelo toque de Jonathan e


honestamente desejando que ele não tivesse terminado tão cedo.

Quando ele finalmente voltou para a mesa, ele falou como se


fossemos todos conhecidos uns dos outro há muito tempo. Para minha
surpresa e decepção, ele não me tocou de novo.
Jonathan colocou seu casaco sobre meus ombros. — Onde você
estacionou? Eu vou levá-la para o seu carro.

— Com sorte, estacionei para o leste.

— Ok. — Ele apertou minha mão e nós caminhamos em silêncio.


Ele me ajudou a entrar no meu carro e antes que eu pudesse sair, ele
bateu na janela.

— Você nunca me disse onde você queria me encontrar amanhã.


— Ele sorriu. — Você já esqueceu?

— Ah, não, eu só... Hum, que tal dar uma volta mais cedo num
lugar com uma excelente vista da cidade? Por volta das oito?

— Isso parece ótimo. Onde?

— Corona Heights Park?

—Vejo você lá. — Ele puxou uma pequena caixa do bolso de trás e
entregou para mim. — Feliz Aniversário novamente, Claire.

— Obrigada. — Eu tentei não corar quando eu rolei minha janela


acima.

Assim que eu parei na frente da minha casa, eu abri a caixa e


desembrulhei a fina camada de papel de seda. Havia uma nota:

Revirei os olhos e puxei para fora o que estava por baixo: uma
pulseira com base de diamante que parecia custar mais do que a minha
casa.

Eu a fechei no meu pulso e assisti brilhar contra a escuridão,


perguntando quando eu iria usar algo como isto em público.
Eu não tinha certeza se eu deveria ficar com ela ou não, mas eu
sabia que iria devolvê-la se eu não escolhesse uma finalidade para ela
em longo prazo.

Olhei para a caixa novamente e notei que havia um pedaço de


papel dobrado firmemente no fundo. Eu usei minhas unhas para puxá-
lo para fora e desdobrei: era uma página do manual do funcionário das
Indústrias Statham.

Destacadas em amarelo estavam às palavras, “Foi revista, a


partir de janeiro de 2013: Está cancelada a cláusula de não
envolvimento entre funcionários em relações interpessoais e já não
é uma violação da política da empresa”.

Acordei às seis da manhã, praticamente arrastando Ashley e


Caroline de suas camas. Não importa quantas vezes eu pedi que elas
fossem para a cama cedo nas noites que tinham trabalho na parte da
manhã, elas nunca escutavam.

— Vocês têm seus crachás de identificação? Vocês sabem que eu


não estou dirigindo para levar para vocês se esquecerem.

— Sim, sim. — Ambas gemeram e como zumbis desceram os


degraus.

Eu as assisti tomar o seu tempo se preparando com suas camisas


polo de trabalho na tábua de passar roupa e calças cáqui, com seus
sapatos de couro brilhando, e discutindo sobre de quem era a vez de
dirigir.

— Ashley, eu tenho certeza que é a sua vez. — Eu suspirei depois


de assisti-las a fazer mais um sorteio.

— Por favor, dirija com segurança e...

— Fiquem juntas. — Caroline gemeu. — Nós temos dezesseis


anos, não seis, mãe. Até mais.
— Tenham um ótimo dia de trabalho. — Eu as enxotei para fora
de casa e esperei até que seu carro saísse para baixo da colina.

Corri para o meu banheiro no andar de cima e mudei a minha


roupa para a mais sedutora de roupa de treino. De algodão Preto e o
agasalho era cor de rosa que se agarrava às minhas curvas, e
combinando com tênis pretos.

— Claire Gracen, isso não é um encontro. É apenas um passeio.


Um passeio comum. — Eu olhei para mim mesma no espelho. — Não
demonstre quaisquer sinais de atração. Não concorde com quaisquer
encontros depois de hoje. Isso é apenas porque ele fez você se gozar na
pista de dança na noite passada e você perdeu o controle... Essa é a
única razão por que você está concordando com isso. Depois de hoje,
essa volta a ser uma relação estritamente profissional.

Eu fui lá fora e acelerei o meu carro, cortando as ruas da cidade


para encosta-lo perto do parque. Eu dirigi através do terreno e vi um
belo Jaguar prata que eu imaginei ser de Jonathan.

Quantos carros ridiculamente caros ele possui?

— Bom dia. — Ele saiu do carro e sorriu para mim. — Como você
está se sentindo hoje?

— Ótima. Você?

—Perfeito. Você quer caminhar ou correr pela trilha?

— Eu quero correr.

— Todos os 8 quilômetros? — Ele jogou uma jaqueta em seu


carro. — Você tem certeza?

— Você não está em forma? Você prefere se nós dirigirmos através


da trilha em vez disso?

Ele riu. — Eu estou em excelente forma, Claire. Eu estava apenas


me certificando de que você tem a resistência para me acompanhar. —
Ele me deu um sorriso malicioso e eu imediatamente me virei e comecei
a correr.

Ele estava ao meu lado em questão de segundos e, juntos,


corremos pela trilha de barro, tecendo através das árvores. Mantivemos
o ritmo um com o outro, nunca parando para tomar um fôlego.

De vez em quando eu podia senti-lo olhando para mim, talvez até


mesmo sorrindo para mim, mas eu estava muito focada em fazer isso
até o final da trilha para retribuir seus olhares.

A corrida era uma maneira de acalmar meus nervos, fazendo-me


sentir em paz, e eu não conseguia focar em mais nada quando os meus
pés estavam batendo na calçada.

Uma vez que eu cruzei o marcador de oito quilômetros, eu parei e


segurei meus joelhos. Ouvi Jonathan ligeiramente ofegante ao meu
lado.

— A maioria das mulheres que conheço não pode correr um


quilómetro sem parar, muito menos oito... — Ele parecia
impressionado. — Você sempre foi uma corredora?

— Claro que não. — Eu afundei até o chão e estiquei as pernas.


— Eu costumava odiar correr... Eu só estou fazendo durante os últimos
quatro anos. Quanto tempo você vem correndo?

— Toda a minha vida. — Ele deslizou a camisa sobre a cabeça,


revelando um conjunto suado de tanquinho. Ele se sentou perto de
mim. — É uma das coisas que eu sou muito bom.

Parecia haver um duplo significado por trás de suas palavras, e


uma parte de mim queria lhe pedir para explicá-lo, mas me lembrei do
discurso que eu tinha me dado mais cedo. Eu não precisava investigar
sua vida pessoal, porque eu não queria lhe dar a impressão errada.

Limpei a garganta. — Oh... Bem, isso soa bem.


— Quantos anos têm suas filhas, Claire? Se você não se importar
de eu perguntar.

— Dezesseis —.

— Elas são gêmeas? — Ele levantou a sobrancelha. — Elas são


idênticas?

Eu balancei a cabeça. — Sim, eu realmente não podia distingui-


las até que elas tinham três. Foi quando elas começaram a desenvolver
suas próprias personalidades pequenas e...

Whoa. Abstenha as informações básicas...

— Você está pensando em nunca terminar essa frase? — Ele


sorriu.

Eu não respondi. Entre as gotas de suor que estavam escorrendo


por seu peito esculpido, os seus lindos olhos e o seu sorriso de
―maldição, eu sei muito bem que você me quer‖, eu estava encurralada.

Eu lentamente me levantei e espanei a sujeira na parte de trás da


minha calça. — Hum... Nós provavelmente devemos voltar agora. Eu
acho que nós deveríamos correr novamente.

— Assim você não terá que falar comigo?

Sim.

—Não, não é isso. Tenho certeza de que você tem um milhão de


outras coisas que você poderia estar fazendo agora então...

— De jeito nenhum. Eu cancelei toda a minha agenda da manhã


para você.

Caramba...

— Isso foi... — Eu olhei para longe dele. — Isso foi muito gentil da
sua parte, mas eu só tenho tempo para uma corrida, então...
— Claire, você me disse que estava livre na noite passada, e eu
tenho certeza que nada mudou entre as duas horas e agora. Você e eu
estamos tendo um encontro, o que significa que uma vez que não houve
almoço ou jantar, vamos caminhar de volta juntos. Então, o nosso
encontro ―miserável‖ que, aparentemente, você se sentiu obrigada a vir
vai acabar, e você pode fingir que realmente tem algum trabalho a fazer.

Eu tentei não sorrir, mas eu não poderia evitar. — Então nós


teremos terminado lá pelo meio-dia. Eu tenho algumas coisas que eu
tenho que fazer hoje.

— O quê, por exemplo?

— Eu tenho que organizar algumas ideias do sPhone azul para a


próxima campanha. Sr. Barnes quer escolher a melhor na segunda-feira
e o que vai ser um milagre...

— Falando nisso, por que você odeia seu trabalho?

— Dizer ao CEO por que eu odeio o meu trabalho? Eu não acho


que possa.

— Eu não vou levar para o lado pessoal. — Ele fez sinal para eu
começar a andar ao lado dele. — Eu realmente quero saber.

— Não, você não quer. — Eu ri.

— Conte-me.

Eu suspirei. — Em poucas palavras: os benefícios dos


empregados são uma droga, os carros que nunca deveriam ser
rebocados do local, os diretores devem ter autorizados pelo menos, 15
horas extras por mês, e trabalhar dois anos apenas para ser elegíveis
para uma semana de férias? Isso é ridículo. Ah, e qual é o ponto em
oferecer café gratuito, já que quase nunca tem café, e quando há, tem
gosto de merda? Só não ofereçam e economize o seu dinheiro. E eu
detesto aquele idiota motivacional que nos faz colocar pufes em nossos
escritórios e nos dá jornais ―Zen‖. Eu poderia ter-lhe dado uma maneira
muito melhor para gastar dois milhões de dólares.

Jonathan parou de andar e olhou para mim, dentro de meus


olhos. Ele ficou em silêncio por um longo tempo, e então ele caiu na
gargalhada. — Você é sempre tão verdadeira?

— Você pediu a verdade.

— Eu acho que eu aprendi minha lição. — Ele sorriu e começou a


andar novamente.

Eu pensei que ele iria me fazer mais perguntas, ou que eu me


sentiria obrigada a lhe fazer algumas perguntas para que a na nossa
caminhada se tornasse mais fácil, mas eu estava realmente curtindo o
silêncio; Eu tinha a sensação de que ele também estava gostando
muito.

Antes que eu percebesse, eu podia ver o estacionamento a


distância e o marcador de quatro quilômetros em linha reta à frente.

Jonathan me seguiu até meu carro e antes que eu pudesse abrir


a porta, ele gentilmente me agarrou pelos meus ombros e me virou.

Ele olhou nos meus olhos novamente. — Eu sei que nós não
conversamos muito, mas eu tive um momento ótimo hoje, Claire.

— Eu também...

Silêncio.

Senti seus dedos correndo pelo meu cabelo úmido, o peito


pressionado contra o meu.

Meu coração estava batendo em um ritmo totalmente novo e não


importa o quanto eu tentei controlá-lo, ele só batia mais selvagem e
mais rápido.
— Vou estar em Nova York para uma conferência esta semana...
— Ele reajustou minha bandana. — Posso levá-la para jantar fora
quando eu voltar no sábado?

Não... Não, você não quer que ele ache que isso pode ir mais
longe... Isto não precisa virar uma coisa de cada fim de semana. Isso não
está acontecendo... Se afaste dele e...

Ele ergueu a sobrancelha. — Claire?

Eu balancei a cabeça.

— Eu preciso que você diga isso em voz alta. — Ele empurrou


meu corpo contra o carro.

Silêncio.

Ele sorriu. — O quê? Não há comentários inteligentes de sua boca


sobre o jantar no sábado?

— Eu acho que nós deveríamos ir devagar... Eu não quero que


você fique com a impressão errada.

— E qual impressão seria essa?

— Que eu me sinto atraída por você, porque isso ainda não


mudou.

— Você está certa. — Ele passou os braços em volta da minha


cintura. — Eu não ousaria pensar isso. É um sim para o sábado?

— É um talvez.

Eu o ouvi rir e, em seguida, senti seus lábios roçar contra os


meus suavemente, suavemente, como se ele não quisesse
completamente me beijar. Ele lentamente me soltou e deu um passo
atrás.

— Eu vou ligar pra você enquanto eu estiver em Nova York. Nós


vamos ter certeza de que ―talvez‖ se torne um sim.
Capítulo 6
Jonathan

P or que tive que concordar em vir a esta conferência?

Sentei-me na primeira fila do salão de baile do Four Seasons e


suspirei quando outros técnicos de software falaram sobre a ascensão à
fama e como eles haviam construído seus impérios a partir do zero.
Normalmente, este tipo de coisa me excita e inspira-me, mas todos os
techies9 este ano eram pessoas que eu trabalhei antes; Eu sabia de
suas histórias de sucesso como a palma da minha mão.

A única coisa diferente era o fato de que eu era o orador principal,


e milhares de alunos do ensino médio foram convidados a vir assistir.

Quando o CEO da Apple, Inc. terminou seu discurso, eu aplaudi e


verifiquei se o meu discurso ainda estava no meu bolso do peito.

— E agora —, disse o anfitrião da conferência enquanto entrava


no palco, — para o discurso final da noite. Senhoras e senhores, tenho
a honra de apresentar o nosso orador principal. Ao longo dos últimos
nove anos, ele se tornou uma força a ser reconhecida na indústria de
software na quebra de quase todos os recordes de vendas quando se
trata de tecnologia de ponta. Seu mais recente produto, o sPhone azul,

9
Especialista em tecnologia
deve ser lançado na Primavera deste ano e já ganhou cinquenta milhões
de dólares em vendas na pré-encomenda!

O público aplaudiu e meu rosto apareceu nas enormes telas de


projeção que ladeavam o palco.

— Senhoras e senhores —, o anfitrião continuou, — um homem


que não precisa de introdução. O CEO da Statham Industries, o Sr.
Jonathan Statham!

Levantei-me e caminhei até o palco, acenando para a ovação de


pé, esperando para a multidão voltar a sentar.

— Muito obrigado a todos por me convidar para a Conferência


anual de tecnologia inovadora. — Eu puxei o meu discurso do meu
bolso. — É uma honra estar aqui, e eu vou fazer um esforço para não
aborrecê-los pelos próximos 20 minutos.

A plateia riu.

Eu li o meu discurso com facilidade, fazendo contato visual com


as pessoas que eu conhecia no meio da multidão, me preparando para a
pior parte de ser o orador principal: a extensa sessão Q & A10.

Durante três horas eu respondi perguntas que não tinham nada,


absolutamente nada a ver com Statham Indústrias:

— Você está solteiro?

— O que você procura em uma mulher?

— Quantas vezes você trabalha fora?

— Quando você está pensando em se casar?

O que era pior foi que meus colegas estavam jogando junto com
os estudantes e agindo como se estas perguntas fossem completamente
normais; Eles mesmos até fizeram algumas perguntas sobre mulheres.

10
Responder a perguntas
Quando a sessão o Q & A foi finalmente encerrada, eu participei
de uma reunião menor com os melhores alunos do país. Felizmente,
engajado em conversas que eram exclusivamente sobre
desenvolvimento de computadores.

Eram dez horas em ponto quando eu terminei, e fiz um esforço


consciente para desaparecer pelo resto da noite.

Eu chamei o elevador para a suíte Penthouse e fui direto para a


minha cama, passando por costume na sala de estar e cozinhas duplas.
Tirei o paletó e acendi a luz.

— Isso tomou bastante tempo! — Minha amiga Stacy rolou para


fora da cama vestindo uma peça de seda preta de lingerie. —Eu estava
começando a pensar que você não viria!

Eu esqueci completamente sobre isso...

Stacy era uma supermodelo internacional que eu havia conhecido


no início da minha carreira. Naquela época, ela estava trabalhando em
comerciais de revistas e eu assumi um grande risco e a tornei porta-voz
nacional do primeiro laptop da minha empresa.

A campanha foi um sucesso durante a noite de lançamento e


levou para o estrelato. Nós tentamos fazer a mesma coisa com o
relacionamento logo depois, mas nós percebemos que estávamos melhor
como amigos com benefícios.

— Eu tenho morango, pina colada, frutas silvestres, e canela


picante. Eu pessoalmente prefiro o lubrificante de frutas silvestres
porque é muito mais suave e não deixa um sabor estranho, mas eu
decidi que eu iria deixá-lo escolher hoje. Oh! E, adivinha o que eu
também trouxe? — Ela puxou um pacote de prata de seu sutiã. — Ultra
ribbed11 para seu e o meu prazer! Sexy, certo?

11
Preservativos com lubrificação
Eu desabei em uma cadeira e ri. — Parece ótimo, mas eu não
sinto que quero isso hoje à noite.

— Perdão? Você não sente que quer isso esta noite? Esta é a
terceira vez que estou em Nova York e você está me recusando de novo?

— Se minha memória não me falha, você me rejeitou as outras


duas vezes.

— Aquelas não contam. Estávamos bêbados e eu não faço sexo


bêbado. — Ela andou até mim e fingiu verificar minha testa e ver se eu
estava com febre. — Espere um minuto. Você e Audrey estão juntos?

— Não.

— Tudo bem... Você saiu do armário recentemente ou algo assim?


Você é gay?

— Perdão?

— Oh meu Deus! Faz sentido! Todos esses anos! Essa é a


verdadeira razão que você rejeitou Audrey não é? E o fato de que eu
estou aqui seminua e você está se fazendo de difícil, torna tudo ainda
mais claro!

— Então, quem é o sortudo? — Ela começou a colocar as roupas


novamente.

— Stacy, eu estou longe de ser gay. Confie em mim. Eu só não me


sinto como antes.

— Umm hmmm. — Ela cruzou os braços e franziu os lábios. —


Então, qual é o nome dela?

— Ela quem?

Ela revirou os olhos e me puxou para fora da minha cadeira. —


Se nós não vamos fazer nada, ao menos o que você pode fazer é me
pagar uma rodada de bebida, uma verdadeira rodada, e me dizer quem
arruinou a minha chance de ter bom sexo hoje à noite.

Eu a segui para o elevador, até o bar na cobertura, e pedi


algumas doses de bebidas fortes.

Qualquer outra noite, ela e eu estaríamos de volta na minha suíte


de hotel, fazendo sexo em cada superfície existente, enchendo um ao
outro com coisas aleatórias que aconteceram em nossas vidas. Nós
estaríamos rindo das coisas que não entendemos sobre a carreira um
do outro: Eu nunca entendi por que a indústria da moda em si era
levada tão a sério, e ela nunca poderia compreender a emoção por trás
da tecnologia inovadora.

Mas esta noite, quando eu a vi de pé, seminua no meu quarto, a


única coisa que eu conseguia pensar era em Claire e sua boca
espertinha.

— Você já namorou um cara mais jovem, Stacy? — Eu peguei


uma fatia de limão da minha vodca.

— Sim. Duas vezes.

— O que aconteceu?

— O primeiro cara tinha vinte e um enquanto eu tinha vinte e seis


anos, e o segundo cara tinha vinte e três anos enquanto eu tinha vinte e
oito. Foi o que aconteceu... Quantos anos ela tem?

— Ela acabou de completar quarenta esta sexta-feira passada.

— Uau...

— Uau, o que?

— Nada, eu só, uau... Eu realmente acho que a coisa toda de


―cara mais velho com mulher jovem‖ é uma coisa excitante. Visto que
ela é a mais velha, talvez ela vá ajudá-lo com algumas de suas técnicas
no quarto.
— Eu nunca tive quaisquer queixas.

— Foi uma piada, Jonathan. — Ela revirou os olhos. — De


qualquer forma, por que você se preocupa com a idade dela?

— Eu não. Ela se preocupa.

Stacy assentiu. — Isso é compreensível. Bem, apenas mostre a ela


que isso não importa. Quero dizer, é apenas sexo? Tenho certeza de que
quando vocês dois estiverem indo fazer isso, sua idade é a última coisa
em sua mente então...

— Nós não transamos.

— O que? — Ela agarrou o peito. — Jonathan Statham caprichou


no carro da mulher, gastou os seus milhares de dólares em flores e
joias, esteve com ela duas vezes, e ainda não teve relações sexuais com
ela? Quem é você?

— Primeiro, eu não sou tão insaciável. Segundo, eu quero fazer


sexo com ela, mas... Por que eu estou mesmo discutindo isso com você?

— Você gosta dela, não é?

Eu suspirei. Eu não queria continuar esta conversa. — Qual é a


sensação de estar ilustrando a capa da Sports pelo segundo ano
consecutivo? Eu gostei do biquíni vermelho em você. Era diferente.

— Você deve ligar para ela esta noite. Você não tem que fazer a
coisa de ―esperar uma semana‖ por ela ser uma mulher mais velha. Ela
vai simplesmente esquecê-lo e...

— Eu vou ligar para ela esta noite.

— Droga. É ainda pior do que eu pensava. — Ela riu. — Bom para


você, embora. De qualquer forma, é hora de mais bebidas. Eu preciso
de mais, pelo menos, sete.

— Peça qualquer coisa.


Demorou muito mais do que sete para ela se sentir satisfeita, e
visto que ela desmaiou no meio do lugar, eu tive que levá-la até seu
quarto.

Uma vez que eu deitei-a na cama e me certifiquei de que ela


poderia dormir sem vomitar, eu caminhei de volta até minha suíte e
liguei para Claire.

— Alô? — Ela atendeu no terceiro toque.

— Olá, Claire.

— Hum... Oi. — Ela parecia surpresa. — Como a sua conferência


está indo?

— Eu não sei. Eu não estava prestando atenção. Como estão as


coisas na empresa?

— Ótimas. Circulou um memorando do CEO hoje sobre as zonas


de estacionamento estarem permanentemente extintas. Todo mundo
aqui está muito animado já que ele finalmente puxou a cabeça para fora
de sua bunda.

Eu ri. — Você pratica para insultar as pessoas ou você é


naturalmente boa no que faz?

— Eu pratico cinco horas por dia.

— O tempo muito bem gasto. Sobre o jantar este sábado a noite...

— Que tal?

— O que eu tenho que fazer para convencê-la a dizer sim?

Ela suspirou. — Concordo se me deixar pagar o meu próprio


jantar.

— E por que eu faria isso?


— Porque ele define limites entre nós e não vai parecer como um
encontro.

— É um encontro.

— Bem, não deveria ser. Eu sei que você mudou a política da


empresa sobre namoro, mas nós estarmos passando um tempo fora do
escritório é errado, independentemente de se você pensa assim ou não.

— Então você quer que a despeça?

— O quê! Não, eu não quero que você...

— Porque eu quero se é isso o que é preciso.

Ela suspirou. — Será que você vai me deixar pagar o meu próprio
jantar?

Não... — Claro, Claire. Eu deixo você fazer isso. Eu fiz uma


reserva no Michael Mina para as oito. Tenho permissão para ir buscá-la
ou isso está fora de questão também?

—Eu te encontro lá. Eu sei onde é.

Claro...

— Bem, eu estou ansioso para isso. Já se deparou com alguma


ideia boa para a campanha?

— Sim. — Houve um farfalhar de papéis no fundo. — As rosas são


vermelhas, sPhones são azuis. Eu só vou comprar um e por isso você
me deve.

— Por favor, me diga que você está brincando.

— Não, isso era uma ideia real. E ela vai encontrar seu destino na
bem no fundo da minha lixeira.

— Ótima decisão.
Ela limpou a garganta. — Então, eu imagino que a sua
conferência é sobre...

— Eu não quero falar sobre trabalho, Claire. E eu tenho certeza


que você não quer. Vamos falar sobre você.

Ela ficou em silêncio por alguns segundos. — Ok... O que você


quer saber?

— Diga-me o que você gosta de fazer no seu tempo livre.

Durante horas, a ouvi falar sobre seus passatempos favoritos,


dissecando sobre revistas de design de interiores, estudando
arquitetura, corrida, e sobre ler livros. Isso foi muito refrescante para
mim. Falar com alguém cujo ponto de referência não gira em torno de
cultura da celebridade ou o mais recente reality show.

Enquanto ela estava no meio de explicar os seus sonhos de correr


uma maratona, a ouço bocejar e olho para o meu relógio. Cinco horas.

— Eu acho que devemos falar outra noite... Eu não percebi que


estava ficando tão tarde. — Eu me deitei na minha cama. — Você sabe,
pode me ligar sempre que você pensar em mim também.

— Bem, se isso acontecer eu vou fazer isso. Adeus, Jonathan.

— Adeus, Claire.

Eu sabia que ela não ia me telefonar, assim, pelo resto da semana


eu liguei para ela quando eu tinha terminado com todos os meus
compromissos. Eu deixei as coisas simples e evitei fazer qualquer
pergunta pessoal; Eu tinha sentindo que ela não seria muito receptiva a
isso.

Quando meu avião aterrissou de volta em San Francisco na tarde


de sábado, eu lhe enviei uma mensagem:

— Reserva no Mina‘s Michael às 08h. 252 California St. Apenas


no caso de você ―não‖ saber onde é. Vejo você lá.
— Espere um minuto —, disse Corey, rindo. — Você quer dizer
que ela aceitou?

— Eu não acho que há alguma outra maneira de dizer. Ela.


Aceitou. Eu revirei os olhos.

— Eu pensei que você disse que ela parecia mais velha.

—Ela é, ela apenas é... — Isto não faz qualquer sentido...

— Bem. Ah bem. Você quer dar uma olhada na conta da Sorrento


hoje? Seu software da câmera vale a pena investir e nós poderíamos
usar a atualização.

— Mais tarde. — Eu suspirei. — Eu vou verificar a fundo isso.

— No fundo o quê? No fundo, você sabe que você está falando


sobre uma mulher que: A) lhe disse você é muito jovem para ela, B)
admitiu que ela tem duas filhas de dezesseis anos; filhas ou seja filhas,
no plural! E C) ela não te encontrou na noite passada? Você não
percebe nada com disso?

Eu balancei minha cabeça. — Não faz sentido. Nós conversamos


durante toda a semana. Ela não ligou ou mandou uma mensagem para
me dizer que ela não viria.

— Acho que ela está tentando mostrar a você que ela não está
interessada. Ela provavelmente pensou que deixar você em pé aqui iria
ajudá-lo a ver que você deve parar de continuar ignorando o que ela diz.

Eu não acredito nisso. Eu senti como ela reagiu a mim na pista


de dança em seu aniversário, visto a forma que ela olhou para mim
quando estávamos correndo, e ouvi a voz dela de maneira engatada
sempre que eu falei com ela no telefone.

Eu podia admitir que ela era boa em jogar de indiferente e ser


uma boca inteligente. Ela definitivamente dominava a cara de póquer,
mas ela não estava fingindo agir como se ela fosse afetada por mim.
— Sempre que você quiser se concentrar no que é realmente
importante, ou seja, essa conta Sorrento, sinta-se livre para me ligar de
volta. — Corey desligou.

— Senhor?— O motorista parou e virou a cabeça. — Eles não


estão permitindo que os carros atravessem ainda mais.

— Obrigado, Greg. — Eu saí do carro e olhei para toda a atividade


que estava em volta do Centro Oasis de Reabilitação de Álcool e Drogas.

Havia os balões amarelos e azuis usuais, os médicos de jaleco


branco saudando aos hóspedes nas portas, e a ―cachoeira da pureza‖,
que se destacou em frente, jorrando água de cor vermelha; minha mãe
tinha dito que o vermelho significava algo, mas eu esqueci o que era.

Eu tinha investido ainda mais cinquenta mil dólares para ela


conseguir tratamento para sua dependência de drogas, e eu tinha a
sensação de que não seria a última vez.

Eu entrei e me sentei perto do fundo do auditório, assistindo a


mesma cerimônia igual a que eu já tinha visto há 11 meses.

Eu assisti minha mãe sorrir quando ela tomou o certificado de


conclusão do médico-chefe no palco, observando-a recitar o poema -
Hoje começa minha vida nova —, e vi seus olhos se iluminarem com a
mesma auto promessa que tinha feito várias vezes antes.

Em um ponto, o médico-chefe pediu ao público para levantar e


recitar o ―Pledge Supporters‖12, mas quando veio à boca as palavras
familiares, uma imagem de Claire correu pela minha mente.

Eu queria saber por que diabos ela não veio ao encontro, por que
diabos ela nem sequer pensou em ligar e cancelar. Pensei em ligar para
lhe perguntar por que, mas desisti; eu não era do tipo ―ligar e
perguntar‖.

12
Apoiadores da causa, adeptos.
De repente, ouvi os pacientes ―recuperados‖ cantando o final —
Agora minha vida começa — da canção e finalizando a cerimônia.

— Muito obrigado por ter vindo, querido! — Minha mãe correu e


me deu um abraço. — Eu acho que era isto! Acho que finalmente estou
melhor agora!

Eu a abracei de volta. — Acredito que sim.

— Cadê Audrey? Onde está sua namorada?

— Nós terminamos há muito tempo.

— Oh. Estou tão triste... Você está namorando alguém?

— Não. — Mesmo se eu estivesse, eu não teria dito a ela. Eu não


tinha necessidade de me abrir para ela imediatamente, e eu não queria
fingir que ela era uma parte real da minha vida.

Ela parecia triste. — Bem, quando esse dia chegar, eu posso


conhecê-la?

Nunca... — Claro.

— Eu quis dizer o que eu disse sobre a mudança, Jonathan. Eu


queria que nos encontrássemos pelo menos uma vez por semana. Eu
preciso de você para me ajudar a permanecer equilibrada por um
tempo.

— Boa ideia. — Eu tentei soar convencido. — Vamos almoçar


antes de ir para seu novo apartamento. Eu te comprei um com dois
andares, como você pediu.
19 de janeiro de 2013
Querido Diário,

Hoje eu aprendi que há uma nítida diferença entre ―perdão‖ e


―estupidez‖.

O perdão é o que acontece quando você pode honestamente mexer


em algo do seu passado e esquecer. Estupidez é o que acontece quando
você diz a alguém ―Eu te perdôo‖ (porque é a ―coisa certa‖ a fazer), mas
você secretamente espera que eles caiam mortos direto na sua frente e
vão para o sétimo círculo do inferno.

Dito isto, eu não perdoei Ryan Hayes por estar me traindo com a
minha ex-melhor amiga. Eu provavelmente nunca o farei e eu estou
perfeitamente bem com isso.

Eu não quero ouvir qualquer besteira sobre como o ―perdão ajuda


a dormir melhor à noite‖, porque isso não é verdade. (Minhas sete
camadas de colchão são incríveis).

De qualquer forma, eu recebi as minhas avaliações de meus


companheiros de trabalho nesta semana e eu esperei até sexta-feira
para abri-las. De um total possível de cinco estrelas, a minha
pontuação é um 3.8. Agora, normalmente isso não me incomoda,
porque as estrelas são apenas estrelas e elas não significam nada. Mas
este ano eles foram autorizados a escrever comentários em anônimo
com suas análises e eu quase fui lá fora e as atirei em cada um deles.

Seus comentários foram algo como isto:

— Senhorita Gracen é uma pessoa do bem, mas ela seria melhor


se ela não tentasse tanto sugar.
— Senhorita Gracen deve confiar em nosso trabalho.

— Senhorita Gracen deve parar de destruir muitas das nossas


ideias e enviá-los para o conselho.

— Ela se veste bem, mas ela não sabe muito sobre publicidade.

— Senhorita Gracen precisa perceber que a maioria de nós fomos


para Faculdade Ivy League e somos mais do que capazes de criar
grandes slogans de campanha. (Será que ela foi para a Universidade de
Pittsburgh? Essa não é uma escola pública?)

Você sabe o que? Eu não vou considerar as suas observações


imbecis. Eu apenas...

— O novo sPhone azul. Deixou Crayola13 com ciúmes.

Já disseram o suficiente.

Esta não pode ser a minha vida,

Claire

13
marca de lápis canetinha
Capítulo 7
Claire

E u liguei para dizer que estava doente


trabalhar na segunda-feira. Eu não queria lidar
com Jonathan me perguntando sobre
rejeitando no nosso encontro, e eu não estava a fim de participar de
outra inútil sessão de debate.
para

eu o

Tudo o que eu queria fazer era relaxar.

Eu diminui as luzes no meu banheiro e acendi todas as minhas


velas favoritas de baunilha, madressilva, e âmbar. Joguei alguns sais de
eucalipto na banheira e liguei a água, apertando generosamente o
sabonete de banho de espuma cereja debaixo da torneira aberta.

Eu sempre senti que banhos de espuma era a melhor terapia no


mundo. A água quente e sabão granulado tinha uma maneira de me
ajudar escapar para outra vida, uma vida onde eu poderia navegar para
qualquer lugar que eu quisesse, uma vida onde eu trabalhava, porque
queria, não porque eu era obrigada.

Entrei na banheira e deslizei sob a espuma, sentindo a calmaria


da água morna no meu lugar especial.

Não pense sobre o trabalho... Não pense sobre o trabalho...

Eu puxei meu vibrador roxo favorito do painel lateral e suspirei.


Eu apertei o botão ―on‖, me preparando para colocá-lo para trabalhar,
mas de repente a campainha tocou.
Ugh! Porque agora?

Imaginei que minha vizinha tinha recebido minhas cartas por


engano de novo e queria ―devolvê-las pessoalmente‖ ao invés de
simplesmente colocar na minha caixa de correio. Meus vizinhos eram
tão pegajosos, e às vezes, me deixavam doente.

Esperei para ver se ela iria embora. Quem ela não iria perceber
que o meu carro estava estacionado em frente, mas a campainha tocou
novamente.

Caramba...

Saí da banheira e enrolei uma toalha em volta de mim. Assoprei


todas as velas, eu coloquei meu cabelo em um rabo de cavalo alto e
bagunçado. — Eu estou indo Sra. Hamilton! Dê-me um segundo! —
Corri no piso térreo.

Abri a porta e vi Jonathan ali de pé, completamente irresistível me


olhando. Ele estava vestido com outro terno cinza escuro perfeitamente
cortado com uma camisa branca com colarinho aberto, e seus olhos
azuis impressionantes deslocaram do meu rosto para a minha toalha;
parecia que ele estava lentamente me despindo.

— Humm... Olá? — Fechei a porta e espreitei a meio caminho em


torno dele. — Por que você está aqui?

— Oi. — Ele sorriu. — Você ligou dizendo que estava doente hoje.

— OK. E? Você faz visitas domiciliares cada vez que um


funcionário liga dizendo que está doente?

— Não. Eu só queria ter certeza de que você estava bem.

— Oh. Bem, eu estou. Agradeço por vir até aqui. Tenha um


ótimo...

— Na verdade, eu preciso de você para assinar projetos da sua


equipe antes de poderem ser apresentados esta tarde. — Ele segurou
uma pasta para cima. — Cada diretor tem que escolher uma opção do
topo.

Oh meu Deus, eu esqueci tudo sobre isso... Por que eu não lembrei
que a reunião com os conselheiros era hoje?

— Você vai me deixar entrar para que você possa vê-los, senhorita
Gracen? — Ele sorriu.

— Dê-me um minuto. — Eu fechei a porta na cara dele.

Corri para o meu quarto no andar de cima e coloquei em um par


de calças de moletom e uma camiseta larga. Eu joguei meu roupão
sobre tudo e olhei para mim mesma no espelho.

Eu estava absolutamente terrível agora...

Eu demorei descendo a escada e abri a porta. — Tem certeza que


isso não é sobre o cano no sábado passado?

Ele sorriu e passou por mim. — Claro que não. Este é um


negócio, não coisa pessoal. Você tem uma mesa onde você possa colocar
estes relatórios em cima?

Mostrei-lhe o caminho para o meu corredor e o hall inacabado e o


conduzi para a minha cozinha temática e rústica; eu estava feliz que eu
tinha limpado esta manhã.

Ele colocou a maleta sobre a mesa e olhou em volta. Seus olhos


encontraram os meus e eu me virei.

— Isso é muito bom. — Ele correu os dedos pela luz bronze da


luminária pendurada. — Quem desenhou este espaço para você?

— Eu projetei. — Sentei-me e abri a maleta. —Eu fiz a pintura, o


molde da coroa, tudo. Levou-me dois meses para obter o revestimento
certo. Eu tive que comprá-lo em parcelas.

— Estou impressionado.
Eu retirei as primeiras anotações e suspirei. Eu já estava
convencida de que eu precisava encontrar uma maneira de sair de sua
companhia em dois anos, e não cinco. Meus colegas não sabiam nada
sobre marketing. Na realidade, eles não sabiam nada sobre nada.

Nenhuma de suas sugestões de anúncios era tão terrível como o


―campo de algodão‖, mas eles ainda eram sem brilho. Havia até mesmo
palavras incorretas em alguns deles.

Quão difícil é fazer uma ―verificação ortográfica‖?

— Você não parece muito feliz. — Jonathan se sentou na cadeira


ao meu lado.

— Eu não estou. Minhas filhas poderiam ter projetado isso em


dez minutos e feito um trabalho muito melhor.

— Diga-lhes que estão contratadas.

Revirei os olhos. — Elas me ouvem reclamando sobre o meu


trabalho todos os dias. Duvido que elas estejam interessadas... Eu acho
que eu vou decidir por isso, embora. É simples, moderno, e torna-se o
ponto de vista. Nós podemos ter a arte da divisão e combiná-lo com as
cadeiras se aprovarem. — Eu coloquei o melhor pôster na parte
superior e coloquei a pilha de volta na pasta.

Levantei-me e apertei as minhas mãos juntas. — Muito obrigado


por trazer isso para a minha análise, Sr. Statham. Você pode ir agora.

— Isso é café? — Ele apontou para minha cafeteira. — Posso ter


uma xícara antes de eu sair?

— Você não precisa voltar ao trabalho?

Ele olhou para o relógio. — São onze horas em ponto. A reunião


não é até as três.

Ugh, meu banho está esfriando...


Fui até o armário e tirei duas canecas. Eu não me incomodei
perguntando como ele gostava do seu; eu o fiz apenas como o meu e
entreguei a ele sem me sentar.

— Obrigado —, disse ele enquanto tomava um gole lento. — Como


foi o seu final de semana?

— Você disse que esta era uma visita de negócios. Eu não acho
que deva perguntar.

— A primeira parte foi negócios. Agora é pessoal. — Ele olhou


para mim. — Como. Foi. Seu. Fim de semana? — Ele engoliu o café.

E daí que ele é louco para defender isso...

— Foi ótimo. Como foi o seu?

— O seu foi ótimo? Isso soa realmente interessante. O que foi


tanto que você fez? — Ele estreitou os olhos para mim e recostou-se na
cadeira.

Tente não olhar ele, tente não olhar para ele...

— Eu me encontrei com duas das minhas amigas e nós


verificamos algumas questões.

— Hmmm. Você sabe, eu estava tendo um bom fim de semana


também. Eu estava passando minhas noites conversando com uma
mulher extremamente bonita. Eu acredito que eu falei com ela todas as
noites e nós fizemos um acordo... Mas então ela me deu o cano no
sábado, por isso o meu fim de semana terminou sendo terrível.

— Ah, é mesmo? — Eu limpei minha garganta. — Bem, essas


coisas acontecem às vezes. Faz parte da vida, jovem. Viva um pouco
mais e então...

— Eu não tenho certeza se eu deveria estar mais chateado com o


fato de que você continua me insultando usando minha idade contra
mim, ou o fato de que eu me sentei em um restaurante vazio esperando
por você por duas horas.

Ele esperou duas horas?

— Olha, eu sinto muito, eu não ter te ligado. Eu apenas...

— A última vez que eu fui para um encontro foi... — Ele se


levantou e andou até mim.

— Na verdade eu não acho que eu já estive em um encontro. É


uma coisa tão juvenil para fazer, você não acha?

— Sim. É muito juvenil. Eu não posso imaginar por que alguém


jamais faria isso.

— Hmmm. — Ele estendeu a mão e tirou o elástico do meu rabo


de cavalo, deixando meu cabelo cair nos meus ombros. — Você não tem
ideia do porquê dessa mulher bonita ter me dado o cano em um
encontro?

— Talvez haja uma falta de química? — Eu quase gaguejei.

— Não, ela e eu temos muita química...

— Será que talvez vocês dois não têm nada em comum?

Ele correu os dedos pelo meu cabelo. — Nós conversamos por um


bom tempo na semana passada... Eu acho que nós temos mais do que o
suficiente em comum.

Eu dei de ombros. — Talvez ela apenas não esteja a fim de você


então.

— Oh, ela definitivamente está a fim de mim. — Ele sorriu. — Ela


só não vai admitir isso por algum motivo.

— Bem, se fosse comigo, eu iria desistir e buscar outra pessoa.


Ela deve ter desistido.
Ele inclinou meu queixo com as pontas dos dedos para que eu
estivesse olhando diretamente em seus olhos. — Eu não estou
desistindo. Ela está. E eu não quero perseguir ninguém.

Ficamos parados olhando uma para o outro nos olhos e percebi


que eu precisava mandar ele embora da minha casa e voltar para o meu
banho de espuma.

Eu deveria usá-lo em busca de inspiração...

— Olha, eu estava no meio de algo muito importante antes de


você chegar, então se você pudesse sair agora para que eu possa
continuar, isso seria ótimo. Talvez possamos falar sobre o que
aconteceu no fim de semana no trabalho amanhã? Para que fique
registrado, eu realmente sinto muito sobre o que eu fiz. Eu tinha toda a
intenção de estar lá, mas...

Ele me silenciou com um beijo e eu o beijei de volta com uma


paixão que eu nunca tinha sentido antes. Ele chegou para baixo e
desamarrou o meu roupão, empurrando-o dos meus ombros e no chão.

Sorrindo, ele agrediu a minha boca com a língua de novo, usando


as mãos para puxar o cordão em minhas calças.

De repente, senti um som vibrando saindo no meu bolso. Antes


que eu pudesse chegar perto e fechar, ele pegou nas minhas calças e
tirou do bolso meu amigo roxo favorito.

Examinou-o por alguns segundos, piscando. Então, ele segurou


na frente do meu rosto e sorriu. — É isso o que eu estava
interrompendo?

Tem sido quatro anos... Quatro. Longos. Anos...

— Claire? — Ele segurou meu queixo e firmou meu rosto para que
eu não fosse capaz de se virar. — É isso que você estava fazendo?

— Eu... — Eu engoli. Então eu me dei conta. — E se fosse?


Um lento e sexy sorriso espalhou seus lábios. — Então eu acho
que eu deveria terminar o que você começou. — Ele selou sua boca
sobre a minha novamente e me pressionou contra a ilha, o que tornou
difícil para eu respirar.

Eu nunca tinha sido beijada como se ele estava me beijando;


parecia que estava fazendo sexo com a minha boca. Ele estava
controlando minha língua com a dele, moldando seus lábios cheios
perfeitamente ao meu, e mordendo minha língua sempre que eu tentava
recuperar o fôlego.

Eu o senti puxando minhas calças para baixo, não tendo


nenhuma gentileza com isso. Assim que caiu no chão, ele arrancou sua
boca da minha e puxou minha camisa sobre a minha cabeça, jogando
na cozinha.

— Venha aqui —, disse ele enquanto ele me levantou em cima do


balcão. Ele me empurrou para as minhas costas, fazendo meus livros
de receitas e pastas caírem no chão.

Inclinando-se sobre mim, ele segurou o meu cabelo, me beijando


novamente e novamente. Ele manteve os olhos presos nos meus
enquanto ele rapidamente recuou para desatar suas calças e retirar o
preservativo.

Engoli em seco e sentei-me, ofegante, enquanto ele colocava. —


Você sempre vem preparado para dormir com as empregadas quando
elas ligam dizendo que estão doentes? — Eu olhei para baixo de sua
cintura e meus olhos se arregalaram, tanto quanto eles poderiam; o pau
dele era duas vezes o tamanho do meu ex-marido.

Oh, Deus...

A sugestão de um sorriso brincou em seus lábios. — Você sempre


usa seus dias de licença para ficar em casa e brincar com você mesma?
Minhas bochechas queimaram vermelhas brilhantes e eu estava
prestes a responder, mas ele me agarrou pelos meus quadris e puxou-
me mais perto.

Baixando a voz, ele olhou diretamente nos meus olhos. — Enrole


suas pernas em volta de mim para que eu possa foder você.

Eu fiquei dura. Minha consciência começou a me alertar sobre


isso, algo sobre não ser uma boa ideia dormir com o meu chefe, meu
chefe muito mais jovem, mas eu ignorei.

Eu envolvi minhas pernas em volta de sua cintura e tentei não


gritar enquanto ele lentamente entrou em mim, quando ele me estendeu
muito além do meu limite, enchendo-me em lugares que eu nem sabia
que existiam.

Senti-o inchado dentro de mim, ainda tentando se encaixar, e eu


não podia segurar mais. — Ohhhh..... Oh Deus!

— É assim que você trata as pessoas que te convidam para sair?


— Ele estava completamente dentro de mim agora, mas ele estava ainda
se segurando. — Você acha que isso é uma coisa legal de se fazer?

Eu balancei a cabeça, exalando quando o meu corpo se ajustou à


sua espessura. Eu passei meus braços em torno de seu pescoço para
me acalmar e gemi quando ele beijou meu pescoço.

Ele correu as mãos para cima e para baixo minhas costas e


sussurrou, — Você tem certeza que isso é uma coisa agradável para
fazer, Claire?

Ele não me deu uma chance de responder. Ele começou a deslizar


dentro e fora de mim, me fazendo gemer com cada impulso, me fazendo
desejar que ele nunca parasse.

— Eu... eu... — Eu tentei acalmar a minha respiração.


— Tem certeza que você não gosta de tê-los vindo atrás de você?
— Ele pegou seu ritmo, empurrando cada vez mais fundo, agarrando
meus quadris para que eu pudesse não resistir ao ritmo. — Forçando-
os a esperar por duas horas?

— Ahhhhh... — Minha mente ficou em branco. O ouvi fazer mais


perguntas, algo sobre ele estar chateado, mas eu só conseguia me
concentrar em como bom essa porra se sentia. Fechei os olhos e me
rendi a seu controle, deixando-o fazer o meu corpo sentir coisas que
nunca tinha sentido antes.

Com as mãos seguras em volta da minha cintura, ele me levou até


a parede, ainda enterrado profundamente dentro de mim.

— Não se mova. — Ele apertou minha bunda contra a parede e


bateu em mim várias vezes, fazendo-me gritar de um prazer
insuportável.

Eu apertei minhas pernas em volta dele enquanto ele continuou


seu ritmo imprudente, cavando minhas unhas em suas costas cada vez
que ele mergulhou em mim.

Ele pressionou a boca contra a minha para abafar meus gritos,


mas o beijo só me empurrou ainda mais para a beira. Ele empurrou
para dentro de mim tão profundo como ele poderia ir, e minhas
entranhas quebraram-se em milhões de peças; meus gritos não
poderiam ser contidos.

Ele encontrou a sua liberação segundos após, e ambos


deslizamos para o chão, ofegantes.

Eu ainda estava sentada e deixei que a parede fria imprensasse


em minhas costas, estremecendo quando ele saiu de mim. Eu estava
tentando me concentrar em outra coisa que não seja o que tinha
acontecido, tentando flutuar de volta para a Terra.

Eu não posso acreditar que fiz isso... Eu só fodi com o CEO...


Eu passei por ele e me atrapalhei em volta do meu roupão, às
pressas amarrando-o em volta do meu corpo. Eu ignorei o olhar
malicioso que ele estava me dando quando ele se levantou e reajustou
as suas calças.

Eu respirei fundo e me levantei, tentando encontrar minhas


palavras. — Eu... Eu preciso tomar banho e você precisa ir para a sua
reunião...

— Você está me dispensando?

— Sim. — Eu caminhei até a mesa e fechei a pasta fosse antes de


pegá-la.

— Aqui está a sua pasta. Peguei o título do anúncio número


dezoito... Tenha um bom dia.

Ele se moveu para me beijar, mas eu recuei. — Vejo você amanhã,


Sr. Statham.

Ele riu. — Vejo você amanhã, Claire.

Eu sentei na minha mesa e olhei fixamente para a tela do


computador. Tudo o que eu conseguia pensar era o encontro com
Jonathan e como eu o esperar por mais uma hora ou duas horas.

Eu não tinha certeza se ele sentiu que foi tão incrível, porque eu
não tinha feito sexo em muito tempo, ou se eu deveria dar a ele todo o
crédito.

Liguei para Sandra. — Ei. Você está ocupada?

— Claro que não, senhorita ―Eu desisto de tudo antes do terceiro


encontro‖! — Ela riu. — Você não respondeu minha mensagem ontem!
Como foi?

— Foi incrível... Foi o melhor sexo que já tive na minha vida.

— Realmente? Melhor do que o sexo com seu ex-marido?


Oh sim! — Sim... — Eu estava ficando quente só de pensar nisso.
— Você acha que se eu avisar que estou doente amanhã ele virá de
novo?

— Houve uma reviravolta da semana passada! — Ela riu. —


Provavelmente. Eu acho que ele gosta de você.

Isso é exatamente o que eu tenho medo...

— Oh! Claire, eu tenho que ir. Eu tenho um paciente de


emergência chegando. Eu te ligo mais tarde. — Ela desligou e eu me
reclinei na cadeira.

Graças as minhas fantasias constantes, eu não tinha feito muita


coisa durante todo o dia e eu estava pensando em ir para casa mais
cedo.

— Claire? — Mr. Barnes enfiou a cabeça dentro da minha porta.


—Nós finalmente temos uma ideia que eu acho que você vai gostar!

Eu duvido...

— Eu já vou. Dê-me um segundo. — Eu esperei até que eu tinha


certeza de que ele se foi, e entrei em outro par de calcinhas debaixo da
minha mesa.

Esse é o par número dois e não é nem meio-dia...

Eu saí do meu escritório, vi a “idéia que ele tinha certeza de que


eu iria gostar‖, e me forcei a não dar meia volta.

— Sr. Barnes, eu disse que esse anúncio era racista na semana


passada. Ainda é racista...

— Ah, ah, ah! Olhe mais perto! — Ele trouxe o cartaz mais perto
do meu rosto. — Não é apenas Escravos Africanos Americanos agora.
Temos escravos caucasianos, hispânicos escravos e escravos asiáticos
com pauzinhos! Diga-me que não é a diversidade!

— OK. Eu estou indo para casa.

— Pare, pare! Era uma piada. Mostre-lhe o cartaz real, Tina.

Sua assistente colocou a atrocidade e ergueu um simples anúncio


de um sPhone azul flutuando entre as nuvens. Ele dizia: — Light. Airy.
sBlue14.

— Uau! Esse eu gostei —, Sorri. —Nós podemos ter que jogar com
as palavras um pouco, mas o visual é espetacular!

— Finalmente! Você realmente gosta de alguma coisa! — Ele riu.


— Você poderia levar isso até Sr. Statham? Ele está no estúdio de arte.
Ele tem me cobrado sobre atualizações durante todo o dia.

— Porque você não pode fazer isso?

— Eu tenho uma carta de recomendação para escrever para Tina.


— Ele olhou para o relógio. — É exatamente para as duas horas.

Por que ele está sempre tão no último minuto?!

Eu agarrei o cartaz e me dirigi para os elevadores. Mesmo que eu


estivesse pensando sobre Jonathan durante todo o dia, eu não queria
vê-lo no trabalho, a menos que fosse absolutamente necessário.

Eu pisei fora no chão da sala de arte e olhei em volta. Não havia


ninguém em qualquer uma das mesas, e todos os computadores parecia
que estavam desligados por horas.

Eu andei para a sala de fotografia e vi Jonathan conversando com


uma mulher em um vestido roxo.

14
Azul, claro e arejado.
Ele sorriu para mim quando entrei, em seguida, ele voltou sua
atenção para ela.

— Você acha que nós precisamos contratar fotógrafos mais


talentosos, senhorita Blanc? Não vai causar mais confusão?

— Nem um pouco. — Ela balançou a cabeça. — Precisamos de


novos talentos também. Jillian está se aposentando neste verão e Bailey
estará entrando numa licença maternidade prolongada em março. No
mínimo, poderíamos usar duas pessoas em contratos de um ano.

— Eu definitivamente vou deixar o RH saber disso amanhã, Srta


Blanc. Obrigado por me chamar a atenção para isso. Vejo você amanha.

— Vejo você amanhã, Sr. Statham. Obrigado por nos deixar tirar
o resto do dia de folga. — Ela corou e saiu da sala.

Ele esperou até que ouviu o som dos elevadores para dizer
qualquer coisa para mim. — A que devo esta surpresa, senhorita
Gracen?

— Esta é a última ideia do nosso departamento. — Entreguei-lhe


o cartaz. — Não estão confirmadas estas palavras ainda, mas queremos
manter o visual.

— Sim, é um belo visual... — Ele nem estava olhando para o


cartaz.

Eu dei um passo para trás. — Você poderia olhar para o material?

— Isso parece bom. Eu gosto das nuvens. Feliz? Agora, responda


a minha pergunta. Por que você veio?

— Você estava esperando o Sr. Barnes?

—Eu estava. Eu o tenho chamado o dia inteiro sobre isso e queria


a sua opinião sobre algumas outras coisas.
—Oh... Ohhhh. — Eu recuei. — Então, você está interessado em
prosseguir com as relações homens e mulheres entre os funcionários.
Esclarecedor.

Ele soltou uma risada baixa. — Eu só estou interessado em uma


empregada que trabalha aqui, mas eu não sei por quanto tempo mais
eu vou ser capaz de lidar com ela me insultando...

— Você é sempre tão superficial? É uma questão importante para


mim.

— Você sabe, — ele disse quando ele coçou o queixo, — Eu estava


pensando em lhe pedir para sair novamente, mas eu não quero esperar
lá duas vezes.

— Bem, não pergunte e você não terá que se preocupar com isso.

— Eu não vou. — Ele fixou seus olhos nos meus, me prendendo a


um ponto, me deixando completamente imóvel.

Merda, eu preciso mudar minha calcinha de novo...

Ele se levantou e andou até mim, sorrindo como se ele soubesse


que eu era incapaz de me mover. Ele fez um circulo completo em volta
de mim e, em seguida, ele parou e enfiou a mão no bolso.

— Você me expulsou tão rápido ontem que eu fui sem lhe


entregar o seu pequeno amigo de volta. — Ele recuperou o vibrador e
estendeu-o para mim. — Você vai tomá-lo?

Corei e estendi a mão para ele, mas ele mudou-se para longe.

— Eu honestamente não acho que você precisa mais disso, Claire.


— Ele o rolou em torno de sua palma.

— E por que não?

— Porque eu estou mais do que disposto a tomar o seu lugar. E


posso garantir que eu vou fazer um trabalho muito melhor. — Minha
calcinha estava oficialmente encharcada. — Hum... Eu deveria
provavelmente...

— Ir?

— Sim. Eu deveria ir... Eu preciso terminar um trabalho no térreo


e voltar para...

— Você não tem nada para ver. — Ele me puxou para os seus
braços e me beijou sem sentido.

Antes que eu pudesse reagir, ele deslizou os dedos debaixo da


minha camisa e abriu o meu sutiã.

Ele segurou a parte de trás do meu pescoço com a sua língua


profundamente em minha boca e segurando com a sua mão, usando
sua outra mão para esfregar as minhas costas.

— Feche a porta, — ele sussurrou entre respirações.

— O quê?— Meus olhos se arregalaram.

— Ok. Que a porta fique aberta. — Ele continuou me beijando,


deslizando minha camisa dos meus ombros, empurrando-me para a
mesa encostada na parte de trás da parede. Ele deslizou as mãos por
baixo da minha saia e gemia, mordendo meu lábio inferior enquanto eu
tentava fugir.

Em seguida, ele afastou sua boca da minha. — Curve-se sobre a


mesa.

Eu me acalmei. Eu não tinha certeza se ele estava falando sério


ou não. Sexo agora? Na empresa de sua propriedade? Na sua empresa?

Fiquei ali piscando para ele, pensando que eu tinha interpretado


completamente errado.

— Claire... — Ele me girou para frente, então eu estava de frente


para a parede. — Dobrada. Sobre. A. Escrivaninha.
Eu hesitei, desejando que eu tivesse fechado a porta quando ele
me disse para fazer. Tentei voltar ao redor, mas ele encravou seu joelho
entre as minhas coxas e espalhou as minhas pernas.

— Eu odeio ter que repetir —, ele sussurrou em meu ouvido,


enviando calafrios para cima e para baixo a minha espinha. — Dobre-se
sobre a mesa agora.

Engoli em seco, dobrando lentamente sobre a mesa, pressionando


meu estômago contra a superfície plana.

— Agarre-se a borda, — ele ordenou, e eu fiz.

Senti que ele empurrando minha saia para cima e movendo


minha calcinha para o lado, deixando escapar um riso baixo quando ele
sentiu como eu estava molhada. Eu ouvi o som de folha de papel
amassando atrás de mim e tentei me preparar para seu comprimento.

Eu não tive a chance de tomar outro fôlego antes dele deslizar


completamente para dentro de mim, segurando-me pela minha linha da
cintura.

— Vamos ver se eu posso fazer você gozar como este...

Trabalhou em uma moagem lenta, alternando seus impulsos


profundos com beijos curtos contra o meu pescoço. Quando eu me
ajustei, me apoiando sobre a mesa e espalhei as minhas pernas ainda
mais amplo, ele moveu suas mãos até os meus seios e os espalmou
áspero. Ele beliscou meus mamilos, torcendo e os puxando
severamente, me dando dor e prazer ao mesmo tempo.

Eu chorei quando suas estocadas foram ainda mais longe,


quando ele me segurou firme e me impediu de me contorcer.

— Você ainda precisa de seu amigo roxo?— Ele murmurou contra


a minha orelha. — Será que ele vai te foder melhor?

— Ahhh...
— Me responda.

Eu não pude. Seus impulsos eram demais. Ele estava começando


a acelerar e meu corpo estava tremendo nas sensações estranhas.

— Então você precisa dele? — Ele perguntou de novo, e eu ouvi o


som familiar de meu vibrador zumbido contra a minha perna.

Tentei responder a ele, tentei dizer ―não‖, mas a próxima coisa


que eu senti foi Jonathan segurando o vibrador contra o meu clitóris na
potência máxima.

— Por favorrrrrrrrrrrrr... — Eu gritei.

— Por favor? — Ele continuou o segurando ali mesmo, batendo


simultaneamente em mim sem piedade. — Isso não é o que eu
perguntei...

— Oh-Ohhhhh! — Eu estava prestes a entrar em combustão, eu


podia sentir isso. Tentei chegar para baixo e afastar o vibrador para
aliviar um pouco da pressão, mas suas mãos eram muito fortes.

— Responda-me, Claire. — Ele beijou meu pescoço. — Você ainda


precisa de seu amiguinho?

— Não... Não! — Eu gritei quando meu corpo estremeceu e


convulsionou contra ele. — Não... — Agarrei-me a borda da mesa
quando os últimos tremores moveram-se através de mim, enquanto eu
esperava o meu ritmo cardíaco abrandar.

Eu pensei que era isso, que esse era o meu orgasmo do dia (do
ano), e que ele iria me deixar ir para que eu pudesse me recuperar, mas
ele não o fez. Ele deixou cair o vibrador no chão e começou a se mover
dentro de mim com um ritmo mais lento, e um conjunto diferente de
tremores começou a surgir através de mim.

Eu gemi enquanto ele acariciava meus quadris, quando ele beijou


meus ombros mostrando outro lado dele completamente diferente.
Eu apertei minhas entranhas, tentando saborear a sensação dos
impulsos mais apaixonados, mas foi inútil.

Meu corpo convulsionou mais uma vez e eu desabei sobre a mesa,


gemendo quando ele bombeou em mim mais algumas vezes para chegar
a sua própria libertação.

Minhas pernas estavam dormentes, trêmulas, elas não estavam


aguentando por muito mais tempo. Meu coração estava disparado em
um milhão de milhas por minuto e meu peito arfava
descontroladamente.

— Fique de lado na mesa, Claire, — Jonathan sussurrou em meu


ouvido.

Eu firmei meus dedos a partir da borda, um por um e me senti


sendo puxada para o chão com ele. Eu nem sequer tentei ficar
composta; Eu ainda estava sentada, sem camisa, com a minha saia
agrupada em torno da minha cintura.

Nós dois estávamos inspirando e expirando ao mesmo ritmo,


tentando firmar a nossa respiração no que pareceu uma eternidade.

Olhei para ele e percebi que ele estava olhando para mim,
observando minha respiração. Eu não tinha certeza se eu deveria dizer
alguma coisa ou não, mas ele estendeu a mão e agarrou a minha mão,
suavemente acariciando quando ele olhou nos meus olhos.

Quando ele me viu tentar pegar o meu sutiã, ele o agarrou e


deslizou as alças de volta sobre meus ombros.

Sorrindo, ele pressionou-os no lugar. — Vire-se.

Movi-me lentamente meu corpo para frente e o senti fechando os


ganchos, plantando beijos nas minhas costas. Uma vez que eu parei de
sentir seus lábios contra a minha pele, eu me virei para encontrá-lo
olhando para mim de novo, me dando o mesmo olhar que iniciou esta
sessão vigorosa.
Sem romper o olhar comigo, ele pegou seu telefone e clicou a tela.
— Olá? Ângela? Sim. Você poderia, por favor, dizer ao conselho que me
desculpe por estar atrasado para a reunião de hoje? Certo. Você
poderia dizer-lhes que eu estou a caminho? Muito obrigado.

Ele estendeu a mão e correu os dedos ao longo do colar de prata


que eu estava usando, puxando suavemente o pingente vermelho de
bandeira que pendia dele. — Prata parece realmente bom em você. —
Ele se levantou e caminhou em direção à porta.

— Hum, obrigado... Eu acho que eu vou te ver la... Eu parei no


meio da frase quando eu percebi que ele não estava saindo pela porta;
ele estava fechando-a. — Você não está indo embora?

— Não. — Ele sorriu. — Eu apenas pensei que fosse necessário a


fechar a porta para a segunda rodada.
Capítulo 8
Claire

— B em, alguém parece bastante recarregada hoje à

noite. — Helen riu. — Porque será...

— Cale a boca, Helen. — Revirei os olhos. — Quanto tempo isso


vai levar?

— Não muito. Eu disse-lhe para nos encontrar aqui às oito e


meia, então tem mais cinco minutos antes que ele esteja oficialmente
atrasado.

Eu tomei um gole do meu vinho e tentei me concentrar na tarefa


na mão. Helen e eu estávamos em reunião com um agente de viagens
para colocar os detalhes finais para uma viajem juntas de aniversário
surpresa de Sandra.

Desde que eu fiz amizade com as duas, eu percebi que elas


levavam seus aniversários muito a sério. Não era o suficiente ter uma
simples noite na cidade ou planejar uma pequena escapada de fim de
semana. Nos aniversários delas eram necessárias comemorações de
pelo menos uma semana, e ficar no país nunca foi uma opção.
— Boa noite, senhoras. — Um homem calvo em um terno preto se
aproximou de nossa mesa. — Eu sou Henry Thompson da Signature
Travel. Eu imagino que vocês queiram analisar o itinerário pela última
vez antes de contratar suas férias de verão?

— Sim —, dissemos em uníssono.

— Tudo bem, vamos começar então. — Ele nos entregou uma


pasta. — Se você olhar na página três, isso é onde eu destaquei o
básico. Uma vez que esta é uma surpresa para Srta. Sandra, nós vamos
ter a limusine para buscá-las naquele sábado e levá-la ao aeroporto.
Uma vez que ela estiver lá, ela vai servir a você duas...

Helen olhou para mim, levantando a sobrancelha, e então ela


estalou os dedos para o Sr. Thompson.

— Eu pensei que nós concordamos que não estávamos fazendo


qualquer viagem aérea. Nós apenas queremos o cruzeiro. Esse foi todo o
ponto da viagem.

— Oh. Eu não estava ciente de que toda a viagem era para ser
sobre o oceano, mas certamente podemos organizar isso para você. Você
sabe que vai ter um adicional de dois mil dólares cada um, certo? — Ele
limpou a garganta. — Se você perde a viagem aérea, você vai ter que
fazer um cruzeiro privado para o porto da Florida.

Eu quase engasguei. — Você acabou de dizer dois mil...

— Não é um problema —, Helen interveio. — Eu estou pagando


por tudo de qualquer jeito. Existe uma maneira que você pudesse
modificar o que precisa ser mudado enquanto estamos aqui, para que
possamos assinar isso hoje à noite?

— Claro, há um café com Internet em frente ao hotel. Você pode


me dar dez minutos?

Helen assentiu com a cabeça e ele foi embora.


— Helen, dois mil dólares, além de três mil originais? Cada? Isso
é um pouco demais não acha? Eu não acho que eu vou ser capaz de
achar esse custo acessível.

— Supere isso, Claire. Eu disse que eu estava pagando por tudo e


todas nós merecemos esta viagem, especialmente você. Ah, e acho que a
melhor parte é?

— Será que isso envolve homens?

— Você me conhece tão bem. A semana que vamos é a mesma


semana em que os bailarinos do Chippendale estão fazendo seu retiro
anual de strippers! Como isso é incrível! Você deveria estar se curvando
na minha presença.

— Você é uma verdadeira obra de arte, Helen...

Eu senti o meu telefone vibrar e vi uma mensagem de texto.


Jonathan.

J: Sala de Fotografia amanhã. 5h. Você deve usar algo semelhante ao


que você usa agora.

Eu empalideci. Ele está aqui?

— Claire? — Helen abanou-se. — Por que você não está se


curvando?

— Eu acho que Jonathan está aqui... Eu não quero virar. Você


pode olhar ao redor e verificar se você consegue vê-lo?

Ela virou-se em sua cadeira e olhou em volta. — Hum, não... Eu


não o vejo. Será que ele mandou alguma mensagem para você?

Eu balancei a cabeça.

— Eu acho que eu já gosto dele. — Ela sorriu. — Você deve saber


que Sandra e eu temos uma aposta em execução no quanto tempo esse
caso vai durar.
— Não ouso perguntar qual é o limite de tempo né?

— Eu aposto que pelo menos um ano.

— Um ano? Por favor. Isso é uma piada, certo?

— Nem um pouco. — Ela pegou o telefone. — Eu fiz uma pequena


pesquisa sobre ele outro dia para o seu benefício, claro. Eu não
consegui encontrar nada sobre ele antes dele sair de Harvard embora...
De qualquer forma, ele parece combinar bem com você,
temporariamente, lógico. Seu patrimônio líquido é de 9,5 bilhões, ele só
teve duas ou três namoradas conhecidas; a última foi mais de um ano
atrás. E...

— Eu não tenho quaisquer detenções anteriores ou incidentes


públicos embaraçosos no meu passado. — Sua voz soou bem atrás de
mim, e os cabelos na parte de trás do meu pescoço se levantaram.

— Tirou as palavras da minha boca... — Helen sorriu.

— Legal vê-la novamente, Helen. — Ele correu os dedos contra


meus ombros nus.

— O mesmo pra você, Jonathan. Você gostaria de se sentar com a


gente?

Ele caminhou por trás de mim e sorriu. — Não obrigado. Eu


preciso voltar lá para cima para a minha reunião. Vejo você amanhã,
Claire. — Ele me olhou de cima abaixo antes de se afastar.

— Eu não posso acreditar em você, Helen! — Eu balancei minha


cabeça. — Você o viu, não é?

— Sim, mas ele fez sinal para eu não dizer nada. — Ela riu. — Eu
estou indo definitivamente para ganhar esta aposta. Temos de dizer a
Sandra sobre isso!
— Então, equipe, temos reduzido os slogans azuis do sPhone até
dois concorrentes. Nesta semana, vamos precisar nos reunir com a
equipe beta sobre os mais novos tablets e dados do projeto. Nós
também precisamos planejar nossos comerciais e ainda assim temos
precisamos...

Eu não conseguia me concentrar em nada que o Sr. Barnes


estava dizendo. Eu estava em um estado de euforia e não importa o
quanto eu tentasse trazer meus colegas de trabalho para o mundo real,
eu não conseguia.

Todos os dias durante as duas últimas semanas, eu estava


fazendo sexo com Jonathan após o horário comercial. No início,
estávamos reunidos na sala de fotografia, mas depois que os fotógrafos
começaram a marcar reuniões posteriores, nós levamos as coisas para
onde quer que houvesse um espaço vazio e disponível e até em
escadarias, armários do zelador, salas dos empregados.

Não houve conversas profundas entre nós, nenhum olhar para se


abrir e fazer revelações sobre nossas vidas; era sexo apenas. Puro sexo
transcendental, arrebatador, de outro mundo.

Era como se ele conhecesse o meu corpo melhor do que eu; Eu


nunca tinha tido orgasmos múltiplos em minha vida. Nunca!

Eu nunca pensei que ter tanto sexo era possível ou que o sexo
poderia ser incrível. Quero dizer, o sexo com Ryan era ―bom‖, mas ele
nunca me deixou ficar quente só de pensar nisso, nunca me deixou
completamente devastada e nas nuvens por nove horas depois.

Jonathan era um Adônis na cama, bem, nós não tínhamos


realmente feito sexo em uma cama, mas ele foi incrível do mesmo jeito.

Bastava apenas um olhar dele, um pequeno roçar contra a minha


pele depois de uma reunião do grupo, e eu já estava mais do que
molhada e pronta.
— Senhorita Gracen? Senhorita Gracen? — Sr. Barnes me lançou
um olhar interrogativo.

— Sim?— Eu relutantemente saí de meus pensamentos.

— Você quer introduzir as apresentações dos estagiários?

— Certamente, Sr. Barnes. — Levantei-me e olhei em volta da


mesa. — Todos os estagiários tiveram a tarefa de chegar com um
comercial com animação para o sPhone azul. Temos dois grupos que
vão apresentar e cada um tem dez minutos. No final das apresentações,
se for preciso envie um e-mail para mim e para o Sr. Barnes sobre qual
deles você sente que vai se encaixar melhor na campanha.

Sentei-me de volta e tentei não revirar os olhos.

Enquanto o primeiro grupo foi apresentou a sua criação,


Jonathan entrou na sala. — Olá todos. — Ele sorriu. — Vocês todos não
se importam se eu me sentar aqui não é?

Ouviram-se murmúrios de ―Nem um pouco‖, ―é claro‖, e ―Claro‖.

Ele caminhou ao redor da mesa e mais uma vez se sentou na


minha frente.

Sr. Barnes sorriu. — Senhorita Turner, você poderia passar ao Sr.


Statham uma cópia dos slides, por favor?

Ela caminhou em direção a ele, corando vermelho brilhante, e


entregou uma pasta a Jonathan. Ele acenou com a cabeça e sorriu para
ela, fazendo seu rosto, mais uma vez, carmesim.

As luzes se apagaram e os olhos de Jonathan imediatamente


encontraram os meus do outro lado da mesa. Ele estava me dando seu
olhar de ―eu quero você agora‖, e eu não poderia lidar com isso agora -
não no meio do dia, não na frente de todos os meus colegas.

Girei minha cadeira e suspirei, observando os primeiros minutos


de uma apresentação que foi chocantemente bem feita.
Senti meu telefone vibrar e abri a mensagem. Jonathan.

J: Vire novamente. Agora.

C: Só se você concordar em parar de olhar para mim. Eu não quero as


outras pessoas sentindo que estamos dormindo juntos e eu não posso me
concentrar com você olhando para mim...

J: Eu não dou a mínima para o que eles pensam. VIRE. AGORA.

C: Preste atenção à apresentação. Você pode aprender alguma coisa.

Bati no final da primeira apresentação e preparada para tomar


notas no segundo, mas eu recebi outro texto dele.

J: Se você não virar-se dentro dos próximos sessenta segundos, eu juro


que eu vou caminhar em torno desta mesa e fodê-la na frente de todos.

Meu coração acelerou. Eu imaginei que ele tinha que estar


blefando; ele não arriscaria sua reputação em algo tão imprudente e
trivial.

Eu ficava ouvindo os estagiários e anotando os meus


pensamentos.

J: Trinta segundos, Claire...

Eu sufoquei um suspiro e mandei uma mensagem de volta.

C: Você não ousaria.

J: Tente-me.

— Tudo bem, pessoal! —, Disse Barnes. — Obrigado a ambas as


equipes internas pelo trabalho excepcional.

— Diretores, se certifiquem de enviar para mim e para a Srta.


Gracen o que vocês acharam por e-mail antes de sair. Teremos agora o
momento da nossa sessão semanal Zen, por isso precisamos ir para a
sala de relaxamento.
Fechei meu caderno e dei um suspiro de alívio. Eu segui minha
equipe em frente ao hall e em uma sala da cor do mar cheia de sacos de
feijão de gosto duvidoso.

Como de costume, um dos diretores desligou as luzes e o Sr.


Barnes acendeu as três enormes velas zen que ficavam na frente da
sala.

Nós deveríamos ―encontrar‖ o nosso caminho para o saco de feijão


que ―chamou‖ por nós, e sentarmos sobre ele durante uma hora de
meditação no escuro. Naturalmente, a maioria das vezes as pessoas
acabavam de ouvir a sua música e adormecia, especialmente eu.

Fui em direção meu lugar isolado no canto de trás e comecei a


sentar-me, mas eu senti Jonathan envolvendo os braços em volta da
minha cintura.

Antes que eu pudesse dizer-lhe para parar, ele se inclinou e me


beijou até que eu estava fora do ar.

— Você tem sorte que é tão escuro aqui —, ele sussurrou. — Da


próxima vez eu vou fazer isso na sala de conferências para todo mundo
ver.

— Eu...

Ele me beijou novamente e me puxou para perto. — Shhhh. Não


fale.

— Para todos que não têm a sua própria música de relaxamento...


— A voz Sr. Barnes estava vindo a partir da parte dianteira da sala. —
Por favor, coloque os fones de ouvido Zen agora. Eu estou indo acionar
a música oceano através deles em cerca de dez segundos.

— Você provavelmente deve tentar ser o mais silenciosa possível.


— Jonathan me puxou para o canto e deslizou as mãos por baixo da
minha saia.
Ele não pode estar falando sério...

— Jonathan, pare. Isso é loucura... — Minha respiração ficou


presa na minha garganta. — Você sabe quantas pessoas estão aqui?
Você não faria...

— Você causou isso a si mesma. — Ele me beijou e me puxou


para baixo em um saco de feijão.

Eu puxei minha boca longe da sua e tentei me levantar, usando


as mãos para me empurrar do chão, mas ele serpenteou seu braço em
volta da minha cintura e me puxou para perto.

— Estou começando a música Zen agora —, disse Barnes. —


Lembre-se que não podem falar e usar o telefone celular, por favor. Ah,
e lembre-se de tomar respirações profundas e...

O resto de sua frase saiu abafado. Eu não conseguia me


concentrar.

Jonathan estava me beijando implacavelmente, não me dando a


chance de me afastar. Quando ele tinha tomado cada gota de respiração
que eu tinha, ele empurrou meu vestido para cima passando as minhas
coxas e me posicionado em cima de seu colo.

Eu o ouvi desafivelando suas calças e envolvendo um


preservativo, então eu tentei me levantar de novo, mas um dos seus
braços ainda estava firmemente serpenteando em torno de mim.

— Jonathan... — Eu sussurrei. — Pense nisso. EU...

— Eu penso —, disse ele enquanto ele deslizava dois dedos dentro


de mim. — Eu estive pensando sobre isso o dia todo. — Ele os moveu
dentro e fora algumas vezes, e então ele trouxe sua boca perto do meu
ouvido. — E pelo que pude sentir... Você esteve pensando sobre isso
também.
Eu suprimi um gemido quando ele deu um beijo no meu pescoço,
e me inclinou para cima, lentamente, me baixando em seu pau.

— Ahh... Ahhh... Ahhhhh...

— Shhhh... — Ele puxou meu lábio inferior com os dentes e


segurou minhas mãos, colocando-as na parede atrás dele. — Você tem
que ficar quieta ou eles vão nos ouvir...

— Tudo bem, uma última coisa a todos. — Sr. Barnes ainda


estava falando. — Lembre-se, se alguém for apanhado falando ou se
alguém tiver algum telefone celular tocando, eu vou ter que ligar as
luzes e nós vamos ter que fazer a sessão na luz, sem o poder das velas.
Então, não seja egoísta! O sistema Zen nos beneficia muito...

Eu apertei minhas mãos contra a parede, exalando quando


Jonathan empurrou o topo do meu vestido para baixo e pegou um dos
meus mamilos em sua boca.

— Claire... — Ele esfregou as mãos nas minhas costas, me


puxando para perto, e então ele sussurrou em minha orelha, — Mova-
se.

Eu respirei fundo e balancei contra ele, tentando não gemer


enquanto ele rolava a língua ao redor de um dos meus mamilos.

Ele estava a provocando com cuidado, combinando com o mesmo


ritmo para cima e para baixo que eu estava usando com meus quadris.

Eu tentei ir tão lento mesmo que sabendo que eu possivelmente


poderia acelerar, mas eu acabaria gritando e todo mundo iria me ver em
uma amasso contra o nosso chefe. Exalei cada vez que eu afundei mais
e mais, mas não deve ter sido bom o suficiente para Jonathan porque
de repente ele segurou minha bunda e me mudou acima e para baixo a
um ritmo muito mais rápido.

— Ahhh... Deussss... Pareeee... — Eu sussurrei.


— Não. — Ele prendeu meu lábio inferior entre os dentes,
apertando minhas bochechas de forma ainda mais dura, me fazendo
saltar contra ele sem finesse.

Deixei escapar outro gemido e ouvi um sinal sonoro alto da frente


da sala o som que significava que alguém estava falando; se ele soasse
novamente, as luzes viriam automaticamente.

— Então, você está assistindo as outras pessoas? — Jonathan


sussurrou contra a minha boca. — Eu não me oponho a isso... — Ele
apertou seus lábios contra os meus e me beijou para me impedir de
fazer outro som. Ele começou a flexionar-se para cima, ainda segurando
e controlando o meu ritmo com as mãos.

Eu não aguentava mais, eu senti um orgasmo crescendo dentro


de mim, senti se preparando para me gritar, então eu rompi com o beijo
de Jonathan.

— Eu estou... Eu estou a ponto de... — eu murmurei. — Eu


estou...

Ele se inclinou e mordeu em baixo nos meus lábios. Forte.

Minhas pernas começaram a tremer e vibrações severas


percorreram todo o meu corpo. À medida que o intenso prazer rolou
através de mim, eu tentei me empurrar para longe dele para que eu
pudesse exalar, gritar e respirar mas ele não deixou minha boca sair até
que o meu corpo se enrijeceu e se acalmou.

Quando teve certeza de que eu estava satisfeita, ele soltou os


meus lábios e recostou-se contra a parede.

Eu caí para frente contra o peito dele, arfando zangada demais


para pensar direito. Eu sentei lá, ainda em cima dele, me perguntando
se eu estava sonhando ou se ele era realmente tão louco.

— Deixe-me ajudá-la. — Eu o ouvi dizer gentilmente me afastando


dele. — Você é muito exibicionista... — Ele limpou com um pano entre
as minhas coxas. Eu achei que era o lenço de seu terno, e beijou minha
testa quando ele fez isso.

Então ele puxou meu vestido para trás sobre minhas coxas e
passou os dedos pelo meu cabelo.

Eu o ouvi fechar as calças para cima e afivelar o cinto. Eu mal


podia ver seu rosto na escuridão, mas eu podia senti-lo olhando para
mim, como sempre fazia quando estávamos terminando.

Tentei canalizar minha raiva e confusão em outra coisa, qualquer


coisa, mas os sons da música do oceano disparando das caixas de som
do salão eram muito altos. Havia até mesmo algumas pessoas
roncando.

— Siga-me. — Ele pegou minha mão e me puxou para cima. Ele


empurrou um painel na parede que estava atrás de nós, me levando em
um quarto escuro com uma mesa de conferência de madeira.

Ele calmamente deslizou o painel de volta no lugar e trancou-a. —


Vamos almoçar juntos.

O quê?

Ele deve ter notado a expressão no meu rosto, porque ele sorriu.
— Só vai levar trinta minutos de seu tempo. A sessão Zen vai acabar até
lá.

Eu fiquei sem palavras. Eu não podia acreditar, ele literalmente


me fodeu em uma sala cheia de meus colegas mais próximos e, em
seguida, teve a audácia de sugerir almoço.

— Eu vou trazer o nosso almoço aqui. — Ele começou a abrir as


cortinas. — O que você quer comer?

Eu não respondi.

— Claire? — Ele se virou. — Você sabe que eu não sou um grande


fã de perguntas sem resposta...
— A salada de frango grelhado, segure o sexo, por favor.

Ele riu e puxou o telefone do bolso.

— Será que todas as salas do Statham Indústrias têm uma


passagem escondida em segredo? —, Perguntei.

— Não, não todas elas, apenas as executivas. Elas são mais uma
medida de segurança contra incêndios, mas elas claramente vieram a
calhar para outras coisas...

Revirei os olhos e sentei à mesa.

— Ângela? Você poderia mandar alguém para me trazer duas


saladas de frango grelhado e dois chás doces para a suíte executiva no
nível vinte e quatro? Você é a melhor. Obrigado. — Ele sentou perto de
mim. — A porta à sua esquerda leva para o corredor, a propósito.

— Devidamente anotado...

— Você está aborrecida comigo?

— Eu não sei como eu estou. Eu não sei como eu deveria me


sentir depois de ser fodida na frente de todos os meus colegas de
trabalho.

— Exultante, talvez?

— Há um monte de palavras que vêm à mente. Essa


definitivamente não é uma delas.

— Bem, da próxima vez apenas vire. Eu tenho certeza que


ninguém viu nada. A maioria deles estava caindo adormecidos... Posso
te perguntar uma coisa?

— Continue...

— Você sempre namora ou você apenas fica sempre que a pessoa


te convida para sair?
— Eu não namoro.

— Por que não?

Eu dei de ombros. — Eu não quero me decepcionar mais uma vez,


se você sabe o que quero dizer... — Eu comecei a pensar sobre Ryan e
imediatamente dirigi a conversa para longe. — Você namora?

— Eu tenho tentado... A mulher que eu estou atualmente é a


mulher mais difícil que eu já persegui.

— Ela está provavelmente fora de seu nível. Por que você não
apenas namora uma supermodelo?

— Não estou interessado. Eu já fiz isso antes.

Oh... — Bem, por que não uma atriz?

Houve uma batida na porta.

— Eu fiz isso antes também... Não há muito conteúdo em


qualquer uma dessas mulheres, honestamente, mas não posso culpá-
las. Tornam-se como todas as outras na indústria. — Ele abriu a porta
e pegou o nosso almoço. Quando ele carregava as caixas de volta para a
mesa, ele olhou para mim. — Eu sei que isso é aleatório, mas eu tenho
sentido vontade de perguntar o seguinte: Você tem um fascínio com
bandeiras brancas e vermelhas?

— O quê?

— Seus colares e as pulseiras que você usa. Todos eles têm


bandeiras com triângulo branco e vermelho.

— Oh... Não, eu não chamo de um fascínio. Eu só gosto de


bandeiras.

— Interessante...

Ele me passou a minha salada e chá, e nós dois comemos em


completo silêncio.
Cada vez que eu olhava para ele, ele sorria. Apesar do fato de que
eu estava chateada com ele pelo o que ele tinha me feito minutos atrás,
eu não pude deixar de sorrir de volta.

