Facebook: Rede Social Educativa?: R. Patrício E V. Gonçalves

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I Encontro Internacional TIC e Educação

Facebook: rede social educativa?


R. PATRÍCIO E V. GONÇALVES
Instituto Politécnico de Bragança
[email protected], [email protected]

RESUMO: Actualmente, as redes sociais fazem learning process and, consequently, improving the
parte da vida dos nossos alunos. O Facebook é, grades and the recognition of these tools as an
provavelmente, o principal sítio de encontro, important resource in the strategies of educators and
comunicação, partilha e interacção de ideias e teachers in primary school. This study focus on
assuntos de interesse comum, entre os estudantes testing the applications and functions of Facebook
universitários. Neste contexto e dadas as utilities, identifying their educational
possibilidades que as redes sociais oferecem para a experimentation through resources and activities in
criação de um ambiente de aprendizagem efectivo, context, and corresponding evaluation through a
participativo e interactivo, apresentamos um estudo questionnaire.
de caso numa turma do 1º ano de licenciatura em
Keywords: Learning, education, Facebook, social
Educação Básica na unidade curricular de
networks.
Tecnologias de Informação e Comunicação em
Educação. Os objectivos que motivaram a realização
deste estudo foram, por um lado, identificar e INTRODUÇÃO
explorar o potencial educativo desta rede social, e
pelo outro, aumentar o interesse, a participação e a Nos últimos anos, a evolução da Internet
interacção dos alunos com os conteúdos e com conduziu-nos à Web 2.0 e ao aparecimento de
agentes do processo de aprendizagem e, ferramentas e aplicações online, cada vez mais
consequentemente, melhorar o aproveitamento e o interactivas e colaborativas, de que são exemplo
reconhecimento destas ferramentas como um as redes sociais.
importante recurso nas estratégias dos educadores e
professores do Ensino Básico. Genericamente, este As redes sociais são aplicações que
estudo consistiu na exploração das aplicações e suportam um espaço comum de interesses,
funcionalidades do Facebook, na identificação da necessidades e metas semelhantes para a
sua utilidade educativa, na experimentação através colaboração, a partilha de conhecimento, a
de recursos e actividades contextualizadas e na interacção e a comunicação (Pettenati et al.,
correspondente avaliação por meio de um 2006, Brandtzaeg et al., 2007).
questionário.
Estamos a viver o auge das redes sociais,
Palavras-chave: Aprendizagem, educação, redes
impulsionado pelo carácter social e pela ideia
sociais, Facebook.
de partilha, aliado a um ambiente informal,
atractivo e catalisador, contribuindo para que
ABSTRACT: Today, social networks are part of the cada vez mais jovens adiram a este tipo de
lives of our students. Facebook is probably the main software social e, particularmente, à rede social
site of encounter, communication, interaction and Facebook.
sharing of ideas and matters of common interest
among college students. In this context and given the As tecnologias Web permitem aos
possibilities that social networks offer to create a professores definir estratégias pedagógicas
learning environment effective, participatory and inovadoras que incluam utilização de software
interactive, we present a case study in a class of 1st social como ferramentas de trabalho de modo a
year degree in Primary Education in the course of flexibilizar os contextos de aprendizagem,
Information Technology and Communication in individuais e cooperativos, a ensinar alunos a
Education. The objectives that motivated this study aprender no ciberespaço, a pensar, a cooperar, a
were, on the one hand, identify and explore the partilhar e a construir o seu próprio
educational potential of social networking, and the conhecimento.
other, increase interest, participation and interaction
of students with content and with agents of the

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Inicialmente, este artigo apresenta Nos primeiros meses de aulas do ano


