Caderno Civil
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AULA 1
BL1.
DIREITOS DA PERSONALIDADE
Essa matéria passa pela tutela jurídica do nascituro: artigo 2º do CC, a personalidade
começa do nascimento com vida, mas a lei põe a salvo desde a concepção os direitos do
nascituro. Os direitos patrimoniais condicionados ao nascimento com vida e os direitos da
personalidade adquiridos quando da concepção. O artigo 542 – doação ao nascituro. Artigo
1798 – herança do nascituro condicionado ao nascimento com vida. Se o nascituro tem
direitos da personalidade da concepção por isso já pode reclamar esses direitos da
personalidade e tem capacidade processual desde a concepção. Se ele falecer antes do
nascimento, os pais têm direito de receber indenização por morte de parente causado por
danos por já ter os direitos de personalidade. Já podemos dizer que o natimorto tem direito
de personalidade. En. 1 da Jornada de Direito Civil: A proteção do código defere ao
nascituro alcança o natimorto referente aos direitos da personalidade, por isso o natimorto
tem direito ao nome, sepultura etc. O embrião laboratorial tem direito a personalidade? Lei
11105/05, art. 5º – não tem direitos da personalidade STF ADIN 3510/DF. Em
contrapartida, o embrião de lab. pode ter direito a herança 1798 do CC. Também tem
direito aos alimentos gravídicos Lei 11804/08 e traz aparente conflito: diz que são
reconhecidos à gestante (1º) já o 6º diz que fixados os gravídicos sobrevindo nascimento
com vida sem impugnação convertem-se automaticamente em pensão alimentícia.
2. Momento extintivo:
A MORTE.
No brasil o critério é o da morte encefálica (lei dos transplantes). È o critério mais aceito
no mundo e usado no Brasil. Mesmo depois da morte é possível a produção de efeitos
jurídicos. Vale também na seara penal. O artigo 212 prevê o vilipêndio ao cadáver. O 623
do CPP legitimidade dos familiares do morto para revisão criminal. No CPC O ARTIGO 313
fala na suspensão aut. Do processo quando há a morte da parte do representante ou
assistente ou seu advogado. A morte extingue a personalidade porém, mesmo depois da
morte é possível gerar efeitos.
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança.
Artigo 11 do CC
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Enunciado 4 da Jornada: podem sofrer limitação dos direitos de personalidade, desde que
não seja permanente e genérica. A autonomia privada dá direito para dispor de seus
direitos de personalidade. Além dessas existem outras características. ADIN 4815/DF
podem biografias não autorizadas. Relativização do direito de personalidade. Direito ao
esquecimento. Podem ser relativizados de acordo com a técnica de ponderação de
interesses.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e
danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo
o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
- no Brasil existe possibilidade de dano moral difuso ou coletivo: LAP 7374/85 e CDC ART.
6º, VI. Só nesses casos o MP pode entrar ou nos casos específicos, como no caso do artigo
68 do cpp.
Agnome: Partícula diferenciadora para pessoas com o mesmo nome e de mesma família (jr.
neto, sobrinho).
- cessão expressa ou tácita (se estiver em local público há cessão tácita desde que usada
de forma genérica, e não haja desvio de finalidade).
Quando se tratar de uso indevido de imagem de pessoa morta os colaterais não estão
legitimados, são os chamados lesados indiretos. A imagem também pode ser usada como
direito autoral, chamada de DIREITO DE ARENA, como jogadores de futebol.
Inforrmações que pertencem ao titular que só ele decide com quem compartilhar. É um
direito autônomo e indepente, mas o titular pode dele livremente dispor. Nada impede que
o titular dele disponha. É relativamente indisponível.
- Teoria dos círculos concêntricos:
Cc 1301 e 1303 – abertura de janela terraço ou varanda para proteção da vida privada.