Era estranho para eu realmente gostar de estar perto de alguém


em silêncio, mas eu e ele escorregamos em um silêncio o tempo todo.
Com qualquer outra pessoa, geralmente sentia que era chato ou difícil,
mas com ele sempre sentia que era natural.

— Obrigada pelo almoço. — Levantei-me uma vez que eu tinha


terminado. — Foi muito gentil de sua parte, mas nós não faremos isso
de novo.

— Por que não?

— Porque o que quer que isso seja entre você e eu é estritamente


físico. Eu fico aqui e você ai. É isso aí.

— Ok, Claire. — Ele sorriu.

— É isso. — Eu coloquei no meu rosto uma expressão inegociável.


— Isso é estritamente sobre sexo.

— Não estou duvidando de você, mas se você continuar ai de pé e


olhando para mim desse jeito, você não pode reclamar se te colocar de
volta para baixo.

Revirei os olhos e caminhei para fora da sala.

Segunda-feira era o melhor e o pior dia da semana: ―Melhor‖,


porque isso significava que depois de um fim de semana sem qualquer
sexo, ia finalmente começar de novo. ―Pior‖ porque o Sr. Barnes insistiu
em agendar a maior parte das nossas reuniões e apresentações nesse
dia.

No entanto, nesta segunda-feira em especial foi pior do que o


habitual, porque eu não tive um segundo para relaxar do final de
semana.
Passei todo o meu sábado sobre a Ponte Golden Gate,
trabalhando em três versões diferentes do comercial do sPhone azul:
Nós demoramos tomada após tomada, e uma vez que foi finalmente
aperfeiçoado, o diretor percebeu que tinha sido fotografado com a
câmera errada, então tivemos que fazer tudo de novo.

No domingo, minha equipe e eu passamos 18 horas para


atravessar um banco de vídeos, tentando descobrir estratégias de
promoção para Statham Industries e seu mais novo produto: o Tablet.

No momento em que eu cheguei para trabalhar na segunda-feira,


eu era um zumbi ambulante. Sentei-me através de reuniões
intermináveis, contratos internos, publicidades renovadas, pesquisa
beta, etc., etc. Eu não me incomodei com o meu intervalo de almoço,
porque dois clientes me pediram no último minuto para ajudar com
seus problemas.

Quando a minha última reunião acabou, eu estava


completamente exausta. Tentei beber algumas xícaras de café para me
animar, mas não houve nenhum efeito.

Não foi até um pouco depois das cinco, que notei um texto que
Jonathan tinha enviado horas atrás.

J: Minha secretária foi para casa cedo para que possamos usar o meu
escritório hoje... Você pode vir até aqui quando quiser.

Eu embalei todas as minhas coisas e me refresquei no banheiro,


demorando algumas horas com isso, seria tudo que eu precisava para
ganhar um pouco de energia.

Peguei o elevador até o último andar e bati.

— Boa tarde, Claire. — Ele abriu a porta e me conduziu para


dentro.
Olhei ao redor em seu escritório e tentei não parecer totalmente
impressionada. Era dez vezes o tamanho do meu escritório e havia
portas que davam para outras salas em todas as quatro paredes.

Na parede à minha direita do chão ao teto havia uma estante que


estava cheia de livros de capa dura. A minha esquerda, tinha uma tela
de projeção que cobria toda a parede e uma sala de estar para dez
pessoas. Sua enorme mesa de metal foi centrada na frente das janelas
do chão ao teto, e havia um enorme e luxuoso sofá branco no canto.

Ele colocou as mãos nos meus ombros e ergueu a sobrancelha. —


Está se sentindo bem?

— Sim, eu estou bem.

— Você tem certeza?

— Sim. Por que não estaria?

— Hmmm. Não sei.

Ele me levou até o sofá e se sentou ao meu lado. Ele segurou meu
rosto entre as mãos e olhou fundo em meus olhos antes de me beijar.

Eu pensei que ele estava indo para tirar a roupa ou me colocar


contra o sofá, mas ele me puxou para seu colo e começou a massagear
meus ombros.

— Como foi o seu dia hoje? — Perguntou.

— Foi ahhh... Foi tudo bem... — eu murmurei.

— E como é que os seus comerciais da promoção foram no fim de


semana?

— Ahhh... Bom. Muito bom. — Eu fechei meus olhos, com foco no


ritmo suave de suas mãos, e, em seguida, tudo ficou escuro.
Senti dedos correndo pelo meu cabelo, uma mão acariciando meu
rosto. Eu abri meus olhos e percebi que estava deitada no colo de
Jonathan.

Adormeci?!

— O sexo é chato comigo? — Ele olhou para mim e sorriu. — Você


pode me dizer, você sabe. Nós podemos trabalhar nele.

— Sinto muito. Estou muito exausta e eu...

— Não precisa se desculpar. Eu sabia que você estava cansada


quando você entrou... Vire.

Eu estava grogue e rolei, quando ele começou a massagear


minhas costas.

— Dia longo?

— Longo fim de semana... Eu acho que eu tive sete horas de sono


nos últimos três dias. Verificação na promoção é a pior parte de ser um
diretor de marketing, porque os clientes esperam muito. Estávamos no
local o dia todo de sábado e aqui todo dia de ontem... E provavelmente
não ajudou que mantivemos pedidos de viagem para nos alimentar a
cada três horas...

— Você deveria ter me ligado. Eu já teria um chef de cozinha aqui


para todos vocês.

— Você não teria feito isso. — Eu exalei quando ele pressionou as


palmas das mãos nas minhas costas.

Isto é tão bom...

— Gostaria de ter feito, especialmente se eu soubesse que você


estava aqui.

— É bom saber, mas chamar você e falar com você no telefone


está fora do estritamente e apenas sexo. Lembra-se?
— Eu não acho que haja algo de errado com a gente falar ao
telefone, Claire. Por uma questão de fato, eu vou te ligar amanhã à
noite, e você vai me responder.

— Vou pensar sobre isso.

Eu o ouvi rir, e então eu senti suas mãos se moverem mais para


baixo em minhas costas.

— Eu acho que você deveria ligar falando que esta doente amanhã
e descansar um pouco —, disse ele.

— Então você pode aparecer na minha casa sem ser convidado?

— Não. — Ele deu um beijo na parte de trás do meu ombro. — É


porque você realmente precisa recuperar o atraso em seu sono. Você
não será boa para a empresa, se você estiver exausta.

— Oh... Bem, eu vou considerar isso.

— Bom.
Capítulo 9
Jonathan

A
— Sim?
minha secretária chamou na minha linha. — Sr.
Statham?

— Sua mãe está aqui para o almoço senhor.

— Mande-a entrar, por favor.

Segundos depois, minha mãe entrou no meu escritório vestindo


um terno cinza pálido. Sua maquiagem estava perfeita, e parecia que
ela estava cuidando de si mesma, por todo mês. A luz azul nos olhos
ainda parecia tão limpa e otimista como estava no dia de sua
graduação, mas eu não estava acreditando nisso ainda. Ela teve
recaídas muitas e muitas vezes para eu realmente acreditar que ela
mudaria.

Ela sentou-se à mesa e meus olhos se desviaram para a pequena


área que estava saindo da sua jaqueta.

— Eu pensei que você disse que parou de fumar. — Eu suspirei.


—Sim, crystal meth15, e não cigarros. Eles são praticamente
inofensivos.

Eu balancei a cabeça e peguei os cigarros do seu bolso. —


Substituir um mau hábito por outro não é a melhor ideia. Você quer
que eu te compre alguns adesivos de nicotina?

— Por que eu iria querer isso, Jonathan?

— Assim você pode parar de matar a si mesma e viver até os


sessenta.

— Oh, você é um especialista em saúde agora? Eu acho que ser


um bilionário faz com que você ache que sabe tudo, hein?

— Todo mundo sabe que fumar faz mal. Está na maldita caixa.

Eu nunca deveria ter concordado com isso...

— Mas é ainda pior para uma ex-usuária de metanfetamina, não


acha? Eu aposto que eu estar aqui é infernalmente constrangedor para
você. Não é? Eu aposto que você não quer que nenhum de seus amigos
ricos, possa ver que sua mamãe drogada está novamente recém-saída
da reabilitação e...

— Ok, pode parar. Pare agora mesmo. — Eu balancei minha


cabeça. — Eu concordei em encontrá-la uma vez por semana para seu
benefício. Não o meu. Então, se você está pensando em vir aqui para me
fazer sentir culpado por ser bem sucedido, você está desperdiçando seu
tempo... Nós devemos apenas tentar novamente na próxima semana.

— O que? — Ela parecia magoada. — Você quer que eu vá


embora?

— Sim. Agora.

15
Droga a base de anfetamina
—Eu estou... Eu sinto muito... Eu não quis dizer nada disso. É
que às vezes eu estou tão fora de mim porque eu não tenho uma saída
mais real e... Eu sinto muito, Jonathan. Eu...

— Está tudo bem. Nós só vamos tentar novamente na próxima


semana. — Fui até lá e a abracei. — Nós precisamos fazer isso direito se
vamos fazê-lo mesmo. Eu não quero estar frustrado com você, e eu não
quero você frustrada comigo. Basta deixar os cigarros em seu carro na
próxima vez.

Ela me deu um meio sorriso. — Tudo bem... Eu vou te ver na


próxima semana.

Eu andei para fora do meu escritório e apertei o botão do elevador


para ela. Assim que ela saiu, eu caí atrás da minha mesa e segurei a
minha cabeça em minhas mãos.

Minha mãe era a única pessoa que poderia me irritar em questão


de segundos. Não importa o quanto eu tentei ser educado, o quanto eu
tentei ser útil, ela sempre tinha algo negativo a dizer, como se eu fosse a
pessoa que arruinou sua vida.

Ela tinha feito isso para si mesma e eu ainda estava


extremamente zangado com ela por não perceber isso.

Muitas vezes me perguntei por que ela não poderia ter sido uma
mãe normal, que realmente dava a mínima para crianças, que ajudava
nos trabalhos de casa e realmente fizesse o jantar de vez em quando.
Em vez disso, minha mãe e meu pai, estavam saindo bêbados na
maioria das vezes, me deixando e a minha irmã morrendo de fome;
forçando-me a ir mergulhar tarde para ver o que sobrou do lixo dos
meus vizinhos.

Eu desperdicei muitos anos me preocupando com os meus pais e


eu me recuso a deixá-los continuar a me atingir. Eu tinha outras coisas
para me preocupar, como Claire Gracen.
Ela era a mulher mais difícil que eu já tinha me deparado, e,
geralmente, quando uma mulher me frustrava, eu mudava para outra.
Mas Claire era diferente.

Por um lado, ela exalava esse ar de confiança que fazia com que
todos os outros na sala desaparecessem, que tornava impossível para
mim me concentrar em qualquer outra coisa que estava acontecendo.
Ela também parecia se tornar mais linda a cada vez que a via e com
algo que eu nem sabia que era possível.

E o sexo era absolutamente fenomenal, eu não acho que eu


jamais iria estar satisfeito.

No entanto, essa foi a única vez em que ela estava um pouco


aberta comigo. Ela foi extremamente discreta na conversa normal, como
se ela estivesse com cuidado medindo cada uma de suas palavras.
Sempre que ela estava a ponto de dizer algo remotamente pessoal, ela
continha-se e ficava completamente desligada. Certamente, eu não
tinha sido aberto com ela também, mas eu sempre pensei que as
mulheres eram mais ansiosas para contar partes de si mesmas.

Abri a gaveta na parte inferior da minha mesa e tirei o arquivo de


informações básicas que eu pedi a Corey para fazer para mim:
Divorciada há quatro anos. Registros fiscais conjugais de 14 anos. Duas
filhas Ashley Gracen e Caroline Gracen. Mais de cem mil dólares em
dívida. Histórico de votação independente. Bilhete de estacionamento do
último sábado.

Normalmente, gostaria de pedir-lhe para fazer uma completa


verificação do seu nome através de cada banco de dados único que
podia invadir, mas decidi contra isso. Pela primeira vez, eu queria ver se
eu poderia descobrir tudo sobre uma mulher por mim mesmo, para
uma mudança.
— Ohhh... Ohhh Deusss Deusss... Eu vou... Eu vou gozar... Eu...
Eu estou... — Claire balançou contra mim um pouco mais e caiu em
meus braços, respirando pesadamente.

Ambos os nossos corpos subiam e desciam juntos, e nós ficamos


entrelaçados no chão do meu escritório por alguns minutos.

Ela é definitivamente a melhor que eu já tive...

Ela rolou de cima de mim e sentou-se lentamente.

Mudou a saia para trás sobre seus quadris e prendeu os fechos


de volta. Enfiei a camisa de volta sobre seus braços e comecei a fechar
os seus botões.

Uma vez que cheguei ao último botão, corri meus dedos através
de seu colar de prata. Eu estava começando a contar; ela tinha pelo
menos dez outros diferentes e todos apresentavam as mesmas
bandeiras brancas e vermelhas.

— Você tem certeza que não quer comer comigo? — Eu fechei as


minhas calças. — Eu não acho que seja considerado almoço, se todo
mundo foi para casa.

Ela sorriu. — Isso definitivamente é. De qualquer forma, obrigado


pela oferta.

— OK. Eu vou pegar a comida chinesa, e quando eu voltar eu vou


levá-la até a garagem.

Assim que eu saí do meu escritório, eu vi o Sr. Barnes e dez


outros membros da equipe vindo.

— O que...

— Oh! Sr. Statham! — Mr. Barnes levantou-se e apertou a minha


mão. — Eu não sabia que você estaria aqui tão tarde hoje.

— O que vocês estão fazendo?


— Nós estamos seguindo o conselho do capítulo sete em nosso
livro Zen. Ele diz que às vezes é bom obter energia a partir daqueles que
foram bem sucedidos. Então, nós estamos fazendo nosso exercício Zen
em frente ao seu escritório. Estamos tentando obter um pouco de sua
aura para passar para nós.

Eu nunca mais contratarei outro palestrante motivacional... — Isso


soa... Realmente interessante. Você precisa de mim?

— Não, não, a menos que você queira se juntar a nós. Pode


funcionar ainda melhor se a fonte de inspiração está no nosso círculo.

— Talvez da próxima vez. — Eu tentei não rir. — Eu tenho algum


trabalho para terminar.

— É compreensível. — Ele deitou-se no chão e fechou os olhos.

Saí para o corredor e peguei comida chinesa, tentando não pisar


em qualquer um dos enlouquecidos funcionários em meu caminho de
volta para o escritório.

— OK. Eu estou pronta. — Claire passou por mim e eu a agarrei


pela cintura.

— Nós não podemos sair agora.

— O quê? Por que não?

— Porque seus colegas de trabalho estão lá fora em rituais zen.


Eles estão tentando aproveitar a minha aura ou algo assim. Gostaria de
ir lá e se juntar a eles?

— Você está brincando comigo? — Ela andou até a porta e olhou


através das cortinas. — Idiotas... Pare, isso significa que eles poderiam
nos ouvir? — Ela empalideceu.

— Duvido. O escritório é à prova de som... Eu acho que você não


tem escolha a não ser comer comigo hoje. Eu pedi para dois.
— Claro que você fez. — Ela tomou um saco marrom de mim.

Como de costume, entrou em um estado de silêncio, um silêncio


reconfortante familiar. Mesmo que fosse agradável, senti que precisava
quebrar essa rotina hoje. Precisávamos ser capaz de falar pessoalmente.

Limpei a garganta. — Por que você não está levando o livro Zen
tão a sério como eles estão?

— Eu só leio livros com conteúdo.

— Eu tive que desistir dele depois de cinco páginas lidas. — Eu ri.


— Eu não tenho ideia sobre o que esse cara estava falando.

— Então por que você pagou-lhe dois milhões de dólares?

— Política. Além disso, é uma boa forma de eliminar imposto.

— Oh. Aqui estava pensando eu que você realmente se


preocupava em impulsionar a moral dos funcionários. Que inspirador.

— Cuidado, Claire. Eu sou facilmente despertado pelo sarcasmo.


— Eu assisti seu rosto ficar vermelho brilhante. — Você normalmente lê
livros com algum conteúdo?

— In Cold Blood (A sangue frio) por Truman Capote. Minhas


filhas estão lendo para aula de Inglês, então eu decidi lê-lo com elas.

Senti uma pontada no meu peito. — Clube do livro da família?


Vocês todas têm reuniões de família e coisas assim sempre?

— Sim. — Ela cortou seu rolinho de ovo. — Temos reuniões


familiares todas as terças-feiras, e eu tento levá-las em uma viagem a
cada verão.

— Por quê?

— É apenas algo que minha mãe costumava fazer para mim


enquanto eu estava crescendo e eu quero que elas experimentem
também. Quero dizer, as viagens não são extravagantes ou qualquer
coisa, em sua maioria viagens na estrada, mas elas são geralmente
muito divertidas. A sua família faz viagens?

A minha “família” não faz nada...

Eu balancei minha cabeça. — Não, não realmente. Onde você vai


levá-las neste verão?

— Eu quero levá-las em um cruzeiro em junho, mas


provavelmente vai ter que esperar até agosto.

— Por causa de seu trabalho?

— Não, porque eu não sou rica e eu realmente tenho que guardar


dinheiro para fazer as coisas que eu quero. — Ela sorriu.

— Além disso, eu estou tentando montar um plano para pagar


meus empréstimos estudantis, a minha hipoteca, e... Desculpe. Eu sei
você não se preocupa com essas coisas. Eu deveria...

— Quanto você tem de dívidas?

— Eu não posso dizer... Eu estou envergonhada de dizer isso em


voz alta.

— Não fique. Conte-me.

Ela suspirou. — Eu devo cinquenta e quatro mil dólares em


empréstimos estudantis e cem mil dólares da minha casa... Eu estava
sendo otimista quando eu pensei que eu seria capaz de pagá-lo. Eu
provavelmente vou ter sessenta quando terminar.

— Você ainda vai estar trabalhando aqui comigo?

— Ha! Por favor! — Ela riu e caminhou até a porta.

Eu a segui e vi que sua equipe estava agora fazendo yoga


meditativa em cima de esteiras amarelas. Sr. Barnes parecia estar lendo
uma lista de exercícios.
— Quanto tempo você acha que vão ficar lá fora? — Ela suspirou.

— Provavelmente mais uma hora ou algo assim. — Eu andei até


minha mesa e peguei minha jaqueta. — Vamos, eu vou levá-la até a
garagem.

— O quê! Você está louco? Nós andando por aí e rezando para


que eles não nos vejam? Eles vão pensar que estarmos juntos após o
expediente é suspeito?

Eu ri. — Claro que não. Eu tenho um elevador privado.

— Você está falando sério?! Você sabia o tempo todo?


Capítulo 10
Claire
J: Claire, tem reunião hoje com um dos administradores?

C: Não. Eu acho que não. — Eu mandei uma mensagem para Jonathan de


volta.

J: Você tem certeza?

C: Sim, eu estou cem por cento certa. Nós estamos trabalhando apenas
com a equipe beta hoje.

Há reunião, e é definitivamente hoje, com um dos diretores, mas


eu não queria dizer isso a ele. A última que estivemos juntos em seu
escritório, ele mencionou querer fazer sexo na sala de conferência logo
após uma reunião.

Eu pensei que era muito arriscado e demasiado ousado. Eu ainda


estava tentando acabar com o incidente do ―relaxamento em sua sala‖ e
eu não quero fazer nada para que meus colegas de trabalho possam nos
pegar.

— Claire, você poderia me ajudar a organizar tudo para a nossa


reunião de hoje? — Sr. Barnes me entregou uma caixa de cartazes e
pranchas. — Nós vamos manter hoje as coisas simples e usá-las.

Eu não tinha certeza se era porque eu estava gastando tanto


tempo com ele por causa das nossas últimas campanhas, ou se o sexo
constante com Jonathan me fez mais tolerante com as pessoas, mas o
Sr. Barnes estava se tornando menos irritante a cada dia. Ele ainda era
excessivamente entusiasmado e tinha necessidade de um sério
―treinamento da diversidade‖, mas pela primeira vez em todos os meus
anos na Statham Industries, eu estava aprendendo a gostar dele.

Eu carreguei os cartazes para a sala de conferências e vi que


Jonathan estava sentado sozinho na mesa.

— Boa tarde, senhorita Gracen. Espero que eu não tenha chegado


muito cedo para a reunião de hoje dos diretores.

— Nem um pouco. — Sr. Barnes veio atrás de mim. — Você está


na hora certa. Nós estamos começando em cerca de dez minutos.

Merda...

Jonathan sorriu e recostou-se na cadeira. — Sr. Barnes, apenas


por curiosidade, esta reunião foi planejada ou você decidiu
espontaneamente marcá-la há poucos minutos?

— Ah, não, ele foi planejada há cerca de três meses. Encontramo-


nos sempre às quintas-feiras, sempre que temos um memorando sobre
um novo produto.

— Obrigado por me explicar isso. — Jonathan me deu um de seus


sorrisos maliciosos. — Eu vou lembrar a importância disso a partir de
agora.

Afastei-me dele e comecei a fixar as placas de cartaz para a


sessão de debate. Eu podia senti-lo me observando, fazendo meu corpo
reagir instantaneamente contra a minha vontade. Quando outras
pessoas começaram a encher a sala, tomei um assento no final da
mesa. Longe dele.

Eu pensei que ele iria me mandar texto durante a reunião, e


assim eu continuei verificando o meu telefone, mas ele nunca vibrou.

Na verdade, ele nunca sequer olhou na minha direção.


Quando a reunião acabou, e ele começou a conversar com o Sr.
Barnes então eu tracei minha fuga. Eu disse adeus a alguns diretores,
reunindo as placas de cartaz, e saí da sala.

Eu não queria tomar os elevadores, pois Jonathan poderia


definitivamente encontrar comigo lá, então eu desci dez lances de
escada para voltar ao meu escritório.

Abri a porta e acendi as luzes, exalando. Então eu me virei e vi-o


sentado na minha mesa, sorrindo.

Eu não tenho que me explicar para você...

Eu guardei a caixa de pôsteres no meu gabinete e comecei a


organizar meus arquivos, agindo como se ele não estivesse no escritório.
Quando eu ia organizar as cartas dos meus colegas, eu o senti
envolvendo seus braços em volta de mim.

— Você mentiu para mim. — Ele soou divertido. — Então?

Ele afrouxou o aperto e me virei. — Então?

— Sim, então?

Ele olhou para mim por um longo tempo, deixando os olhos


vaguear sobre o meu corpo. Ele deu vários passos para mim, apoiando-
me contra a parede.

— Eu vou fazer você se arrepender disso quando você menos


esperar. — Ele beijou meus lábios. — Vou vê-la esta tarde.

Não ligue pra ele... Não ligue pra ele...

Era meia-noite. Eu estava deitada na cama, contando o número


de rachaduras em meu teto, tentando manter minha mente fora de
Jonathan.

Eu tentei tanto resistir a gostar dele, mas eu não poderia evitar.


Nós tínhamos tido sexo por quase dois meses, falando ao telefone de vez
em quando, e enviando mensagens de texto um ao outro no trabalho.
No entanto, não eram aquelas coisas que fazia meu coração palpitar;
eram as pequenas coisas íntimas que ele fazia.

Desde que eu me recusei a almoçar com ele, ele tinha o que eu


queria entregue ao meu escritório e me chamava durante a minha
pausa para que pudéssemos ―tecnicamente‖ almoçar juntos.

Ele insistia em me beijar antes e depois do sexo. Não o faminto, o


selvagem beijo ―devorando você agora‖; mas o beijo sensual, de boca
aberta, tipo ―eu não posso obter o suficiente de você‖. Ele me chamava
de ―linda‖ a cada chance que ele tinha, e sempre me pedia para aceitar
sair em um encontro, mesmo que eu recusasse sempre.

Eu não era tola o suficiente para acreditar que o nosso caso iria
durar, era apenas temporário, um voo sem sentido. Era apenas uma
questão de tempo antes que uma mulher mais jovem, uma mulher que
iria imediatamente dizer sim para sair com ele, aparecer e agarrá-lo.

Eu não podia negar que eu estava gostando da atenção recém-


descoberta e do impulso do ego inegável, mas eu estava esperando que
ele fosse encontrar alguém em breve. Eu precisava recobrar meus
sentidos e parar de me comportar como uma adolescente obcecada por
sexo.

Pare de pensar nele, Claire. Pare de pensar sobre...

Meu telefone tocou. Ele.

Eu não deixei o tocar mais de uma vez antes de atender. — Olá?

— Olá, Claire. Você está acordada até tarde esta noite.

— Eu tenho que estar. Eu estou no meio de algo muito


importante.

— Você está na cama, não é?

Ugh. — Sim...
Ele riu. — E as mentiras continuam chegando, não é? Nem pense
que eu esqueci sobre sua primeira. Eu ainda vou voltar a esta questão.

Meu coração pulou uma batida. — O que você está fazendo?

— Eu ainda estou no escritório. Eu acho que eu vou ter que


passar a noite aqui. Tem sido uma semana agitada e eu não posso
verificar toda a papelada.

— Mais contratos?

— Exatamente. Quando uma empresa está prestes a abrir seu


capital, todo mundo quer aproveitar a oportunidade. É uma coisa boa
para nós economicamente, mas é extremamente estressante.

— Eu não posso imaginar... Eu tenho certeza que você vai...

— Você deveria vir aqui.

— O quê? Eu acho que não. Está tarde. Vejo você na segunda-


feira.

— Nós não temos que ter relações sexuais, Claire. Nós podemos
apenas conversar.

— Conversar?

— Sim. O que estamos fazendo agora, só que pessoalmente.

— Hum... Não, obrigado. Vai levar quarenta minutos para chegar


aí, então...

— Meu motorista está na frente de sua casa com um carro a


espera.

O quê!

Saltei da cama e olhei através das minhas cortinas. Com certeza,


havia um motorista que está à frente de um carro de luxo preto.
— Qual é a sua próxima desculpa? E não diga que são as suas
filhas porque você me disse na semana passada que elas dirigiam para
trabalhar nos fins de semana.

— Eu...

— Você sabe que você quer vir, sem trocadilhos.

Droga... — Eu vou ter que pensar sobre isso um momento e ligar


de volta para você.

— Vejo você em breve. — Ele riu e desligou.

Corri para o meu banheiro e passei uma leve camada de


maquiagem no meu rosto. Eu joguei um par de calças pretas e uma
blusa roxa e me dirigi para fora.

— Boa noite, senhorita Gracen. — O motorista me cumprimentou


quando me aproximei do carro.

O motorista sabe o meu nome?

— Boa noite. Obrigada pela carona...

— Qualquer coisa para o Sr. Statham, — ele disse enquanto


fechava a porta.

Quando o carro acelerou pela cidade, eu percebi o quão bela San


Francisco era à noite, todas as luzes no horizonte da cidade brilhavam e
a maioria das ruas era clara.

O carro parou 40 minutos mais tarde e eu ouvi o motorista dizer:


— Nós chegamos Mr. Statham... Sim, claro.

Ele saiu do carro e deu a volta à minha porta. — Por favor,


senhorita Gracen.— Segurando seu braço, ele me levou para o porão de
Statham Industries. Ele me acompanhou até o elevador privativo e
apertou em — JS.
Enquanto seguíamos para o andar superior, ele manteve os olhos
para frente e eu podia vê-lo sorrindo ligeiramente.

Quando as portas se abriram, Jonathan estava em pé na minha


frente vestindo uma camiseta de treino e calças. Parecia que ele tinha
acabado de tomar um banho; seu cabelo ainda estava molhado e eu
podia ver um pequeno traço úmido em sua camisa.

Por que ele sempre tem que parecer tão bom?

— Obrigado, Greg. — Jonathan pegou minha mão e me levou ao


seu escritório. — Gostaria de algo para beber, Claire?

— Não, obrigada... Seu motorista sempre atende à sua chamada?

— Várias pessoas estão sempre à minha disposição. — Ele sorriu.


— Eu queria ir com ele buscar você, mas eu prometi que não iria ter
relações sexuais, então eu pensei que ficar aqui era a melhor decisão.

— Você honestamente acha que eu teria feito sexo com você


enquanto seu motorista estava no carro com a gente?

Ele não respondeu. Ele só olhou para mim e sorriu.

— Venha comigo. Eu estou trabalhando aqui. — Ele fez sinal para


eu segui-lo através de três diferentes portas, em uma elegante sala de
estar que parecia que pertencia em uma mansão e não um escritório
coorporativo.

— Este é um espaço bem decorado...

— Um elogio raro. Vou digitar isso e mandar emoldurar. — Ele


olhou minhas roupas. — É o que você normalmente usa para dormir?

— Por que isso importa? Eu não estou aqui para passar a noite.
Eu só estou aqui para...

— Espere aqui. — Ele desapareceu em uma sala ao lado e voltou


minutos depois. — Você pode usar estas.
Ele me entregou um par de calças de flanela vermelha e uma
camiseta preta.

— Você mantém um estoque de roupas para todas as suas noites


com os funcionários do sexo feminino?

— Claire, Claire, Claire... — Ele suspirou. — Número um, eles são


meus pijamas e eu nunca os compartilhei com ninguém antes. Número
dois, você é a minha primeira convidada da festa do pijama corporativo.
E número três, eu disse que nós não íamos ter sexo hoje à noite, mas se
você continuar com o seu sarcasmo, você poderá se inclinar sobre
minha mesa em questão de segundos.

Mordi o lábio para me impedir de sorrir. — Onde é o banheiro?

— No final do corredor e à direita.

Afastei-me e me tranquei no banheiro mais elegante que eu já vi.


Ele era enorme: Havia uma Jacuzzi de mármore no canto, um chuveiro
num box de vidro que ocupou metade do banheiro, e pias duplas com
acessórios dourados brilhantes que refletiam contra os espelhos de
corpo na parede.

Quando eu voltei para a sala, o sofá tinha sido transformado em


uma cama e Jonathan estava jogando almofadas para ele.

— Você fica até mais tarde, muitas vezes? — Perguntei.

— Eu tento que não. Eu prefiro estar em casa, mas dias como


estes me forçam, então...

— Interessante... O seu motorista pode me levar de volta para


casa em uma hora?

Ele revirou os olhos. — Suba na cama, Claire.

— Não até que você me responda. — Eu zombava de sua voz. —


Ou você é o único que não vai ter de responder a perguntas?
Ele se aproximou e me pegou em seus braços. — Exatamente —,
disse ele enquanto ele me jogou na cama.

— O controle remoto está na mesa de café a sua esquerda. Eu vou


ler o restante deste documento e, em seguida, vou acompanhá-la.

Eu não tinha certeza por que meu coração começou a dançar com
as suas últimas palavras ―vou me juntar a você‖, mas eu não tentei
pará-lo neste momento. Eu o vi caminhar até sua mesa e pegar uma
pasta; logo ele estava perdido em tudo o que estava lendo.

Zapeei pelos canais e parei em um programa de renovação de


casa. Os anfitriões tiveram sua de cozinha estilo anos cinquenta
destruída e transformada em uma mais moderna, com uma completa
ilha, um café bar e bancadas em granito.

Embora eu admirasse seu esforço, eu odiava que eles estavam


mudando muito do original; eles poderiam ter, pelo menos, salvo os
armários e os remodelados.

— Este é o melhor programa que você pôde encontrar? —


Jonathan deslizou na cama de frente para mim.

— Eu amo esses shows. O que os designers estão vivendo é o meu


sonho.

— Então por que você está trabalhando aqui? Por que não sai e
busca o que você realmente quer fazer?

— Você sabe o que a palavra ―dívida‖ significa?

Ele me puxou para perto. — Eu não fui sempre rico... Eu só estou


perguntando por que você está no marketing por tanto tempo, se não é
o que você realmente quer fazer.

— Meus sonhos tiveram que ser colocados em espera uma vez tive
filhos... Não dizia respeito apenas a mim. Eu tive que fazer o que era
melhor para elas. E eu...
Não faça isso... Não se abra... Isso não é o que você quer...

— Eu apenas tive que fazer o que era melhor para elas. — Eu


suspirei. — Você tem algum filho? Irmãos?

— Eu acho que você saberia se eu tivesse filhos a esta altura... —


Ele parecia confuso. — Eu tenho uma irmã mais nova, embora.

— Oh... Eu tive uma irmã. A sua irmã trabalha aqui com você?

— Não, ela está na faculdade em Memphis. — Ele me puxou


ainda mais perto de modo que eu estava aninhada contra seu peito. —
Você estava dormindo quando eu te liguei mais cedo?

— O que quer dizer, ―se eu estava dormindo‖?

— Você estava dormindo ou você estava pensando em alguma


coisa?

— Sim. Eu estava pensando em dormir.

Ele riu. — Que horas você tem que se levantar de manhã?

— Oito... Será que estamos realmente prestes a dormir juntos?


Você não vai tentar fazer alguma coisa?

Ele olhou para mim por alguns segundos, olhando como se


quisesse dizer algo, algo espirituoso.

Em vez disso, ele deu um beijo suave nos meus lábios e apagou
as luzes.

Ele me rolou a minha volta contra seu peito, e então ele me


segurou em seus braços.

Acordei entrelaçada nos braços de Jonathan e notei que ele


estava me observando.
— Bom dia. — Ele sorriu.

— Dia. Que horas são?

— Sete. Gostaria de tomar café da manhã juntos ou ter alguma


coisa entregue antes de sair?

— Não, obrigada. — Eu deslizei fora de seus braços e sentei. —


Eu tenho um monte de coisas para fazer, então eu vou aproveitar pra
começar a fazê-las.

— Claro. Você vai hoje à noite à sessão Zen do Sr. Barnes?

— Em um sábado? Nunca. Minha mãe diz que ela tem uma


surpresa para mim assim nós estaremos indo provavelmente a ópera
juntas. Todas as suas surpresas são assim, e tenho certeza que ela vai
querer chegar lá duas horas mais cedo.

— Por que ela iria querer fazer isso? Eles não abrem o teatro até
uma hora antes do espetáculo.

—Não pergunte. Ela é do tipo excêntrica.

Ele sorriu e inclinou a cabeça para o lado. — Devo desistir de


convidar você a voluntariamente sair comigo?

— Provavelmente. — Eu tentei não sorrir e me dirigi para o


banheiro.

Eu consegui sair do salão de beleza cedo, terminar as compras de


supermercado, equilibrar meu talão de cheques, separar alguns
documentos de campanha e parar as minhas filhas ―lideres de torcida‖
para lavar o carro antes das seis da tarde.

Assim que eu estava em casa, eu procurei no meu armário por


uma roupa para vestir esta noite. Minha mãe sempre sugeriu que eu me
vestisse ―para o Oscar‖ quando fossemos para a ópera, apenas no caso
do jornal da cidade decidir publicar a nossa foto no dia seguinte.

Eu decidi usar o meu vestido de noite preto e prata favorito. Ele


era longo, sem alças e abraçava meus quadris perfeitamente. Havia
também uma fenda bastante profunda no lado esquerdo, um
complemento perfeito par de sapatos abertos que eu planejava usar.

Eu cuidadosamente passei a minha maquiagem e corri os dedos


pelos meus cachos. Eu coloquei o reluzente bracelete de diamantes que
Jonathan tinha me dado no meu aniversário no meu pulso, e corri para
fora da minha casa.

— Mamãe! Mamãe! Eu estou aqui! — Eu pisei dentro da casa dela


e gritei para as escadas. —Temos que sair nos próximos 20 minutos se
você quiser que... — Eu observei um homem loiro de pé no meio da
sala. — Quem é você?

— Uau... — Ele me olhou por cima. — Eu sou Michael Clarkson.


Eu sou...

— Ele é seu encontro de hoje à noite! — Minha mãe virou a


esquina. — Se lembra? Michael, você pode esperar na sala de estar. Eu
preciso falar com Claire por um segundo.

Eu não esperei por ele para se afastar. Agarrei-a pela mão e


arrastei-a para cozinha. — Mãe, o que está acontecendo? Pensei que
estávamos indo para a ópera. Eu nunca concordei que...

— Surpresa! Viu? Eu sou capaz de ser espontânea —, disse ela.


— As meninas me contaram como você esteve trabalhando tantas horas
ao longo dos últimos dois meses, então eu pensei que esta seria uma
boa maneira de começar a por você para sair.

Jesus...

— Mãe, última vez que verifiquei, eu era uma adulta. Eu não


preciso de você intervindo na minha vida e eu não tenho necessidade...
— Sim, você faz. Você merece encontrar outra pessoa, alguém que
vai te tratar bem. Eu gostei muito de Ryan, mas você pode encontrar
alguém muito melhor. Nunca é tarde demais para encontrar o amor
novamente, e eu não quero que você acabe sozinha... Como eu...

Revirei os olhos para ela ao seu argumento não tão sutil. — Quem
é ele?

— Ele é meu médico-ginecologista na verdade.

— O quê!

— Não se preocupe. Não é o que você pensa. Ele não é meu


médico direto. Ele realmente atua na área, mas em sua maior parte, ele
apenas analisa os slides bacterianos e...

— Obrigado. Já ouvi o suficiente. Você estava em seu consultório


médico e você disse a ele que você tem uma filha triste e deprimida que
precisava de um novo homem em sua vida?

— Não, eu não lhe disse nada disso. Eu só disse que ele deveria
conhecer a minha filha. Ela é linda e charmosa. Isso é tudo que eu
disse... Ele tem quarenta e cinco, não tem filhos, tem algumas
propriedades e investimentos na Costa Leste, e ele é um médico. Disse o
suficiente. Você deve conhecê-lo.

— Eu não posso acreditar que isso...

— Acredite! — Ela me puxou de volta para a sala de estar. —


Michael, Claire, você dois vão ter uma grande noite juntos —, disse ela,
sorrindo para nós dois. — Tenho certeza que vocês têm muito que
conversar...

Ela correu os olhos em direção à porta da frente.

— Tenha uma boa noite, Sra. Gracen. — Michael deu-lhe um


abraço e pegou minha mão. — Você está pronta?
Eu entrei na Mercedes de Michael e notei que seu nome foi
gravado no painel de instrumentos de madeira.

Ele acelerou o carro e sorriu. — Eu acho que sua mãe te chamar


de ―bela‖ pode ser o maior eufemismo que eu já ouvi.

Eu sorri e me recostei no banco, roubando um olhar dele sempre


que eu tive a chance. Ele era impressionante e consideravelmente sexy
na verdade. Seu cabelo cor de mel estava brilhando à luz da lua e seus
grandes olhos castanhos pareciam brilhar quando ele se virou para
olhar para mim.

Pela maneira como seu terno preto cabia em seu corpo, eu


poderia dizer que ele era desenvolvido, que ele se mantinha em
excelente forma.

No entanto, apesar de sua boa aparência e encanto que irradiava,


eu não sinto qualquer faísca entre nós. Mas, eu tinha acabado de
conhecê-lo.

Nós não falamos muito durante o passeio, exceto para comentar


sobre o que quer que estivesse tocando no rádio. Os longos períodos de
silêncio foram bastante desajeitados e ainda mais estranhos, sempre
que os nossos olhos se encontravam ambos desajeitadamente sorriam e
se viravam.

O garçom serviu dois copos de vinho branco sobre a mesa e se


afastou.

— Então... — Michael olhou para mim. — O que você faz para


ganhar a vida, Claire?

— Eu trabalho na Statham Indústrias como diretora de


marketing.

— Você gosta disso?


—Não, mas paga as contas. Eu estou presa lá até que eu encontre
outra coisa. Você é um médico, certo?

— Eu sou. — Ele sorriu. — Eu costumava trabalhar no hospital


como obstetra, mas eu decidi voltar para minha especialidade original e
trabalho para mim mesmo.

— Você cuidava das crianças?

— Às vezes. Não as impedia de chorar embora. — Ele riu e tomou


um gole de seu vinho.

Eu peguei uma faca e comecei a cortar um pedaço de pão, mas eu


subestimei a sua dureza e fiz um corte em cima da minha mão.

Ugh... — Isto vai soar tão cliché... — Eu suspirei. — Mas você


carrega band-Aids com você?

Rindo, ele tirou a carteira do bolso e procurou. — Você não se


importa se for do Batman não é? Eu ainda trago essas coisas comigo; é
um velho hábito.

— Não, isso está ótimo.

— Aqui, — ele disse quando ele pegou minha mão. — Deixe-me


ver.

Quando ele estava segurando a minha mão e colocando o Band-


Aid, senti minha pele formigando e meu coração deu cambalhotas no
meu peito. Mas não foi por causa do toque de Michael, ou o beijo suave
que ele agora estava dando no meu pulso; Eu só sentia esse tipo de
sensação quando Jonathan estava por perto, quando eu podia sentir ele
me observando.

Olhei para cima e o vi de pé em uma mesa a alguma distância de


nós. Ele estava vestido com um smoking preto e todas as outras
pessoas na sua mesa estavam vestidos com ternos azuis claros com
―lançamento sPhone‖ gravado toda a volta. Os nossos olhos se
encontraram e eu senti aquela faísca elétrica que eu nunca senti com
qualquer outra pessoa, essa sacudida apaixonada que tomava conta de
mim e não me deixava.

Ele ergueu a sobrancelha enquanto se sentava à sua mesa,


olhando para trás e para frente entre mim e Michael.

— Claire? — Michael esfregou minha mão e me obrigou a me


virar. — Claire?

— Eu sinto muito. O que você estava dizendo?

— Eu terminei com o seu band-Aid. — Ele soltou minha mão. —


O que você gosta de fazer quando você está não está trabalhando?

Ter relações sexuais com Jonathan Statham... — Eu gosto de


assistir filmes, correr, e...

— Você corre? Com que frequência?

— Pelo menos cinco vezes por semana de manhã. Quatro, se for


uma semana muito agitada.

— Eu corro também. Talvez pudéssemos ir a uma corrida em


algum momento juntos?

— Isso iria ser... — Eu senti meu celular vibrar. — Ótimo. Nós


definitivamente poderíamos fazer isso. Peço desculpas por ter que
atender o meu telefone. É provavelmente a minha mãe.

— Provavelmente. Ela me mandou uma mensagem três minutos


atrás. — Ele riu.

— Realmente? Sobre o que?

— Ela só perguntou como a nossa noite estava indo.

— O que você disse?


— Incrível. — Seus olhos castanhos profundos brilharam quando
ele sorriu o fazendo parecer ainda mais lindo, mas eu não sentia por ele
qualquer atração.

J: Eu não estava ciente de que sua “mãe” era um “homem”... Vocês dois
não são nada parecidos.

Eu tentei não rir. — O que você gosta de fazer quando não está
trabalhando, Michael?

— Eu gosto de ir escalar, visitar exposições de carros, e reformar


casas antigas em o...

— Eu adoro reforma.

Ele inclinou a cabeça para o lado. — Você está brincando comigo,


não é?

— Não, estou falando sério. Eu sinto uma adrenalina enorme


sempre que estou em uma loja de ferragens ou perto de uma local de
construção. Eu realmente não posso explicar isso, mas se eu pudesse
fazer isso para ganhar a vida...

— Eu faço parte de um grupo de reformas de casa que faz todos


os outros projetos de sábado. Você estaria interessada em participar?

— Com certeza. — Meu telefone estava vibrando novamente. —


Eu adoraria isso.

J: Ele é um amigo que você tem há muito tempo?

C: Não é da sua conta.

Eu mandei uma mensagem de volta.

A nossa garçonete apareceu e pousou o nosso jantar em um belo


arranjo de marisco exótico e massas. Eu não era a maior fã de frutos do
mar, mas as vieiras e ostras pareciam muito deliciosas para deixar
passar.
J: Pergunte se ele gosta de sua pulseira.

Joguei meu telefone na minha bolsa e peguei um garfo.

— Eu gosto de sua pulseira. — Michael olhou para o meu pulso.


— É um Harry Winston? A esposa do meu colega tem uma similar... É
muito menor embora.

Não poderia ser um Harry Winston...

— Hum, eu não tenho certeza o que é. Foi um presente de um


amigo. Ele veio em uma caixa preta em branca...

— Muito generoso esse amigo. — Ele ergueu a sobrancelha. —


Você está gostando da comida?

— Sim, é muito boa. — Eu engoli uma garfada de camarão.

— Meu amigo é o gerente daqui. Podemos voltar a qualquer


momento que você gostar, mesmo se eles estiverem reservados para a
noite.

— Parece ótimo. — Eu coloquei o meu garfo para baixo. — Você


poderia, por favor, me desculpar por um segundo?

— Claro.

Como o cavalheiro que ele era, ele se aproximou e me ajudou a


sair da minha cadeira.

— Eu estarei de volta, Michael.

Eu fiz o meu caminho para o banheiro feminino e me tranquei em


uma porta. Peguei meu telefone e loguei no site do Harry Winston,
rolando para baixo a sua galeria de imagens de pulseira. Então eu achei
aquela que era igual a minha... Estava na parte inferior da página, perto
das pulseiras que diziam que ―somente por encomenda‖.
Eu cliquei na imagem e li os detalhes: “uma pulseira de estrutura
aberta fixada em platina com trezentos e quarenta diamantes redondos
pequenos”.

Eu estava indo para clicar sobre a imagem para revelar o preço,


porque eu tinha que saber: Cem mil dólares.

Engoli em seco, segurando meu braço com a joia na frente da


minha cara tentando compreender por que Jonathan me daria algo tão
extravagante.

Nós mal nos conhecíamos quando ele me deu isso...

Abri a porta do box, pronta para sair, mas Jonathan entrou e


fechou de repente.

— Você está em um encontro agora? —, Disse ele com os dentes


cerrados.

— Claramente.

— Está indo bem?

— Ele estaria indo muito melhor se você não estivesse me


segurando como refém no banheiro...

— Eu pensei ter ouvido você dizer que não namora. — Seus olhos
estavam endurecidos.

— Eu acho que eu mudei de ideia. Isso é um crime, Jonathan?


Você vai me denunciar a alguém?

Ele estreitou os olhos e deu um passo para a direita na minha


frente, respirando lenta e constante fazendo meu coração disparar de
forma incontrolável.

— Deixe-me ver se entendi. — Seus olhos estavam em chamas. —


Eu sou bom o suficiente para você foder, mas eu não sou bom o
suficiente para você sair comigo? Nem mesmo uma vez?
— Fico feliz em ver que você finalmente viu a luz! — Eu tentei
passar por ele, mas ele bateu as duas mãos contra a parede, em ambos
os lados da minha cabeça.

— Eu sou apenas um de seus brinquedinhos sexuais? — Ele


assobiou.

— Sim, exceto, infelizmente, você fala e eu não posso desligá-lo.


Você pode, por favor, sair do meu caminho?

— Não. — Parecia que ele queria me rasgar em pedaços, como se


quisesse me dar uma tapa a qualquer momento.

— Jonathan, por favor, pare de ser infantil. Você e eu temos sexo


casual. É isso aí. Não há nada mais do que isso. Sinto muito se você
começou a gostar de mim, mas eu não gosto de você, pelo menos não
dessa forma. Eu não penso em você à noite, você não atravessa a minha
mente ao longo do dia, e eu só vou usá-lo para algum muito necessário
alívio do estresse, por isso, você poderia só...

Ele me empurrou contra a parede e forçou seus lábios em cima do


meu, me beijando com tanta força que mal pude respirar. Ele deslizou a
mão por baixo da fenda do meu vestido, passando as mãos em frente
minhas coxas.

Em seguida, ele torceu minha calcinha e a rasgou.

— Jonathan...

— Cale a boca. — Ele levantou minha perna e enganchou ao


redor de sua cintura. — Coloque seus braços em volta do meu pescoço.

— Jona...

— Eu não vou falar de novo.

Eu coloquei meus braços em volta do seu pescoço e ouvi o


barulho de suas calças.
— Você não pensa em mim quando você está sozinha na cama à
noite? — Ele olhou nos meus olhos.

— Não, eu... — Eu senti de repente, seu pau batendo em mim,


batendo meu corpo contra a parede. Eu tentei desenganchar a minha
perna, mas ele segurou minha bunda e me segurou firme.

— Eu nunca atravessei a sua mente durante o dia? —, Ele


sussurrou asperamente.

— Nunca.

Ele bateu em mim de novo, mais e mais, me fazendo gritar tão


alto que eu tinha certeza de que as outras pessoas no restaurante
podiam me ouvir. Ele resmungou quando ele apertou minha bunda e
me empalou mais e mais com cada movimento.

Eu agarrei descontroladamente em seu pescoço, querendo que ele


parasse essa tortura apaixonada, mas eu não poderia me forçar a dizer
'PARE'; ele me fazia sentir bem demais.

Ele puxou a parte de cima do meu vestido para baixo e começou a


beijar meus mamilos endurecidos sugando avidamente, quase me
enviando sobre a borda.

Eu tinha certeza que eu ia gozar ali mesmo, mas, de repente, ele


puxou para fora.

— Você honestamente só me usa para aliviar o estresse? — Ele


brincou com a minha entrada com o pau dele, circulando com voltas e
voltas.

Eu não lhe respondi. Olhei para baixo e tentei recuperar o fôlego,


tentei ganhar de volta a certeza que ele tão facilmente havia destruído.

— Responda-me. — Ele me puxou pelos cabelos e me forçou a


olhar para ele.

— Sim... Você não é nada, mas o alívio do estresse...


E com essa resposta que ele mergulhou ainda mais fundo. — Por
que você está mentindo para mim, Claire?

— Eu não estou... Eu não estou... — Eu não conseguia me


concentrar mais; ele estava se movendo dentro e fora de mim em um
provocante e lento ritmo, atingindo cada ponto sensível. — Eu não
estou mentindo...

Ele estendeu a mão e envolveu minha outra perna em volta da


cintura, olhando nos meus olhos enquanto agarrava meus quadris e me
movia para cima e para baixo.

— Claire? Claire? — A voz de Michael soou do outro lado da porta.


— Você está aqui?

— Sim... — Eu senti Jonathan aumentando seu ritmo,


segurando-me ainda mais apertado.

— Você está bem? Será que a comida a incomodou ou algo assim?

— Não... Eu estou... — Os tremores começaram através do meu


corpo e meus quadris começaram a empurrar. — Eu estou... Eu estou...

— O que você disse? Eu não posso ouvir você, Claire. Você é


alérgica ao marisco?

— Eu estou... — Meu corpo inteiro tremeu violentamente e eu


mordi no ombro de Jonathan para impedir-me de gritar. — Eu estou...
Eu estou um pouco mal... Eu só... — Eu suguei o ar, tanto quanto eu
podia e tentei puxar o ar para me recompor. — Alguns alimentos
desceram... Alguns alimentos desceram o tubo errado e eu estou
apenas esperando para que ele se mova completamente... Eu não queria
você me olhando enquanto eu tentava forçá-lo... Não é muito
apropriado. — Fiz uma careta para Jonathan.

Ele fez uma careta de volta.


— Oh... Eu sinto muito. — Michael realmente parecia sincero. —
Bem, tudo bem. Eu teria ajudado se você precisasse de mim também...
Precisa de alguma coisa? Água talvez?

— Não... — Minha respiração ainda estava irregular. Eu ainda


estava sentindo os tremores secundários. — Estou bem, obrigada.

— Ok, bem, eu vou em frente e pedir a sobremesa. Suflê de


chocolate está tudo bem para você?

— Isso seria perfeito... Eu vou estar bem.

Eu ouvi a porta fechar e Jonathan me pôs no chão.

Sem dizer uma palavra, ele alguns lenços de papel do distribuidor


e limpou entre as minhas coxas.

Ele puxou o vestido de volta sobre os meus seios, habilmente


colocando o tecido no lugar. Então ele chegou para baixo e alisou meu
cabelo tentando fazer parecer como ele estava antes, mesmo com a
remoção de um fio e grampo tendo deslizado de onde ele costumava
estar.

Ele ergueu a sobrancelha para o Band-Aid do Batman, e


possessivo correu os dedos sobre da pulseira Harry Winston.

Levei alguns minutos para recuperar completamente minha


respiração, para entender o que tinha acabado de acontecer. Eu
balancei a cabeça, ainda sem acreditar. — O que diabos há de errado
com você, Jonathan? Você é louco?

— Não, mas você deve estar. Você teve a coragem de trazer um


encontro aqui, de todos os lugares. — Ele zombou.

— Eu não escolhi este lugar, mas mesmo que eu fizesse como eu


ia saber que sua reunião de negócios seria aqui?
— O restaurante é chamado Statham, Claire. Eu possuo-o. É
também à direita da rua da empresa e minha imagem está no corredor.
Há sempre uma chance de que eu possa estar aqui.

— Bem. Um enorme descuido da minha parte, mas isso ainda não


lhe dá o direito de interromper o meu encontro.

Eu me virei para longe dele e sai pela porta, sobre os espelhos.

— Você gosta dele? —, Perguntou.

Não...

— Eu ainda não sei. Acho que preciso passar a conhecê-lo melhor


antes de eu chegar a qualquer conclusão.

Seus olhos encontraram os meus no espelho. — Você está


pensando em sair com ele de novo?

— Sim. Ele parece ser alguém que não me daria uma foda de
ciúme infantil em um banheiro público.

Ele revirou os olhos e caminhou em direção à porta. — Livre-se


dele depois do jantar. Avise-me quando você fizer isso e estiver em casa
para que eu possa buscá-la. Nós precisamos conversar.

— E se eu não me sentir bem para falar com você?

— Então, não temos de falar.


Capítulo 11
Claire

E u não tinha certeza, mas liguei para Jonathan para


que ele soubesse que eu estava em casa. Uma parte
de mim estava furiosa sobre o que ele tinha feito
para mim naquele banheiro, mas outra parte de mim, a parte que eu
não poderia explicar, estava feliz que ele apareceu e interrompeu a
minha noite.

Quando ele dirigiu seu Bugatti pela cidade e passou os subúrbios,


eu me sentei no meu lugar e me perguntei quando ele ia começar a
falar. Ele não havia dito uma palavra desde que ele me pegou, e ele não
tinha olhado para mim nenhuma vez.

Por que eu ainda me importo? Eu não deveria gostar dele...

Ele acelerou pelas ruas de areia da praia, muito além das áreas
comuns e familiares que eu utilizava para dirigir. Não havia mais postes
de luz ou luzes cintilantes de areia que ajudaram a iluminar o caminho
ao longo da costa. Não havia nada além de escuridão e a luz pálida da
lua de cima.

Depois do que pareceu uma eternidade, ele estacionou na frente


de uma casa de madeira maciça e desligou o carro.

Ele saiu sem dizer uma palavra, e então foi até o meu lado e abriu
a porta.
Ele pegou minha mão e me levou até a varanda, pressionando
alguns botões em um teclado. Quando seu dedo tocou a última tecla, a
porta se abriu bem devagar e ele me puxou para dentro.

Meu queixo caiu assim que eu dei um passo adiante. Os tetos


abobadados tinham pelo menos 16 metros de altura e eles foram feitos
de vidro preto. Havia pinturas de Renoir e Amadeos originais,
delicadamente colocadas em suas próprias molduras douradas
penduradas altas. A sala estava cheia de móveis em tons de terra, sofás
macios de marrom e verde esmeralda, chaises e peças de bronze, que
eram refletidos pelas janelas na parede de trás.

Isso é lindo...

— Tire os sapatos —, ele ordenou.

Saí de meus sapatos e o segui em uma cozinha tão grande que eu


não tinha certeza se era real. Isto me lembrou das cozinhas reais
britânicas que eu tinha visto em Architectural Digest16, as cozinhas que
eu morreria para visitar algum dia.

Ele fez sinal para eu me sentar em uma das banquetas de prata e,


em seguida, ele ligou o fogão.

Ele virou as costas para mim e começou a preparar a comida,


nenhuma vez olhando por cima do ombro ou dizendo nada para mim.
Ele levou o seu tempo de medição de diferentes óleos e refogando a
carne, balançando a cabeça após poucos minutos.

Enquanto ele estava cortando legumes, eu olhei para o meu


relógio e percebi que uma hora tinha se passado desde que nós
tínhamos chegado à casa.

— Aqui. — Ele se virou e me deslizou um prato de frango, batatas


e salada. — Eu não vi você comer muito em seu encontro.

16
Revista renomada de arquitetura.
— Obrigada...

Jantamos em completo silêncio; o som de garfos de raspando


contra os pratos era o único ruído entre nós. Eu olhei para ele várias
vezes, tentando ver se ele iria olhar para trás, mas ele não o fez; ele
manteve os olhos em sua comida o tempo todo.

Quando ele viu que meu prato estava vazio, ele o pegou e jogou na
pia. Ele vestiu o paletó e caminhou até a porta de vidro fosco que estava
do outro lado da sala.

— Venha aqui, Claire. — Sua voz soava neutra, mas ainda havia
um olhar de frieza em seus olhos.

Eu demorei andando até ele e ele que envolveu um cobertor


quente em volta dos meus ombros. Ele abriu a porta e eu percebi o
Oceano Pacífico estava apenas a alguns passos de distância.

Pensei que estávamos indo para caminhar pela praia desde que
eu ainda estava descalça, mas ele me levou para um belo iate preto que
estava ancorado nas proximidades. Ele me ajudou a subir os degraus, e
sinalizou para um homem que apareceu do nada, para iniciar o passeio.

Ele começou a me puxar através de todos os tipos de quartos


elegantes e sala de chá, sala de sol, sala de estar, quarto e Jacuzzi, em
seguida, ele parou de repente.

Ele se virou e olhou para mim, olhou para mim longo e


duramente, como se estivesse contemplando o que ele queria fazer e o
que ele queria dizer.

— Eu não gosto que mintam para mim. — Ele me puxou para os


seus braços e me beijou, se pressionando com tanta força contra mim
que eu podia sentir sua ereção através de suas calças.

Ele possuía a minha boca com a língua, quase nunca me dando


uma chance para respirar, instantaneamente me excitando.
Eu sabia que ele estava chateado, mas eu queria senti-lo dentro
de mim novamente. Eu queria que ele me tomasse naquele momento,
então eu abaixei e desabotoei a calça, mas ele interrompeu o nosso
beijo.

— Por que você fez isso? — Ele rosnou.

— O quê? — Eu respirei. — Do que você está falando?

— Não me venha com qualquer porra de sarcasmo...

— Por favor?

— E não minta. — Ele me puxou para baixo em um sofá. — Por


que você estava em um encontro com aquele médico?

— Não foi por escolha... — Eu me inclinei para trás e toquei os


lábios inchados. — Minha mãe me colocou nisso... Eu fui até sua casa
pronta para ir à ópera, mas ela me disse que armou para mim um
encontro com ele.

— Mas é alguém como ele que você quer namorar, certo? — Ele
estreitou os olhos para mim. — Alguém da sua idade ou mais velho?

— Sim...

— Explique isso para mim.

— O que você quer dizer?

— Explique por que você acha que namorar alguém da sua idade
ou mais velho é o melhor para você. Melhor ainda, diga-me por que eu
não sou bom o suficiente, porque isso é claramente o que sente.

— Não é que você não é bom o suficiente, é só que... — Eu o vi


apertando sua mandíbula. — Sempre que eu decidir ter um encontro
novamente, eu quero namorar alguém com um pouco mais de
experiência, alguém com uma vida que não tem tudo entregue a ele,
sabe? Alguém que sabe o que é amar e perder e alguém que sairia do
seu caminho para se certificar de que nenhum de nós sentiu falta um
do outro...

— E porque ele é mais velho com experiência de vida, significa


que ele vai te tratar bem?

— Há uma chance maior disso. Sim.

— Para o registro, eu não tive nada entregue a mim. Acredite ou


não, eu tive que trabalhar para cada centavo que eu tenho. Eu sei
exatamente o que é o amar e perder, e eu nunca iria machucá-la. Se
você...

— Você nunca teve nada entregue a você? — Eu zombei. — Você


já leu sua biografia no manual da empresa ultimamente? Você nasceu e
cresceu em uma família de classe alta de Boston e você foi a Phillips
Exeter Academy, uma escola preparatória cara, em New Hampshire. E
você e seu...

— Toda essa merda é uma mentira, Claire. — Ele assobiou. — Eu


tive o meu melhor amigo, que passou a ser o meu diretor de segurança,
fazendo um passado para mim. Eu mesmo paguei a Phillips Exeter para
criar uma transcrição de idade e Photoshop do meu rosto em anuários
antigos... Eu não acho que um garoto que morava em um lixo de
reboque com os pais drogados e que tiveram seus próprios filhos quase
mortos soasse muito inspirador.

O quê?

Minha mente ficou em branco. Todas essas semanas eu estava


tentando vir com desculpas para que esta conversa nunca acontecesse,
mas sempre a sua falta de experiência de vida foi uma das minhas falas
mais importantes.

— Eu estou... Eu sinto muito sobre seus pais, Jonathan. Eu não


sabia... Mas, ainda assim, é apenas uma questão de tempo antes de
encontrar alguém da sua idade ou mais jovem e você vai querer sair
com ela, o que é perfeitamente normal e compreensível. Quer dizer, os
últimos dois meses têm sido divertidos, mas eu sinceramente acho que
você está passando por uma fase de MILF17.

— Uma fase de MILF?

— Sim. Com uma mãe que você gostou de foder. Eu não acho...

— Primeiro de tudo, eu já a fodi inúmeras vezes, por isso


considero que esse ponto é nulo e sem efeito. Em segundo lugar, eu já
lhe disse repetidas vezes que eu não dou a mínima para a sua idade. Eu
não sei como mais eu posso fazer esse fato mais claro. O que você quer
que eu faça? Mande um memorando sobre isto para empresa?

— Eu só não quero que você pense que você e eu poderíamos ter


algo sério... Eu sei que você diz que você não se preocupa com a
diferença de idade agora, mas isso vai mudar com o tempo. É sempre
assim... E enquanto eu estou extremamente lisonjeada por sua pequena
paquera...

— Jesus —. Ele cerrou os punhos ao seu lado e olhou para mim.


— Eu gosto de você, Claire. Descaradamente. Sem reserva. Desde o
momento que eu vi você no Salão Pacific Bay na véspera de Ano Novo,
fui cativado por você e eu nunca estive tão atraído por uma mulher na
minha vida. Eu não estou preocupado com a sua idade. Você é... Tudo
que eu vejo é uma mulher bonita e intrigante por quem eu sou
obcecado e frustrado pra caramba. Se eu achasse que você não estava
interessada ou se fosse convincente em tudo o que você me diz, que
sirvo apenas para o sexo, eu a teria deixado sozinha. Mas, uma vez que
nenhuma dessas coisas aconteceram, apenas admita que você gosta de
mim e diga que você quer namorar comigo, porque eu sei que no fundo
você quer.

Eu não tinha certeza de como responder. Eu apenas sentei ali,


piscando para ele, tentando processar tudo o que ele tinha dito. Eu não

17
Que gosta de mulheres mais velhas
me lembro de ter visto ele no salão do Pacific Bay. Eu pensei que nosso
primeiro encontro foi em uma mercearia.

Eu coloquei na minha melhor cara de paisagem e suspirei. —


Isto...

— Não é tão difícil. Eu não estou pedindo o seu coração nem


nada. Eu só estou tentando te conhecer melhor em outros sentidos...
Basta dizer, “eu gosto de você Jonathan e eu quero sair com você”. — É
isso.

— Eu acredito que...

— Eu gosto de você, Jonathan, e eu quero sair com você. — Ele se


irritou.

— Qual é a diferença entre o que estamos fazendo agora e


namorar? Jantares públicos? Noites de cinema?

— Admita que você gosta de mim e eu vou lhe mostrar.

— E se eu não admitir?

— Vamos continuar velejando aqui fora até que você faça. Eu


tenho o ano todo.

Basta dizer isso...

— Vou pensar sobre isso.

— Pense o suficiente. — Ele me puxou para perto e passou o


braço em volta dos meus ombros. — Isso foi tão difícil dizer?

— Eu não disse nada. Eu disse que iria pensar sobre isso.

Ele revirou os olhos. — Há mais uma coisa que eu quero falar


com você, mas não aqui. No nosso almoço na segunda-feira?

— Juntos?
— Sim. Quando duas pessoas estão namorando, elas
normalmente comem juntas.

— Eu ainda não quero as pessoas no trabalho saibam disso.

— Estive almoçando com um diretor diferente a cada dia por um


mês agora. Ninguém vai pensar nada suspeito. Eles vão pensar que eu
estou tendo outro almoço de negócios.

Eu suspirei. — Ok...

— Bom. Agora que isso está resolvido, há uma coisa que eu


queria fazer com você a noite toda. — Ele moveu o braço ao redor dos
meus ombros e segurou meu rosto entre as mãos.

Ele olhou profundamente em meus olhos e eu me preparei para o


beijo mais apaixonado, fechei meus olhos e tomei uma respiração
profunda. Então eu o senti arrancando meu Band-Aid do Batman.

Ele enfiou a mão no bolso e tirou um Band-Aid diferente, um


claro e suavemente apertou na minha mão.

— Nenhum homem adulto deve transportar um Band-Aids do


Batman. — Ele me empurrou para baixo no sofá.

— Sério? Você é o quê, louco?

Ele cobriu meus lábios com os seus. — Você não tem ideia...

Eu estava sentada no meu escritório, ouvindo um dos meus


colegas apresentar sua idéia para o Tablet. Eram conversas como esta
que me faziam desejar que o portão dourado da Bridge fosse mais perto
para que eu pudesse correr lá e saltar fora dele.

— Não é incrível? — Perguntou Travis. —Com esta idéia, podemos


captar o nosso menor mercado demográfico de crianças entre as idades
de dez e doze. Nós estaremos forçando os pais a sair e comprar um! —
Ele ergueu a placa e apontou para os palhaços coloridos.

— Travis... — Eu suspirei. — Nosso mercado-alvo para este


produto são adultos com idades entre 25-34. Eu não tenho certeza se...

— Sim, espera! Eu não disse a você a melhor parte ainda! Os


palhaços mágicos estarão entregando todos esses sTablets legais para
as crianças depois da escola, certo? Então, quando as crianças os
tiverem em suas mãos, os palhaços começam gritando: ―Use sua
imaginação!‖ e as crianças de repente com desaparecem... STablet! É
mágico! — Vê? Incrível, não é?

Recuso-me a lidar com isso hoje...

— Saia do meu escritório. Agora.

— Mas...

—Agora.

Ele reuniu suas pranchetas e saiu correndo, batendo a porta


atrás de si.

J: Vou descer para o seu escritório em dez minutos, para que possamos
terminar a nossa conversa de sábado.

Jonathan me mandou uma mensagem.

Olhei minha agenda para o dia e percebi que tinha que sentar-me
com mais oito apresentações de funcionários. Eu não tinha certeza de
como eu seria capaz de fazê-lo. Embora a idéia de Travis fosse um
pouco exagerada, a sua era, na verdade, a melhor do dia.

Eu escorreguei meus chinelos confortáveis sob minha mesa e


estendi a mão para eles. Eu senti que eu teria em uma longa conversa
com Jonathan hoje. Nós tínhamos discutido algumas coisas sobre o
namoro com exclusividade, o mantendo privado, e não apressar as
coisas, mas a conversa foi interrompida com sexo.
Houve uma batida repentina na minha porta.

— Entre! — Eu ainda estava mudando meus sapatos. — Eu


pensei que você disse dez min... — Eu olhei para cima e percebi que não
era Jonathan batendo na minha porta. Era Michael.

Levantei-me e alisei meu vestido. — Hum ... Oi?

— Olá, Claire. Eu espero que você não se importe de eu vir aqui.


— Ele entrou e me entregou um fresco buquê de rosas amarelas. — Eu
estava entregando algumas receitas para a casa de repouso no final da
rua e me lembrei que você trabalhava aqui. Desde que você esteve
doente sábado e teve que ir para casa cedo, eu estava pensando que
poderíamos tentar de novo? Esta sexta-feira dá certo para você?

Merda...

— Umm...

— Nenhum marisco. Eu prometo. — Ele riu. — Você pode


escolher o restaurante e eu vou trazer a minha epipen18 apenas no caso
de você querer sair ou algo assim.

Eu não pude deixar de rir. — Isso soa muito, muito doce da sua
parte, mas eu... Na verdade, eu sou o tipo de...

— Você está... — Jonathan entrou no meu escritório e parou. Ele


olhou para trás e para frente entre mim e Michael e seus lábios se
curvaram em um sorriso forçado. — Boa tarde, senhorita Gracen. E
você é?

Ele olhou para Michael.

— Eu sou o Dr. Michael Clarkson, — disse ele, estendendo a mão


para apertar a mão dele. — E você é quem mesmo?

—Eu sou Jonathan Statham.

18
Caneta auto injetável que contém epinefrina (adrenalina) e que é utilizada de forma
rápida e eficaz quando se tem uma reação alérgica, a fim de evitar o choque
anafilático.
Seus olhos se arregalaram. — O Jonathan Statham? Indústrias
Statham? O CEO?

— O primeiro e único.

— Oh bem, eu sinto muito se eu estou me intrometendo em uma


reunião ou algo assim, Claire. — Michael sorriu. — Eu apenas queria
parar e ver você. — Ele me olhou de cima a baixo. — Você está
deslumbrante por sinal... Eu não acho que há um vestido que não
ficaria bem em você.

— Você não está interrompendo nada. — Jonathan balançou a


cabeça. — Está tudo perfeitamente bem, Dr. Clarkson. Eu seleciono um
diretor diferente para o almoço todos os dias e é um assunto
completamente descontraído. Estávamos prestes a comer no Café Water
Bistro. A dois quarteirões para baixo. Você gostaria de se juntar a nós?
Tudo bem para mim.

O QUÊ?

— Claro, eu adoraria. Eu tenho que fazer mais uma visita


domiciliar, mas é relativamente próximo. Vocês ainda vão estar lá em
cerca de 20 minutos ou assim?

— Definitivamente. — Jonathan sorriu.

— Ótimo. — Michael se adiantou e deu um beijo em meus lábios.


— Eu vou te ver lá, Claire.

Pelo canto do olho eu vi mandíbula de Jonathan se apertar


quando Michael colocou mais dois beijos contra a minha bochecha.

— Não é o que você pensa. — Eu olhei para ele, uma vez que
Michael saiu da sala. — Eu juro, não é.

— É mesmo? O que eu estou pensando?

— Seja o que for, não é tão ruim quanto parece.


— Você está indo para colocar suas lindas novas rosas em um
pouco de água? — Ele olhou para as minhas flores. — O bom médico
passou por um monte de problemas para trazê-las, portanto você
provavelmente deve tentar mantê-las vivas.

— Eu vou fazer isso quando eu voltar...

— Ok. — Ele afrouxou sua mandíbula. — Você está pronta para


ir?

Jonathan e eu pegamos o elevador de funcionários até o Café


Water Bistro. A maioria dos empregados que estavam a bordo pareciam
animados por vê-lo, e assim, conforme ele havia mencionado
anteriormente, eles pareciam pensar que era só um almoço de negócios;
eles até brincaram sobre a necessidade de sua ajuda para os seus
próprios serviços.

Uma vez que o elevador parou, ele permitiu que eu desse um


passo fora antes dele, e vinculasse meu braço no seu.

Nós não paramos; nós simplesmente fomos para a esquerda e


subimos as escadas, em uma grande e privada sala com vista para o
mar.

— Boa tarde, Sr. Statham. — A garçonete nos conduziu para a


única mesa na sala, alta com cadeiras altas de prata que estava
colocada ao lado da janela. — Existem outras pessoas que vão se unir a
vocês hoje?

— Sim, um Dr. Clarkson. — Ele me conduziu para sentar. — Você


pode providenciar seu estacionamento com manobrista e fazer a
cortesia quando ele chegar?

— Sim senhor. Devo esperar até que ele chegue para que o leve a
sua mesa?

— Isso seria bom. Você poderia nos trazer o vinho sugerido do


chef enquanto esperamos?
— Imediatamente. — Ela colocou três menus sobre a mesa e
desapareceu.

— Então, — disse Jonathan quando ele se sentou ao meu lado —,


como estão as ideias que vem para o sTablet?

— Pare com isso, Jonathan. Eu sei que você está chateado com
Michael aparecendo em meu escritório hoje. Você não está?

— Por que eu estaria chateado?

Eu não sei... — Não importa... — Eu balancei minha cabeça. —


Eu apenas pensei que você era do tipo ciumento... Eu queria me
desculpar por pensar que... Eu acho que o sTablet vai ser ainda mais
difícil do que o sPhone.

— Por que isso?

— Porque simplesmente o ―sTablet‖ não rima com nada.

Ele riu. — Tenho certeza que você vai chegar a algo incrível.

A garçonete voltou com uma bandeja de taças de vinho e Michael


seguia alguns passos atrás dela.

— Este é realmente um bom restaurante. — Ele se sentou em


frente a nós. — Existe uma razão pela qual as mesas são tão altas?

— É um Water Bistrô. — A garçonete sorriu e passou-lhe um copo


de vinho. —Toda a nossa comida é cozida e servida em pratos de água
quente flutuante. A altura da mesa e as ranhuras nas bordas impedem
os nossos clientes de se queimem. — Ela corou.

— Oh... O que você sugere que eu experimente em primeiro lugar,


Sr. Statham?

— Por favor, me chame de Jonathan. — Ele sorriu e virou a


cabeça para a garçonete. — Que tal trazer para nós todos uma amostra
de tudo?
— Como quiser, senhor. — Ela pegou nossos menus e roubou
mais um olhar de Michael antes de caminhar para fora.

Nós três tomamos goles curtos de nosso vinho e sentamos em


completo silêncio antes de Jonathan limpar a garganta. — Então,
Michael, em que hospital você trabalha?

— Nenhum. Eu tenho minha própria clínica. É relativamente


pequena, porém apenas três médicos e cinco enfermeiros.

— Qual é a sua especialidade?

Os olhos de Michael encontraram os meus. — Ginecologia.

— Interessante... — Jonathan se aproximou e colocou a mão na


minha coxa. — O que fez você escolher isso?

— Bem, nenhum desrespeito para o Hospital Infantil. Eu


trabalhei lá por mais de uma década, mas esse é meu verdadeiro
talento —, disse ele enquanto seus olhos encontraram os meus
novamente, — eu sempre trabalhei com a anatomia feminina.

Eu peguei meu copo de vinho e praticamente engoli tudo. Tentei


apertar minhas pernas fechadas, mas Jonathan já tinha enfiado a mão
entre minhas coxas.

Ele não ousaria fazer isso aqui...

— Hummm... — Jonathan assentiu. — Isto pode parecer uma


pergunta estranha, para fazer, mas qualquer uma de suas pacientes
nunca te convidou para sair?

Ele riu. — Sim, mas eu sempre recuso isso. Seria inadequado.

—Completamente inadequado. — Eu senti o polegar de Jonathan


circulando em volta do meu clitóris.
— Exceto no seu caso, Claire. — Michael sorriu para mim. — Se
tivesse sido você e não sua mãe, eu tenho certeza de que eu teria
quebrado as regras para você...

— Vocês dois estão namorando? — Jonathan sorriu e olhou para


trás e para frente entre nós dois, forçando a minha abertura com o dedo
médio.

Antes de Michael pudesse responder, um grupo de garçonetes


trouxe uma série de pratos. Cada entrada estava flutuando em cima de
seu próprio local de prata e de vapor de água quente.

— Eu tive o chef fazendo uma versão em miniatura de cada item


de sua autoria —, a nossa garçonete disse quando ela reabasteceu os
nossos copos. — Ele quer falar com você pessoalmente após a sua
refeição, Sr. Statham. Eu vou voltar a verificar como todos vocês estão
em breve.

Olhei para um pequeno prato de legumes brilhantemente


espetados e sauté de frango. Eu estava prestes a pegar o garfo e provar
um pedaço, mas Jonathan enfiou dois dedos dentro de mim, me
deixando completamente imóvel.

— Isso parece incrível. — Michael pegou a colher. — Então


Jonathan, eu tenho certeza que deve ser incrível ser o CEO de sua
própria empresa. Qual é a parte mais difícil?

Não conseguia me concentrar na conversa, não com Jonathan


deslizando os dedos grossos dentro e fora de mim lentamente,
provocando como se ele estivesse prolongando esta sessão para sempre.

— A parte mais difícil? — Ele usou a mão esquerda para pegar o


garfo, mantendo a mão direita extremamente ocupada. — Isso
provavelmente seria fase de desenvolvimento de um produto.

— Realmente? Gostaria de pensar que seria a parte mais fácil.


— Não, não em todas. — Ele balançou a cabeça. — Vamos dizer
que você tem esse produto belo e surpreendente, algo que você sabe que
todos vão querer. Você tem que descobrir uma maneira de mantê-lo
para si mesmo em todas as fases de desenvolvimento antes que se torne
oficial. Você sabe, marcar o seu território, como se diz. — Seus dedos
estavam esfregando contra o meu ponto G, fazendo minha respiração
cada vez mais curta.

— Então, muito naturalmente —, ele continuou, — você tem que


estar disposto a assumir certos riscos públicos.

— Não é a sua empresa que está prestes a abrir capital em


poucos meses? —, Perguntou Michael. —Isso é um risco?

— Sim, é um grande risco. — Os dedos de Jonathan


mergulharam tão fundo quanto eles poderiam ir. — Mas, eu estou
profundo e eu não posso voltar atrás... Uma vez que eu estou dentro, a
única opção é ir cada vez mais fundo. Não é verdade, Claire?

Filho da puta...

Eu balancei a cabeça.

— Você está bem, Claire? — Michael parecia preocupado. — Será


que a sua comida está indo pelo caminho errado de novo?

Jonathan se virou para olhar para mim. — Sim, Claire. Você está
confundindo nós dois... Você não gosta dos pratos na água?

— Eu estou bem... — eu murmurei e tentei pegar um garfo. — Eu


estou apenas... — Eu senti seus dedos me punindo novo. — Sentindo-
me um pouco fraca...

Michael deu de ombros e deu outra mordida em sua comida.

A garçonete parou ali e limpou os copos vazios, servindo-nos com


os recém-cheios.
Antes que ela fosse embora, Jonathan agarrou-a pelo braço. —
Eu sinto muito, mas você pode trazer um pouco mais de água quente
para a nossa amiga aqui? — Ele olhou para mim. — Eu acho que ela
gosta de seu prato extramente úmido. Talvez isso vá te fazer bem,
Claire.

— Será que poderiam servir para mim também? — Michael


passou manteiga em uma fatia de pão. — Claire, você esteve silenciosa
a tarde toda. O seu dia vai ainda muito longe?

— Vai... — Eu estava à beira de um orgasmo, eu podia sentir meu


clitóris latejante, minhas entranhas se apertando com força. Visto que
Jonathan sabia exatamente o local para ir e como atingi-lo, eu sabia
que eu estava apenas alguns segundos de distância de uma doce
libertação. — As suas...

Jonathan se virou para mim e sorriu. — Está tudo bem? É isso


que você está tentando dizer? Se você precisar de ajuda para cuspi-lo,
ou se você está quase lá?

Foda-se, Jonathan...

Eu balancei a cabeça e cerrei os meus lábios, tentando


permanecer o mais imóvel possível quando onda após onda de pulsação
de prazer percorreu meu corpo.

— Claire? Tem certeza de que não quer investigar o que pode ser
a sua dificuldade? — Michael tomou um gole de vinho. — Eu conheço
um especialista que você pode usar.

— Não... — Eu peguei a minha respiração. — Eu estou bem e


meu dia está indo muito bem...

De repente, ele se levantou da mesa. — Recebi um page de


emergência de um dos meus enfermeiros. Desculpem-me, mas eu tenho
que ir. — Ele caminhou para fora da sala.
— Você deve provar as tiras de bife, Claire. — Jonathan sorriu e
tirou os dedos. — Eles são muito suculentos.

Ele é insano! — Eu não posso acreditar em você! Você é tão, eu


não sei mesmo o que você é! Por que você fez isso na frente dele?

— Você prefere que eu faça isso por trás dele? Quando ele voltar,
nós podemos mover a mesa ao redor e experimentar. Talvez então eu
não tenha que lidar com ele te comendo com os olhos.

— Ele não estava! Ele estava sendo extremamente educado! Foi


essa a única razão que você o convidou? Então você poderia inflar ainda
mais o seu ego?

— Não, eu fiz isso porque você mentiu para mim sobre a reunião
dos diretores de algumas semanas atrás. — Ele riu.

— Você acha que eu esqueci o que você fez?

Revirei os olhos. — Então você não está realmente louco por hoje?

— Louco? Por hoje? Sobre o cara que eu lhe disse para se livrar
aparecer no seu escritório com flores, porque ele acha que ele ainda tem
uma chance? Ou sobre o mesmo cara que a beijou em seus lábios na
minha frente? Qual parte?

— Eu lhe disse que não estava...

— Diga-lhe que você não está interessada ou eu vou. — Ele deu


um beijo no meu pescoço e se levantou. — Eu vou falar com chef e ver
você de volta na empresa mais tarde... Ah, e Claire?

— Sim?

— Eu sou o tipo ciumento.


Capítulo 12
Claire

— E u sou do tipo ciumento...

— Eu sou do tipo ciumento...

Eu repassei as últimas palavras de Jonathan na minha cabeça


mais e mais, sabendo que se eu estivesse sã, eu escaparia. Não, fugiria.
Longe.

Eu pararia de atender suas chamadas e mensagens de texto,


começaria a ignorá-lo em todas as nossas reuniões, e agiria como se
nós nunca tivéssemos nos cruzado. Mas não consegui. Não importa o
quanto eu tentei resistir a ele, cada movimento que ele fazia e cada
palavra que ele dizia apenas me atraia mais profundo.

Eu finalmente admiti para mim mesma que eu gostava dele.


Muito. Mas eu não queria me enfiar em um relacionamento que eu sabia
que nunca iria funcionar a longo prazo. Assim, a partir desta semana,
eu fiz a única coisa que eu poderia fazer para impedi-lo de ficar perto
demais em pouco tempo: colocar um mínimo de distância entre nós.
Eu fui para casa mais cedo na segunda-feira e na terça-feira,
ignorando a reunião dos diretores na quarta-feira. E na quinta-feira,
depois que ele me pediu para encontrá-lo em uma escada de
emergência, eu lhe disse que tinha uma dor de cabeça.

De jeito nenhuma eu fugiria do nosso ―primeiro encontro real‖


hoje à noite - não que eu tivesse pensando sobre o cancelamento de
qualquer maneira. Eu tinha estado ansiosa por isso a semana toda.

J: Vejo você em alguns minutos.

Eu ajustei meus brincos, passei a escova pelo cabelo e me


examinei no espelho. Eu estava usando meus saltos de tiras prata
favoritos e um vestido verde-esmeralda curto que combinava
perfeitamente com meus olhos. Seu tecido de cetim macio firmemente
abraçou meus quadris, seu decote V fazia meus seios parecerem
maiores, e as mangas caiam bem abaixo do meu cotovelo.

Meu telefone soou. Jonathan.

— Olá?

— Olá, Claire. Eu estou aqui fora, na sua porta.

— Estou indo. — Eu joguei meu telefone na minha bolsa e me


olhei no espelho uma última vez antes de ir lá embaixo.

Você só está “namorando” ele, Claire... Eu sei que vocês dois


concordaram em ser “exclusivos”, mas não é sério e nunca será... Você só
está “namorando”...