sucintamente a rede social Facebook. lectivo 2009/2010, de Setembro a Dezembro de
Seguidamente, descreve um estudo de caso da 2009, a plataforma de b-Learning da instituição
sua utilização no processo de ensino e (http://www.virtual.ipb.pt) foi o único espaço
aprendizagem de uma turma de 1º ano do curso utilizado para disponibilizar informação sobre
de licenciatura em Educação Básica (EB). os conteúdos programáticos, publicar recursos,
Finalmente, são apresentados os resultados do materiais e informação diversa relacionada com
estudo e algumas considerações relevantes. a unidade curricular, bem como ferramentas de
comunicação síncrona (chat) e assíncrona
(fóruns), para fomentar a interacção, a partilha
FACEBOOK
de ideias, o debate e o esclarecimento de
As redes sociais representam uma nova dúvidas.
tendência de partilhar contactos, informações e
conhecimentos. O Facebook é uma das redes No entanto, o empenho em impulsionar o
sociais mais utilizadas em todo o mundo para uso da plataforma não foi bem sucedido,
interagir socialmente. Esta interacção surge verificando-se apenas um aumento de acessos
essencialmente pelos comentários a perfis, pela em períodos que precediam momentos de
participação em grupos de discussão ou pelo avaliação para descarregar os recursos da
uso de aplicações e jogos. É um espaço de unidade curricular.
encontro, partilha, discussão de ideias e, Portanto, dada a crescente tendência dos
provavelmente, o mais utilizado entre alunos no uso de redes sociais, propusemo-nos
estudantes universitários. explorar e identificar o potencial educativo da
Esta rede social proporciona uma vasta rede social Facebook, através de aplicações,
lista de ferramentas e aplicações que permitem recursos e actividades que pudessem suportar o
aos utilizadores comunicar e partilhar processo de ensino e aprendizagem, com a
informação, assim como controlar quem pode intuito de obter uma participação mais pró-
aceder a informação específica ou realizar activa, participativa e interactiva dos alunos.
determinadas acções (Educause, 2007). Este estudo foi implementado com 59 alunos de
uma turma de 1º ano de licenciatura em EB na
O Facebook transformou-se não só num unidade curricular de Tecnologias de
canal de comunicação e um destino para Informação e Comunicação em Educação
pessoas interessadas em procurar, partilhar ou (TICE).
aprender sobre determinado assunto, mas
igualmente um meio de oportunidades para o A experiência pedagógica teve início com
ensino superior, particularmente: é uma a criação do perfil da unidade curricular no
ferramenta popular; fácil de usar; não necessita Facebook com ligações, fotografias, vídeos e
de desenvolvimento interno ou de aquisição de eventos relacionados com as TICE, e a sua
software; é útil para alunos, professores e apresentação aos alunos
funcionários; permite a integração de diversos (http://www.facebook.com/profile.php?id=1000
recursos no Facebook (RSS feeds, blogs, 00564096539). Estes revelaram interesse e
twitter, etc.); fornece alternativas de acesso a curiosidade, adicionando “TICE EB” como
diferentes serviços; permite o controlo de “amigo” (FIGURA I).
privacidade (podemos controlar a informação Em seguida, foram introduzidos recursos
que queremos que os outros vejam sobre nós); de aprendizagem (apresentações electrónicas,
e, acima de tudo, não a podemos ignorar (Kelly, ligações Web, observações, actividades, etc.) de
2007). apoio aos conteúdos programáticos, e a criação
de um grupo no Facebook, proporcionando um
ESTUDO DE CASO novo espaço de comunicação, interacção,
debate e partilha de ideias, opiniões e dúvidas,
Descrição sobre matérias curriculares.

Nos últimos anos, verificámos que os Paralelamente, foram exploradas diversas


alunos, sobretudo a nível pessoal, comunicam e ferramentas e aplicações que integram o
interagem mais continuamente por meio de Facebook com o objectivo de identificar as que
redes sociais do que através da plataforma de b- melhor suportariam a aprendizagem,
Learning de suporte ao processo propiciando aos alunos a sua experimentação,
ensino/aprendizagem. através de actividades contextualizadas, bem

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I Encontro Internacional TIC e Educação