AULA 2
- agente
- objeto
- forma
- vontade exteriorizada
2. Plano da Validade – plano da norma jurídica. Deve se obedecer aos requisitos exigidos
pela norma para a validade. Plano essencial, os requisitos da validade são aqueles
do artigo 104 do CC + vontade livre e desembaraçada:
- Agente Capaz
Final – extingue
Absolutas – nulidades:
Relativas – anulabilidades:
Nulidade Anulabilidade
Não produz qualquer efeito jurídico Produz efeitos jurídicos até que sobrevenha
a decisão judicial anulatória
Pode o juiz conhecer de ofício e MP suscitar Não pode ser conhecida de ofício pelo Juíz
ou provocada pelo Ministério Público
ATENÇÃO
Art. 171, I e II: O prazo é de quatro anos artigo 178 do CC, computado da pratica do
negócio com 2 exceções:
- coação: da data que termina a coaçã Exceção: casamento artigo 1560 CC começa a fluir
da data da celebração do casamento.
Quando a lei criar anulabilidade e não der prazo o prazo é de 02 anos: artigo 179 do CC.
6. APROVEITAMENTO DA VONTADE
Conversão exige duplo requisito: um subjetivo e outro objetivo. Subj: vontade válida
manifestada em negócio nulo por vício de forma ou de objeto. Obj.: tem de haver a
existência do suporte fático no negócia a converter.
7. Regras da Interpretação da vontade
1º Regra Principal – sempre – regra de ouro- boa fé objetiva: artigo 113 do CC. A boa fé no
CC é expressão utilizada em duplo sentido: pode ser objetiva ou subjetiva. Subjetiva é a de
conhecimento, psicológica, já a objetiva é a de comportamento, principiológica.
- reserva mental: artigo 110 do CC. reserva mental é o pensamento secreto de não cumprir
o que se declara. Reserva mental desconhecida mantém o negócio, conhecida leva a
anulação.
- silêncio: artigo 111 do CC. Pode ser interpretado como declaração de vontade se os usos
autorizarem e não for necessária a interpretação expressa (silêncio eloquente). Ex. Doação.
- vontade: artigo 112. Mais vale a intenção que o sentido literal da expressão de vontade
ª Noções gerais
b. Erro: Noções gerais. Causa determinante. Caracteres: substancial e real. Ausência de escusabilidade
(princípio da confiança). Enunciado 12, Jornada Direito Civil. O falso motivo (CC 140). O erro de
cálculo. O erro de direito e a exceção à LINDB. Art. 143, CC: “O erro de cálculo apenas autoriza a
retificação da declaração de vontade.” Art. 140, CC: “O falso motivo só vicia a declaração de vontade
quando expresso como razão determinante”. Art. 139, CC: “O erro é substancial quando: III - sendo de
direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.”
c. Dolo: Noções gerais. Causa determinante. Caracteres: substancial e real. O dolo acidental. O dolus
bonus. O dolo negativo (reticência). O dolo recíproco (CC 150). O dolo de terceiro (CC 148). Art. 148,
CC: “Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele
tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro
responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.” Art. 149, CC: “O dolo do
representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância
do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá
solidariamente com ele por perdas e danos”. Art. 150, CC: “Se ambas as partes procederem com dolo,
nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.”
d. Coação:
Física: quando força física externo compele a manifestação de vontade. Não há declaração
de vontade, só aparente manifestação de vontade. Nesse caso há inexistência.
Psíquica: Esta gera anulabilidade. É uma ameaça de um mal atual ou eminente, sério,
grave, dirigido a pessoa do contratante, aos seu patrimonio ou alguém de sua família.
Família aqui no sentido afetivo e não biológico. Art. 152 do CC para averiguar a coação
não se aplica as regras do homo médio, deve se levar em conta as condições
personalíssimas. Não gera coação a ameaça de exercício regular de direito e temor
reverencial – artigo 153 do CC.
e. Lesão: Artigo 157 do CC. Assume prestação excessivamente onerosa por preemente
necessidade ou inexperiencia. Então há soma de elemento objetivo a outro subjetivo.
NO CDC dispensa o elemento subjetivo e é caso de nulidade. O STJ entende que o juiz
pdoe revisar o contrato adequando-o
Subjetivo: dolo de aproveitamento. É preciso que a parte se beneficia saiba ou deva saber
que a parte que assume a prestação assim o faz para preservar a si ou sua família de grave
dano.
g. Fraude contra credores: Art. 157 quando uma pessoa celebra negócio jurídico com outro
com a intenção de reduzir ou esvaziar seu patrimônio para prejudicar os seus credores.
Dois elementos:
Sum. 195 STJ (a fraude não se reconhece em embargos de terceiros, deve ser
reconhecida em ação pauliana).