Abri a porta da frente e tentei não suspirar uma vez que pus os
olhos nele. Dizer que ele estava ―perfeito‖ seria um absoluto eufemismo,
um insulto. Tudo sobre a maneira como ele parecia esta noite era
impecável, impecável.

Ele estava vestindo um smoking preto bem cortado e seu elegante


cabelo escuro estava penteado para trás em ondas suaves, que eu
queria correr meus dedos. Seus belos olhos azuis brilhavam contra a
noite, me venerando com olhares que me fizeram pensar que ele ia
arrancar meu vestido bem aqui e agora.

Nós dois permanecemos na porta, olhando um para o outro, sem


dizer uma palavra.

— Você está pronta? — Ele sorriu e pegou minha mão, me


levando até uma limusine à espera.

Ele abriu a porta por trás e sinalizou para eu entrar primeiro.

— Estamos prontos, Greg. — Ele apertou o botão que dividia a


parte do motorista da nossa e olhou para mim. — Você honestamente
espera que eu acredite que ninguém na empresa já te convidou para
sair em um encontro antes de mim?

— É verdade... Pessoas flertaram comigo de vez em quando, mas


acho que o rumor de ―divorciada e com duas filhas‖ afastava um monte
de gente. Não é como se eu fosse a pessoa mais acessível... Eu não
estava tentando namorar ninguém.

— Hummm...

— Onde estamos indo?

— Num encontro.

Revirei os olhos. — Estou ciente de que é um encontro. Eu só


estou querendo saber por que eu precisava usar um vestido e porque
você está vestindo um smoking.

— Você vai descobrir. — Ele se aproximou e apertou seus lábios


contra os meus. — Eu não vi você depois do trabalho ontem...

— Eu tive uma dor de cabeça, lembra? Eu decidi sair mais cedo.

— Você está se sentindo melhor agora? — Ele começou


arrastando beijos carinhosos contra a base do meu pescoço.
— Sim... — Eu suprimi um gemido. — Muito melhor...

— Será que seria bom Doutor Clarkson se juntar a nós no nosso


encontro hoje à noite? Será que iria dizer que estava doente de novo ou
lhe dizer a verdade?

— Eu diria a ele que eu estava vendo um homem extremamente


ciumento e possessivo que iria me masturbar em público, se eu não
terminasse as coisas com ele imediatamente.

— Parece ótimo. — Ele me puxou para o seu colo.

— Você é ridículo... Eu disse a ele que eu estava vendo outra


pessoa e dei-lhe o número de Sandra. Eles vão sair neste fim de
semana.

— Melhor assim. — Ele apertou o botão de alto-falante na porta.


— Greg, você poderia tomar a rota panorâmica. Por favor?

— Sim senhor.

— Eu não vi você de modo algum esta semana... — Ele passou as


mãos em frente das minhas coxas. — Meus dias têm sido
completamente desperdiçados.

— Adulação não combina bem com a sua pessoa, Jonathan. Eu


prefiro os seus comentários inapropriados e suas ameaças não tão
sutis.

— Você não sentiu minha falta?

— Não. Eu deveria?

Ele suspirou e me reposicionou em seu colo. — Você vai parar de


mentir para mim um dia desses.

— Jonathan... — Senti que ele levantava o meu vestido


lentamente para cima e tentava se mover. — O motorista está aqui!
— Qual é o seu ponto? — Ele tocou entre as minhas coxas e
procurou pela minha calcinha, mas eu não estava usando.

— Eu não quero ter relações sexuais enquanto ele es...

— Você claramente queria ter relações sexuais em algum


momento esta noite. — Ele apertou meu clitóris.

— Não, eu claramente não queria a marca da calcinha visível. Eu


não estou... — Eu tentei o meu melhor para não parecer afetada pelos
beijos quentes que ele estava colocando no meu pescoço, nos ombros,
nas costas. — Eu não estou... Eu não vou fazer sexo com você agora.

Ele soltou uma risada baixa sexy e começou desafivelando suas


calças, e desembrulhando um preservativo.

— Estou falando sério Jonathan —, murmurei de maneira pouco


convincente quando ele deslizou meu vestido para cima ainda mais. —
Eu. Não... Eu não quero ter relações sexuais em uma limusine.

— Então você deveria ter usado outro vestido. — Ele me


empurrou para cima e para fora de seu colo e antes que eu pudesse
fazer qualquer coisa fui jogada para os bancos nas laterais, e puxada de
volta para baixo pelos meus ombros.

Ele lentamente me baixou para ele, minhas costas estavam de


frente para o seu peito, e eu tentei o meu melhor para não gritar, mas
foi inútil. Eu gritei quando ele me encheu de cada polegada dele,
quando ele flexionou os quadris e se moveu para cima e para baixo.

Jesus...

— Jonathan...

— Sim? — Ele amassou meus seios com as mãos.

— Eu...

— Você quer que eu pare? Você quer que eu solte?


Não...

Ele beliscou meus mamilos. Forte. — Eu não posso te ouvir.

— Eu disse... Eu disse não...

— Monte-me. — Ele soltou meus lados e recostou-se, deixando-


me assumir o controle total.

Segurei seus joelhos e arqueei as costas, usando o meu salto para


rodar em círculos. Comecei lento, mas eu queria mais dele, necessitava
mais dele, então me empurrei em cima dele cada vez mais forte,
montando com um abandono selvagem.

Ele alcançou em volta e esfregou meu clitóris inchado com os


dedos, me empurrando cada vez mais perto e à margem.

—Oh Deusssss, Jonathannnn...

— Você me faz sentir tão bem, Claire. — Ele gemeu. — Tão bem...
Diga-me quando você estiver quase lá...

Ele me prendeu em seus braços e diminuí o ritmo para baixo,


pressionando a cabeça contra a parte de trás do meu ombro.

— Você está perto?

— Sim... — Eu gemi. — Eu... Eu — Meu corpo estava tremendo,


estremecendo-se preparando para explodir, mas antes que eu pudesse
gozar, Jonathan empurrou-me fora dele.

Ele me virou e me posicionado em frente da bancada do assento,


me enquadrando e não entrando na minha.

— Você acha que eu não sei o que você está fazendo? — Ele
assobiou.

O que! — O quê? Do que diabos você está falando? — Eu


empurrei meus quadris para cima para encontrá-lo, mas ele foi para
baixo.
— Indo para casa mais cedo? Ignorando as reuniões dos
diretores? Dores de cabeça repentinas? Você acha que eu não tenho
reparado?

— Eu... — Eu não quero falar. Eu queria chegar ao meu orgasmo


agora. Ele me negou um e estava começando a doer. — Você pode, por
favor...

— Você acha que eu vou aturar essa merda?

— Jonathan, eu...

— Eu não gosto de jogos mentais e eu não faço nada meia-boca,


Claire, especialmente coisas como esta que você faz. Você me entende?

Senti meus olhos arregalados, senti uma mistura de choque e


frustração rasgar através de mim.

— Sim... — Eu respirei. — Agora, por favor...

—Por favor, o que?

Eu mal podia falar. Meu clitóris estava pulsando com dor


prazerosa; meu corpo estava em necessidade desesperada de liberação.

— Você não gosta da forma como está se sentindo? Sendo negado


algo, só porque alguém quer dar um passo para trás, de repente? Sem
uma boa razão?

— Não... — eu murmurei.

— Eu também não. — Ele manteve meu quadril preso ao assento


e começou a beijar o interior das minhas coxas, impulsionando a minha
necessidade de terminar ainda mais. — Vamos ver o que acontece
quando se é privado completamente. Vamos ver como sentimos as
consequências.

Maldito seja! — Eu sinto muito por fazer todas essas coisas,


Jonathan. Eu não estava tentando fazer jogos mentais. Agora, por
favor... — Eu estava praticamente implorando, contorcendo-me debaixo
dele.

Ele deslizou sua língua para cima passando meu umbigo, entre
meus seios. — Você vai parar de jogar comigo?

Eu balancei a cabeça.

— Diga.

— Vou parar...

Seus olhos se suavizaram quando ele olhou para mim, enquanto


contemplava o que eu disse. Ele deslizou para dentro de mim e para
fora lentamente, suavemente, e em poucos minutos eu estava fechando
meus olhos e gritando, deleitando-me com o tão esperado clímax.

— Foda-se... — Jonathan desabou em cima de mim segundos


depois.

Estávamos tão ofegantes, em sintonia um com o outro, e antes


que eu pudesse pegar outro fôlego, eu o senti beijando meus lábios e
puxando o meu vestido para baixo.

Eu não queria abrir os olhos ainda. Eu não queria olhar para ele
e ver a sua expressão ―eu tenho você exatamente onde eu quero‖. Eu
simplesmente espalhei as minhas pernas e senti o que eu já sabia que
ia acontecer: os deslizes suaves de um pano, os beijos gentis contra
minha testa e pescoço.

— Claire? — Sua voz sensual quase me fez ficar molhada de novo.

Meus olhos se abriram e eu percebi que ele estava olhando para


mim. Eu queria olhar para longe dele, fingindo que eu estava louca por
causa da recusa desse orgasmo absurdo, mas tudo que eu podia fazer
era olhar para trás.

— Você é tão fodidamente bonita. — Ele me puxou para cima e


colocou o braço em volta de mim, me segurando contra seu peito.
Nós rapidamente caímos em silêncio, neste ―Eu fico perfeitamente
confortável em silêncio com você‖, que eu sempre apreciei com ele.

Olhei pela janela e vi que ainda estávamos na cidade; Eu percebi


que Jonathan dizendo ―rota panorâmica‖ significava que estávamos em
círculos porque minha casa era a apenas 10 minutos de distância e nós
tínhamos estado no carro por muito mais tempo.

Eu comecei a pensar sobre onde estávamos indo esta noite e a


longo prazo. Eu não queria pensar sobre isso, mas eu não poderia evitar
já que ele percebido a minha tentativa de distanciamento: E se isto se
transformou em um relacionamento real? E se fizéssemos durar um
longo tempo e ele quisesse ter filhos no futuro? Eu deveria apresentá-lo
a Ashley e Caroline? Nós já estávamos nesse ponto? Será que eu
realmente gosto muito dele ou era meu ―gostar‖ obscurecido por sua
boa aparência e pelo sexo arrebatador? Era algo que estávamos fazendo
para...

— Pare com isso. — Jonathan inclinou a cabeça para cima e me


beijou.

— Parar o que?

— Pensar, sobre isso, sobre nós. — Ele colocou uma mecha de


cabelo atrás da minha orelha. — Pare.

— Senhor Statham? — A voz de motorista veio pelo alto-falante.

— Sim, Greg?

— Nós chegamos senhor.

— Nós vamos estar prontos. — Jonathan me beijou novamente e


esperou para o motorista abrir a porta. Ele saiu do carro e pegou minha
mão. — Será que este lugar parece familiar?
— Sim, é a Golden Gate Br — Eu parei e olhei ao redor. Não havia
carros próximos ou indo a qualquer uma das seis faixas, nem turistas
acampados nas grades, sem pedestres passeando tarde da noite.

Na distância, eu podia ver uma única mesa coberta por uma


toalha branca e centenas de velas gigantes vermelhas em torno dela.

— Você bloqueou toda a ponte? — Engoli em seco. — Eu...

— Eu bloqueei — Ele apertou minha mão e me levou para a mesa.


— Você mencionou gostar da arquitetura desta ponte antes. Eu pensei
que você iria apreciá-la muito melhor se você tivesse isso por um tempo.

Lembrou-se disso? — Eu pensei que nós concordamos em não em


público...

— Eu cuidei de tudo.

Minha mente estava girando. Por um lado, eu não acho que ele
realmente tinha ouvido quando eu estava descrevendo meu amor pela
estrutura da ponte e eu disse a primeira vez que nos falamos ao
telefone. E depois, eu me lembrei de que custou a minha equipe
cinquenta mil dólares para reservar um pequeno patamar para uma
foto na ponte para o comercial azul sPhone. Eu não conseguia imaginar
o quanto custaria para redirecionar completamente o tráfego e obstruir
toda a ponte.

Olhei para cima e esperei para ver helicópteros de noticiários


zumbindo e tentando aumentar o zoom, para saber o que ou quem
tinha fechado a maior ponte da costa oeste, mas não havia nenhum.
Ela estava estranhamente calma e o único barulho vinha das águas se
movimentando abaixo.

Ele puxou minha cadeira para fora e fez sinal para eu ter um
assento. Ele deu um beijo na minha testa antes de se sentar em frente a
mim.
— Boa noite, Sr. Statham, Srta. Gracen. — Um garçom em um
terno branco apareceu. — Que tipo de vinho você prefere esta noite?

— Eu vou beber o que ela quiser. — Jonathan me olhou como se


ele estivesse esperando por mim para escolher.

— Você tem Delille Chaleur Estate Blanc? 2010? —, Perguntei.

— Sim. Excelente escolha, Srta. — O garçom se afastou e voltou


rapidamente com duas taças de vinho. Ele as encheu e nos entregou
um cardápio. — Este é o menu do restaurante Michael Mine, Senhorita.
O chef substituiu todos os itens de frutos do mar com a sua assinatura
em pratos franceses e italianos. Eu vou voltar em breve para anotar o
seu pedido.

— Alguma razão particular para você ter escolhido o cardápio do


Michael Mine? — Eu sorri para Jonathan.

— Eu estive lá uma vez. — Ele tomou um gole de vinho. — Eu


nunca tive a chance de me divertir com uma mulher bonita num
encontro.

Eu olhei para o cardápio, apreciando o fato de que ele se


lembrava de que eu não como frutos do mar. O garçom voltou para
anotar nosso pedido, que era a opção nove do menu, que contava com
cordeiro cozido e frango caramelizado.

Jonathan pediu o mesmo e o primeiro pedido foi servido em


poucos minutos.

A apresentação da comida era surreal. Cada vegetal estava


brilhante e suculento; cada pedaço de carne era suave e dourada. Ela
quase parecia perfeita demais para comer.

Eu aproveitei um pouco mais antes de pegar o garfo e desfrutar


de uma mordida do aperitivo.

Isto é incrível...
Eu tentei pensar em algo para dizer, algo para discutir, mas eu
estava sem palavras. Nenhum homem tinha dado muita atenção aos
detalhes de um encontro antes, nem mesmo Ryan.

— Você está gostando da comida, Claire? — Ele olhou nos meus


olhos.

— Eu estou amando isso... É perfeito. — Eu sorri. — Se você não


se importa de eu perguntar... Quanto você teve que pagar para o
município deixá-lo fazer isso?

— Você realmente quer saber?

Eu balancei a cabeça.

— Por quê?

— Eu só quero saber... Custou-nos cinquenta mil para alugar


alguns quilômetros com o tráfego. Isso custou a você um milhão? Dois?

— Muito mais do que isso, mas você vale à pena. — Ele sorriu e
tomou um gole de vinho. — Pronta para o próximo pedido?

O garçom trouxe pedido após pedido, e no momento que


sobremesa foi servida, eu apenas pude comer uma colher de mousse de
pêssego.

— Vamos. — Jonathan levantou-se e pegou minha mão. — Vamos


dar um passeio.

Eu dei um passo para o corrimão da ponte, olhando para o


oceano. Uma forte rajada de vento soprou contra mim e eu tremi.

— Você está com frio? — Jonathan tirou o casaco e colocou em


cima de mim.

— Obrigada... Eu sei que estamos apenas na primavera, mas você


já se perguntou por que é tão frio aqui nos verões? Quando me mudei
para cá eu estava ansiosa para dias ensolarados de verão, mas eles são
piores do que os meses de inverno.

— O inverno mais frio que eu já passei era um verão em San


Francisco. Isso é o que diz de cada nascido aqui, quando as pessoas
perguntam sobre os verões.

— Uma citação de Mark Twain?

— Supostamente. — Ele riu. — Eles afirmam que ele disse isso,


mas eu não estou completamente convencido... Eu gosto de ler muito
também.

Verdade? — Qual é o seu livro favorito? —, Perguntei.

— Eu vou te dizer, mas você tem que prometer não rir...

— Eu prometo.

— Harry Potter.

Joguei minha cabeça para trás e ri histericamente. — O quê?

— Você prometeu. — Ele me puxou para perto e beijou meu


cabelo.

— Sinto muito. Eu não estava realmente esperando isso. Você era


uma daquelas pessoas que foram para todos os lançamentos do livro a
meia-noite?

— Não. — Ele balançou a cabeça. — Ninguém nunca me levou


para qualquer coisa assim. Eu escapava para as livraria nos fins de
semana e lia o livro inteiro na loja até que eu fui para a faculdade. Na
verdade, a primeira compra que fiz depois que eu comecei a ganhar
dinheiro foi toda a coleção em capa dura e brochura. Eu ainda tenho as
edições autografadas. Qual é o seu livro favorito?

— Eu tenho muitos também...

— Top cinco?
— O gênero?

Ele olhou para mim e sorriu. — Você naturalmente é difícil ou


você se esforça para ser?

— Eu não sou difícil... Eu gosto de Farm Animal de George Orwell,


Comer, Rezar e Amar de Elizabeth Gilbert, Orgulho e Preconceito, de
Jane Austen, qualquer livro escrito por Joan Didion, e The True
Confessions de Charlotte Doyle de Avi.

— Hmmm. Eu li todos esses exceto Comer, Rezar e Amar. Eu vou


ter que verificar onde você estava com a cabeça... Posso te perguntar
uma coisa pessoal? — Ele me apoiou contra a grade vermelha.

— Sim.

— Você tem certeza? — Ele baixou a voz e olhou nos meus olhos.
— É uma pergunta muito pessoal...

Ele puxou meu colar.

— Sim...

Ele pressionou seu peito contra o meu. — No passado, com


quantos caras você saiu?

— Dois.

— Dois?

Eu balancei a cabeça.

Ele sorriu e apertou a minha mão, me levando mais e mais para


baixo da ponte, em direção a um grupo de bancos pretos que foram
espalhados nas pistas.

— Então, eu sou o terceiro cara charmoso, Claire?

— Não, não é isso que eu... Eu quis dizer dois incluindo você.
— O quê? — Ele parou de andar. — Seu ex-marido foi o seu
primeiro?

— Sim, nós éramos namorados no ensino médio... Antes dele, eu


brinquei com alguns caras aqui ou ali, mas nós nunca tivemos sexo
tradicional, apenas beijos e amassos e... — Eu suspirei. — Você está
tendo uma desesperada necessidade de um impulso do seu ego agora?
Você vai me perguntar qual de vocês é o melhor?

— Eu não faço perguntas que eu já sei a resposta. O que é o sexo


tradicional?

— Você tem doze ou vinte e oito?

— Vinte e nove no verão.

— É apenas sexo. Você sabe, o que você e estamos fazendo há


algum tempo.

— Sexo tradicional isso inclui o oral? —, Brincou.

Eu me acalmei. Eu olhei para o mar e foquei em um pequeno


rebocador que estava fazendo o seu caminho em direção a nós. Eu
precisava descobrir uma maneira de mudar de assunto.

— Claire? — Ele segurou meu queixo. — Você quis dizer sim?

—Isso é muito pessoal...

— Não, não é. Conte-me.

Eu suspirei. — É claro que eu dei a ele.

— Eu não estou falando sobre ele. Eu estou falando sobre você.

— Não... Mas isso não quer dizer...

— Nunca? — Seus olhos se arregalaram.

— Meu ex era muito simples. Ele sempre disse que não era o seu
preferido. Eu era virgem quando ficamos juntos então ele nunca
realmente se incomodou. Você não pode perder o que você nunca
experimentou, sabe? O que tínhamos era bom.

Ele olhou para mim um longo tempo, piscando lentamente,


balançando a cabeça em descrença. — Tudo bem... Deixe-me fazer
outra pergunta. Vocês dois nunca tiveram relações sexuais fora do seu
quarto?

— Ele nunca me fodeu em uma sala cheia de pessoas se é isso


que você está perguntando.

— Será que ele falava sujo com você? — Ele sussurrou em meu
ouvido.

— Jonathan!

— Ele falava?

— Estas perguntas são completamente...

— Necessárias. Vou levar isso como um não... — Ele arrastou os


dedos pela minha bunda. — Alguma vez ele explorou você aqui?

— Não... E isso não é algo que eu sempre quis que ele fizesse.

— Por que não? — Ele gentilmente apertou minha bunda.

— Porque isso... É...

— Imoral? — Ele riu e me puxou para baixo em um banco. — Nós


vamos discutir isso um dia.

— Com quantas mulheres você esteve, Jonathan? Cinquenta?

— Cinquenta? — Ele sorriu. — Incluindo você?

Oh meu Deus, não há mais? — Esse número é muito baixo?

— Muito alto.

— Quarenta e nove?
Ele riu. —Dezessete.

— Uau...

— Por que você parece tão chocada?

— É... É menos do que eu esperava, mas ainda é um monte de


mulheres... Você esteve em um relacionamento com qualquer uma
delas?

— Poucas. Uma delas era uma amiga com benefícios que eu via
quando eu não estava em um relacionamento.

— E antes de você fazer sexo comigo, quando foi à última vez que
fizeram sexo?

— Seis meses antes de você.

— Bem, isso é realmente muito chocante. Não houve outras


mulheres na empresa que queriam ser arrastadas para salas secretas
ou curvadas depois de horas sobre sua mesa?

Ele deu de ombros. — Não há razão, realmente. Eu estava muito


ocupado e eu tenho que ser extremamente cuidadoso quando se trata
de mulheres.

— Porque você tem problemas de compromisso?

— Gostaria de ser fodida na ponte Golden Gate hoje à noite? —


Ele estreitou os olhos para mim. — Eu não tenho problemas de
compromisso... Eu tenho que ter cuidado, porque algumas mulheres
ficam comigo apenas pelo meu dinheiro, ou estão mais interessadas em
ir à imprensa e me chantagear por me namorar.

— Isso já aconteceu?

— Não, a menos que você vai tentar fazer. Eu deveria ficar


preocupado?
— Não... — Eu me inclinei para trás. — Então, onde você
honestamente acha que você e eu va... —

— Eu lhe disse para parar de pensar sobre isso. — Ele me moveu


para que as minhas costas ficassem completamente contra seu colo.

— Eu só quero saber se...

Ele se inclinou e me beijou. — Não importa agora —, Ele


sussurrou. — Eu não estou namorando ninguém e nem você. Vamos
ver para onde vai...

Deitei assim por um longo tempo, olhando em seus olhos quando


ele olhou de volta para o meu. Eu queria lhe fazer mais perguntas,
dúvidas sobre todas as mulheres que ele tinha dormido, mas depois que
ele me beijou pela enésima vez, eu esqueci o que eu ia dizer.

Sobre o som das águas se movimentando, eu ouvi o rugido de um


carro à distância e percebi que a limusine estava dirigindo de volta para
nós.

— Senhor. Statham, a ponte vai reabrir em dez minutos. — Seu


motorista parou em frente de nós e abriu a janela.

— Obrigado, Greg. — Jonathan retirou-me do seu colo e me


ajudou a voltar para dentro do carro.

Eu pensei que íamos continuar nossa longa e épica saga do


silêncio no passeio de volta para a minha casa sem falar, mas ele me
puxou para os seus braços assim que o carro arrancou.

Ele esmagou seus lábios nos meus e me beijou apaixonadamente,


me fazendo desejar que ele fosse continuar e me despir. Mas ele não o
fez. Ele usou cada segundo da viagem para explorar minha boca com a
língua e possuir meus lábios com os seus.

Quando o carro parou do lado de fora da minha casa, ele


lentamente se afastou de mim e suspirou. Ele andou comigo até a
minha porta e passou os braços em volta da minha cintura. — Você
teve um bom momento esta noite?

— Sim. Muito obrigada... Você tem certeza...

— Ninguém viu nada. Você e eu somos um segredo, exatamente


como você queria. — Ele me deu outro beijo de boca aberta que me fez
perder o equilíbrio e cair direto para ele. Ele me segurou mais apertado,
esfregando as mãos para cima e para baixo nas minhas costas, me
beijando tão intensamente que eu perdi todos os meus pensamentos.

Eu não queria que nosso beijo chegasse ao fim. Eu não queria


que a nossa noite terminasse, mas eu não tinha certeza que Ashley e
Caroline estavam na sala de estar; eu não lhes tinha dito nada sobre ele
ainda.

Antes que eu pudesse considerar a ideia de ir mais longe,


Jonathan me deu um último beijo apaixonado e um passo para trás. —
Boa noite, Claire.
Capítulo 13
Jonathan

— Q ualquer novidade sobre Harrison estar iniciando

o investimento Uni-tech?

— Temos a certeza de que queremos comprar Livingston Corp.


antes de abrir o capital? Suas vendas foram mal no último trimestre.

— Precisamos finalizar as nossas previsões para o mercado, pelo


menos, três semanas antes do lançamento IPO.

— O sPhone azul tem oficialmente quebrado nosso último recorde


para vendas por pedido antecipado.

Eu estava sentado em outra reunião do conselho tarde da noite e


eu estava tentado a dizer: ―Eu honestamente não dou a mínima para o
que qualquer um de vocês está falando. Vamos apenas dar o fora
daqui‖. No entanto, alguns dos acionistas vieram do exterior e eu sabia
que não era a idéia mais inteligente.

Tínhamos que afinar os detalhes para o IPO que ainda tinha um


longo caminho: Renegociar as opções, finalizando os requisitos para
compras e dos funcionários, e preparar centenas de demonstrações
públicas e eventos locais.
Eu estava tão ocupado que eu não tinha visto ou falado com
Claire toda a semana. Eu não tenho tempo para participar de quaisquer
reuniões de seus diretores ou falar com ela no telefone durante a noite.
Minhas reuniões sempre terminavam em torno das três da manhã, e
uma vez que seu departamento estava tão ocupado com o sTablet, só
nos mandamos uma mensagem algumas vezes por dia.

Eu não achava que não vê-la por uma semana me incomodaria,


mas fez. Nenhum dos nossos encontros se tornou chato - o que era a
cada quinze minutos – e eu a imaginava curvada sobre minha mesa,
encostada na parede do meu escritório, ou gritando o meu nome
quando eu a empurrava para outro clímax.

Onde mais neste edifício deveríamos ter relações sexuais?

— Sr. Statham? Sr. Statham? — Um dos conselheiros pigarreou.


Talvez no telhado...

— Sim?

— Está tudo bem se nós terminarmos a reunião de hoje à noite


um pouco mais cedo?

Olhei para o meu relógio. Duas e meia da manhã.

— Isso é bom para mim. — Eu tentei não olhar aliviado. — Vejo


vocês na segunda-feira.

Levantaram-se de uma só vez e me arrastei para fora da sala. Não


houve despedidas como ―Vejo você mais tarde‖ ou ―Grande trabalho
equipe‖. As saudações amistosas tinham se desgastado muito mais
cedo na semana, assim que a primeira reunião passou da meia-noite.

Fechei minha pasta e percebi que Vanessa estava de pé ao lado


da porta.

— Hey, Vanessa —. Eu não pude ir a nenhuma das sessões de


negociação com você. Como foi a França?
— Foi fenomenal. — Ela mordeu o lábio. — Você sentiu minha
falta?

— Em que sentido?

— Engraçado. Você vai dormir em sua suíte do escritório hoje à


noite?

— Provavelmente. — Eu comecei a empilhar os meus arquivos. —


Por quê?

— Posso passar a noite?

Olhei para cima e levantei minha sobrancelha. — O quê?

— Estou muito cansada para ir para casa...

— Eu posso pedir a Greg para levá-la no carro até a cidade. — Eu


peguei meu telefone. — Você quer que eu peça para levar o seu carro
para sua casa ou você faz isso...

— Jonathan, ninguém está por perto no momento. Todo mundo


foi para casa. Não há nenhuma necessidade para que você aja como se
fôssemos platônicos.

— Éramos platônicos. Você não quer uma carona para casa?

— Não, eu não quero uma carona para casa. Eu... — Ela parou e
balançou a cabeça. — Você mudou a política de confraternização dos
empregados enquanto eu estava fora, e eu estou finalmente de volta,
assim... Eu vim para dizer que você finalmente decidiu nos dar uma
chance.

— Vanessa, eu nunca tive...

— Não se preocupe. Eu não estou tentando apressar as coisas


entre nós. — Ela se aproximou e tocou o meu ombro. — Eu não estou
querendo dizer que nós devemos dormir juntos esta noite, a menos que
você queira, é claro... Eu estava pensando que poderíamos apenas falar,
sabe? Temos sido amigos por tanto tempo, mas nós realmente não
sabemos das coisas um do outro fora da sala de reuniões.

Eu suspirei. — Eu estou namorando alguém.

— Alguém? Desde quando?

— Desde... — Não era de sua maldita conta. — Não faz muito


tempo.

— Portanto, não é sério, certo? — Ela encolheu os ombros. —


Você sempre manteve suas opções em aberto. Eu vou pegar a minha
bolsa no meu carro e nós pode...

— Eu estou saindo com ela e só ela, Vanessa. Eu já lhe disse


repetidas vezes que você e eu somos apenas amigos. Eu quero manter
dessa maneira.

Para sempre...

— Isso não faz nenhum sentido. — Ela cruzou os braços. — Você


honestamente não está atraído por mim?

— Eu não estou.

— Você não gosta de sair comigo? Você não acha que nós temos
grandes conversas?

— Eu acho.

— Mas você não quer sair comigo?

— Não. — Pode ficar mais claro?

— Tudo bem... — Ela respirou fundo e deu um passo atrás. —


Presumo que a mulher que você está namorando é uma funcionária
aqui?

Eu não respondi. Eu apenas levantei minha sobrancelha.

— Ela tem um nome?


— Ela tem.

— O que é isso? Os amigos podem dizer uns aos outros quem eles
estão namorando.

— Eles podem? — Levantei-me. — Eu nunca pretendi tirar


vantagem de você. Se eu dei a entender isso de qualquer maneira, eu
sinto muito. Eu acho que você é extremamente bonita, inteligente, e...

— Poupe-me sua pena de merda, Jonathan. — Ela zombou e se


dirigiu para a porta. — Não me venha chorar quando sua empregada de
baixo nível for para a imprensa e tentar chantageá-lo. Eu poderia ajudá-
la.

— Vejo você na segunda-feira, Vanessa. Eu gostei da sua saia


hoje

— Foda-se. — Ela revirou os olhos e saiu.

Eu esperei 10 minutos antes de sair da sala de conferências. Eu


não queria encontrar ela ou qualquer outra pessoa no meu caminho lá
para cima.

Eu coloquei a chave no meu elevador privativo e suspirei. Pensei


em ligar para Claire, mas eu imaginei que ela já estava dormindo.

Eu entrei no meu quarto e me deitei sobre a cama.

Nada passava na TV, exceto aqueles canais que mostra renovação


em casas que Claire gostava de assistir. O que eu estava assistindo
atualmente destacava dois homens que estavam derrubando um
alpendre em ruínas e o transformando em uma grande varanda.

Como ela pode assistir a isso sem cair no sono?

Eu mudei o canal para um comercial 'Magic Soap Bar' que


poderiam limpar ―tudo e qualquer coisa!‖, e deslizei sob as cobertas.
Peguei meu laptop e comecei a ir ao longo da semana com as notas de
reuniões, lendo todas as coisas que eu não tinha me incomodado de
verificar antes.

Eu ouvi meu telefone tocando e assumi que era um dos membros


do conselho mandando e-mail sobre reunião observada a partir de hoje
à noite, mas não parava de tocar.

O virei e olhei para a tela. Claire?

— Olá? — Eu respondi.

— Ei...

—Você está bem? — Me sentei. — Há algo errado?

— Não, eu estava apenas... ligando para falar com você.

— Às três da manhã?

— Existe um período de tempo que eu estou autorizada a ligar pra


você? Você poderia me encaminhar sua agenda para que eu possa
entender melhor o 'fazer e não fazer'?

— Eu vou ter meu secretário mandando um e-mail para você na


parte da manhã. Como você está?

— Estou bem...

Eu coloquei meus óculos de leitura sobre a mesa lateral. — Por


que você soa assim?

— Soa como o quê?

— Como se você estivesse quase sem fôlego, como se estivesse


sussurrando. Você tem certeza que está bem?

— Sim. Estou muito bem. Eu estava chamando você para falar


sobre o trabalho.

— Trabalho?
— Você está ficando surdo?

— O que sobre o trabalho, Claire?

— Bem... Eu estava pensando que... Que... Que havia um monte


de...

— Você me chamou porque você está com tesão?

— O que? — Ela prendeu a respiração. — Não, eu não estou com


tesão. Eu estou...

— Sim você está.

— Jonathan, eu estava chamando por que...

— Admita. — Eu sorri.

— Não é por isso que eu... Não é por isso que eu liguei pra você.

— Vá buscar o seu laptop.

— Por quê?

— Eu estou indo ajudá-la com seu problema.

Ela ficou em silêncio. Eu só podia ouvir sua respiração suave


sobre a linha.

— Claire?

— Sim?

—Vai. Buscar. Seu. Laptop.

— Hum... Espere um segundo... — Ela voltou alguns minutos


mais tarde na linha. — Eu peguei.

— Bom. Faça login em seu e-mail. — Eu saí da cama e entrei na


sala de estar do escritório da minha suíte. Eu me servi de um copo de
uísque e sentei em uma cadeira.
— Eu estou logada agora —, ela murmurou.

Eu entrei em minha própria conta e abriu o app web-chat. Eu


digitei o nome dela e cliquei ―Conectar‖.

Em segundos, seu belo rosto apareceu na minha tela. Ela estava


sentada em frente a uma pilha de almofadas vermelhas e eu podia ver o
edredom dourado.

Ela mudou o laptop de volta um pouco, me permitindo ter uma


melhor imagem dela. Ela estava vestindo uma fina T-shirt branca e seu
cabelo estava em grandes rolos cor de rosa.

Ela é tão sexy porra...

— Você pode desligar o telefone agora —, eu disse, ainda sorrindo.

Ela revirou os olhos e desligou seu telefone.

— Então, já que você não está com tesão, por que exatamente
você ligou para falar comigo?

— O sTablet. — Ela piscou duas vezes, dando-me mais uma


indicação de que ela estava mentindo.

— O sTablet? O que sobre isso?

— Bem...— Ela fez uma pausa. — Nós reduzimos os potenciais


slogans para quatro, e as campanhas diretivas vão estar concluídas até
ao final de...

— Tire sua camisa.

— O quê?

— Tire.

Ela hesitou por alguns segundos, e eu pensei que eu ia ter que


repetir, mas ela lentamente puxou a camisa sobre a cabeça, revelando
um sutiã vermelho rendado.
Eu deveria ter mandado Greg ir buscá-la...

— Como eu estava dizendo... — Ela estava claramente tentando


tornar isso mais difícil do que precisava ser. — No final da próxima
semana...

— Você estava tocando a si mesma antes de você me ligar?

Ela ficou vermelha.

— O que você estava pensando? — Eu inclinei minha tela. — E


não se atreva a mentir para mim.

— Eu estava pensando sobre... — A voz dela sumiu.

— Sim?

— Você...

— Eu fodendo você? Seja específica.

Suas bochechas ficaram escarlates. — Jonathan...

— Tire o seu sutiã e sua calcinha se você realmente estiver


vestindo uma hoje.

Ela parecia chocada, mas ela desabotoou o botão na parte frontal


de seu sutiã e puxou as alças para baixo sobre os ombros, revelando
seus seios voluptuosos e mamilos coloridos de morango.

Ela não fez outra jogada e eu sorri; Eu amei o fato de que ela
ficava nua tantas vezes.

— Você vai me dizer o que você estava pensando, Claire? Ou você


vai me fazer adivinhar?

Sua respiração engatou e ela olhou para o lado por alguns


segundos. — Eu estava... eu...

— Toque seus seios...


Ela lentamente estendeu a mão e apalpou seus seios, apertando-
os ligeiramente.

— Não, não gosto disso, — Eu balancei minha cabeça. — Toque-


os como eu faço quando estou transando com você por trás.

— Jon...

— Faça.

Ela suspirou e sentou-se congelada.

— Claire... — Eu estreitei os olhos para ela.

Ela piscou algumas vezes, mas depois ela agarrou os seios mais
ou menos e beliscou seu mamilo endurecido os torcendo severamente,
puxando-os para fora, tanto quanto eles poderiam ir.

— Você não vai me dizer o que você estava pensando? O que você
quer que eu faça com você? Como você gostaria de ser fodida?

— Não... — Sua respiração estava se tornando instável e a


expressão em seu rosto me fez desejar que ela estivesse aqui comigo
pessoalmente, me fez desejar que ela pudesse cuidar da minha ereção
inchada.

— Você está molhada? — Eu vi uma de suas mãos se afastar de


seus seios, a ir para baixo, para a parte que eu não podia ver.

Ela não respondeu. Ela só mordeu o lábio e olhou nos meus olhos
com um sentimento de saudade e desejo.

— Já que você não vai me dizer o que você quer que eu faça com
você... — eu ajustei a minha tela. — Eu quero foder sua boca.

O queixo dela caiu.

— Eu queria sentir seus lábios em volta do meu pau desde o


primeiro dia em que nos conhecemos.
— Oh Deus... — Ela fechou os olhos.

— Abra os olhos de volta... Olhe para mim. Me veja.

Ela soltou um gemido abafado e lentamente piscou.

— Eu quero ser o primeiro homem a provar você. Eu quero beijar


seu clitóris e te foder com a minha língua. Você vai me deixar fazer
isso?

— Ahhhh...

— Responda-me.

— Simmm...

—Você que eu fale com você assim, não é?

Ela estava fechando os olhos de novo; balançando lentamente seu


corpo para frente e para trás contra os dedos que eu desejava que não
estivessem escondidos de mim.

— Eu não posso esperar para vê-la em pessoa novamente. — Eu


abaixei minha voz. — Eu vou te foder até não poder mais.

— Pare... Pare de falar...

— Diga-me que você é minha. — Eu poderia dizer que ela estava


prestes a gozar; ela estava mordendo o lábio e sacudindo a cabeça. —
Diga-me agora.

— Sim... Sim... — Ela soltou e caiu sobre os travesseiros, — Sua.

Observei-a ofegar para o ar e convulsionar, assisti as vibrações


rasgarem através de seu corpo sexy, e esperei por ela para se acalmar.

Levou vários minutos para sua respiração ficar sob controle, para
o peito parar de arfar incontrolavelmente.

Quando ela finalmente ficou coerente, ela pegou o laptop e trouxe


até o peito.
— O seu problema foi resolvido agora? — Eu levantei minha
sobrancelha.

Ela se deitou contra os travesseiros e reprimiu um sorriso. — Eu


nunca tive um problema...

— Claro que você não tinha. Quais são seus planos para hoje?

— Eu estou indo para uma corrida em torno das sete no Golden


Gate Park... Você?

— Um chuveiro frio por muito tempo. — Eu a observei segurando


o riso. — Eu não acho que muitas pessoas estarão nesse parque por
volta das sete.

— Você está tentando perguntar se você pode se juntar a mim?

— Eu não preciso. — Eu sorri. — Vejo você em poucas horas.

Claire parou de correr e se sentou em um banco à direita do lago.

— Essa trilha foi incrível. — Ela ofegava. — Eu preciso descansar


um minuto.

Sentei-me ao lado dela, observando as gotas de suor escorrem em


seu peito. Sempre me espantou como ela ficava boa em tudo. Ela estava
vestida de moletom cinza e um top roxo claro, mas ela ainda estava
impressionante.

— Posso te perguntar uma coisa? — Ela olhou para mim.

— Claro que você pode.

— Você tem certeza? — Ela baixou a voz. — É uma pergunta


muito pessoal...

— Você está brincando comigo? Pergunte-me qualquer coisa que


você quiser.
— Por que você sente a necessidade de alterar a sua biografia
sobre o seu passado para o manual da empresa?

Whoa... Por essa eu não esperava...

— É complicado. — Eu não queria falar sobre isso.

Ela assentiu com a cabeça e olhou para longe, para as aves que
foram agora desembarcar em massa ao redor do lago; no pequeno grupo
de crianças que estavam tentando construir castelos com lama
molhada.

Ela se inclinou para trás e começou a esticar seus músculos,


segurando os braços sobre a cabeça e arqueando suas pernas.

De repente, percebi que ao contrário de todas as mulheres que eu


tinha encontrado no passado, Claire não ia se abrir para mim primeiro,
se é que ela iria se abrir algum dia. Ela não confiava em mim, e eu
imaginei que eu realmente não tinha lhe dado muita razão para isso.

— Meus pais eram traficantes de metanfetamina cristal. — Eu me


virei para encará-la. — Eles costumavam sair e deixar eu e minha
pequena irmã trancados no trailer, enquanto eles saíam para vender
drogas. Sempre que eles estavam em casa, ou estavam bêbados e
desmaiados ou gritando por qualquer merda que nem sequer fizemos.

Ela cruzou as pernas no banco e olhou nos meus olhos. Ela


parecia simpática, mas não disse querendo transformar isso em um
discurso emocional. Eu só queria dar-lhe os fatos e mudar para uma
conversa diferente.

— Nós praticamente tivemos de cuidar de nós mesmos. Eu tinha


oito anos e ela tinha três anos. No início, eles só nos deixavam por
algumas horas, uma noite aqui ou ali. Mas no verão eles nos deixaram
trancados lá por semanas de cada vez. Nós dois choramos para alguém
vir nos ajudar, mas ninguém nunca veio...
Eu suspirei. — Até o momento que eu tinha doze anos, e eu
mesmo estava cuidando da minha irmãzinha e apenas tentando nos
manter fora do caminho dos meus pais. Tentei ficar após a escola tão
tarde quanto eu podia e fiz com que ela estivesse fora do trailer, tanto
quanto possível. Mas em uma determinada sexta-feira, todas as
atividades foram canceladas por causa de uma tempestade, por isso,
tivemos de ir para casa. Quando chegamos lá, meus pais estavam se
metendo em um carro e dizendo que logo voltariam. Nós fomos para
dentro, como de costume e eles trancaram a porta atrás de nós. Eu
coloquei a minha irmã na cama e estava prestes a tirar uma soneca,
mas todos os potes e garrafas estavam em chamas no fogão. Eu tentei
apagar o fogo, mas as chamas só aumentaram mais e mais. De repente,
me lembro de acordar Hayley, ouvindo seus gritos ensurdecedores uma
vez que ela viu as chamas nas minhas costas, uma vez que ela percebeu
que as chamas estavam bloqueando a única porta. E nós dois ficamos
trancados no banheiro, esperando que os vizinhos fossem ver as
chamas e que iriam chamar os bombeiros a tempo de nos tirar. Mas a
fumaça preta começou a penetrar por baixo da porta, e eu podia ver as
dobradiças de metal d e flexão derretendo com o calor. Eu comecei a
jogar coisas na pequena janela que estava por cima, os pratos, papel
higiênico, sabão, shampoo, garrafas, e tentei destruir a janela, mas ela
não quebrava. Hayley estava chorando histericamente batendo as mãos
contra o vidro do chuveiro, e eu estava tentando de qualquer forma
abrir a maldita janela. Depois de um tempo, eu não ouvi mais seus
gritos erráticos. Ela tinha surtado.

— Eu não sabia o que fazer, então eu apenas continuei jogando


coisas na janela. Eu não tive tempo de parar e ajuda-la.

— Ela morreu? — Claire parecia triste.

— Não. — Eu passei a mão pelo meu cabelo. — Eu consegui abrir


a janela, batendo nela com uma lata de lixo de metal. Eu a peguei e a
joguei fora dela, e então eu saí minutos antes do todo trailer explodir...
— Se eu fosse escrever sobre isso na minha biografia, iriam ler
algo como: Seus pais largaram sozinhos ele e sua irmã mais nova em
um laboratório de metanfetamina que explodiu. As crianças foram
finalmente separadas e colocadas em diferentes lares adotivos,
enquanto eles tiveram longas penas de prisão. Isso não é algo que eu
realmente quero que os meus empregados ou concorrentes saibam. As
pessoas estão doentes nos dias de hoje e vão usar qualquer coisa para
esfregar em uma campanha.

— Eu sinto muito... Eu não teria perguntado se...

— Está tudo bem. Eu não penso sobre isso muitas vezes.

Ela ficou em silêncio por alguns momentos. — Posso te perguntar


uma coisa?

— É algo mais deprimente?

— Não. — Ela balançou a cabeça. — É sobre as mulheres que


namorou antes.

— Pergunte.

— Você já namorou alguém mais velho que você?

— Não.

— Qualquer razão para isso?

— Eu não preciso saber a idade de uma mulher bonita antes de


eu lhe pedir para sair. — Eu a assisti corar. — Isto apenas nunca
aconteceu antes. Não há nenhuma outra razão.

— E você realmente dormiu com dezessete mulheres?

— Faria você se sentir melhor se eu mentisse para você sobre


isso?

— Talvez. Experimente.
— Ok, Claire. — Eu tentei soar tão sincero quanto possível. —
Não, eu realmente não dormi com dezessete mulheres. Esse é um
número ridículo... Eu disse para que parecesse que eu era mais
experiente do que sou. A verdade é que eu era virgem quando nos
conhecemos. Mas eu sabia no momento em que te vi e ouvi algumas
palavras saírem de sua boca esperta, que era com você que eu queria
perde a minha virgindade. Eu não lhe disse isso, mas eu chorei depois
do primeiro momento que nós...

— Você é tão cheio de si. — Ela de brincadeira bateu no meu


ombro e eu a puxei para perto de mim.

— Eu não minto. — Corri meus dedos pelos lábios macios. — Ao


contrário de algumas pessoas que eu conheço... — Eu a sufoquei rindo
e com um beijo e a coloquei contra o banco do parque, mas de repente
ela deu um pulo.

— Oh meu Deus... — ela disse quando ela balançou a cabeça. —


Eu sabia que deveria ter saído mais cedo...

— O Quê? O que há de errado?

— Claire? Mr. Statham? — Sr. Henderson, um dos diretores da


campanha, parou de caminhar bem na nossa frente e tirou seus fones
de ouvido. — Vocês dois estão aqui... juntos? — Ele levantou a
sobrancelha.

Claire suspirou e parecia que ela estava prestes a dizer algo, mas
eu me levantei. — Nem um pouco, Sr. Henderson. Eu vi a senhorita
Gracen correndo e pedi-lhe para sentar-se comigo por um minuto. Será
que todos os diretores encontram-se aqui nas manhãs de sábado?
Estou a mantendo longe do resto do grupo?

— Oh, não. — Ele balançou a cabeça. — Mas eu posso ter que


começar a vir aqui mais vezes... Claire, eu não tinha nenhuma idéia que
você corria. Talvez possamos correr aqui juntos algum dia?
Esta merda de namoro secreto não está vai durar muito mais
tempo...

— Um... — Ela olhou para mim. — Eu não estou achando...

— Foi bom ver vocês dois hoje. É bom saber que os funcionários
são amigos fora do escritório. — Eu olhei para trás e para frente entre
os dois. — Eu vou voltar para relaxar no banco agora. Tenha um ótimo
sábado, Sr. Henderson. — Eu estreitei os olhos para Claire. —
Senhorita Gracen.

Voltei para o banco, somente alguns pés longe deles, e fingi estar
absorto no meu telefone.

— O que você estava dizendo, Claire? — Ele sorriu para ela.

— Eu estava dizendo que eu não tinha certeza se isso seria uma


boa idéia... Nós somos colegas de trabalho no mesmo departamento e...

— Você e eu sabemos que a política de confraternização foi


cancelada há um tempo. — Ele estendeu a mão e acariciou sua
bochecha com o lado de sua palma. — É apenas uma corrida, Claire. Se
você apreciar, e eu acho que você faria, poderíamos até almoçar juntos
mais tarde. Há essa grande lanchonete a alguns quilômetros para
baixo.

— Eu...

— Eu sempre quis te perguntar, você é além de linda, mas com a


política e tudo, e você sendo assim tão...

— Eu sendo assim o que? — Ela inclinou a cabeça para o lado e


sorriu.

Será que ela realmente iria entretê-lo?! Na minha frente?! Bem na


minha frente?!

— Nada... Eu sempre quis te convidar para sair, só isso. Gostaria


de correr comigo no próximo sábado?
— Eu não posso. Quero dizer, obrigada pelo convite, mas eu não
posso sair com você... Eu estou mais ou menos vendo outra pessoa
agora.

Mais ou menos?

— É completamente exclusivo ou é você está aberta para sair com


outras pessoas?

Ela hesitou e eu quase pulei e a beijei em plena luz do dia, bem


na frente dele e qualquer outra pessoa que quisesse assistir.

— Eu estou vendo outra pessoa, Matthew...

— Bem... — Ele sorriu. — Me avise se não der certo, ok? Eu acho


que você e eu seriamos bons juntos. Temos muito em comum... — Ele a
olhou uma última vez antes de se afastar.

Eu não posso acreditar nesta mulher. Ela tem algum. Porra. De


coragem.

O Sr. Henderson retomou sua corrida e Claire caminhou de volta


para o banco.

— Acho que devemos sair daqui antes que alguém mais apareça.
— Ela suspirou. — É quase nove horas então...

— Você está com vergonha de mim, Claire?

— O Quê? Não, claro que não. Eu...

— Qual é a razão por trás de nos manter namorando em segredo


de novo? A política foi alterada por algum tempo agora.

— Porque você é o CEO e eu sou uma diretora de marketing de


nível médio. Isso já está suficientemente complicado com a diferença de
idade, mas as nossas posições são...

— Você quer a porra de uma promoção? Você quer um cargo no


maldito conselho? Que posição de merda você quer, porque eu vou fazer
acontecer hoje. Eu vou fazer o que for preciso fazer para garantir que as
pessoas saibam que você é comprometida e não está interessada porque
você com certeza não sabe como fazer isso bem claro!

— Desculpe-me? — Ela zombou. — Eu não preciso de você para


me insultar, agindo como se estivesse no controle de...

— Que posição você quer?

— Não é sobre a posição, Jonathan. — Ela fervia. — Trata-se de


me conhecer melhor do que o encontro com o CEO em primeiro lugar,
que é sem dúvida o homem mais ciumento e possessivo que eu já
conheci.

— Você deixou de fora o mais sexy.

Ela revirou os olhos e se levantou. — Eu estacionei meu carro do


outro lado do lago. Vejo você no trabalho na segunda-feira.

— Pare. — Eu estendi a mão e agarrei seu braço. — Eu estava


sendo mais do que honesto com você. Eu disse que eu sou o tipo
ciumento e eu confirmo isso. Eu não quero vê-la com qualquer outra
pessoa e eu não quero que as pessoas pensem que você está
disponível... O que eu preciso fazer para me certificar de que
acontecerá?

— Pare de ser tão maldito infantil.

— Eu não estou sendo infantil. Estou protegendo o que é meu.

— Eu não...

— Você não o que é? Minha? É isso o que você estava prestes a


dizer?

Ela cruzou os braços e deixou escapar um suspiro exasperado.

— Por que você o deixou tocá-la aqui?— Corri meus dedos em sua
bochecha. — Não gostei disso...
—Como eu poderia saber que ele iria me tocar? Eu não posso ler
mentes... Nós realmente precisamos sair antes do rush da manhã. Sr.
Barnes corre aqui, às vezes, bem como alguns dos meus colegas...

— Onde você está indo? — Eu deslizei meu braço em volta da sua


cintura.

— Casa. — Ela tentou mover minha mão, mas eu apertei meu


abraço.

— Eu não penso assim.

— Jonathan, estou indo para casa. Agora. Lide com isso.

— Não. Você não está. Você está vindo comigo. — Eu estreitei os


olhos para ela. — Precisamos ter outra discussão e certificar de que nós
dois estamos na mesma página. Eu não acho que você entenderia
completamente o que ser minha significa.

— Bem. Então, nós estamos indo só para conversar?

— Sim... Logo depois que eu te foder até não poder mais.


Capítulo 14
Jonathan
C: Você poderia parar de encher meu escritório com centenas
de flores todos os dias? Isto está ficando ridículo!

J: Eu não quero que ninguém pense que você está disponível.

C: Ninguém pensa que eu estou disponível! Eu disse que


ninguém aqui já tentou falar comigo, apenas você (exceto no
sábado), e eu estou começando a repensar o nosso acordo...

J: Você está me ameaçando, Claire? Você devia ver como as


pessoas olham para você quando você pisa em reuniões ou quando
você anda pelo corredor. Ninguém nunca tentou falar com você
por causa dessa maldita política de confraternização e agora eles
decidiiram que estão dispostos.

C: Eu não faço ameaças vãs.

J: Estou ansioso para ser punido. Te vejo esta noite.

— Senhor. Statham? — A terapeuta limpou a garganta. — Você


está pronto para começar agora?

Eu tentei não rolar os olhos. Eu tinha contratado um mediador


para orientar minha mãe e eu uma vez por semana já que ela e eu não
podíamos estar na mesma sala por mais de cinco minutos, sem
discutir.

Mesmo que minha mãe achasse que isso era uma idéia brilhante,
eu estava começando a ter dúvidas; Ela não parecia muito composta
hoje, o cabelo dela estava em um rabo de cavalo frisado, suas calças
não foram passadas e, ela cheirava a cerveja e cinzas.

— Sim estou pronto.

— Bom — Ela apertou as mãos. — Vamos começar com algumas


perguntas simples para ver com o que estamos lidando. Sra. Statham,
quero dizer, Denise, o que você espera conseguir com estas sessões?

— Eu quero que meu filho me respeite de novo... Eu quero que ele


me receba de volta em sua vida para que possamos começar de novo.

— Tudo bem... — A terapeuta tomou algumas notas. — E quanto


a você, Jonathan? O que você espera ganhar com isso?

— Não tenho nada a ganhar com isso... Talvez apenas ser capaz
de me sentar em uma sala com ela sem gritar. Isso seria suficiente.

— Está vendo? — Minha mãe cruzou as pernas. — Isso é


exatamente o que eu estava falando mais cedo, doutora. Ele unicamente
a contratou para ter uma boa imagem, para fazer parecer que ele está
tentando, mas ele realmente não está. Ele não dá a mínima para mim,
ele...

— Você disse a ela quantas vezes você teve uma recaída? Quantas
vezes você já esteve dentro e fora da prisão? Como você deveria estar
tecnicamente em uma prisão agora?

— Droga, Jonathan! Eu estou tentando fazer algo de mim mesma!


Eu estou trabalhando muito duro! Pare de jogar o meu passado contra
mim! Eu estou...
— Calma, Denise. — A terapeuta entregou-lhe um copo de água.
— Jonathan, não precisamos começar a apontar os dedos ou atribuir
culpas nesta fase. Precisamos começar por levar as coisas muito
lentamente. Certamente há algo que você quer ganhar além dessas
sessões.

Eu me inclinei para trás em minha cadeira e pensei muito. — Eu


não quero ficar zangado com ela.

— Ótimo! Isso é um bom começo. Agora Denise, eu vou te fazer


uma pergunta e eu quero que você responda da forma mais sincera
possível. Jonathan, por favor não interrompa... Por que você acha que
você e seu filho não tem um bom relacionamento?

Minha mãe olhou para mim e suspirou. — Eu tive Jonathan


quando eu tinha vinte e cinco anos... Eu não estava pronta para ter um
bebê, mas eu fiz o melhor com o que eu tinha... Eu e seu pai estávamos
trabalhando em três empregos cada um apenas para fazer jus às
despesas e antes que ele soubesse, tivemos outra criança, uma
menina... Um dia, enquanto tínhamos muitas contas em atraso, alguns
de seus amigos vieram e perguntaram se queríamos experimentar
alguns meth-a19 e relaxar sobre tanta coisa, você sabe? Nós dois
fizemos e...

— Eles passaram de usuários, para usuários crônicos e para dois


dos mais procurados traficantes de metanfetamina em todo o território
do estado de Ohio. É uma história muito comovente. — Revirei os olhos.
— Estou pensando em transformá-la em um Jogo de Natal.

— Jonathan, a deixe terminar... — A terapeuta suspirou.

— De qualquer forma, — minha mãe disse: — Eu era uma mãe


horrível... Eu sei disso, e eu agi assim, mas... Eu estava viciada nas
drogas... Eu não era eu mesma. Eu não queria deixar meus filhos com
fome ou negligenciá-los... É tudo minha culpa que eles foram levados

19
droga
para longe de mim, mas eu estou limpa agora e eu quero uma chance
para ser uma mãe, que eu deveria ter sido naquela época.

— Muito bom começo, Denise. Jonathan, como você se sente


sobre o que sua mãe disse?

— O que quer dizer com ―como eu me sinto‖?

— Como você se sente? Você acha que ela é sincera?

— Minha mãe tem estado limpa pelo o quê? Dois meses agora?
Até o final deste mês, ela estará de volta na reabilitação e nem vai se
lembrar que esta sessão aconteceu, que é bastante apropriado, porque
você não é a primeira terapeuta que contratei e ela não se lembra de
nenhum dos outros terapeutas também... Então, eu sinto muito... eu
não sinto nada.

— Ela pediu desculpas por ter deixado você e sua irmã com fome.
Ela...

— A palavra ―fome‖ implica que desejamos algo para comer


sabendo que é só uma questão de tempo antes que algum tipo de
alimento é colocado na sua frente. Minha mãe não nos deixou com
fome. Ela nos deixou morrendo de fome. Ficamos dias, às vezes
semanas, trancados dentro de nosso trailer com grãos de arroz para
comer. Isto foi até que eu percebi que eu poderia sair pela janela e
começar a ir aos lixões, foi ai que eu percebi o que a palavra ―fome‖
significava.

Houve um silêncio.

A terapeuta tirou os óculos e olhou para trás e para frente entre


nós dois. — Ok, nós temos claramente um monte de trabalho a fazer ao
longo dos próximos meses... Vamos dar uma pausa e nos reunir na
próxima semana. OK?

— Ótimo. — Levantei-me e ofereci um abraço a minha mãe.


Mesmo que eu estivesse além de furioso com ela, eu sempre fiz questão
de fazer isso, apenas no caso de ela ter uma recaída antes do nosso
próximo encontro e eu não a veria por mais oito meses.

— Você quer jantar hoje à noite? — Ela me abraçou de volta. —


Não temos que dizer uma palavra uma ao outro. Nós poderíamos ir para
um desses restaurantes que reproduz filmes. Nós nunca assistimos
nenhum filme juntos...

E nós provavelmente nunca faremos.

— Talvez outra hora. Eu tenho um encontro hoje à noite.

Eu estacionei em frente da casa de Claire e puxei o freio de mão


assim meu carro não iria rolar morro abaixo.

Eu tinha queria perguntar por que diabos ela tinha comprado


uma casa no topo de uma encosta que não parecia segura.

C: Você chegou cedo... Que tipo de carro é esse?

J: Um Murcielago20. A reunião foi cancelada. Leve o seu tempo se


arrumando... Use um vestido.

Peguei meu telefone e consultei alguns dos meus e-mails,


descartando a maioria deles.

Eu recebia, pelo menos, quinhentos por dia desde que saiu a


notícia sobre a minha empresa passar a pública. Eu tinha mesmo que
contratar um consultor de e-mail temporário para classificar através de
todos eles.

Este IPO vai ser a minha morte...

Olhei para cima e vi Claire trancar a porta da frente de sua casa.


Saí do carro e caminhei até o lado do passageiro.

— Legal esse terninho. — Eu ri. — Eu realmente gosto dele.

20
Lamborghini
— Obrigado. Pensei em usar a roupa que você gosta mais em
mim. — Ela entrou no carro.

Voltei para o meu lado e arranquei.

— Para onde vamos hoje? — Perguntou ela. — Você conseguiu


fechar o Ocean Beach para que pudéssemos comer lá?

— Você gostaria disso?

Ela balançou a cabeça e sorriu.

— Nós estamos indo para Pittsburgh Rivers.

— O que? — Ela empalideceu.

— Pittsburgh Rivers. É um restaurante de especialidades algumas


milhas daqui. Eles têm refeições temáticas da cidade. Eu estava
esperando que você pudesse sugerir algumas coisas para que eu
provasse já que essa é a sua cidade natal.

— Oh...

— Você está bem?

— Sim. — Ela virou a cabeça em direção à janela. — Eu estou


bem.

Parei no estacionamento mais tarde e olhei para ela. Ela não


tinha dito muita coisa sobre isso de novo. Ela tinha estado
estranhamente silenciosa e não tinha me dado nada de seu sarcasmo
habitual.

— Você tem certeza que você está bem, Claire? Não temos que
comer aqui se você não quiser. Podemos ir na minha casa de praia ou...

— Tenho certeza. Eu só estou um pouco cansada...


Eu sabia que ela estava mentindo, mas eu decidi não empurrar o
problema ainda mais. Eu a ajudei a sair do carro e levei-a para o
restaurante.

— Boa noite, Sr. Statham. Por aqui. — O recepcionista me


cumprimentou logo que eu entrei e nos levou para uma sala particular.

As paredes eram pintadas com murais de todos os pontos


turísticos de Pittsburgh como o Heinz Field, Catedral of Learning,
Carnegie Museu e eu pensei que Claire fosse começar a conversar sobre
eles, mas ela não disse uma palavra.

— Bem-vindo ao Pittsburgh Rivers, a própria versão em San


Francisco da grande cidade de Pittsburgh, — nosso garçom disse. Ele
puxou alguns menus de seu avental e olhou para trás e para frente
entre nós. — Vocês dois exigem o cardápio completo ou a metade? O
especial Ponte do metal quente está disponível apenas no completo.

— Completo —. Notei Claire estremecendo.

— Ótima escolha. Eu vou trazer esses menus imediatamente


senhor. Você teria interesse em um vinho especial do chef? Ele foi
importado diretamente de uma adega francesa.

— E qual é?

— É um maravilhoso vinho, um Bordeaux prensado


manualmente de 1975 e...

Claire começou a tossir e se levantou. — Desculpe-me, senhores.


Eu já volto.

— Não, obrigado... — Eu a assisti sair. — Nós vamos tomar o seu


melhor champanhe.

— Sim, senhor. — Ele se afastou.

Eu olhei através dos meus e-mails novamente, à espera de Claire


para se juntar à mesa, mas 20 minutos se passaram e ela não voltou.
Levantei-me e fui até o banheiro, batendo antes de eu entrar. —
Claire?

— Eu sairei em um minuto. — Ela suspirou.

Eu entrei e fechei a porta atrás de mim. Passei por todas as


cabines vazias e a avistei sentada em uma poltrona com a cabeça para
baixo.

— O que há de errado? — Eu toquei seu ombro. — Conte-me.

— Podemos... — Ela virou-se lentamente para me encarar. — Será


que podemos dar o fora daqui?

— Aonde você quer ir?

— Qualquer lugar exceto aqui...

Estendi a mão para a sua e levei-a de volta para fora. Eu queria


dirigir para minha casa de praia, mas era 40 minutos de distância
assim eu fui para o meu condomínio no centro da cidade.

Mais uma vez, ela não disse nada durante o trajeto. Ela manteve
a cabeça virada para a janela e eu a peguei enxugando uma lágrima
perdida.

— Bem-vindo de volta, Sr. Statham. — O manobrista pegou


minhas chaves, logo que eu entrei no edifício.

— Obrigado, Sr. Reese. — Eu ajudei a Claire a sair do carro. —


Você poderia levar o carro para o nível inferior?

— Claro.

Puxei Claire perto de mim quando nós entramos no elevador,


observando o rosto pálido no reflexo das portas. Quando chegamos ao
meu apartamento, eu a levei até um sofá e me sentei ao lado dela.

— Fale comigo... Diga-me o que está errado.


— Eu vou ficar bem. Estou apenas tendo um dia ruim. — Ela
forçou um sorriso. —Você tem filmes aqui? Nós podemos assistir...

Eu peguei seu rosto em minhas mãos. — Se você e eu estamos


querendo que as coisas funcionem, você vai ter de se abrir para mim...
Se isso fosse estritamente físico ou se eu não me importasse com você,
eu não estaria preocupado, mas eu me importo. Você pode confiar em
mim.

— Então, você não tem filmes aqui?

— Nós não vamos assistir filmes. Você vai me dizer por que você
está chateada. Você ficou completamente nervosa quando eu mencionei
Pittsburgh Rivers e eu quero saber o porquê. Você pode sentar aqui e
ficar em silêncio durante o tempo que quiser, mas nós não estamos
deixando este lugar até que você me diga.

Ela se se encostou no sofá e fechou os olhos.

Muito bem... Eu peguei o meu telefone e me preparei para pedir o


jantar, mas ela se virou para mim.

— Meu ex-marido me fez a proposta de casamento no Heinz Field


—, disse ela. — Ele conhecia um dos preparadores físicos que
trabalhava para a equipe de futebol e ele nos deixou entrar após horas.
Pensei que estávamos indo lá para fazer um tour privado, mas ele saiu
para a linha de cinquenta jardas e fez a proposta... Foi tão romântico.
Ele ainda conseguiu colocar no placar a frase ―Quer casar comigo?‖ em
luzes amarelas brilhantes. Eu só sabia que ele foi o único a fazer isso...
até 14 anos mais tarde, quando eu descobri que ele e minha melhor
amiga estavam tendo um caso e ela estava grávida dele... Tudo o que eu
pensei que era bonito sobre a minha vida em Pittsburgh tornou-se feio
depois disso.

De repente, me senti culpado por sugerir aquele restaurante, por


pensar que iria suscitar boas recordações e conversas.
— Eu não penso sobre isso tanto quanto eu costumava fazer, mas
ainda há pequenos lembretes aqui ou ali e eu somente...

— Você só o quê? — Eu a puxei para mais perto.

— Eu ainda não posso acreditar que em alguns dias... A minha


melhor amiga e meu marido? As duas pessoas que eu mais confiava? —
Ela suspirou. — Ela e eu costumávamos fazer uma viagem a Nova York
todos os anos para celebrar o seu aniversário. Nós sempre faziamos a
mesma coisa: Times Square, uma peça da Broadway, e uma noite na
cidade...

— A última vez que fomos lá juntas, ela estava grávida de três


meses e eu estava comprando pra ela tudo para este pequeno bebê,
como bonitas roupas porque eu estava tão feliz por ela... Eu não posso
deixar de pensar quão doente ela realmente era, para celebrar seu
aniversário comigo, sabendo que o filho de meu marido estava
crescendo dentro dela... Como nojento é isso, porra?

Ela inclinou-se contra mim. — Quando perguntei ao meu marido


porque ele fez isso, por que ele sequer pensou em me enganar com a
minha melhor amiga, ele disse que sempre tinha havido algo entre os
dois. Ele disse que ele tinha sentimentos por ela desde o primeiro dia
que se encontraram, mas ele pensou que estar comigo era o mais
seguro e a escolha melhor... Então, uma noite, enquanto eles estavam
bebendo na minha casa, ironicamente, uma coisa levou a outra e... E
depois de anos de sufocar seus sentimentos, eles simplesmente não
podia negá-los mais... Não é a maior merda estúpida que você já ouviu
falar?

Eu não disse nada. Eu apenas esfreguei suavemente suas costas.

— Eles tiveram uma outra menina no ano passado... Eles já


viajaram por todo o mundo juntos e fizeram todas as coisas que eu
pensei que ele e eu gostaríamos de fazer juntos neste momento... Ele
mesmo levou-a para o canal no Panamá, onde deveríamos ir... Ele disse
que iria me levar em um barco à vela para lá para o nosso aniversário
de 15 anos, mas nós nunca fizemos porque... porque... —Ela parou e
balançou a cabeça.

— Eu sinto muito que o que aconteceu com você, Claire...

Eu esperava que ela dissesse mais, e chorasse mesmo, mas ela


simplesmente enterrou a cabeça no meu peito e derivou em um sono
profundo.

Senti Claire se aninhando em meu peito e coloquei o meu telefone


no bolso.

— Que horas são? —, Ela murmurou.

— Nove quinze. Está com fome? Você gostaria de comer alguma


coisa?

— Não. Eu estou bem. — Ela saiu do meu colo. — Você pode me


levar para casa agora.

Eu não penso assim...

— O que você normalmente faz quando você está chateada? O que


faz você se sentir melhor?

— Home Depot21... Ou, o mais recentemente, sexo com você.

Eu ri. — A loja de reformas? Porque?

— Eu não sei explicar isso. Um passo dentro daquela loja e eu


apenas... Todos os meus problemas desaparecem por um tempo. Eu fico

21
A Home Depot, Inc. é uma companhia varejista norte-americana que vende produtos
para o lar e construção civil. Foi fundada em Atlanta, Geórgia, Estados Unidos da
América por Bernie Marcus e Arthur Blank.
perdida nas swatches22, na pintura, as telhas, as louças sanitárias, e
tudo.

— Você gostaria de ir para lá agora?

— Ela fechou as nove... — Ela franziu a testa.

— Não foi isso que eu lhe perguntei.

— Sim... Se fosse possível, agora seria o momento perfeito para ir.

Eu peguei meu telefone. — Hey, Corey? Eu preciso de você para


me fazer um favor.

— O gerente diz que você tem duas horas e ele quer que cada item
que você pegar seja digitalizado no registro número um. Ele quer um
sTablet no dia em que sair, e ele vai lhe enviar a conta amanhã. —
Corey digitou algumas coisas em seu tablet e as portas para Home
Depot se abriram.

Claire olhou para mim e sorriu enquanto ela fez seu caminho
para a loja, deixando-me sozinho com Corey.

— Ok, a sério... — Corey disse uma vez que ela estava fora do
alcance da voz. — Será que ela tem alguma amiga que tem a metade da
beleza dela? Eu preciso de alguém também, você sabe.

— Cuidado. Eu pensei que você tinha um encontro hoje à noite. O


que aconteceu com isso?

— Ela era uma cabeça oca. Tudo o que ela falou era que tipo de
roupa que queria usar para alguma festa de celebridades em LA. Nós
fizemos sexo no meu carro no caminho de volta, embora tenha sido
incrível, eu acho que não posso sentar e ter outro jantar com ela. Um
deles foi doloroso o suficiente.

22
tecidos de amostra
— Tenho certeza que você vai ter alguém até amanhã. Você
terminou a conta de Sorrento?

— Claro que eu fiz. Não graças a você. — Ele riu. — Agora temos o
melhor sistema de monitoramento de segurança que eu já vi. Já se
passaram três dias e eu não tenho sido capaz de invadir a partir do
exterior. Esse é um sinal muito bom.

— Bom saber. Você pode desativar todas as câmeras na loja?

— Dez passos à frente de você. — Ele bateu no meu ombro e


começou a pisar para trás. — A próxima vez você quiser interromper
meu programa favorito, para você poder entrar em uma loja de
ferragens depois do horário, por favor não hesite em me avisar.

Fui até onde eu vi Claire desaparecer e a vi no corredor com


ventilador de teto.

— Muito obrigada. — Seus olhos se encontraram os meus. — Eu


só preciso obter algumas coisas... Deixei minha carteira em casa, depois
eu te pago de volta...

— Pegue o que quiser. Você deve saber que você não tem que me
pagar de volta.

Seus olhos se iluminaram. — Qualquer coisa que eu quiser?

— Sim. — Eu beijei seus lábios. —Tudo o que você quiser.

— Bem, nesse caso, poderemos ficar aqui por um tempo...

Era meia-noite até que ela tinha escolhido tudo o que ela queria, e
nós tínhamos preenchido seis carrinhos em sua capacidade.

Nós estávamos caminhando ao redor da pequena lagoa na área


verde ao ar livre, de mãos dadas e rindo de peixes que foram subindo
em toda a superfície.
— Quando você quer começar a registrar tudo? — Ela olhou para
mim.

— Nunca. Nós não estamos registrando nada disso. Vou enviar ao


gerente um cheque e cobrir todo o seu inventário de perdas no final do
ano.

— Tudo bem... Bem, vamos começar a carregar o seu carro?


Quantas viagens você acha que va...

— Isso já foi providenciado. — Puxei-a em meus braços. — Não se


preocupe com isso. — Eu sorri enquanto deslizei a mão por baixo de
sua camisa. — Você sabe, sua criatividade nunca deixa de me
surpreender...

— Do que você está falando?

— Por que de repente você gosta de vestir terninhos? Você os


usou durante toda a semana.

Ela sorriu. — Sem razão. Eu não peno muito nisso. — Ela tentou
se afastar de mim, mas eu apertei mais forte em torno dela.

— Você honestamente acha que vestindo terninhos irá me


impedir de...

— De você transar comigo dentro da Home Depot? Espero que


sim.

Eu desabotoei o sutiã e beijei seu pescoço. — Não vai.

— Jonathan, há câmeras! Eu estou...

— Corey as virou todas para fora. — Puxei-a para baixo em uma


cama da grama. — O meu motorista não vai estar aqui com a
caminhonete por mais uma hora. Isso é muito tempo, você não acha? —
Eu abri o zíper e abaixei as calças.

— Eu já te disse que você é absurdamente insaciável?


— Só quando se trata de você.
14 de Abril de 2013
Querido Diário,

Eu gostaria que houvesse uma maneira melhor de selecionar


potenciais empregados para trabalhos, a melhor maneira de ver através
das mentiras das pessoas.

Em cada entrevista, o candidato sempre diz exatamente o que ele


deveria dizer: ―Minha maior fraqueza é tentar ser um perfeccionista o
tempo todo‖. ―Eu realmente acredito que eu sou a melhor pessoa para
este trabalho porque eu sou focado, eu trabalho duro, e eu estou
sempre disposto a ir a quilômetros além‖. ―Ah, não, eu nunca me atraso
para o trabalho. Nunca‖.

Durante seu período de experiência, ele é o candidato mais


exemplar, mostrando ao mundo que chegou cedo todos os dias,
oferecendo-se para comprar todo o café para os colegas de trabalho, e
ficar até mais tarde em cada necessidade de campanha... Mas, assim
que esse período de 90 dias acaba, ele se torna um idiota. Um burro
completo e total.

Nós contratamos um novo diretor regional no início do ano, para


nos ajudar a melhorar o quadro de avisos das operações da cidade, e
quando ele foi ―oficialmente‖ contratado, ele começou a agir como se
fosse o CEO.

Ele comandou todas as reuniões, discutindo com qualquer um


que não concordava com ele e insistindo que sua ideia era
―simplesmente a melhor‖. Ele começou a dar ordens aos meus
funcionários e a tratá-los como lixo, além de falar mal em todos os
seminários dos nossos diretores.

Enquanto ele estava no meio de dizer como não podia acreditar


―como estúpidos e burros‖ eles foram, quando questionados como
nenhum deles tinha ―nunca conseguido estar em primeiro lugar na
faculdade‖, — Eu deixei ele pensar assim.

Eu disse a ele que ele era um idiota e que a única razão pela qual
nós concordamos em contratá-lo foi porque a nossa primeira opção foi
reprovada no teste de drogas. (A propósito, desde quando os
empregados começaram a ser testados para o ópio? E onde diabos as
pessoas conseguem ópio?!)

— E sim, — eu disse, — meus colegas podem ser burros como


uma rocha e eles podem não saber uma coisa maldita sobre marketing,
mas eles são meus funcionários e ninguém pode falar mal deles, apenas
eu!

Essas pessoas de hoje em dia,

Claire
Capítulo 15
Claire

N ão é real, não é real... Respire, Claire... respire...

Saltei da cama e corri a escada abaixo para a cozinha. Abri um


armário e peguei um pacote de Tylenol, jogando as pílulas na minha
garganta.

Abri a porta da geladeira e peguei uma garrafa de água, tomando


em um só gole. Eu peguei a outra, logo que eu terminei.

Isto me aconteceu a cada ano quando estava solteira. Cada vez


que meu aniversário de casamento se aproximava.

Fechei os olhos e tentei me acalmar do pesadelo que eu tinha


acabado de ter, onde o destaque era meu marido correndo com a minha
melhor amiga, aquela que apresentou sua gravidez e o seu bebê. Mas,
uma vez que eu abri meus olhos e olhei em volta, uma vez que eu vi que
minha cozinha não era a nossa cozinha, eu percebi que aquilo não era o
pesadelo depois de tudo.

Eu me afundei no chão e suspirei, tentando pensar em outra


coisa, qualquer coisa, mas outra memória horrível se forçou na minha
mente...
Foi nas semanas após a revelação dolorosa, e Amanda não tinha
ligado ou me mandado uma mensagem me pedindo desculpas. Ela não
disse uma palavra sobre sua parte no caso em comum.

Nada. Nada. Nada.

Eu caminhei pelo nosso bairro na mercearia cheia, drenada, e feia,


e a vi em um vestido vermelho enrugado. Eu a vi girando para baixo no
corredor que tinha o ítem que eu precisava muito: Sorvete.

Eu sabia que ela estava indo pegar a nossa marca favorita de


sorvete de chocolate com menta e chorar como eu tinha planejado, mas
nós não estávamos indo para estar chorando juntas neste momento.

Nós estávamos indo chorar separadamente, em relação à mesma


situação em que nos tínhamos sido colocadas de dois jeitos muito
diferentes.

Eu a segui pelo corredor e a bati no ombro.

— Sim? Eu... — Ela deixou cair à caixa no chão, logo que os olhos
inchados encontraram os meus.

Houve um silêncio enquanto olhávamos uma para a outra, como se


procurássemos algo para dizer sobre uma situação que melhores amigas
nunca deveria ter que passar.

Eu tentei controlar minha raiva, tentei dar um passo para trás e


tomar uma respiração lenta e profunda, mas não funcionou. Eu ergui a
minha mão para trás e dei um tapa na cara dela.

Ela suspirou e estendeu a mão para tocar seu rosto. O fato de eu


quase sentir pena dela me fez ter vontade de vomitar.

— Eu merecia isso... — ela sussurrou.

— Não merda.
— Eu estou... Eu estou tão triste, Claire. — Sua voz falhou. Ela
descobriu seu rosto e eu vi a bela impressão vermelha da minha mão. —
Eu nunca quis te magoar... Eu queria ligar e dizer alguma coisa, mas... eu
já sei que você nunca vai me perdoar pelo que aconteceu... Se eu pudesse
voltar atrás, eu juro que eu faria. Eu não sabia que...

— Que eu era casada? Que você foi à dama de honra no meu


casamento? Que você me ajudou a ir à loja para comprar um presente de
aniversário todos os anos? O que exatamente você não sabia?

— Eu não acho que os nossos sentimentos foram...

— Real? Genuíno? Valia à pena mencionar antes de eu amarrasse


o nó? — Por mais que ela já tivesse me machucado tanto, Amanda chorou
sobre isso tanto quanto eu, se ela tivesse dito: “Hey. Eu tenho
sentimentos por Ryan e ele tem sentimentos por mim também”, antes de
nos casarmos, nem no inferno nós tínhamos ficado noivos... — Eu não
conseguia segurar as lágrimas. — Você nem percebe o quão fodido tudo
isso é? Este não é um romance maldito de livro na sua prateleira,
Amanda! Esta é a porra da minha vida!

— Eu realmente sinto muito... eu...

— Quando diabos você ia me dizer? — Eu queria dar uma tapa


nela novamente. — Hã? Quando o bebê estivesse nascendo? Quando
virassem dois? Em um ponto que você e Ryan pensasse em deixar seus
cônjuges nessa horrível piada?

— Ouça...

— Responda a pergunta maldita!

Ela suspirou. — Nós nunca discutimos isso...

— Claro que não... Eu acho que foder uns aos outros o tempo todo
não era conversa o bastante. — Eu me movi atrás dela e levei duas
caixas de sorvete de menta com gotas de chocolate da geladeira.
— Claire, espere... Eu sempre vou me odiar, me perdoe.

— Como sempre foi para nós duas. Nós sempre compartilhamos os


mesmos inimigos.

— Eu não posso dizer como sint...

— A única razão que faz com que eu não espanque você é porque
você está carregando bebê, um bebê do meu ex-marido. Mas quanto mais
eu fico aqui olhando para o quão patética você é, eu sou mais tentada a
desprezar esse fato, porque você não está muito triste, Amanda. Você só
está arrependida porque você foi pega. E você está certa, eu nunca vou te
perdoar.

Eu engoli mais um comprimido de Tylenol e me lavei. Olhei para o


meu relógio e percebi que era meio-dia.

Não posso perder todo o meu fim de semana pensando sobre


isso... eu preciso fazer alguma coisa...

Fui até a despensa e vi que não havia nada dentro, além uma
caixa de cereal e um frasco de manteiga de amendoim sem abrir.

Problema resolvido...

Eu estava na frente do congelador de carne no Whole Foods23., me


debatendo se eu deveria comprar dois ou três pacotes de frango. Desde
que Ashley recentemente tinha desistido de seu ―status vegetariana‖,
ela e Caroline agora tinham algum tipo de fixação ―tudo-proteína‖ e
tinham começado a comer carne como loucas.

Para as últimas noites, eu tinha testemunhado elas devorarem


sanduíches grelhados de presunto, burritos, e hambúrgueres da
Turquia como se suas vidas dependessem disso.

23
Whole Foods Market é uma empresa de produtos de alimentos estadunidense,
sediada em Austin
Eu me decidi por três e me dirigi para o caixa.

Como de costume, havia apenas duas caixas trabalhando, e desde


que era sábado e era o dia de todos saírem para fazer as suas compras,
eu me preparei para uma longa espera na fila.

Peguei um exemplar da revista Cosmopolitan e fui através das


páginas, tentando não rir com os títulos dos artigos ridículos: “A
primeira coisa que ele almeja na cama hoje à noite...” “Como quebrar as três
regra do encontro”, e “Duzentos Truques de sexo que fará com que ele te
ame”.

Virei- para outra página e vi um artigo intitulado, “Para qualquer


relacionamento: como manter as coisas picantes”. — Eu li o primeiro
parágrafo e revirei os olhos, mas eu continuei lendo:

“A chave para qualquer relacionamento, se você é jovem ou um pouco


mais maduro é a comunicação! (Bem, isso é importante, mas nós vamos
chegar a isso mais tarde.) A chave é variedade, dentro de seu encontro nas
noites, dentro de suas demonstrações de afeto, e dentro do seu quarto.”

“Como se trata da Cosmo, nós estamos focalizando a chave número


três! Seu quarto!”

“Sexo nunca deve ser a mesma coisa dia após dia. Deve ser espontâneo,
apaixonado, e tão incrivelmente bom que você e sua cara metade vão pensar
nisso por dias depois. (Se você já não estiver tendo sexo outra vez...)”.

“Nossos editores seniores decidiram mergulhar para você,


entrevistando mais de mil homens para este recurso. Eles perguntaram a
cada um deles o que eles gostavam mais nas mulheres que namoravam, o que
as transforma, e mais importante, como a variedade é importante para uma
relação.”

“Sinta-se livre para ler entrevistas exclusivas na próxima página, mas


por agora, vamos dar-lhe uma lista de dicas para melhorar automaticamente
a sua vida sexual e adicionar alguma variedade muito necessária!”
1. Sexting24! Sexting é a...

Eu não conseguia ler mais. Estendi a mão para outra revista


sobre a Oprah, e procurei suas últimas dicas dos clubes do livro.

Mudei até dois espaços em linha e amaldiçoei sob a minha


respiração. Havia um casal discutindo com idosos, com a caixa sobre
uma pilha de cupons.

— Desculpe-me? — A loira bateu no meu ombro.

— Sim?

— Você poderia me passar um exemplar do Cosmo, por favor?

— Claro. — Eu peguei uma e entreguei a ela.