como a sua avaliação por meio de um convidar pessoas, promover o evento num
questionário. anúncio, editar e imprimir a lista de
convidados e comentar o evento;
Figura I. Perfil no Facebook – TICE EB Favorite Pages – adiciona páginas favoritas do
Facebook ao perfil;
Files – permite armazenar e recuperar
documentos no Facebook;
Flashcards – cria cartões em flash para estudar
no Facebook.
Formspring.me – recebe e envia perguntas
anónimas;
Fotos – permite carregar e tirar fotos ou criar
um álbum;
Google Docs – favorece acesso ao Google Docs
através do Facebook;
Grupos – cria grupos para a turma ou pequenos
De acordo com Mazman et al. (2009), grupos de trabalho e estudo;
devemos avaliar as potencialidades de Ligações – partilha de Websites educativos
contextos espontâneos e informais que ocorrem interessantes;
na Internet, pois a e-aprendizagem informal, em Mensagens – envio e recepção de mensagens;
virtude da utilização generalizada de redes My Delicious – armazena, organiza, cataloga e
sociais, está a despertar grande atenção por partilha os endereços Web favoritos;
parte dos indivíduos, podendo proporcionar Notas – adiciona pequenos textos, reflexões ou
várias vantagens para o contexto educacional, observações, que podem ser comentadas;
como a personalização, a colaboração, a Polls – disponibiliza e gere sondagens;
partilha de informação, a participação activa e o Quiz Creator – cria testes ou questionários;
trabalho colaborativo. Slideshare e SlideQ – possibilita a partilha de
powerpoint e pdf;
Desenvolvimento Study Groups – coloca em contacto todos os
membros de grupo de trabalho;
Uma vez que o objectivo deste estudo era To-Do List – cria listas de tarefas para recordar
analisar o potencial educativo do Facebook, no Facebook, também se podem partilhar;
começamos por explorar e utilizar a maioria das Twitter – serviço de microbloging para partilhar
aplicações desta rede social. Assim, destacamos o momento;
as que consideramos terem utilidade educativa: Vídeo – permite gravar e carregar um vídeo;
Book Tag – cria listas de livros para leitura da Youtube – permite a partilha e publicação de
turma, permite criar questionários e vídeos.
reflexões sob a forma de comentários sobre As aplicações referidas e respectivas
os livros; potencialidades foram divulgadas aos alunos,
Books iRead – permite partilhar livros (que no sentido destes as conhecerem e usarem
estamos a ler, livros lidos ou que eficientemente.
gostaríamos de ler), adicionar tags e Inicialmente, os alunos experimentaram
comentários de amigos; livremente as aplicações, partilhando
Caixa – possibilita a organização de aplicações informação pessoal, académica e social, bem
externas (My delicious, Books iRead); como informação e conteúdos curriculares,
Calendar – organiza a actividade diária, colocar nomeadamente, ligações a Websites, conteúdos
avisos e partilhar com amigos; multimédia, eventos, reflexões sobre as leituras
Chat – disponibiliza comunicação em tempo realizadas, comentários, observações e
real, óptima para atendimento online aos sugestões ao que foi leccionado nas aulas,
alunos; registos da sua aprendizagem e dos trabalhos
Eventos – permite criar eventos como por desenvolvidos, evidenciando as dificuldades
exemplo, avaliações, apresentação de sentidas, o progresso e os resultados
propostas de trabalhos e correspondente alcançados.
submissão, seminários e workshops, com a
possibilidade de adicionar detalhes No grupo “Alunos TICE 2009/2010”
(descrição, imagens, vídeos e ligações), foram adicionados tópicos de discussão sobre as

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I Encontro Internacional TIC e Educação

matérias leccionadas, que os alunos iam RECOLHA DE DADOS


comentando (FIGURA II).
Para efeitos de avaliação deste estudo foi
Figura II. Grupo Facebook – Alunos TICE
realizada uma sondagem inicial, uma sondagem
intermédia e um questionário. A sondagem
inicial pretendeu saber se os alunos possuíam
ou não conta no Facebook. A sondagem
intermédia foi realizada a meio do estudo e
pretendeu auscultar os alunos sobre se
concordavam ou não com a utilização do
Facebook na unidade curricular. No final do
ano lectivo, foi solicitado aos alunos que
avaliassem a utilização da rede social
Facebook, no âmbito da unidade curricular de
TICE, no sentido de aferir o seu potencial
educativo, através de um questionário. Os seus
objectivos foram os seguintes: caracterizar os
À medida que os alunos revelavam um
participantes relativamente ao género, idade e
maior interesse, participação e colaboração,
tipo de frequência no curso; identificar a
foram propostas diversas actividades de
frequência de uso do Facebook; identificar o
utilização de aplicações do Facebook, tendo por
grau de utilização das aplicações exploradas;
base conteúdos curriculares.
identificar a actividade à qual os alunos
Passamos a apresentar as actividades reconheceram maior relevância para o processo
propostas: de aprendizagem; aferir sobre as
Ambientes virtuais de aprendizagem – esta funcionalidades e potencialidades do Facebook;
actividade consistiu na leitura de um texto, recolher informações acerca do potencial
elaboração do resumo na aplicação Notas, educativo desta rede social; identificar e
pesquisa de informação na Web sobre o justificar se o Facebook deveria ser usado como
tema e publicação recorrendo às aplicações: recurso/instrumento nas restantes unidades
Ligação, Favorite Pages, Vídeos, Youtube, curriculares; recolher sugestões.
Slideshare/SlideQ e Fotos;
RESULTADOS
Plataformas de e-learning – após a apresentação
da temática pela docente, os alunos Na sondagem inicial verificamos que a
elaboraram um glossário com os principais maioria dos alunos (77%) tinha já conta no
conceitos, usando as aplicações Flashcards Facebook. Em relação à sondagem intermédia,
ou Twitter. Esta última foi também as respostas obtidas foram positivas, 88% dos
utilizada para partilhar Websites; alunos concordam com a sua utilização em
TICE. Cinquenta e seis alunos avaliaram a
Comunidades virtuais de aprendizagem e
experiência de utilização do Facebook através
formação – a visualização de vídeos serviu
do preenchimento do questionário. Quanto à
de mote para o debate sobre o assunto, que
caracterização dos participantes, verificamos
naturalmente se estendeu a várias
que 51 alunos (91%) são do género feminino e
aplicações do Facebook, desde
5 (9%) são do género masculino; a maioria dos
Comentários, Mensagens, Chat, Notas,
alunos (95%) situa-se na faixa etária entre os 18
Vídeos, Polls e Quizzes.
e 23 anos, 2 alunos (4%) têm entre 30 a 35 anos
É de referir que todas as temáticas e apenas 1 aluno (2%) encontra-se entre os 24 e
possuíam um tópico de discussão no grupo de 29 anos; quanto ao tipo de frequência no curso
TICE, no qual os alunos expunham a sua verificamos que apenas dois alunos (4%) são
opinião. Estas actividades permitiram trabalhadores estudantes, sendo os restantes
evidenciar uma atitude mais pró-activa dos ordinários.
alunos com os conteúdos, com os colegas e com
As actividades que os alunos destacaram
a professora, através da visualização das
no processo educativo foram publicar
publicações dos colegas e respectivos
vídeos/fotos educativos (27%) e publicar links
comentários, numa perspectiva de construção
para sites Web educativos (25%). Estas
colaborativa e partilhada de informação e
actividades tiveram como objectivo
conhecimento.