AULA 3
RESPONSABILIDADE CIVIL:
No CC/16 HAVIA correlação entre ato ilícito e responsabilidade civil, porque para o cc16
todo ato ilícito gerava responsabilidade civil e toda a responsabilidade civil emanava de um
ato ilícito. Esta responsabilidade era equivocada. Os conceitos são autônomos e
independentes. O ato ilícito tem um conceito de antijuridicidade a responsabilidade civil é a
obrigação de indenizar.
Ato ilícito:
Artigo 186 do CC. Aquele que culposamente (dolo ou culpa) violar o direito e causar dano a
outrem, ainda que somente moral comete ato ilícito. Soma então quatro elementos:
conduta, culpa lato sensu, violação da norma e causa dano (provado ou presumido).
3. Desconstituição da correlação
- etc. (podem ser outros criados ou por virem a ser criados em normas futuras). Os efeitos
do ato ilícito são infinitos.
O artigo 188 revela excludentes da ilicitude civil. Legítima defesa, exercício regular de
direito e estado de necessidade são atos lícitos (para o STJ a legitima defesa putativa não
exclui a ilicitude civil.
Ato ilícito objetivo, não necessita de culpa, é um conceito objetivo. Quando o abuso gerar
responsabilidade civil, gera responsabilidade OBJETIVA, “jornada 37”. O abuso é o excesso,
seria lícito se não fosse exercido de forma irregular.
A tendência atual é a busca da reparação e prevenção dos danos, a culpa vai para segundo
plano.
- proveito
- atividade exercida
Responsabilidade será objetiva nos casos previstos em lei com ou sem risco integral
* Artigo 931, CC
Dica: A diferença entre integral e não integral é que o caso fortuito e a força
maior NÃO É EXCLUDENTE DO RISCO INTEGRAL, mas exclui o risco não integral
desde que seja fortuito externo.
* honra
* imagem
* intimidade
*(etc)...
* dano emergente
*lucro cessante
Sum. 37 STJ podem ser cumulados dano material e dano moral. Também dano moral com
dano moral e dano material com dano material. A cada bem jurídico violado corresponde
uma indenização (possível cumulação de dano moral com dano estético), sum. 403 STJ.
b) Indenização por homicídio e lesão corporal. O CC além das normais citadas acima
aponta que tem direito a família da vítima a outras indenizações por prejuízos provados.
Artigo 403 CC: só é indenizável conduta direta e imediata do agente, portanto o nexo é
restritivo, não podendo ser ampliado em outras hipóteses (causalidade adequada). O STJ
vem flexibilizando o nexo causal direto e imediato do ARTIGO 403 DO CC:
- Dano por ricochete (dano reflexo) – se causa o dano a uma pessoa que reverbera e
repercute em interesses de outra pessoa. Ex. CC 12, P ÚNICO: lesados indiretos. Os
familiares do falecido sofrem dano em ricochete e litigam em nome próprio.
- Dano Indireto: dirigido a um bem jurídico pertencente a uma pessoa e termina por atingir
danos a bens jurídicos de outra pessoa. Ex. Pecuarista adquire touro adoentado e a doença
que acomete o animal passa para outros animais do rebanho.
Regra geral: Responsabilidade subjetiva,o proprietário da coisa responde pelos danos desde
que provada sua culpa.
1. Fato do animal – artigo 936 do CC. o DONO OU DETENTOR do animal ressarcirá se não
provar culpa da vítima ou caso fortuito ou força maior Animal em via pública (se pedagiado
a concessionária também responde)
2. Ruína de prédio – artigo 937 do CC. O dono responde da construção responde por defeito
na estrutura física do prédio, responsabilidade sem risco integral.
3. Coisa caída, objeto lançado ou effusio et dejectis – artigo 938 do CC: Aquele que habita
um prédio ou parte dele responde pelas coisas que caírem. RESPONSABILIDADE OBJETIVA
COM RISCO INTEGRAL. Se cair de um condomínio a responsabilidade é do morador da
unidade, se não for identificada a unidade responderá o condomínio.