— Você sabe, um monte disso é loucura, mas algumas dessas


coisas realmente funciona no meu marido. — Ela riu e se afastou.

Ela tem que estar brincando comigo...

Puxei Cosmo fora do rack novamente para ler o resto do artigo:

—1. Sexting! Sexting é uma ótima maneira de apimentar qualquer


relacionamento! Agora, se você nunca fez isso antes, você pode querer
começar com uma conversa de texto regular para se certificar de que ele está
perto de seu telefone e ele não será visto por ninguém.

Uma vez que você tem o compromisso de sexting, você deve


simplesmente mandar um texto ao seu namorado, mas algo simples, algo
como “Eu estou com tesão” e, em seguida, dizer algo curto e impertinente
logo depois. Por exemplo:

“Eu estou com tesão. Eu gostaria que você pudesse ver o que eu tenho
agora”.

24
Casais que trocam imagens sexualmente sugestivas ou explícitas pelo smartphone,
prática conhecida como ―sexting‖
— Uma vez que seu namorado vê o texto, ele vai definitivamente sentir
algo impertinente em volta. Não o deixe morrer após isso! Continue
envolvendo-o em brincadeiras sexy durante todo o dia.

— A próxima vez que vocês dois estiverem juntos, ele vai se lembrar
de suas mensagens e querer reviver tudo com você sobre o “sexting” com
certeza. Confie em nós, quase todos os caras que entrevistamos disseram que
se engajar em sexting foi uma das melhores coisas que fizeram.

— Este é pra ser cupom duplo!

— Nós não estamos pagando um dólar extra!

— Onde está o gerente? — O casal de idosos na frente


interrompeu minha leitura.

Eu suspirei. Eu percebi que eu poderia muito bem tentar me


divertir um pouco enquanto esperava na fila.

Eu puxei meu telefone e enviei um texto a Jonathan: — Eu estou


com tesão. Eu não posso esperar para montar seu pênis outra vez...

Eu encontrei o meu lugar no artigo mais uma vez e comecei a ler


sobre os pontos dois e três:

Fitas de sexo caseiras e retiros sexuais de fim de semana.

Meu telefone começou a tocar e eu respondi sem olhar para a tela.


Eu estava muito envolvida em ler sobre os benefícios do uso de
preservativos com sabores.

— Alô?

— Se você quer montar meu pau tanto assim, você não tem que
esperar. Onde você está?

Jonathan?! — Você deveria mandar um texto de volta! Não me


ligue! Por que você não pode simplesmente mandar um texto de volta
como uma pessoa normal?
— Onde. Você. Está?

Meu corpo formigava a partir do som de sua voz. — Estou no


Whole Foods...

— Qual?

— O da Fourth Street...

— Eu estarei ai em dez minutos. Vá para o seu carro e entre no


banco de trás. — Ele desligou.

Ugh. Foda-se a Cosmo... Eles claramente não entrevistaram


qualquer tipo “Jonathan Statham”...

— Minha senhora? Senhora? — O caixa olhou para mim. — Você


pode começar a descarregar seu carrinho agora...

— Hum, na verdade... Eu preciso pegar outra coisa...

Eu empurrei meu carrinho fora da linha e estacionei no corredor


de bebidas. Eu fui para o banheiro e me olhei: camisa pink, calça jeans
azuis, cabelo ligeiramente despenteado.

Minhas bochechas estavam vermelhas brilhante e meu corpo


estava doendo de anseio de ser tocado; Eu tive que silenciosamente me
repreender e me acalmar.

Eu sou realmente assim insaciável? Eu sou tão ruim quanto ele é?

Eu respirei fundo e saí, demorando pra sair da loja e ir para o


estacionamento. Eu encontrei meu carro e me atrapalhei ao redor com a
minha bolsa e as chaves, soltando-as no chão.

Eu me abaixei para pegá-las, mas Jonathan agarrou-as antes que


eu pudesse.

— Boa tarde, Claire —, ele sussurrou contra o meu pescoço,


deixando os meus nervos em chamas.
— Oi...

Ele guardava as chaves na mão e abriu a porta de trás. — Você


primeiro.

Entrei e fugi para a janela. Ele deu um passo atrás de mim e


fechou a porta.

Eu desviei o olhar, mas ele estendeu a mão e inclinou o rosto para


ele. Eu estava literalmente tremendo de antecipação, imaginando
quando ele iria começar a rasgar minhas roupas.

Em vez disso, ele simplesmente olhou nos meus olhos, traçando


as pontas dos dedos ao longo do meu queixo alongando em meus
lábios.

Sem quebrar o olhar, ele deslizou para mais perto e gentilmente


arrastou meu cabelo para longe do meu rosto.

Foi para o banco da frente e segurou meu rosto em suas mãos,


ainda olhando nos meus olhos, fazendo-me molhada enquanto apenas
me tocava.

— O que fez você me mandar aquele texto hoje? — Ele perguntou,


colocando as mãos e desabotoando as minha calça jeans.

— Eu estava tentando experimentar o sexting...

— Sexting? — Ele empurrou minhas calças para baixo.

— Sim. Você deveria ter me mandado um texto de volta. Então,


nós deveríamos enviar mensagens sensuais uma para outro
insistentemente...

— Eu não faço sexting —. Ele soltou o cinto e deslizou para fora


da calça.

— Por que não?


— Eu prefiro ignorar a besteira. — Ele me deitou sobre o assento
e puxou minha calça para meus tornozelos.

— Quais foram as palavras exatas de seu texto mesmo?

— Retire seu telefone e procure.

— Desculpe?

—Eu não gaguejei...

— Nem eu — Ele ergueu a sobrancelha. — Eu só vou perguntar


mais uma vez.

— Bom, porque eu estou indo lhe dar exatamente a mesma


resposta.

Ele sorriu enquanto deslizava minha camisa sobre a minha


cabeça. — Você faz as coisas tão fodidamente difíceis às vezes. Nós
precisamos trabalhar para mudar isso. — Ele me virou no meu
estômago e de costas antes que eu pudesse dizer alguma coisa.

— Ahhhh... — Eu o senti dando um tapa suave na minha bunda


e tirando meu sutiã.

Minha respiração ficou presa na minha garganta quando eu senti


ele amarrar as mãos atrás das costas com o cinto, uma vez que eu o
ouvi desembrulhar um preservativo.

— Você já teve algum tipo de prazer duro? — Ele deslizou dois


dedos dentro de mim.

— Não...

— Você tem certeza?— Ele apertou o cinto em volta dos meus


pulsos. — Você tem certeza que não aprecia?

— Sim, tenho certeza...


— Eu não sei. — Ele deslizou lentamente o pau dele em mim por
todo o caminho, apenas o suficiente para me fazer murmurar, o
suficiente para me fazer me arrepender de não responder a sua
pergunta.

Ele plantou beijos em minhas mãos amarradas, passando a


língua pelos meus pulsos, mordendo suavemente cada um dos meus
dedos. Ele passou as mãos ao longo do meu corpo e suspirou,
colocando beijos leves na curva das minhas costas.

Eu tentei abafar meus gemidos, mas eu não podia; ele conhecia o


meu corpo muito bem.

— Admita que você gosta duro. — Ele deslizou para dentro de


mim um pouco mais.

— Eu não...

— Então me diga o que o seu texto disse.

— Ele disse que eu... — Eu gritei quando ele enterrou-se


profundamente dentro de mim, quando ele manteve o meu corpo preso
com os braços até o banco. — Ohhh... Jonathannnn...

— Diga. Para mim. O quê. Seu texto. Disse. — Ele bateu em mim
mais e mais, nunca me dando a chance para pegar um fôlego. Ele
repetiu a pergunta, mais severamente nesse momento, e com força
puxou meu cabelo para trás com cada impulso.

— Eu... — Eu o senti batendo em minha bunda e meu clitóris


pulsava com prazer insano.

— Você precisa de uma dica?

— Não...

— Então diga isso. — Ele diminuiu o ritmo, mas ele continuou


empurrando dentro e fora de mim e puxando meu cabelo.
— Ele disse que... que...

— Sim?

— Que eu...

Ele bateu no meu traseiro de novo. — O quê?

— Que eu não posso esperar para... montar o seu pau de novo.

— Hmmm... — Ele saiu de mim e desatou minhas mãos, beijando


minhas mãos quando ele fez isso. — Isso foi tão difícil dizer? Por que
você não poderia dizer há alguns minutos?

Eu não tive a chance de responder. Ele já tinha me virado para


que eu estivesse em cima dele.

Ele tirou alguns fios de cabelo do meu rosto e se inclinou até me


beijar suavemente mordendo meu lábio inferior e acariciando minhas
costas.

Eu estava olhando em seus belos olhos azuis, e ele estava


olhando de volta para mim. Eu não queria dizer uma palavra; eu me
senti como se podessemos sentar assim para sempre e se comunicar
apenas olhando um para o outro.

Ele sorriu e se recostou contra o assento.

Eu lentamente ajustei as minhas pernas e montei nele,


lentamente me afundando em seu pau. Engoli em seco uma vez que ele
estava completamente dentro de mim; fechei os olhos quando ele
agarrou meus quadris.

— Não feche seus olhos, — ele sussurrou. — Eu quero olhar para


você. — Ele esperou que eu abrisse meus olhos, me ordenando a mover
sem dizer mais nenhuma palavra.

Eu pressionei minhas mãos em seu peito e comecei a ir para


frente e para trás, para cima e para baixo, e ao redor. Eu gemi quando
ele estendeu a mão e acariciou meus seios, enquanto rolava meus
mamilos entre os dedos.

— Claire... — Ele manteve os olhos presos nos meus. — Incline-se


para frente.

— Não. — Eu me inclinei para trás e coloquei meus braços atrás


de mim, agarrando suas coxas, e girando os meus quadris. Eu tentei
manter um ritmo lento constante e firme, mas as necessidades do meu
corpo embotaram os pensamentos de minha mente.

— Ahhhh... — Eu deixei as suas pernas e me inclinei para frente,


dirigindo-me mais e mais profundamente dentro dele, gritando quando
ele me encontrou impulso para impulso.

Ele pegou as minhas mãos, entrelaçando os dedos com os meus.


— Não pare... — Sua respiração tornou-se errática.

— E estouuuuu... Estou prestes a... eu...

— Não goze ainda. — Ele deixou minhas mãos ir e passou os


braços em volta de mim, dando-me um olhar intenso.

— Espere por mim.

— Eu não posso... eu...

— Aguarde.

Meus quadris estavam resistindo descontroladamente; minha


respiração estava se tornando cada vez mais curta. Se ele não me
deixasse gozar logo eu ia perder a capacidade de respirar.

Ele se levantou, ainda enterrado dentro de mim, com os braços ao


redor da minha cintura, e tomou o pouco ar que eu tinha afastado com
um beijo.

— Vamos lá, — ele sussurrou contra meus lábios e meu interior


explodiu ao seu redor.
Senti-o empurrando dentro de mim o que enviou outra sensação
de um grito digno rasgando meu corpo. A força dele me bateu para
frente em seu peito e fez nós dois cairmos para trás contra assento.

— Você é incrível... — Ele esfregou as palmas das mãos contra


minhas costas.

Eu murmurei alguma coisa, talvez ―obrigada‖, e continuei


sugando o ar tanto quanto eu poderia. Eu estava respirando como se eu
tivesse acabado de sair de uma maratona ainda estremecendo a partir
desse clímax alucinante.

Eu não posso acreditar que eu tive relações sexuais no


estacionamento da mercearia... O que diabos há de errado comigo?

Eu tomei mais algumas respirações profundas, respirando o doce


aroma de sua colônia. Estremeci quando ele me tirou de cima dele,
quando ele se sentou e começou a pegar minhas roupas.

— Nós temos feito um monte de sexo, Jonathan... — Eu


engasguei quando eu percebi que eu tinha dito isso em voz alta.

— Isso é um problema?

— Não... É apenas diferente para mim...

— Para mim também. — Ele se sentou ao meu lado e alisou o


cabelo com as mãos.

Acho isso difícil de acreditar...

— Como é que é diferente para você? Você não teve sexo sem fim,
com qualquer uma das outras dezesseis mulheres?

— Não.

— Eu pensei que você disse que não mentia. Eu me recuso a


acreditar que você não entrou ou desfrutou...
— Claire —, disse ele, deixando escapar um suspiro exasperado,
— você é completamente incomparável a qualquer mulher que eu já
conheci. Ponto Final.

— Eu...

Ele pressionou os dedos contra meus lábios. — Eu não gosto de


comparar relacionamentos passados, mas desde que eu sei que você vai
ficar pensando sobre isso, se eu não... — Ele olhou nos meus olhos. —
Eu gostava de ter relações sexuais com as mulheres do meu passado,
eu gostei. Realmente gostei. Mas eu honestamente poderia ter ficado
sem isso, porque isso nunca foi memorável. Nunca me fez sentir nada.
Não é como é com você. Eu amo fazer sexo com você, e eu,
pessoalmente, não acho que temos o suficiente. Mas essa não é a única
razão por que isso é diferente para mim... Em meus relacionamentos
passados, eu nunca pensei sobre qualquer uma delas da maneira que
eu penso sobre você. Você ficaria surpresa em quantas vezes você
atravessa na minha mente... Eu preciso dizer mais ou a resposta é boa
o suficiente para agora?

— Por enquanto. — Eu sorri e ele me deu um beijo.

— Você vai terminar as suas compras agora? — Ele segurou


minha camisa para que eu pudesse deslizar meus braços através dele.

— Não. Eu não posso voltar lá...

— Por que não?

— Porque todo mundo vai saber que eu tive relações sexuais.

— Como?

— Eu tenho certeza que o suor e a água de colônia masculina na


minha pele vão dar a dica.

— Então?
— Então, eu não vou entrar lá. — Revirei os olhos enquanto ele
me ajudou na minha calça.

— Ajudaria se eu fosse com você?

— Hum, não.

— Porque estamos em público, certo?— Ele balançou a cabeça e


me entregou o telefone. — Eu vou mandar Greg vir, pegar as suas
coisas e entregá-las na sua casa hoje à noite. Escreva tudo o que você
precisa, marcas específicas, se você tem preferências.

Eu digitei tudo o que estava no meu carrinho e algumas coisas


extras que eu tinha esquecido. Peguei meu cartão de crédito e entreguei
a ele uma vez que ele estava no telefone.

— Greg? Sim. —Ele olhou para o cartão de forma suspeita e


entregou-o de volta para mim. — Acabei de enviar-lhe uma lista de
coisas que a senhorita Gracen necessita para hoje à noite. Certifique-se
de que seja entregue o mais rapidamente possível. Obrigado.

— Você não tem que pagar para... — Minha sentença foi cortada
uma vez que ele se inclinou e me beijou.

— Pare com isso. — Ele sorriu. — Eu quero levá-la em um lugar.

— Agora?

— Sim. Agora. Dê-me as chaves. Eu vou dirigir.

Eu abri meus olhos e percebi que estava deitada no capô do meu


carro. Foi incomum, estava quente fora e o vento era suave e gentil.

Me virei do meu lado e vi Jonathan sorrindo para mim.

— Será que você descansou o suficiente? — Ele se inclinou e


beijou meu rosto.
— Quanto tempo eu estive dormindo?

— Não por muito tempo.

— Oh... Tem algum motivo por que estamos deitados no capô do


meu carro?

— Eu não acho que você pode apreciaria plenamente a visão a


partir do banco da frente.

Virei à cabeça e vi que estávamos em uma clareira no oceano.


Estávamos estacionados na beira de uma doca privada com vista para
um intervalo menor na montanha, perto o suficiente para sentir a água
mar sendo salpicada suavemente.

Havia uma linha costeira a alguns metros atrás de nós, com uma
fileira de moradias de madeira que eram ligeiramente isoladas por
árvores cobertas de vegetação.

Onde estamos? Eu nunca vi esse lado de...

— Diga-me algo que eu não sei sobre você. — Ele se aproximou e


segurou minha mão.

— Eu acho que poderia estar atraída por você...

— Algo que eu não sei. — Ele sorriu. — Eu sabia disso desde o


primeiro dia em que nos conhecemos.

— Você é tão cheio de si mesmo... Eu queria ser uma atriz


quando eu estava crescendo.

— Realmente?

— Sim. Eu estava em cada peça na escola e eu estava em clubes


de teatro por toda a cidade. Eu só sabia que era o que eu ia ser... Meus
colegas me elegeram a ―mais famosa mais provável‖ no anuário.

— Por que você não estudou isso quando você foi para a
faculdade?
O amuleto de bandeira no meu colar de repente ficou pesado em
meu coração e começou a doer. Eu podia sentir um caroço subindo pela
minha garganta, mas eu empurrei-o de volta.

— Eu... — Eu não podia falar sobre isso. Não hoje. Nunca. — Eu


simplesmente não tenho paixão para isso mais... Diga-me algo que eu
não sei sobre você.

— Eu era gordo.

Eu cai na gargalhada. — Eu não acredito em você!

— É verdade. Não sei como foi possível desde que eu era faminto
na metade da minha infância, mas eu fui gordinho até o meu primeiro
semestre da faculdade... Então eu fui forçado a mudar.

— Por quê?

Ele colocou o braço em volta dos meus ombros. — Eu realmente


precisava de um terceiro emprego, porque as horas que eu fazia lavando
carro e na loja de café não eram suficientes... O único lugar que estava
sempre à procura de novos talentos me disse que me contrataria se eu
perdesse peso e entrasse em forma.

— Que tipo de trabalho fez você perder peso?

— Lotes de mulheres da classe A desesperadas pagando...

— Você se vendeu por dinheiro?

Ele riu. — Não. Eu dancei.

Fiquei quieta por alguns segundos. Achei que fazia sentido que
uma companhia de teatro iria querer seus dançarinos magros e em
forma. Embora, os homens apreciassem a arte da dança também, então
eu não entendo muito bem a parte ―mulheres desesperadas‖.

— Você fez balé? —, Perguntei. — Foi difícil para...


— Sério? Não, eu não fiz ballet. Eu era um stripper. Em um clube
de strip.

Eu pisquei. Eu sabia que minhas bochechas estavam em chamas,


mas eu tentei de qualquer forma colocar minha melhor expressão.

— Eu não sei se eu posso acreditar que... — Mas eu quero...

Ele pegou seu telefone e rolou através de uma galeria de imagens,


parando em uma que apresentava um grupo de homens vestidos em
vários trajes-postais: trabalhadores, policiais, índios, cowboys.

— Esse sou eu antigamente... No traje do bombeiro. — Ele sorriu.


— Eu tive que pagar um monte de dinheiro para fazer com que
nenhuma destas fotos reaparecesse... Você acredita em mim agora?

Eu não disse nada. Eu apenas sorri.

— Diga-me outra coisa, Claire.

— Um... — Fiz uma pausa. — Meu maior sonho... Depois que eu


parar na Statham Indústrias e começar o meu projeto de empresa, eu
quero navegar o mundo em um navio de luxo. Eu quero alugar um,
para um ano inteiro e parar em muitos lugares.

— Você sozinha?

— Com minhas amigas, minhas amigas do sexo feminino.

— Devidamente anotado. — Ele sorriu.

— É a sua vez que...

— Você é uma visão. Você sabe disso? Você sabe como você é
linda? — Ele arrastou as pontas de seus dedos em meus lábios. — Eu
não acho que você entende perfeitamente que às vezes... Eu poderia
olhar para você o dia todo. — Meu coração começou a vibrar e eu queria
dizer ―Obrigado, você também‖, mas as palavras ficaram bloqueadas na
minha garganta.
— Você não está pensando em nada agora está?

Eu balancei minha cabeça.

— Bom. — Ele deslizou para fora do capô e me puxou para cima.


— Deixe o seu telefone lá... Eu sempre quis fazer isso com alguém.

— Fazer o... — Antes que eu pudesse conseguir as palavras, ele


me pegou e meu corpo estava em queda livre no ar. A próxima coisa que
eu senti foi que eu bati nas águas frias do oceano e afundei.

Eu freneticamente nadei de volta até a superfície, espirrando e


ofegante por ar, procurando onde quer que ele estivesse assim eu
poderia matá-lo.

Ele veio até a superfície de alguns metros de distância, rindo. —


Você gostou disso? Corey alega que um pouco de água a partir da Fonte
da Juventude foi derramado aqui há séculos. Se ele estiver certo, vamos
acordar 10 anos mais jovens amanhã.

— Você está louco? E se eu não soubesse nadar? Você não pode


simplesmente jogar as pessoas no oceano!

Ele deu de ombros. — Eu acho que você teria morrido... Mas já


que você me disse que sabia nadar a semanas atrás, eu estou contente
que não era uma mentira.

— Você grava nossas conversas?

— Cada uma delas.

— Tanto faz. Você espera que eu vá para a casa molhada?

— Não, esse tipo de molhado, não.

— Estou falando sério!

— Tenha cuidado. Greg estará aqui em breve. Enquanto isso... —


Ele me deu um de seus olhares ―Estou prestes a foder você‖ e se moveu
para mim.
Eu nadei para longe dele tão rápido quanto eu podia, indo em
direção à praia.

Com as ondas frias rodando contra a minha pele, eu percebi que


eu nunca me senti tão livre, tão viva.

Uma vez eu cheguei na praia, levantei-me e tentei correr, mas


Jonathan me agarrou por trás e me puxou para baixo para a areia.

— Eu não acho que areia e sexo andam juntos. — Eu ri quando


ele beliscou meus mamilos através da minha camisa molhada.

— Quem disse alguma coisa sobre sexo? Isso está sempre em sua
mente?

— Está sempre na sua?

— Claro. — Ele riu. — Vamos lá, precisamos tirar dessas roupas.

Ele me ajudou a me levantar e me acompanhou ao longo da praia,


a uma das pequenas vivendas de madeira. Ele entrou com um código
em um pequeno teclado e a porta deslizou aberta.

Ele esperou por mim para entrar e fez sinal para eu sentar em um
sofá branco.

Eu olhei ao redor, em genuína admiração do lugar. Era equipado


com uma lareira de tijolos bonita, uma cozinha ultramoderna, e eu
podia ver um quarto grande em frente ao hall.

— É este é a sua casa de férias alugada?

— Alugada? — Ele abriu um armário. — Não, eu a possuo. Eu


também possuo todas as outras.

— Por que você precisa de tantas?

— Eu as tinha construído no ano passado. Um dos membros do


meu conselho me pediu para investir em um projeto semelhante na
Flórida. Depois de ver o quão lucrativo era, eu decidi abrir meu próprio
aqui. Elas vão estar disponíveis para as pessoas alugarem em poucos
meses. Gostaria de uma para si mesma?

— Oh, não... Eu provavelmente não poderia pagar...

— Você não teria que pagar por isso. — Ele me entregou uma
pilha de toalhas e uma pequena caixa branca. — Você já devia saber
disso agora.

Eu abri a caixa e vi uma calcinha de seda, um par de calças de


moletom cinza, uma camiseta rosa. — Você está sempre preparado não
é? Quantos conjuntos destes você...

— Eu comprei tudo o que tem nessa caixa apenas para você —,


disse ele, revirando os olhos. — Eu tinha planejado trazer você aqui
depois de nosso primeiro encontro na Mina de Michel, mas eu acredito
que você não foi.

— Você ainda pensa sobre isso?

— Eu estou chegando lá. Você pode ir se trocando no quarto.


Você gostaria de um sanduíche?

— Sim... Obrigada. — Fui até o quarto e fechei a porta.

Isso era lindo...

O quarto foi decorado como uma suíte dos sonhos: O dossel de


cetim que pendiam do teto estava balançando para frente e para trás ao
vento. A cama elegante estava coberta por um edredom azul cor do mar
que complementou todo o mobiliário branco.

Corri minhas mãos através dos lençóis e sabia que devia ser de
milhares de fios. Eu abri as cortinas completamente e me engasguei
com a vista de tirar o fôlego; Eu podia ver as ondas do mar lambendo ao
longo da costa, as gaivotas circulando em torno da doca acima.
Suspirando, eu puxei as cortinas fechadas e tirei as minhas
roupas molhadas. Inclinei-me para pegar a pilha de toalhas e congelei
quando vi Jonathan entrando no quarto.

Ele não estava usando nada além de uma toalha ao redor da


cintura, e eu tinha certeza que ele não podia me ver de onde ele estava.

Ele deu um passo e entrou. — Eu esqueci de perguntar que tipo


de sanduíche você... — Seus olhos se encontraram com os meus.

Ele não terminou a frase. Não parecia que ele mesmo se lembrava
do que estava falando. Ele estava ali de pé olhando para o meu corpo
nu, fazendo-me corar.

Ele se aproximou e pegou minhas toalhas. — Rosto para a janela.

Eu congelei. Eu não podia me mover, não podia nem respirar,


quando ele olhava para mim assim.

Ele beijou meus lábios e sorriu. Ele puxou meu cabelo em cima
da minha cabeça e colocou-o em uma toalha, plantando beijos leves
todo o meu rosto. Ele pegou outra toalha e lentamente escovou sobre
meus ombros, meus seios e meu estômago. — Tão bonita...

Engoli em seco quando ele se abaixou na minha frente e esfregou


entre as minhas pernas, enquanto beijava o interior das minhas coxas e
gemia.

Ele ficou por trás e olhou nos meus olhos, suspirando. — Que
tipo de sanduíche que você quer?

— Peru...

— Com queijo?

Eu balancei a cabeça.

— Não demore muito para se vestir. — Ele beijou minha testa e


saiu do quarto.
Eu desmaiei na cama e balancei a cabeça em descrença. Eu sabia
que eu estaria em sérios apuros se eu não me afastasse dele agora. Se
eu deixasse este quarto e não lhe pedisse para me levar para casa
imediatamente, eu não seria capaz de controlar meus sentimentos por
mais um minuto.

Ele estava ficando sob minha pele e eu não podia negar isso. Eu
pensava nele o tempo todo. Meu coração virava sempre que eu o via no
trabalho, e eu olhei para frente ao ouvir sua voz sexy sobre o telefone
esta noite.

Não é assim que isso deveria ser...

Sentei-me e peguei as roupas que ele me comprou. As vesti e sorri


uma vez que eu vi que elas me encaixavam perfeitamente. Eu calcei os
chinelos e voltei para a cozinha, ensaiando um discurso curto na minha
cabeça:

Jonathan... Eu preciso que você para me leve para casa. Podemos


falar sobre isso no caminho, mas eu não acho...

Ele olhou para cima e sorriu quando eu entrei na cozinha, me


fazendo perder minha linha de pensamento.

Dane-se... Eu só vou aceitar o problema...

Ele me entregou um prato e me levou para fora, a um pequeno


balanço de madeira que estava pendurado no alpendre. Ele esperou que
eu sentasse primeiro e colocou o braço em volta do meu ombro.

Nosso silêncio especial se arrastou lentamente entre nós e


saboreamos a nossa comida sem dizer uma palavra. Nós simplesmente
olhamos para o oceano, e as ondas calmas que ficavam espumando
contra a costa.

Assim que eu coloquei o meu prato vazio no chão, ele me puxou


para o seu colo e me segurou perto.
Deitei-me em seus braços e sorri quando ele me beijou
repetidamente.
Capítulo 16
Claire

R olei e virei na minha cama, desejando que eu pudesse


de alguma forma dormir, mas não conseguia. Tudo o
que eu conseguia pensar era ele, ele me tocando, ele
me beijando, ele junto a mim.

Depois que ele me deixou em casa ontem, eu prometi a mim


mesma que eu iria utilizar o meu domingo só para que eu pudesse
analisar melhor a situação entre nós. Eu precisava anotar as minhas
expectativas, as melhores e piores situações, e pensar em todos os prós
e os contras de qualquer que seja o inferno que está acontecendo. Eu
até mesmo disse a Sandra e Helen para virem para que pudéssemos
discutir sobre o assunto tomando vinho gelado e queijo, para que elas
pudessem me distrair das chamadas ou mensagens dele.

De repente, meu alarme ―prepare-se para correr‖ começou a tocar.


Eu joguei o meu telefone fora da cabeceira para fazê-lo calar a boca. De
jeito nenhum eu estaria correndo nesta manhã.

Meu telefone caiu no chão com um baque, mas o alarme


estridente se manteve tocando.

— Ugh! — Eu rolei para fora da cama, procurando ao redor por


ele no escuro.

Assim que eu finalmente o tive na minha mão, olhei para apertar


o ―desligar‖, mas eu vi que era um telefonema. Era Jonathan.
— Alô? — Eu respondi.

— O que você está fazendo?

— Às cinco da manhã? — Eu gemi. — Advinha?

— Você está indo para fora para me deixar levá-la para sair?

— O quê! Não. Eu vou voltar para a cama. Eu saí com você


ontem. Nós não precisamos...

— Por favor, posso levá-la para sair?

— Não. Você deveria ter mencionado isso antes. Eu tenho...

— Eu não vou ―continuar perguntando‖, Claire. Você tem vinte


minutos. — Ele desligou.

O quê?!

Eu estava deitada no chão, confusa processando que diabos


estava acontecendo. Eu tinha planos concretos definidos para hoje, os
planos que Jonathan não permitiu se concretizarem. Eu não podia
deixá-lo continuar fazendo essas coisas espontâneas para mim. Não era
assim que tinha que ser. Então, novamente, eu não tinha certeza aonde
―isto‖ ia.

J: Dez minutos.

Eu suspirei. Eu não quero saber o que ele faria se eu não o


encontrasse lá fora. Corri para o banheiro e escovei os dentes.

Eu escorreguei em um par de calças cáqui folgada e uma camisa


vermelha justa, puxando um suéter cinza fino acima dela. Fui até a
cozinha e deixei um bilhete na geladeira para Ashley e Caroline:

Eu espero que vocês desfrutem do seu dia de folga hoje, mas certifiquem-se que todos
os pratos estejam limpos está noite. Deixei trinta dólares para o almoço e jantar em minha
cômoda. Se a sua avó vier buscar o misturador, está no meu baú. Amo vocês! Vejo vocês
mais tarde, mamãe.

Peguei uma caixa de biscoitos do armário e saí, revirando os olhos


uma vez que eu vi Jonathan saindo do carro vindo da cidade.

Ele segurou a porta aberta e sorriu quando me aproximei. — Bom


dia, Claire.

Eu não respondi. Eu escorreguei dentro do carro e deslizei para o


outro lado.

— Você está me ignorando? — Ele inclinou a cabeça para o lado.

Cruzei os braços e me encostei na porta. Eu estava cansada


demais para me envolver em uma conversa com ele. Eu não podia
acreditar no seu ego, estar sempre pensando que ele poderia exigir sair
comigo a qualquer hora do dia, chegar onde eu estava e simplesmente
assumir que eu estava disposta e pronta para segui-lo onde quer que
ele fosse.

— Senhor Statham? — a voz do motorista veio pelo interfone. —


Estamos pronto para ir, senhor?

— Sim, Greg. Obrigado. — Ele deslizou para perto de mim e


sussurrou, — Fale comigo. Você está chateada?

— Sim...

— O que há de errado? — Ele deslizou as pontas dos dedos na


minha bochecha.

— Você deveria ter me falado sobre isso ontem... Você poderia ter
pedido pelo menos. E se eu tivesse planos importantes?

— Você não...

— Essa não é a questão.

— Então o que é?
— O que diabos estamos fazendo, Jonathan? Que porra é essa?
Eu preciso saber agora. Onde você honestamente está esperando que
isso vá?

Ele suspirou e alcançou um travesseiro e um cobertor ao longo


dos assentos à frente de nós. Ele colocou o travesseiro no colo e me
puxou para ele, passou o cobertor sobre meu corpo e sacudiu a cabeça.

Eu gemi. — Você vai responder às minhas perguntas?

— Não. — Ele afofou o travesseiro e deu um beijo na minha testa.


— Vai nos levar algum tempo para chegar lá e você parece cansada. Vá
dormir.

Eu olhei para a sacada e suspirei quando gotas de chuva caiam


sobre a cidade distante. Eu estava navegando no mais novo iate de luxo
de Jonathan, todo preto, com seis níveis, e eu passei a maior parte da
manhã deixando ele me levar em um passeio.

— Por que você está sempre impondo as suas sentenças assim?


— Ele me entregou uma xícara de café quente. — Você está com medo
que eu vá usar suas histórias contra você ou algo assim?

— Não, eu sinto muito... O que eu estava dizendo?

— Você sempre pensou que você e seu ex-marido ficariam...

— Certo... Eu sempre pensei que ficaríamos juntos para sempre,


você sabe? — Eu balancei minha cabeça. — Eu dei a ele cada parte de
mim quando nos casamos, e quando acabou eu não tinha nenhum
pedaço inteiro para mim mesma... E a única pessoa que deveria ter tido
seu ombro pronto e esperando por minhas lágrimas, estava deitada na
cama com ele...

— Ela disse alguma coisa para você após o incidente no


supermercado?
— Não. — Meu coração doía. — Nós nunca nos falamos
novamente depois disso... E sempre que as minhas filhas voltavam da
visita do seu pai elas sabiam que era melhor não me dar um resumo
completo.

— Hmmm. Você ainda tem sentimentos por seu ex-marido?

— O que você quer dizer?

— Você ainda pensa sobre ele, ou seja, se vocês pudessem voltar


a ficar juntos, se as circunstâncias fossem diferentes?

— Eu acho que sempre haverá uma parte de mim que vai adorar
o ―velho ele‖ e que perdeu a magia quando pensava no que nós
tínhamos, mais... uma parte dele sempre pertenceu a Amanda, assim...
Sinto muito por trazer essas coisas deprimentes à tona, eu só...

— Não sinta. — Ele beijou minha bochecha. — Estou feliz que


você fez. Alguma vez você falou com mais alguém sobre isso?

— Eu fui a sessões de terapia com uma amiga de Sandra... Eu


tive que me forçar a ir nos primeiros meses, mas depois de um tempo
eu comecei a ver quão benéfico era...

Ele suspirou. — Se eu e minha mãe pudéssemos passar uma


hora completa de terapia sem urinar um no outro, talvez fosse benéfico
para nós também...

— Você ainda fala com seus pais adotivos?

— Eu não disse uma palavra para eles desde que eu fugi.

O quê? — Eles nunca vieram procurar por você?

— Claro que sim... A polícia estadual apareceu no meu dormitório


uma vez que eu comecei a ter aulas, mas eu tinha dezoito anos então
eles não podiam me obrigar a voltar.
— Eles não te pediram um monte de dinheiro uma vez que você se
tornou um bilionário?

— Eles não precisaram. — Ele fez uma pausa. — Eu sempre


sonhei em me vingar deles por me tratar assim terrivelmente, mas eu
percebi que era mais fácil perdoá-los e esquecer que alguma vez
existiram. Eu cuidei de todas as suas dívidas e dei-lhes dinheiro
suficiente para que eles não tenham que trabalhar para o resto de suas
vidas.

— Isso foi muito gentil da sua parte. Você não tinha que fazer
isso...

— Eles tentaram entrar em contato comigo para dizer obrigado,


mas eu nunca liguei de volta. Provavelmente nunca irei. Eu disse a
Corey para lhes dizer que a mensagem foi recebida.

— Seus pais adotivos são os pais verdadeiros de Corey?

Ele assentiu. — Ele ainda está bravo com eles por saber como eles
me trataram, mas ele não pode se desfazer deles como eu posso.

— E a sua irmã adotiva? O que aconteceu com ela?

— Jessica? Ela é minha assistente executiva. — Ele sorriu. —


Quando Hayley terminar a graduação, Jessica vai se tornar uma
assessora de confiança e Hayley vai ser minha nova EA25.

— Deve ser bom... Você pensou em nunca perdoar seus próprios


pais?

Ele respirou fundo e fechou os punhos. Ele olhou para longe e,


em seguida, ele olhou em mim. — Não por muito tempo... Será que se
fosse você, perdoaria se fosse eu?

25
Electronic Arts
— Eu não sei. — Eu dei de ombros. — Eu acho que eu não posso
imaginar Ashley e Caroline não querendo que eu seja uma parte de
suas vidas quando ficarem mais velhas.

— Isso é porque você sempre quis ser uma parte na vida delas...
— Ele apertou a mandíbula e eu sabia que o conversa estava encerrada.

Ele estava claramente sofrendo ainda pelo seu passado com seus
pais e eu não tinha certeza se iria conseguir ajudar ele; Assim como eu
não tinha certeza se eu iria ficar completamente bem sobre Ryan.

Nós nos sentamos debaixo do toldo do iate e olhamos para o


horizonte chuvoso, à deriva em memórias diferentes, lugares diferentes.

— Qual foi sua primeira impressão de mim? —, Perguntei,


tentando quebrar o silêncio.

Ele se virou para mim e sorriu. — Jesus ela é sexy.

— Você está mentindo!

— É verdade. Qual foi a sua?

— Ele é sexy, mas ele está vestindo um moletom e ele


provavelmente é muito jovem para mim. — Eu ri e ele revirou os olhos.

— Fico feliz que já esclarecemos isso.

— Nós esclarecemos?

— Se você acha que não, eu posso pensar em algumas maneiras


de fazer você perceber que esclarecemos... — Ele me puxou para perto e
me beijou. — Eu tive vontade de lhe perguntar sobre isto: Você sabe
dançar?

— Nós dançamos juntos na minha festa de aniversário antes,


então eu suponho...

— Eu não me lembro de nós realmente dançando em sua festa de


aniversário...
Revirei os olhos. — Não... Eu só sei como balançar ao som da
música. Eu nunca tive tempo para aprender.

— Vamos trabalhar nisso. — Ele pegou minha mão e me puxou


para cima. — Você disse que gostou da dança no andar do deck
superior antes, certo? Eu acho que é o lugar perfeito para uma lição de
domingo.

— A pista de dança é lá fora e está chovendo...

— Como é observadora. — Ele riu e me levou lá em cima, em uma


sala cheia de equipamentos de áudio. Ele jogou algumas coisas e as
telas que estavam na parede se tornaram azul.

—Bom dia, Sr. Statham. — Um homem de cabelos grisalhos


entrou na sala e tirou o chapéu. — Como está hoje?

— Eu estou ótimo, Sam. Você já conheceu a Claire antes?

— Não senhor.

Ele colocou a mão na parte inferior das minhas costas e me


empurrou para frente. — Claire, este é o meu capitão Sam. Ele dirige
todos os meus iates. Sam, essa é... — Ele fez uma pausa. — Esta é a
minha namorada, Claire.

Ele acabou de dizer “namorada”? Ele perdeu o juízo?!

— Prazer em conhecê-la, senhorita. — Sam estendeu a mão e


apertou a minha mão. — O co-capitão está agora no leme. Eu estarei
me retirando para minha cabine para o resto do dia.

— Obrigado, Sam.

Esperei por Sam para sair da sala e estreitei os olhos para


Jonathan. — Temos títulos agora?

— Claro que não —, disse ele. — Eu apenas pensei que namorada


soava melhor do que ―mulher que eu gosto muito e adoro transar‖. Mas
se você prefere que... — Ele apertou outro interruptor da pista de dança
ao ar livre iluminada. — Eu acho que devemos começar com a valsa.
Isso deve ser fácil o suficiente.

Ele agarrou minha mão e me levou para fora. A chuva ainda


estava caindo, e uma névoa de luz estava rastejando para o convés.

Eu ouvi o som de cordas e piano fechar a flutuação dos alto-


falantes, senti Jonathan me girando para encará-lo.

— Então, — ele disse quando ele olhou nos meus olhos, — vamos
ver se você tem qualquer ritmo em primeiro lugar.

Ele me puxou em seus braços e me balançou para no ritmo, mas


eu não conseguia. Para cada passo que ele tomava a frente, eu dava
dois passos para trás, para cada movimento para a direita, eu
desajeitadamente mudava para a esquerda.

— E claramente você não tem... — Ele riu.

Eu o deixei ir e cruzei os braços. Eu nunca tinha sido boa em


dança; minha mãe tinha desistido de me tornar protégé ballet quando
fiz cinco anos. Ela até brincou sobre como Ashley e Caroline devem ter
herdado as suas habilidades de dança de Ryan.

— Está tudo bem. — Ele me puxou para trás e segurou minhas


mãos para fora na minha frente. — Apenas deixe-me levar e nós vamos
fazer as coisas devagar. Todo mundo tem que começar em algum
lugar... Passo para a direita... Então deixe...

Ele começou a adição de mais instruções com passo-duplo,


torcendo para fora, dando um passo para trás e antes que eu
percebesse estávamos valsando pelo chão molhado.

Tentei não olhar em seus olhos, e agir como se eu estivesse muito


focada em seguir seus mandamentos, mas ele tornou tão fácil que eu
não podia deixar de olhá-lo.
— Pelo menos você é uma aprendiz rápida. — Ele sorriu. — Um
passo a sua direita.

— Eu acho que eu vou tomar isso como um elogio... Eu suponho


que você tem uma lavanderia em algum lugar por aqui?

— Por que eu preciso de uma dessas?

— Para secar minhas roupas depois disto? — Eu ri quando ele me


girou para fora e me chamou de volta ao seu peito.

— Eu não tenho o iate completamente mobiliado ainda, mas eu


vou me lembrar disso para o nosso futuro.

Nosso futuro?

— Então, você honestamente acha que você e eu...

— Você está nos analisando? O que eu disse a você sobre isso?

Eu murmurei — bem — e olhei para o meu lado. A cidade era


agora um mero pontinho à distância e nós estávamos navegando em
direção ao mar aberto para um pesado nevoeiro e chuva mais forte. À
medida que mais névoa penetrou a bordo do navio, percebi que a
música original tinha terminado e outra canção começava a tocar,
muito mais lenta com uma harpa.

Eu levei demasiados passos para a esquerda e tropecei em meu


próprio pé, quase caindo no chão antes de Jonathan descer e me pegar.

— Eu acho que você não tem um senso de direção também. — Ele


sorriu e me puxou. — Você está começando bem embora. — Ele me
empurrou contra a grade e abaixou a cabeça na minha, mantendo meu
corpo preso dentro de seus braços.

Fechei os olhos enquanto ele deslizava sua língua contra meus


lábios suavemente e os obrigou a ficarem separados. Eu gemia e enfiei
os dedos pelo seu cabelo molhado, o beijando de volta como se minha
vida dependesse disso.
Ele se afastou e puxou minha blusa sobre a minha cabeça.
Pressionando seus lábios contra os meus, ele sussurrou, — Você já fez
sexo na chuva? — Ele começou a puxar os botões da minha camisa
encharcada.

Eu tremi quando o ar frio atingiu a minha pele nua. — Não...

— Você tem certeza?

Eu balancei a cabeça.

— Nem eu... Até hoje.

Engoli em seco e me retirei de seu abraço, ignorando o brilho


aquecido no olhar que ele estava dando para mim agora. — Você está
brincando comigo? Você tem qualquer respeito pela privacidade? De nós
dois? — Eu dei vários passos ao lado da grade, para garantir que
estivesse longe de seu alcance.

— Volte aqui. Agora.

— E se outro iate aparecer e nos ver? E se alguém de sua equipe


vier aqui ver você e nos ver tendo relações sexuais?

— Ele vai gravar e colocá-lo no YouTube.

— Eu não estou brincando! Você não acha que é inapropriado?

— Posso te comprar um dicionário?

Revirei os olhos. — Eu sei que você é ousado para ultrapassar os


limites, mas você tem que admitir isso...

— Minha equipe nunca me incomoda, e você vê outros iates vindo


em nossa direção? — Ele deu um passo para mim antes que eu pudesse
fugir, me pressionando contra a grade novamente. — Por uma questão
de fato, você já viu algum iate navegando por aqui hoje?

— Não...
— Não? — Ele estendeu a mão nas minhas costas e abriu o fecho
do meu sutiã. — Por que você acha que não?

— É domingo... As pessoas não navegam até o final da tarde?

— O domingo é realmente o melhor dia para as pessoas


navegarem. — Ele jogou meu sutiã no convés. — E eles começam a
velejar cedo. Havia mais de três centenas de iates atracados no porto, à
esquerda e nem um único deles cruzou conosco hoje. Por que isso?

Eu podia sentir a minha respiração suspensa no ar no meio das


gotas de chuva, podia sentir meu mamilos endurecendo no frio. Eu
cobri os meus seios com as mãos e encolhi os ombros. — Muito
nevoeiro?

Ele desabotoou para tirar a minha calça e a puxou para baixo. Ele
rasgou minha calcinha com uma mão e jogou para fora no mar. —
Tente novamente.

— Por que... — Eu estava murchando sob seu olhar — Estou


muito zangada para jogar com você.

— Por que... Você pagou para todas as pessoas não velejar hoje?

— Eu paguei. Porque a mulher que eu estou namorando insiste


em manter nosso relacionamento em segredo por alguma razão
estranha. Eu acho que ela está com medo de admitir que ela realmente
se envergonha de mim.

Eu suspirei. — Pela enésima vez, eu não tenho vergonha de você.


Eu só não quero que outras pessoas...

Ela mordeu os lábios. Duro. — Se você cumpriu a sua cota ―Eu


devo dificultar tudo para Jonathan‖ para o dia, eu gostaria de terminar
esse encontro devidamente e devidamente pegar você, porra, contra
estes trilhos até que você não possa andar.

— Eu...
— Ou fale...

Engoli em seco. Meus joelhos já estavam fracos por ele dizendo


essas palavras.

— Eu gosto muito de você, Claire. Eu realmente gosto. — Ele


puxou um preservativo do bolso e deixou suas calças caírem no deck. —
Pare de tentar lutar contra isso... Está tudo bem se você gostar de mim
também.

— Eu nunca disse que eu não...

Ele esmagou seus lábios nos meus e me levantou para a pequena


saliência que se projetava para fora do meio da grade. Ele abriu minhas
pernas e dirigiu seu pau dentro de mim com um impulso me enchendo
com cada polegada de sua espessura de uma só vez.

Ele agarrou-se ao corrimão escorregadio acima da minha cabeça e


moveu-se dentro e fora de mim, mantendo os lábios colados aos meus,
me impedindo de gritar de prazer.

A chuva começou a cair forte, começou a desencadear gotas mais


pesadas em nós, mas ele não parecia se importar. Ele continuou me
punindo com suas estocadas lentas, beijando-me sem sentido,
ignorando os arranhões fortes que eu dava nas suas costas.

Eu gemia contra sua boca, implorando-lhe para parar de me


beijar para que eu pudesse respirar, mas ele não o fez. Ele fez amor com
meus lábios, explorando cada polegada deles com a língua.

Senti nossos quadris empurrando-se ao mesmo tempo e no


momento exato senti um grito subindo pela minha garganta, mas ele
abafou a minha boca com outro beijo que me empurrou ainda mais
para a borda.

Eu não posso respirar... Eu não posso respirar...


Ele deixou meus lábios por uma fração de segundo, para dizer: —
Vamos gozar — e meu corpo estremeceu, sacudiu e cada nervo correu
selvagem e explodiu.

— Jonathan... — Eu peguei um só fôlego e cai em seus braços.


Senti-o me empurrando de volta contra os trilhos, saindo de dentro de
mim. — Eu acho que preciso...

— Pare de falar.

— Mas eu...

— Não. Diga. Nem. Mais. Uma. Palavra. — Ele estreitou os olhos


para mim. Ele estendeu a mão para o convés para a suas calças e tirou
outro preservativo. — Você não precisa dizer nada pelo resto do dia.
Capítulo 17
Jonathan
Algumas semanas mais tarde...

E u assisti a ascensão e queda do peito de Claire


enquanto ela estava deitada no meu sofá. Ela tinha
caído adormecida minutos depois de nós termos
relações sexuais contra as minhas janelas do escritório.

Eu trouxe a sua mão ao meu rosto e empurrei alguns cabelos


dispersos de sua testa, sorrindo para a forma como ela era bonita, como
ela parecia calma.

Ela não estava usando nenhuma maquiagem hoje, e pela primeira


vez eu percebi que ela tinha sardas leves em cada uma de suas
bochechas, que seus olhos cílios naturalmente se inclinavam para cima.
E eu beijei seus lábios milhares de vezes, mas eu nunca tinha notado a
pequena sarda acima do lábio superior.

Por que eu não a notei antes deste ano? Tínhamos que ter nos
cruzado pelo menos uma vez...

Eu não tinha certeza do que estava acontecendo entre nós, mas o


que quer que fosse eu não queria parar; não era como nada que eu
tinha sentido antes.

As mulheres que eu tinha estado no passado eram principalmente


um meio para passar o tempo, uma forma de preencher os meus dias
com algo constante, até que eu estava entediado ou arrebatado por seu
comportamento imprevisível. Mas Claire não me entediava, nunca me
incomodou, mesmo quando ela estava me frustrando pra caramba.

Eu passei meus dedos contra sua boca e seus olhos se abriram.

— Oi. —

— Oi... — Ela piscou e sentou-se lentamente. — Você fica


excitado por me observar dormir?

— Não, mas se você não roncasse muito, talvez eu ficasse.

Ela revirou os olhos e bateu em meu ombro, em sua maneira de


dizer que ela estava pronta para eu colocar as suas roupas de volta.

Eu recolhi o sutiã do chão e o apertei em sua volta. Olhei para ele


por alguns segundos, olhando para a renda preta que cobria as taças, a
seda vermelha que alinharam as bordas. Olhei para baixo e percebi que
sua calcinha estava com uma etiqueta.

Que fofo...

— Trata-se de um novo sutiã? — Eu deslizei as tiras sobre o


ombro. — Eu nunca vi você usar antes.

— Você acha que eu comprei lingerie nova apenas para você?

— Você comprou?

— Não. — Ela se inclinou e estendeu a mão para sua camisa. —


Desculpe decepcionar você, mas você não é especial... Achei isso no
meu armário ontem enquanto eu o estava limpando, e eu...

Cheguei em torno dela e delicadamente arranquei a pequena


etiqueta branca que estava pendurada do lado. Segurei na frente dela e
sorri. — Da próxima vez que acontecer de você encontrar algo em seu
armário, certifique-se de cortar a etiqueta em primeiro lugar.

Seu rosto ficou vermelho.


— Eu amo isso. — Beijei a alça direita e ajudei-a em sua camisa.
— Você gostaria de sair para jantar hoje à noite? Em qualquer lugar que
você queira e sim, nós podemos arranjar para nos sentarmos em uma
sala privada.

Ela não disse nada. Ela apenas ficou lá corando.

— Claire?

—Eu não posso... Eu tenho que estar em casa às oito da noite.


Estou ajudando as meninas a fazer cupcakes para uma venda de bolos.

— Venda de bolos? Para que?

— Para a torcida. — Ela vestiu as calças. — Vinte delas estão indo


lá hoje à noite e eu preciso ter certeza de que a minha casa não queime.

— Hmmm. As suas filhas já sabem que você está me namorando?

— Ainda não...

Claro que não... — Ok, já que não podemos jantar, vamos fazer
uso do pouco tempo que temos.

— Que tal assistir a um filme em sua casa? Eu acho que isso me


fez voltar no tempo.

— Não. Eu tenho uma idéia muito melhor. —Levantei-me e


agarrei seu blazer fora do cabide. — Como você se sente sobre pizza?

— Pizza?

— Sim. É um prato popular feito de massa, molho de tomate e


queijo. Ele é assado em um forno e vendido em caixas em todo o
mundo.

Ela sorriu. — Você não me parece um tipo de cara que gosta de


atirar pizza.

— Quem falou em atirar?


Claire jogou outra bola de massa para o ar e a esmagou com as
mãos, fazendo uma rajada de farinha flutuar através do ar e cair sobre
o meu balcão. Então ela riu como uma criança.

Eu balancei minha cabeça. — Não é preciso muito para entretê-la,


não é?

— Eu não sou a pessoa que sugeriu fazer pizza a partir do zero...


Minha mãe costumava fazer isso comigo e meu... — Ela parou. — Ela
comprava todos os melhores itens do mercado e nós perdíamos um
sábado todo assando cinco ou seis pizzas enormes.

— Parece divertido.

— Era...

O temporizador do forno apitou e eu escorreguei uma luva de


forno na minha mão. Eu cuidadosamente puxei a pizza de pepperoni e
espinafre da prateleira e a coloquei na ilha.

Senti Claire se movendo atrás de mim e me virei. — O que você


está fazendo?

— Eu estava indo colocar um copo de vinho para nós. — Ela


levantou os óculos e seus olhos encontraram os meus.

— Você não quer um?

— Sim... — Meu batimento cardíaco começou a acelerar.

— É tinto tudo bem para você?

— É perfeito...

Nós dois ainda de pé olhamos um para o outro, sem nos mexer,


sem dizer nada. O segundo alarme do forno era estridente, mas
nenhum de nós fez uma tentativa de desligá-lo.
Fechei a distância entre nós e envolvi um braço ao redor de seus
quadris, olhando para ela, linda com seus olhos verdes, não fingindo
notar quão alto seu coração estava batendo contra o peito.

Ela estendeu a mão e colocou os braços ao redor do meu pescoço,


pressionando seu corpo firmemente contra o meu, de pé na ponta dos
pés para alcançar meus lábios.

Abaixei-me para beijá-la olhando para ela fechar os olhos,


olhando para ela tomar uma respiração curta em antecipação, mas
depois parei.

Porra...

Limpei a garganta. — Vamos comer.

Ela abriu os olhos e deu um passo atrás. — Sim, você está certo...
— Ela andou em volta de mim e agarrou uma garrafa de vinho.

Eu esperei até que ela se sentasse e nós comemos em nosso


próprio silêncio especial neste momento, mas eu nem tinha certeza se
isso realmente poderia ser chamado de ―silêncio‖. Tudo o que tínhamos
que fazer era olhar um para o outro para ter uma conversa, palavras
não eram realmente necessárias.

Eu poderia dizer quando ela estava pensando sobre o trabalho,


quando ela estava pensando em nós, ou quando ela estava colocando
sua melhor cara de poker para fingir que ela não estava pensando em
mim.

Ela largou a massa de pizza e suspirou. — Onde você compra o


seu vinho?

— O que você quer dizer?

— Você tem uma adega em cada lugar que você me mostrou,


mesmo em seus iates. Mas nenhuma das marcas são domésticas e
conheço sobre vinho. Você não pode comprar a maioria de sua coleção
na América.

Eu sorri. — Muito astuta. Eu estoco mais de duas vezes por ano.


Eu vou a vinha de um colecionador na França. Vou levá-la lá no meu
jato neste verão.

— Tudo bem... — Ela olhou para o lado, como sempre fazia


quando ela duvidava de alguma coisa, quando ela estava nos
analisando.

— O que é agora, Claire? O que está errado?

— Nada...

— Você tem certeza?

— Sim.

Eu coloquei o meu prato para baixo e caminhei. — Eu preciso


fazer outra pergunta pessoal, uma pergunta muito pessoal.

— Tudo bem... — Ela tomou um gole de vinho. — Vá em frente.

— Nós estamos fazendo sexo desde quando? Final de janeiro?


Estamos quase em Maio...

— Isso não é uma pergunta.

— Eu não posso pensar em uma semana, que não tivemos sexo


pelo menos uma vez.

— Também não é uma pergunta.

— Por que você não começou seu período?

Ela respingou seu vinho no ar. — O Quê?

— Você me ouviu. — Eu passei meus braços em volta da sua


cintura. — Eu não estou reclamando. Eu só quero saber por que você
nunca mencionou nada sobre seu período do mês.
— Oh meu Deus! Você pergunta a pior coisa.

— E você sempre tenta mudar de assunto. Estou à espera...

— Eu não posso acreditar que você está me perguntando sobre


menstruação! Você não tem qualquer senso de vergonha ou...

— Claire...

— Ugh... — Ela balançou a cabeça. — Eu estava realmente


deprimida depois do meu divórcio. Eu não posso descrever deprimida
em palavras, mas... eu não podia sair da cama, eu tinha que me forçar
a comer, e eu... Eu só não podia perder meu cargo... Então, hum,
depois de eu ter perdido cerca de 5 quilos e de ficar afastada, eu fui ao
médico e ele receitou alguns antidepressivos. Um dos efeitos colaterais
eram os períodos irregulares, realmente isso é necessário?

— Sim. Eu preciso saber.

Ela suspirou. — Eu tive o meu período todos os dias durante os


primeiros dois meses e eles juraram que era típico para a primeira vez
da dosagem. Então eu continuei por mais seis meses, e então ela
simplesmente parou. Eu continuei tomando o remédio por um ano
depois disso, mas quando eu decidi parar, ela nunca mais voltou... Eles
fizeram exame após exame e disseram que tudo estava normal, que eu
estava perfeitamente bem. Eles disseram que eu posso ter algumas
manchas de vez em quando, mas eu provavelmente nunca vou
conseguir um período completo novamente. Feliz?

— Em êxtase.

Ela revirou os olhos e saiu do meu abraço. — Qual fotografia é de


sua irmã Harley? — Ela caminhou em direção à lareira.

— A da esquerda.
— Ela se parece com você... — Ela tirou a foto do local e olhou
para ela. Ela não disse nada, mas eu sabia por que ela estava a
examinando.

À primeira vista, Hayley era apenas uma menina de olhos azuis


bonita em um vestido amarelo. Mas mais de perto, você podia ver as
centenas de cicatrizes vermelhas alinhadas e cortes que estavam em
seus pulsos; eles cobriam completamente seus braços.

— Essa é a principal razão pela qual eu não posso perdoar meus


pais tão facilmente... — Limpei a garganta. — Hayley começou a se
cortar uma vez que fomos colocados em lares adotivos separados. Isso é
como ela lidou com não ter toda a família ao redor... Eu paguei para ter
a maioria das cicatrizes removidas, mas ela insiste em manter a dos
seus braços.

— Eu sinto muito... É um colar da Scrabble26 que ela está


usando?

Eu sorri. — Sim, é. Ela é a capitã da equipe Scrabble de sua


escola. Cinquenta mil dólares em colaboração a cada ano, e ela quer
jogar Scrabble. Não é ridículo?

Ela riu. — Você dois jogam quando ela o visita?

— Não existe chance. Ela me ganha em segundos. O único jogo


que posso vencê-la é Monopólio, mas apenas porque esse é o meu jogo
favorito.

— Ashley e Caroline me ganham o tempo todo. Mesmo quando eu


trapaceio.

— Na família existe a noite de jogo?

26
jogo de palavras cruzadas
— Sim... — Ela colocou a foto de volta na prateleira e lentamente
se aproximou de mim, me dando um olhar que eu faria qualquer coisa
por ela. Em seguida, ela se inclinou para um beijo.

Eu queria beijá-la de volta, precisava beijá-la de volta, mas não o


fiz.

Eu me virei e suspirei. — São sete e meia. Eu deveria levá-la para


casa agora.

Eu estacionei meu Lamborghini na frente de sua casa e desliguei


o motor. — Greg estacionou seu carro a três casas para baixo. Está
tudo bem?

— Sim...

— Ok. Bem, eu vou te ver depois do trabalho amanhã.

— Não, você não vai —, disse ela. — Eu vou estar ocupada


durante toda a semana.

— Você já sabia disso?

— Eu sabia... — Ela olhou para mim, me dando aquele olhar


sensual novamente.

Deus, ela precisa ir... Agora...

— Bem, eu vou te ver quando você não estiver ocupada. — Eu


tirei o cinto de segurança e abri a minha porta, mas ela agarrou o meu
ombro.

— Espera... Posso te perguntar uma coisa?

— Qualquer coisa.

— Você não me beijou todo o dia... Você vai me beijar á noite?

— Não.

— O que? — Ela olhou atordoada. — Por que não?


— Porque eu não quero.

— Isto é porque eu não contei as minhas filhas sobre nós?

Eu ri. — Não, embora eu tenha certeza que elas sabem que você
está namorando alguém. Você poderia pelo menos admitir. Elas tem
dezesseis anos, não seis.

— É porque eu estava quieta no jantar?

— Gosto de nossos jantares silenciosos. — Estendi a mão e


acariciei seu rosto. — Você sabe disso.

— Bem, você vai ser o único que lamentará esta falta de beijo de
boa noite, Jonathan. Enquanto você estiver deitado na cama pensando
em como você deveria ter me beijado, eu vou estar muito ocupada para
pensar em você.

— Sério?

— Sim. Minha equipe está ficando até tarde toda a semana, por
isso não vou ser capaz de escapar em suas salas secretas. Eu
provavelmente não vou vê-lo até o próximo fim de semana, talvez até
mesmo na semana seguinte. Eu preciso conversar minhas outras
amigas agora que eu pensei sobre isso.

— Você está me vendo chorando?

— Você está bravo comigo sobre algo! O que é?

— Eu não estou bravo com você. — Eu estou louco por que eu


estou apaixonado por você...

— Bem... — Ela soltou o cinto de segurança e olhou em volta.

Ela se inclinou para me beijar, mas eu me mantive imóvel e


sussurrei contra seus lábios. — Eu não quis te beijar hoje, porque eu fiz
uma promessa a mim mesmo ontem.

— O que você prometeu?


— Você não precisa saber.

— Conte-me...

Eu não disse nada. Eu só vi quando ela cruzou os braços e


estreitou os olhos.

— Jonathan, você está sendo infantil novamente. Se não há nada


de errado, e se...

Eu pressionei meu dedo contra sua boca. — Eu prometi que a


próxima vez que eu te beijasse, eu estaria beijando seus outros lábios
em conjunto.

Ela engasgou e corou vermelho brilhante.

— Boa noite, Claire. Vejo você na próxima semana.


Capítulo 18
Claire
J: Você estava sexy na reunião desta manhã. Eu amo quando você veste

preto.

C: Obrigada :-).

J: Posso ver você hoje à noite?

Eu hesitei em responder.

C: Depende, se eu terminar toda a minha leitura ou não.

J: Traga com você. Tenho trabalho a fazer também.

C: Você vai me seduzir, e isto não é realmente trabalhar.

Sua mensagem voltou dentro de segundos:

J: Você está certa. Não é preciso muito esforço para isso. Vai ser uma

noite estritamente profissional. Eu estava falando sério sobre essa promessa.

C: Eu não acredito em você...

J: Você deveria. Greg vai buscá-la às oito.

Eu coloquei o meu telefone para baixo e sorri. Eu estava me

preparando para finalmente mencionar Jonathan para Ashley e

Caroline. Eu estava segurando isso por tempo suficiente, e uma vez que
o nosso arranjo ―namoro exclusivo‖ estava começando a se parecer com

algum tipo de relacionamento, eu queria que elas ficassem bem com

isso. Esperei por elas para chegarem em casa depois da prática de

cheerleading27.

— Mamãe! Mãe! — Ambas vieram correndo para a cozinha,

falando ao mesmo tempo. — Eu disse-lhe sobre isso? — Você sabia que

o treinamento foi este sábado? — Pode me emprestar vinte dólares? —

Posso ter vinte dólares? — Se você der a ela vinte posso ter quarenta? —

Que tal...

Eu costumo esperar até que elas percebam que eu não posso

entendê-las quando elas fazem isso, mas a minha calma não parece

estar funcionando hoje.

Elas estavam tagarelando a toda a velocidade, lançando seus

cabelos vermelhos de seda sobre os ombros no mesmo exato momento e

nunca parando para pegar um fôlego.

— Okay, Okay! Uma de cada vez, por favor. Quem estava falando

primeiro?

— Eu! — Ashley aplaudiu. — Acho que o primeiro assunto desta

noite que precisa ser tratado é Caroline e eu estar usando carros

separados.

— Ok. — Eu me sentei. Eu tenho que ouvir isso...

27
Animadoras de torcida
Caroline deu de ombros e se sentou à minha frente.

— Então... —, disse Ashley, sorrindo. — Como você sabe, nós

temos 16 anos de idade e ambas somos alunas nota A. Nós quase não

ficamos em apuros, ao contrário da maioria das crianças da nossa

idade e nós somos ambas membros do Programa de Escola de Aviação

Juniors que é aberto para apenas dez crianças por ano para todo o país!

E ambas temos pontos!

— Continue...

— Então, precisamos de carros separados.

— O quê? É isso aí? Isso é todo o seu argumento, Ashley?

— Hum, sim. Isso resume muito bem, eu acho. O que você acha,

Caroline?

Sua co-conspiradora assentiu.

— Ok, bem, eu estou ciente de que vocês duas tem dezesseis e

que vocês são grandes alunas. É a sua obrigação ser. Eu também estou

bem ciente de que vocês não entram em muitos problemas, mas é

porque eu não tolero isso. E eu estou muito feliz que você fazem parte

do... — Eu respirei fundo e fiz uma pausa. — Do programa de Escola de

Aviação Juniors, e eu me lembro de comprar para vocês um monte de

novos equipamentos de piloto quando vocês receberam essa chance.

Contudo, vendo como vocês não pagam o seu próprio seguro para o

carro que vocês dirigem agora, estando envolvidas nas mesmas exatas
atividades, e não estão tentando comprar seu próprio carro com seu

próprio dinheiro, vocês podem desfrutar o carro compartilhado ou

devolvê-lo para mim. Sua escolha.

Ashley revirou os olhos e sentou-se.

— Que tal deixar uma de nós pegar emprestado o seu carro nos

fins de semana, então? — Caroline rolou através do seu telefone. —

Será que funciona? E se nós fizermos uma programação de partilha do

carro ou algo assim? Eu acho que há um app (aplicativo) para...

— Não há conversa sobre carro mais... Agora, eu preciso falar

com vocês sobre algo muito importante. Eu quero que vocês saibam que

eu estou vendo atualmente alguém, alguém que eu acho que eu

realmente gosto. Eu só não tenho certeza se eu vou deixá-lo conhecê-las

ou não, mas...

— Ele é quente? — Onde você o conheceu? — É por isso que você

está sorrindo muito ultimamente? — E saindo tanto? — Você não quer

que ele nos conheça? — Será que é porque ele não é quente? — Você

está namorando alguém feio? — Por que você faria isso? — Você é tão

bonita!

Eu suspirei. — Por favor, deixe-me terminar... Eu o conheci no

trabalho, e só quero que vocês saibam que ele é um pouco mais jovem

do que eu...
Elas pararam de encher a boca com bobagens e trocaram olhares

intrigadas. Então elas olharam para mim, como se eu fosse algum tipo

de arte em exposição.

Elas continuaram com essa rotina, muitas vezes, tanto que eu

não acho que elas perceberam o quão intenso era o seu olhar. Na

maioria das vezes, isso significava que elas estavam pensando sobre

alguma coisa, e desde que eu estava convencida de que elas

compartilhavam um cérebro, geralmente levava um tempo para

formular um pensamento verbal.

Caroline inclinou a cabeça para o lado. — Quando você diz mais

jovem, quer dizer quanto, um pouco mais jovem?

— Ou você quer dizer que você poderia ir para a prisão e se nós

chamarmos a polícia por ser menor? — Ashley levantou sua

sobrancelha. — Porque se você quer que a gente fique quieta nós

iremos, mas você definitivamente vai ter que reconsiderar fazer as

coisas para nós...

— O quê! Por que vocês ainda querem... — Eu parei. Eu não

preciso me estressar sobre a sua deformada linha de pensamento. —

Ele é 11 anos mais jovem do que eu...

Elas olharam uma para outra e riram histericamente. Então elas

começaram a falar uma com a outra como se eu não estivesse sentada

na sala:

— Então... Ele tem basicamente trinta!


— O que há de tão errado com isso?

— Eu não sei... Trinta não é como a meia-idade? Ou seria

cinquenta?

— Eu acho que as pessoas devem parar de contar seus

aniversários após completarem vinte e cinco. Depois disso é bastante

irrelevante e você só começa a achar desagradável e deve deixar pra lá...

— Você acha que o cara que ela está namorando é quente?

— Provavelmente não. Ela não disse que ele era quente. Se ele

fosse quente, ela teria dito primeiro...

— Será que ela nos disse o seu nome?

— É provavelmente Taylor.

— Isso é um bom nome para 30 anos de idade.

— Taylor? Eu gostei. Eu me pergunto se...

— Muito obrigado por me ouvir... — Cortei a conversa ridícula. —

Vocês duas estão bem com eu namorando alguém?

— Hum, sim! Já estava na hora! Você merece alguém incrível. —

Ashley se levantou e me abraçou.

— Quem quer que seja, espero que ele possa falar na compra dos

carros separados para o nosso último ano!

Caroline se aproximou e me abraçou também. — Eu concordo. É

bom vê-la sorrir novamente, mesmo que o cara não seja quente...
—Então, quais são as quatro melhores ideias para o slogan dos sTablet,

você sabe? Estas são todas terríveis, não são? — Mr. Barnes riu.

— Sim. Elas realmente são. — Eu não pude deixar de rir também.

— Vamos ligar a noite.

— Às nove horas? Com certeza você não quer ficar até meia-noite

como ontem, certo? Eu estou começando a sentir como se a empresa

fosse a minha segunda casa.

— Positivo —. Fechei minha pasta e me levantei. — Na verdade,

tenho planos para uma mudança. Eu vou te ver na segunda-feira.

Saí do seu escritório e me dirigi para o meu, movendo mais

arranjos de flores de Jonathan para um canto da sala.

Eu tinha desistido de lhe pedir para parar de enviá-las. Ele

mandou pelo menos duas centenas de flores por dia. Ele tinha até

contratado uma especialista em horticultura; ela veio todos os dias ao

meio-dia para podar as antigas e regar as novas.

Tirei meus sapatos e peguei em um par de chinelos, desejando

que eu pudesse de alguma forma, avançar rapidamente para o fim da

campanha do sTablet. Eu estava trabalhando o dobro das horas, e

enquanto a nova política ―Horas extras fundamentais para os gestores‖

tinha sido muito benéfica para a minha conta de poupança, drenou

mais da energia do meu corpo.


Eu coloquei minha cabeça para baixo sobre a mesa e meu

telefone tocou. Ashley.

— Sim, Ashley? — Eu respondi.

— Está tudo bem se eu e Caroline passarmos hoje a noite na casa

de Jasmine? Eu sei que você queria assistir a um filme com a gente

depois, mas é uma sexta-feira. E eu sei que você já vai falar alguma

coisa sobre nós dirigirmos tarde, então a mãe de Jasmine disse que ela

poderia nos pegar e nos trazer amanhã.

— Eu pensei que vocês duas tivessem um seminário piloto júnior

amanhã. Não foram vocês duas que me imploraram para pagar duas

taxas de cem dólares de inscrição?

— Ele foi cancelado, porque algumas pessoas não passaram no

teste de simulação.

Eu suspirei. — E esta festa do pijama mista?

— Eu não disse que era uma festa do pijama, mãe. É só...

— Ashley...

— Pode haver alguns caras lá...

Claro. — A mãe de Jasmine já me ligou. Então eu vou...

— Espere! Ela chegou!

Revirei os olhos e me apresentei para uma senhora de fala mansa

e baixa. Ela era alguns anos mais jovem do que eu, mas a partir do que
eu me lembrava sobre ela no retiro de mãe e filha de torcida, ela parecia

ter bons princípios.

Tendo a certeza de que meninos não estariam dormindo no

mesmo quarto com as meninas, e depois ela me assegurou que ela e

seu marido estariam se revezando para verificar as coisas, eu cedi e

concordei em deixá-las ir.

Jonathan me mandou uma mensagem assim que eu desliguei.

J: Olá linda. O que você está fazendo?

C: Indo para casa e tomar um longo banho...

J: Você ainda está na empresa?

C: Infelizmente. O que você está fazendo?

J: Descendo para ver você.

Eu desliguei meu computador e me levantei. Eu arrumei todas as

notas sobre o sTablet em uma pilha e virei a folha da data do meu

calendário.

Meus olhos se desviaram em direção campo que continha a

última sexta-feira do mês, onde as palavras ―Aniversário do Jonathan‖

estavam escritas em letras pequenas.

Eu não tinha ideia do que comprar para ele; ele parecia ter tudo

já. Na verdade, toda hora eu lhe perguntava o que ele queria para seu

aniversário, ele simplesmente mudava de assunto.


— Hey. — Ele entrou no meu escritório. — Você ainda está muito

ocupada para mim?

— Na verdade, eu supostamente deveria estar assistindo a um

filme com as minhas meninas, mas elas me abandonaram por uma

festa do pijama coed28. Você pode acreditar nisso?

— Eu não posso acreditar que você está surpresa. — Ele riu. —

Qual o filme que você estava indo assistir?

— Alguns filmes de adolescente sobre vampiros, maldições e eu

não sei. Elas escolheram.

— Hummm. Você deveria passar a noite comigo, então. Você

ainda não viu a minha casa.

Quantas casas ele tem?

— Não, obrigada. — Eu balancei minha cabeça.

— Não, obrigada? Por quê?

— Porque eu não vou sentir vontade de ter sexo com você.

Ele revirou os olhos. — Mesmo que isso fosse verdade, nós não

precisamos sempre que ter sexo, Claire. Você sabe disso.

Eu sabia disso. E eu estava com medo disso.

Os dias em que nós não tínhamos relações sexuais eram mais

íntimos do que os dias em que nós fizemos. Jonathan tinha a maioria

28
Mista, meninos e meninas
das formas de atenção e mostrava seu carinho, e não importa o que eu

fizesse para tentar resistir, eu só terminava por ceder e cair ainda mais

por ele.

Como na segunda-feira passada, quando eu lhe disse que não tive

o tempo para o café porque eu estava atrasada, e ele providenciou que o

chef da equipe do Café True Blue me trouxesse um prato de crepes

gourmet e fruta. Ou quarta-feira, quando eu derramei café no meu

terno favorito e ele mandou Greg sair para me comprar dois novos. Ou

talvez tenha sido ontem, quando ele percebeu que eu estava de pé nos

meus saltos durante todo o dia e massageou meus pés até que eu

adormeci.

— Então, isso é um sim para voltar para casa comigo? — Ele

sorriu.

— Não, ainda é um não... Eu estou exausta e eu preciso tomar

banho e...

— Silêncio —. Ele passou os braços em volta dos meus ombros e

me levou para fora da sala. Nós fomos do elevador para a garagem e ele

me levou até seu mais novo carro, um Aston Martin preto.

Ele abriu a porta do passageiro e hesitei.

Eu tinha passado a noite com ele antes, mas estava em seu

quarto na empresa, no seu sofá-cama, não em sua casa, onde ele iria,

sem dúvida, e com sucesso me seduzir. Isso foi antes de nós

começarmos oficialmente a namorar, antes que a nossa conexão


inexplicável um pelo outro se aprofundasse, com a sua reflexão e

telefonemas e conversas tarde da noite, antes que eu tivesse que

admitir para mim mesma que meus sentimentos por ele estavam

crescendo mais e mais a cada dia.

— Existe uma razão que você não está entrando no carro? Há algo

errado? — Ele levantou a sobrancelha.

— Não... Eu só estava pensando...

— Sobre?

— Sobre como... Eu preciso recuperar o atraso esta noite em ler

algumas coisas. — Eu precisava descobrir uma maneira de sair disso.

Ele estava ficando muito perto do caminho, muito perto, e nós ainda

não tínhamos discutido sobre o que quer que essa relação fosse. —

Talvez eu e você possamos nos encontrar para um café da manhã

amanhã e...

Ele me pegou em seus braços e me colocou dentro do carro,

afivelando meu cinto de segurança como se eu fosse uma criança.

Ele apertou a trava de segurança para crianças na porta antes de

fechá-la, e caminhou até seu lado.

— Você é inacreditável. Você sabia? — Ele acelerou o carro e

partiu. — Você arranja essas desculpas para testar meus nervos?


— É mais do que uma descarga de adrenalina. Eu não estava

brincando sobre a leitura... Na verdade, eu estou um dia inteiro

atrasada.

— Você gostaria que eu deixasse você segunda-feira, o dia todo de

folga da empresa, para que você possa recuperar o atraso?

O quê?

— Eu não, — gaguejei.

— Se você precisar de mim para fazer isso eu faço, porque eu

posso garantir que você não vai ter qualquer leitura feita hoje à noite.

Minhas bochechas ficaram vermelhas. — Você não me ouviu dizer

que eu não sinto vontade de ter sexo com você hoje à noite? Você

compreendeu essa frase?

— Eu sou alérgico às suas mentiras, Claire. — Ele olhou para

mim e sorriu. — Sua expressão de mentira não funciona comigo.

Sentei-me no banco e olhei para fora da janela, rindo por dentro.

Eu vi quando a linha do horizonte brilhante desapareceu no meu

espelho lateral, quando as luzes que pairavam sobre as ruas se

tornaram menos frequentes.

Eu podia ver que estávamos indo em direção a propriedades com

mansões de ultima geração, por onde casas com gramados se

alastravam a milhas longe de portões, casas separadas que estavam

mais e mais distantes.


Jonathan começou a desacelerar o carro, indo em direção a um

portão preto colossal. Ele rolou a janela para baixo e apertou um

código, fazendo com que o portão deslizasse lentamente aberto.

Ele seguiu por uma longa estrada de cascalho que foi alinhada

com árvores amarelas brilhantes. Havia um pequeno pátio à distância e

uma fonte apedrejada cinza estoica em meio a um grande tapete de

grama.

Eu mantive meus olhos para frente, pensando que o que quer que

sua casa parecesse, ela não poderia ser maior do que qualquer um dos

iates que ele tinha me mostrado. Mas uma vez que a casa ficou à vista,

eu tive que segurar um suspiro.

Era incrivelmente bonita. Impressionante. O sonho de um

arquiteto.

Era uma mansão de estilo colonial, com pedras brancas que

brilhavam contra o pôr do sol. Ela tinha que ter sido construída na

década de 1930, os pilares de mármore que levaram para a entrada

foram remanescente dos que eu tinha visto em meus livros de história

de projetos.

As janelas em arco estavam longe demais para contar, tinham

pelo menos três metros de altura e os vidros dentro delas foram tingidos

de preto.

— Claire? — Jonathan estava em pé na minha porta com o braço

estendido. — Você gostaria entrar?


Saí do carro e o segui até os degraus de ardósia lisas e passamos

pela porta da frente vintage.

O interior da casa era um forte contraste com o exterior.

Enquanto alguns detalhes remanescentes do estilo colonial haviam sido

salvos, a maior parte da casa tinha sido completamente modernizada:

Havia paredes construídas totalmente de vidro e no pé da escada em

espiral. Havia também altos tetos abobadados e iluminação embutida.

Por que ele precisa de todo esse espaço?

Ele parou de andar uma vez que chegamos ao que parecia ser

uma antiga sala de visitas. Ele puxou uma cadeira para mim e

caminhou atrás do enorme bar.

Olhei ao meu redor, admirando a obra de arte original que

pairava na moldura cintilante de prata. — Você vai me mostrar tudo em

um passeio, antes de sairmos?

— Claro. — Ele abriu um armário. — Eu posso mostrar-lhe em

volta de todo o lugar amanhã.

— Você realmente precisa de mais do que uma casa na mesma

cidade? Por que você não pode simplesmente ficar em uma? É mais do

que suficiente ...

— Eu vejo minhas propriedades como investimentos. — Ele abriu

uma garrafa de vinho. — Esta casa não é realmente uma casa agora. É

considerada um marco.
— Por quê?

— Ele pertenceu a Charles Ellis, o outro criador da Golden Gate

Bridge. Ele construiu esta casa para mostrar o quão inovador ele

poderia ser, o quão longe ele poderia levar o projeto estrutural na

década de 1930. Aparentemente, ele estava gastando muito tempo com

isso, para que eles colocassem o projeto para fora da ponte antes que

fosse concluída.

— Ele nunca teve crédito para ajudar?

— Não até 2007 —, disse ele quando ele me entregou um copo. —

Até lá, ele ficou estado parado por décadas.

— Como é triste... O que fez você comprá-la?

— Eu estava procurando uma propriedade para investir a anos

atrás, e ela me chamou a atenção assim que eu dirigi por aqui. Ela me

lembrou de uma casa em um livro que li uma vez. É um clássico, mas

eu não me lembro do nome dele agora...

— Qual é o livro?

— Você vai para tentar adivinhar o título? — Ele sorriu. — É você

que é boa com livros?

— Talvez...

— 1920. Jazz tocando. Cara rico que ama ter festas suntuosas.

Pessoas da cidade não têm idéia de como ele adquiriu sua riqueza e ele

está apaixonado por...


— O Grande Gatsby29?

Ele balançou a cabeça e tomou um gole de seu vinho. — Estou

impressionado.

— Esta casa não parece realmente como espaço para uma única

pessoa. Parece que seria mais adequado para um família.

— Eu posso ver isso. Talvez um dia eu vou ter uma aqui...

Eu me acalmei.

Era em momentos como estes que as inseguranças que eu tinha

conseguido enterrar se arrastavam para fora do solo e riam na minha

cara. Eu sabia muito bem que esta aventura não duraria para sempre,

que não fomos feitos para ficar juntos, mas haviam pequenos casos que

fizeram esses fatos mais evidentes, mais gritantes.

E sempre que essas circunstâncias vinham à tona, a confiança

que eu tinha construído rapidamente se desfazia em um milhão de

pequenos pedaços.

— Posso ser franca com você por alguns segundos, Jonathan?

— Você está pedindo permissão para falar?

29
O Grande Gatsby (The Great Gatsby) é um romance escrito pelo

autor americano F. Scott Fitzgerald. Publicado pela primeira vez em 10 de

abril de 1925, a história passa-se em Nova Iorque e na cidade de Long

Island durante o verão de 1922, e é uma crítica ao "Sonho Americano".


Eu suspirei. — Você acabou de me lembrar de uma razão pela

qual eu não deveria estar com você.

— O que você acabou de dizer?

— Você e eu deveríamos acabar com isso antes que fique...

— Antes que fique o quê? — Ele colocou o copo na mesa e

estreitou os olhos para mim.

— Você acabou de dizer que queria ter uma família própria aqui

um dia e eu não posso te dar isso... Nunca. Minhas trompas estão

ligadas e mesmo se eu fosse conseguir reverter, é muito arriscado para

alguém na minha idade... De qualquer forma, nosso relacionamento não

é tão sério, então eu não sei por que eu mesma... — Eu suspirei. — Eu

acho que devemos voltar para a coisa estritamente sexual que tínhamos

antes. Eu não quero impedi-lo de desfrutar de seus vinte anos. Eu

definitivamente aproveitei e eu quero que você faça o mesmo. Depois de

ter feito sexo hoje à noite, me leve pra casa e podemos tentar colocar

isso de volta para onde estava antes...

Ele olhou para mim, piscando lentamente, como se estivesse

tentando processar tudo o que eu tinha dito. Eu me preparei para sua

refutação, mas ele simplesmente revirou os olhos e bebeu o resto de seu

vinho.

Ele caminhou até mim e me puxou para fora da minha cadeira.

Ele colocou os braços em volta da minha cintura e pressionou a testa

contra a minha. — Um, eu nunca tive qualquer desejo de ter filhos


próprios. Nunca. Dois, quando eu disse que queria uma família aqui, eu

estava me referindo a uma que iria alugar esta casa, porque estou

colocando-a no mercado para alugar no final do ano. Três, você deveria

ter me dito que as suas trompas foram amarradas a muito tempo atrás.

Eu teria parado de comprar tantos malditos preservativos. E quatro,

você nunca me pareceu o tipo insegura, então eu não sei por que você

está recuando tanto ultimamente, mas deixe-me deixar isso claro: eu

estou sério sobre você. Eu estou curtindo meus vinte anos. Nós não

vamos voltar para um relacionamento estritamente físico, e eu não

estou te levando para casa até amanhã. Está claro?