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I Encontro Internacional TIC e Educação

complementar as sessões presenciais no que diz Gráfico I. Potencial educativo do Facebook


respeito aos conteúdos de utilização educativa
das TIC, de multimédia e Internet, e de
aprendizagem e formação em rede, bem como
às competências: integrar as tecnologias no
desenvolvimento dos seus processos de
aprendizagem e formação; desenvolver uma
atitude positiva para com as tecnologias e com a
relevância que estas têm na sociedade e na
transformação dos sistemas educativos; e
desenvolver uma cultura de colaboração,
relacionamento, partilha e produção de saberes
com colegas através das redes de aprendizagem.
A globalidade dos alunos concorda com as
funcionalidades e potencialidades do Facebook:
desenvolvi competências tecnológicas (77%);
permitiu-me conhecer melhor os colegas
melhorando a coesão dos grupos de trabalho
(63%); estimulou a minha motivação para a
aprendizagem (59%); permitiu que aumentasse Inquiridos se o Facebook deveria ser usado
o meu interesse pela unidade curricular (59%); como recurso/instrumento nas restantes
permitiu-me produzir mais conhecimento ou unidades curriculares, 73% consideram que
aprender mais (55%); contribuiu para aumentar sim, justificando a opção tomada pelos motivos
a minha participação e envolvimento com os seguintes: a aprendizagem é mais motivadora,
colegas (52%); contribuiu para aumentar a estimulante e interactiva; a partilha de
minha participação e envolvimento com os informação e conhecimento é mais fácil e
conteúdos (64%); promoveu a minha autonomia rápida, estando disponíveis para todos;
e gestão da aprendizagem (61%); contribuiu facilidade em comunicar com colegas e
para estimular e activar o meu pensamento professores e, parafraseando, “aprendemos
crítico e reflexivo (55%); contribuiu para a muito sem nos apercebermos que estamos a
partilha de informação e conhecimento (55%); realizar actividades académicas”.
promoveu a integração, a colaboração, a
As sugestões apresentadas pelos alunos
interacção e a participação entre todos (59%);
são, essencialmente: a instituição (IPB) deveria
facilitou a comunicação entre os alunos e a
ter uma página no Facebook para promover a
professora, prolongando os momentos de
divulgação das suas actividades e a
aprendizagem independentemente do tempo e
aproximação dos alunos; criar perfis e grupos
do espaço (54%); facilitou a comunicação entre
no Facebook para todas as unidades
alunos/alunos, prolongando os momentos de
curriculares; experimentar utilizar o Facebook
aprendizagem independentemente do tempo e
na modalidade de e-learning para perceber as
do espaço (50%); permitiu à professora orientar
suas potencialidades e limitações.
a aprendizagem de um modo interactivo (52%);
Curiosamente, desde este estudo os alunos
promoveu a reflexão crítica e a criação de novas
envolvidos têm vindo a desafiar os professores
ideias (71%); proporcionou um ambiente
a criar espaços no Facebook para actividades de
aberto, cooperativo e colaborativo de
ensino e aprendizagem pontuais. Este estudo
aprendizagem (61%).
serviu também para propor à Direcção da ESE-
Sobre os aspectos relacionados com o IPB a criação de um espaço no Facebook para
potencial educativo do Facebook, verificamos divulgar as actividades da Escola não só junto
que a maioria dos alunos concorda com eles, da sua comunidade, mas também junto dos
como se apresenta no GRÁFICO I. potenciais candidatos a alunos.
Este estudo impulsionou a experimentação
de novas práticas de ensino/aprendizagem,
através do Facebook, fomentando uma
participação mais activa dos alunos na sua
própria aprendizagem, na partilha de
informação e geração de conhecimento, na