Só há nos casos previstos em lei, porque a regra geral é que cada um responda pelos seus
comportamentos. São cinco hipóteses TAXATIVAS:
I- pais pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e companhia: em se tratando
de filho emancipado, depende do tipo de emancipação. Para o STJ a emancipação voluntária
(outorgada) ou judicial, os pais continuam respondendo com os filhos em responsabilidade
solidária. Em caso de emancipação legal, os pais estão exonerados. Autoridade e companhia
aqui é no sentido jurídico e não fático, ou seja, quando os pais transferem sua autoridade a
terceiro.
Art. 934: tem direito de regresso, exceto se o causador for seu dependente.
Artigo 935 do CC
As instâncias são autônomas e independentes, mas a decisão penal pode influir na decisão
civil. A decisão civil jamais influirá na responsabilidade penal. A sentença civil não produz
efeitos penais.
Para que a sentença penal produza efeitos civis precisa atender dois requisitos:
1. Anterioridade: tem de ser proferida antes, podendo o processo civil ser suspenso para
esperar a sentença penal. Art. 313
2. Análise do mérito penal. Tem de analisar o mérito penal, qual seja, autoria e
materialidade. Se for absolutória dependerá do fundamento se for por inexistência do fato e
negativa de autoria gerará efeitos. Já a sentença penal condenatória vai gerar efeitos civis.
A correção monetária devida desde a data do devido cumprimento – STJ 43, em hipotese de
dano moral desde o arbitramento.
Já os juros:
Aquiliana – desde o evento lesivo: SUM. 54 STJ
artigo 941 – não se aplica as penas se houver desistência ANTES DA CONTESTAÇÃO, salvo
comprovado prejuízo.
Ainda não vencida. - aguardar o vencimento, pagar as custas em dobro, perder os juros
eventualmente estipulados.
Artigo 944 – a indenização se mede pela extensão do dano, mas pode reduzir
equitativamente a indenizaçao se houver excessiva desproporção entre a culpa e a extensão
do dano. Essa redução não se confunde com culpa concorrente e culpa exclusiva. Na culpa
exclusiva a exoneração do agente na concorrente há redução proporcional, de acordo com o
grau de culpa. Nesse caso a redução é equitativa.
AULA 4
Ex. o CC de 2002 limitou a multa condominial em 2% antes era 20%. Como a multa é efeito,
ou seja eficácia, a multa deve ser de no máximo 2%.
O artigo 970 disciplina contrato de sociedade empresarial e estabelece que ele é nulo se os
sócios são casados entre si pelo regime da comunhão universal ou separação obrigatória.
As sociedades que existiam antes de 2002 não se aplica porque se é nulidade se trata de
validade.
Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste
Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos
após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas
partes determinada forma de execução.
2. elementos de validade:
- Vontade livre e desembaraçada. Artigo 111 silêncio eloquente, somente quando os usos e
circunstancias autorizarem desde que não seja necessária manifestação expressa.
3. Contrato preliminar (pré-contrato e promessa de contrato)
Negócio jurídico entre as partes assumem no futuro celebrar outro contrato, ou seja,
obrigação de fazer. São dois contratos independentes e autonônomos, o contrato preliminar
não é acessório, o que se reforça no artigo 406 do CÓDIGO Civil, sendo que não está
obrigado o preliminar a forma do contrato. O artigo 466 estabelece que descumprido o
contrato preliminar pode ser requerida tutela específica ou perdas e danos. Como não
precisa ter a mesma forma, no caso de p. cv imóveis, mesmo que o contrato não esteja
registrado, gera adjudicação compulsória. STJ 239
- Boa-fé objetiva art 422. A bf objetiva é fundante dos contratos. Se trata de comportamento
e não conhecimento como a subjetiva (treu und glauben). A bj obj não é instrumento para
corrigir hipossuficiência ou proteção de contratante mais fraco. Todos tem de se tratar com
confiança e eticidade. Daí surge o dever de “mitigar as próprias perdas reconhecido pelo
STJ. Deveres anexos ou deveres laterais, precisam ser cumpridos porque tem nascimento
por conta da BFO QUE É FONTE DE OBRIGAÇÕES. Caso não tomem essas atitudes os
contratantes inadimplem os contratos. A BFO é interpretativa (cc113), integrativa –
DEVERES ANEXOS (cc422) e limitadora/restritiva/ de controle (cc475)
- Função Social do Contrato – art. 421, enxergar o contrato para além do contrato. Tríplice
função: 1. Não pode prejudicar terceiros (3º lesado/ofendido); 2. Não pode prejudicar a
coletividade; 3. Terceiros não podem prejudicar contratos alheios (3º lesante/ofensor). 3ºs
podem pedir revisão ou revisão de um contrato mesmo não sendo partes, desde que sejam
terceiros lesados.