— Sim... — Eu sussurrei e senti meu coração pular uma batida.

— Bom. Vamos tomar um banho.

— Juntos?

— Claro que não. — Ele me soltou de seus braços. — Eu vou

tomar o meu no andar de cima e você vai tomar o seu no piso térreo.

Assim que estiver pronto, eu vou te aconchegar na cama e te dar um

beijo de boa noite.

Antes que eu pudesse responder, ele apertou minha mão e me

levou para fora da sala de estar até a grande escada. Ele torceu a

maçaneta de uma porta preta e me puxou para dentro de um enorme

banheiro.

Uau...
Ele era cinco vezes o tamanho da minha sala; o box de vidro

cristalizado sozinho era do tamanho do meu escritório. De suas janelas,

eu podia ver que havia um banco molhado que acompanha a decoração,

um sistema de entretenimento elegante foi incorporado na parede e

painéis rotativos com água em jatos pendiam do teto.

Do outro lado da sala, havia uma banheira de mármore SPA, que

parecia que era para ser uma piscina de ondas. E na parede de trás,

uma sauna a vapor aberta soprando através do chão branco da sala.

Eu dei um passo para frente e passei os dedos contra a bancada

de mármore. Curiosa, eu estendi a mão para tocar o material de

quartzo, que cercava o espelho de corpo de parede, mas eu senti

Jonathan envolvendo seus braços em volta de mim por trás.

— Você me frustra pra caramba, Claire. — Ele me olhou no

espelho, suspirando. — Digo isso por que, eu não me canso de você por

algum motivo... Toda vez que penso que você já quase nos aceita, você

chega com algum novo motivo ridículo para se afastar...

— Bem, você não é exatamente o...

— Shhh... — Ele me girou e beijou meus lábios. — Você não está

autorizada a falar esta noite. — Ele lentamente levantou minha camisa

sobre a minha cabeça. — Mas você pode gritar tão alto quanto você

quiser. — Ele me beijou novamente e o meu coração começou a bater

mais rápido.
Olhando nos meus olhos, ele puxou lentamente o clipe de prata

que eu estava usando fora do meu cabelo. Atirou para o chão com a

minha camisa e começou a desabotoar meu sutiã.

Ele soltou minhas calças e deixou cair como em uma piscina no

chão. Em seguida, ele deu um passo para trás e olhou para mim,

realmente olhou para mim, como se ele estivesse admirando algo

valioso, algo que ele realmente se importava.

Ele se abaixou e levantou meus pés para cima um de cada vez,

deslizando cuidadosamente meus calcanhares. Tirou os sapatos e

delicadamente beijou seu caminho até as minhas pernas, parando uma

vez que ele chegou a minha cintura. Ele me segurou firme quando ele

correu sua língua acima do contorno da minha calcinha de renda,

pressionando beijos suaves e quentes contra a minha pele.

Quando ele deslizou minha calcinha para o chão, meu corpo se

tornou uma bagunça tremenda.

Ele não tinha tocado ou me beijado desde aquele dia que ele me

contou sobre a ―promessa‖ e de repente eu estava me sentindo nervosa.

— Por que você está tremendo? — Ele se levantou e passou os

dedos contra meus lábios. — Eu vou fazer tudo perfeito para você.

— Fazer o que perfeito? — Eu mal me controlava.


— Você não deveria falar, Claire. — Ele correu os dedos pelo meu

cabelo. — Se você disser qualquer outra coisa, eu vou ter que puni-la.

Está claro?

Eu balancei a cabeça.

— Bom. — Ele acariciou meus seios e deu um passo atrás,

apontando para suas roupas. — Sua vez.

Fiquei parada por alguns segundos, não tendo certeza por onde

começar, o que fazer. Ele e eu tínhamos tido relações sexuais centenas

de vezes, e tínhamos definitivamente ficado confortável com o corpo um

do outro, mas isto fazia me sentir mais sensual, mais intimista.

— Claire? — Ele pegou minha mão e colocou-a em seu peito. —

Comece com a minha gravata.

Eu me levantei na ponta dos pés e coloquei meus dedos através

do nó, tentando o meu melhor para evitar o seu aquecido olhar. Quando

caiu no chão, comecei a desabotoar sua camisa de botões, senti sua

pele aquecer, quando senti sua reação a mim.

Estendi a mão e deslizei a camisa fora de seus ombros, tomando o

meu tempo com as mangas. Olhei para o peito perfeitamente esculpido

que estava na minha frente, passando minhas mãos sobre ele e

mordendo meu lábio.

— Termine. — Ele pegou meu pulso e correu os olhos dos meus

para suas calças.


Eu soltei seu cinto, deslizando livre dos laços da calça. Eu desfiz o

botão em suas calças, e elas caíram para o chão, sem qualquer ajuda.

Uma vez que ele já tinha deslizado para fora de seus sapatos, ele

sorriu divertido e tirou suas escuras cuecas azuis, onde sua ereção

enorme estava lutando contra o tecido.

Abaixei-me para retirá-las, mas em vez de usar as minhas mãos,

eu usei meus dentes. Sentei-me em meus joelhos e esfreguei as minhas

mãos para cima e para baixo em seu comprimento o fazendo ofegar, e

depois levei tudo dele em minha boca.

Eu aliviei dentro e fora, sacudindo lentamente a minha língua

contra o seu eixo. Eu coloquei o saco dele em minhas mãos, o

massageando quando eu chupava mais rápido e mais rápido.

— Claire... — Ele gemeu. — Claire, pare.

Eu lentamente puxei para trás como se estivesse indo para

considerar seu pedido, mas então eu girei minha língua em torno de

sua ponta grossa, observando-o fechar os olhos de prazer torturado.

Sua resposta gutural a mim estava me deixando louca; Eu me

senti tão no controle. Forcei tudo dele em minha boca de novo, sentindo

os músculos se contraírem e os espasmos com a pressão dura da minha

língua.
Eu comecei a massageá-lo com minhas mãos de novo, sugando-o

ainda mais duro, mas ele me puxou para cima pelos meus ombros e me

virou.

Ele me inclinou sobre o balcão de mármore e deslizou um dedo

dentro de mim, forçando a umidade deslizar para baixo em minhas

coxas.

Eu esperei para sentir exatamente o que eu queria, o que eu

precisava. Eu esperava que ele me empalasse e me fizesse gritar, mas

nada aconteceu. Antes que eu pudesse virar e perguntar o que estava

errado, eu o senti me levantando em seus braços e me levando para

outro lado do banheiro, para o chuveiro.

As portas de vidro se abriram quando nos aproximamos, e assim

que ele me pôs no chão, as luzes que pendiam acima começaram a

brilhar em um amarelo suave. Os jatos de água que se projetavam das

paredes e do teto começaram a pulverizar água quente sobre nós.

Ele caminhou até uma prateleira suspensa e pegou um par de

garrafas rosa. — Esta noite não é sobre mim, Claire. É sobre você. —

Ele me virou e pôs minhas costas contra seu torso. Então ele começou a

espalmar os meus seios com uma mão. — Embora, você esteja muito

tentadora... — Ele apertou sua ereção contra a minha vagina me

frustrando, fazendo-me querer virar e...

— Você está prestes a dizer algo, Claire? — A maneira como ele

disse meu nome me fez ansiar por ele ainda mais. — Você está
frustrada? —, Ele sussurrou em meu ouvido. — Tentada a falar, porque

você não acredita no que eu disse sobre não falar?

Eu respirei fundo e balancei a cabeça.

— Espero que não.

A próxima coisa que eu senti foi que shampoo estava sendo

espalhado em minha cabeça. Então eu senti suas mãos delicadamente

massageando o líquido por todo o meu cabelo.

Fechei os olhos e me inclinei contra ele enquanto ele ensaboava

meu cabelo, quando ele moveu os dedos ao redor do meu couro

cabeludo em um movimento circular, não deixando nenhuma parte

intocada.

Por favor, não pare...

Ele derramou mais shampoo no meu cabelo e me massageou de

novo e de novo, fazendo-me mais fraca com cada rotação de seus dedos.

— Será isso te faz se sentir bem? — Ele sussurrou, puxando todo

o meu cabelo para o topo da minha cabeça.

Eu murmurei, — Sim... — e eu podia senti-lo sorrindo atrás de

mim.

Ele empurrou minha cabeça para frente de modo que estava

diretamente debaixo de um dos jatos de água, e ele tomou seu tempo

lavando e deixando o meu cabelo limpo.


Quando não havia mais espuma correndo em direção ao ralo, eu

tentei me inclinar contra ele novamente.

— Fique quieta. — Ele segurou meus ombros, me impedindo de

fazer isso. — Eu não terminei.

Eu suspirei. Então eu o senti acariciando minhas costas com

uma bucha macia, escovando-o em círculos suaves, deixando um

aroma de baunilha doce na minha pele. Depois que ele cuidadosamente

esfregou minhas pernas, ele beijou meu ombro direito, arrastando

beijos nas minhas costas até chegar a minha esquerda.

Ele deslizou a bucha debaixo dos meus braços e a esfregou contra

o meu estômago, movendo-se em torno de meus seios. Ele usou a outra

mão para tocar entre as minhas pernas, para reposicionar um jacto de

água que foi fluindo contra a minha parte mais sensível.

— Eu vou te foder com a minha boca hoje à noite, — ele

sussurrou.

Engoli em seco. — O quê? — E então eu balancei minha cabeça,

porque eu não queria que ele pensasse que eu estava tentando ser

punida.

— Você me ouviu. — Ele andou em torno de modo que estávamos

frente a frente, bloqueando seus olhos nos meus.


— Eu vou ser o seu primeiro, e eu vou fazer você gozar uma e

outra e outra vez. — Ele baixou a cabeça e beijou meus lábios. — Vai

ser tão bom pra caralho que você vai querer que eu seja o seu último.

Meu coração parou, literalmente parou, porque meus joelhos

ficaram fracos e eu me inclinei contra a parede, deslizando para baixo

para o banco do chuveiro.

Deixando escapar uma risada baixa, ele se inclinou e me beijou

mais uma vez. Ele caminhou até a prateleira pendurada e pegou uma

bucha azul, usando-a para espalhar um gel transparente sobre sua

pele.

Ele se virou e olhou nos meus olhos, correndo a bucha e sabão

em seu peito perfeitamente esculpido, através de seus musculosos

abdominais. Ele deixou a espuma se sentar em seu corpo por alguns

segundos e, em seguida ele deixou a água escorrer por seu corpo

eliminando imediatamente.

— Não é possível se levantar? — Ele levantou a sobrancelha e eu

mordi meu lábio enquanto corria a bucha contra o seu pau duro,

enquanto ele usava as mãos para esfregá-lo, provocando de cima para

baixo.

Tentei me levantar, mas minhas pernas ainda estavam

dormentes. A forte pressão dos jatos de água contra o meu corpo não

foram de grande ajuda também.


Tudo o que eu podia fazer era sentar e assistir como Jonathan me

provocava com a bucha maldita, deixando ele acariciar todos os lugares

que eu queria tocar.

Depois de muitos mais minutos de tortura brincalhona, ele jogou-

a no chão e piscou. — Ainda não pode se levantar?

Corei e ele se aproximou de mim, me puxando para cima por

minhas mãos.

Assim que saímos do chuveiro, os jatos de água pararam e as

luzes ficaram brancas novamente.

Ele me puxou para um banco que estava colocado em frente à

sauna e sorriu. Ele deslizou em um robe negro e pegou uma toalha

pequena de uma gaveta, envolveu em torno de meu cabelo. Ele pegou

outra toalha maior, e começou a pressioná-la contra a minha pele,

lentamente esfregando por todo meu corpo.

— Você é tão linda, Claire... — Ele tirou a toalha entre as minhas

coxas, fazendo meu corpo tenso.

— Especialmente quando você olha para mim desse jeito... — Ele

deu um beijo contra a minha coxa.

Levou um tempo para me secar, e eu pensei que ele iria me pedir

para devolver o favor, mas não o fez.


Em vez disso, ele abriu um novo secador de cabelo e tomou o seu

tempo secando cada mecha do meu cabelo, massageando meu couro

cabeludo com a mesma ternura que ele tinha feito no chuveiro.

Quando ele terminou, ele olhou para o meu corpo nu por vários

minutos, sorrindo enquanto seus olhos vagavam de cima para baixo.

— Mantenha seus braços para cima. — Ele abriu uma gaveta e

tirou algo preto.

Enquanto eu segurava meus braços no alto, ele deslizou o tecido

mole sobre a minha cabeça e puxou-a para baixo, suavizando em

determinados lugares.

Eu comecei a me perguntar se ele comprou a mesma peça suave

padrão para todas as outras ―sérias‖ mulheres que ele tinha estado.

Mas, quando eu olhei para o meu reflexo, eu notei que não era branco e

a costura cursiva em renda cobria meu peito esquerdo. Estava escrito:

―Para Claire‖.

— Eu nunca comprei lingerie para qualquer outra pessoa, — ele

sussurrou. — Só você —. Ele apertou minha mão e me levou para fora

do banheiro e ao final do corredor.

Nós caminhamos passando quatro portas e uma pequena escada

antes de parar na frente de um conjunto de portas brancas e francesas.

Ele tirou uma chave do bolso e abriu uma das portas, me empurrando

para dentro.
Meus olhos se arregalaram quando entrei no quarto. As cortinas

de seda cinza com tons de marrom caíam no chão, o piso de madeira

perfeitamente polido, a grande cama com dossel de mogno que ficava do

outro lado do quarto, e as pinturas de grande escala que contaram com

os maiores autores americanos.

Fui até a estante que cobria toda a parede de trás, tirando o único

livro que não estava perfeitamente alinhado com os outros.

— Eu li apenas trinta páginas. — Jonathan deu um passo na

minha frente. — Na verdade não é tão ruim assim. Não consigo que ele

me prenda, me faça fluir na escrita e não ir desistir. — Ele sorriu

enquanto pegava Eat, Pray, Love (Comer, Rezar e Amar) das minhas

mãos, colocando-o de volta na prateleira.

— Venha aqui. — Ele pegou minha mão na sua e me levou até a

cama. — Vinho?

Eu balancei a cabeça e ele riu.

— Você pode responder a perguntas, Claire. — Ele abriu uma

garrafa e serviu duas taças. — Você simplesmente não pode iniciar

qualquer coisa. — Ele entregou-me a bebida.

Eu tomei vários goles lentos e sorri. Era o mesmo vinho que eu

pedi em nosso primeiro encontro, meu vinho favorito; Ele tinha

lembrado.

Por que ele é tão perfeito?


— Você teve um bom dia no trabalho hoje? — Ele me olhou

quando ele colocou o copo para baixo.

— Sim...

— Qualquer coisa interessante aconteceu?

Meu corpo tremia incontrolavelmente novamente. Não importa o

quão duro eu tentei controlá-lo, não conseguia parar.

— Claire? — Ele pegou meu copo a distância e segurou meu rosto

entre as mãos. — Você está aí?

— Foi tudo bem... — Eu queria que ele parasse de me olhar

assim, como se quisesse me devorar agora. — Nós deixamos os

funcionários ir para casa mais cedo uma vez que o seu trabalho tem

melhorado ao longo das últimas semanas. Nós ainda estamos tentando

descobrir qual a abordagem que vamos...

— Eu honestamente estou pouco me fodendo sobre a minha

empresa agora. — Ele esmagou seus lábios nos meus e me empurrou de

volta para a cama.

Fechei os olhos enquanto ele me acariciava, enquanto colocava

pequenos beijos de cima para baixo do meu pescoço.

Quando ele puxou meu roupão sobre minha cabeça, ele

sussurrou, — Abra os olhos.

Eu hesitei um segundo antes de piscá-los abertos, e quando eu fiz

eu estava olhando diretamente para o seus olhos lindos.


Ele jogou o roupão no chão e arqueou as sobrancelhas. — Você

está muito tensa hoje... — Ele moveu o corpo de modo que ele estava

junto ao meu lado. — E você não parou de tremer desde que tomamos

um banho juntos.

Ele segurou um das minhas palmas para cima para fazer uma

observação. — Você está nervosa?

Eu não queria admitir isso, mas eu estava.

— Hmmm. — Ele beijou a minha mão e se levantou.

Eu o vi caminhar até o armário e tirar uma pequena garrafa

marrom.

— Deite em seu estômago —, disse ele enquanto caminhava de

volta para mim.

Eu rolei, ainda tremendo, e senti o óleo quente sendo derramado

sobre minhas costas. Exalei quando as palmas das mãos o espalharam

para cima e para baixo na minha espinha, e deslizando em cima de

mim.

Pressionando as pontas dos dedos em meus lados, ele me

acariciava com um movimento para cima e para baixo. Cada vez ele

deixava um beijo molhado contra a minha pele, e ele acompanhava com

outro aperto profundo de suas mãos.

— Será que isso relaxa você? — Ele amassou a parte de trás das

minhas coxas.
— Umm hmmm....

— Você ainda está nervosa? — Ele mudou-se para minhas

panturrilhas, em seguida, para os meus tornozelos.

Eu não respondi a pergunta. Eu estava ficando perdida nas

sensações incríveis que ele estava me causando.

Ele me virou e começou a aplicar pressão nos meus pés usando

os polegares para esfregar meus calcanhares.

— O que o dia16 de julho significa? — Perguntou.

— A data de... -— Engoli em seco quando ele beijou meu peito do

pé. — A data do meu divórcio.

Ele riu. — E as bandeiras brancas e vermelhas tatuadas em seu

tornozelo? Apenas o seu fascínio por bandeiras?

— Sim...

— Ok. — Ele soltou meu pé e começou a massagear seu caminho

de volta até o meu corpo usando o mesmo movimento sensual contra a

frente de minhas coxas e meu estômago, gastando tempo extra para

acariciar meus seios.

Ele sorriu para mim e saiu da cama de novo, colocando a garrafa

no armário. Em seguida, ele desapareceu.

Minutos depois, ele voltou para o quarto com um copo de gelo e

colocou sobre a mesa de cabeceira.


Eu estava tentada a perguntar para que o gelo era, mas ele me

deu um olhar que dizia, ―Eu te desafio‖. Eu mordi meu lábio inferior e vi

como ele agarrou um travesseiro do outro lado da cama, enquanto ele

apoiava debaixo de mim.

Abrindo-me ele estendeu a mão e arrancou um cubo de gelo do

vidro. — Vamos ter certeza que você está o mais relaxada possível. —

Ele rolou entre as pontas dos dedos, deixando as gotas frias escorrerem

para o meu peito.

Então ele colocou o cubo no meu pescoço, lentamente

arrastando-o entre meus seios, circulando ao redor, ambos os mamilos

endurecendo.

— Ahhh... — Eu gemi quando ele tomou um deles na boca,

chupando enquanto ele continuava a provocar o outro com gelo. —

Jonathan...

— Shhh. — Ele trocou de posição e eu fechei meus olhos,

tentando ficar o mais imóvel possível.

A próxima coisa que eu senti foi outro cubo de gelo, um maior,

descendo pelos meus seios, e em meu umbigo.

Meu estômago começou a tremer de novo, não tão intensamente

como antes, mas perceptível o suficiente para Jonathan me segurar e

ainda rir.
— Relaxe, Claire. — Ele se inclinou sobre mim e agarrou outro

cubo. — Eu vou fazer você se sentir realmente bem... — Ele colocou o

cubo em sua boca e beijou o interior das minhas coxas, alternando

entre usar a língua quente com o frio do gelo.

Os beijos começaram a se mover cada vez mais perto, e então ele

deslizou um dedo dentro de mim, gemendo com a forma como eu estava

molhada.

Ele olhou para mim mais uma vez, e, em seguida, ele colocou a

cabeça para baixo, gentilmente escovando a língua contra o meu

clitóris.

Engoli em seco e ele se sentou, trazendo meus joelhos até meu

peito. — Espere.

— Por?

— Eu não posso... Eu não sou... Podemos apenas fazer sexo

tradicional?

— Não. — Ele se levantou e olhou para mim, mas eu poderia dizer

que ele estava um pouco divertido.

— Eu sei que isso parece loucura, porque eu não sou virgem,

mas... Eu disse que isso nunca foi feito em mim antes... Eu

honestamente não esperava que você...

— Claire...
— Eu tenho certeza que você iria torná-lo incrível. Na verdade, eu

sei que você faria, mas...

— Claire...

— Sim?

— Deite-se para baixo...

Eu pisquei. Eu não podia me mover.

— Você vai me fazer perguntas de novo? — Ele levantou a

sobrancelha.

Eu pisquei duas vezes.

Ele balançou a cabeça e sorriu. — Ok, Claire. — Ele caminhou até

onde eu estava encolhida na cama e me pegou, me jogando por cima do

ombro.

Ele agarrou aquela xícara de gelo, e então ele me colocou na

borda da cama. Ele me deitou contra o colchão e desatou o cinto de seu

robe. Antes que eu pudesse descobrir o que ele estava fazendo, ele

espalhou as minhas pernas e amarrou a direita no poste da cama.

Então ele enfiou a mão dentro do bolso de sua túnica e puxou para fora

a gravata, usando-a para prender a minha esquerda.

Eu puxei as minhas pernas, vendo se o meu movimento iria

derrubar os postes, mas isso não acontecia, elas nem sequer se

mexiam.
— Eu deveria saber que você seria difícil sobre isso. — Ele se

ajoelhou entre minhas pernas com sua xícara de gelo. — Eu preciso

amarrar suas mãos também?

Eu balancei minha cabeça.

— Se você tentar me fazer parar, eu vou amarrá-las.

Compreende?

— Sim...

— Bom. — Ele colocou um cubo de gelo na boca e se inclinou

para frente, pressionando contra a parte inferior do estômago,

movendo-o para baixo mais e mais.

Eu gemia quando dois de seus dedos mergulharam

profundamente, e então eu senti sua língua pressionando o cubo dentro

de mim.

Eu engasguei com a frieza, tentando espremer minhas pernas

fechadas, mas elas não se moviam.

— Jonathan... — Minha voz era delicada, tensa. — Jonathan,

pare...

Ele continuou empurrando o gelo dentro e fora de mim,

sacudindo a sua língua contra os meus lábios quando ele fez isso, me

rendendo completamente indefesa.

— Oh-Oh meu Deus... — Eu podia sentir derretendo, podia sentir

sua língua lambendo as gotas. — Pare...


Ele me ignorou. Ele começou a beijar os lábios da minha buceta

como se estivesse beijando minha boca, dirigindo sua língua cada vez

mais fundo, suavemente mordendo meu clitóris, chupando quando eu

me contorcia e pedia para ele parar; o prazer era muito intenso, muito

cru, e meu corpo estava convulsionando com cada golpe de sua língua.

Abaixei-me e enfiei os dedos pelos seus cabelos, muito fraca para

afastá-lo.

Quando ele colocou as mãos debaixo de minhas coxas, me

levantando ligeiramente para um melhor ângulo, suas torturas

tornaram-se mais fortes, mais vigorosas.

— Pare de lutar contra isso... — Ele puxou meu clitóris em sua

língua ao redor dela, e eu perdi todo o senso do tempo com o rolamento

de sua boca. Eu podia me ouvir gritando como eu nunca tinha gritado

antes, e não tenho certeza como ele poderia suportar, como ele poderia

se manter me torturando assim.

— Goze para mim, Claire —, ele sussurrou, se recusando a ceder

seus beijos prazerosos.

— Ahhh... Eu... Eu... — Eu senti ele me sugando ainda mais

duro, mais rápido, e eu não podia segurar mais. Cada nervo em mim

explodiu e meu corpo começou a estremecer violentamente.

Agarrei-me aos lençóis com os meus dedos curvados, quando ele

me fez gozar mais forte do que eu jamais gozei na minha vida.


Minha respiração estava fora de controle; meu corpo ainda estava

tremendo, lutando para descer a partir de uma altura extrema.

— Claire? — Eu o ouvi dizer o meu nome quando ele desamarrou

minhas pernas, mas eu não respondi. Eu estava muito atordoada,

chocada. Eu mal podia sentir os beijos que ele agora estava colocando

contra o meu estômago, contra o meu peito.

Enquanto se movia em cima de mim, tremores ainda estavam

fazendo o seu caminho através do meu corpo. Tentei me acalmar, mas

eu o senti deslizar para dentro de mim me enchendo, e eu engasguei.

— Olhe para mim —, ele sussurrou, esperando para me obrigar.

Eu segurei minha cabeça erguida, olhando em seus olhos, e ele

apertou seus lábios contra a minha bochecha. — Você é minha... Você

sempre será minha...

Ele lentamente puxou para fora de mim, empurrando o seu

caminho de volta, e pela primeira vez não havia nada entre nós;

estávamos pele a pele e eu podia sentir uma diferença drástica. Eu me

senti mais perto dele, mais completa.

Ele levou o seu tempo fazendo amor comigo, segurando minhas

mãos em cima da minha cabeça enquanto ele me empurrava para outro

clímax alucinante.
Uma vez que meu corpo parou de convulsionar, ele passou os

braços em volta de mim e beijou meus lábios. —Você está bem? —, ele

perguntou.

Eu balancei a cabeça, porque isso era tudo o que eu podia fazer.

Quando eu finalmente recuperei um pouco da força, eu me

pressionei mais perto dele e olhei fixamente em seus olhos.

Eu não tinha certeza de quanto tempo nós ficamos entrelaçados,

ou quanto tempo ele me abraçou forte e beijou meu corpo todo, dizendo

como eu era bonita.

Cada segundo parecia um borrão, mas em algum momento eu

senti ele sair da cama.

Meu coração começou uma corrida. — Onde você está indo? —

Eu limpei minha garganta, fazendo uma careta quando eu senti como

estava seca por gritar.

— Vou buscar mais um pouco de gelo. — Ele sorriu. — Nós vamos

fazer isso de novo... E então eu vou punir você por falar.


Capítulo 19
Claire

P
are de olhar para ele... Pare de olhar para ele...

Eu tentei manter meus olhos focados nos


estagiários que estavam de pé na frente da sala. Eles
estavam conversando sobre porque eles mereciam
ter as minhas duas entradas para o evento de Oferta Pública Inicial
(IPO), mas eu não podia deixar de olhar para Jonathan.

Ele estava sentado na minha frente e não estava fazendo a minha


concentração mais fácil. Ele abriu um sorriso luxurioso a cada poucos
segundos, brincando, lambendo os lábios, ou me dando um olhar que
dizia que ele queria me pegar sobre da mesa de conferência logo após
esta reunião estar terminada.

Eu tinha passado o dia todo ontem deitada na cama olhando para


o teto, repassando cada segundo da noite de sexta, desejando que não
tivesse chegado ao fim. Foi o sexo mais incrível que já tive e eu ainda
não podia acreditar o quão perfeito tinha sido.

— Senhorita Gracen? — Mr. Barnes pigarreou. — Qual time você


acha que fez o melhor? Quem foi selecionado dessa vez?

Olhei para os quatro estagiários que estavam parados com os


olhos fechados, esperando para serem selecionados. Eles todos fizeram
um trabalho incrível e ambas as equipes tecnicamente mereciam ir.

— Eu escolho ambos. — Eu sorri.

— O Quê? Você só tem dois bilhetes que...


— Uma equipe pode ter os meus bilhetes para o evento IPO e a
outra equipe pode ter as minhas entradas para o retiro em Napa Valley
neste fim de semana.

Todos na sala soltaram um suspiro coletivo; Os olhos de


Jonathan se arregalaram.

— Você está dando um voo privado e um dia na vinícola? — Mr.


Barnes pareceu chocado. — Sério?

Eu balancei a cabeça. Eu tinha ficado emocionada quando o


conselho enviou a todos os diretores um e-mail sobre nos recompensar
por nosso trabalho árduo. Eles anunciaram que estavam nos dando um
voo de primeira classe para um das melhores vinícolas do país, mas eu
sabia que não iria aceitar assim que eles nos enviaram os bilhetes.

— Eu estou... Isso fará com que o resto dos estagiários trabalhem


ainda mais, você não acha? Eu ainda posso encontrar vocês. É apenas
uma hora de carro e eu arranjo o vinho do amor. — Eu ri sobre todo o
resto e os outros diretores riram comigo.

— Uau, isso é muito generoso de sua parte. — Ele sorriu. —


Obrigado a vocês estagiários por todo seu trabalho duro e vamos enviar-
lhes um e-mail sobre qual equipe recebe quais bilhetes mais tarde.

Demos-lhes uma última rodada de aplausos quando eles


deixaram a sala. Assim que a porta se fechou, todos nós levantamos e
nos esticamos enquanto o Sr. Barnes preparava a tela de projeção para
a nossa sessão ―Vamos Juntos‖ de toda semana.

J: Isso foi muito gentil da sua parte...

Jonathan me mandou uma mensagem.

C: Obrigada.

J: Eu projetei essa recompensa apenas para você. Por que


você desistiu?
C: Eu estava tentando ser legal.

J: Um pouco legal demais...

Olhei para cima para que eu pudesse dar-lhe um revirar de olhos


dramático, mas ele não estava na minha frente. Ele estava sentado ao
meu lado.

— Jonathan —, eu sussurrei. — Você não pode... Por favor, não...

— Por favor, não o quê? Eu não posso sentar ao seu lado durante
o filme?

— Não...

— Por que não?

Apertei os olhos para ele e ele sorriu.

— Ainda não posso tocar em você em público? — Ele estendeu a


mão para a caneta que eu estava segurando e pressionou seus dedos
contra a minha mão enquanto ele lentamente puxou fora.

— Pare.

— Parar com o quê? — Ele propositalmente deixou cair a caneta


no meu colo.

Levantei-me da mesa e limpei minha garganta. — Eu vou tomar


um café no andar de baixo antes de começarmos. Alguém quer alguma
coisa?

— Oh! Você pode me arrumar um macchiato30 de caramelo?

— Eu vou tomar um café normal com espuma extra!

— Eu quero um latte mocha31!

30
é um café com leite típico da Itália, consistindo num café expresso misturado com
uma pequena quantidade de leite quente com espuma.
31
café com leite com sabor levemente achocolatado.
Eu arranquei uma folha de papel para fora do meu bloco e estendi
para as pessoas escreverem os seus pedidos.

— Eu vou ajudá-la a trazer o café, senhorita Gracen. — Jonathan


levantou-se e sorriu para mim.

Merda... Por que eu não pensei nisso?

Eu assisti o papel circular entre cada diretor, perguntando se


alguém iria se voluntariar para me ajudar a trazer de volta, mas pelo
tempo que o papel fez o círculo inteiro, ninguém tinha se oferecido.

— Você não tem que se apressar para voltar. — Mr. Barnes me


entregou o papel. — E aparentemente, vai levar de vinte a trinta
minutos para o nosso consultor de satélite se juntar a nós no vídeo chat
hoje. Ele está tendo dificuldades com seu login.

— Certo. — Eu saí da sala e corri em direção aos elevadores. —


Eu não preciso de sua ajuda, Sr. Statham. Vou pegar um carrinho de
café e trazer.

Ele revirou os olhos e apertou o botão para baixo.

— É muito cedo para fazer qualquer coisa... — Eu olhei para ele,


suplicando. — É muito arriscado e você sabe...

As portas do elevador se abriram e ele me empurrou para dentro.


Eu pensei que ele ia apertar o botão de parada e me beijar de qualquer
maneira, mas ele apertou o botão para o lobby e olhou para mim.

— Eu não estou tentando dormir com você agora, Claire —, disse


ele. — Eu só quero estar perto de você. É só isso.

— Ok...

O elevador chegou ao hall de entrada e ambos agarramos um


carrinho de café assim que pisamos fora. Eu rasguei a lista ao meio e
entreguei a ele. — Foi bom você instalar uma Starbucks32 livre aqui...
Todo mundo adora.

— Eu torcia por isso. Uma das minhas funcionárias achava que o


velho café servido por nós tinha sabor de merda.

— Ela achava.

Ele riu. — Por que você realmente deu o seu bilhete da adega? O
vinho é uma das suas coisas favoritas...

É a minha primeira coisa favorita...

— Eu honestamente só queria ser boa... Os estagiários têm estado


trabalhando até mais tarde e eles não estão recebendo hora extra por
isso... — Eu entreguei minha lista de café para o barista. — Eu não
sabia que você tinha planejado essa viagem comigo em mente.

— Bem, agora que você e eu vamos poder fazer outra coisa juntos.

— Como o quê?

— Eu vou pensar em alguma coisa... — Ele entregou sua lista


para a outra barista e me ajudou a carregar os guardanapos e doces
para o carrinho. O telefone começou a tocar e ele se afastou. — Eu já
volto.

O barista colocou mais cafés no balcão e eu carreguei em nossos


carros.

— Claire? É você? — Mr. Henderson deu um passo na minha


frente. — Como você tem estado?

— Eu estou bem e você como está? Eu não vi você por aí


ultimamente. Você esteve doente?

32
Starbucks é a empresa multinacional com a maior cadeia de cafeterias/pastelarias do mundo
que tem sua sede em Seattle, EUA.
— Não, eu tive uma promoção. — Ele sorriu. — Eu trabalho em
Operações comerciais agora. Eu estou feliz que eu encontrei você
embora. Você ainda está saindo com outra pessoa?

— Sim.

Ele franziu a testa dramaticamente e então ele riu. — Cara


sortudo. Você sabe, ficar com você constantemente...

— Sr. Henderson. — Jonathan voltou e estendeu a mão para um


aperto de mão. — Como estão as coisas no Departamento de Operações
até agora?

— Elas estão incríveis. Muito obrigado pela recomendação


pessoal. Eu tinha me candidatado a uma posição há anos.

— Não é um problema. — Jonathan sorriu para ele. — Eu gosto


de garantir que pessoas que trabalham duro estejam exatamente onde
elas pertencem. — Ele me lançou um olhar de desaprovação.

— Bem, obrigado novamente, Sr. Statham. Eu vejo você por ai,


Claire. Chame-me assim que esse cara de sorte falhar, ok? — Sr.
Henderson piscou para mim e foi embora.

Jonathan revirou os olhos e me ajudou a colocar os cafés prontos


nos carrinhos.

— Você deu a ele uma promoção para mantê-lo longe de mim não
é? — Eu não podia acreditar nele.

— Do que você está falando? — Ele começou a empurrar seu


carrinho em direção ao elevador.

— Diga-me a verdade.

— Você está dizendo que eu dei a ordem para que ele começasse o
trabalho que ele queria?
Eu balancei a cabeça e entrei no elevador. — Não. Diga-me que
você fez isso por que ele...

— Sim. — Ele me empurrou contra a parede, assim que as portas


se fecharam. — Fiz-lhe conselheiro sênior e movi todo o Departamento
de Operações para o prédio do outro lado da rua para que ele não fosse
cruzar a linha com você, apenas no caso de você esquecer novamente
quem você está namorando. E sim, eu vou fazer isso para qualquer
outra pessoa que der em cima de você. De fato, agora que eu o vi tomar
café aqui, eu vou ter um Starbucks instalado no prédio do outro lado da
rua, para que ele não tenha a necessidade vir aqui novamente.
Satisfeita?

Eu pisquei.

— Eu imaginei.

As portas do elevador se abriram e ele empurrou o carrinho para


a sala de conferência, e parou fora da porta.

— Diga-lhes que eu tenho outra reunião para ir esta tarde. — Ele


roçou os lábios contra a minha bochecha. — Eu vou te ver hoje à noite.

Eu trouxe um copo de água para os meus lábios e suspirei. Eu


estava sentada na sala privada de Jardinière, um restaurante
sofisticado em Hayes Valley. Algumas velas estavam queimando
suavemente sobre a minha mesa e um grande buquê de rosa vermelho
tinha escrito:

“Sinto muito que você está sozinha agora. Eu prometo que


vou me reparar com você”.

Jonathan.

— Você gostaria de ter um copo de vinho, enquanto espera,


senhorita? — Perguntou o garçom.
—Não obrigada. Eu estou bem.

Ele me deu um sorriso simpático e se afastou.

Eu estava sentada sozinha por 30 minutos, perguntando


exatamente ―quão tarde‖ Jonathan ia chegar.

Ele me mandou uma mensagem logo após o trabalho, me


avisando que sua reunião do conselho ia ser ―longa‖, e que Greg me
pegaria para o nosso encontro hoje à noite.

Eu rolei através do meu telefone de novo, na esperança de ver


uma mensagem dele, mas então eu senti sua mão esfregar contra
minhas costas nuas; o senti pressionando um beijo no meu ombro.

— Boa noite, Claire.

— Oi... — Meu corpo veio imediatamente à vida, reagindo a sua


voz sexy e seu toque suave.

Ele beijou meu pescoço e sussurrou baixinho no meu ouvido: —


Você não está usando nada por baixo disto?

Ele puxou o corte baixo na parte de trás do meu vestido.

Eu balancei a cabeça e ele soltou um suspiro, — Hummm,—


antes de se sentar na minha frente.

— Como foi a sua reunião? — Perguntei.

— Foi desnecessariamente longa e árida, como de costume. Eu


vou ser feliz quando este IPO estiver resolvido. Eu não acho que eu
posso... — Seus olhos encontraram os meus e ele respirou fundo. Ele se
estendeu sobre a mesa e apertou minha mão.

— O que há de errado com você?

— O quê? O que você está falando?


— Fico feliz em ver que o senhor chegou com segurança, Sr.
Statham. — O garçom deu um passo para a nossa mesa. — Qual vinho
vocês dois vão tomar hoje à noite?

— Você poderia nos dar um segundo, por favor? — Jonathan


manteve os olhos em mim quando o garçom desapareceu.

— Seus olhos estão vermelhos, e eu tenho certeza que o rímel que


é suposto estar em seus cílios, está debaixo de seus olhos. Você andou
chorando?

— Não, eu tenho alergias realmente desagradáveis. — Eu peguei


na minha bolsa o meu espelho compacto. — Eu juro, esta época do ano
sempre faz mal para mim. Há muito pólen no...

— Pare de mentir para mim, Claire.

Eu suspirei. — Não é grande coisa. Foi um surto de raiva.

— Por eu estar atrasado?

— Não... eu...

— Vamos. — Ele se levantou e pegou minha mão. — Podemos


conversar no carro.

Debrucei-me contra ele quando ele colocou seu braço em volta


dos meus ombros e me levou do restaurante.

O manobrista puxou o carro para frente assim que nos


aproximamos, e como de costume, ele me ajudou a ir para o meu lugar
e esperou até que eu estivesse confortável antes de acelerar para longe.

Eu não sabia onde ele estava me levando e eu honestamente não


me importei. Se nós rodássemos por aí sem rumo pelo resto da noite, eu
ficaria feliz com isso.
Nós aceleramos pelas ruas da cidade, passando por todas as
luzes cintilantes. Quando chegamos a um semáforo, ele olhou para
mim. — Você planeja me falar?

— Eu queria ter certeza de que eu não seria punida se eu fizesse.

Ele revirou os olhos. — É bom saber que não é tão grave.

— Não é. — Eu balancei minha cabeça. — Minhas filhas estão


tomando um voo para Anaheim mais tarde esta noite... É o aniversário
do seu meio-irmão bebê, e seu pai ligou no último minuto. Ele disse que
queria que elas se juntassem a ele e sua prostituta na Disneylândia
amanhã.

— Você está chateada porque elas estão indo?

— Não, ele sempre será seu pai e ele pode vê-las sempre que ele
quiser... Estou chateada porque ele esperou até o último minuto para
mencionar isso. Temos um acordo, e eu sei que ele não comprou os
bilhetes de avião ontem, entende?

— Entendo. Bem, isso é compreensível. Preciso levar você para


casa cedo, então você pode deixá-las no aeroporto?

— Não. Sua avó vai leva-las de qualquer forma para o aeroporto...

— Hmmm... — Ele parecia preocupado.

— Não é grande coisa. Eu não estou tão chateada, eu prometo.


Eu odeio quando ele liga e o ódio que ainda existe... Eu tenho certeza
que ficar com você esta noite vai manter minha mente desligada.

— Qual seu filme favorito?

— Anastasia. Porque?

— O desenho animado?

Eu balancei a cabeça. —Sim, mas...


— E você riu de mim sobre Harry Potter? — Ele revirou os olhos e
fez uma súbita inversão de marcha, dirigindo na outra direção. — Você
já comeu algo desde o almoço?

Eu balancei a cabeça e ele pegou seu telefone. — Greg? Senhorita


Gracen e eu gostaríamos de ver um filme... Não, o jantar terá de ser
entregue e que não seja frutos do mar... Sim, isso seria perfeito na
verdade... Anastasia... Sim, estou ciente de que ele é desenho
animado... Uma hora mais do que provável... Obrigado.

— Você fechou o cinema também Eu olhei para ele quando ele


colocou o telefone longe.

— Algo parecido com isso... — Ele parou em uma pequena loja de


conveniência. — Eu já volto. Você quer alguma coisa fora daqui?

Eu balancei a cabeça e ele me beijou antes de ir embora.


Enquanto eu me sentei no carro sozinha, eu me perguntei se ele era
realmente capaz de fechar um cinema apenas para que ele e eu
pudéssemos assistir a um filme que tinha treze anos.

Eu me inclinei para trás no banco e fechei os olhos, pensando em


―nós‖ mais uma vez. Eu estava começando a acreditar que esta coisa
que tínhamos poderia realmente ir a algum lugar, mesmo que eu ainda
estivesse com medo de abraçar isso completamente. Eu estava
começando a acreditar que...

— Claire, pare com isso agora. — Jonathan voltou para o carro e


eu abri meus olhos.

— Parar o que?

— Você sabe o que você estava fazendo. — Ele me entregou uma


pequena caixa de sorvete de chocolate com hortelã e creme e uma
colher cor de rosa. — Eu imaginei que isso iria ajudar a animá-la um
pouco. Vai ser uma longa viagem e você pode ficar com fome no
caminho...
Eu sorri, chocada que ele tinha realmente lembrado a minha
comida favorita de consolo. — Diga-me a verdade. Você realmente grava
as nossas conversas ao telefone?

— Não, Claire. — Ele acelerou o carro. — Eu só tenho uma boa


memória. Também é muito difícil de esquecer qualquer coisa sobre
você.

Ele seguiu pela noite e eu saboreei o sorvete como uma refeição;


ele sempre me faz sentir melhor.

Quando o carro cruzou para fora da cidade, eu comecei a me


perguntar onde diabos estávamos indo. Nós não estávamos em
qualquer lugar perto de um cinema, ou civilização nesse aspecto. Não
havia nada além de gramas de campos abertos em todos os lugares que
eu olhei.

Pensei em perguntar-lhe onde ele estava me levando, mas eu


sabia que ele não iria me dizer. Olhei para ele e ele colocou a mão na
minha coxa, gentilmente acariciando enquanto ele dirigia.

Comecei a fechar os olhos, mas o carro teve uma parada súbita


na frente de um enorme quadro de avisos branco.

— Você ficou sem gasolina ou algo assim? — Eu estiquei meus


braços para cima. — Será que precisamos começar a andar?

— Não. Vá para o banco de trás.

Eu não me mexi. Eu não entendia por que eu precisava ir para o


banco de trás para ele conduzir o resto da noite no caminho para o
filme, não entendia por que ele mudou nossos planos de uma noite no
cinema para sexo no carro ao acaso.

— Eu juro... — Ele apertou um botão e a parte superior do


conversível fechou. Ele saiu do carro e se moveu para o meu lado, me
pegando e me colocando no banco de trás.
Ele deslizou ao meu lado e começou a brincar com um dispositivo
preto.

Eu estava pensando em algo inteligente para dizer, que fixaria a


minha boca para fazer um monte de perguntas, mas antes q eu
pudesse, um projetor de luz brilhou sobre o quadro de avisos em
branco, e os créditos de abertura de Anastasia começaram a tocar. O
som parecia vir de todos os lados, mas eu não conseguia ver onde os
alto-falantes estavam.

— Eu percebi que já que você ainda está hesitante em que


sejamos vistos em público juntos, poderíamos ver o filme dessa
maneira. — Ele beijou minha bochecha. — Além disso, as cadeiras aqui
reclinam muito mais longe do que elas fazem nos cinemas comuns... —
Ele bateu um botão e nossos lugares lentamente recuaram. Ele deslizou
para mais perto e colocou seu braço ao redor dos meus ombros. — Eu
tenho certeza que vamos aproveitá-las após o jantar chegar aqui.

Eu me aconcheguei em seu peito e o beijei. — Ou nós poderíamos


tirar proveito delas agora...
Capítulo 20
Jonathan

— E u acho que fui muito bem —, disse minha mãe

quando a nossa terapeuta deixou o escritório.

— Você foi... — Eu não tinha certeza se era porque estávamos


realmente resolvendo nossos problemas, ou se estar tanto com Claire
me fez mais calmo, mas a minha mãe e eu tínhamos completado várias
sessões de terapia sem explodir um no outro.

Ela puxou uma bolsa por cima do ombro e se levantou. — Eu lhe


disse que eu tive um aumento na semana passada?

— Não... Você tem um trabalho?

Ela assentiu com a cabeça. — Eu não queria dizer nada até que
eu tivesse passado o período de experiência, mas...

— Você não tem que trabalhar.

— Eu sei, mas eu preciso de algo que vai ocupar o meu tempo e


manter-me limpa e firme. Eu não quero cair de volta para os meus
velhos hábitos.

Jesus... Ela realmente está tentando ficar limpa desta vez...


— Você gostaria de uma carona? Eu posso chamar Greg para
levá-la. Onde é exatamente?

— Não, eu estou bem. Eu estou em um programa com um amigo;


minha carona deve estar aqui a qualquer minuto. É uma pequena loja
perto das docas orientais. Ela tem a mais impressionante vista para o
oceano.

Eu pisei em torno de minha mesa e lhe dei um abraço. — Eu


estou orgulhoso de você... — Eu queria dizer mais, dizer que eu iria
encontrá-la lá com algum tempo para o almoço, mas eu não poderia me
forçar a dizer.

Eu não podia me dar esperança de que ela iria realmente mudar


para o bem; Ela me deixou para baixo muitas vezes sobre isso.

Minha secretária tocou meu interfone. — Sr. Statham? Eu


tenho...

— Eu pensei que eu disse absolutamente sem interrupções hoje.


— Eu gemi. — Eu lhe disse que ia estar extremamente ocupado e não
poderia...

— É a senhorita Gracen, senhor.

— Oh... Sinto muito, Angela. Mande-a entrar, por favor.

Eu deixei de lado a minha mãe e percebi que ela estava


levantando a sobrancelha, olhando como se eu lhe devesse algum tipo
de explicação.

— Quem é ela?— Ela perguntou.

— Quem é quem?

— A mulher que claramente tem mais privilégios do que eu... eu


ouvi inúmeras vezes o ―Sr. Statham não está disponível para qualquer
reuniões na agenda de hoje‖. Porque é que esta mulher é tão
importante?
Eu suspirei. — Ela é minha namorada.

— Realmente? Eu posso encontrá-la? — Seus olhos se


iluminaram. — Por favor?

— Você pode dizer Olá, e então você pode dizer adeus.

— Jonathan, eu...

— Nós não estamos lá ainda. Não tente forçar isso.

Ela rangeu os dentes. — Bem...

Esqueça. Ela não merece conhecer Claire.

Peguei a mão dela para que eu pudesse levá-la para fora, mas a
porta do meu escritório já havia sido aberta.

Claire entrou vestindo um vestido azul marinho ajustado e uma


jaqueta bege clara, com binando com saltos altos que fizeram suas
pernas parecerem ainda mais longas.

Ela sorriu, e só assim, eu esqueci tudo sobre minha mãe irritante


e o dia agitado pela frente.

— Boa tarde. — Fui até lá e a beijei na bochecha. — Você está


maravilhosa... — Eu a levei até da minha mãe. — Esta é a minha mãe,
Denise Statham. Mãe, essa é...

— Claire, — minha mãe interrompeu quando ela estendeu a mão


para a mão de Claire. — É um prazer finalmente conhecer você. Você é
absolutamente linda... É muita sorte Jonathan ter você.

— Obrigada, Sra. Statham.

— Vejo você na próxima semana, filho. — Minha mãe me deu um


último abraço e se dirigiu para as portas traseiras de meu escritório, em
direção ao elevador privativo.
Puxei Claire em meus braços. — Algo está errado? Você está
doente? Deve ser algo fatal se você veio até aqui durante as horas em
que as pessoas podem realmente ver você.

Ela revirou os olhos. — Nós apenas terminamos sobre o sTablet


com o Sr. Barnes e isso nos deixou ir para casa mais cedo.

— O meu telefone acabou a bateria, então eu achei que eu deveria


vir lhe dizer antes que você pensasse que eu estava ignorando você.

— Boa decisão. Gostaria de levá-la para almoçar para comemorar,


mas eu estou com reuniões marcadas até as seis. Jantar? Há um novo
bistrô em...

— Sr. Statham? — A voz de Ângela veio pelo interfone mais uma


vez. — Eu odeio incomodá-lo novamente, mas a Srta. Griffin está aqui
com uma situação de emergência. Ela diz que não pode esperar mais
um segundo.

Suspirei e recuei. — Espere aqui. Não vá a qualquer lugar. — Eu


puxei uma cadeira para ela e caminhei para fora da sala. — É melhor
que seja uma emergência, Vanessa.

— Isto é. Eu não uso essa palavra de forma leviana.

Eu a segui pelo corredor até uma sala de conferências e sentei. —


O que é isso?

— A transação Noracorps foi aprovada pelo conselho de


administração e estávamos prestes a enviar por fax para o banco, mas
estamos esperando a sua assinatura em vários documentos. É uma
razão das mais importantes, você não acha?

— Oh. — Isso definitivamente teria sido um desastre...

Eu tomei a pasta das mãos dela e tirei uma caneta, rubricando


cada espaço necessário em branco, dando uma leitura com mais
destaque em parágrafos aqui ou ali.
— Preciso assinar estes formulários C-18 também?

Ela piscou os olhos. — Sim...

Ugh, Deus... Eu comecei a assinar os espaços em branco mais


rápido, propositalmente evitando seus olhares de flerte cada vez que ela
pigarreou.

Desde que ela tinha ficado chateada comigo depois da reunião


tarde da noite, eu coloquei alguma distância séria entre nós. Eu ainda
falei com ela após as reuniões, ainda ri de suas piadas espirituosas,
mas eu nunca me permiti ficar sozinho com ela por muito tempo.

— Você realmente não vai me dizer o nome da sua nova


namorada? — Ela colocou a mão sobre os documentos.

— Não é da sua conta.

— Eu estou namorando alguém novo...

— Isso é ótimo. — Eu sorri. — Estou feliz em ouvir isso. Ótima


noticia...

— Seu nome é Paul Jordan e ele é dono de uma cadeia de hotéis


de médio porte. Sabe? Eu lhe disse o nome dele agora você pode me
dizer o dela.

— O que saber o nome da mulher que eu estou namorando tem


haver com a aquisição da NoraCorps amanhã? Eu pensei que a
assinatura destes documentos era a razão pela qual você veio até aqui.

Ela suspirou. — Era. Não se esqueça de que eles estão vindo aqui
na parte da manhã. Eles querem ficar com cópias oficiais de
formulários de homologação do banco. Eu acho que isso pode ser o
segundo melhor investimento que já foi feito.

— Eu também. — Levantei-me. — Eu vou chegar cedo amanhã.


Eu vou mandar o chef fazer algo para...
— É a ruiva que trabalha no Marketing? — Ela agarrou a minha
mão. — A diretora que fez tudo para trabalhar para o sPhone azul?

Eu levantei minha sobrancelha.

— Eu vi vocês dois segurando as mãos na garagem na noite


passada... Ela é realmente bonita, deslumbrante mesmo... Eu só... —
Ela balançou a cabeça. — Todos esses anos que eu estive aqui, eu
tentei chegar perto de você, e você sempre me rejeitou... Por quê? Por
que não sou boa o suficiente para você?

Eu não podia acreditar que ela estava tentando puxar essa merda
emocional comigo. Eu permaneci impassível; eu precisava escolher as
minhas próximas palavras com muito cuidado.

— Eu não sou como Audrey... — Ela estendeu a mão e passou as


mãos em meu peito, fazendo minha pele arrepiar.

— Eu não estou tentando usá-lo ou empurrá-lo sobre a borda


para obter o seu dinheiro. Eu sou sua amiga e você não pode negar que
temos uma química inegável... Eu olhei para você desde que meu pai
investiu em sua empresa. Eu mesma estive ao lado de Hayley através de
algumas de suas cirurgias de enxerto de pele, quando você não poderia
estar lá... Eu não sou uma mulher estúpida ou, uma escavadora de
ouro, ou uma divorciada com crianças tentando viver seus sonhos como
uma Puma e levá-lo a se casar com ela para que possa fugir com todo o
seu dinheiro depois que ela se divorciar de você. Eu não sou assim...

— Perdão?

Ela mordeu o lábio e traçou a ponta dos dedos ao longo da minha


boca. — Eu só estou dizendo que eu não iria tirar vantagem de você
gostar de algumas mulheres que você estiver interessado. E mesmo que
eu esteja namorando alguém agora, sempre que você voltar à razão, eu
vou...
— Ok. — Eu agarrei a mão dela e me movi para longe. — Uma vez
que você claramente não compreendeu o que ―Não‖ significa, deixe-me
ajudá-la com a definição exata: Eu não estou interessado em você. Eu
nunca vou estar interessado em você. Eu não dou a mínima para o que
você pensa sobre quem eu assumi que eu estou namorando, mas se ela
for uma divorciada com filhos, ela é dez vezes melhor do que você
jamais seria para mim. Estou ciente que eu cancelando a política de
confraternização dos empregados deixou você sentir-se confusa sobre o
seu status imaginário de ―nós‖, mas o assédio sexual existe nos dois
sentidos e a política ainda está em vigor. Está claro?

Eu a levei a um atordoado silêncio e ela deixou cair o queixo para


dizer um sim.

— Vejo você na parte da manhã. — Eu me afastei dela e sai.

Eu fui ao meu escritório e respirei fundo. Eu ia ter que limitar


minhas interações com Vanessa para negócios até que ela conseguisse
compreender por si mesma, talvez até mesmo evitá-la completamente.

Eu entrei e puxei Claire para ficar de pé. — Eu sinto muito sobre


isso. O que eu estava dizendo antes?

— O jantar...

— Vamos fazer direito. Há um novo restaurante para baixo no


cais do pescador e eu adoraria que...

— Verificou a previsão de chuva? Prometi as meninas que


faríamos massas esta noite. Talvez nós pode...

— Eu gosto de massas.

— Oh. Bem, eu vou trazer o que sobrar ao trabalho amanhã. Você


quer que eu embale queijo parmesão com...

— Eu não posso ir e jantar com você e sua família?

— Hum...
— Hum? — Eu estreitei os olhos para ela. — Que tipo de resposta
é essa?

—Você quer se encontrar com as minhas filhas?

— Será que elas sabem que eu existo?

Ela assentiu com a cabeça.

— Então qual é o problema?

— Nada... — Ela olhou surpresa. — O jantar é às sete.

Eu fui até a casa dela 10 minutos mais cedo. Eu comprei três


buquês personalizados de rosa da primavera, um para Claire, uma para
Ashley e Caroline, e uma grande garrafa de cidra de maçã espumante
para compartilhar durante o jantar.

Eu andei até a porta e toquei a campainha, sorrindo com a


lembrança da primeira vez que eu tinha feito isso em janeiro.

Em poucos segundos, uma de suas filhas abriu a porta. Ela


inclinou a cabeça para o lado, fazendo o seu cabelo vermelho ondulado
cair com ela, e piscou várias vezes. Ela era a cara de Claire, só que ela
tinha sardas mais evidentes em suas bochechas e seus olhos eram de
um verde muito mais pálido.

— Mamãe! É aquele cara sobre o qual você nos contou! — Ela


chamou atrás de seu ombro. Então ela olhou para mim.

— Você vai me deixar entrar, Ashley? — Eu sorri.

— Uau. Como você já sabe o meu nome?

— Sua mãe me disse há um tempo, mas você ainda está usando


seu crachá do trabalho.

— Oh sim... — Ela deu um passo para trás e me deixou entrar.


Sua outra filha Caroline, desceu os degraus e ficou ao lado de
Ashley. Então ambas olharam para mim, piscando em uníssono.

Elas estavam vestidas com o mesmo uniforme de trabalho branco


com camisas de colarinho e calça cáqui, e todas as suas sardas estavam
exatamente nos mesmos lugares. Eu não tinha certeza de como alguém
poderia distingui-las.

Entreguei-lhes os buquês de rosas, esperando que elas me


levassem a Claire, mas elas simplesmente disseram.

— Awwww — para as flores e continuaram olhando para mim.

— Eu acho que ele é quente afinal de contas. A Mãe fez um


trabalho realmente bom. — Ashley assentiu. — Eu gosto de sua
gravata.

— Eu gosto de seus sapatos. — Caroline bateu o lábio. — Você


acha que ele se veste assim todos os dias ou ele se veste assim para
impressioná-la?

— Provavelmente só para impressioná-la. Ele não pode se dar ao


luxo de se vestir assim a cada dia... Eu aposto que ele comprou essas
flores na banca de desconto aqui perto da rua.

— Ou talvez ele trabalhe na banca de desconto que fica na rua.

— Sim... Ele provavelmente é um vendedor, embota seja um


vendedor quente.

Será que elas não percebem que eu posso ouvi-las?

— Qual é seu nome?

— Jonathan, senhoritas. — Eu sorri. — Onde está sua mãe?

— Sala de jantar —, eles proferiram em uníssono.

Ok...
Eu percebi que elas nunca iam me levar na direção certa, então
eu andei em torno delas. Eu vi Claire pondo a mesa e lhe entreguei o
último buquê.

— Obrigada. — Ela sorriu. — Eu não acho que os cem que recebo


em meu escritório todas as manhãs são o suficiente.

— Eu vou ter a certeza de aumentar a quantidade. Você precisa


de alguma ajuda com o jantar?

— Não obrigada. Já terminei. — Ela coloca uma pilha de


guardanapos. — Ashley! Caroline! O Jantar está pronto!

Os minutos seguintes que se desenrolaram eram como uma cena


de um seriado de televisão dos anos cinquenta: Ashley e Caroline
correram para a sala e tomaram seus lugares à mesa. Elas passaram
em torno dos pratos e tigelas, rindo de nada. Então Claire pousou uma
enorme travessa de massas e as garotas se revezaram com a colher se
servindo com enormes porções.

Elas conversaram animadamente sobre seu dia na escola, a


segunda bem sucedida venda de pães e bolos da equipe de torcida, um
A que ambas receberam nas aulas de Física, e algum ―manco perdedor‖
que gostava de Ashley, mas não podia lhe dizer por causa de Caroline.

Eu só tinha visto este tipo de comportamento nos filmes ou na


TV. Eu não sabia que isso realmente acontecia na vida real.

— Então Jonathan, espere, podemos chamá-lo Jonathan certo? —


Caroline me passou a cesta de pão.

— Isso está perfeitamente bem.

— Ótimo! Então, como é ser um vendedor de flores? Você recebe


boas dicas? Você corta suas próprias hastes?
Eu ri. — Eu não sou um vendedor de flor. — Eu me perguntava
por que Claire não tinha dito isso a elas. — Eu sou o CEO das
Indústrias Statham.

— O quê! — Ela engasgou. —Você é o CEO da empresa da minha


mãe? — Ela pegou o telefone e rolou toda a tela. Ela levantou a
sobrancelha e bateu no ombro de Ashley. — Ashley, ele tem a sua
própria página na Wikipédia... Espere, por que não tem a sua imagem
aqui?

— Talvez ele tenha autoestima baixa... — Ashley encolheu os


ombros.

O QUÊ? — Não, eu simplesmente preferi não chamar atenção.

— Estranho... — Ashley fechou a tela do seu telefone e olhou para


mim. — Então... você é um bilionário? Você é assim podre de rico?

Eu sorri. — Você poderia dizer isso.

— Você não nos disse que ele era rico, mãe! Você deveria ter dito
isso primeiro! Nesse caso... Caroline e eu estaríamos tentando fazer com
que a minha mãe tome uma determinada decisão para nós e
precisaríamos da sua rica opinião.

Oh, Deus...

— O que é isso? — Eu notei Claire olhando para ela do outro lado


da mesa.

— Nós pensamos que cada uma de nós merece ter o seu próprio
carro. Nós fazemos tudo certo na escola, trabalhamos a maior parte de
tempo no aeroporto, e quase não entramos em nenhum problema. Se
você tivesse um irmão gêmeo, você iria querer compartilhar tudo?
Acabamos de ter nossos próprios quartos, há alguns anos, e nós
pensamos que já é hora de termos um passado com o nosso carro. O
que você acha?
Eu não tinha certeza de como lidar com isso. Eu não tenho
nenhuma experiência com angústia adolescente.

— Hum... — Eu limpei minha garganta. — Alguma de vocês está


tentando comprar o seu próprio carro?

— Ele está falando sério? — Será que ele realmente disse isso? —
— Pergunte a ele novamente. Talvez ouvimos errado...

— Nós não o fizemos. — Ashley revirou os olhos. — Se você vai


nos desculpar, mãe, Jonathan... Temos algum trabalho a terminar...

Ambas se levantaram e estreitaram seus olhos para mim antes de


desaparecer no outro quarto.

O que foi que eu disse?

— Obrigado por dizer-lhes isso. — Claire se aproximou e roçou os


lábios contra os meus. — Nós não o aborrecemos muito esta noite, não
é?

— Não mesmo. É apenas diferente.

— O que quer dizer, diferente?

— Ter um jantar em família. Eu nunca tive isso antes.

— Sua fam... Adotiva...

— Eles sempre me fizeram comer sozinho no meu quarto. — Eu


balancei a cabeça para as lembranças ruins. — A mesa de jantar era
para os seus filhos de verdade.

— Seus pais biológicos nunca prepararam jantar quando você era


pequeno? Nenhuma vez?

— Não que eu me lembre... Embora houvesse uma única vez


quando minha mãe prometeu cozinhar um jantar no Natal... Ela estava
empolgada demais durante toda a semana, dizendo que estávamos
finalmente tendo uma refeição de férias reais em conjunto. Ela até fez
eu e Hayley escrever uma lista de tudo o que queria que ela fizesse. Ela
e meu pai levaram as listas com eles para o supermercado na véspera
de Natal...

— O que aconteceu?

— Eles não voltaram até o Ano Novo.

— Oh, — ela murmurou. — Eu sinto muito...

— Jonathan? — Ashley, eu acho, espiou ao virar da esquina. —


Você tem uma mão firme?

— Acho que sim. Por quê?

— Eu e Caroline precisamos de alguém para traçar o plano do


nosso modelo Boeing 707, enquanto nós fazemos codificação. As mãos
de minha mãe não são totalmente firmes.

Beijei Claire em sua bochecha. — Ok.

Segui Ashley em uma grande sala que era pintada de azul clara
com nuvens brancas macias. Lá tinham modelos de aviões em toda
parte, pendurado no teto, em cima caixas de vidro, e de pé sobre a
parede.

— Então, colocar modelos de aviões em conjunto é o seu hobby?


— Sentei-me e comecei a traçar um plano em giz branco. — É isso que
você duas...

— O nosso hobby? — Caroline zombou. — Você está sentado com


duas futuras principais pilotos da nossa nação. É sobre nossa carreira
que estamos falando.

— Sim. — Ashley levantou uma carta de código. — Não há muitas


mulheres nos céus, e eu e minha irmã estamos indo mudar isso.

Olhei para seus gráficos, notando que algumas das equações


foram semelhantes aos que eu tinha usado para construir programas
anteriores; uma grande quantidade deste material não era ensinado até
a faculdade.

Claire tinha me dito que elas eram praticamente gênios quando se


tratava de livros, mas eu nunca tinha conhecido quaisquer adolescentes
que estavam bem versadas em Física.

— Você tem seu próprio avião, Jonathan? — Ashley gravou uma


linha diagonal ao lado do meu papel.

— Eu tenho.

— Que modelo? — Que tipo de motor? — Qual é a capacidade de


passageiros? — É aquele com intervalo sem parar mais de duas mil
milhas?

— Eu não faço ideia...

— O quê! — Ashley traçou em torno da minha asa. — Como isso é


possível? Você comprou um avião e você não fez perguntas sobre
nenhuma destas coisas?

— Eu acho que tenho pessoas para fazer isso por mim... — Eu dei
de ombros. — Se a sua mãe disser que está tudo bem, eu vou levá-las
em uma viagem um dia. Eu tenho um excelente piloto. Tenho certeza
que ele adoraria lhe dar um passeio e responder a todas as suas
perguntas.

Ambas gritaram e gritaram, e então elas ficaram em silêncio de


repente, concentrando-se na tarefa em mãos.

— Sobremesa? — Claire colocou a cabeça pela porta. — Eu fiz


sundae com Oreo e Butterfinger33 triturados.

33
Oreo é uma marca de biscoito recheado da Nabisco, uma divisão do grupo
empresarial estadunidense Kraft Foods. Butterfinger é uma barra de chocolate
criada em 1923 em Illinois, Chicago por Otto Schnering, que atualmente é
fabricado pela Nestlé.
— Ninguém se mexe! — Ashley gritou. — Eu preciso dele para
segurar a asa estável por mais um minuto. Você não pode trazer as
sobremesas aqui, mãe?

— Não, está tudo bem... Eu não quero estragar o carpete novo. —


Claire se retraiu. — Elas vão estar na cozinha quando tiverem
terminado. OK?

As gêmeas murmuraram, — Okay — e mantiveram seus olhos


grudados nos gráficos. Uma vez que concluíram a verificação e
anotaram as medições do meu rastreamento das alas, elas me
despediram com um ―Ok namorado da minha mãe, você pode ir agora.
Nós vamos lá fora para a sobremesa, por fim‖.

Voltei para a cozinha, mas eu não vi Claire. Os sundaes que fizera


estavam colocados em uma pequena bandeja, derretendo lentamente
sobre a mesa, então eu coloquei no freezer.

Eu circulei ao redor da sala e seus corredores recém-terminados,


olhando para ver onde ela estava. Comecei a andar lá em cima, mas eu
ouvi o ranger de um banco de balanço vindo de sua varanda.

— Você está bem, Claire? — Eu pisei fora.

— Sim... Eu esqueci que essa noite ia ser uma noite estrelada. —


Ela apontou para o céu brilhando. — Eu queria olhar para ele antes de
limpar.

Sentei-me e a puxei. — Obrigado pelo jantar hoje à noite. Eu


amei.

— Seja bem vindo. Talvez da próxima vez você possa vir mais cedo
e cozinhar para todos nós em vez disso.

— Você está se referindo ao nosso futuro agora? Tem certeza que


está bem?
Ela riu e se aconchegou contra o meu peito. — Você poderia, por
favor, me dizer o que você quer para o seu aniversário? É neste fim de
semana.

— Nada. Eu nunca o celebrei.

— Por que não?

— Eu apenas nunca comemorei. — Eu precisava ficar fora desse


assunto. Para sempre. — Existe uma razão pela qual as suas filhas têm
iPhones e não sPhones?

— Claro que há. — Ela sorriu. — É porque todo mundo sabe que
iPhones são os melhores.

— Eles são realmente?

— Sim. IPhones são tão elegantes e modernos. Eles fazem tudo o


que os sPhone faz e muito mais. Como de fato, a única razão que eu
tenho um sPhone é porque o CEO insiste em fazer todos os funcionários
terem um. Se não fosse por isso, eu com certeza gostaria de ter um
iPhone. Ele ainda soa melhor do que sPhone.

— Retire o que disse agora ou eu vou demiti-la.

— Eu ainda acho que os comerciais para os iPhones são


melhores. Eu aposto que sua equipe de marketing seria uma alegria de
se trabalhar. Eles me fazem querer trocar meu telefone cada vez que eu
os vejo na TV.

Eu a puxei para o meu colo e estreitei os olhos para ela. — Retire.


O. Que. Disse.

— Me obrigue.

Eu ri e selei meus lábios nos dela. — Eu irei.


Capítulo 21
Jonathan

E u acendo as luzes no meu escritório e congelo:


Havia centenas de bandeiras prata brilhantes
penduradas a partir do teto. Balões azuis e
brancos cobertos em cada polegada do chão, e havia confete com glitter
por toda a minha mobília. Havia até mesmo uma enorme bandeira
amarrada através das janelas que diziam: Feliz aniversário, Jonathan!

— Ângela!

Ela correu para a sala. — Sim, Sr. Statham?

— Quem você deixou entrar no meu escritório? Eu pensei que nós


exaustivamente discutimos as regras. Ninguém está autorizado a entrar
em meu escritório quando eu não estou aqui.

— Ela não aceitaria um não como resposta —, ela sussurrou. —


Ela estava muito firme...

— Quem é ela?

— Senhorita Gracen...

— Hummm. — Eu segurei uma risada. — Ok. Obrigado por me


dizer.

— Você não vai escrever e dizer que já sabe? Ela me ameaçou...

— Eu não escrevi, você pode ver?


— Não... — Ela sorriu. — Os participantes da sua reunião das
oito horas acabaram de chegar. Você quer que eu mande a manutenção
para pegar todos os balões em primeiro lugar?

— Não, eles podem ficar. Mande-os entrar em cinco minutos.

— Sim senhor.

Fui até minha mesa e vi um pequeno bolo branco na forma da


letra J e um envelope prata. Apanhei-o e abri:

Prezado Jonathan,

Eu sei que você disse que você normalmente não faz

qualquer coisa para seu aniversário, mas eu quero celebrá-lo

com você de qualquer maneira. Eu fiz reserva de um horário as

nove no Sierra Mar, e estou ansiosa para vê-lo hoje à noite.

Nós podemos fazer qualquer coisa que você quiser. :-)

Sua,

Claire

Eu coloquei o cartão para baixo e sorri. Sempre que eu disse as


outras mulheres com quem namorei que eu não comemorava meu
aniversário, elas simplesmente disseram ―Ok‖ e me deixavam sozinho.
Não houve balões e bolo surpresa, e nenhum jantar. Não havia ainda
simples cartões.

Então, novamente, eu sempre tive certeza que eu estava fora do


país para impedir que isso acontecesse.

— Eu estou fazendo-os entrar agora, Mr. Statham. — A voz de


Ângela ricocheteou minhas paredes.
Um homem novo em um terno preto entrou pela minha porta,
tentando muito em um ponto passar em torno de todos os balões. —
Bom dia, Sr. Statham.

— Bom dia, Sr. Harris. Onde está o Sr. Fletcher?

— Bem aqui, sr. — Outro jovem entrou logo atrás dele. — É um


prazer vê-lo novamente. Estamos felizes que você concordou em dar
seguimento a isso.

— É uma honra ser destaque. — Eu balancei as mãos e fiz sinal


para que eles pegassem um assento.

Eu andei em torno de minha mesa e me sentei, inclinando-me


para trás quando eles tiraram seus gravadores digitais.

— Como vocês sabem, o Sr. Statham,— disse o Sr. Harris, — Nós


dois somos escritores dos Magazine Tech Next, e estamos aqui para
obter algumas citações pessoais para o nosso programa que vai estrear
no mesmo dia que sua empresa vai abrir capital. Tivemos apenas
algumas que não foram respondidas pela última vez.

— Pergunte à vontade.

— Primeira pergunta: Quando você começou esta empresa, qual


era a sua visão original?

— Eu honestamente não sei como responder a isso. Meu antigo


Professor Titular do Colégio — de repente senti mãos familiares
desabotoando a minha calça por baixo da mesa.

— Sr. Statham?

— Eu sinto muito. — Eu sorri. — Meu ex-professor da faculdade


não me fez delinear um plano para isso. Ele só me queria desenvolvendo
computadores melhores e chegando a novas ideias de software.

— Existem algumas ideias que foram esquecidas nos anos iniciais


e vão ser desenvolvidos no futuro próximo?
Eu tomei uma respiração profunda enquanto minhas calças
estavam sendo puxadas para baixo, quando Claire colocou beijos
suaves ao longo do interior de minhas coxas. — Hum, não. A maioria do
que eu projetei lá trás, já foi desenvolvido, mas há sempre ideias mais
recentes que surgem do nosso modo. E... — Eu senti seus beijos cada
vez mais fortes, mais apaixonados. — Com a tecnologia avançando tão
rápido como vêm ao longo dos últimos cinco anos, nós estamos
procurando lançar mais produtos para o público a cada ano.

Ele balançou a cabeça e olhou para o papel. — Quando o primeiro


computador decolou, quebrando o recorde dos computadores
domésticos mais rápidos, você achou que ia ficar com esses
computadores para sempre?

— Não, e... -— Eu suprimi um gemido. Claire estava passando as


mãos para cima e para baixo no meu pau e eu estava apertando cada
músculo do meu melhor jeito para manter o foco sobre esta entrevista e
não puxar o corpo dela sob a mesa. — Eu nunca quis ficar com
computadores. Na época, eu fiz isso porque os computadores
domésticos eram o que todos pareciam querer, mas eu estava sempre
olhando para frente, querendo saber sobre as possibilidades dos dias
em que os computadores seriam ultrapassados.

— Você está chocado com o quão bem sua empresa tem feito ao
longo dos anos?

— Sim. — Eu respirei enquanto a língua de Claire brincou com a


ponta do meu pau, enquanto ela rodou ao redor. — Estou muito
chocado... — Eu suspirei enquanto ela começou a me levar cada vez
mais fundo em sua boca.

— Você tem palavras de inspiração para aqueles que estão


tentando entrar no mundo do software? Alguns conselhos para aqueles
que sonham em tomar o seu lugar no topo da cadeia de tecnologia um
dia?
Deus, eu amo essa mulher...

— Gostaria de dizer-lhes para trabalhar dez vezes mais do que a


pessoa que mais trabalha. E que há uma grande diferença entre talento
e persistência: É bom ter os dois, mas o último sempre ganha.

— Muito obrigado, Sr. Statham! Acho que temos tudo. — Feliz


aniversário. —Eles chegaram sobre minha mesa e apertaram a minha
mão.

—Muito obrigado. Para cortar essa entrevista curta...

Eu fiquei colado ao meu banco e entreguei-lhes o meu cartão de


visita. — Se você precisar de qualquer outra coisa, sinta-se livre para
me ligar. Certifique-se de que minha secretária dê para vocês um
sPhone azul antes de sair.

Seus olhos se arregalaram e eles praticamente gritaram —


Obrigado — antes de correr para fora do meu escritório.

Disse a Ângela. — Por favor, segure todas as outras reuniões até


que eu diga.

— Sim senhor.

Rolei minha cadeira para trás e puxei Claire debaixo da mesa. Eu


não disse nada; Eu apenas ri quando ela corou vermelho brilhante e
sorriu.

— Eu não posso acreditar que você fez isso... — Levantei-me e


puxei seu corpo perto do meu. — Isso foi muito... inadequado. — Eu
pressionei meus lábios contra os dela e passei os dedos pelos cabelos.

Ela deixou escapar um gemido de sua boca e eu a puxei ainda


mais perto, beijando-a como se fosse a última vez que veríamos um ao
outro.

— Cancele o resto do seu dia —, eu sussurrei.


— Eu não posso...

— Por que não?

— Eu realmente preciso de horas extras... — Ela prendeu a


respiração. — Além disso, é semana de promoção. Todo mundo fica pelo
menos duas horas durante esse tempo. É por isso que a nossa reserva
de jantar é tão tarde. Eu posso tentar as seis e meia ou...

— Eu não penso assim. — Eu peguei meu telefone e liguei para


Ângela. —Você poderia ligar para Harry do Departamento Executivo,
por favor? Obrigado... Olá, Harry. Como você está? Estou ótimo,
obrigado por perguntar. Estou ligando porque eu preciso de você para
mandar um memorando de massa da minha conta. A assinatura de
código de tecla é de oito, um, zero, cinco, um, seis. Certifique-se de que
você bateu sete na tela para que depois eu possa repor o código, uma
vez que o e-mail for enviado... Você está logado e pronto? Ótimo.
Escreva exatamente estas palavras:

Caros funcionários das Indústrias Statham, obrigado por todo seu


trabalho duro ao longo dos anos. A empresa não estaria onde está agora sem
vocês. Para mostrar o quanto eu valorizo isso, quero dizer que, hoje segunda-
feira é dia de folga surpresa. Você ainda vai ser pago por seu turno regular e
você será premiado com um adicional de duas horas de pagamento por dia.
Obrigado por tudo que você faz.

Atenciosamente, Jonathan Statham. — Eu desliguei.

Eu não dei a Claire a chance de reagir. Eu a empurrei contra a


minha mesa e puxei a sua camisa sobre a cabeça.

— Por que você...

— Shhh. — Eu desabotoei as calças. — Eu vou fazer de tudo para


passar mais tempo com você. — Eu deslizei suas calças para o chão e
sorri olhando para as novas calcinhas pretas que ela usava. — Para o
meu aniversário?
Ela assentiu com a cabeça e eu a deitei sobre a mesa,
determinado a beijar cada polegada dela.

— Sr. Statham! — Ângela gritou pelo interfone.

O QUÊ?!

— Sim, Ângela?

— Seu Assessor está na minha mesa. Ele está pedindo para falar
com você sobre esse e-mail que você acabou de enviar.

Eu plantei beijos em todo o estômago de Claire, abafando seus


gemidos com as minhas mãos. — Diga-lhe que estou ocupado.

— Ele diz que vai esperar até que você esteja livre...

Por que as pessoas não podem simplesmente ser foda normal e


aceitar um dia de folga livre? — Eu estarei fora em vinte minutos.

— Hum... Posso ir para casa senhor?

—Sim. — Eu ri. — Vejo você terça-feira, Ângela. — Eu puxei


Claire e joguei-a sobre meu ombro, rindo dela em uma tentativa
lamentável de agir como se ela não estivesse gostando disso.

Levei-a para a minha suíte ao lado e acendi as luzes do banheiro.


— Eu acho que nós vamos relaxar até todo mundo sair. — Eu a
coloquei no chão em frente à jacuzzi e corri minhas mãos sobre as
pernas. — Você é incrível... Você sabia disso?

— Então, você... — Ela me beijou e eu liguei a água, pressionando


a definição ―spa aquecido‖.

Eu soltei o sutiã e deixei-o cair no chão. Então cheguei em torno


de seu pescoço para soltar o encantador colar branco com bandeira
vermelha, mas ela engasgou e defensivamente segurou a mão dela sobre
ele.
Ela se afastou de mim e respirou fundo várias vezes, como se ela
tivesse quase se afogado para encontrar o ar. Ela encostou-se ao balcão
e fechou os olhos.

Vi quando ela tentou se recompor, percebendo que eu nunca


tinha visto ela sem aqueles duas bandeiras de amuleto. Mesmo quando
ela usava um colar mais elegante, esses amuletos estiveram sempre
juntos com eles, era uma parte dela.

Inclinei a cabeça e olhei em seus olhos. — Você realmente tem um


fascínio com bandeiras vermelhas e brancas, não é?

— Não...

Corri meus dedos pelo colar e puxei o amuleto branco. — Elas


significam algo para você, não é?

Ela assentiu com a cabeça.

— Você vai me dizer o que é?

Ela não disse nada, mas eu podia ver uma pitada de dor em seus
olhos, um pequeno caroço subindo pela garganta dela. O olhar em seu
rosto era algo que eu nunca tinha visto nela; era um olhar de completa
vulnerabilidade.

— Sinto muito. Eu não vou tentar tirá-lo de novo... Eu prometo.


— Eu trouxe a sua cabeça perto da minha. — Eu defini o spa aquecido
bom o suficiente para você?

Ela assentiu com a cabeça e sorriu, e parecia que ela tinha


esquecido completamente sobre a minha tentativa de tirar aquele colar.
Ela deslizou sua calcinha para o chão e eu imediatamente a peguei e
coloquei na banheira.

— Eu já volto. — Eu ajustei minhas calças e voltei para o meu


escritório.
Fui até a porta e deixei o meu assessor de confiança no interior.
— Você vai me dizer Feliz Aniversário, Milton? Alguém já te falou sobre
isso.

— Não. — Ele pegou um dos balões e tirou. — É por isso que deu
a cada funcionário dia de folga? Porque é seu aniversário?

— Seria um problema se eu fizesse?

—Preciso lembrá-lo de que cada movimento que fazemos entre


agora e...

— O dia em que for abrir o capital serão cruciais. Não há


nenhuma necessidade de me lembrar. Estou ciente.

— Você está? Porque travar a produção por dois dias úteis não
soa como uma boa decisão que um CEO faria.

— Você acha que eu não sou bem informado? Não é muito


frequentemente que eu recebo elogios de você.

— Eu acho que você está iludido, e se você acha que eu vou


sentar e deixar você arrastar esta empresa para o chão, porque você
quer comer bolo e brincar com balões durante todo o dia, então você
está redondamente enganado. — Ele balançou a cabeça.

— Milton...

— Sua bunda não é a única na linha, Jonathan. Há muito


trabalho em jogo e uma folga aleatória não está contribuindo para obter
tudo feito. Você precisa enviar um e-mail agora mesmo e mandar os
seus funcionários voltarem para suas mesas antes deles...

— Milton — Eu o interrompi. — Vá para casa e aproveite os


malditos dias de folga. Você se preocupa demais. Todo mundo tem sido
forçado sobre as menores coisas e se preocupam com coisas que nem
sequer importam. Nós poderíamos ter todo o uso de uma pausa. No
momento em que todo mundo estiver de volta da folga na terça-feira, o
local de trabalho será muito mais feliz e vamos voltar a estar focado no
IPO. Confie em mim.

— Tudo bem... — Ele suspirou e abriu a minha porta. —


Aproveite o seu aniversário.

— Obrigado. Eu irei.

Eu desliguei meu computador e desliguei todas as luzes. Eu


tranquei a porta que ligava meu escritório a minha suíte de estar e
voltei para o banheiro.

Claire estava ocupada brincando com o controle remoto,


transformando o volume em uma música instrumental lenta.

Eu rapidamente me despi e deslizei para dentro da banheira


quente, estendendo a mão para ela. — Venha aqui.

— Eu prefiro este canto.

Revirei os olhos e mudei-me para o lado dela, passando os braços


em volta dela. — Eu quase pensei que o meu assessor de confiança era
mais difícil do que você é. Como eu estava errado...

— Tanto faz. — Ela riu. — Adivinha quem eu encontrei ontem?

— Quem?

—Sr. Henderson... Ele teve outra promoção. Aparentemente, ele


vai trabalhar no gabinete de assuntos especiais em nosso outro campus
em toda a cidade. Você sabe alguma coisa sobre isso?

Sim... — Não, mas isso é muito interessante.

— É isso?

— É isso.

Ela suspirou. — Admita. Agora.

— Admitir o que?
— Que você é ridiculamente ciumento...

— Você já sabe disso.

— E que você lhe deu uma segunda promoção, porque você não o
quer perto de mim.

Revirei os olhos. — Eu dei-lhe uma segunda promoção porque eu


olhei através de seu arquivo e vi que ele realmente se candidatou para a
mesma posição sênior durante cinco anos e tinha sido recusado. Eu
dei-lhe uma promoção porque ele tem um registro de revisão estelar e
merecia ser reconhecido. Ele dar em cima de você novamente foi apenas
o catalisador que me fez promovê-lo mais rápido.