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I Encontro Internacional TIC e Educação

aprendizagem colaborativa e cooperativa e no BRANDTZAEG, Petter Bae & HEIM, Jan;


desenvolvimento de competências digitais e (2007). Initial context, user and social
sociais para uma participação plena na requirements for the Citizen Media
sociedade da informação e do conhecimento. applications: Participation and motivations
in off- and online communities. Citizen
Media Project.
CONCLUSÃO
A Internet tem vindo gradualmente a EDUCAUSE; (2007). 7 Things You Should
abandonar as suas origens de ferramenta de Know About Facebook II. [Online];
escrita e leitura, e a entrar numa fase cada vez disponível em
mais social e participativa (Anderson, 2007). http://net.educause.edu/ir/library/pdf/ELI7
025.pdf e acedido em 26.Março.2010.
A Web 2.0 de Tim O’Reilly & Battelle
(2009) tem favorecido uma melhor e rápida KELLY, Brian; (2007). Introduction To
adaptação dos alunos às tecnologias, na medida Facebook: Opportunities and Challenges
em que a Internet se transformou numa For The Institution. [Online]; disponível
plataforma simples e fácil de usar, que em http://www.ukoln.ac.uk/web-
corresponde aos seus interesses e necessidades focus/events/meetings/bath-facebook-
pessoais, beneficiando a inteligência colectiva. 2007-08/ e acedido em 21.Março.2010.

Este estudo permitiu evidenciar que as MAZMAN, Sacide Guzin & USLUEL,
redes sociais, enquanto ferramentas Web 2.0, Yasemin Koçak; (2009). The Usage of
possibilitam diversas oportunidades para a Social Networks in Educational Context.
criação de um ambiente de aprendizagem [Online]; disponível em
cooperativo e colaborativo. O ambiente http://www.waset.org/journals/waset/v49/v
informal do Facebook foi aos poucos 49-76.pdf e acedido em 9.Março.2010.
organizando-se como um espaço de integração, MCLOUGHLIN, Catherine & LEE, Mark;
comunicação, partilha e colaboração entre (2007). Social software and participatory
alunos e professora, tornando-se num ambiente learning: Pedagogical choices with
de aprendizagem efectivo, eficaz e envolvente. technology affordances in the Web 2.0 era.
Tal como realçam MacLoughlin et al. Ascilite. Singapore.
(2007), as redes sociais são ambientes sociais e O’REILLY, Tim & BATTELLE, John; (2009).
digitais, com conectividade e ubiquidade, Web Squared: Web 2.0 Five Years On.
baseadas na procura de aprendizagem, pelo que [Online]; disponível em
devemos ampliar a nossa visão de pedagogia http://www.web2summit.com/web2009/pu
para que os alunos sejam participantes activos e blic/schedule/detail/10194 e acedido em
co-produtores de conteúdos, de modo a que a 28.Março.2010.
aprendizagem seja um processo participativo,
PETTENATI, Maria Chiara & RANIERI,
social, de apoio aos objectivos e necessidades
Maria; (2006). Informal learning theories
individuais.
and tools to support knowledge
Em suma, o Facebook pode ser utilizado management in distributed CoPs. IN
como um recurso/instrumento pedagógico Innovative Approaches for Learning and
importante para promover uma maior Knowledge Sharing, EC-TEL. Workshop
participação, interacção e colaboração no Proceeding.
processo educativo, para além de impulsionar a
construção partilhada, crítica e reflexiva de
informação e conhecimento distribuídos em
prol da inteligência colectiva.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDERSON, Paul; (2007). What is Web 2.0?
Ideas, technologies and implications for
education. [Online]; disponível em
http://www.jisc.ac.uk/media/documents/tec
hwatch/tsw0701b.pdf e acedido em
23.Março.2010.

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