— Você está indo promover todo o homem que flertar comigo?

— Não. Eu vou demitir quem fizer isso na próxima vez.

Parecia que ela estava prestes a entrar em uma de suas ―Eu só


não entendo as suas decisões‖, mas, em seguida, seu rosto se suavizou
e ela explodiu em gargalhadas.

Peguei uma bucha flutuante e escovei contra o pescoço dela. — E


o meu jantar de aniversário esta noite é inegociável, mesmo que eu não
queira ir?

— Sim.

— Tudo bem. — Eu suspirei. — Devo assumir que você usou seu


cartão de crédito para segurar a reserva?

— De quem mais do eu usaria?

— Você poderia ter pedido o meu. Eu confio em você... E eu confio


que você sabe melhor do que realmente pagar o jantar.

— É seu aniversário, Jonathan. Isso é o que acontece quando


você faz aniversário.
— Você nunca tem que pagar por nada. — Eu beijei seu ombro. —
Nunca.

Teria a certeza que o jantar de hoje à noite no Sierra Mar seria


colocado em meu cartão antes de entramos no interior.

O restaurante era situado no alto em uma barragem de


penhascos que davam para o Oceano Pacífico; As suas janelas
panorâmicas revelavam toda a linha da costa da Califórnia.

A garçonete nos levou a uma sala cheia de mesas brancas e indo


para uma sala privada que apareceu sentar-nos entre as nuvens.

Meus olhos imediatamente se desviaram para uma mesa com dois


presentes reluzentes, para a mulher que estava sentada ao lado deles.

Hayley?! Não podia ser...

Minha irmã quase nunca vinha a San Francisco, mesmo quando


eu implorei a ela por isso. Eu sempre tinha que ir vê-la em Memphis, ou
em alguma outra cidade na costa leste. Ela alegava que ela não poderia
estar ―no ar‖ da Costa Oeste e prometeu nunca mais até que ela
começasse a trabalhar para mim.

Eu parei de andar e olhei para Claire. Minha voz era um


sussurro. — Você convenceu Hayley para vir aqui?

— Será que não está bem? Me desculpe se eu me excedi...

— Está mais do que bem... — Eu estava completamente chocado.


Nada na vida me surpreendia.

— John! — Hayley levantou-se assim que seus olhos encontraram


os meus. — Feliz aniversário!

— Obrigado. — Eu a abracei. — Eu pensei que você não viria aqui


até a promoção.
Ela olhou para Claire e riu. — Eu não disse isso! Sente-se, sente-
se. Eu já pedi para o dois desde que você está trinta minutos atrasado.
Tráfego?

Não, sexo... — Sim...

Ela encolheu os ombros. — Ah, bem. Claire é maravilhosa para


finalmente colocar um rosto ao nome. Como foi seu...

Eu olhei para fora. Eu não podia acreditar que Claire tinha


conseguido que a minha irmã viesse à cidade. Eu ainda não podia
acreditar que ela tinha decorado o meu escritório mais cedo ou
organizado um jantar surpresa. Ninguém nunca tinha feito nada disso
para mim, e eu estava tentando determinar se era real ou não.

Eu ouvi a minha irmã me fazendo perguntas quando os pratos


para o jantar foram servidos, mas tudo que eu podia fazer era olhar
para Claire e sorri quando ela jogou seu olhar verde sexy de volta para
mim. Eu pensei sobre o quanto ela tinha me empurrado no início, como
ela ainda tinha partes de si mesma que eram fechadas completamente...
Fora dos limites. Eu estava ficando perto dela agora e ela sabia disso,
mas ela não estava me afastando tanto, ela estava puxando-se mais
perto.

— Você está indo para soprar as velas ou você vai esperar até que
seu bolo pegue fogo? Hayley balançou meu ombro. — Olá!

— O quê? — Eu saí dos meus pensamentos e notei que havia três


cupcakes colocados em minha frente.

Havia uma mensagem ―Para Jonathan, de Claire‖, assinada no


chocolate derramado no lado do seu prato.

Sorrindo, eu soprei as estrelinhas e olhei para Claire novamente.


— Eu não sabia que eles serviam bolo aqui...
— Eles não fazem —, disse ela. — Mas quando você lhes disser
que o seu encontro é com Jonathan Statham eles vão fazer o que você
quiser.

— É assim mesmo?

Ela sorriu. — Será que vocês dois, por favor, me desculpem por
um minuto? Preciso atender esta chamada.

— Claro. — Levantei-me e ajudei-a a sair da cadeira, dando-lhe


um beijo rápido antes que ela saísse, com seu jeito sexy.

— Desde quando você comemora seu aniversário? — Hayley


cruzou os braços uma vez Claire estava fora do alcance da voz. — Eu
preciso comprar-lhe um presente também?

— Não. — Eu ri. — Ela me fez fazer isso. O que fez você vir
durante o semestre?

— Sua namorada é muito, muito persuasiva. Ela me fez voar


ontem. Ela é uma advogada ou algo?

— Não, ela trabalha comigo na empresa... Você falou com o pai


ultimamente?

— Infelizmente... Ele foi enviado para a solitária novamente na


semana passada por contrabando... Vai ser uns ásperos seis anos para
ele. Você tem conversado com a mãe?

— Novo emprego. Docas Leste do mar. Cinco meses de pós-


reabilitação. Sessões de terapia decente.

— Notável... Talvez pela décima terceira vez realmente é o charme.

Eu peguei meu copo de vinho. — Nós veremos.

— Você deve realmente gostar de Claire, hein?

— O que te faz dizer isso?


— Bom um, vocês dois não podem tirar os olhos um do outro por
mais de cinco segundos. E isso é realmente muito repugnante. Você
também não tem me ligado para me checar em três semanas.
Considerando que você geralmente me procura todos os dias...

— Tenho verificado você. Eu mandei uma mensagem...

— Não, Greg me mandou uma mensagem. — Ela riu. — Está tudo


bem. É bom não ter que relatar ao meu irmão mais velho super-protetor
quaisquer mudanças.

— Não se acostume com isso.

— Confie em mim, eu não vou. — Ela olhou para o relógio. — Eu


vou agora. Traga Claire para Memphis. No verão está bem? Meu torneio
de Scrabble vai ser na última semana de agosto. Há sempre um festival
de blues acontecendo, se você quiser vir algum outro momento.

— Você está indo? Agora? Você acabou de chegar aqui!

— Sim... Você claramente não estava prestando atenção a


qualquer coisa que eu disse durante o jantar, você estava? — Ela
sacudiu sua cabeça. — Eu ficava perguntando-lhe duas vezes a mesma
coisa e vocês só ficavam olhando um para o outro e sorrindo. Vocês
acham que eu quero ficar por mais um segundo nessa merda?

— Estou tão...

— Está tudo bem. Greg está lá fora esperando para me levar para
o aeroporto porque o meu irmão está muito apaixonado para me dar
qualquer atenção no momento.

Revirei os olhos e a ajudei a sair de sua cadeira. — Tenha um voo


seguro. Muito obrigado por ter vindo.

— Eu irei. Eu te amo.

— Eu também te amo. — Eu dei-lhe um abraço e vi quando ela


saiu da sala.
Percebi que Claire tinha ido embora há muito tempo e me
levantei. Eu comecei a andar em direção ao banheiro, mas eu a vi
andando em minha direção.

— Onde está Hayley? — Ela perguntou.

— Ela estava ficando doente de nós olhando um para o outro,


aparentemente. Você está bem?

— É... É que... Ashley e Caroline estão me deixando louca sobre


conduzir novamente seu carro compartilhado... Elas me chamaram três
vezes para perguntar sobre estar deixando uma delas dirigir meu carro
hoje à noite.

— Você disse que não?

—É claro que eu disse que não. Elas precisam ficar juntas e


compartilhar o que elas têm.

— Tudo bem... Você está pronta para ir?

— Depois de abrir seus presentes. Vamos fazer isso primeiro e


então...

— Eu quero abri-los em casa.

Eu coloquei os dois presentes, uma caixa retangular vermelha


bonita, e uma caixa prata em frente a lareira, esperando por Claire para
sentar-se ao meu lado.

— Qual deles devo abrir primeiro? — Perguntei.

— O prata...

— Ok. — Eu tomei meu tempo desenrolando, desdobrando cada


ponta e gentilmente afastando cada tira de fita. Eu coloquei cada folha
rasgada em uma pilha limpa e prendi todos os pedaços de fita juntos.
— Por que está demorando tanto? — Ela riu. — Você precisa de
ajuda para desembrulhar? Você está agindo como se você nunca tivesse
recebido um presente de aniversário antes.

—Eu nunca recebi.

Seus olhos se arregalaram e seu rosto empalideceu. — Me


desculpe... Eu estava apenas brincando. Eu não...

Eu a puxei para perto. — Você não sabia. Está tudo bem. — Eu


tirei o último pedaço de papel fora e virei a caixa. Tirei a tampa e
respirei uma vez que eu vi o que era.

— Eu não tinha certeza do que dar para você desde que você
parece já ter tudo —, disse ela enquanto ela puxava o mar de ouro
enganchado fora da caixa. — Desde que você ama tanto iates, eu
percebi que eu poderia te dar estes... Eles dizem que são ganchos do
mar...

Eu sabia exatamente o que significava ganchos do mar,


exatamente o que eles representavam. Para alguém que não sabia de
iates, eles eram simplesmente enormes ganchos de metal dourados em
forma de uma âncora, mas eu sabia melhor. Cada homem que possuía
um iate tinha um conjunto de ganchos do mar solto, e sempre que ele
estava vendo alguém que amava, alguém que ele não poderia viver sem,
ele deveria personalizá-los e soldá-los na âncora real do navio. Eles
eram um símbolo de longevidade, uma maneira de dizer ―Eu quero ficar
com você‖.

Olhei para eles e notei que ela já tinha lhes personalizado: Seu
nome foi gravado juntamente com as bordas em cursiva e meu nome
estava gravado na parte inferior.

Eu não sabia o que dizer, então eu simplesmente abri o outro


presente, muito mais rápido desta vez.
Eu ri quando eu rasguei a última folha de papel fora. — Eu não
sabia que eles fizeram uma versão Harry Potter de Monopoly...

— Eles não fizeram... — Ela pegou a caixa das minhas mãos. —


Eu fiz algum trabalho bastante intenso para os irmãos Parker há anos
atrás e eles me deviam uma, por isso, pedi-lhes para fazer esse tipo de
jogo apenas para você. Eu sei que nenhum desses presentes é um carro
novo ou a...

Inclinei-me e pressionei meus lábios contra os dela, passando os


braços em torno dela com força, não querendo deixá-la ir. Puxei-a para
baixo, para o tapete e corri minhas mãos sobre seus quadris, ainda
explorando sua boca com a minha, dizendo com a língua e com beijos
tudo que eu não poderia dizer com palavras.

— Muito obrigado —, eu sussurrei uma vez que eu tive que tomar


um fôlego. — Tudo o que você fez hoje foi muito para mim... Eu nunca
tinha tido uma festa de aniversário, presentes de aniversário, nada.
Meus pais verdadeiros nunca deram a mínima para aniversários e meus
pais adotivos só me deram um presente no Natal, e era geralmente um
dispositivo eletrônico usado ou um livro. Depois de crescer tanto tempo
sem um aniversário, eu nunca vi uma razão na celebração.

Eu lentamente a deixei ir e enfiei a mão no meu bolso de trás. —


Eu comprei algo para você também. — Entreguei lhe uma pequena
caixa de joias.

— Este não é um anel de noivado é? — Ela empalideceu. — Eu


não posso aceitar ou concordar que...

— O quê? — Sentei-me e ri. — Não. Eu acho que eu conheço você


muito melhor do que isso. Abra-o.

— Pode esperar até amanhã? É seu aniversário e eu não quero


que...

— Abra. A. Caixa.
— Mas

— Agora.

Ela soltou um suspiro exasperado. — Eu realmente não quero...


Capítulo 22
Claire

— A bra a droga da caixa, Claire. — Sua voz era

severa. — Eu não me sinto bem ameaçando você no meu aniversário.

— Você está reconhecendo que é seu aniversário agora?

— Cinco segundos.

— Não.

— Não? — Ele levantou a sobrancelha.

— Você é um papagaio? — Joguei a caixa de volta para ele. —


Você me ouviu.

Ele estreitou os olhos e estendeu a mão para me pegar, mas eu


pulei e dei um passo para trás. Ele se levantou com facilidade e sorriu
seu sorriso perverso. — Você sempre tem que fazer as coisas da
maneira mais difícil, não é mesmo? — Ele pulou na minha direção, mas
eu escapuli.

Eu corri para fora da sala com ele nos meus calcanhares,


correndo para baixo na grande escadaria. Eu corri através dos
corredores duplos, além da sala de estar, e para me esconder na copa
de dois cômodos esperando na cozinha.
Antes que eu pudesse deslizar para dentro, eu me senti sendo
levantada no ar e jogada por cima do ombro.

— Da próxima vez eu não vou dar-lhe uma vantagem. — Ele deu


uma tapa de brincadeira minha bunda. Ele me levou para fora no deck
da piscina e me pôs em uma espreguiçadeira de pelúcia. Ele enfiou a
mão no bolso e entregou-me a caixa do anel novamente. — Agora.

Eu suspirei. Virei à caixa aberta e vi uma folha de papel dobrada


colocada na ranhura para anel. — Uma nota?

— Leia.

Eu desdobrei e limpei minha garganta.

— Prezada Sra. Gracen, em nome da Empresa Vintage empréstimo


consolidado, estamos escrevendo para informá-la que o saldo em sua
hipoteca pendente e contas de empréstimo está oficialmente zerada.
Estamos anexando o histórico de pagamentos que foram recentemente...

Eu parei de ler em voz alta e li o resto para mim mesma.

Senti lágrimas se formando nos cantos dos meus olhos. — Você


pagou minha casa? E os meus empréstimos estudantis? —, Eu senti
que eu precisava dizer isso em voz alta para confirmá-lo.

— Eu deveria ter feito isso antes —, disse ele em voz baixa.

— Eu... — Eu fiquei sem palavras. — Muito obrigada... Eu não sei


mesmo se eu posso acreditar que você...

— Agora você não precisa trabalhar horas extras e você pode


gastar todo o seu tempo extra comigo. Este é um presente mais para
mim do que para você. — Ele sorriu. — Não é muito melhor do que uma
proposta?

Eu ri e deixei cair algumas lágrimas. — Muito obrigada...


— Você é mais que bem-vinda, mas a próxima vez que eu lhe der
um presente e você sequer pensar em não abrir quando eu lhe disser...

Eu pressionei meus lábios contra os dele e mordi a língua. — Se


você cumpriu o seu ―Eu devo dizer a Claire que a ‗quota‘ do que ela
disse para o dia está encerrada‖, eu gostaria de terminar seu
aniversário corretamente. E por corretamente, eu quero dizer porra
colocar você contra esta cadeira até que você não possa mais andar...

Eu deslizei um par de máscaras sobre meus olhos e coloquei um


cobertor amarelo fofo. Eu segurei meu e-reader em frente do meu rosto
e continuei a ler através de um dos meus livros favoritos ―Fahrenheit-
451‖.

Quando eu acordei esta manhã, exausta de tudo que Jonathan e


eu tínhamos feito na noite passada, ele sugeriu que tivéssemos um café
da manhã de piquenique no parque. Pensei que estávamos indo para
cozinhar os alimentos nós mesmos e trazê-lo junto, mas nós dirigimos
para o parque.

Logo após chegou, bandejas de waffles belgas, morangos


orgânicos, bacon, ovos, torradas e foram entregues a partir de um
restaurante exclusivo.

— Você está pensando em ler todos os dias? — Ele beijou minha


bochecha.

— Isso será um problema?

— Não até esta noite. — Ele deitou-se ao meu lado e pegou o e-e-
reader das minhas mãos. — Você não falou muito comigo durante toda
a manhã. Você está bem?

Por que ele é tão bom em perceber coisas assim? — Estou bem.

Ele rolou em cima de mim e me olhou nos olhos. — A verdade...


Eu gostaria de poder dizer-lhe... — Nada há de errado... Eu estive
pensando ultimamente e tudo bem... Eu honestamente gosto muito de
você, e eu sei que você disse que eu não deveria me preocupar com... —
Eu suspirei. — Posso te perguntar algo?

— O que você quiser.

— Por que você quis ir tanto a um encontro comigo depois que já


tínhamos tido relações sexuais?

Ele arqueou as sobrancelhas. — O que você quer dizer?

— Você ficava me pedindo para sair todos os dias e eu continuei


negando... Gostaria de pensar que um homem prefere aceitar ―não-
amarras‖ e apenas sexo em vez de tentar perseguir...

— Eu gostei de você desde o primeiro dia que te vi. Eu pensei que


você era a mulher mais linda que eu já tinha visto... E ainda é... Havia
algo sobre você que eu não consegui esquecer. Quando me deparei com
você no supermercado e no trabalho, para não mencionar depois que eu
pensei que você disse que sim, eu decidi que não aceitaria um não como
resposta. O sexo foi excepcional, mas eu queria conhecê-la melhor.

— Mas você poderia ter conseguido qualquer uma.

— Eu queria você. — Ele beijou meus lábios.

— Por quê? Você mal me conhecia naquela época. Você...

— Você escorrega para esse lado inseguro, muitas vezes?

Uma ou duas vezes por semana, seria muitas vezes? — Por quê?

— Porque se você fizer isso, eu estou claramente não fazendo o


meu trabalho, e eu preciso fazer mais para você entender o quanto eu
me importo com você, e o quanto eu estou disposto a fazer qualquer
coisa para te fazer feliz.
Meu coração acelerou. — Não, eu não estou duvidando que você
se importe. Eu só quero estar totalmente preparada para quando você
finalmente acordar e perceber que você e eu não somos...

— Pare com isso. — Ele segurou meu rosto entre as mãos. Ele
pressionou a testa contra a minha e sussurrou.

— Eu não estou indo a lugar nenhum. Nunca. De fato, você vai


me deixar antes de eu sair de você.

— Jona...

— Sinto muito que você se sente assim com tanta frequência. Eu


vou me esforçar. — Ele me beijou e passou os dedos pelo meu cabelo. —
Você tem quaisquer planos para hoje?

— Não... Eu limpei todo o meu fim de semana para o seu


aniversário.

Ele sorriu. — Nesse caso, eu quero levá-la a um lugar. — Ele


rolou de cima de mim e me puxou para os meus pés. — Vamos.

Eu estava sentada no banco de trás do carro e saindo da cidade


usando uma venda preta sobre os olhos. Eu não podia ver nada além de
escuridão, e cada vez que eu tentei dar uma olhada, Jonathan brincava
batendo na minha mão.

Estávamos andando por pelo menos por uma hora e eu estava


ficando ansiosa e animada. Eu sabia que onde quer que ele estivesse
me levando ia ser incrível.

— Sr. Statham, esta perto o suficiente? — Greg perguntou


quando o carro foi ficando mais lento.

— Isto é perfeito. Obrigado. — Ele fez com que a venda ficasse


ainda mais apertada e me ajudou a sair do carro. Ele agarrou minha
mão e nós demos vários passos para os ventos soprando forte.
— Nós estamos aqui... —, disse ele. — Bem, quase. Nós ainda
temos mais duas horas a percorrer antes de chegar lá.

— Outras duas horas? Por que saímos do carro?

Ele riu e me levantou para o que parecia ser uma pilha pequena
de degraus. Então eu o senti segurando ambas as minhas mãos.

— Você está pronta? — Perguntou.

Eu balancei a cabeça animadamente e ele moveu lentamente a


venda dos meus olhos.

Meu coração caiu assim que eu vi o que era a ―surpresa‖. Eu


tentei me manter calma, mas não teve jeito.

Seu grande avião privado estava de pé a um par de quilômetros


de distância: Era um Jet Citation Sovereign branco com capacidade de
para nove pessoas, três mil milhas de quilometragem sem parar, e
facilmente valia dezoito milhões.

Eu sabia disso porque minhas meninas tinham construído esse


modelo específico mais e mais, porque elas jorravam sobre como era o
top de linha no curso do voo executivo.

Eu vi o piloto descer para nós acenando da cabine, e de repente


eu perdi a capacidade de respirar.

Agarrei o amuleto das bandeiras no meu colar e meus joelhos se


dobraram debaixo de mim.

— Claire? — Jonathan me ajudou a não cair. — Claire, o que está


errado? Por que você está tremendo? — Ele apertou a minha mão, mas
eu o afastei e fechei os olhos.

Eu tentei pensar em algo feliz, algo positivo, mas as imagens


começaram a piscar através da minha mente, me fazendo lembrar todas
as coisas que eu desejava poder esquecer: As histórias do jornal, a
cobertura da mídia sem fim, as fotos, o local do acidente. O rosto da
minha irmã gêmea.

Meu coração estava batendo rápido e tão alto que eu podia ouvi-lo
sobre Jonathan perguntando o que diabos estava acontecendo e
chamando por socorro.

Eu tentei me convencer de que este era apenas mais um pesadelo,


outro sonho que eu acordaria a qualquer segundo. Mas quando eu me
engasguei por ar, enquanto eu tentava descer os degraus e voltar para o
carro, eu senti meu corpo bater no concreto e tudo ficou escuro.

Pisquei os olhos abertos e percebi que estava deitada na cama em


casa. O relógio na parede e o meu relógio marcavam o mesmo e minhas
janelas foram destrancadas e abertas, deixando entrar a brisa quente
de primavera.

Virei à cabeça para a direita e vi Jonathan me olhando


curiosamente, segurando uma bolsa de gelo contra meu ombro. Eu
tentei lhe dar um sorriso seguro, mas cada músculo do meu corpo
estava fraco.

— O que aconteceu? — Eu resmunguei.

— Você teve um ataque de pânico. — Ele colocou o bloco de gelo


para baixo e acariciou minha bochecha. —Você desmaiou e caiu fora da
plataforma.

— Oh... — Eu tentei rolar os olhos para que eu não tivesse que


ver a preocupação em seus olhos, mas eu não podia sentir o meu pé
esquerdo. Olhei para baixo e vi que ele estava colocado em uma pilha de
travesseiros, descansando debaixo de dois sacos de gelo.

— Você torceu o tornozelo... Você vai precisar tomar esses a cada


quatro horas. — Ele apontou para o remédio na minha cabeceira e se
aproximou. — Você tem medo de aviões?

Eu balancei minha cabeça e senti lágrimas nos meus olhos.


Ele enfiou a mão atrás dos meus travesseiros e me ajudou a
sentar. — Fale comigo, Claire...

— Estou além de assustada, estou apavorada... tanto medo que


eu estou com medo de pegar minhas próprias filhas no aeroporto...

— Por quê?

Eu suspirei. Cheguei ao meu pescoço e senti os dois amuletos de


bandeira, me certificando que eles estavam certos onde eles deveriam
estar.

— Eu já lhe disse que existem vários gêmeos idênticos em minha


família? É a coisa mais estranha, quase todas as mulher em minha
família tem um par de gêmeos... eu chorei nos primeiros três meses
após a Ashley e Caroline terem nascido porque eu finalmente soube o
que era a sensação de ser mãe, e eu não conseguia entender como
minha mãe se sentia quando perdeu minha irmã.

Ele segurou minha mão e acariciou com as pontas dos dedos.

— Nós tínhamos apenas dezoito anos... Nós tínhamos sido


inseparáveis toda a nossa vida... Onde quer que eu fosse, ela ia. Não
havia perguntas, e nós gostávamos dessa forma ... Estávamos indo para
a mesma faculdade. Eu estava indo para prosseguir atuando e ela
estava indo para prosseguir em artes. Ela era naturalmente boa em
desenho e concepção das coisas...

— Nós deveríamos estar no mesmo voo. Pittsburgh para Carolina


do Norte... Nós íamos fazer uma visita no início do verão na faculdade
para que pudéssemos verificar os dormitórios antes que enviássemos
as nossas solicitações...

Seu rosto passou diante dos meus olhos e eu não tentei enxugar
minhas lágrimas. Eu dizia a história, lembrando a cada segundo como
se fosse ontem: — Nós estávamos as duas sentadas no portão e o
agente veio pelo interfone e disse: ―Precisamos de algumas pessoas para
abandonar os seus lugares e pegar o voo mais tarde‖.

Nenhuma de nós se moveu porque pensamos que as pessoas do


treinador não tivesse uma escolha. Mas o agente manteve-se dizendo
repetidamente, ―Precisamos de alguns passageiros mais dispostos. Nós
vamos dar-lhe um voo livre. Bem dar-lhe uma atualização de primeira
classe‖. — Então, eu virei para ela e eu disse: 'Vamos perguntar se
podemos mudar os voos. Nós podemos até mesmo levá-los a nos deixar
usar seu telefone e ligar para a mãe para dizer a ela que vamos chegar
mais tarde.

Ela disse: — Não. Você está sempre me dizendo o que fazer,


Claire. Eu vou ficar neste voo. Lide com isso. Nós tínhamos estado... —
Fiz uma pausa. — Nós estávamos discutindo o dia todo. Eu jurei que
ela tinha roubado minha bolsa roxa favorita, ela jurou que ela não
tinha. Eu estava frustrada e irritada, então eu disse a ela que eu não
queria me sentar com ela, que eu esperava que ela se perdesse para
sempre assim que seu avião pousasse. Levantei-me e mudei meu
bilhete, o agente do portão me agradeceu, e foi ai que ... Ela e eu
dividimos um saco de pipoca antes da hora dela ir ... E então eu disse a
ela... Adeus...

Limpei a garganta e funguei. — Foi uma hora mais tarde, quando


eu estava no meu avião que eles estavam ordenando a todos nós para
sair... Ninguém tinha telefones celulares na época, então eu não sabia o
que estava acontecendo. Eu apenas pensei que estávamos com
comutação nos aviões ou que nosso voo tinha sido adiado... — Quando
eu finalmente tive a chance de usar o telefone público, liguei para
minha mãe e ela estava gritando. Ela estava dizendo ―Graças a Deus
você está viva! Graças a Deus que você não estava naquele avião!‖ — Eu
perguntei o que ela estava falando e ela disse que o avião que fomos
agendadas para estarmos colidiu com uma pequena cidade a trinta
minutos de voo... E que as equipes de emergência já estavam relatando
o que houve...
Minha voz falhou. — Não houve sobreviventes...

— Ela disse: 'Eu estou tão feliz! Eu pensei que tinha perdido vocês
duas! Deixe-me falar com sua irmã... — Lágrimas mais pesadas caíam
pelo meu rosto e minha garganta ficou seca. — Eu tive que dizer a ela
que nós não ficamos juntas como ela nos disse também... Que eu não a
fiz mudar de voo como eu deveria ter e...

Ele me puxou para perto e limpou minhas lágrimas com sua


camisa. — Eu sinto muito...

— Foram seis meses depois para que eu pudesse entrar em nosso


quarto... — Eu puxei meu colar novamente. — Eu fui através de todas
as coisas dela, abraçando tudo o que possuía... E então eu encontrei
esta caixa bonita branca sob sua cama com o meu nome e as palavras
―você escolhe primeiro nela‖. Dentro havia duas pulseiras feitas com um
amuleto de bandeira. Uma delas era vermelha e uma era branca... E
elas um... Quando você as colocava juntas, elas liam ―Sempre juntas,
Irmãs para sempre‖ na parte de trás... Achei que dez ou vinte anos
fossem tempo suficiente, mas ainda desencadeia aqui ou ali e... Eu
nunca vou superar isso...

Ele passou os braços em volta de mim e beijou minha testa. Ele


me segurou até que eu parei de tremer, até que eu era capaz de dizer
frases sem soluços as quebrando.

— Você sabe o que a companhia lhe dá quando seu membro da


família morre em um acidente de avião?— O senti limpando mais de
minhas lágrimas.

Ele balançou a cabeça.

— Nada...

— Não houve uma ação judicial?

— Havia... — Eu suspirei. — Mas isso não a trouxe de volta então


isso não importa... Faz-me ser uma mãe má quando eu digo que eu
odeio que minhas filhas queiram ser pilotos? Eu absolutamente odeio
isso.

— Não... — Ele alisou meu cabelo. — Será que elas sabem sobre a
sua irmã?

— Eles sabem que ela morreu em um acidente de avião... Elas


não sabem que foi minha culpa.

— Não foi sua culpa. Você não sabia que ia falhar.

— Diz o homem que salvou sua irmã de um trailer em chamas...


Foi definitivamente minha culpa e eu...

— Não foi culpa sua, Claire. — Ele me puxou para perto de seu
peito. — Você não pode se culpar por tudo que dá errado na vida... Qual
era o nome da sua irmã?

— Caroline... Caroline Ashley Gracen.

— É um nome muito bonito... — Ele colocou uma mecha de


cabelo atrás da minha orelha e beijou meu rosto.

Eu queria dizer mais, para dizer-lhe como Caroline realmente


odiava o seu nome, mas eu fechei os olhos e cedi ao sono muito
necessário.
Capítulo 23
Claire

— S ua dança está ficando melhor. — Jonathan sorriu

ao me girar ao redor pista de dança do iate.

— Você ainda é questionável.

— É porque eu tenho uma péssima professora. — Ele riu e me


puxou para os seus braços. — Você ainda está em pensando sobre ser
meu par para o baile IPO?

Eu balancei a cabeça. Eu sabia que ele queria que eu fosse com


ele; ele estava fazendo esse fato muito claro durante toda a semana. No
entanto, ainda demoraria e eu estava nervosa sobre como trazer o nosso
relacionamento a público.

Parecia que éramos as únicas pessoas na empresa que estavam


aproveitando a invisível política de confraternização, e eu sabia que
meus colegas de trabalho teria algo negativo a dizer sobre isso.

— Eu vou dar-lhe até o final da semana para dizer sim. — Ele me


mergulhou baixo para o chão. — Eu não estou indo com mais ninguém.

— Você sempre pode ir sozinho...


Ele revirou os olhos e me puxou de volta. — Deixe-me saber
quando você quer Greg para levá-la para comprar um vestido. — Ele
tirou uma mecha de cabelo do meu rosto. — Eu sempre levo um
empregado em um encontro ou em funções sociais da empresa.
Ninguém vai suspeitar de nada.

— Então, você não vai tocar ou beijar-me enquanto estivermos na


festa?

— Eu não posso prometer isso. — Ele inclinou meu queixo para


cima e roçou seus lábios contra os meus. —Você sabe que eu não me
importo com quem está assistindo. — Ele traçou meus lábios com a
língua e teve a minha boca aberta, mas depois ele parou.

— Onde está a piscina? — Ele disse que tinha uma piscina. Talvez
ele mentisse sobre isso só para virmos. — Como devemos vangloriar
para o resto do pelotão sobre estar em um iate de luxo se não tem uma
piscina?

Ele riu e deu um passo para trás quando Ashley e Caroline


viraram a esquina, olhando para nós.

Ashley respirou um dos seus suspiros mais dramáticos. — Você


nos disse que havia uma piscina, Jonathan. Nós trouxemos nossos
biquínis e nossas câmeras, mas não há piscina.

— Eu vou lhe mostrar onde ela está. — Ele agarrou minha mão e
fez um gesto para que elas nos seguissem. Ele nos levou até duas
escadas e dentro de uma sala enorme com paredes que estavam
cobertas de vidro fosco. Ele acendeu as luzes e então ele puxou
centenas de painéis cinza escuro no chão da tomada de alavanca,
deslizando aberto para revelar uma clara piscina azul.

— Ugh! Como é que ele espera que a gente encontre isso? —


Caroline sacudiu a cabeça.
Ela e Ashley imediatamente jogaram fora suas toalhas e
deslizaram para dentro da piscina, rindo sobre as muitas maneiras que
planejavam fazer seus amigos ciumentos.

— Gostaria de terminar a sua lição de dança agora? — Ele


sussurrou.

— Eu não posso usar a piscina?

— Não, há outra lá embaixo... — Ele colocou o braço em volta da


minha cintura. — Você pode usá-la depois que nós terminamos.

— Dançando?

— Você pode chamar do que quiser...

Eu não poderia entrar na noite das meninas... Não esta noite.

Tudo o que eu conseguia pensar era Jonathan me beijando, ele


me segurando, e ele fazendo amor comigo.

Desde que ele tinha dito ―Eu vou me esforçar‖, ele tinha levado as
coisas para outro nível: Ele veio nas noites da semana e saia comigo e
minhas filhas, jogava Monopoly, as ajudava com seus modelos de
aviões, e até mesmo cozinhava para nós, às vezes. Nos fins de semana,
ele nos levava a dias completos no mar, trazendo uma equipe de
cozinheiros que preparava o que queríamos. Ele insistiu em me pegar
para trabalhar no período da manhã, e ele mesmo tinha conseguido
para que eu almoçasse com ele todas as tardes.

As flores que ele tinha entregue em uma base diária agora incluía
pequenos chocolates e notas pequenas doces que me fazia corar. E o
sexo entre nós, embora ele sempre tivesse sido incrivelmente
alucinante, estava se tornando muito mais apaixonado e intenso.

Hoje à noite, ele estava fora em alguma conferência em LA e eu


estava realmente sentindo falta dele, e estava com muito medo de
reconhecer o raciocínio exato por trás disso.
— Alguns homens realmente precisam ter uma aula sobre a
maneira correta para agradar uma mulher. — Helen pousou o copo . —
É tão triste quando eles não sabem como. Estes últimos homens
obrigaram-me a investir em uma marca de vibrador nova. Estou
pensando em começar meu próprio site e dando dicas livres.

Eu suspirei. — Você mantem o controle de quantos homens você


já esteve, ou isso é completamente inútil agora?

— Eu parei de contar aos trinta.

— Trinta?

— Ou era quarenta? — Ela encolheu os ombros. — Os homens


fazem isso o tempo todo. Eu não quero nunca mais me casar, então por
que não?

— Você nunca quer sossegar e...

— Estar com um homem para o resto da minha vida? Não. Eu


aprendi com o fracasso dos meus pais e todos os casamentos dos meus
amigos. Sem ofensa.

— Nenhum problema.

— Puma34 como está indo o romance?

— Eu não sou uma puma... — Eu balancei minha cabeça. — E


não é um romance. É só... namoro.

— Namoro Exclusivo? — Ela riu.

— Sim... Onde está Sandra?

— Ela não está vindo, algo sobre um encontro de última hora com
aquele médico quente que você estava?

— Oh! Bem, bom para ela. Fico feliz que eles ainda estão saindo.

34
Gíria para mulheres que se relacionam com homens mais novos.
— Ela disse que ele é um animal na cama. Eu não posso acreditar
que você o passou! Em seguida, novamente... — Ela sorriu.

— Esqueça.

Eu coloquei a minha bebida para baixo. — O que acontecerá


quando eu e Jonathan não funcionar?

— O quê?

Eu decidi finalmente colocar minhas inseguranças reprimidas


sobre a mesa. Eu estava segurando por muito tempo e eu não ousaria
dizer a Jonathan. Faria apenas ele se tornar ainda mais maravilhoso e
me fazer parecer insana por sequer questionar isso.

— Você sabe que não vai durar, Helen,— eu disse. — Isso nunca
iria funcionar. Tudo o que o atraiu em mim foi superficial... Uma vez
que essas coisas se desgastarem e ele perceber que ele poderia ter
alguém com a metade da minha idade, com metade da bagagem, vai ser
demais... Então o que acontece? Eu namoro com alguém da minha
idade, porque namorar um homem mais jovem, em primeiro lugar é
uma má idéia? Eu namoro de novo em tudo? Ou posso simplesmente
gostar disso e ter sexo com homens aleatórios sempre que eu estiver
sozinha?

— Você está deliberadamente tentando matar meu zumbido ou


isso é alguma coisa...

— Estou falando sério... Eu não posso falar com ninguém sobre


isso. Há alguns dias que eu sinceramente me sinto insegura sobre a
coisa toda.

— Todo mundo se sente inseguro de vez em quando. — Helen


suspirou. — Isso é normal.

— Mas isso é diferente. Eu não sei como lidar com isso...


— Ouça-me, Claire. Simplesmente pare. Você pensa demais,
muito. Você sabe o que você deve fazer agora?

— O quê?

— Mandar uma mensagem e dizer-lhe que você sente falta dele.

— Huh?

— Diga a ele que você sente falta dele.

— Eu não sinto falta dele. — Eu menti. — Eu o vi há poucos dias.


Além disso, ele está em alguma conferência em L. A.

Ela revirou os olhos. — Você não tem que ter todas as respostas
agora. Se vocês dois trabalham fora, ótimo. Se não, ótimo. Tome como
uma experiência de aprendizagem. Você não tem que ter um feliz para
sempre com todos os caras que você encontrar. Apenas viva, e por agora
seja honesta com você mesma. Você sente falta dele.

Joguei para trás uma bebida e decidi tomar o seu conselho. Eu


mandei uma mensagem para ele.

C: Eu sinto sua falta...

Meu telefone vibrou imediatamente. — Onde você está?

— Em um bar com Helen.

— Qual bar?

— Blackbird.

— Fique ai. Eu estou no caminho para você.

— Eu pensei que você estava em L.A.? —

— Eu estou. É apenas um voo de uma hora (não se preocupe) de


volta para San Francisco. Vejo vocês em breve.
— Isso foi tão difícil de fazer? — Helen bebeu seu gin tónica. —
Agora, me peça uma nova bebida, uma extremamente pesada. Sua
confissão deprimente completamente desgastou os efeitos do meu
último drinque. Eu nem sequer o senti queimar.

Nós duas rimos e enchemos uma a outra sobre o que tinha


acontecido ao longo dos últimos meses: Ela foi oficialmente nomeada ―A
Advogada do Ano‖, e tinha experimentado ―as sensações de uma vida‖
com um dos outros candidatos quando ela tinha ido a Las Vegas.

Eu estava dizendo a ela sobre mim e um encontro mais recente de


Jonathan quando senti meu coração acelerando e vibrando contra o
meu peito, quando senti meu corpo me deixando saber que ele estava
em algum lugar nas proximidades.

Eu me virei para olhar para ele e o vi de pé bem atrás de mim.

— Boa noite, Claire. — Ele sorriu. — Olá, Helen.

— Bem, essa é a minha deixa. — Helen sorriu para nós dois. —


Eu vou ver dois...

— Você está bem para dirigi por ai? — Perguntou.

— Oh, eu não estou dirigindo. Eu vou chamar um táxi.

Ele balançou a cabeça. — Eu vou mandar o meu motorista a levar


para casa.

— Você tem certeza?

— Absolutamente.

Nós caminhamos para fora, onde seu carro estava esperando e


Jonathan a ajudou a entrar — Tenha uma boa noite, Helen. Eu vou te
ver novamente em breve, tenho certeza. — Ele fechou a porta e esperou
que o carro saísse.
— Vamos.— Ele apertou minha mão e me levou dois quarteirões
para baixo, em um parque de estacionamento privado.

Pegamos o elevador até o terceiro nível e caminhamos até seu


carro. Eu estava prestes a ir de cabeça para o lado do passageiro, mas
ele me empurrou contra o carro e passou os braços em volta da minha
cintura, me beijando até que eu estava fora do ar.

— Eu também senti sua falta... — ele sussurrou enquanto ele


continuava a fazer amor com meus lábios. — Aonde você quer ir?

— O que você quer dizer? Eu...

Ele ternamente mordeu meu lábio inferior para cada palavra. —


Aonde. Você. Quer. Ir?

— Sua casa?

—Isso é a quarenta minutos de distância... — Ele moveu seus


beijos até minha clavícula. — Escolha algum outro lugar.

— Minha casa?

— Trinta minutos...

— Um hotel?

— Qual?

— O Ritz Carlton ao virar da esquina?

— Boa escolha.
Capítulo 24
Jonathan

— A
punhados do meu cabelo.
hhhhh... — Claire estendeu a mão e pegou

Abaixei-me e beijei seu pescoço, me empurrando mais e mais


fundo dentro dela. — Você é tudo que eu posso pensar... Não consigo
me concentrar em nada, mas você... — Eu respirava com dificuldade.
Eu acariciava seus seios e brevemente cobria a boca com a minha, me
deleitando com a sensação de seus lábios macios. — Diga-me que você
se sente do mesmo...

—Eu... Eu... — Suas mãos se moviam da minha cabeça para a


minha volta, e ela cravou as unhas em minha pele nua. Ela tentou
diminuir o ritmo agarrando minha cintura, mas eu a prendi com os
braços acima da cabeça.

Eu tomei um de seus mamilos em minha boca, provocando e


mordendo quando eu acelerava meus impulsos. — Diga-me. — Eu
mordi mais forte. — Diga-me agora...

— Eu... Sim... Sim... — Ela fechou os olhos e seu corpo se


contorcia debaixo de mim, atingindo o orgasmo no mesmo exato
segundo que eu. Ela balançou por alguns segundos, e eu me deixei cair
lentamente em cima dela.
Ficamos deitados entrelaçados pelo o que parecia uma
eternidade, olhando um ao outro, sorrindo a cada poucos segundos,
rindo de nada.

Depois que nós tínhamos chegado do Ritz Carlton, esta manhã,


eu decidi dar-lhe uma excursão em outro dos meus iates, um dos que
eu não tinha navegado com frequência. O passeio durou apenas dois
minutos embora; nós nunca conseguimos passar do quarto.

— Estou machucando você? — Eu a senti tentando mover seu


ombro.

— Um pouco. — Ela riu e eu sai de cima dela.

Puxei-a em meus braços por isso ficamos cara a cara e suspirei.


— O que você está pensando agora?

— Nada...

— Seus olhos entregam você o tempo todo. — Eu sorri. — É assim


que eu sei quando você está mentindo para mim.

— Posso falar com você sobre qualquer coisa, certo?

— Claro que você pode. — Eu a beijei. — Eu não quero quaisquer


fronteiras entre nós.

Ela assentiu com a cabeça e ficou em silêncio, sem dizer uma


palavra.

— Isso não era uma questão que levaria a outra pergunta? — Eu


tentei ler seus olhos.

Ela riu. — Não é verdade... Eu só queria saber.

— Hummm. Você se importaria de ir jantar comigo e minha mãe


no próximo fim de semana?

— Vocês dois estão em bons termos agora? — Ela levantou a


sobrancelha.
— Eu não sei... eu saí da nossa última sessão de terapia, então eu
não diria necessariamente bom termos...

— Você não acha que você pode ter um jantar sem discutir com
ela?

Não, a menos que você esteja lá... — Eu me sentiria mais


confortável se você viesse comigo. Isso é tudo.

Ela sorriu e se aproximou de mim. — Ok. Eu irei.

— Se você foder este jantar, eu nunca vou te perdoar. — Eu dirigi


meu carro para a esquina e olhei sobre a minha mãe. — Você me
entende?

— O que você está falando, Jonathan? E veja como você fala


comigo. Eu ainda sou sua mãe... Como eu posso possivelmente estragar
um jantar?

— Você estragou tudo, tudo na minha vida. Tenho certeza que


você vai descobrir alguma coisa.

Ela parecia magoada. — Você nunca vai me perdoar pelo passado


não é? Você está deixando isso para trás?

Eu não lhe respondi. Esperei o manobrista ir até a minha janela e


entreguei-lhe as chaves. — Vamos entrar.

As últimas sessões de terapia que tivemos não foram nada como


as que tivemos antes; Elas eram brutais. Eu saí três vezes porque eu
me recusei a acreditar na besteira ―Eu realmente não me lembro disso
acontecendo‖. Eu senti que ela estava amarelando e não sendo
completamente honesta. A única razão pela qual eu ainda concordei
com um jantar com ela foi porque a terapeuta disse que é necessário
tentar algo novo.
Na verdade, eu quase neguei o jantar até que Claire me incentivou
a ir até o fim. Ela pensava que eu precisava dar a minha mãe uma
segunda chance uma vez que este foi o mais longe que ela já tinha
estado limpa.

Eu andei para o lado da minha mãe e a ajudei a sair do carro. Eu


liguei seu braço no meu e caminhamos no interior do restaurante.

— Sr. Statham, — disse a recepcionista, — a outra cliente já


chegou. Devo levá-lo para a mesa primeiro ou para a sala de galeria?

— A mesa.

— Por aqui. — Ela nos levou para um elevador até o nível


superior. Ela orientou passando uma sala de patronos e para uma sala
vazia com uma mesa no centro.

Meus olhos rapidamente localizaram Claire. Ela estava em pé


perto das janelas em um vestido cinza escuro que acentua
perfeitamente suas curvas sensuais. Ela deve ter nos ouvido entrar,
porque ela imediatamente se virou e sorriu para mim.

Fui até a mesa e puxei a sua cadeira. — Você esta deslumbrante


esta noite. — Eu beijei seu pescoço.

— Obrigada... — Ela se sentou.

— Eu concordo. — Minha mãe balançou a cabeça quando eu


puxei a sua cadeira ao lado. — Você é uma bela visão, querida.

— Muito obrigada, Sra. Statham.

Um garçom veio e limpou a garganta. — Boa noite senhoras, Sr.


Statham. Vocês gostariam de começar com o nosso vinho de
personalizado para a noite, ou gostariam de pedir algo mais original?

— Minha acompanhante e eu estaremos tendo o vinho


personalizado. Sra Statham, — Eu disse quando eu olhei para a minha
mãe, — vai ter o seu melhor suco. — Eu a peguei revirando os olhos.
— Muito bem, senhor. — Ele se afastou.

Eu estava prestes a iniciar uma conversa, mas um garçom


diferente veio e definiu as nossas bebidas, rapidamente. Ele
educadamente foi até o menu do chef para a noite e fez sugestões,
praticamente encomendando a comida para nós.

Quando ele se afastou, eu limpei minha garganta. — Como foi o


seu dia hoje, mãe?

— Foi muito bom... Eles me deixaram mudar a loja sozinha. Eles


vão permitir que eu escolha o novo design para a janelas amanhã. Eu já
sei que tipo eu quero que fique.

— Que tipo é esse? —, Perguntou Claire.

— Tecidas em máscaras de bambu. Um de nossos clientes me


disse que faria o lugar ficar mais autêntico, então eu acho que eu vou
seguir o conselho.

— Amarelo ou marrom? — Claire ergueu a sobrancelha.

— Marrom. — Minha mãe tomou um gole de suco. — As paredes


na loja são todas pintadas em tons de terra por isso vai combinar
melhor.

Eu coloquei meu braço em volta dos ombros de Claire. — Eu acho


que eu preciso começar a prestar atenção na HGTV...

— Isso faz dois de nós. — Minha mãe balançou a cabeça. —


Então, Claire, o que você faz nas Indústrias Statham?

— Eu sou uma diretora de marketing. Eu supervisiono os slogans


e campanhas de arte para campanhas promocionais.

— Você fez qualquer trabalho para o sPhone azul? Aqueles


comerciais estão além do belo.
Eu sorri. — Ela fez. — Eu escutei a minha mãe falar sobre sua
incapacidade de trabalhar qualquer coisa que a minha empresa
produziu, enquanto ela e Claire falavam sobre seus livros favoritos; Eu
de alguma forma esqueci que minha mãe era um grande fã de literatura
antes que ela ficasse viciada em drogas.

Os garçons discretamente recarregaram os nossos copos e


trouxeram os pratos um a um.

Eu estava no meio da degustação do risoto de cogumelos do chef


quando notei Claire rolando seu telefone a distância. — Para quem você
está mandando uma mensagem?

— Ashley e Caroline... Eu juro que elas acham que cada vez que
eu saio é uma oportunidade para emprestar meu carro... Eu só vou
ceder e comprar carros separados para seu aniversário. Elas merecem
isso...

— Eu vou ajudá-la a escolher os carros então. — Eu apertei a


mão dela. E eu vou comprá-los...

— Você tem filhas? — Minha mãe sorriu. Ela parecia que estava
realmente tentando fazer este jantar correr sem problemas. — Quantos
anos elas tem?

— Elas têm dezesseis...

— Uau, gêmeas? Eu tenho uma amiga no meu grupo de terapia


com gêmeos. Ela jura que eles são idênticos, mas eu acho que é porque
eles são fraternais. Um menino e uma menina atravessando a
puberdade, ao mesmo tempo? Isso tem que ser duro.

Todos nós rimos.

A recepcionista do andar de baixo foi até nossa mesa. —


Desculpe-me —, disse ela. — Eu não quero interromper o seu jantar,
mas a sala de galeria só vai ser aberta por mais uma hora. Poderiam
gostar de fazer um passeio agora? De acordo com a visão do artista, as
mulheres começam em um lado da galeria e os homens começam no
outro. Isso melhora a experiência.

— Eu adoraria. — Minha mãe se levantou. — E quanto a você,


Claire?

— Sim, parece ótimo. Eu irei logo depois que eu terminar a minha


sobremesa. — Ela sorriu.

— Você quer que eu espere por você?

— Não, você não precisa. — Claire balançou a cabeça. — Eu vou


ficar por aqui cinco minutos no máximo.

Minha mãe olhou para mim com um olhar que disse: — Eu


realmente estou tentando aqui... — e eu sorri para ela. Eu estava
chocado com a forma como ela se comportou hoje à noite; Eu não acho
que as coisas poderiam ter ido melhor.

Como a recepcionista escoltando minha mãe lá embaixo, eu olhei


para Claire. —Muito obrigado por vir, hoje à noite. Isso realmente
significa muito para mim.

— Você é mais que bem-vindo. Acho que vocês dois vão ficar bem
a longo prazo.

— Vamos esperar que sim. Apresse-se e termine a sua sobremesa.


Eu quero que nós vejamos a galeria.

—Não é como se pudéssemos vê-la juntos. A recepcionista apenas


disse...

— Eu não dou a mínima para o que melhora a experiência... —


Eu trouxe a cabeça perto da sua e sussurrei em seu ouvido. — Parte da
exposição é um quarto escuro e eu estou indo para experimentar, com
você.
Coloquei o vestido da Claire de volta sobre seus ombros e dei-lhe
um último beijo. Nós caminhamos até o resto da exposição e em uma e
outra tendência, discutindo o que gostamos e não gostamos.

Uma vez que chegamos à última peça, uma enorme plástico ―X‖
coberto de bolinhas e grafite, vi minha mãe pelas portas.

Ela se aproximou e pegou a mão de Claire. — Foi um prazer


conhecê-la melhor esta noite, querida. Talvez na próxima semana todos
nós pudéssemos fazer isso de novo?

Claire balançou a mão e acenou com a cabeça. —


Definitivamente. Isso seria ótimo.

— Greg vai me levar para casa, Jonathan. Eu mandei uma


mensagem para ele enquanto estávamos comendo o jantar. Eu percebi
que você e Claire podem querer passar mais tempo juntos hoje à noite.

Quem é essa mulher e onde no inferno está a minha verdadeira


mãe?

— Obrigado. — Eu dei-lhe um abraço e cochichei: — Muito


obrigado. Sinto muito pelo que eu disse mais cedo no carro. — Eu a
deixei ir e a observei caminhar para o carro indo para a cidade.

Assim que o carro arrancou, eu puxei Claire em meus braços e a


beijei como se minha vida dependesse disso, a segurando com força
contra o meu corpo, deslizando minha língua mais profundo em sua
boca cada vez que ela gemia. — Venha para casa comigo esta noite.
Capítulo 25
Claire

E
u estava rompendo com Jonathan. Hoje.

Eu não conseguia aguentar mais essa


merda. Isso era demais e eu estava cansada de
chorar sobre isso sozinha. Eu necessitava acabar
com este assunto para minha própria sanidade, para minha saúde. Eu
sabia que ele e eu fomos obrigados a quebrar abaixo da linha de
qualquer maneira, assim como incrível a nossa relação tinha sido, era
hora de cortá-la.

Ele não tinha ideia do que eu estava passando ao longo das


últimas semanas, e eu não ia dizer ele. Ele ia colocar as peças juntas
com o tempo, e então espero que encontre alguém que fosse um jogo
muito melhor.

Eu tinha estado contemplando isso por um tempo, mas uma vez


eu chorei até dormir na noite passada enquanto estava deitada em seus
braços, eu sabia que deixá-lo ir era o que eu precisava fazer.

Eu não almocei com ele esta tarde, e eu respondi a todos os seus


textos aleatórios doces com um. “Ainda estamos muito ocupados aqui
em baixo, mas eu prometo que vou te ver mais tarde”. Eu não me
incomodei de abrir qualquer das suas últimas notas de entregas sobre
as flores e chocolates; Eu não queria me concentrar nisso.

Esperei até o final do dia de trabalho, ensaiando meu discurso


mais e mais, me preparando para a sua reação. Assim que o meu
relógio marcava seis e o alarme “Adeus Jonathan” no meu celular soou,
eu peguei o elevador até seu escritório.

— Boa tarde. — Eu parei na mesa de sua secretária e limpei


minha garganta. — Mr. Statham está disponível agora?

— Senhorita Gracen —, disse ela, sorrindo, — você sabe tão bem


quanto eu que ele está sempre disponível para você.

Meu coração afundou. — Eu sei, mas ele está ocupado com outro
cliente? Eu não quero interromper nada importante...

— Ah não. De modo nenhum. Sua última reunião terminou mais


de uma hora atrás. — Ela pegou o telefone. — Sr. Statham? Senhorita
Gracen está aqui para ver você. —Ela fez sinal para eu ir para dentro.

Exalei e fechei os olhos antes de torcer a maçaneta. Mantenha-se


focada e torne isso rápido... Não faça uma cena e não chore. Faça o que
fizer, não chore...

No momento em que entrei, ele varreu-me em seus braços e me


beijou. — Você é a melhor parte de meu dia. — Ele me levou até sua
mesa e me sentei. — Você está bem? Você parece doente...

Eu acho que nós precisamos terminar. Eu acho que nós precisamos


terminar. Diga! — Estou bem.

— Hmmm. — Ele andou até seu gabinete e pegou uma garrafa de


água. Ele me entregou e colocou a mão na minha testa como se
estivesse verificando uma febre. — Você tem certeza que está bem?

Eu balancei a cabeça.

Ele enfiou a mão no casaco e tirou uma caixa de joias retangular.


— Eu queria dar para você ontem, mas a reunião do conselho durou
para sempre e eu esqueci tudo sobre ele. Eu quero que você abra
comigo mais tarde.

— Eu não posso aceitar isso...


Ele revirou os olhos e colocou em minha bolsa. Mudou-se atrás de
sua mesa e começou a arrumar sua maleta. — Ainda podemos ir para o
jantar hoje à noite? Ashley e Caroline mencionaram querer fazer torta
de maçã juntos então...

— Eu acho que nós deveríamos terminar.

Sua cabeça disparou. — O quê?

Eu senti um caroço subindo na minha garganta e o forcei de


volta. — Eu não quero mais ficar com você...

Engoli em seco e tentei manter minhas lágrimas na baía.

Eu pensei que ele ia dizer algo, qualquer coisa, mas só havia


silêncio. Silêncio ensurdecedor.

Ele estreitou os olhos e caminhou até mim, me fazendo voltar


contra uma parede. — Isso é algum tipo de piada? — Ele assobiou. —
Porque é melhor que seja...

— Não é uma piada. — Minha voz era um sussurro. — Eu não


posso fazer isso para mim mesma...

— O quê? De onde diabos você tirou isso?

Eu ignorei a pergunta. Comecei a recitar o discurso que eu tinha


escrito anteriormente. — Eu acho que é melhor se você e eu formos em
nossos caminhos separados, Jonathan. Sei que pode ser difícil para
você entender o porquê agora, mas nós não estávamos indo para ficar
por muito mais tempo de qualquer maneira. Eu sou grata por tudo que
você tem....

— Pare de falar. — Ele apertou o peito contra o meu e olhou


diretamente nos meus olhos, forçando o meu corpo a reagir contra a
minha vontade. — Você não está fazendo qualquer sentido e você sabe
disso...
Ele colocou uma mão firme na parte baixa das minhas costas e
usou a outra mão para correr os dedos pelo meu cabelo. Ele sussurrou:
— Você está apenas tendo um dia difícil... Deixe-me melhorá-lo.

Eu quase me inclinei e o beijei, quase cedi ao calor que se


espalhou através de minhas veias, mas eu empurrei minha cabeça para
o lado e o empurrei.

Ele olhou para mim por um longo tempo meio confuso, meio
excitado, e eu sabia que eu ia ter que ir com a pior abordagem possível
se eu realmente quisesse acabar com isso.

— Claire... — Ele suspirou. — Eu não tenho certeza do que


aconteceu com você hoje, mas você parece fora de si. Tanto faz o que é,
me avise para que eu possa fazer melhor... Vá se sentar no sofá para
que possa....

— Eu. Não. Quero. Mais. Você. Que parte disso você não
compreende, Jonathan? Quantas vezes você precisa que eu repita?

Seus olhos escureceram e ele deu um passo em frente. — Esta é a


sua tentativa de iniciar o sexo com raiva? Por que estou a segundos de
distância de foder algum sentido em você.

— Nada disso. — Senti meu coração quebrar, mas eu continuei.


— Você e eu não podemos ficar juntos e eu estou cansada de fingir que
podemos. Por mais que eu adoraria continuar essa porra de fantasia, eu
preciso voltar à realidade. E a minha realidade não o inclui. Os últimos
meses foram divertidos, mas eu terminei com isso e eu estou
terminando com você. — Eu fiz um caminho mais curto para a porta e
torci a maçaneta da porta, mas ele me agarrou pelos meus ombros e me
virou.

Seus olhos estavam brilhando com fúria, mas ele manteve sua voz
suave. — Eu vou lhe dar mais uma chance de me dizer de onde diabos
você tirou isso.
— Eu só lhe disse onde...

— Merda, Claire. Estávamos na cama doze horas atrás, e então


você não estava delirando como uma lunática maldita. Eu quero a
verdade. — Ele fez uma pausa, e então ele baixou a voz. — Apenas me
diga o que está acontecendo... Você conheceu outra pessoa?

— O quê? Não. Eu...

— Então qual é o problema? E o que faz você pensar que eu vou


simplesmente deixar você ir? Você pensa que você vai sair por aquela
porta e eu não vou segui-la?

— Jonathan, por favor...

— Você não vai fazer isso no fim do corredor.

Eu sabia que não estava fazendo nenhum sentido, mas eu tinha


que fazer isso de qualquer maneira que eu podia. — O que temos é
impossível... Eu acho que você sabe que desde o início porque...

— Não. Eu não sei. Eu...

— Deixe-me terminar... — Eu o senti apertando minhas mãos nas


suas e eu quase quebrei. — Tão louco como isso possa parecer, os
sentimentos que tenho por vocês são sentimentos que eu nunca senti
por ninguém, nem mesmo pelo meu ex-marido... — Eu empurrei minha
cabeça para longe quando ele se inclinou para me beijar. — Mas eu
recentemente percebi que... É difícil para eu explicar, mas...

— Me diga.

Minha voz falhou. — Eu sabia que a partir do momento que


comecei a namorar com você, que isso ia acabar muito mal para mim.

— Isso não tem que terminar afinal de contas.

— Não pode continuar. Eu não quero que...


Ele forçou seus lábios nos meus e me beijou até que eu não
conseguia respirar, murmurando contra a minha boca.

— Eu amo você, Claire... E eu preciso de você... Pare de agir


assim...

Eu rompi, ofegante, fazendo-o parecer mais confuso do que


nunca.

— Este é apenas o seu segundo relacionamento sério eu estive em


um ao longo de toda a minha vida e eu acho que isso é parte do
problema... Quando eu era casada com Ryan, ele usou que...

— Seu ex-marido é um idiota que nunca mereceu você porra. —


Seu rosto ficou vermelho. — Você não ouse me comparar com ele.

— Meu ponto era esse...

— Que você não quer ser feliz. — Ele deixou cair as minhas mãos.
— Isso de eu te amar não importa porque você não me ama. E eu estava
bem com isso, porque eu podia esperar. Porque eu sei que você é
teimosa e tudo em seu mundo é preto ou branco, certo ou errado,
apropriado ou inadequado. Bem. Entendi. Mas você não deve ter
prestado atenção à forma como as coisas funcionam no meu mundo,
porque você está fora de sua maldita mente se você acha que as fracas
desculpas suas justificam uma ruptura.

Ele passou a mão no meu rosto e suavizou o tom. — Eu estarei


em sua casa as sete hoje à noite. Depois do jantar, você e eu podemos
ter uma verdadeira conversa sobre o que está acontecendo com você.
Seja o que for, nós pode...

— Eu pensei que você disse que faria qualquer coisa para me


fazer feliz.

— Eu faço. E eu quis dizer isso. — Ele segurou meu rosto entre as


mãos e me beijou. — Tudo o que você quiser para...
— Deixe-me ir. E não me siga.

Ele respirou fundo e apertou sua mandíbula. — Não.

— Isso é o que eu quero... — eu murmurei, não tendo certeza se


ele tinha mesmo me ouvido.

— Se você tivesse alguma ideia do que eu sinto por você... Se você


pudesse sentir exatamente o quanto você significa para mim... — Ele fez
uma pausa e eu vi as veias do pescoço começam a inchar. — Você não
ousaria me pedir para fazer isso...

Eu olhei para ele por alguns segundos, querendo dizer “Você está
certo... Vamos esquecer que isso aconteceu e fazer amor um com o outro“,
mas eu não poderia fazê-lo.

— Você me deixar ir e me deixando sozinha me faria feliz. — Eu


corri as palavras da boca, tentando não notar a expressão de dor no seu
rosto. Meu lábio inferior tremia, e embora eu estivesse tentando o meu
melhor para conter as lágrimas, eu senti algumas delas deslizando pelo
meu rosto.

— É isso o que você realmente quer? — Seus olhos estavam


desolados olhando para o meu e sua voz soava rouca. — Para nós, para
ser mais? É assim desse jeito?

— Sim.

Ele respirou fundo e soltou o ar. Pela primeira vez desde que eu o
conheci, ele não se parecia como se ele estivesse calmo e sob controle;
ele parecia completamente impotente.

Ele alcançou em torno de mim e torceu a maçaneta da porta,


puxando lentamente a porta aberta, olhando para mim como se eu
tivesse acabado de esmagar a sua alma. — Tchau.

— Eu sinto muito, Jonathan... Eu só acho que...

— Tchau.
Engoli em seco. Afastei-me dele e corri pelo corredor, em um
elevador aberto. Eu pressionei ―Lobby‖ e orei para que as portas se
fechasse, logo que possível, para que ele não fosse me acompanhar e
me espremer no último momento.

Ele não o fez.

Eu estava livre.
Capítulo 25.5
Claire

E
Oito semanas atrás...

u fui para o holandês de uma pequena loja de


presentes nas docas orientais, e segui Ashley e
Caroline redor. Eles insistiram em vir comigo para
ajudar a escolher um presente de aniversário para Jonathan, mesmo
que não o conhecesse ainda.

Nós tínhamos ido às compras para cima e para baixo do cais


durante todo o dia, mas não tivemos muita sorte.

— Se você nos deixar conhecer quem é esse cara, isso seria muito
mais fácil. — Ashley pegou um peixe de plástico e sorriu. — Ele gosta de
peixe?

— Uma centena de caixas de sardinhas, talvez? — Caroline deu


de ombros.

Ugh... — Eu vou dar uma olhada... — Eu andei em direção ao


fundo da loja e parei uma vez que eu peguei uma vista para o mar a
partir das janelas.

— Impressionante, não é?— Uma morena mais velha que estava


ao meu lado sorriu. Ela estava vestida com um terno todo branco que
perfeitamente complementa seu corpo magro, seu cabelo estava bem
penteado em um coque alto.

Seus olhos eram de um azul austero com mechas claras de cinza,


e eles pareciam um pouco familiar por algum motivo.
— Muito... —, eu disse. — O que você faz quando chove afinal? —
Eu notei que a janela estava quebrada e os revestimentos precisavam
ser substituídos desesperadamente.

— Bem, nós estamos colocando uma nova janela na próxima


semana, mas tanto quanto as coberturas que estão ruins também... Eu
não sei. Nós ainda queremos pessoas para ver a vista, faça chuva ou
faça sol.

— Você deve obter máscaras de bambu, não as amarelas porque


eles vão desaparecer depois de seis meses. Consiga as marrons com o
bom acabamento; vai parecer mais autêntico e trazer para fora os tons
de terra nesta sala.

Seus olhos brilharam e ela estendeu a mão para apertar a minha


mão. — Eu sou Denise.

— Claire.

— Bem Claire, eu estava pensando mais ao longo das linhas das


cortinas brancas, plásticos básicos porque eles estão uma sujeira
barata, mas eu vou manter isso em mente, por que este lugar que
nunca faz um lucro. — Ela riu. — Posso te ajudar com alguma coisa?

— Eu estou procurando um presente de aniversário para alguém


que eu estou namorando e eu não tenho certeza do que dar...

— Presumo que este homem ama iates?

Eu balancei a cabeça.

— Venha aqui para frente, querida. — Ela me levou para o balcão.


— Agora, há muitas coisas que você poderia obter para um homem que
ama iates, mas se ele sabe o que faz, você tem que acertar. Quão sérios
vocês dois estão?

Eu Corei. — Eu não sei... eu...


— Então, muito sério. — Ela sorriu. — Eu tenho apenas a coisa
certa para isso. — Ela desapareceu em uma sala ao lado por alguns
minutos e voltou com uma caixa bonita marrom, deslizando-a para
mim. — Isto é o que você quer.

—Mini âncoras de metal?

Ela caiu na gargalhada. — Não querida. Estes são ganchos do


mar. Eles simbolizam que você está com ele para o longo curso, que
você figurativamente falando que está ancorando seu navio. Você os
obtém personalizando como quiser, e se ele conhece os seus iates como
ele deveria, ele vai ter os ganchos soldados na âncora verdadeira em seu
navio. Isso vai ser perfeito.

Eu vasculhei a caixa de ganchos e tirei uns poucos dourados,


passando minhas mãos ao longo do final de sua ponta. — Vou levá-los.

— Você vai levar o que? — O que são essas coisas, mamãe?— —


Você está comprando essas âncoras de brinquedo para seu namorado?

— Que tipo de homem é esse?

Denise balançou a cabeça. — Há uma lógica por trás disso,


garotas, eu prometo. Como você gostaria dele personalizado, Claire?

— Bem... Que tal o meu nome na parte inferior dos ganchos e seu
nome sobre os cantos do lado?

— Parece ótimo. — Ela tomou uma caneta de trás da orelha e


escreveu em uma almofada. — E qual é o nome do seu namorado?

— Jonathan.

— Oh! Eu tenho um filho chamado Jonathan. É um lindo nome!


— Ela riu. — Anote o seu número de forma que eu possa ligar quando
estiver pronto, ok? E confie em mim, ele vai amar.
Seis semanas atrás

Eu saio do elevador e caminho até a secretária de Jonathan. —


Boa tarde, Ângela. O Sr. Statham está disponível?

Ela olhou para mim com uma expressão ―Por que você está me
perguntando isso mesmo‖ e pegou o telefone.

— Sr. Statham? Eu tenho... — Ela revirou os olhos. — É a


senhorita Gracen, senhor... imediatamente. Você pode entrar agora,
Senhorita Gracen.

— Obrigada.

Eu alisei meu vestido azul marinho e abri a porta, caminhando


lentamente para dentro. Assim que os olhos de Jonathan encontraram
os meus, eu sorri e senti borboletas que vibraram ao redor no meu
estômago.

— Boa tarde. — Ele se aproximou e me beijou na bochecha. —


Você está maravilhosa... — Ele me levou até a morena mais velha que
eu tinha visto semanas atrás no holandês dizendo. — Esta é a minha
mãe, Denise Statham. E mãe, está é...

— Claire. — Ela sorriu e estendeu a mão para o meu lado.

Eu estava prestes a dizer: — É bom vê-la novamente —, mas ela


disse: — É um prazer finalmente conhecê-la. — Eu adivinhei que ele
disse a ela sobre mim e ela provavelmente não se lembrava de mim
estando em sua loja.

— Você é absolutamente linda... —, ela disse. — Muita sorte de


Jonathan ter você.

— Obrigada, Sra. Statham.

— Vejo você na próxima semana, filho. — Ela abraçou Jonathan e


saiu do escritório.
Assim que ele ouviu o ping do elevador, ele me puxou para os
seus braços. — Algo está errado? Você está doente? Deve ser algo fatal
se você veio até aqui no horário em que as pessoas poderiam realmente
ver você.

Revirei os olhos. — Nós apenas terminamos sobre o sTablet e o


Sr. Barnes nos deixou ir para casa mais cedo. Meu telefone descarregou
e assim que eu percebi eu vim lhe dizer antes que você pensasse que eu
estava ignorando você.

— Boa decisão. Gostaria de levá-la para almoçar para comemorar,


mas eu estou agendado com reuniões até seis. Jantar? Há um novo
bistrô baixo no...

— Sr. Statham? Detesto incomodá-lo novamente, mas a Srta.


Griffin está aqui com uma emergência. — A voz de Ângela veio pelo
interfone. — Ela diz que não pode esperar mais um segundo.

Ele suspirou e deu um passo atrás. — Espere aqui. Não vá a


qualquer lugar. — Ele puxou uma cadeira para mim e caminhou para
fora da sala.

Eu me inclinei para trás na cadeira e fechei os olhos. Fiquei


emocionada de ter terminado com a campanha extenuante do sTablet e
eu não podia esperar para passar para algo muito mais fácil: O sPhone
vermelho.

Estiquei minhas pernas para fora e ouvi o tilintar das chaves.


Abri os olhos e vi Denise andando de volta para a sala.

— Eu sinto muito, Jonathan. Esqueci meu... — Ela parou. —


Onde está Jonathan?

— Ele saiu para uma emergência.

— Hmmm. — Ela caminhou até o sofá e pegou um par de óculos.


— Me conte algo, Claire... Quantos anos você tem?
— Quarenta...

Seus olhos se arregalaram e ela inclinou a cabeça para o lado. —


Bem, agora eu sei que o verdadeiro significado de ―o olhar pode ser
enganador‖... É o meu Jonathan, para o Jonathan que você comprou
esses ganchos para o mar?

Claramente... — Sim.

— Bem, aqui entre nós, eu não iria perder meu tempo dando isso
para ele. Eles não representam relacionamentos de curto prazo.

— Desculpe?

Ela suspirou. — Quando sua amiga Vanessa me disse que sua


namorada tinha 40 anos de idade e duas crianças eu não acreditei
nisso... Eu pensei comigo mesma: ―Não, Jonathan nunca iria namorar
com alguém que era muito mais velho do que ele. Ele é mais esperto‖.
Eu mesmo me perguntava o que eu diria a essa mulher se eu tivesse a
chance de conhecê-la... E eu acho que as minhas palavras exatas
seriam foda-se.

O quê? Minha mente ficou em branco.

— Tudo o que está acontecendo entre vocês dois não vai durar
mais do que uma temporada e você sabe disso.

Ela assobiou. — O jovem, atraente bilionário quer viver a sua vida


com uma mulher e suas duas filhas adolescentes? Em que mundo esse
felizes para sempre vai ser possível?

Eu não tinha certeza sobre quem era essa mulher, mas ela estava
me assustando demais e eu não conseguia dar a volta por cima com
alguma coisa a dizer.

— Eu já vi tudo isso antes, Claire. — Ela estreitou os olhos azuis


frios para mim. — Mulher divorciada com crianças quer começar a sua
vida de novo e decide tentar com o homem mais novo desta vez. A
reabilitação no centro está cheio desses tipos... A mulher mais velha
acha que é excitante e novo; que ela é um das sortudas queridas e que
vai durar para sempre, mas ganhou, especialmente com alguém como
Jonathan. Ele está acostumado a namorar supermodelos e atrizes que
são mais jovens do que ele, e não pumas sedentas que querem enganá-
lo, pensando que ele está apaixonado para que possam pegar o seu
dinheiro.

— Sra. Statham, eu não...

— E antes que você pense de outra forma, esta chamada ―relação‖


de vocês dois têm é que acabar, deixe-me ajudá-la a descobrir isso: Ele
provavelmente nunca vai atender às suas filhas, porque ele está
unicamente com você para sexo. Ou se ele se encontrou com elas, foi
apenas para fazer um show e agir como ele se preocupasse quando ele
realmente não se importa. Mas, oh... O que é isso? — Ela me deu um
olhar severo sarcástico. — Ele não se encontrou com elas ainda?

Minha cara de póquer estava falhando. Eu podia sentir um olhar


de tristeza correr para meu rosto.

Ela sorriu. — Nem sequer pediu para, huh? Pobre puma Claire...
Isso é realmente chocante, não em tudo, mas deve ser bastante
desanimador para você. A verdade dói, não é?

— Sra. Statham...

— Somos pessoas de meia-idade, não temos que chamar uma a


outra pelos nossos títulos formais, Claire. Você deve me chamar de
Denise. Então, novamente, você não deve estar em primeiro lugar,
então...

— Eu não acho que me antagonizar vai fazer você chegar mais


perto de Jonathan. — Eu disse tão firmemente quanto pude.

— Você está certa. Livrar-me de você vai.


Revirei os olhos. Eu ia dizer a Jonathan sobre este pequeno
encontro, logo que ele caminhasse de volta para a sala.

Denise balançou a cabeça e se virou, mas, em seguida, ela deu


meia volta. — A propósito, se você mesmo pensar em contar a ele sobre
isso, se você repetir algo do que eu disse a você, eu vou ter certeza de
que você se arrependerá disto.

— Faça o pior que puder. — Minha personalidade finalmente


assumiu.

Ela riu. — Não me subestime, Claire. Você ficaria espantada com


os tipos de pessoas que acabam na reabilitação: Ex-juízes, celebridades
e meus repórteres de notícias favoritos, dispostos, que estão sempre à
procura da história certa para obter os seus empregos de volta.

— Você não tem nada contra mim.

— Eu não tenho. Mas há alguém no conselho da empresa aqui


que tem. Você deve ter realmente a chateado porque ela tem estado
elaborando este pequeno histórico faz um tempo... Lembre-se, ela não
tem que ser verdade, apenas tem que parecer verdadeiro. Então, pense
nisso antes de abrir a boca. Nesse meio tempo, descubra uma forma
rápida em duas semanas, para romper com meu filho crédulo antes de
eu fazer isso por você. — Ela deslizou a óculos sobre os olhos e
caminhou para fora da sala.

Sentei-me na minha cadeira e pensei muito sobre o que ela


poderia ter contra mim. Eu nunca tinha sido presa, nunca fui para a
reabilitação, nunca fiz nada que pudesse me assustar se fosse trazido à
luz.

— Eu sinto muito sobre isso. — Jonathan caminhou de volta para


a sala. Ele me puxou para fora da minha cadeira e sorriu. — O que eu
estava dizendo antes?
— O jantar... — eu murmurei. Eu não estava querendo ir. Eu
precisava usar esta noite para pensar sobre o que a sua mãe tinha dito
a mim, para me certificar de que ela não tinha nada que pudesse me
prejudicar. Pensei em usar a mesma questão ―tempo com as minhas
filhas‖, já que ele sempre acreditava nisso.

— Certo. Há um novo restaurante para baixo no cais do pescador


e eu adoraria que...

— Vamos deixar para outra oportunidade? Prometi as meninas


que eu iria fazer macarrão hoje à noite. Talvez nós pode...

— Eu gosto de massas.

— Oh. Bem, eu vou trazer as sobras ao trabalho amanhã. Você


quer que eu embale com queijo parmesão...

— Eu não posso ir e jantar com você e sua família?

O quê? — Hum...

— Hum?— Ele estreitou os olhos para mim. — Que tipo de


resposta é essa?

— Você quer se encontrar com as minhas filhas?

— Será que elas sabem que eu existo?

Eu balancei a cabeça.

— Então qual é o problema?

— Nada... — Eu resolvi que a mãe dele era ridícula. — O jantar é


às sete.

O aniversário de Jonathan

Olhei nos olhos de Jonathan quando ele olhou de volta para os


meus. Estávamos sentados em uma mesa no Sierra Mar partilhando o
nosso próprio silêncio especial, falando sem dizer uma palavra. Mesmo
que Hayley estivesse sentada em frente a nós, parecia que éramos as
únicas pessoas na sala.

Eu a ouvi me fazer perguntas — Você sempre morou em San


Fran? — As suas filhas estão vindo aqui com a gente hoje à noite? —
Como você conseguiu manter este jantar em segredo do meu irmão
desta vez? — Mas tudo que eu podia dizer em troca era — Nem sempre
— Não esta noite —, e — Umm hmm.

Eu não conseguia me concentrar em qualquer outra coisa,


somente no homem bonito sentado ao meu lado. Eu ainda estava
extasiada pela ―scenic route‖ (rota de duração) que tinha tomado antes
de virmos para jantar, desejando que ela não tivesse chegado ao fim.

— Desculpe-me. — A garçonete tocou meu ombro, me tirando do


meu transe. Ela colocou um bolo de três camada no centro da mesa e
acendeu um fósforo que fez os brilhos estrelados dançar em chamas
vivas.

— Feliz aniversário, Jonathan. — Eu sorri.

— Você está indo soprar as velas ou você vai esperar até que seu
bolo pegue fogo?

Hayley sacudiu seu ombro. — Olá!

— O quê? — Ele tirou os olhos de mim e olhou para o bolo com


reverência. Ele soprou as velas em uma respiração e olhou para mim
novamente. — Eu não sabia que eles serviam bolinhos aqui...

— Eles não servem... Mas quando você lhes disser que seu
encontro é com Jonathan Statham eles vão fazer tudo o que você
quiser.

— É mesmo? — Ele sorriu ainda mais.

Senti meu telefone vibrar no meu colo e olhei para a tela: Ashley.
— Será que vocês dois, por favor, me dão licença por um minuto?
— Eu olhei para trás e para frente entre os dois. — Preciso atender esta
ligação.

— Claro. — Jonathan me ajudou a sair da minha cadeira e beijou


minha bochecha antes de eu ir para o banheiro.

— Sim, Ashley? — Eu fechei a porta. — Algo está errado?

— Caroline está com o carro esta noite. Ela vai estar fora até as
dez com a equipe oficial júnior...

— E?

— Eu quero comprar uma pizza.

— Peça para entregar.

— Com meus amigos! Por favor, posso usar o seu carro hoje à
noite? Eu prometo que não vou destrui-lo ou fazer nada.

— Não, Ashley. Nós já conversamos sobre isso mais e mais. Cabe


a vocês duas se organizar para compartilhar esse carro. O meu está fora
de questão. Para sempre.

— Ugh! Tudo bem! — Ela desligou.

Meu telefone tocou novamente, e eu sabia que era Ashley. Ela


sempre desligava na minha cara e ligava depois de volta para pedir
desculpas e implorar para usar o meu carro novamente.

— Eu aceito suas desculpas, Ashley. — Eu segurava o telefone na


minha orelha. — A resposta ainda é não. E só no caso de você se
perguntar, eu dei a Jonathan esse cartão que você e Caroline...

— Oh, isso é certo. — A voz rouca de Denise me fez parar de falar.


— Você tem filhas...

— O que você quer, Sra. Statham?


— Eu já disse a você sobre as formalidades. Elas não são
necessárias. Existe uma razão pela qual você não me convidou para o
jantar de aniversário do meu filho hoje à noite?

Porque você é uma cadela... — Não, mas ele não parece sentir falta
da sua presença.

— Deixe-me falar com ele.

— Ligue para ele você mesma. — Eu desliguei.

Meu telefone tocou novamente e vi o número dela na minha tela.


Eu sabia que eu não deveria respondê-la, e que eu deveria mandá-la
direto para o correio de voz como tinha feito nos últimos dias, mas eu
atendi de qualquer maneira.

— Sim? — Eu respondi.

— É rude desligar na cara da mãe de seu namorado. Alguém da


sua idade deveria saber disso. Você recebeu meu pacote ontem? Eu não
recebi uma nota de ―obrigada‖.

Eu não respondi. Mordi o lábio para me impedir de dizer as


palavras mais imundas que minha boca poderia dizer.

Eu tinha recebido seu ―pacote‖ em minha casa ontem à tarde. Era


uma bela caixa vermelha de seda com corações cor de rosa e roxo
costurados no tecido, com meu nome gravado em letras cursivas pretas
brilhantes em todos os quatro lados.

Eu sentei no meu sofá com ela, sorrindo com a forma como foi
detalhado pensando que era outro bem pensado presente de Jonathan.
Mas assim que eu abri, percebi que não era o caso.

Dentro havia uma folha de papel: um registro de um compromisso


de consulta cancelado a partir de um tal de Dr. Tate Robinson que eu
tinha feito há quatro anos. Ele se especializou em cirurgia de
rejuvenescimento vaginal, e no momento, eu pensei que era o que eu
precisava para me sentir jovem de novo, mas eu cancelei uma vez que
eu comecei a ir a Sandra e praticar a terapia.

Debaixo disso eram papéis de consultas canceladas de um


especialista em Botox, um especialista de plástica de rosto, e um
especialista em tonificação da pele. Eles foram todas as coisas que eu
pensei que eu precisava quando eu me mudei para San Francisco para
começar de novo, coisas que eu pensei que eu precisava, porque a
minha autoestima estava em um ponto mais baixo.

— Você definitivamente fez a escolha certa em cancelar essas


consultas. — Ela riu. —Você não precisa de nada disso, não agora de
qualquer maneira. Mas, daqui alguns anos... Bem, vai ser uma história
diferente, e eu tenho um médico que eu posso recomendar. Ele faz tudo
e ele ainda conseguiu chegar a um processo que vai atrasar os cabelos
grisalhos de nascer por mais dez anos. Você gostaria que eu...

— Eu gostaria que você parasse de jogar estes jogos infantis


comigo, Denise. Eles não estão funcionando.

— Eles não estão? Devo começar a me concentrar em seu


passado, então? Devo mencionar sua irmã gêmea Caroline? Como ela
poderia ter feito isso se você não tivesse sido tão estúpida, como você
está sendo agora.

— O que você acabou de dizer? — Meu sangue começou a ferver.

— Eu nunca gaguejei, Claire. Foi muito inteligente da sua família


para encobrir o fato de que você alternou seu voo no último minuto. Eu
não posso imaginar que tipo de história triste a mídia teria tramado fora
dessa. Eu quase me sensibilizei quando eu estava olhando todos os
artigos. É como se a companhia aérea praticamente enterrasse tudo
sobre esse acidente. Eu acho que é uma coisa boa que os jornais não
eram digitais em 1991. Isso torna mais difícil para encontrar certas
coisas... Claro, o investigador particular verificou de qualquer maneira e
juntou tudo para mim.
Ela está me investigando?

— Sra. Statham, eu vou dizer isso de novo o mais educadamente


que eu posso: Esqueça essa merda. Eu Não fiz nada que...

— Eu não vou parar até que você pare, até que você perceba que
o que você está fazendo é errado, aproveitando-se de alguém mais jovem
do que você para impulsionar o desfiado bom senso que você tem. Você
se casou com o quê? Vinte e um? Logo depois que você se formou na
faculdade? E, infelizmente, o seu casamento fracassou. Miseravelmente.
Então agora você quer sugar a juventude de alguém sabendo muito bem
que você não pode esperar para estar lá a longo prazo, que assim que
alguém da sua idade ou mais velha vier e parecer mais seguro, você vai
estar deixando meu filho no frio com o desperdício de tempo e um
esquema para tomar o seu dinheiro. Como isso é justo?

— Não ligue para o meu celular. Eu não estou...

— Como você se sentiria se suas filhas de 16 anos de idade


estivessem namorando alguém onze anos mais velho do que elas? Você
iria ficar parada e não dizer nada? As deixaria continuar fazendo isso
porque elas são muito porra crédulas para perceber um pedófilo quando
vêem um? Ou você estaria dizendo a desculpa lamentável para um
homem, para sair como eu estou dizendo para você agora?

— Isso não é a mesma coisa e eu apreciaria se você só...

— Ha! Sim, é! — Ela bufou. — Me conte algo. Você usa esse creme
anti-rugas todos os dias? É chamado de Age-Away, certo? Está
funcionando bem para você?

Eu desliguei e desliguei o meu telefone.

Sentei-me no banco da vaidade e respirei fundo várias vezes. Eu


não tinha dito a Jonathan sobre minha irmã Caroline e até mesmo
planejava, mas ouvir seu nome sair da boca de Denise fez mal ao meu
estômago.
Eu sabia que eu não deveria mencionar esta última conversa com
Jonathan, uma vez que era seu aniversário, mas quando a hora certa
chegar, nós íamos ter que falar. Independentemente do que ela tinha
em mim, eu sabia que ele era muito mais poderoso do que ela; ele
definitivamente iria colocar um fim imediato a isso, especialmente desde
que as suas últimas sessões de terapia não tinham terminado bem.

Eu respirei fundo e exalei, me levantando para olhar para mim


mesma. Obriguei-me a sorrir e silenciosamente repeti o meu mantra.

Você não parece ter a sua idade ... Você não parece ter a sua
idade...

Eu pisei fora do banheiro e vi Jonathan vindo em minha direção,


olhando como se ele soubesse que algo estava errado.

Olhei para a mesa e percebi que sua irmã não estava lá. — Onde
está Hayley?

— Ela estava doente conosco olhando um para o outro,


aparentemente. Você está bem?

— É... É que... — É seu aniversário... Minta Claire. Minta... —


Ashley e Caroline estão me deixando louca sobre o seu carro
compartilhado novamente... Eles me chamaram três vezes para
perguntar sobre deixá-las conduzir o meu carro hoje à noite.

— Você disse que não?

— É claro que eu disse que não. Elas precisam ficar juntas e


compartilhar o que elas têm.

— Tudo bem... Você está pronta para ir?

— Depois de abrir seus presentes. Vamos fazer isso primeiro e


então...
— Eu quero abri-los em casa. — Ele sinalizou para o garçom que
estávamos indo e pegou seus presentes. — Você tem certeza que está
bem?

Eu balancei a cabeça e coloquei minha mão na sua, enquanto


caminhávamos para o carro pela cidade. Eu deslizei para dentro e vi
Hayley sentada nos assentos laterais.

— Eu pensei que você já tinha ido! — Debrucei-me sobre o banco


e a abracei. — Ele disse que você correu para longe.

— Sem dizer adeus? Como rude eu seria? — Ela riu. — Eu só


precisava ter um uns poucos minutos de distância de vocês dois. Os
seus olhares apaixonados são bastante revoltantes. Poderia, por favor,
adiar o PDA até que Greg me deixe cair fora? Eu quero manter a minha
comida para baixo.

Eu Corei. — Sinto muito...

— Claro que você sente. Eu tive um grande momento, mas não


me convide para qualquer outra coisa, a menos que eu tenha alguém
para falar.

— Ela vai convidar a nossa mãe na próxima vez. — Jonathan


deslizou dentro e fechou a porta.

— Por favor, não. — Hayley rosnou. — Quero desfrutar de um


jantar.

Jonathan beijou meu rosto e me puxou para o seu colo. — Eu


acho que ela realmente é uma louca... Ela achou necessário alguma
ajuda profissional cara a cara. Eu tenho visto um lado diferente dela em
nossas mais recentes sessões de terapia. É como se algo realmente
estivesse incomodando.

Se você soubesse...
Quatro semanas atrás

Olhei por cima do último e-mail de Denise e revirei os olhos.

Ela criou outra conta falsa para me enviar artigos de notícias


sobre pumas. Este mais recente artigo era sobre um casal de Hollywood
que estava passando por um divórcio tumultuado: A atriz tinha
cinquenta e o ator estava com trinta e cinco. Todos os críticos estavam
dizendo ―É claro que não iria durar‖, ―Era destinado ao fracasso‖, e
―Isso é o que ela recebe por tentar agarrar um homem mais jovem‖.

Na linha de assunto, ela digitou: — Se ela era famosa, rica e


bonita e não poderia fazê-lo funcionar, o que faz você pensar que isso
vai funcionar com você?

— Rita, você poderia bloquear outro endereço de e-mail para


mim? — Zumbi para ela. —Eu vou encaminhá-lo para você agora.

— Sim, senhora. Ah, e há outra entrega para você hoje. Você


gostaria que eu trouxesse agora?

— É uma caixa?

— Não, é vinho e mais dois vasos de flores de seu admirador


secreto. — Ela riu. — Você sabe se ele tem algum amigo?

— Vou perguntar a ele. Você pode trazê-la.

Assim que eu desliguei o telefone, ela entrou com uma grande


garrafa de vinho e dois belos vasos de rosas. O vinho tinto era um dos
meus favoritos, Merlot do Vintage, que era envelhecido mais de trinta
anos. E, como sempre, o meu nome foi gravado no recipiente de cristal
das flores com as palavras Alguém muito especial para mim, logo
abaixo.

Puxei o pequeno envelope branco das hastes e abri:

Claire,
Estou ansioso para passar um tempo com você, Caroline, e Ashley esta
tarde. Assegure-se de que elas saibam que há uma piscina a bordo.

Jonathan

OS - Venha ao meu escritório após sua próxima reunião.

PSS - Deixe sua calcinha.

Eu ri e abri o outro envelope que foi colocada na garrafa de vinho:

Claire,

O vinho é uma das poucas coisas na vida que a idade faz bem. Alguns
poderiam até argumentar que quanto mais tempo à idade, melhor o gosto.
Alguns dos melhores vinhos podem durar décadas se eles estão armazenados
corretamente e mantidos em um lugar frio, e escuro. No entanto, até mesmo
os melhores vinhos com a idade não duram mais do que uma vez por dia, eles
são abertos e expostos ao ar. É a sua kryptonita; é o que os faz perceber o
quão velho eles realmente são. Este Merlot foi engarrafado em seu ano de
nascimento, há quarenta anos.

Eu o abri para você ontem, de modo que não resta muito tempo.

Aprecie!

É claro que ela não assinou...

Eu rasguei o recado em pedaços e joguei no lixo. Eu lamentei


completamente ter incentivado Jonathan para lhe dar uma segunda
chance agora; ela estava claramente substituindo seu estado normal de
―Tempo de recaída das drogas‖ com maneiras de me machucar. E para
ser honesta, a cada dia estava trabalhando mais e mais.

Não importa quantas vezes Jonathan me disse que eu era bonita,


não importa quantas vezes ele falava que gostava de mim e me disse
que eu era perfeita, uma mensagem de texto, correio de voz
desagradável, ou e-mail de Denise me faziam sucumbir as minhas
teimosas inseguranças .
Duas semanas atrás

As ondas do oceano bateram contra as janelas do seu quarto, e o


iate lentamente balançava indo e voltando.

Ele tinha acabado de fazer amor comigo pela segunda vez naquela
manhã, e eu estava tentando me puxar de volta para à realidade,
tentando colocar as imagens do nosso sexo incrível na parte de trás da
minha mente e dizer-lhe sobre sua mãe; suas palhaçadas estavam
ficando fora de controle.

— O que você está pensando agora? — Ele me puxou para os


seus braços, então ficamos cara a cara.

— Nada...

Ele traçou meus lábios com as pontas dos dedos e sorriu. — Seus
olhos entregam você o tempo todo. — Eu sorri. — É assim que eu sei
quando você está mentindo para mim.

— Posso falar com você sobre qualquer coisa, certo?

— Claro que você pode. — Ele me beijou. — Eu não quero


quaisquer fronteiras entre nós.

Como é que eu digo: “Sua mãe é uma puta e eu quero que você a
mantenha bem longe de mim?” Eu digo isso abertamente? Existe uma
forma de dizer a frase ou...

— Isso não era uma questão que levaria a outra pergunta? — Ele
levantou a sobrancelha.

— Não é verdade... Eu só queria saber.— Eu fechei a pequena


distância entre nós e corri os dedos pelos seu cabelo espesso, sorrindo
para ele como ele sorriu para mim.
A partir do olhar em seus olhos, eu poderia dizer que ele não
estava acreditando nas minhas desculpas “Eu só queria saber”; Ele
sabia que algo estava errado.

Eu suspirei. É agora ou nunca, Claire. Basta dizer-lhe... Um...


Dois... Tre...

— Você se importaria de ir jantar comigo e minha mãe no próximo


fim de semana? — Perguntou.

O QUÊ! — Vocês dois estão em bons termos agora? — Eu tentei


manter o choque da minha voz.

— Eu não sei... eu saí da nossa última sessão de terapia, então eu


não deveria necessariamente dizer bons termos...

— Você não acha que você pode ter esse jantar sem discutir com
ela? — Por favor, não me peça para fazer isso...

— Eu me sinto mais confortável se você vier comigo. — Ele olhou


nos meus olhos, me dando um olhar que gritava “Por favor, diga sim” e
me beijou novamente. — Isso é tudo.

— Ok. Eu irei.

Última sexta-feira

Eu rolei através de outra das quatro páginas de textos violentos


de Denise e prometi mudar o meu número. Ela estava mandando um
disparate deles durante todo o dia: fotos antigas de Jonathan com suas
ex-namoradas supermodelos, fotos compradas de mim sentada em uma
cadeira de rodas cinza enquanto ele me empurrava, e links para artigos
sobre “Como não lidar com uma crise de meia idade”.

A última coisa que eu queria fazer esta noite era sentar em uma
mesa com ela, me colocando em um show. Eu não tinha falado ao longo
das últimas semanas. Por uma questão de fato, eu não estava sendo
falsa em tudo; eu ia deixar Jonathan ver exatamente quem ela era.

Eu desliguei meu computador e comecei a tirar as minhas coisas,


desejando que eu pudesse avançar para duas semanas a partir de
agora. Eu tinha estado debatendo se Jonathan e eu deveríamos fazer
uma pausa, se nós deveríamos terminar nosso caso agora antes que a
realidade fria se fixasse em meses mais tarde.

— Senhorita Gracen? — Rita me chamou pelo interfone. — Sua


reunião das quatro está aqui. Eu vou deixá-la agora. Mr. Barnes quer
que eu o ajude com a reunião dos estagiários lá em cima.

Eu não tenho um encontro às quatro... — Eu disse que estava indo


para casa mais cedo hoje. Lembra-se? Eu não tenho um...

Denise entrou no meu escritório e fechou a porta. Ela sentou-se


em frente à minha mesa e sorriu, deslizando uma caixa amarela
brilhante para mim.

Eu não disse nada. Eu continuei guardando as minhas coisas. Eu


percebi que eu iria deixá-la sentar-se lá o dia todo, se ela quisesse. Eu
considerei mesmo sair do meu escritório e trancá-la dentro para passar
a noite.

— Você vai se dirigir a mim? —, Perguntou ela. — Olá?

Havia arquivos da equipe Beta na pasta vermelha... As notas para


o Sr. Barnes na pasta amarela... Eu preciso reorganizar marcações de
quinta-feira passada para o departamento de arte... Onde estão meu...

— Claire? — Ela limpou a garganta. — Eu quero que você saiba


que nada do que eu disse a você sobre as últimas semanas é pessoal.
Eu simplesmente tento ser a melhor mãe que posso ser.

— É um pouco tarde para isso, você não acha? Ele precisava de


você quando ele tinha nove e não vinte e nove.
Ela revirou os olhos. — Eu não sou o monstro que ele diz que
sou. E você não sabe a nada sobre o que estava acontecendo quando ele
tinha nove anos, exceto o fato de que você tinha vinte anos naquela
época, então...

— Sai do meu escritório ou eu vou chamar a segurança.

— Irritada hoje, não é?

Eu peguei meu telefone e teclei sete.

Ela se levantou e deu um passo atrás para a porta. — Eu estava


vindo para deixar esse presente. Você pode pensar nisso como um
presente pelo jantar adiantado. Estou ansiosa para vê-la esta noite...
Isso será divertido. — Ela me deu um sorriso maligno e levou tudo que
eu tinha para não saltar sobre minha mesa e levá-la ao chão.

A porta se fechou e eu afundei na minha cadeira. Eu não me


incomodei mesmo de abrir a caixa. Joguei no lixo e teclei nove para
cancelar a chamada de segurança.

Eu não podia acreditar que eu realmente tinha falado para


Jonathan não cancelar o jantar hoje à noite. Eu disse que ele e sua mãe
precisavam continuar tentando resolver as coisas, que eu estaria lá
para ele o tempo todo.

O que diabos eu estava pensando?

— Claire? — Jonathan rompeu em meu escritório com dois


seguranças. — Qual o problema?

— Huh?

— Você ligou para a segurança...

— Oh, bem... — Eu assisti quando seus guardas andavam pelo


meu escritório, abrindo e fechando portas e armários. — Foi um erro...
Eu sinto muito. Eu teclei nove para cancelar.
— Muito obrigado, meus senhores. Alarme falso. — Ele esperou
por eles para saírem da sala. — Você tem um olhar pálido. Tem certeza
que está bem?

— Não, eu estou bem. Você está acompanhando minhas


chamadas de telefone?

— Eu recebo notificações sobre todas as mensagens de


emergência e chamadas de texto dos empregados comuns, uma
chamada de telefone estava vindo de você.

— Oh... — Eu me inclinei para trás. — Têm alguns dos meus


colegas de trabalho lá fora? Será que eles viram que você veio?

— Não. — Ele revirou os olhos e caminhou até mim. — O que você


não está me dizendo?

— Do que você está falando?

Ele segurou meu rosto entre as mãos. — Você está nervosa


ultimamente...

Sua mãe está me assediando. Diga. Diga! — Eu só estou


sobrecarregada com um monte de responsabilidades. Isso é tudo.

— Hummm. Tenho certeza de que podemos consertar isso para


você. Você quer cancelar o jantar hoje à noite? Não temos que ir.

— Mas seu terapeuta disse que...

— Minha mãe ainda está agindo como se ela não se lembrasse de


nenhuma das coisas que ela fez quando eu era mais jovem... Ela estava
apenas aqui para uma sessão e eu saí. Eu não acho que nosso
relacionamento é reparável.

Eu suspirei. Eu pensei em dizer: “Não é. E você sabe o quê? Eu a


odeio também. Vamos cancelar o jantar e eu vou te contar tudo sobre
isso”, — mas meus instintos maternais venceram. Eles poderiam
consertar isso, eles necessitavam corrigir isso.
— Dê um tempo. Não cancele... Ela pode ter uma maneira
estranha de mostrar isso, mas eu acho que ela está disposta a fazer o
que for preciso para ser um esteio em sua vida agora.

— Baseado no que eu acabei de dizer?

Com base no que ela vem fazendo... — Apenas confie em mim.


Mantenha a reserva do jantar... eu estarei lá.

Última sexta à noite

Eu estava na frente de janelas do chão ao teto do restaurante com


vista para o mar e vi as ondas bater nas rochas da baía mais e mais. Eu
estava temendo esse jantar tanto que eu estava tentado a correr para
fora do pátio e mergulhar no mar.

Quando Jonathan me deixou em casa horas atrás, eu tinha


encontrado um outro ―presente‖ de Denise. Joguei no caixote do lixo,
mas caiu longe e o conteúdo da caixa se espalhou: Eram fotos, e não
apenas quaisquer imagens. Fotos recentes de Ryan e Amanda
desfrutando sua incrível vida juntos, caminhando ao longo do rio com
seus dois filhos, beijando um ao outro, enquanto passeavam pelo
parque de mãos dadas, rindo de nada. Eles estavam sentados em uma
pedra em um velho lugar no parque do centro favorito de Ryan. Eles
estavam correndo por uma rua de pedras na Disneyworld, com Ashley e
Caroline não muito longe atrás deles.

Como ela conseguiu isso?

Eu parei de olhar através das imagens e me senti tremer,


sentindo raiva e a mágoa toda novamente. Eu disse a mim mesma que
eu não ia chorar, que eu não estava indo ler as pequenas notas que
tinha escrito na parte de trás de cada imagem, mas eu cai no chão e as
li todas.
Eu li cada palavra com lágrimas caindo pelo meu rosto:

— Quatorze anos pelo ralo...

— Você acha que Ashley e Caroline vão realmente respeitar um


padrasto que é apenas 13 anos mais velho do que elas?

— Você acha que ele nunca vai querer suas próprias crianças?
Mesmo? Ryan fez claramente, e Jonathan vai também... Talvez não até
que ele esteja na casa dos trinta, mas ele vai. Você sabe disso.

— Olhe como Amanda e Ryan estão envelhecendo juntos. Ela tem


um traço de cinza e igual a ele... Você vai ser capaz de pintar o cabelo
toda semana? O regime Age-Away já não consumiu tempo suficiente?

— Eu só estou tentando ajudá-la... Eu posso ajudar a encontrar


alguém mais adequado em algum momento...

Meu telefone começou a vibrar e eu afugentei da minha memória.


Era um texto de Jonathan: Estou no meu caminho. Mal posso
esperar até o jantar acabar. :-)

Eu sorri e notei outra mensagem. Era de Denise: Eu sei que você


não tem nenhuma razão para acreditar em mim agora, mas eu
estou muito triste sobre o jeito que eu te tratei ao longo das
últimas semanas... Jonathan e eu estamos em nosso caminho
para o restaurante agora e eu... Eu não percebi o quanto você
significava para ele. Eu pensei que você era um puma que estava
atrás do dinheiro dele, estou triste por nunca pensar em chamá-la
pelo seu nome. Podemos, por favor, ser civilizada uma com a
outra no jantar esta noite? Eu realmente sinto muito.

Eu não respondi. Era tarde demais para um pedido de desculpas,


muito tarde.

Meu telefone vibrou novamente, e eu vi um outro texto dela. Eu


sei que você não me deve nada e você tem todo o direito de estar
com raiva de mim, mas podemos, POR FAVOR, passar por esse
jantar sem incidente? Ele não vai falar comigo, se você contar o
que está acontecendo ou fizer uma cena... Eu vou fazer o que for
preciso para reparar o que eu errei. Eu levo tudo o que eu disse de
volta... Podemos começar sobre isso, por favor? Eu acho que nós
poderíamos ser boas amigas se tentássemos.

Sem resposta.

Eu continuei assistindo as ondas rolarem umas sobre as outras,


tentando me preparar para este terrível jantar.

No momento em que Jonathan e sua mãe finalmente chegaram,


eu tinha tido tempo suficiente para pensar sobre as coisas, para fazer a
minha cabeça sobre esse relacionamento impossível. Eu decidi que eu
iria passar o jantar sem incidentes. Gostaria de ser educada com
Denise e me certificar que Jonathan não saiu do meu lado, mas depois
de hoje à noite, ele e eu não seria mais nós.
15 de agosto de 2013
Querido Diário,

Há duas maneiras de escrever um aviso prévio de duas semanas.

Se você quiser que uma festa tradicional de despedida, com um


bolo velho, ponche barato, e um terrível recital de poesia, então, você
precisa incluir as seguintes linhas em sua carta:

Eu aprendi muito trabalhando com esta empresa e espero aplicar


os meus conhecimentos na minha nova posição. Obrigado por me receber
em sua equipe ao longo dos anos e eu espero que minhas contribuições
tenham sido tão significativas para vocês como vocês foram para mim.

Se você não dá a mínima para a empresa que você está saindo e a


menção de ter uma festa de despedida com seus colegas de trabalho faz
você querer saltar para fora da janela antes que você possa sair
oficialmente, você pode simplesmente resumir sua carta a duas frases
curtas: A partir da (data) eu não vou mais estar trabalhando para essa
empresa. Com efeito imediato.

Na semana passada, recebi um telefonema da Signature


Advertising, agência de publicidade premier na Costa Oeste. Eles
tinham salvado minha solicitação de quatro anos atrás, mantendo em
uma pasta ―acima do orçamento‖, uma vez que meu pedido de salário
era demasiado elevado. Mas agora, eles estavam ―dispostos a gastar o
que quer que [eles] precisassem‖, para que me oferecessem o emprego
através do telefone sem entrevista necessária.

Fiquei emocionada, mas eu lhes disse que eu precisava de


quarenta e oito horas para pensar sobre isso.

Eu estava realmente indo para jogar tudo para baixo. Eu estava


indo para lhes dizer que eu estava gostando de meu trabalho em nas
Indústrias Statham e iria manter a sua oferta em mente para o futuro.
No entanto, mas à direita antes que eu pudesse fazer aquele telefonema,
um dos meus funcionários trouxe a ideia para o top vermelho sPhone
em meu escritório:

“Primeiro foi azul, como o céu acima de sua cabeça... Agora é cheio
de amor que nunca vai morrer... Em breve, o novo vermelho sPhone”.

Eu estou farta desta merda,

Claire
Capítulo 26
Claire

E
Um mês depois...

u enxuguei os cantos dos meus olhos com as


mangas e joguei outra pilha de lenços de papel
amassados na lata de lixo. Eu estava sentada no
canto do meu espaçoso escritório na Signature Publicidade, entediada e
distraída.

Como presidente regional, tudo o que eu tinha a fazer era garantir


que os diretores estivessem recebendo seus trabalhos e agendar uma
reunião de mentores semanal com alguns funcionários. Eu pensei que
eu iria pelo menos dar boas risadas naquelas sessões, mas os
empregados aqui eram completamente diferentes das Indústrias
Statham, eles realmente sabiam o que estavam fazendo.

Suas ideias eram surpreendentes de uma forma além da


expectativa. Eles criavam a cópia do anúncio em poucos minutos, algo
que meus antigos funcionários levavam horas para fazer. Eles quase
nunca batiam na minha porta para pedir assistência, e quando o
faziam, era apenas para me mostrar outra ideia notável.

Na verdade, eles eram tão perfeitos que eu passei toda a semana


passada em meu escritório com a porta fechada vendo filmes.

Tanta coisa para ter mais responsabilidade e comprometimento...

Uma vez que eu tinha tanto tempo livre, tudo que eu conseguia
pensar era em Jonathan, e eu não pude deixar de chorar. Eu sentia
falta. Terrivelmente.
Cada vez que meu telefone tocava, cada vez que minha
campainha soava, e cada vez que vinha um bater à minha porta, eu
esperava que fosse para me dizer para sair com ele, dizendo que não ia
me deixar sair de sua vida tão facilmente.

Eu até acordei esta manhã estendendo a mão para ele, pensando


que tínhamos adormecido juntos.

Isso era o melhor, Claire... Foi o melhor...

— Senhorita Gracen? — Minha secretária chamou na minha


linha.

— Sim?

— Há alguém aqui pedindo para vê-la. Eu disse que você não tem
nenhuma reunião marcada para o dia, mas...

Jonathan?! — Mande-o entrar, por favor. — Eu limpei meus olhos


e me levantei, ajeitando meu vestido. Eu me preparei para dizer “eu
sinto muito. Eu não quis dizer nada disso. Vamos apenas continuar de
onde paramos”, assim que ele entrasse pela porta.

A porta se abriu; Sandra e Helen entraram.

Oh...

— Bem, é bom ver você também! — Helen riu. — Você poderia


tentar não parecer tão desapontada ao ver suas duas melhores amigas?

— Sinto muito. Eu não estava tentando. — Eu suspirei. — O que


vocês estão fazendo aqui?

— Estamos nos certificando de que você não estourou dentro de


seus primeiros noventa dias. — Helen colocou na minha frente um bolo
que estava escrito ―Sessenta dias para esquecer!‖ na minha mesa. —
Parece que você andou chorando de novo.

— Não, eu não... Eu só te...


— Alergias? — Sandra revirou os olhos. — Por favor. Você ligou
para ele?

Eu balancei a cabeça e as duas trocaram olhares.

— Você sabe, eu não sou uma grande fã dessa coisa de


relacionamento monogâmico —, Helen disse enquanto se sentava na
borda da minha mesa. — Apesar disso, eu realmente acho que você
deveria ligar pra ele e dizer-lhe tudo o que sua mãe estava fazendo com
você... Eu honestamente acho que vocês dois foram feitos um para o
outro independente da idade e tudo. Eu nunca tinha visto as faíscas no
ar voando entre as pessoas, e isso é dizer muito vindo de mim. Quer
dizer, eu podia literalmente sentir a eletricidade sempre que estavam na
mesma sala juntos, então você precisa corrigir esta situação o mais
rápido possível. Oh e a propósito, quem é o cara que se senta à mesa de
lado no lobby de baixo?

— Ashton?

— Cabelo castanho escuro, olhos verdes?

Eu balancei a cabeça. — Esse mesmo.

— Ele está solteiro?

— Ele tem dezenove anos...

— Então sair com ele é perfeitamente legal. — Ela levantou da


minha mesa e caminhou em direção à porta. — Eu vou ficar bem.

Sandra balançou a cabeça. — Por que discordar dela de novo? —


Ela andou até o meu lado da mesa e acariciou minhas costas. — Eu
concordo com tudo o que ela disse sobre você e Jonathan... Eu nunca
tinha visto você tão feliz até que você começou a namorar ele. Você
precisa dizer a ele sobre sua mãe.
— Qual seria a razão? Ela estava errada por manipulá-lo do jeito
que ela fez, mas sua mensagem principal estava certa. Nunca daria
certo. Sou velha demais para ele, e eu sabia disso desde o início.

— Ok, você realmente precisa parar...

— Ela sabia exatamente o que dizer para me atingir... Ela sabia


da minha idade e jogou na minha cara o que iria me colocar para baixo.
Ela sabia que isso me faria deixá-lo...

— E você não deveria tê-la deixado fazer isso... Você deveria ter
dito a ele assim que tudo começou.

— Eu só... — Eu suspirei. — Ele afirma que não se preocupa com


sua mãe, que ele a vê como um fardo às vezes, mas isso não é verdade...
Ele quer que eles tenham um bom relacionamento. Ele quis isso toda a
sua vida. É por isso que ele sempre paga para ela ir para a reabilitação,
é por isso que ele está sempre esperando que desta vez e com o tempo
ela vai acertar, e acho que ela finalmente conseguiu. Eu não queria ficar
no caminho; não teria sido justo com ele... Eu continuo achando que eu
fiz a coisa certa, que eu me salvei de um desgosto ainda maior no final
da estrada, mas... — Lágrimas escorriam pelo meu rosto.

— Você disse a ele que o amava?

Eu balancei minha cabeça. — Por que eu deveria? Estávamos


perto, mas... Eu não o amava. Eu gostava dele hum... Muito.

— Claire... — Ela apertou os lábios e me deu o seu ―Para de


bobagem‖ na minha cara.

— Eu queria... Eu ia dizer a ele, mas,-— Eu parei e fechei os


olhos. — Eu sabia que romperia com ele no dia seguinte, então eu não
falei.

— Vai ficar tudo bem... Pare de chorar...


— Agora sim! Ashton parece que poderia ser justamente o cara
que me faria sair do meu decepcionante feitiço de pau! Ele é
definitivamente bem dotado... — Helen caminhou de volta para o meu
escritório. — Ele também me deu cinco embalagens de mini-Kleenex35 ,
então... — Ela jogou-os para mim. — Vamos levá-lo para almoçar fora,
não é? Esse é o primeiro passo para a volta ao normal.

Desci até a borda do Ocean Beach, tão longe que eu podia ver a
casa de praia de Jonathan a distância. Eu pensei em correr em direção
à sua porta e bater, mas me segurei.

Eu estava fazendo isso todo fim de semana desde que nós


terminamos: indo para a parte deserta da praia, deitar na areia, e
pensar sobre todas as coisas que tínhamos feito juntos.

Eu peguei minha bolsa e tirei uma pequena caixa que ele me deu
no dia em que terminamos. Eu tinha estado a carregando comigo todos
os dias, mas eu não abri, porque eu não quero ser lembrada de quão
tola eu era por terminar tudo com ele.

Não é possível suprimir a minha curiosidade por mais tempo, eu


afundei até a areia e abri: Dentro havia um colar de ouro bonito com
um único pingente de âncora. Próximo a esse colar havia outro em
prata com vários amuletos cintilantes: Havia bandeiras fundidas
brancas e vermelhas juntamente com ―Claire & Caroline‖ gravada na
parte de trás, um iate de prata, uma âncora com as palavras, ―seu,
sempre‖ assinado para os lados, uma garrafa de vinho com nossas
iniciais no rótulo, e então havia um ―M‖ e ―L‖ que estavam entrelaçados.
O ―L‖ era mais ousado do que o ―M‖ e foi coberto em um brilhante
padrão de cristais.

“ML”? O que isso significa?

35
Lenços de papel
Eu não conseguia pensar em qualquer lugar que tinha estado a
que tinha ―M‖ e ―L‖ no título, e eu não podia me lembrar de quaisquer
conversas que tínhamos tido sobre essas duas letras.

“Meu amor”? “Mid-life36”? “Meu amor” provavelmente...

Eu o coloquei no meu pescoço e corri os dedos ao longo dos


pingentes, desejando que ele estivesse aqui explicando o que cada
amuleto queria dizer e fizesse amor comigo a céu aberto...

— Senhorita Gracen, está tudo bem? Há algo de errado com a


minha ideia?

— O quê? — Eu voltei à realidade. — Não, Tiffany... Sua ideia é


perfeita. — Como de costume...

— Bem, obrigado! Isso significa muito vindo de você! E obrigado


por deixar todos nós apreciarmos um bom café. Nosso velho diretor
nunca fez nada assim.

Eu sorri. — O prazer é meu. Aproveite o resto do seu dia. — Eu


apertei a mão dela e a observei sair da loja.

Eu passei toda reunião da manhã com meus colegas no


Starbucks em toda a cidade. Eu disse-lhes que eles precisavam me
mostrar as suas ideias, de forma concisa, e uma vez que nós
concordamos com isso eles poderiam ter o resto do dia de folga.

Ela era a última que eu tinha de atender hoje? Eu não tinha


atendido quinze? Deus, estou perdida...

Eu estava tentando fazer tudo o que podia para quebrar minha


rotina, para começar a superar Jonathan e qualquer coisa que fizesse
me lembrar das Indústrias Statham. Eu agendei reuniões da equipe em
lojas de pastelaria, encontrei um novo lugar para estacionar e fazer a

36
Meia-idade
minha corrida semanal, e o expulsei da minha cabeça indo para uma
praia diferente quando eu queria relaxar.

Eu mesma pedi a Helen e Sandra para me arrumar encontros de


grupo nos fins de semana para me impedir de ficar emburrada sozinha
à noite. Mas, não importa o quão bom alguns desses homens eram,
nenhum deles se comparava com Jonathan. Em tudo.

Levantei-me e pedi outra xícara de café, parando uma vez que eu


vi a primeira página do jornal de Wall Street. A manchete era “BOM
DEMAIS PARA DEIXAR PASSAR!”, E Jonathan estava nela. Ele estava
sorrindo em um perfeito smoking e de pé no palco comandando seus
empregados no baile IPO.

Não procure... Não procure... Você tem que passar por cima disso,
você tem que passar por cima disso...

Peguei meu latte e me sentei. Eu queria desesperadamente


mandar uma mensagem para ele de ―parabéns‖ ou perguntar ―Qual é a
sensação de finalmente abrir o capital?‖ — Mas eu não tinha certeza se
ele iria me mandar uma resposta. E eu sabia que, se ele fizesse, eu não
levaria em conta tudo o que ele dissesse e escrevesse e escreveria ―Eu
sinto sua falta‖.

Abri minha pasta e comecei a analisar as propostas dos


administradores, fazendo pequenas anotações aqui e lá, balançando a
cabeça em como aperfeiçoar o seu trabalho.

— Esta cadeira está ocupada? — Disse uma voz profunda.

Eu virei uma página e não me incomodei em olhar para cima. —


Não mesmo. Você pode levá-la.

— Eu não estava pensando em levá-la embora. Eu queria saber se


eu poderia sentar com você.

Eu levantei minha cabeça e meus olhos se arregalaram assim que


eu vi o rosto do homem.
Jesus...

Este homem era a perfeição em todos os sentidos. Para cada.


Solteira. No caminho. Com seus olhos castanhos profundos, escuros e
cabelo sexy, e pele bronzeada que eu podia ver debaixo de sua camisa
desabotoada, ele me fez esquecer tudo o que eu estava trabalhando.

Eu estava tentando descobrir quantos anos ele tinha; ele parecia


jovem, mas não ―jovem como Jonathan‖. De fato, ele parecia que tinha a
minha idade talvez... Ele lambeu os lábios e os meus pensamentos
imediatamente pararam.

— Então... — Ele empurrou algumas mechas escuras longe de


sua testa. — Posso me juntar a você?

Eu balancei a cabeça.

— Obrigado. — Ele sorriu e sentou-se, olhando para o meu


notebook. — Você trabalha para a Signature?

Eu balancei a cabeça novamente.

— Minha empresa a usou para a nossa campanha de telefone no


ano passado. Eles fazem um trabalho muito bom.

Limpei a garganta. — Quais telefones? Em que empresa você


trabalha?

— Na Apple, do Iphone. Mas eu não trabalho para eles. Todo


mundo trabalha para mim. — Seus olhos brilhavam.

— Você é Damien Edwards?

— Sim, e você é deslumbrante.

Eu Corei. — Obrigada...

— Qual o seu nome?

— Claire, Claire Gracen.


— Linda... — Ele sorriu novamente. — Estou interrompendo
alguma coisa importante?

Eu fechei minha pasta. — De modo nenhum.


Capítulo 27

M
Jonathan
inha vida havia se desintegrado e eu não
poderia ter uma pausa para me recuperar:
Em primeiro lugar, Claire terminou comigo
por nada, e me pediu para deixá-la sozinha, me forçando a tomar umas
duas semanas de férias para Los Cabos, para que eu não corresse atrás
dela.

Então, assim que voltei para os Estados Unidos, logo que eu


entrei no departamento de RH e comecei a ajudá-los com o seu plano de
reestruturação, fiquei sabendo que ela tinha solicitado um aviso prévio
de duas semanas.

Eu pensei em aparecer para sua despedida, pressioná-la no canto


e forçá-la a admitir que ela não estava falando sério em me deixar, mas
eu fiquei no meu escritório em vez disso.

À medida que as semanas passavam, eu pensei que ela iria me


ligar ou mandar uma mensagem, para pelo menos dizer "Parabéns pelo
IPO ser oficial", ou "Eu ainda estou disposta a sua acompanhante no
baile", mas ela não o fez. Ela não disse nada, e eu apareci para o meu
baile do IPO como o único executivo sem uma acompanhante em seus
braços.

— John? Cara, você está aí? — Corey pigarreou. — Alô? Alô!

— Sim?
— Eu tenho as fotos da semana passada. — Ele deslizou através
de minha mesa. — Quanto tempo mais você precisa de mim para fazer
isso?

— Até eu descobrir o que diabos aconteceu... — Eu abri a pasta e


folhei as fotos:

Claire estava fazendo compras, tomando bebidas com Sandra e


Helen, aplaudindo as gêmeas em suas competições de chefes de
torcidas, e sentada na praia com o meu colar com pingente em torno
dela e um olhar perdido na distância.

— Ela está viajando para a Flórida na próxima semana. Ela e


suas amigas estarão fazendo um passeio curto para as Ilhas Virgens e,
em seguida, elas vão voar de volta.

O quê? — Ela está entrando em um avião?

— Há um bilhete em seu nome assim eu suponho que é o que vai


acontecer...

— Quando o bilhete foi comprado?

— Última sexta-feira. Ela, Helen, e Sandra foram ao aeroporto ao


invés de comprá-los on-line por alguma estranha razão. Isso me lembra
de que ela está indo para algum tipo de terapia de fobia em uma clínica
privada toda terça-feira e quinta-feira. Eu tenho verificado que as
sessões têm três horas de duração e eles são presenciais, mas há a
privacidade médico-paciente, então não posso dizer exatamente para o
que é.

Eu sei para o que é... — Muito obrigado, Corey. Vou hum... Eu


preciso de você para fazer isso por muito, muito mais tempo.

— O tempo que você precisar. — Ele me deu um meio sorriso. —


Não é de todo aborrecido. — Ele bateu no meu ombro e saiu do meu
escritório.
Eu ainda não consegui descobrir como no inferno eu e Claire
passamos de fazer amor em uma noite para nos separar no dia
seguinte. Não fazia qualquer sentido, e eu tentei pensar em cada
cenário hipotético possível: ela tinha conhecido alguém de sua idade ou
mais velho, alguém havia dito algo ou a fez se sentir mal sobre o nosso
relacionamento, ou ela acordou e decidiu que ela realmente não me
queria mais.

No entanto, nenhum desses cenários combinava: A partir das


imagens, a vida dela era a mesma, eu só não estava mais nela. Ela
nunca mencionou e ninguém disse nada para ela. Eu tinha verificado
os registros de telefone de novo e de novo. Houve alguns números
dispersos aqui e ali, mas as conversas eram sempre de um minuto ou
menos, assim eu imaginei que elas eram provavelmente conversas
rápidas com seus funcionários. E esse último cenário, foi o mais
doloroso, não fazia muito sentido, quando ela quase disse ―eu amo você
também‖ logo depois que eu disse ―eu te amo‖, uma noite antes de nós
terminarmos.

Apaguei as imagens da minha mente e chamei o departamento de


TI. — Você poderia, por favor, me enviar registros do telefone de novo?
Você poderia expandir o campo de um mês a três meses atrás, por
favor? Sim... Isso seria bom... Sim, isso seria a semana do meu
aniversário... Muito obrigado.
Capítulo 28
Jonathan

— S
em seu notebook.
r. Statham? Sr. Statham? — Minha terapeuta bateu

— Sim?

— Você ouviu o que sua mãe disse?

— Não.

— Ela disse que está começando a se lembrar de algumas coisas


do passado agora. Você está pronto para se sentar aqui com a gente
para que possamos discutir isso?

Eu olhava pelas janelas do chão ao teto e suspirei. — Senhorita


Tate, podemos, por favor, reagendar esta sessão? Peço desculpas, mas
eu não posso dar-lhe toda a minha atenção hoje.

— Não há problema... Eu vou pedir a minha secretária para ligar


para Ângela na parte da manhã.

— Obrigado. — Eu a ouvi reunir suas coisas e sair pela porta.


Senti uma pequena mão no meu ombro e me virei para ver minha mãe
olhando para mim.
— Você está bem? — Ela inclinou a cabeça para o lado. — Eu
nunca vi você assim... Você tem estado se lastimando por semanas.

— Não. Eu não estou bem.

— O que aconteceu?

— Eu...

— Sr. Statham? — Ângela entrou no meu escritório. — Me


desculpe interromper, mas você prometeu que eu poderia ir para casa
mais cedo, uma vez que é meu aniversário e... Bem, é daqui a algumas
horas e não mencionei...

— Eu sinto muito, Ângela. Eu esqueci completamente. — Fui até


minha mesa e puxei uma gaveta. Eu levantei um saco de presente
vermelho e entreguei a ela. —Feliz aniversário, eu realmente aprecio
tudo que você faz. O Rh disse que você ainda precisará ser paga, mas
você não tem que voltar até segunda-feira. Aproveite o resto da semana
de folga.

— O quê? Obrigada! Muito obrigada! Eu vou ficar mais um tempo


caso o Sr. precise antes de eu ir... Oh, e Sra. Statham, — ela disse
quando ela enfiou a mão no bolso e tirou um novo sPhone.

— Este veio para você ontem. Eu tive que lhe dar um novo
número novamente.

— Oh! Bem, eu finalmente descobri tudo querida. Eu não preciso


de sPhones mais. Eu só vou manter o número que eu tenho.

— Bom, porque eu acho que sete números são suficientes. — Ela


riu. — Vejo você na próxima quarta-feira, Sr. Statham. Obrigada
novamente.

— De nada. — Eu tomei meu lugar na janela novamente e


suspirei.
Minha mãe colocou a mão no meu ombro. —Você vai me dizer o
que aconteceu agora?

— Claire me deixou...

— O que? — Ela suspirou. — Quando foi isso?

— No dia seguinte que todos nós jantamos juntos...

— Ela disse por quê?

— Na verdade, não.

Ela me deu uma tapinha nas costas. — Eu sinto muito em ouvir


isso... Você tentou ligar pra ela?

Eu não respondi. Eu queria chamá-la todos os dias, para


perguntar se ela ainda tinha perdido a cabeça, mas eu prometi deixá-la
ir, então eu a deixei sozinha.

— Vou levar isso como um não, então —, disse ela, suspirando. —


As coisas acontecem por uma razão, filho. Talvez você deva arrumar um
encontro com alguém da sua idade. Você tinha que saber que não ia
durar muito tempo com uma mulher mais velha... Ela provavelmente
tinha uma agenda que você nem sabia sobre...

Movi a mão no meu ombro e olhei para ela. — Obrigado, mãe. Isso
está realmente ajudando.

— Oh vamos lá! Eu sei que você gostava muito dela mas...

— Mas o que?

— Nada... Basta pensar que ela é uma mulher mais velha: Esses
romances de maio a dezembro não são material de longo prazo. Quer
dizer, eu gostava de Claire desde o momento em que a conheci. Eu
pensei que ela era bonita, charmosa, e inferno que eu nunca teria
imaginado que ela tinha quarenta anos, mas que não deixa de ser
verdade. Afinal de contas, vocês dois são melhores separados. Você só
não sabe disso ainda... Você gostaria de almoçar comigo hoje? Podemos
falar sobre isso por tanto tempo quanto você precisar...

— Certo. Mas eu não me sinto bem deixando o meu escritório.


Você poderia começar pelo cardápio do novo restaurante italiano de
Ângela antes de sair? Vamos pela ordem do dia.

— Claro. — Ela ficou na ponta dos pés e me beijou na bochecha.


Ela acariciou minhas costas mais uma vez e se dirigiu para a porta.

Assim que a ouvi tocar a maçaneta, algo em mim bateu e eu virei.


— Espere um segundo mãe.

—O que é? Você quer chinesa em vez disso?

— Como você sabia o primeiro nome de Claire no dia em que


apresentei vocês duas?

Eu não sei por que eu nunca tinha prestado atenção antes. Eu


estava jogando a nossa separação e a semana anterior em minha
cabeça todos os dias. Eu tinha certeza de que não era nada, mas eu
precisava ter certeza.

— Do que você está falando?

Fui até ela. — O dia que eu a apresentei a ela... Ângela disse Srta.
Gracen pelo interfone e você me perguntou a quem ela estava se
referindo. Eu disse a minha namorada, mas antes que eu pudesse
dizer-lhe que o seu primeiro nome era Claire, você estendeu a mão e
disse primeiro. Como isso era possível?

— Eu não sei. Eu acho que você a mencionou antes e aconteceu


de eu me lembrar, então...

— Não. Eu não fiz. — Eu notei que ela estava mudando seu peso
de pé para outro pé. — Eu nunca mencionei Claire para você pelo
nome. Nunca.

— Talvez você pensasse que não, mas você fez...


— Eu não fiz. Responda-me.

Ela não disse nada. Ela apenas olhou para mim.

— Responda a pergunta.

— Calma, Jonathan... Eu acho que você está confundindo a si


mesmo, porque você está magoado e com raiva agora; você não deve
jogar isso sobre mim. Eu estou indo para obter esse cardápio, portanto,
pode...

— Pare. — Eu coloquei minhas mãos em cima da porta,


bloqueando sua fuga. Eu olhei diretamente nos olhos dela e então eu vi
o olhar de culpa, aquele olhar que ela tinha sempre que não queria
admitir algo.

Apertei os olhos. — Que porra é que você fez?

— Veja como você fala comigo! Eu sou sua mãe! Você não pode
só...

— O quê. Porra. Você. Fez?

— Nada... Você pode, por favor, se mover para que eu possa obter
o cardápio?

— Não.

Ela balançou a cabeça e passou por mim, tomando um lugar no


sofá. Ela deu um tapinha no assento ao lado dela, mas eu ainda estava
perto da porta.

— Eu a conheci em minha loja de presentes há alguns meses...


Ela comprou esses ganchos do mar que você teve para o seu aniversário
de mim.

— E?
— E nada... Eu não coloquei dois e dois juntos até que estávamos
em seu escritório naquele dia e eu lembrei que seu nome era Claire...
Assim está bom? Isso faz de mim uma pessoa má?

Eu pisquei. Eu estava prestes a deixar passar o assunto, mas, em


seguida, me lembrei de outra coisa. — Por que disse a Ângela que você
tinha sete telefones com sete números diferentes? Você está me
chamando do mesmo número desde que você saiu da clínica de
reabilitação...

Seu rosto ficou vermelho de repente e ela engasgou. — Não há


razão, eu...

— Diga-me a verdade.

— Não é o que você...

— Pare de me sacanear! Você disse algo a ela não é? — Eu deveria


ter sacado isso há muito tempo atrás... Por que não consegui ver isso?

— Eu...

— Eu vou trancar nós dois nesta sala até que você comece a falar.

Ela suspirou. — Eu apenas disse a ela que ela estava errada por
sair com você... Que alguém de sua idade deveria estar melhor... E
desde aquele dia que a vi em seu escritório, eu disse a ela que estava
errada e em cada chance que eu consegui...

— Eu quero os detalhes.

— Por favor, não faça isso...

— Agora.

Ela engoliu em seco. — No começo eu estava apenas ligando para


ela... E então eu... — Ela parou em todas as poucas frases, me dizendo
como ela chamou Claire cada dia e ameaçando com mensagens de voz,
como ela mandou dizer com e-mails e com fotos compradas, como ela
pediu a Ângela para conseguir um novo telefone e novo número a cada
segunda-feira assim as chamadas não iriam ser atribuídas a seu
próprio telefone.

— E eu e Vanessa...

— Vanessa estava na nisso também? — Eu fechei os punhos.

Ela assentiu com a cabeça. — Foi ela que me disse que Claire
estava somente com você pelo seu dinheiro para... Nós contratamos um
investigador particular para desenterrar alguma sujeira em seu passado
e eu usei contra ela... Eu até contratei um investigador em Pittsburgh
para seguir seu ex-marido e sua nova esposa de modo que eu poderia
jogar em sua cara... Eu pensei que ela estava usando você... Eu
pensei...

— Eu já perguntei o que você pensava? Eu já disse, ―Mãe, me diga


o que você pensa sobre Claire‖?

— Não...

— Não? Você tem certeza? — Eu não ia segurar mais. — Ou isso é


outra coisa que você não lembra?

Ela começou a chorar.

— Você quer saber por que a resposta é não? É porque não


importa o que porra você pensa e nunca importará. Eu não preciso...

— Eu só estava tentando proteger você! Eu não sabia que...

— Há um monte de coisas que você não sabe, um monte de


merda que você não consegue lembrar recentemente. Mas desde que
nós estamos compartilhando histórias agora, deixe-me ajudá-la. Deixe-
me dizer-lhe exatamente por que você acha que isso nunca vai importar
para mim: Você nunca estava lá quando eu precisei de você para estar.
Nunca. Você me deixou, quando eu era a porra de uma criança,
cuidando de outra criança enquanto você e meu pai estavam fora
fazendo Deus sabe o que. Você aparecia drogada para tudo o que eu
tinha na escola, você estava tão drogada porra que você me fez dirigir o
carro até a loja quando eu tinha oito anos! Mas você não se lembra, não
é? Você não se lembra de como você nunca fez merda nenhuma para
nós... Como tive de pedir para você voltar com os alimentos, ou como
você nos deixou em um trailer maldito com vizinhos assassinos. Você
ainda assim tem que mesmo pedir desculpas por isso, porque você não
quer assumir a porra de uma mãe horrível que você é.

— Eu estava drogada! Eu pedi desculpas mais e mais e você


apenas me faz arrastar isso por que...

— Saia.

— Por favor, apenas lis...

— Saia. Fora. — Eu abri a porta e caminhei até a minha mesa. Eu


estava farto dela.

Soluçando, ela deslizou a alça da bolsa por cima do ombro e se


dirigiu para a porta. Ela torceu a maçaneta e abriu-a lentamente.

— Espere. — Eu suspirei.

Ela olhou para trás com lágrimas nos olhos. — Sim?

Eu olhei para ela, tentado a dizer “Eu nunca quero ouvir você
novamente. Fique o inferno fora de minha vida”, mas eu não poderia
forçar-me a dizer.

Furioso como eu estava com ela, eu estava agora ainda mais


irritado com Claire. Ela nem sequer pensou em me dizer sobre tudo o
que havia acontecido; ela simplesmente usou o comportamento da
minha mãe como uma desculpa para ter a saída fácil.

— Sente-se.

— Não... — Ela enxugou o rosto e fungou. — Eu não me importo o


quão louco você está comigo, você não vai trata-me como...
— Sente-se, mãe.

Ela afastou-se da porta e caminhou até a minha mesa,


estatelando-se em um assento.

Eu tomei uma respiração profunda. — Você e eu estamos indo


falar, sem o nosso terapeuta. Você vai ser completamente honesta
comigo e eu vou ser completamente honesto com você. Assim que
terminar de falar, se nada de bom vir disso, nós estamos indo para ter
os nossos caminhos separados... Eu quero que você saiba que eu
sempre vou cuidar de você e dar-lhe tudo o que você precisa, mas não
temos que fingir que essa relação é algo que vale a pena salvar se ela
realmente não é. Você pode...

— Eu quero ser uma parte de sua vida, independentemente desta


conversa. Eu não acho que é justo para você me colocar para fora como
se eu fosse algum tipo de...

— O que você fez com Claire foi justo para mim?

— Não... — Ela suspirou. — E eu sinto muito, mas eu...

— Eu disse ―se‖ isso não é algo que vale a pena salvar, então é
melhor você ser completamente honesta comigo. Você está disposta a
fazer isso?

— Sim...

— Bom. Dê-me um segundo e vamos começar. — Eu peguei meu


telefone e liguei para o Gabinete Executivo.

— Milton, consiga os papéis adequados.


Capítulo 29
Jonathan

Dois meses depois...

S tacy passou os dedos pelo meu cabelo e beijou meus


lábios. Ela tentou separá-los com a língua dela, mas
eles não se mexiam. Ela lentamente desabotoou os
primeiros botões da minha camisa e começou a puxá-la para fora, mas
eu empurrei a mão dela.

Ela suspirou. — Eu deveria saber que você não estava para


disposto para fazer isso... — Ela pegou o sutiã fora da cadeira e
entregou-me. — Você pode me ajudar a colocá-lo novamente?

— O quê?

— Meu sutiã... Você pode me ajudar a colocá-lo novamente?

— Oh. Certo.

— O terceiro fecho, por favor. E para que conste, eu estou


oficialmente tirando a etiqueta ―com benefícios‖ fora da nossa amizade.
Nós não tivemos mais sexo.

Eu fechei o último gancho em seu sutiã. — Bem...

— Estou muito preocupada com você. — Ela se virou e segurou


meu rosto. — Você está me assustando...

— Porque eu não estou fazendo sexo com você? — Revirei os


olhos.
— Porque você não está sendo o Jonathan que eu conheço.
Porque você não pode apenas ligar para Claire? Não está certo você ficar
longe de alguém que você gosta. Você não é assim.

— Você está sugerindo que eu ligue para a mulher que terminou


comigo e me pediu para deixá-la sozinha?

— Eu só estou dizendo que isso...

— Isso não é o meu estilo.

— Tanto faz. Quanto tempo você precisa de mim para ficar na


cidade? — Ela perguntou. — Eu preciso dizer ao gerente do condomínio
uma data até amanhã.

— Não muito tempo, e você é mais que bem-vinda para ficar aqui
ou em uma das casas de praia. — Eu coloquei a minha camisa. — Eu
só preciso de você para ir para a Conferência Juniper comigo, como
minha acompanhante em duas semanas. Vou precisar de alguém para
manter as mulheres solteiras longe de mim. Eu não quero que pensem
que estou disponível.

— Eu não tenho que acompanhá-lo para a manhã de sessões de


tecnologia não é? Você sabe que essas coisas entediam minha mente.

— Não, a menos que você queira.

— Ha! Não. Apenas Festas e baladas. E eu vou fazer o meu


melhor para agir como se eu fosse sua namorada. A propósito, desde
que eu voei para cá e você me deixou suspensa de novo, eu vou precisar
de uma farra de compras em seu nome. Amanhã. Na verdade, vou fazer
isso todos os dias desta semana.

— É justo. — Eu me levantei. — Você vai passar a noite aqui?

— Hum, eu realmente estava indo...

— Você pode ficar?


— Por quê?

Eu suspirei. — Eu só preciso de alguém para estar aqui... — Eu


só não quero ficar em outro lenga lenga sobre Claire.

— Claro. — Ela colocou sua camisa e beijou meu rosto. — Eu vou


arrumar a minha cama na sala de estar. Você quer que peça café-da-
manhã?

— Nós não podemos dividir a cama?

— Não.

— Por que não? Nós normalmente dividimos.

— Jonathan... — Ela suspirou. — Você não me chamou de


―Stacy‖ uma vez hoje. Você está me chamando de Claire desde que você
me pegou no aeroporto. Você nem sequer me perguntou como eu estava
até o jantar... De fato, depois que eu disse a você, você me perguntou
sobre Ashley e Caroline... Eu não queria dizer nada, porque eu nunca vi
você assim e eu não queria incomodá-lo.

Ela colocou a mão no meu ombro. — Eu não quero colocá-lo em


uma situação onde você durma comigo, com seu subconscientemente
pensando que eu sou Claire porque eu não sou. Eu quero que você
organize seus sentimentos e descubra isso. Eu vou estar na sala de
estar, se você precisar de mim... Ok?

— Tudo bem... Boa noite, Stacy.

— Boa noite. Vejo você na parte da manhã. — Ela me deu um


sorriso tranquilizador e se afastou.

Assim que ela saiu do meu quarto, eu andei até meu armário e
peguei o último conjunto de fotos: Claire estava correndo na ponte
Golden Gate, na reunião realizada do Starbucks, e deitada na praia em
um belo biquíni preto, um dos que eu tinha comprado para ela usar no
meu iate.
Folheei as imagens mais e mais, examinando cada parte. Então
eu percebi correndo as fotos que todas foram tiradas à noite, e que
estas não eram as últimas imagens de duas semanas atrás.

Eu chamei Greg. — Greg, você está...

A campainha tocou e eu sabia que era ele; ele estava sempre por
perto.

Corri as escadas e o deixei entrar, chamando para a sala de estar.


Eu nos servi um copo de scotch e sentamos em frente à lareira.

— Bom ver você, Greg... — Eu tomei alguns goles de minha


bebida e me recostei na cadeira, perguntando por que ele não estava
fazendo o mesmo.

— Você me chamou no meio da noite para tomar uma bebida com


você, Sr. Statham? — Ele colocou o copo para baixo e levantou a
sobrancelha.

— Será que eles acharam o suspeito que estava fazendo os


assaltos aleatórios sobre a ponte Golden Gate?

— Não, pelo que sei, senhor, eles não acharam. Eu duvido que ele
apareceria durante o dia embora. Se você está preocupado com a
filmagem do comercial de seus funcionários lá amanhã, posso arranjar
para ter...

— Não, não é isso. É... Você pode se certificar de ter alguém da


segurança na ponte à noite para proteger a Senhorita Gracen? Ela corre
na quarta-feira e quinta-feira a noites entre oito e nove... Ela não
precisa saber que você está lá. Eu só preciso que você tenha certeza que
nada aconteça com ela.

— Claro. Vou me certificar de que seja feito, senhor.


— E já que eu vou ficar em casa amanhã, você poderia obter as
mais recentes imagens de Corey para mim? Eu sei que ela está de férias
esta semana, mas eu não recebi nada na semana passada.

— Eu já as tenho. — Ele enfiou a mão no casaco e tirou um


pequeno envelope de papel pardo. — Corey não tinha certeza se ele
deveria dar para você então ele deu para mim.

— O quê? Por quê? — E desde quando falam pelas minhas


costas?

— Ele não acha que pode lidar com isso. Francamente, nem eu...

— Greg,— eu disse enquanto tomei outro gole da minha bebida —


Dê a mim. Eu não sei por que você e Corey são de repente melhores
amigos, mas eu acho que eu sou mais do que capaz de...

— Senhorita Gracen está namorando outra pessoa.

O QUÊ! Meu sangue aqueceu. — O que você acabou de dizer?

— Ela está namorando outra pessoa.

Eu tentei não parecer chocado. — Quem é ele?

— Isso importa?

—Isso importa. Dê o envelope, merda. — Eu bati o meu copo em


cima da mesa.

Ele suspirou e se aproximou de mim quando ele estava indo para


colocá-lo em minhas mãos, mas depois ele deu um passo e atirou-o
para dentro das chamas.

Antes que eu pudesse reagir, ele levantou a mão. — Eu vou me


certificar de que a senhorita Gracen esteja segura em todos os
momentos sempre que ela correr na ponte Golden Gate e sempre que
ela for para a praia sozinha. — Ele clareou sua garganta. — Mas eu não
vou continuar fazendo isso para você, senhor. Com todo o respeito, não
está ajudando. A equipe de segurança parou de rastrear fotos para você
a partir de hoje e eu mudei todos os códigos de acesso aos seus
escritórios. Eles vão deixar de perseguir este projeto.

— Sob que ordens? Você está tentando ser demitido?

— Você está tentando perder o seu funcionário mais leal?

— Eu tenho uma abundância de funcionários leais e eles sabem


como fazer exatamente o que lhes disseram. Se você valoriza seu
trabalho, você vai voltar para empresa agora mesmo e ter essas fotos
reimpressas.

— Você me despediu?

Apertei os olhos para ele. — Você está me testando, Greg? Eu vou


demiti-lo. Você não é insubstituível.

Ele cruzou os braços e ergueu a sobrancelha.

Eu olhei para ele longo e duro, mordendo a minha língua até


sangrar porque eu não poderia me fazer dizer: “Você está demitido”.

Se ele fosse um guarda de segurança regular ou motorista, eu o


tivesse demitido sobre as questões pontuais, mas Greg era muito mais
do que isso. Ele tinha estado lá para mim desde o início e ele era meu
confidente silencioso. Meu braço direito. E ele e eu sabíamos que eu
não podia me dar ao luxo de perdê-lo. Nunca.

— Bem.

—Bem. Hayley envia seus cumprimentos. Sua equipe de Scrabble


está em um voo para a Itália enquanto falamos. Quando ela retornar
aos Estados Unidos, ela gostaria que você lhe enviasse uma edição
antecipada do vermelho sPhone. Os hackers que tentaram invadir
firewall na semana passada da sua empresa têm sido cobrados e não
houve dano feito para o sistema interno de acordo com Corey. Essas são
as atualizações que você não estava prestando atenção hoje cedo. Você
não precisa de mais nada de mim esta noite?

— Não.

— Muito bem, então. Tenha uma boa noite, Sr. Statham.

Sentei-me na sala de estar até meia-noite. Tentei beber minha


dor, mas eu só poderia obter através de um vidro. Tudo o que eu
conseguia pensar era Claire beijando outra pessoa, se realizando em
outra pessoa, tendo relações sexuais com outra pessoa.

Cada pensamento amargo me fez querer dirigir para a casa dela e


exigir saber quem diabos esse novo homem era, para colocar um fim a
isso imediatamente.

Como ela pode seguir em frente tão cedo? Como isso foi possível?

Depois de repetir algumas de nossas velhas memórias, eu decidi


caminhar ao redor da minha casa até que eu estivesse muito cansado
para pensar. Eu comecei fora, caminhando pelos jardins e a piscina, no
deck tentando vislumbrar as vezes que Claire e eu tínhamos feito amor
sob as árvores.

Voltei para dentro e circulei pelos corredores, tentando ignorar


qualquer lugar que eu tinha estado com ela, mas foi inútil. Tínhamos
estado em todos os lugares.

Arrastei-me até a sala e suspirei. Eu coloquei outro cobertor sobre


Stacy, a beijando na testa.

— Ei... — Seus olhos se abriram. — Você está bem?

— Não.

Ela se moveu sobre o sofá e fez sinal para eu me deitar. — O que


está errado? Por que você olha como se alguém tivesse acabado de
morrer?
— Ela está namorando outra pessoa.

— O quê?

— Claire... Ela está namorando outra pessoa.

— Oh... — Ela franziu a testa. — Bem, provavelmente não é tão


grave. As suas...

— O fato de que ela seja capaz de namorar alguém tão


rapidamente é...

— Já se passaram três meses, Jonathan...

Só isso? Eu senti como se tivesse sido, pelo menos, um ano.

Ela colocou os braços em volta de mim e suspirou. — Você


realmente a ama, né?

Eu não respondi. Eu só fechei os olhos e tentei ignorar as dores


horríveis que estavam assaltando meu peito. Eu não entendia como ele
tinha chegado a este ponto, ainda não conseguia entender porque ela
não me disse sobre a minha mãe, porque ela pensou que estar separado
era a solução para isso.

Não fazia nenhum sentido, porque ela me amava, eu sabia. Eu


podia ver isso em seus olhos sempre que fizemos amor, sempre que eu
fui até a casa dela e passei um tempo com ela e sua família, sempre que
passamos a noite toda trocando comentários sarcásticos.

Ou talvez ela não... Talvez fosse apenas eu...

Assim quando eu estava prestes a me render às minhas pálpebras


pesadas, ouvi meu telefone tocando na sala de estar.

Não era o toque especial que eu tinha para Greg, Claire, ou


qualquer outra pessoa importante, assim eu o deixei tocar. Mas em
seguida, ele não parava de tocar. E tocar. E tocar.
Eu rolei para fora do sofá e caminhei até a outra sala, olhando
para o número. Era um número de San Francisco, mas não parecia
familiar. Eu estava tentado a silenciá-lo, mas essa pessoa já tinha
arruinado minha chance de sono.

— É melhor ser fodidamente importante. — Rosnei.

— Jonathan? — Era a voz de uma jovem. — É Jonathan?

— Quem é?

— Ashley... — Ela começou a chorar.

Ashley de Claire?

— O que está acontecendo? — Eu suavizei meu tom. — O que


está errado? Aconteceu alguma coisa...

— Eu... Eu preciso de sua ajuda, por favor...

— O que aconteceu? — Eu peguei meu casaco e deslizei para os


meus sapatos.

— Eu não posso... Eu realmente preciso de sua ajuda...

— Onde você está? — Eu corri para minha garagem.

— Eu estou no... No Tim Street... No Haven Foods... E eu…

— Você está machucada?

— Não... Mas eu... — Ela disse algo entre soluços. — Você pode
vir me pegar?

— Eu estarei aí em um minuto. — Eu acelerei meu carro. — Fique


aí.

— Por favor, não ligue pra minha mãe —, ela sussurrou.

— Por que não?

— Por favor...
— Eu não vou. — Eu não sei o que dizer de qualquer maneira.

Eu acelerei até o supermercado, correndo no estacionamento,


abrandando uma vez que eu vi onde estava o problema. Jesus...

Saí e olhei para o metal destruído e mutilado que já foi o Audi Q7:
de Claire, a frente do carro estava chocado em frente de um poste e o
para-brisa foi quebrado. O pneu dianteiro direito tinha sido
arremessado através do lote e a porta do condutor foi esmagada tão
profunda que parecia que o carro tinha batido no guard rail37. Do jeito
que parecia, era um milagre que Ashley tinha conseguido sair viva.
Olhei para ela e notei que ela estava tremendo.

Tirei meu casaco e coloquei sobre os ombros. — Shihh. Vai ficar


tudo bem.

Ela fungou. — Você vai dizer à minha mãe sobre isso?

— Eu tenho certeza que ela vai descobrir de alguma forma...

— Eu sei que vocês dois não estão mais juntos, e eu sinto muito
por ligar tão tarde, mas eu não sabia quem chamar... Minha mãe não é
a melhor opção, se você sabe o que quero dizer...

— Me conte o que aconteceu...

Ela enxugou o rosto com a manga. — Eu e Caroline queríamos


sair hoje à noite, mas ela queria sair com aquele cara, o Jake, lembra?
Ele finalmente a convidou para sair depois que mandou mensagem para
ela todos os dias. — Ela encolheu os ombros. — É o seu fim de semana
para ficar com o nosso carro, mas eu queria ir a outro encontro com
Chris... Eu não quero ter que contar com ele para um passeio porque a
última vez que sai, ele dirigiu e eu mal fiz o toque de recolher para...

— Acalme-se. — Fiz um gesto para ela se sentar no capô do meu


carro.

37
fornece apoio e proteção a limitação de uma fronteira antes de colidir com o poste.
— Nós nos conhecemos no cinema e tudo estava indo bem, mas
depois disse que queria passar algum tempo sozinho comigo. Ele me
disse para segui-lo em algum lugar e... Foi um, um hotel...

Por favor, me dê a versão censurada...

— Ele tinha o quarto realmente especial, e tinha alugado alguns


filmes, e ele me disse para ―apenas relaxar‖... Nós bebemos quatro
cervejas cada e eu pensei que estávamos indo só para ficar juntos.
Honestamente, eu Juro! Eu não acho que ele estava indo para tentar
dormir comigo! Esta foi apenas a terceira vez que saímos!

— Tudo bem... — Eu me preparei para o resto.

— Nós estávamos nos beijando e tocando e outras coisas, mas


então ele começou a ficar realmente difícil e tentou tirar minhas
calças... Eu lhe disse que não, mas ele continuou tentando, assim eu
ameacei gritar... Depois, ele ficou muito irritado e começou a me xingar,
dizendo que eu era uma provocação... Ele me disse que realmente não
gosta de mim de qualquer maneira. Ele tinha acabado de ouvir que eu...
Eu era fácil! Mas isso não é verdade! Eu nunca estive com ninguém! —
Ela chorou. — Então eu corri para fora do quarto, mas quando cheguei
lá embaixo todos os seus companheiros de equipe estavam no saguão
rindo de mim e me chamando de todos esses nomes... Eles disseram
que ele só me convidou lá para que ele pudesse, para que ele pudesse
provar o quão fácil eu era... Eu corri para o estacionamento e fui
embora tão rápido quanto eu podia... Eu estava bem no começo, mas
então eu não podia realmente ver onde eu estava indo e a estrada
começou a ficar embaçada e... Bem... — Ela acenou com a mão em
direção ao desastre.

— Suponho que você não perguntou a sua mãe se você poderia


usar seu carro?

— Você está brincando comigo? Ela teria dito não! Ela sempre diz
que não! Ela espera que fiquemos juntas o tempo todo! Quero dizer,
Caroline é minha melhor amiga e nós fazemos um monte de coisas
juntas, mas temos nossa própria vida. Ela age como se ela não visse
isso! Como ela pode esperar que dividíssemos um carro? Não é justo...
— Ela sacudiu a cabeça e se inclinou sobre mim, sem dizer nada por
um longo tempo.

Uma vez que eu senti que se ela se acalmou completamente, eu


limpei minha garganta. — Então, você me chamou porque você quer
que eu arrume isso antes que sua mãe receba de volta?

— Bem... Sim. — Ela sentou-se e sorriu. — Eu acho que você


pode pagar por isso...

— E você vai me implorar para não contar a ela o que aconteceu?

— Sim...

Eu sorri e tentei não rir. — Vou te dizer, eu não vou lhe dizer.

— Realmente? Você faria isso por mim?

— Você terá isso.

— O quê?

— Eu vou tê-lo substituído amanhã de manhã, mas você tem que


dizer a ela que você levou seu carro sem permissão e que você esteve
fora bebendo assim que ela voltar de sua viagem.

— O quê! Que tipo de sentido isso faz?

— Faz todo o sentido para mim.

Ela cruzou os braços. — Ela vai me matar! Eu vou perder a


próxima festa do fim de semana de Caridade! Não mencionando a de
outono!

— Provavelmente.
— E ela vai tirar meu celular! E não apenas tirá-lo ela vai destruí-
lo!

— Pode ser dez vezes pior.

— Mas o carro não vai estar destruído! Ela não vai nem mesmo
ser capaz de dizer que eu o dirigi uma vez que você substitui-lo! Eu
dedurar a mim mesma para nada! Eu serei...

— Você poderia ter matado alguém hoje à noite, Ashley. — Minha


voz era severa. — Não foi nada por que você deu sorte ou por que você
não estava mais bêbada. Por que você estava bebendo de qualquer
maneira? Você só tem dezesseis anos.

Ela franziu a testa. — Eu fiz isso porque eu não queria parecer


estranha na frente dele... Eu nunca fiz isso antes de hoje e eu prometo
que eu nunca vou fazer isso de novo... Eu realmente tenho que dizer-lhe
essa parte?

— Você quer substituir o carro?

— Tudo bem... — Ela suspirou. — Eu vou beijar e dar adeus a


minha vida social.

— É apenas temporário. Quem sabe, talvez ela vá ver como você


esta sendo responsável dizendo a ela, e talvez dê carros separados para
você e Caroline no seu aniversário.

— Você poderia convencê-la a isso? Isso seria tão incrível!

— Vamos ver... — Peguei meu telefone. — Greg? Eu preciso de um


caminhão reboque. Sim, para o Audi Q7. Nós também precisamos
comprar outro do mesmo em poucas horas e vamos precisar conseguir
as atualizações de costume que conseguimos antes. Veja se você pode
trabalhar para fora algo com o número VIN... Estou no estacionamento
no Haven Foods sobre Tim Street. Você poderia também trazer algo para
Ashley comer? Sim... McDonald‖s está bom. — Eu desliguei.
— Obrigada por me ajudar com isso... — Ashley olhou para o
chão.

— De nada.

— Você sabe, eu realmente gosto de você, Jonathan. Acho que


minha mãe ainda gosta de você também, mas ela provavelmente
gostaria ainda mais se eu disse a ela que eu e Caroline estamos
sentindo falta de você desde que vocês dois se separaram. Eu quero
dizer, nós estamos sentindo sua falta. Muitas pessoas não entendem
nossas piadas sobre física e eu gosto do seu macarrão mais do que o da
minha mãe... Então, eu estou pensando... Se você quiser que eu dê uma
boa opinião sobre você, eu acho que você deve reconsider...

— Você está indo contar a ela sobre o carro, Ashley.

Ela riu. — Vai valer a pena tentar.


Capítulo 30
Claire

— C
minha mão e beijou.
omo foi a sua viagem, querida? — Damien levantou

— Foi incrível. Eu me diverti muito.

— Você tem certeza que não quer ir para a cerimônia de


premiação hoje à noite? Os organizadores juraram que não vai ser tão
chato como o último.

— Eu tenho certeza. — Eu coloquei a minha bolsa no meu colo e


afivelei o cinto de segurança. — Eu só quero desfazer a mala com um
copo de vinho e, lentamente, me reajustar para o mundo real hoje à
noite.

Ele riu e se inclinou para me beijar. Enquanto corria os dedos


pelo meu cabelo, ele puxou a cordas da camiseta de escudo do mar que
eu estava vestindo e sussurrou: — Eu senti sua falta.

— Também senti sua falta...

Ele me beijou mais algumas vezes antes de se afastar e acelerar o


carro. Ele acelerou através dos terminais do aeroporto e entrou na
rodovia. Ele olhou para mim a cada poucos minutos, sorrindo sempre
que eu olhei para ele.

Ele era definitivamente sexy como o inferno e meus olhos não


conseguiam o suficiente dele, mas ao longo das últimas semanas,
parecia que ―atração‖ era a única coisa que nós tínhamos. Mesmo que
ele fosse alguns poucos anos mais velho que eu, quarenta e três, tinha
experimentado o divórcio assim como eu, e parecia ser uma perfeita
combinação, havia algo faltando.

Nossas conversas não eram tão profundas, o nosso tempo juntos


não era memorável, e ele parecia querer mais me impressionar do que
ficar e me conhecer.

Talvez se você realmente lhe der uma oportunidade justa, você


poderia pensar de forma diferente... Você não tem feito isso
honestamente... Talvez você deva se abrir sobre o seu passado um pouco,
talvez até mesmo lhe dizer sobre Jonathan...

Limpei a garganta. — Como foi a sua semana enquanto eu estava


fora?

— Terrível. Além de não ser capaz de ver a mulher mais bonita do


mundo todos os dias, eu fui esmagado pelas Indústrias Statham para o
ano no encontro de pré-vendas.

— O que você quer dizer?

— Eles nos venderam por quinze por cento para o ano até agora e
eles nem sequer abriram a pré-venda para seu sPhone vermelho
ainda... Eu odeio Jonathan Statham.

O quê?! — Por quê? — Eu tentei soar indiferente.

Ele dirigiu para a rampa de saída. — Ok, eu não necessariamente


o odeio. Não, eu o odeio. — Ele riu.

— Temos sido assim desde que ele começou a sua empresa. Ele é
o nosso maior concorrente e ele sabe disso. Eu não posso negar que o
homem é um gênio, mas às vezes ele faz movimentos só porque ele
pode, apenas para ser um show a parte, para que ele possa dizer que a
sua empresa é a número um.
— Como...

— Como lançar um novo produto antes que a minha empresa


faça. Nós vamos ter um plano de marketing com meses de
antecedência. Nós vamos ter anúncios publicitários e outdoors em todo
o país para um produto que sai na sexta-feira, e apenas para ser um
desagradável, ele vai lançar seu produto concorrente na quinta-feira.

Eu tentei não rir. — Então, é uma rivalidade amigável?

— Não. — Ele estacionou na frente da minha casa e se virou para


mim. — Somos educados sempre um com o outro, mas não nos damos
bem em tudo os... Aqui entre nós, eu realmente o respeito, mas sempre
parece que ele tem a mão superior, como se ele sempre recebesse as
melhores coisas em primeiro lugar. Eu sinto que não importa o que eu
faça, eu estou sempre recebendo seu segundo descartado.

Merda... — Humm...

— Eu sinto muito. — Ele beijou minha bochecha. — Eu não


deveria estar falando sobre meu concorrente. Eu deveria estar
concentrado em você. — Ele saiu e abriu a minha porta.

Uma vez que eu estava fora do carro, ele puxou minha bagagem
do seu carro e caminhou comigo até minha casa.

— Você tem certeza que não quer vir hoje à noite? — Ele se
aproximou de mim. — Nós não teríamos que ficar o tempo todo. Na
verdade, se você quiser, podemos ir por cinco minutos e, depois,
podemos voltar para a minha casa.

Eu senti borboletas esvoaçantes em meu estômago enquanto ele


sorriu com seus dentes brancos e brilhantes.

Vê? Você pode ter sentimentos por alguém... — Eu tenho certeza...


— Eu me inclinei para a frente para beijá-lo.
Ele passou os braços em volta da minha cintura e me puxou
ainda mais perto, tão perto que eu podia sentir a grande protuberância
em suas calças. Então eu senti borboletas do meu estômago vibrar com
mais força, fazendo sons.

Ugh... Estes não são sentimentos... Eu estou apenas com fome...

— Obrigado por me pegar no aeroporto, Damien.— Eu me afastei


para recuperar o fôlego.

— De nada. — Ele deu um passo para trás. — Posso te perguntar


algo?

— Claro.

— Estou sendo classificado como um amigo?

— O que você quer dizer?

— Estamos namorando há um tempo e... Você se segura sempre


que a beijo e você nunca me convida para entrar. — Ele parecia
preocupado.

— Se fôssemos amigos platônicos, eu não estaria beijando você de


jeito nenhum. — Eu beijei seus lábios novamente para mostrar o meu
ponto de vista. — Você definitivamente não está sendo classificado
como amigo. Eu só gostaria de esperar um pouco antes de eu convidar
alguém para dentro.

A menos que seja Jonathan Statham...

— Compreendo. Você gostaria de ser minha acompanhante para a


conferência Juniper na próxima semana? É um evento de uma semana
de duração e vai ser em um enorme resort nos subúrbios... Eu posso
reservar quartos separados, se você não se sentir confortável em dividir.

Talvez isso vá ajudá-la a seguir em frente se você compartilhar... —


Não há necessidade de um quarto separado. — Eu estava em pé e o
beijei novamente. — Eu adoraria ir com você.
— OK. Bem, eu vou organizar tudo e dar-lhe todos os detalhes
durante o jantar na quinta-feira. Boa noite, Claire.

— Boa noite Jon... — Eu limpei minha garganta. — Damien. Boa


noite, Damien.

Dois dias depois...

Joguei o telefone celular de Ashley em uma tigela de água e


coloquei no freezer. Eu não era um daqueles pais que confiam em seus
filhos para não usar seu telefone só porque eu mandei. Certifiquei-me
que ―nenhum celular‖ realmente significava ―sem celular‖.

Eu vi lágrimas escorrendo por seu rosto enquanto eu continuei


minha palestra, mas elas não estavam tendo nenhum efeito positivo em
mim.

— E se você tivesse destruído meu carro? E se alguma coisa


tivesse acontecido com você? E ainda por cima você bebeu? O que teria
acontecido se a polícia tivesse chegado e você tivesse um DUI38 com
dezesseis anos? Você poderia ter arruinado sua vida antes mesmo que
ela começasse! Você pensou sobre isso? — Minha voz saiu mais alta do
que nunca. — Criei você muito melhor do que isso, Ashley Marie
Gracen. Eu não posso mesmo... Eu não posso falar com você agora. —
Eu balancei minha cabeça. — Vai para o seu quarto. Acostume-se a
estar lá para os próximos quatro meses.

— Eu realmente sinto muito... — Ela fungou enquanto se


afastava.

Encostei-me ao balcão e balancei a cabeça, exalando uma e outra


vez. Eu estava além de furiosa com ela e extremamente confusa a
respeito do por que ela tinha contado tudo por si mesma; Eu nunca

38
Indulto por dirigir bêbado
teria sabido sobre o fim de semana passado, se ela não mencionasse e
não era como se ela fosse mencioná-lo. Não era do seu feitio.

Antes que eu pudesse passar por uma recapitulação das minhas


férias, ela deixou escapar tudo: Encontro tarde da noite. Hotel. Cerveja.
Pegando meu carro sem permissão.

Ela soluçava enquanto ela me contava o que aconteceu, e mesmo


que ela enfatizasse que ela trouxe meu carro de volta ―sem um único
arranhão‖ e prometeu ―nunca beber de novo‖, eu tinha que puni-la para
evitar que isso voltasse a acontecer.

E quatro meses é tempo o suficiente?

Peguei um pote de sorvete de chocolate e menta e entrei na sala


de estar. Eu estatelei no sofá e procurei através dos canais, em busca
de algo divertido para assistir. Eu precisava limpar minha cabeça.

Infelizmente, não havia nada para assistir a não ser Talks Show39
de final da tarde; Havia reprises do Dr. Phil, e eu já tinha visto todos os
shows em HGTV antes. Eu comecei a mudar entre os canais Premium e
parei na hora que eu vi Harry Potter.

Eu suspirei.

Não fazia muito tempo que Jonathan tinha vindo assistir comigo,
Ashley e Caroline. Na verdade, o dia em que aconteceu, era como se eu
nem estivesse lá: os três falaram durante a maior parte do filme. Eles
discutiram sobre o que era fiel ao livro e o que não era, quais as cenas
que mais gostaram, e quem era o maior fã. Foi tão ruim que em um
ponto, eles começaram apostando ―tiros‖ de chocolate uns nos outros
sobre o filme como punição para quem dissesse os fatos errados.

39
Talk show é um género de programa televisivo ou radialístico, em que uma pessoa
ou um grupo de pessoas se junta e discute vários tópicos que são sugeridos e
moderados por um ou mais apresentadores.
Quando o filme terminou e Caroline surgiu como a vencedora, eu
pensei que ele e eu finalmente teríamos algum tempo sozinhos, mas
eles decidiram assistir ao próximo filme da série.

Eu desliguei a TV e fui para o meu quarto, caindo em primeiro


lugar na minha cama. Fazia três meses desde que eu tinha rompido
com Jonathan e eu mais uma vez não consegui passar um dia sem
pensar nele.

Eu pensei que ficar um tempo longe dele o faria desaparecer da


minha memória; que cada dia que passasse seria outro dia que ele iria
se infiltrar em meus pensamentos, e que namorando outra pessoa
ajudaria a apagá-lo, mas isso estava longe de ser a verdade.

Ele passou pela minha cabeça toda vez que eu dormi sozinha,
toda vez que eu acordei sem ele ao meu lado, e cada vez que eu pisei em
meu novo escritório onde não havia flores esperando por mim.

Eu senti um caroço subindo na minha garganta e comecei a


chorar. Eu não tentei enxugar as lágrimas; eu as deixei cair e rolei para
o meu lado, permitindo que nossas memórias jogassem em minha
mente mais e mais.

Eu estava me lembrando do nosso primeiro encontro, lembrando-


me de quando ele me empurrou contra a grade e deslizou seus braços
em volta da minha cintura. Assim quando ele estava prestes a
pressionar seus lábios contra os meus, meu telefone tocou e
interrompeu a memória. Damien.

— Alô? — Eu respondi baixinho.

— Hey querida. Ainda estamos indo para o nosso encontro hoje à


noite?

Merda, eu esqueci completamente disso... — Claro, que horas devo


estar pronta?

— Sete horas. Você está bem? Você parece um pouco doente.


— Oh, sim. — Eu funguei. — Estou bem. Alergias, sabe?

— Você quer ficar em vez disso? Nós podemos...

— Não, não... Eu vou tomar um Zyrtec40 ou algo assim. Eu


realmente preciso, quero dizer, eu realmente quero sair hoje à noite.

— Ok, então. Eu estou ansioso para te ver.

— Eu também. Vejo você em breve. — Eu desliguei e olhei para o


relógio. Eram quatro horas.

Eu decidi demorar me preparando, pensando que isso poderia me


ajudar a manter minhas memórias de Jonathan afastadas.

Eu rolei para fora da cama e tomei um banho quente com espuma


extra. Eu acendi minhas velas favoritas perfumadas tudo em torno da
borda e rapidamente tirei a roupa, deslizando meu corpo debaixo da
espuma.

— Ahhhh... — Deitei-me e deixei meus ombros tocar a cerâmica


fria. Estendi a mão para o meu rádio a prova d‘água o e sintonizei na
estação de música clássica, estremecendo uma vez que ouvi um refrão
familiar. Era a música que Jonathan e eu dançamos no seu iate.

— Passo para trás... Passo em frente... Sua dança está ficando


muito melhor, Claire... Acho que devemos terminar esta aula no andar de
baixo...

Eu mudei a estação. Talk Radio.

— E em notícias financeiras, esta tarde, Indústrias Statham devem


atingir mais um marco, seus patamares de venda antecipada
praticamente derrubaram o...

40
É indicado para o alívio dos sintomas nasais e oculares da rinite alérgica sazonal e
perene e dos sintomas de urticária.
Eu desliguei. Eu deslizei completamente debaixo da água,
deixando minha cabeça afundar, segurando-me lá enquanto eu tentava
lutar contra a investida de mais memórias:

Estávamos sentados na banheira juntos, nos assistindo sorrir


mutuamente para nada, rindo sem sentido.

— Venha aqui, Claire. — Ele estendeu a mão para me mover


através da jacuzzi, revirando os olhos quando eu não me mexi. Ele
deslizou para o meu lado e colocou o braço em volta de mim. — Suas
objeções nunca deixam de me surpreender... Tomar um banho de espuma
é o que você mais gosta de fazer?

— Sim, mas é dez vezes melhor quando estou sozinha.

— Pare de mentir para mim.

— Quem disse que eu estou mentindo? — Estendi a mão e enfiei os


dedos por seu cabelo, olhando para o seus olhos enquanto ele olhava de
volta para o meu. Inclinei-me e trouxe a cabeça mais para baixo para um
beijo, mas ele moveu as costas.

— Pare. — Ele moveu minha mão para longe dele e balançou a


cabeça, suspirando. Ele me puxou para o seu colo me colocando contra
seu peito, e então ele me beijou. — Eu amo você, Claire.

Meu coração parou, meu corpo ficou imóvel. Eu não tinha certeza do
que dizer. — Eu...

— Você não tem que dizer também. — Ele plantou beijos ao longo
da minha garganta. — Eu sei que você é extremamente frágil e não tem
certeza sobre o que exatamente é isso, mas eu quero que você saiba que
eu te amo e não há nada que eu não faria por você... Eu vou fazer o que
você me pedir se isso vai fazer você feliz.

Ele ergueu a mão e passou os dedos pelo meu cabelo, beijando


meus lábios suavemente, me fazendo ficar completamente sem palavras
novamente. — E antes mesmo de tentar perguntar o óbvio, eu nunca me
senti assim com ninguém. Nunca. Só você.

Eu voltei para a superfície e engasguei sem ar, inalando tanto


dele quanto eu poderia.

Quando terminei meu banho, eu enxuguei lágrimas depois de


lágrimas, sabendo que, se Jonathan estivesse aqui, ele não iria me
deixar chorar; ele iria encontrar uma maneira de me fazer rir.

Eu soprei as velas que me rodeavam e sai da banheira.


Segurando o resto das minhas lágrimas, eu me enrolei em um roupão, o
mesmo que ele tinha me visto quando ele veio pela primeira vez.

Abri meu armário e vasculhei meus vestidos parando uma vez


que eu vi o que ele tinha me comprado para o baile IPO:

— Eu gosto deste aqui.... — Eu girava em torno de um vestido


branco de um ombro que mal tocavam o chão. — Isto não me faz parecer
uma noiva, porém, não é?

Ele se recostou na cadeira e balançou a cabeça.

— Você vai ficar assim durante todo o dia? Você não disse nada
sobre qualquer um dos vestidos que eu provei. Você não se importa com o
que eu uso para o baile? Você está usando o seu silêncio para me dizer
que você não me quer com você mais?

Ele ergueu a sobrancelha.

— Senhorita Gracen? Você está pronta para o próximo vestido? —


Perguntou a atendente. — Sr. Statham escolheu outro enquanto você
estava provando este aqui.

— Você vai falar comigo alguma coisa hoje? — Eu estreitei os olhos


para ele, esperando para ele responder, mas ele não disse uma palavra.

Revirei os olhos e me virei, seguindo a atendente de volta para o


provador.
Eu deslizei lentamente para fora do vestido branco e vi quando ela
abriu o zíper do saco preto que pairava sobre a porta. Quando ela tirou o
vestido do plástico, eu engasguei.

— Deslumbrante, não é? — Ela sorriu e fez sinal para eu levantar


as mãos acima da minha cabeça. Ela demorou puxando sobre mim e
fechando o zíper nas costas, e prendendo a parte superior com o botão.

Olhei-me no espelho e balancei a cabeça. O vestido era impecável.


Era um vestido de cor nude que acentuava todas as minhas curvas. Ele
estava coberto de cristais cintilantes no decote, dando lugar a uma saia
que caía em ondas suaves de cetim, uma saia que parecia como se eu
estivesse flutuando enquanto eu caminhava.

— Senhorita Gracen? — A atendente segurou a porta aberta para


mim. — Você está pronta agora?

Eu balancei a cabeça.

Entrei na sala do ateliê, imediatamente sentindo a pressão dos


olhos de Jonathan no meu corpo com cada passo que eu dava. Eu pisei
na pequena plataforma e parei em frente ao espelho triplo.

— Você vai dizer alguma coisa sobre isso? — Meus olhos se


encontraram com os dele — Por que você não diz alguma coisa? Você não
gostou de nenhum dos vestidos?

Ele piscou. Então ele se levantou e caminhou até a plataforma,


circulando em torno de mim como se ele fosse avaliar cada polegada de
mim.

— Você estava linda em cada vestido que você provou hoje, cada
um. — Ele arrastou suas pontas dos dedos sobre meus ombros nus. —
Eu vou comprar todos.

— Mas eu só posso usar um para o baile do IPO. Você deveria me


ajudar a escolher qual...
— Eu vou. — Ele apertou o dedo contra meus lábios. — Depois que
você experimentá-los para mim novamente em casa...

Virei olhando todos os doze vestidos e escolhi um curto preto. Era


extremamente simples, mas tinha alguns detalhes elegantes ao longo
das tiras que o fizeram se destacar.

Eu coloquei um sutiã e puxei o vestido por cima da minha cabeça.


Quando eu estava fazendo a minha maquiagem, a campainha tocou.

É apenas seis horas... Ele chegou uma hora mais cedo? — Ashley!
Caroline! Vá abrir a porta!

Coloquei uma espessa camada de rímel e um toque de blush. Eu


passei uma sombra bronze cintilante sobre a minhas pálpebras e a
campainha tocou novamente.

— Ashley e Caroline, abram a porta, por favor! — Peguei um tubo


de batom vermelho. Eu estava prestes a colocá-lo contra a minha boca,
mas a campainha tocou novamente.

Ugh! Elas estão dormindo ou algo assim?!

Corri para baixo correndo e abri a porta. Jonathan.

Ele estava usando calças pretas e uma camisa branca de botões,


com as mangas dobradas em volta de seus cotovelos, com os primeiros
botões desabotoados. Ele não parecia muito feliz em me ver. Ele olhou
furioso, como se ele estivesse a ponto de machucar alguém.

Meu coração começou a correr e eu tentei dizer alguma coisa,


qualquer coisa, mas as palavras não saíam da minha boca.

— Olá, Claire. — Ele ferveu.

Silêncio.

Ele me olhou de cima a baixo, estreitando os olhos para mim. —


Você parece muito bem... Vai a algum lugar?
— Sim...

— E onde seria isso?

— Eu vou... — Eu dei um passo para trás. — Eu vou sair para um


encontro...

— Realmente?

— Sim...

— Você tem certeza disso? — Ele fechou a porta e avançou.

— Jonathan, eu... — Eu senti seus lábios contra os meus, os


braços possessivamente dobrando em torno de mim.

Murmurei quando ele deslizou as mãos por baixo do meu vestido,


e ele sussurrou, — Você não vai a lugar nenhum — contra o meu
pescoço.

Meus joelhos começaram a tremer e ele me pegou antes que eu


pudesse cair. Ele atacou a minha boca com a língua até que eu não
conseguia respirar, e então ele me levou lá em cima para o meu quarto.

— Você ainda é minha. — Ele me jogou na cama e moveu-se para


cima de mim. —Você sempre será minha.

Ele me beijou de novo e de novo, fazendo-me gemer com os toques


apaixonados que eu estava sentindo falta todos esses meses.

— Eu queria dizer que eu também te amo... — Eu engasguei


quando ele deixou meus lábios irem. — Eu também te amo...

Ele rasgou meu vestido e beijou uma linha para baixo no meu
estômago. — Então por que você me deixou?

— Ahhh... — Eu senti sua língua rodar entre as minhas coxas,


me impedindo de responder.
— Você não deveria ter me deixado. — Ele desabotoou a calça
jeans e deslizou fora. Em seguida, ele veio de volta e montou em mim,
olhando no fundo dos meus olhos. — Você realmente não deveria ter
feito isso. — Ele empurrou o seu pau em mim, tomando seu tempo
entrando, deslizando polegada por polegada.

— Por favor...

— Por favor, o que, Claire? Dar o que você quer mesmo que você
não mereça isso? — Ele não estava nem com a metade dentro ainda; ele
estava brincando com meus mamilos com a língua, desfrutando da
minha frustração.

— Por favor, apenas — O som alto da campainha interrompeu a


frase. — Apenas me foda...

— Você não deveria atender a porta? — Ele levantou a


sobrancelha. — É provavelmente o seu encontro.

Eu balancei minha cabeça.

— Por que não? — Ele deslizou ainda mais. — Não é bom deixá-lo
esperando.

Antes que eu pudesse responder, ele enterrou-se profundamente


dentro de mim e eu envolvi minhas pernas em volta dele.

Ele empurrou para dentro de mim descontroladamente beijando


meus lábios para abafar meus gritos, mantendo os olhos presos nos
meus.

— Mãe! Mãe! —Caroline chamou do outro lado da minha porta. —


Damien chegou!

Jonathan sorriu e diminuiu o ritmo. Ele empurrou minhas pernas


longe de sua cintura e rolou, então eu estava em cima dele. — Mova-se.
Eu fiz como me disse, balançando meus quadris contra ele,
inclinando-me para beijar os lábios sempre que queria para não parar,
mas, em seguida, minha porta se abriu e entrou Caroline, então Ashley.

— Hum, Damien está lá embaixo... — Nós dissemos a ele para


esperar na sala de estar.

Meus olhos se arregalaram e eu ofeguei. Peguei um cobertor para


puxar no meu corpo e olhei para Jonathan só que ele não estava lá.

Foi apenas um sonho.

Foi apenas um sonho?!

Meu peito se apertou e lágrimas se formaram no canto dos meus


olhos. Eu rolei fora da minha cama para o chão, olhando para frente.

— Você quer que a gente diga que você não está aqui? — Devemos
dizer a ele que de qualquer maneira... — Por quê? Eu pensei que
concordamos que nós gostamos dele. — Nós gostamos, mas eu não
acho que ela goste... Ele é muito quente embora. — Você acha que ele é
tão quente como Jonathan? —— Ha! Não! Mas se ela perguntar,
devemos dizer sim para fazê-la se sentir melhor.

—Hummm. Ok. — Bem, eu não acho que eu estou autorizada a


sair do meu quarto por mais de cinco minutos então você
provavelmente deve ir e dizer-lhe que ela não está...

— Não, está tudo bem... — Eu me levantei. — Obrigado.


Capítulo 31
Claire

E u reorganizei as minhas roupas no armário da

suíte do hotel pela enésima vez e fechei as portas.

Entrei na sala e sentei em frente à Damien.

— São cinco ou seis remessas? — Ele me deu um sorriso de

desculpas quando ele continuou a falar sobre o telefone. — Você pode

verificar para receber, por favor? Sim... Não, estou na Conferência

Juniper... Sete dias, de modo que lhe dá muito tempo para descobrir o

que está acontecendo... Tudo bem. Mantenha-me informado. — Ele

desligou seu telefone e suspirou. — Sinto muito, querida.

— Está tudo bem. É um trabalho de férias. Eu entendo

completamente.

— Venha aqui. — Ele fixou seus olhos nos meus e eu andei,

preparada para me sentar na outra cadeira, mas ele me puxou para o

seu colo. — Você está bem? Você não falou muito durante o caminho...

Eu me acalmei. Eu não achei que ele tinha notado já que sua

música tinha estado tão alta. Eu mantive minha cabeça virada para a

janela por todas às duas horas de carro, perguntando por que eu tinha
concordado em vir aqui quando eu ainda estava tão envolvida com

outra pessoa.

— Eu só estou um pouco estressada —, eu disse. — Eu acho que

eu só preciso relaxar.

— Hmmm. — Ele pressionou a cabeça contra a parte de trás do

meu ombro. — Você quer fazer algo para relaxamos juntos, então?

— Depende do que seja...

Ele passou as mãos de cima e para baixo meus quadris e beijou a

minha nuca, fazendo meu corpo ansiar por mais. — Deite-se comigo?

Eu balancei a cabeça e levantei de seu colo.

Ele apertou minha mão e me levou para o quarto, puxando as

cobertas para trás e usando o controle remoto para escurecer as luzes.

Ele desapareceu por um momento e eu decidi ficar mais confortável.

Tirei meus brincos, deslizei para fora dos meus sapatos, e de

repente senti-o desabotoar as calças. Senti meus nervos correndo

selvagem, mas não por desejo ou antecipação; mas por ansiedade.

Por que eu sinto que isso é “batota41”?

Ele me virou e desabotoou minha camisa e meu sutiã, deslizando

fora dos meus ombros quando ele olhou nos meus olhos. Então ele

sorriu e me puxou para a cama.

41
Fraude
Fazendo sinal para eu deitar em primeiro lugar, ele começou a

despir-se, deixando nada além de suas cuecas.

Eu subi na cama e suspirei quando ele subiu atrás de mim,

quando ele começou a pressionar beijos ao longo das minhas costas

nuas. Eu rolei para encará-lo. — Eu não sei se eu posso...

Ele cortou minhas palavras com um beijo profundo e convidativo,

me fazendo esquecer tudo que eu estava prestes a dizer.

Eu tentei segurar, tentei resistir, mas eu não poderia evitar; eu o

beijei de volta deixando minha língua ir mais profunda em sua boca,

passando minhas mãos contra o peito duro.

Ele separou sua boca da minha e começou a beijar meu pescoço,

minha clavícula, meus seios.

Ele chupou um dos meus mamilos em sua boca e mordeu-o

suavemente, fazendo-me gritar de prazer.

Ohhh... Jonathan...

Ele agarrou meu outro seio e amassou com a palma da mão,

usando as pontas dos dedos para apertar a parte mais sensível. Antes

que eu percebesse, ele começou a mover seus beijos pelo meu estômago

passando minha barriga e outra memória de Jonathan passou pela

minha cabeça: Jonathan puxou sua boca longe da minha. — Eu adoro

beijar seus lábios, Claire...

— Só isso?
— Tudo. — Ele passou as mãos contra as minhas coxas nuas.

— Bem... — Eu sufoquei um gemido quando ele começou a mover

os lábios mais e mais. — Qual é o melhor?

— Eu acredito que é um empate, mas vou fazer uma comparação

agora para certificar-me...

Senti Damien tentando puxar minha calça para baixo quando ele

colocou outro beijo contra o meu umbigo.

— Espere. — Sentei-me e cruzei os braços sobre o peito. — Nós

não podemos...

— O quê? — Ele beijou meu estômago de novo e olhou para mim.

— Por que não?

— Eu sou... — Eu precisava demais de uma desculpa. Por mais

que eu quisesse negar, meu corpo estava em chamas e eu sabia que ele

podia sentir isso. — Eu estou no meu período esta semana... Eu sinto

muito que eu não...

— Foi por isso que ficou tão tensa hoje? — Ele levantou a

sobrancelha. — Você acha que a única razão pela qual eu convidei você

foi para fazer sexo? Ou que, se não tivéssemos sexo esta semana eu não

estaria interessado em você mais?

Hum sim. — Hum...

Ele balançou a cabeça. — Eu sinto muito, Claire. Eu não sou

normalmente de ir adiante e eu não quero apressar as coisas com você


demais. É que... Estar em torno de você, às vezes, é difícil me controlar.

— Ele sorriu enquanto abotoava minhas calças. — Você não acreditaria

o efeito que tem sobre mim...

Virou-se e então ele estava deitado ao meu lado e beijando o meu

rosto. — Será que o seu período me impede de te abraçar?

Eu ri. — Não... Eu gostaria muito disso.

Ele passou os braços em volta de mim e eu me inclinei contra ele,

não me sentindo totalmente confortada; o abraço dele não era o que eu

precisava.

Eu saí do banheiro em um vestido roxo longo, uma das compras

de Jonathan de meses atrás. Eu percebi que eu poderia muito bem usar

todos os vestidos que ele comprou; todos eles eram muito elegantes

para vestir.

— Wow...— Damien levantou-se assim que eu entrei na sala de

estar. — Eu não tenho tanta certeza sobre estar indo para este baile

agora...

— Por quê?

— Por que alguém poderia tentar roubar você de mim... Você

parece boa demais para ser verdade. — Ele me olhou de cima para

baixo. — Acho que o destaque da semana vai ser vê-la vestida de uma

forma diferente a cada noite. — Ele beijou meus lábios e me levou para

o corredor, para o elevador.


Nós fomos em direção ao ―Salão Panorâmico‖ no septuagésimo

quinto andar, para participar do baile de boas-vindas da conferência.

Ele me disse que era preciso que todos os participantes comparecessem

e que era muito bonita, uma oportunidade para os CEOs mostrarem as

suas acompanhantes e sua importância na competição.

Se dependesse de mim, eu estaria de volta em nossa suíte para

devorar os potes de sorvete de menta com gotas de chocolate que eu

pedi, não esfregando o nariz com a elite. No entanto, eu já tinha falado

que eu iria então estava indo para a ―Recepção apenas para as

Senhoras‖ e não queria abusar da minha sorte.

Ele segurou a porta aberta para o salão de baile, e assim que

entrei, eu tive que segurar um suspiro.

O Salão panorâmico era colossal e parecia que era grande o

suficiente para conter um campo de futebol inteiro; os seus tetos e as

paredes eram feitas de vidro chapeado preto e eu contei pelo menos

vinte candelabros de prata pendurados vários pés acima de nossas

cabeças. Havia até um palco enorme na extremidade que se estendia

através das paredes imponentes da sala.

Damien me segurou ao seu lado quando nós caminhamos ao

redor da sala, enquanto ele me apresentava a cada um dos seus amigos

e colegas como sua ―namorada‖.

— Wow... — Onde você encontrou alguém como ela para estar

com você? — Ela é bonita demais para você. — Se você se cansar dele,
eu ficaria feliz em levá-la embora, senhorita Gracen. — Ela é uma

sonho, Damien...

Sorri para todos os elogios de seus amigos, e uma vez que ele e

seu Diretor Executivo Financeiro começaram a discutir negócios, eu me

desculpei e fui para o bar que ficava no canto do lado do salão.

Quando eu estava me servindo de um copo, as luzes piscaram

acima e todos começaram a bater palmas.

— Senhoras e senhores, bem-vindos para a Conferência Juniper

2013! — Uma mulher entrou no palco com um microfone na mão. — Ao

longo dos próximos dias, todos nós vamos compartilhar nossas ideias

sobre a direção do avanço da tecnologia, relaxar em um dos muitos

spas do retiro, e tentar não matar uns aos outros já que nós somos

todos concorrentes ferozes.

O salão irrompeu em gargalhadas.

— O Baile de abertura desta noite foi generosamente patrocinado

pela Lowell Enterprises. Infelizmente, o Sr. Lowell teve o voo adiado,

porém ele pediu para seu antigo aprendiz fazer o discurso de abertura

em seu lugar.

Olhei em volta para se certificar de que ninguém estava olhando

para mim e derramei um litro extra de vodca na minha bebida.

— Senhoras e senhores, por favor, recebam o fundador e CEO das

Indústrias Statham, Jonathan Statham!


A multidão aplaudiu e eu deixei cair meu copo no chão, virando-

me para olhar para ele.

Jonathan entrou no palco, sorrindo para os aplausos, observando

a multidão. Ele acenou para as pessoas que estavam de brincadeira

gritando seu nome, parando para fazer contato com os olhos e dizer

―Olá‖ para aqueles que ele conhecia pessoalmente. Quando ele

continuou a olhar sobre o público, seu olhar se desviou em direção ao

bar e seus olhos encontraram os meus.

Ele parou de andar e piscou. Ele abriu a boca como se estivesse

prestes a dizer algo, mas em seguida, ele se virou para a multidão

novamente e sorriu quando ele foi para o pódio.

— Boa noite, senhoras e senhores —, ele falou.

— Boa noite —, a multidão respondeu.

— Como muitos de vocês sabem, esta semana é para promover

novas amizades, e reacender aquelas que podem ter se perdido na

loucura que é o avanço tecnológico. Dito isto, eu estou ansioso para me

reconectar com todos vocês, não, apenas com alguns de vocês...

A multidão riu.

— Sr. Lowell não é um homem de muitas palavras e ele só queria

que eu dissesse algumas coisas: Vamos nos certificar de que esta

conferência seja tão inesquecível quanto as que vieram antes dela, e que

hoje à noite - a primeira noite – seja um prazer e sem qualquer tipo de


negociação. Nós temos toda a semana para isso. — Ele virou um cartão

de anotações. — Para os mais novos participantes, certifiquem-se de

interagir com aqueles que estão em seu mesmo campo e escolham suas

sessões matinais muito sabiamente. Para aqueles que já estiveram aqui

antes, eu tenho certeza que não precisa dizer muito sobre como isso

funciona. E para aqueles que estão aqui como um encontro —, disse ele

enquanto seus olhos encontraram os meus novamente, — há uma

abundância de coisas para você fazer aqui durante o dia, se você

escolher não acompanhar o seu acompanhante aos eventos de

tecnologia. Obrigado a todos vocês. Aproveitem o resto da sua noite. —

Ele manteve seus olhos em mim quando o público aplaudiu, e então ele

saiu do palco, apertando as mãos de quem entrou na frente dele.

Virei-me e preparei outra bebida. Então eu senti um braço

envolvendo em volta da minha cintura.

Jonathan?

— Então, este é o lugar onde você desapareceu. — Damien riu. —

Você está se divertindo até agora?

— Sim. — Eu preciso sair daqui... — Você poderia me dizer onde

estão os banheiros... — Eu senti Jonathan vindo antes que eu pudesse

vê-lo. Essa corrente elétrica que corre através de minhas veias quando

ele estava nas proximidades de repente me chocava em silêncio.

— O que você estava dizendo, Claire?


— Boa noite, Sr. Edwards. — A voz profunda de Jonathan nos fez

virar. — Muito interessante ver você de novo.

— Bem, bem, bem, se não é Jonathan Statham. — Damien me

puxou para mais perto, fazendo Jonathan apertar sua mandíbula. —

Estou chocado que você não citou o seu novo sPhone vermelho em seu

discurso. Você realmente está se tornando melhor ou você está tendo

aulas sobre como não ser um idiota?

— Eu estou tendo aulas – com o mesmo advogado que lida com

seus divórcios. Será que ele impediu sua ex-mulher de processar você

ainda por todo o dano ou espero -, quantas ex-esposas você tem

exatamente agora? Três? Quatro? Estamos contando a sexta esposa a

partir da semana de Vegas agora?

— Touché. — Damien revirou os olhos. — Claire, este é a

verdadeira dor na minha bunda, que eu tenho dito a você, Jonathan

Statham, e Jonathan, esta é a minha namorada, Claire Gracen.

— Namorada?

— Sim, namorada. Ela trabalhava como diretora de seu

departamento de marketing. Mundo pequeno, não é mesmo?

— Muito pequeno.

— Sr. Edwards? — Uma mulher bateu no ombro de Damien. —

Nós estamos com Tamisha J. da nossa sede no exterior que quer

encontrá-lo. Ela quer uma foto rápida, se você não se importar.


— Nem um pouco. — Ele beijou minha bochecha. — Já volto,

querida. Jonathan... — Ele se afastou.

Eu olhei para Jonathan e nós olhamos fixamente um para o

outro, sem dizer uma palavra pelo que parecia uma eternidade. Meu

coração estava batendo contra o meu peito, meus nervos estavam

pulando para cima e para baixo, e a eletricidade palpável entre nós foi

me puxando para mais perto e mais perto dele.

Mesmo que seus olhos fossem frios e seus lábios estavam

pressionados em uma carranca sutil, ele parecia mais sexy do que ele

jamais pareceu antes.

Eu dei alguns passos para frente, sem tirar os olhos dele, e tentei

mantê-lo junto.

— Jonathan... Eu sinto tan...

— Eu não a deixei com a minha concorrência por muito tempo,

deixei? — Damien me puxou contra ele.

Ele beijou meu rosto de novo e eu podia ver uma veia no pescoço

de Jonathan inchar.

— Você já ouviu falar sobre Hannigan de TruCorp, Jonathan? —

Ele não esperou pela resposta dele. — Diferenças à parte, eu acho que

ele realmente tem algo com a sua nova placa de dados de configuração.

Parece muito promissor.


— Vou ter que verificar isso. — Jonathan declarou secamente. —

Obrigado, Damien.

— Será assim entre os rivais? Eu estou realmente feliz que você

decidiu demonstrar aqui uma mudança. Isso vai tornar a semana mais

interessante.

— Sim. — Jonathan estreitou os olhos para mim. —

Definitivamente será interessante.


Capítulo 32
Claire

V ir aqui foi a pior decisão que eu já tomei...

Eu estava sentada perto da borda da praia particular do resort,

fingindo ler o meu e-reader, mas secretamente assistindo Jonathan

caminhar ao lado da costa com outra mulher. No entanto, esta mulher

não era apenas uma mulher qualquer. Era Stacy Rodriguez, a

supermodelo internacional e designer extraordinária. Ela era facilmente

uma das mulheres mais sexys do mundo, lindamente bronzeada e

magra, com um corpo naturalmente com seios enormes, cabelo

ondulado preto, e olhos cinza escuro com manchas de luz azul que

brilhavam à luz do sol.

Eu tinha observado ela e Jonathan durante todo o dia: café da

manhã, no início da conferência – se sentou muito perto para o meu

conforto - rindo de piadas secretas que eu estava nervosa para ouvir.

Enquanto Damien e eu fomos numa excursão na galeria de arte, eu

olhei para baixo das janelas e vi os dois tendo um piquenique privado

num cobertor. Eu mesmo vi os dois nos carrinhos de condução, ao


redor do resort no perfeitamente aparado campo de golfe enquanto

estávamos comendo o nosso almoço.

— Pare com isso, Jonathan! — Ela gritou quando ele atirou-a na

água.

Eu pulei, querendo correr até lá e bater-lhe por deixá-la chegar

tão perto dele, por deixar tocá-lo. No entanto, rapidamente sentei,

percebendo que muitas pessoas estavam ao redor e eu não queria fazer

uma cena.

Com ciúmes, eu peguei meu e-reader e estreitei os olhos para a

cena sentimental que estavam exibindo na minha frente.

Como é possível que ele estaja chateado comigo sobre Damien

quando ele está namorando uma maldita modelo? E de todas as

supermodelos, Stacy Rodriguez, a mais famosa?

— Daiquiri? — Damien ficou em frente a mim com uma bebida

com guarda-chuva.

— Por favor.

— Você vai ter que me pagar por isso em primeiro lugar...

— O quê? O que faz você...

Ele se abaixou e me beijou - um lento e apaixonado “eu sei que

faço as coisas derreterem” beijo. Inclinou meu queixo para cima,

empurrando sua língua mais e mais em minha boca, suavemente

mordendo minha boca cada vez que eu tentava controlar o ritmo.


No entanto, eu não me importava; Eu tentei forçá-lo a me deixar

assumir a liderança. Eu passei meus braços em torno de seu pescoço,

me pressionei contra ele, e deixei a minha língua explorar cada

polegada de sua boca.

— Uau...— Damien se afastou de mim. — Beije-me assim de novo

e vamos ter de nos trancar na suíte pelo resto da semana. — Ele sorriu

e me entregou a bebida.

Eu tomei um gole e vi Jonathan me olhando com o canto do meu

olho, sabendo que ele tinha acabado de ver Damien me beijar.

Seus punhos estavam enrolados ao seu lado, o seu rosto

vermelho estava mortal, e seus olhos eram fendas finas. Ele deu alguns

passos na minha direção, mas Stacy agarrou sua mão e puxou-o para

baixo da costa.

— Você está bem, Claire? — Damien colocou o braço em volta do

meu ombro. — Há algo de errado?

— A bebida está ótima... — Eu desviei meus olhos longe de Stacy

e Jonathan. — Quais outros eventos estão acontecendo hoje?

— Bem, eu tenho algumas sessões de tecnologia para ir esta

noite, mas mais tarde haverá o baile beneficente, à meia-noite.

— Há literalmente um baile todas as noites esta semana? Eu

pensei que você estivesse brincando...


— Eu não estava. É uma coisa para redução de impostos. — Ele

riu. — Há uma entrada mais cedo para os maiores contribuintes, então

você e eu vamos ter que estar lá um pouco antes.

— O que acontece nessa entrada mais cedo?

— É apenas um pouco mais íntimo do que o baile normal –

iluminação mais fraca, um pequeno jantar à luz de velas, e os primeiros

lances sobre os itens do leilão fechado. Se você quiser qualquer coisa

que estiver no leilão, me avise e eu compro para você.

— Oh, eu provavelmente não vou mesmo nem chegar perto...

Ele me puxou para cima dele. — Você deveria... E você deveria

deixar-me comprar o que você quiser. — Ele colocou um leve beijo em

meus lábios. — Eu quero que você divirta-se esta semana para que não

fique envergonhada em fazer coisas que fazem você feliz.

Ele começou a esfregar minhas costas e eu olhei por cima do meu

ombro para ver se Jonathan estava assistindo, mas Damien virou

minha cabeça para trás para encará-lo. Ele enfiou a língua na minha

boca novamente e todos meus pensamentos ficaram confusos, me

fazendo ficar perdida mais uma vez.

— Só assim, Claire... Dois passos à frente, um passo para trás...

Muito bom...
Damien me girou para fora de seus braços e rapidamente me

puxou de volta. — Você é uma dançarina maravilhosa, Claire. Você

aprendeu ou é natural?

— Aprendi...

— Bem, quem ensinou você é um excelente professor. Estou

impressionado. — Ele colocou as mãos em torno de minha cintura e eu

me inclinei contra seu peito.

Quando nós rodamos em torno da pista de dança, eu comecei a

me perguntar se eu poderia desenvolver sentimentos por ele com o

tempo, se ele e eu poderíamos ter uma chance depois de tudo.

Ele tinha sido extremamente atencioso desde que saímos da

praia: Ele cancelou uma de suas reuniões de tecnologia para me

acompanhar em minha massagem, providenciou para que eu tivesse

uma lição de equitação à noite, e até mesmo me ajudou a escolher o

vestido que eu deveria usar esta noite.

Debrucei-me contra seu peito e olhei para o salão. Estava escuro

com algumas velas maciças fornecendo a única luz. No extremo oposto,

em um canto que foi iluminado por um efeito de neblina amarela, um

grupo de violinistas tocava uma música bonita que reverberou por todo

o espaço.

— Senhoras e senhores —, disse o violinista líder enquanto seus

companheiros continuaram a tocar —, temos mais uma música que

vamos tocar para vocês hoje à noite, mas nós queremos avisar que as
luzes estão prestes a ser ligeiramente acesas, pois está sendo encerrada

essa parte do baile antecipado.

As poucas pessoas que estavam no salão aplaudiram e as luzes se

tornaram um pouquinho mais brilhantes. Eu procurei em torno por

Jonathan, por que eu podia senti-lo me olhando, mas eu só podia ver

dez outras pessoas no salão e ele não era um deles.

Por que eu “sentia” como se ele estivesse aqui, porém?

Ouvi um som de clique suave, e as portas na parte de trás do

salão foram abertas, permitindo que um grande grupo vestido de gala

entrasse.

— Como é tradição no baile beneficente, nos primeiros quinze

minutos de dança vocês devem estar com alguém que vocês não

conhecem. Depois que todo mundo estiver dentro, meus companheiros

e eu vamos tocar três acordes bruscos que indicam que é hora de

encontrar alguém novo para dançar, e as luzes vão escurecer de novo.

O salão começou a se tornar cada vez mais cheio quando os

outros participantes continuaram a entrar, e Damien me segurou mais

apertado, como se ele estivesse me protegendo de todos os outros.

— Eu não tenho certeza se eu quero dançar com mais ninguém

hoje à noite, — ele sussurrou. — Você?

— Não...
Ele beijou minha testa e riu baixinho. — Ok, bem, nós não

vamos. Vou mantê-la só para mim. Eu não quer...

— Sr. Edwards? — Uma mulher disse seu nome e ambos viramos.

— Eu sinto muito interromper você senhor, mas é que a remessa que o

senhor perguntou sobre outro dia está... — Ela olhou para mim e, em

seguida, de volta para ele. — Eu posso falar com você sobre isso em

particular?

— Não pode esperar?

Ela encolheu os ombros. — Claro, um carregamento de vinte

milhões de dólares que foi erroneamente reencaminhado pode

simplesmente... Esperar.

Ele suspirou e olhou para mim. — Você poderia, por favor, me

desculpar, querida? Eu não vou ficar fora por muito tempo... Não dance

com ninguém. — Ele levantou minha mão e beijou-a antes de ir

embora.

Screechhh! Screechhh! Screechhh! — Os violinistas riscavam em

seus violinos para sinalizar novos parceiros de dança, e então eles

começaram a tocar uma bela harmonia.

As luzes começaram a escurecer de novo, quase tão escuras

quanto eram antes, e eu ouvi mais instrumentos flautas, saxofones,

juntando-se na serenata dos violinistas.


Caminhei na direção a mesa que Damien e eu tínhamos

compartilhado no jantar à luz de velas, tecendo meu caminho passando

por casais dançando, mas antes que eu pudesse sentar, senti alguém

me pegar pela minha cintura.

Tentei empurrar as mãos fortes à distância, mas foi inútil. As

mãos agarraram-me ainda mais apertado e eu me senti sendo puxada

para cima contra um peito familiar. Jonathan.

Ele não disse uma palavra. Ele me girou em torno de modo que

estávamos frente a frente e olhou para mim. Ele pôs meus braços ao

redor de seu pescoço e passou os braços em volta da minha cintura,

olhando nos meus olhos com uma expressão que eu não poderia

reconhecer.

Então ele começou a dançar comigo, mas não era suave e gentil

como ele costumava ser. Era bruto.

Ele agarrou meus lados muito duro, me girou sem qualquer

sutileza, e me empurrou sempre que era hora de me puxar para perto.

Quando ele me empurrou de novo, eu percebi que eu precisava

dizer algo antes que ele propositadamente me derrubasse no chão.

— Deve ser bom ter uma supermodelo internacional em seus

braços. — Eu tentei não soar com ciúmes. — Eu aposto que vocês dois

têm tido momentos muito agradáveis em sua suíte desde que você está

aqui...
— Nós temos.

O quê? Tentei sair de seus braços, mas ele me mergulhou para

baixo do chão e me segurou ali, olhando para mim, desafiando-me a

dizer outra coisa.

Fechei meus lábios em minha boca.

Ele me puxou para cima e continuou o ritmo com a raiva que ele

tinha estabelecido, recusando-se a deixar-me ir. Depois ele de repente

parou completamente de dançar. — Você dormiu com ele? — Ele

estreitou os olhos para mim.

— Quem?

— Não brinque comigo, Claire. Diga. Você. Dormiu. Com. Ele?

— Defina dormiu com...

Ele me puxou para perto e agarrou minha cintura tão firmemente

que eu mal podia respirar. — Você transou com ele?

— Você dormiu com Stacy Rodriguez; Por que você se importa

com o que eu faço?

Ele me girou para fora de seus braços. — Eu não me importo. —

Mas a partir do olhar em seus olhos, eu sabia que ele se importava,

embora ele dissesse que não era verdade.


— Eu não preciso me submeter a isso.— Ele deixou cair as

minhas mãos e balançou a cabeça. — Perdoe-me por interromper a sua

noite, Claire. Desejo-lhe felicidades e eu...

— Eu não dormi com ele.

Ele piscou.

— Eu estava muito envolvida com outra pessoa para fazer isso...

Mas esse alguém claramente partiu pra outra, por isso, talvez esta noite

eu deva ir em frente e...

— Stacy é apenas uma amiga.

— Vocês dois olham como muito mais do que amigos... Amigos

não colocam seus braços em torno de si ou brincam em torno como

vocês dois têm feito.

Ele revirou os olhos. — Ela é só uma amiga. — Ele colocou os

meus braços em volta do seu pescoço de novo e continuou a dança de

onde paramos. — De todos os homens que você poderia ter conhecido

depois de mim, você escolheu Damien Edwards?

— Eu não sabia que eu precisava de sua aprovação para quem eu

namorasse até o agora.

— Levando em consideração que você só deveria estar namorando

comigo, eu tenho certeza que você saberia que eu estaria chateado com

suas péssimas habilidades de tomar decisões. Você poderia escolher

alguém muito melhor do que ele.


— Conselhos amorosos de um ex-namorado? Como isso é

apropriado.

— Eu nunca tive a chance de comprar-lhe a enciclopédia... — Ele

puxou a curva na parte de trás do meu vestido. — Será que o seu novo

namorado sabe que eu lhe comprei esse vestido?

— Ele não sabe de nada sobre você.

Ele me girou ao redor. — Ele faz você feliz?

Eu não disse nada. Eu continuei dançando com ele, tentando ler

seus olhos e forçar as palavras que eu queria dizer para fora da minha

boca. — Eu estou... Eu sinto muito que eu deixei você, Jonathan.

Ele parou de se mover. — Perdão?

— Eu sinto muito que eu deixei você...

Ele suspirou e me girou novamente, sem dizer nada em resposta.

Ele continuou me balançando ao som da batida, agindo como se eu não

tivesse dito nada importante.

Senti lágrimas nos meus olhos e me soltei de seus braços. — Você

não acredita em mim? Eu realmente peço desculpas... Eu não tive a

intenção de te ferir...

— Você feriu. Você me deixou por um motivo besta e você nunca

sequer tentou explicar o que vinha acontecendo entre você e minha

mãe. — Seus olhos se tornaram duas fendas. — E em seguida quando

acontece de te encontrar, você está pendurada nos braços do meu


concorrente e a sua língua a dez centímetros dentro da sua garganta.

Você acha que dizer “me desculpe” é capaz de consertar isso? Eu não

tenho sido capaz de pensar em outra mulher, muito menos um

encontro desde vez que você me deixou. No entanto, você está aqui com

Damien Edwards, muito perto de ter relações sexuais na praia.

— Não é o que você pensa... — Eu tentei não chorar. — Eu estava

desejando que ele fosse você o tempo todo.

— Então você me fode com ele? — Ele assobiou. — Porque se ele

fosse eu, isso é exatamente o que você estaria fazendo.

— Não...

Ele revirou os olhos. — Levou tudo que eu tinha para não arrastá-

la para fora da sala no baile de abertura, Claire. Você tem sorte de

alguns dos meus investidores estarem aqui, porque se não fosse isso,

eu juro por Deus que teria agarrado você e seu...

— Jonathan...

— Sua coragem é incrível. Se eu não estivesse tão bravo com você,

eu iria te foder aqui para que você pudesse sentir exatamente como...

— Eu amo você, Jonathan. — Eu me inclinei para frente e

pressionei o dedo contra seus lábios. — Eu não tenho quaisquer

sentimentos por Damien e eu não quero estar com ele. Eu só estou

usando ele para superar você, e eu peço desculpas por te deixar... Eu


realmente estou... Eu não estou dizendo que espero apagar

magicamente o que eu fiz, mas é a verdade.

Ele ficou em silêncio por um tempo. — Por que você veio aqui com

ele então? Você sabia que havia uma chance de eu estar aqui.

— Eu não...

— Qual é a sua desculpa para beijá-lo na minha frente, então?

Você sabia muito bem que eu estava assistindo vocês...

— Eu estava brava com você por deixar Stacy chegar tão perto de

você. Eu queria fazer ciúmes...

— Eu já estava com ciúmes... — Ele apertou minhas mãos e

começou a dançar comigo de novo, olhando para os meus olhos.

Quando nós nos movemos através do chão, ele esfregou a minhas

costas e suspirou. — Como estão Ashley e Caroline?

— Eles estão indo bem... Caroline tem um namorado agora, e

Ashley está atualmente de castigo por ter usado meu carro sem

permissão. Eu realmente gostaria de ter tido seu apoio no fim de

semana passado. Ajudaria a manter a minha cabeça relaxada.

— Eu?

Eu balancei a cabeça. — Eu senti tanto sua falta... Eu não sei o

que tenho que fazer para que você acredite em mim, mas...

— Prove...
— Tudo bem —, eu sussurrei. — Me beija.

— Em público? — Seus olhos se iluminaram. Parecia que ele não

podia acreditar nas palavras que eu tinha acabado de dizer. — Somente

porque eu estou prestes a beijá-la não muda como irritado eu estou. —

Ele sorriu quando ele me puxou para mais perto. — Você me empurrou

a um limite que eu nem sabia que eu tinha.

— Eu não percebi o quanto você significava para mim, Jonathan.

— Meus lábios estavam polegadas de distância dos seus. — Podemos

sair agora? Nós podemos desaparecer antes que Damien volte e antes

das luzes se acenderem assim as pessoas não saberão o que está

acontecendo. Eu só quero estar com você e...

— Três. Meses. Fodidos. — Ele deixou cair os braços ao redor de

mim e deu um passo atrás.

O quê? — Eu...

— Você não disse uma palavra para mim em três meses e você

ainda está preocupada em ser vista comigo, você está falando sério?

Todas as coisas que você disse sobre sentir a minha falta e me querer

de volta e você ainda está presa a este merda de ―não-podemos-ser-

visto-juntos-em-público‖?

— Me desculpe... Eu apenas pensei que...

— Que eu viria correndo atrás de você como eu sempre faço? Que

eu iria me impor na sua vida quando você deixou perfeitamente claro


que não é isso que você queria? Que porra você estava pensando? — Ele

pareceu magoado.

— Jonathan, eu...

— Será que você considerou em algum momento os meus

sentimentos? Você acha que eu não acreditaria em você se você me

contasse sobre a minha mãe? Eu teria acreditado. E eu teria colocado

um fim a isso no segundo que você me contasse tudo...

— Eu...

— Eu estou farto de estar jogando com você, Claire. Há um monte

de coisas que eu consigo superar rapidamente, mas esta merda não é

uma delas. Eu quero que você escolha.

— O quê? O que você está dizendo?

— Se você quiser estar comigo como você diz que sim, e você

realmente está apaixonada por mim como eu estou apaixonado por

você, eu preciso que você para me escolha em vez de Damien.

— Eu escolho. Eu com certeza faço. Não é possível você...

— Na frente dele, com as luzes acesas. — Ele estreitou os olhos

para mim. — Eu acho que você ainda está com medo sobre nós sermos

vistos juntos em público, como é desde o início. No passado, eu estava

bem com isso porque eu tenho sensibilidade sobre as coisas que você

sente, mas... Eu já lhe disse que eu não faço nada meia-boca e eu não
vou aturar isso mais. Eu fiz tudo para mostrar que eu quero você e que

eu te amo. É a sua vez. Escolha.

Como se houvesse uma sugestão, as luzes da sala se iluminaram

muito e Damien passou os braços em volta de mim por trás.

— Me desculpe novamente, querida. — Ele beijou a minha nuca.

— Você não esteve sozinha por muito tempo, você esteve?

Eu balancei minha cabeça. — Não...

—Oh, eu vejo que você encontrou minha pessoa favorita.

Novamente. — Damien deu de ombros. — Você veio para a conferência

sozinho, Jonathan? Onde está a sua acompanhante?

— Eu não tenho certeza. — Jonathan olhou diretamente para

mim. — Senhorita Gracen, você viu a mulher que eu deveria estar?

De repente tudo ficou em silêncio. Parecia que as únicas pessoas

na sala eram eu, Jonathan, e Damien.

— Você disse algo, senhorita Gracen? — Jonathan levantou a

sobrancelha. — Você viu a quem eu pertenço? A mulher que quer estar

comigo e só comigo?

Meu coração estava disparado e minhas mãos estavam

começando a suar. Engoli em seco, olhando ao redor do salão. —Sim...

— Eu entrei em pânico. — Ela está no bar...

Ele acenou com a cabeça lentamente, dizendo: ―Então, pra mim

chega‖, com os olhos. — Muito obrigado... Eu acho que eu não a notei


passar por nós... Todas as diferenças de lado —, disse ele enquanto

estendeu a mão para Damien. — Você fez uma espetacular

demonstração nesta tarde. Eu desejo que eu tivesse pensado nessa rede

sem fio adicional primeiro.

Damien apertou sua mão. — Muito obrigado. Isso realmente

significa muito vindo de você. Espero que você não esteja indo para

tentar roubá-la de mim... Você está?

— Não. Eu já tentei roubar o que eu queria. — Ele estendeu a

mão para a minha e apertou-a. — Foi muito bom ver você de novo, Srta

Gracen. Eu desejo tudo de bom para você. — E com isso, ele se afastou.

— Hmmm. Talvez ele esteja se tornando mais educado. — Damien

riu. — Gostaria de continuar a nossa dança agora?

— Sim... — Minha voz falhou.

Quando ele me puxou para perto e me balancei ao som da

música, enterrei minha cabeça em seu peito e travei as lágrimas.

Por que não bastava eu dizer “Sinto muito Damien, mas eu estou

apaixonada por Jonathan... Eu quero estar com ele”. Por que eu não

acabei de dizer isso?

Eu estava jogando essa cena na minha mente durante toda a

noite, desejando que eu pudesse voltar no tempo e mudar o que eu

disse. Eu mesmo fui à procura de Jonathan após o baile acabar, na


tentativa de conseguir fazer qualquer coisa, mas os seus guardas de

segurança não me deixava chegar perto o suficiente.

Eu funguei contra meu travesseiro pela enésima vez e senti

Damien movendo seus braços ao redor de mim.

— Claire? — Ele deu um passo para fora da cama e acendeu as

luzes. — Porque está chorando?

— Eu não estou... Eu não estou chorando... — Eu sufoquei outro

soluço. — As minhas alergias apenas fazem com que pareça dessa

maneira às vezes...

— Você gostaria que o serviço de quarto lhe trouxesse alguma

coisa?

— Não...

— Eu posso te fazer um pouco de chá. — Ele se sentou na beira

da cama e acariciou minha mão. — Gostaria de algum?

Eu funguei. — Claro... Hum, você se importaria se eu fosse até a

loja de souvenir por um segundo?

— O que você precisa? Eu posso pedir a alguém para buscar.

— Benadryl, mas eu poderia ir caminhando... Sozinha...

Ele estendeu a mão e puxou alguns lenços Kleenex fora da mesa

de cabeceira. — Venha aqui. — Ele me puxou para cima por meus

braços, então eu estava sentada. — Quando você voltar da loja, eu


quero que você me diga a verdade sobre por que você está chorando,

está bem? Seja o que for, eu quero saber. Eu posso resolver se você me

deixar.

Não, você não pode... — Ok, — eu murmurei enquanto colocava

um beijo na minha testa. — Eu já volto.

Eu deslizei para fora da cama e agarrei meu roupão. Eu esperei

até que eu o vi desaparecer na cozinha e sai da suíte.

Assim que a porta se fechou, eu corri para o corredor-direto para

os elevadores. Eu sabia que Jonathan ficava na suíte presidencial. Eu

ouvi alguém mencionar no baile, então eu esperava que eu pudesse

encontrá-lo antes que ele fosse dormir.

Eu pressionei ―PS" uma vez, entrei no elevador e tentei acalmar

minhas mãos trêmulas enquanto me movia de andar em andar.

As portas se abriram e eu me preparei para correr pelo corredor,

mas eu fui cumprimentado por um carregador em um terno branco. —

Boa noite senhorita. Como posso ajudá-la?

— Eu preciso ver Jonathan Statham.

— Você tem uma chave de acesso para este andar?

— Não...

— Bem, eu receio que eu não possa deixar você ir mais longe

senhora. Este é um andar de acesso privado. Talvez se você chamasse o


gerente e pedisse para ser colocada na lista de visitantes autorizados...

— Sua voz sumiu.

— Eu realmente preciso vê-lo. É importante.

— Minhas mãos estão atadas, senhorita. Eu não posso

simplesmente deixar ninguém ir além daquela porta. — Ele fez um gesto

para a porta que escondia o resto do andar de vista. — É para os

hóspedes das suítes presidenciais e visitantes autorizados apenas. Isto

não está em discussão.

Eu caí em lágrimas. — Por favor, só... Eu sei que você não me

conhece, mas eu tenho que falar com ele. Isto é uma questão de...

— Você gostaria que eu o chamasse para você? — Ele parecia

preocupado.

Eu balancei a cabeça e ele puxou um telefone do bolso.

— Sr. Statham, aqui é o Sr. Collins. Eu sou o mensageiro em seu

andar e eu estou ligando porque, sim, minha filha recebeu esses

chocolates que você enviou ontem. Muito obrigado... Ah, sim, eu estou

chamando porque eu tenho uma mulher aqui para vê-lo. Ela diz que é

importante, mas nós temos uma política rigorosa para os hóspedes das

suítes presidenciais... — Ele olhou para mim. — Qual é seu nome

senhorita?

— Claire Gracen.
—O nome dela é Claire Gracen, Sr. Statham... Sim... Oh, eu

entendo... Bem, obrigado senhor. Eu peço desculpas por interromper a

sua noite. Vejo você na parte da manhã. — Ele colocou o telefone de

volta no bolso. — Ele disse que não a conhece, Senhorita Gracen. Eu

receio que eu vá ter que pedir para sair agora. Ele é um hóspede muito

importante e eu não quero perturbá-lo ainda mais.

— Ele não me conhece! Eu sou dele...

— Ele disse que nunca ouviu falar de você antes, Srta. Essas

foram exatamente as suas palavras. Agora, por favor, saia antes que eu

chame a segurança.

Meu coração se desintegrou.

Eu fiquei sem palavras. Eu não podia nem pensar. Dei um passo

atrás para o elevador e rodei para comprar o Benadryl mais do que

nunca, e tomei uma inspiração no lobby para que eu pudesse tentar

atirar longe essa dor.

Ele não me conhece? Como ele pode dizer isso? Ele é que estava

chateado mais cedo?

Eu deixei cair mais lágrimas pelo meu rosto enquanto eu pisei

fora e me dirigi para a loja de souvenir. Eu vi Greg passar ao lado de

um grupo de homens arrumados e corri. Eu soltei, — Eu preciso falar

com Jonathan e eles não vão deixar-me ir até a suíte presidencial. —


— Desculpe-me por um minuto, senhores. — Ele me puxou para

longe do grupo e levantou a sobrancelha. Ele enfiou a mão no casaco e

me entregou um lenço. — Gostaria que eu entregasse a mensagem para

você, Senhorita Gracen?

— Não, eu... É uma mensagem muito pessoal. Você pode me levar

até lá com você? Tenho certeza que se o guarda me visse com você

seria...

— Ele não quer ser incomodado por ninguém para o restante da

conferência, senhorita Gracen. Essas foram suas palavras exatas para

mim.

— Por favor, Greg... Eu preciso para...

— Ele quer ficar sozinho. — Sua voz foi cortada.

— Por favor. — Eu chorei. — Eu sei que nós não estamos juntos

há três meses, mas ele significa muito para mim. Vocês tem que

acreditar que... Por favor, me ajude...

Suspirando, ele pegou minha mão e me levou em torno da

recepção, cumprimentando todos os gerentes, me mostrando um

elevador privado. Ele bateu o apertou o botão de cima e as portas

abriram e deslizaram imediatamente.

Quando o elevador subiu, ele se virou para mim. — Quando você

sair, siga por duas entradas a esquerda e seu quarto estará na sua

frente. Esta é a entrada de volta para sua suíte, portanto, você vai ter
que ficar quieta ou o guarda que fica em frente do outro elevador vai até

mim ou a segurança do hotel vai alertar. Compreende?

Eu balancei a cabeça e as portas se abriram segundos depois.

— Para a esquerda, senhorita Gracen.

Corri ao lado do elevador e me dirigi para seu quarto.

Eu estava na frente da porta por alguns segundos, correndo os

dedos do outro lado da placa de identificação dourada que tinha o seu

nome em letra cursiva recém-pintada.

Bati uma vez. Sem resposta.

Bati duas vezes. Nada.

Bati de novo e de novo, mais alto e mais alto com cada tentativa.

— Espere! Espere! — Uma voz de mulher veio do outro lado da

porta. Houve algum barulho, e, em seguida, a porta se abriu.

— Oh... É você. — Stacy Rodriguez ficou na minha frente vestida

em um roupão azul claro com seu cabelo todo despenteado sobre sua

cabeça.

Ele acabou de fazer sexo com ela?

Ela apertou os lábios e balançou a cabeça. — Jonathan! — Ela

olhou para mim antes de caminhar de volta para dentro.

— Ele vai ficar pronto em um instante, Claire.


Eu comecei a contar os segundos com nervosos do meu pé. Eu

estava à beira de mais lágrimas quando eu percebi que cinco minutos

tinham se passado.

Dei um passo para frente, tentada a pisar dentro e confrontá-lo,

mas eu o vi atravessar o quarto. Ele tomou um longo gole do seu copo e

bateu com ele na mesa. Em seguida, ele se virou para mim.

Ele veio até a porta e olhou nos meus olhos, sem expressão. Ele

abriu a boca para falar, mas em seguida, ele sacudiu a cabeça e

começou a fechar a porta.

— Espere! — Eu segurei minha mão contra a maçaneta. — Por

favor, me escute, Jonathan! Eu sinto muito, eu não sei o que dizer!

Você me pegou desprevenida e você sabe como eu sou, você sabe que eu

não sou do tipo que se expõe, mas isso não quer dizer que eu não te

amo. Eu amo. E eu quero estar com você. Por favor, só... Eu vou pegar

Damien, trazê-lo aqui, e dizer-lhe que...

— Senhorita Gracen, eu não tenho tempo para encontros

imprevistos. Eu tenho bastante no meu prato nesta semana com

seminários e demonstrações de tecnologia. — Ele enfiou a mão no bolso

e tirou o seu cartão pessoal, entregando-me. — Sinta-se livre para

agendar uma reunião com o meu secretário mais cedo e em sua

conveniência. No entanto, tenho compromissos até o final do ano, então

não espere uma resposta imediata.


— O quê? Jonathan, você não pode estar falando sério. Por favor,

me deixe...

— Segurança? — Ele segurou seu telefone até sua orelha. — Eu

tenho um hóspede não autorizado me incomodando em minha suíte e

eu não sei exatamente de onde ela veio ou para onde ela vai.

Engoli em seco.

— Aproveite o resto da conferência, senhorita Gracen.— Ele

fechou a porta na minha cara.

— Espere! — Eu bati na porta de novo, com tanta força quanto eu

poderia ter. — Abra a porta, Jonathan! Você não quis dizer isso! Volta!

Volte! — Eu comecei a chutar para ele, torcendo a maçaneta, gritando a

plenos pulmões.

Antes que eu percebesse, Greg foi me pegar me levando de volta

para o elevador privativo.

— Ponha-me no chão, Greg! Eu preciso falar com ele! Não o deixe

fazer isso comigo! Ele disse que não me conhece e você sabe que não é

verdade! — Eu nunca tinha me comportado de modo tão descontrolado

em minha vida. — Por favor! Eu preciso dizer ele que sinto muito de

novo! Ele não me entende! Por favor! Por favor!

Ele me colocou no chão, logo que as portas foram fechadas e

apertou no cinquenta e dois, o andar de Damien. Ele ignorou as minhas

súplicas e manteve o rosto completamente impassível.


Quando as portas se abriram de novo, ele gentilmente me agarrou

pelos meus ombros e me desceu no corredor até o meu quarto.

Ele puxou outro lenço de seu casaco, e como se ele soubesse que

eu estava muito quebrada para fazer nada além de chorar, ele enxugou

minhas lágrimas enquanto caíam, esperou até que elas tinham

completamente parado.

Ele enfiou a mão no bolso e me entregou uma garrafa de

Benadryl. — Eu sugiro que você diga ao Sr. Edwards que você estava

perdida e acabou na loja de souvenir do outro lado do resort. Ele ligou

para a recepção duas vezes, perguntando se você tinha comprado o

medicamento.

Minhas mãos tremiam enquanto eu apertei a garrafa. —

Obrigado, Greg... Hum, eu sei que você não tem qualquer obrigação

comigo, mas... Eu poderia lhe pedir um favor?

— Qualquer coisa, senhorita Gracen.

— Você poderia dizer Jonathan que eu disse, ―Eu te amo‖? E que

eu quis dizer isso quando eu disse isso a ele?

Ele parecia simpático. — Claro, senhorita Gracen. Tenha uma boa

noite. — Ele bateu no meu ombro e foi embora.


Capítulo 33
Claire

M eu reflexo estava mentindo para mim. Mais uma

vez.

Ele estava me mostrando uma mulher feliz com batom vermelho

brilhante e sombra nos olhos bronze, uma mulher que parecia que

estava vivendo o melhor momento da sua vida - e não uma mulher

inconsolável que tinha passado cada noite desta semana chorando e

sem dormir.

Você pode fazer isso... Você pode fazer isso...

Eu rosqueei a tampa do meu rímel e coloquei dentro de uma

bolsa. Afastei-me no espelho e girei em torno do meu vestido nude

cintilante que Jonathan tinha escolhido meses atrás, o que eu teria

usado para o Baile do IPO.

Eu esperava que, ao usá-lo hoje à noite, ele, pelo menos,

perceberia a minha existência.


Desde que eu tinha invadido o seu quarto algumas noites atrás,

ele tinha saído do meu caminho para me evitar: Ele e Stacy deveriam

sentar na nossa mesa toda a semana para os cafés da manhã diários,

mas ele mudou a sua mesa. Ele deveria entregar a Damien um prêmio

no Baile há duas noites, mas ele alegou que tinha uma emergência, e

ele apresentou um vídeo em seu lugar para o público que veio.

Eu o vi algumas vezes nos corredores, e cada vez que eu ia corria

em direção a ele e tentava obter a sua atenção, os guardas de

segurança sempre me impediam de chegar muito perto.

— É a nossa última noite aqui, querida. — Damien entrou no

quarto e sorriu para mim. — Eu vejo isso você reservou seu melhor

vestido para a ocasião.

Eu odeio ser chamado de “querida”. Por que eu não lhe disse isso?

— Não temos que ficar no banquete a noite toda? — Perguntei. Eu

sabia que Jonathan foi indicado para receber um prêmio, e mesmo que

eu quisesse que ele me percebesse a minha presença, no fundo eu sabia

que ele não iria. Eu iria sentar e sofrer com toda a adulação dos outros

em cima dele.

— Claro que não. Podemos sair logo após as declarações finais.

Ótimo...

Ele pegou minha mão e nós caminhamos para fora do quarto e

em direção ao elevador como se tivéssemos feito isso várias vezes antes.


— Você se divertiu esta semana? — Damien apertou o botão para

baixo.

— Sim.

— Bem, se você não está ainda... — o ping alto dos elevadores

interrompeu a sua frase.

— O que você estava dizendo? — Entrei no elevador e notei

Jonathan e Stacy em pé juntos do outro lado.

Os olhos de Jonathan foram direto para o meu vestido, e se eu

não estivesse enganada, ele praguejou sob sua respiração.

— Eu estava dizendo que, se você quiser nós poderíamos ir para

outro resort no próximo fim de semana. Eu prometo que vou desligar

meu celular e concentrar toda a minha atenção em você. — Damien

colocou o braço em volta dos meus quadris. — E você não vai estar no

seu, você sabe... Você estaria interessada?

— Eu... — Eu senti o calor do olhar de Jonathan nas minhas

costas. — Vou ter que pensar sobre isso.

— Bem, certifique-se de fazer isso. É um maravilhoso resort, e há

uma abundância de atividades na água incríveis. Também é

extremamente reservado.

— Coisas privados são, definitivamente, sua especialidade... —

Jonathan murmurou.
Damien não deve tê-lo ouvido, porque ele continuou. — Por outro

lado, há uma bela montanha que eu gostaria de levá-la. Poderíamos

passar o dia inteiro lá. Há também um encantador sobrado por perto.

— Pare com isso, Jonathan... — Stacy sussurrou, e eu me

perguntei do que ela estava falando.

— Parece muito tentador, — Eu disse quando as portas do

elevador se abriram.

Damien fez sinal para eu sair primeiro e olhou para Jonathan. —

Parabéns, Jonathan. Você realmente merece o prêmio ―Inovador do

Ano‖. Agora, congele esse elogio e lembre-se, porque você sabe que logo

que esta longa conferência acabar, eu vou voltar a odiar tudo em você.

Jonathan sorriu. — Obrigado, Damien. Isso vale pra nós dois.

Sentei-me à mesa do jantar e remexi minha comida, muito ferida

para comer muito de qualquer coisa. Jonathan estava sentado na

minha frente e ele não tinha olhado para mim nenhuma vez.

Qualquer vez que ele tocou em algo como a manteiga da mesa, a

cesta de pão, a pimenta, eu perguntei se ele poderia passar para mim.

Mas, em vez de fazer isso, Stacy respondeu por ele. Ela dizia: ―Claro que

ele pode‖, e entregava na minha direção.

Eu percebi que já que eles não foram capazes de mudar os seus

lugares para este evento, que ele tinha planejado um modo para lidar

comigo.
Eu mesmo mandei uma mensagem para ele, várias mensagens,

desesperada para levá-lo a olhar para mim, apenas uma vez:

Por favor, olhe para mim, Jonathan.

Você não pode me evitar para sempre...

Eu disse que eu era apaixonada por você, isso não significa alguma

coisa?

Você está realmente tão chateado comigo?

Eu o vi olhar através de seu telefone, viu-o ler cada mensagem,

mas ele conseguiu manter o seu olhar em outro lugar.

Eu até tentei através da mensagem uma abordagem mais

evidente:

Eu sei que você gosta da maneira que eu pareço neste vestido.

Eu aposto que você deseja que você pudesse tirá-lo de mim...

Eu vi quando ele leu minhas últimas duas mensagens, quando

ele olhou para elas sem uma única emoção atravessando seu rosto.

— Você gostaria que eu pedisse ao meu assistente para lhe trazer

um pouco de comida de outro lugar? — Damien olhou no meu prato. —

Você não comeu quase nada hoje... Eu não quero que você fique doente.

— Estou bem. Acho que estou um pouco sem apetite hoje. — Eu

suspirei enquanto Jonathan e Stacy sussurraram algo um para o outro.


— Pelo menos experimente o prato de batata —, disse ele. — Esta

de matar.

Peguei meu garfo e comecei a comer algumas delas, balançando a

cabeça em quão boa ela estava.

— Está vendo? — Damien deu uma tapinha na minha coxa. —

Quando você quer ir embora?

AGORA. — Daqui a alguns minutos...

— Sr. Edwards? — A mulher enfiou a cabeça entre nós. —

Estamos organizando tudo e nós vamos estar prontos para você em

cerca de vinte minutos. Você está pronto para se apresentar?

— Sim. — Ele balançou a cabeça. — Eu estarei lá em breve.

A mulher foi embora e eu agarrei a mão. — Pronto para

apresentar o quê?

— O Prêmio ―Inovador do Ano‖. Jonathan me entregou o prêmio

no outro dia, seria justo que eu entregue o seu. Mesmo que nós não

concordamos um com outro, ninguém é tão grande em tecnologia como

nós dois então...

— Então, não podemos ir agora?

Ele franziu a testa. — O que exatamente tem estado incomodando

você esta semana? E não diga que são alergias porque eu não acho que

você realmente tem nada disso.


— Nada... E só...

— Você nunca vai me contar por que você estava chorando na

outra noite?

Eu suspirei. — Sim... Mas por favor, poderíamos ir...

— Sr. Edwards? — Aquela mulher voltou outra vez. — Nós vamos

começar as coisas um pouco mais cedo. Pode vir comigo, por favor?

— Nós vamos sair logo depois de eu apresentar o prêmio. Ok,

querida? — Ele beijou minha bochecha e se levantou, afastando-se da

mesa.

Eu me virei para trás para Jonathan, franzindo a testa, porque

seus olhos ainda estavam colados em outros lugares. Eu pensei em

sair, voltar para minha suíte e deixar Damien me encontrar lá, mas por

alguma razão eu me sentei e continuei a assistir Jonathan e Stacy

dando risada e sussurrando de algo que eu não podia ver.

— Senhoras e senhores, posso ter sua atenção, por favor? — A

bela morena pegou o microfone no palco. — Antes de dar o nosso mais

prestigioso prêmio, eu só quero agradecer a todos por tornar a

Conferência Juniper 2013 um grande sucesso! Por causa de vocês, nós

arrecadamos mais de dez milhões de dólares para mais de trinta

instituições de caridade diferentes!

O público aplaudiu e a apresentadora esperou os aplausos

arrefecerem. — Esperamos que as sessões que vocês assistiram esta


semana lhe ensinem algo valioso e que as pessoas que vocês

conheceram tenham demonstrado um novo senso de camaradagem e de

competitividade entre suas respectivas empresas. Costumamos fazer as

considerações finais na última noite da conferência, mas devido a um

imenso interesse no café da manhã do Chef Roer esta semana,

decidimos adiá-los até amanhã de manhã. Chef Roer graciosamente

concordou em preparar um desjejum extra para todos nós!

A multidão aplaudiu ruidosamente, e o Chef Roer se levantou de

seu assento e acenou com a mão ao redor.

Uma vez que ele se sentou de novo, a multidão voltou-se

gradualmente ao silêncio de novo.

— Então, antes de começarmos o nosso baile final da semana, eu

gostaria de trazer alguém que todos nós conhecemos e respeitamos para

o palco. — Ele lida com um notecard. Este homem, sozinho, mudou a

forma como a tecnologia influencia nossas vidas cotidianas. Ele é um

pioneiro que domina o campo, e sua empresa-Apple, Inc. está

atualmente avaliada em cento e cinquenta e quatro milhões de dólares.

Senhoras e senhores, por favor, dêem as boas-vindas ao ―A Revelação

do Ano‖, o Sr. Damien Edwards!

A multidão se ficou de pé, aplaudindo efusivamente. Levantei-me

também, tentando traçar a minha fuga.

— Se esta é a recepção que eu recebo, eu só posso imaginar o tipo

de aclamação que o homem que eu estou apresentando vai receber. —


Damien riu e acenou para a multidão para se sentar. — Cerca de 11

anos atrás, a minha empresa foi a número um de software do mundo.

Quando jovem, eu era arrogante e honestamente não achava que o meu

reinado jamais iria acabar. Estávamos à frente de todos os nossos

concorrentes em bilhões e nossa força de trabalho era a quádrupla da

próxima maior empresa na época. Um dia, aconteceu de eu estar

fazendo uma excursão pela minha empresa com um seleto grupo de

pequenas faculdades que tinham sido enviadas a partir de Harvard para

completar um programa de verão. Um desses alunos, por quem eu

tenho crescido um ódio... — Ele fez uma pausa quando a plateia riu.

— Um desses alunos veio até mim logo após a turnê e disse as

seguintes palavras, literalmente: ―Sr. Edwards, com todo o respeito, seus

computadores são um saco. Você pode querer se concentrar em

redesenhar os instrumentos internos na construção de um disco rígido

maior antes de eu vencê-lo”.

— Claro, eu ri deste moleque porque naquele tempo os

computadores eram mais sobre a funcionalidade do estilo, e nós

oferecíamos os maiores discos rígidos no mercado... No entanto,

exatamente um ano depois, as Indústrias Statham foram formadas e eu

tenho estado lamentando a minha relutância em ouvir aquele garoto

chato por onze anos. — Ele riu. — Minhas Senhoras e meus Senhores,

o homem que eu estou trazendo para o palco como a sua escolha

unânime para o ―Desenvolvedor do Ano‖ pelo décimo ano consecutivo, é

um homem que finalmente decidiu aparecer aqui e aceitá-lo.


Senti-me rir junto com a multidão e parei.

— Ele é um homem cuja companhia vale atualmente duzentos

bilhões de dólares, um homem que desenvolve as maiores ideias a cada

dia, e um homem que sempre parece ter o melhor material em primeiro

lugar. Se você sempre acha que você está na direção de algo, ele

provavelmente está adiante em anos de desenvolvimento, antes que o

pensamento cruze a sua mente. — Ele sorriu. — Por favor, ajudem-me

dar as boas-vindas ao meu concorrente mais feroz e seu desenvolvedor

do Ano, o Sr. Jonathan Statham.

A aclamação dele, caminhando em direção ao palco era louca; os

gritos e aplausos foram ensurdecedores e cada pessoa estava de pé.

Ele entrou no palco com seu andar sexy, sorrindo para a

multidão, apertando a mão de Damien e aceitando a placa cristalizada.

— Muito obrigado a todos. — Ele falou no microfone. — Este

prêmio significa muito para mim, e eu estou triste, por que demorou

tantos anos para me juntar a vocês aqui. Eu prometo que vou fazer

todos os esforços para comparecer nos outros anos que viram...

Ele olhou para o seu discurso. — Eu tenho algumas pessoas que

eu gostaria de agradecer por me inspirar. Em primeiro lugar, eu

gostaria de agradecer ao Sr. Lowell, o único professor que incentivou

abertamente seus próprios alunos a abandonar —, disse ele, rindo. —

Eu também gostaria de agradecer a meus pais que deixaram

dispositivos antigos ao redor da casa e me ajudaram a perceber o que o


era o meu verdadeiro talento... Meus funcionários que me fazem

trabalhar mais a cada dia, o meu bom amigo e chefe de segurança

Corey Walters, cada empresa que eu já fiz uma parceria, meu pior

inimigo Damien Edwards, e o mais importante, a mulher que tem... —

Ele fez uma pausa, olhando para a folha de papel em suas mãos, como

se não pudesse acreditar no que tinha escrito. Ele limpou a garganta. —

Eu gostaria de agradecer a minha boa amiga Stacy Rodriguez que

consegue me aturar por tudo isso. Muito, muito obrigado a todos.

A multidão aplaudiu e permaneceu de pé quando ele colocou o

microfone para baixo e começou a tirar fotos com as pessoas no palco.

— Ele é tão sexy... — Eu sei! Eu desejaria ser Stacy Rodriguez

esta noite! — As duas mulheres atrás de mim riram.

Meu peito apertou quando eu o assisti deslizar seu braço ao redor

de Stacy, enquanto eu observava os dois sorrirem juntos e posar para

fotos.

Lágrimas escorriam pelo meu rosto e eu não fiz nenhum

movimento para limpá-las. Eu estava entretida desejando que ele

olhasse ao redor, que ele visse o meu rosto na multidão e caminhasse

em minha direção, mas ele continuou posando para fotos, rindo e

apertando as mãos, como se ele não se importasse nada comigo.

Ele puxou Stacy ao seu lado enquanto ele se preparava para

outra foto. O flash disparou três vezes e ela ficou na ponta dos pés e

beijou-o na face.
Eu já tive o suficiente desta merda...

Eu empurrei minha cadeira até a mesa e caminhei em direção ao

palco, tecendo meu caminho através de todos os smokings e

empolgadas mulheres prontas a se jogar sobre ele. Eu subi os degraus

no lado direito do palco e fiz uma pausa, olhando para Jonathan

quando ele se inclinou para outro beijo de Stacy.

— Claire? — Damien agarrou meu pulso. — Você está bem? Você

está pronta para ir? Eu vou...

Soltei a minha mão para longe dele e caminhei em direção ao

centro do palco.

— E muito obrigado por seu presente generoso, Sr. Statham.

Minha empresa está tão honrada que você...

— Desculpe-me. — Eu dei um passo em frente do homem que

estava se dirigindo a Jonathan.

— Sim, senhorita Gracen? — Jonathan levantou a sobrancelha.

— Kyle, chame a segurança. — Eu ouvi alguém murmurar. —

Esta é a décima vez esta semana...

Dei um passo mais perto de Jonathan e olhei em seus olhos. Eu

queria dizer alguma coisa, mas as palavras ficaram presas na minha

garganta e eu não conseguia me concentrar com todos na plateia

olhando para a mim.


Fechei a distância entre nós e passei meus braços em volta do seu

pescoço, beijando-o como se fôssemos as únicas pessoas no salão. Eu

ouvi suspiro coletivo da multidão, vi o queixo de Damien cair a partir do

canto do meu olho, mas eu não me importei.

Fechei os olhos e continuei a beijá-lo, me pressionando contra

seu peito, tentando separar seus lábios com a minha língua. Não foi até

que pisquei os olhos abertos que eu percebi que ele não estava me

beijando de volta.

Eu tirei meus braços e voltei percebendo que ele ainda estava

levantando a sobrancelha para mim, confuso. Eu olhei para a multidão

silenciosa, corando vermelho brilhante quando as mulheres começaram

a sussurrar umas para as outras.

— Eu estou... Eu sinto muito... — gaguejei. — Eu pensei que se

eu... Que se eu... — Senti as lágrimas caindo. — Eu estou, desculpe...

Eu... — Olhei para todas as pessoas no palco, na expressão de raiva

que estava na face de Damien.

Virei-me para enfrentar Jonathan novamente e balancei a cabeça.

— Eu vou sair do seu caminho agora... Eu... Eu realmente estou

arrependida e...

— Não fique. — Ele me puxou de volta em seus braços e apertou

seus lábios contra os meus, me sufocando com um beijo longo e

prazeroso. Eu podia sentir a boca virada para cima em um sorriso


enquanto acariciava minha língua com a sua, quando ele me beijou

como se não houvesse amanhã.

— Sr. Statham... — Greg limpou a garganta, mas Jonathan

segurou-me ainda mais apertado e continuou me beijando.

— Sr. Statham? Sr. Statham! — A voz de Greg era mais firme,

fazendo Jonathan finalmente se afastar.

— Sim, Greg? — Ele sorriu para mim.

— Você tem uma lista de outras pessoas para tirar fotos e falar

esta noite. Se você quiser, eu posso escoltar a senhora...

— Não, eu vou cuidar disso. — Ele me beijou mais uma vez e

caminhou até as pessoas do outro lado do palco.

Eu só podia ouvir fragmentos do que ele estava dizendo ―Primeira

coisa amanhã‖; ―Eu preciso dar atenção a isso agora...‖; ―Sim, eu vou

assinar o que quiser amanhã...‖; ―Eu vou doar o dobro..‖; ―Muito

obrigada, muito...‖

A orquestra começou a tocar no palco - um dos organizadores

tinha freneticamente corrido de volta para lá quando eu o beijei - e a

multidão desviou lentamente sua atenção de nós para a pista de dança.

Vi ele andar até Stacy e dizer algumas palavras, e então senti

Damien agarrando minha mão.


— Isso é algum tipo de piada, Claire? — Seus olhos se

endureceram. — Eu trouxe você aqui e você fode como meu

concorrente?

— O quê?

— É isso que você esteve fazendo durante o dia, enquanto eu

estive em reuniões? Dormindo com Jonathan Statham nas minhas

costas? — Ele parecia mais irritado do que nunca. — Você sabe como

todos vão me olhar? Será que você ainda pensa sobre isso?

— Damien, eu sinto muito que você tenha que descobrir deste

modo, mas... Eu estou apaixonada por Jonathan e eu tenho sido por

um tempo... Sinto muito por ter concordado em sair com você quando

eu não tinha superado ele. Eu quero realmente dizer...

— É por isso que eu só namoro mulheres mais jovens. Eu deveria

saber que alguém como você com toda a sua bagagem...

— Perdão? — Jonathan colocou seu braço em volta da minha

cintura. — Há um problema aqui, Damien?

— Não... — Damien pareceu murchar um pouco.

— Você tem certeza? — O tom de Jonathan era ameaçador. Eu

nunca tinha ouvido tão irado antes. — Existe algo que você e eu

precisamos discutir? Pode ser providenciado...


— Foda-se, Jonathan. — Damien estreitou os olhos para mim. —

E foda-se você também, Claire. — Ele disse alguma outra coisa sob sua

respiração enquanto ele se afastava.

— Vê? Eu não estava mentindo para você. —, Disse Jonathan. —

Ele não era bom para você de qualquer forma...— Ele beijou meu cabelo

e me levou para fora do palco e fora do salão. Enquanto caminhávamos

em direção aos elevadores, ele ficava olhando para baixo e sorrindo para

mim.

Eu queria perguntar por que ele estava sorrindo, mas eu estava

feliz simplesmente de vê-lo sorrir novamente por qualquer motivo que

fosse.

Subimos ao seu quarto em silêncio, olhando um para o outro,

enquanto nós demos as mãos, nos comunicando com nossos olhos.

Eu queria que ele me tocasse novamente, para me beijar de novo,

mas parecia que ele estava contente simplesmente segurando as costas.

— Sr. Statham, Senhorita Gracen, — o mensageiro disse uma vez

que chegamos. — Tenha uma ótima noite.

— Obrigado —, dissemos em uníssono.

Eu o segui até sua suíte e ele me puxou para dentro, me

empurrando contra a parede assim que a porta estava fechada. — Eu

não posso acreditar que você fez isso... Isso foi muito chocante... — Ele

puxou um clipe do meu cabelo e beijou meu pescoço.


— E por que isso? — Eu gemi quando ele roçou minha pele com

os dentes.

— A Claire Gracen que eu conheço nunca subiria no palco e me

beijaria assim, especialmente com todo mundo olhando...

— O Jonathan Statham que eu conheço não estaria analisando

tudo o que Claire Gracen faz.

— Aquele beijo não é desculpa para você me deixar por três

meses. — Ele tirou outro clipe. — Ainda estou muito bravo com você...

— Eu também te amo.

Ele sorriu quando ele olhou nos meus olhos. — Diga isso de novo.

— Eu não tenho vontade agora. Preciso tirar meu vestido em

primeiro lugar, e então eu vou precisar pensar sobre isso para repeti-lo.

— Você está sendo difícil comigo de propósito, Claire? — Ele

chegou por trás de mim e roçou os dedos contra o zíper do meu vestido.

— Diga. Isto. Mais. Uma. Vez.

— Depois que eu tirar o meu vestido.

— Seu vestido não está saindo. — Ele soltou suas calças e

apertou sua ereção contra a minha coxa.

— Por que não?

Ele alcançou debaixo do meu vestido e eu o senti em torno de

minha calcinha, sorrindo quando ele não encontrou nenhuma.


— Porque eu vou fazer amor com você enquanto você está vestida,

e eu não vou parar até que caia. — Ele traçou meu queixo com as

pontas dos dedos. — E porque você sempre leva meia hora para tirar a

roupa, e eu já esperei tempo suficiente. — Ele me pegou e me levou

para o quarto, gentilmente me colocando na cama.

Ele deslizou a camisa sobre a cabeça e deu um passo para fora da

calça. Então ele se moveu lentamente em cima de mim.

— Agora, você sabe como me sinto sobre me repetir. Isso não

mudou desde que você me deixou, por isso estou lhe dando uma última

chance que...

— Eu amo você, Jonathan.

Ele sorriu quando ele se inclinou para baixo e gentilmente traçou

meus lábios com a língua. —Eu também te amo, Claire.

Abri os olhos e sorri para Jonathan. Eu estava enrolada contra

ele em uma enorme Jacuzzi, relaxante, suas mãos colocando shampoo

no meu cabelo.

Eu estava certa de que tínhamos quebrado o recorde mundial

para o número de vezes que nós tínhamos tido sexo hoje à noite, e se

nós não tínhamos, eu tinha certeza que iriamos quebrá-lo amanhã.

Eu suspirei enquanto ele derramava uma concha sobre a minha

cabeça para lavar meu cabelo. Ele teve o cuidado de não deixar a
espuma cair em qualquer lugar perto dos meus olhos, pegando água

apenas o suficiente para que o sabão caísse nas minhas costas.

— Eu preciso que você me prometa uma coisa, Claire. — Ele

beijou a minha nuca.

— O que é?

— Que você nunca vai me deixar novamente. Uma vez foi mais do

que suficiente.

— Eu prometo.

— Bom... — Ele colocou a concha na borda. — Porque se você

voltar atrás em sua palavra e até mesmo tentar me deixar novamente,

eu garanto que eu não vou deixar você ficar longe por três malditos

meses. Você vai ter sorte se você fugir por três minutos.

— Eu já disse a você quão romântico você é?

— É parte do meu charme.

Eu sorri. — Posso te perguntar algo?

— Sempre.

— Você e sua mãe estão bem agora?

Ele se acalmou. — Nós não temos estado um com o outro há

muito tempo e você se preocupa com a pessoa que nos separou?

Eu balancei a cabeça.
— Estamos bem —, disse ele, suspirando. — Eu estou pagando

para ela obter um aconselhamento e vemos um ao outro uma vez por

semana durante o almoço. Talvez com o tempo nós vamos fazer mais,

mas isso é tudo que eu posso lidar agora. Eu não gostei da forma como

ela tratou você, e ela vai levar algum tempo para superar isso.

Meu coração inchou. — Eu só estava me perguntando...

— Eu realmente teria acreditado em você. — Ele agarrou meus

quadris e me girou em torno de modo que eu estava enfrentando ele,

montada em seu colo. — Você deveria ter me contado e tudo isso nunca

teria acontecido.

— Eu sei...

— Não esconda qualquer coisa assim de mim novamente. Não

devemos ter segredos, lembra? — Ele beijou meus lábios e eu assenti.

Ele pegou uma bucha do lado da banheira e escovou contra meus

braços. Ele massageava meus pulsos e trouxe a minha mão direita até

seu rosto.

— Como isso aconteceu? — Ele circulou um hematoma roxo com

o polegar.

— Eu estava correndo na ponte uma noite e eu escorreguei sobre

algum vidro na calçada. Eu usei o meu pulso para me preparar para

queda e quase o quebrei no caminho para baixo. Eu tinha cortes em

todos os lugares.
Sua mandíbula ficou tensa. — Quando foi isso?

— Foi a três ou quatro semanas atrás. Coisa mais estranha,

porém: Assim que eu caí, dois caras saíram do nada e enfaixaram todos

os meus cortes para cima. Eles até me levaram de volta para o meu

carro... Eles disseram que eram paramédicos que estavam em uma

noite de jogos e sempre carregava suas mochilas apenas no caso de algo

assim acontecer... Louca coincidência, hein?

— Extremamente louca. — Os músculos de seu rosto relaxaram e

ele me lavou até que eu estava limpa. — Sua vez, querida.

Revirei os olhos e ri. Estendi a mão para pegar outra bucha e vi

uma faixa de anel grosso na borda. Era de prata e tinha a gravura de

todos os mesmos pingentes que eu tinha no colar que ele tinha me dado

com as bandeiras brancas e vermelhas. A única diferença foi que o ―M‖

e ―L‖ entrelaçados foram repetidos duas vezes e os nossos nomes foram

gravados em letra cursiva minúscula dentro de cada letra.

— Você tinha um anel feito para combinar com o meu colar

amuleto?

Ele assentiu. — Eu estava indo mostrá-lo a você no dia que você

me deixou... Eu queria que nós abríssemos nossas caixas em conjunto.

— Hummm.— Eu corri a bucha contra seu peito. — O que o ―M‖ e

―L‖ representam?

— Eu nunca disse nada sobre isso antes?


— Não... — Eu balancei minha cabeça.

— Bem, acho.

— Meu amor?

— Não. — Ele beijou meu ombro.

— Meia vida?

— Não.

— Amor da Meia vida?

— Amor da Meia vida? — Ele levantou a sobrancelha. —Você acha

que eu iria dar-lhe honestamente algo que tivesse isso?

— Não, mas... — Eu dei de ombros. Eu não conseguia pensar em

mais nada. — Diga-me o que isso significa, então...

Ele suspirou e tomou a bucha longe de mim. Ele me puxou contra

seu peito e beijou o meu cabelo, correndo as pontas dos dedos contra

meus lábios. — Minha última.

Continua...

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