- onerosidade excessiva
- inexistência de culpa
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar
excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e
imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à
No Brasil só poderá ser usado se o prejuízo de um gerar extrema vantagem para a outra,
requisito este que não está na teoria clássica francesa da teoria da imprevisão.
5. DA FORMAÇÃO DO CONTRATO:
Arrtigo 435, LUGAR DO CONTRATO É ONDE FOI PROPOSTO para contratos internos
brasileiros.
O lugar do contrato não impede que seja escolhido outro foro de eleição (lugar para dirimir
conflitos). Foro de eleição de contrato de adesão em contrato prejudicial ao aderente é nulo.
O juiz deve declarar a nulidade remeter ao juízo do aderente.
Trata-se de negócio jurídico um ou ambos os contratantes faz inserir clausula prevendo que
ele próprio poderá, dentro de um determinado prazo, pessoa que vai figurar na sua posição
contratual.
Artigo 469.
O prazo é o do contrato, se não houver outro será de 05 dias. O terceiro se torna então parte
e exerce direitos desde a data da celebração. Se vai se tornar parte, precisa ser capaz,
solvente e precisa aceitar a condição que se está a oferecer. Precisa aceitar da mesma forma
que foi celebrado o contrato. ASSUME RETROATIVAMENTE À DATA DA CELEBRAÇÃO
Se o terceiro for incapaz insolvente ou não aceitar, o contrato é válido e eficaz entre as
partes originais
7. Vícios REDIBITÓRIOS
Defeitos ocultos que podem tornar a coisa imprópria para o uso ou diminiur-lhe o valor
econômico. É uma garantia imposta pela lei nos negócios onerosos. Para caracterização dos
vícios redibitórios, quatro requisitos são necessários:
c) de animais, lei própria, se não tem, usos e costumes do lugar, se não do “b”.
8. EVICÇÃO
- Inexistência de cláusula excludente: artigos 448 e 449 dizem que cabe a cláusula
excludente se o comprador for expressamente notificado e assumir os riscos
POSSE E POSSESSÓRIAS
1. Conceito de Posse:
O Código Civil adota a teoria objetiva da posse de IHERING, contudo faz concessões à teoria
subjetiva, por exemplo na usucapião.
Artigo 1.196 CC
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à
propriedade.
1 poder = posse
Posse é exercício de fato por isso é possível adquirir a posse por ato próprio ou de terceiro.
PJ, entes despersonalizados, podem ter posse. STJ: o conceito de posse não é
necessariamente ter o contato físico, mas o poder físico sobre a coisa.
MERA DETENÇÃO: são os casos que o sistema jurídico priva o detentor dos efeitos da
posse, por isso não tem direito a usucapião, retensão mesmo que esteja de boa-fé. No CC
são três hipóteses:
- fâmulo da posse cc 1198 , gestor da posse tem a coisa consigo em cumprimento de ordem
(caseiro, capataz, adestrador, vallet etc.). No cpc anterior se a ação fosse ajuizada
indevidamente contra o mero detentor seria o caso de nomeação a autoria. O novo CPC
eliminou a nomeação à autoria, trata apenas como preliminar de ilegitimidade passiva (arts
338 e 339 do CPC).
- Posse precária: artigo 1208 do CC, PRIMEIRA PARTE): atos de permissão e tolerância,
como é o caso do empréstimo, há mera detenção nesses casos.
Nos três casos apontados o que nós temos chamamos de posse mas tem natureza de
detenção
obs. A posse PRECÁRIA NÃO CONVALESCE vai ser detenção para sempre. O que pode
acontecer é se converter em posse violenta e clandestina e então convalescer após prazo de
ano e dia.
2. Objeto da posse.
Somente os bens corpóreos, materiais, os imateriais não. Disso decorrem dois efeitos: os
bens incorpóreos não admitem interdito possessório, porque não são suscetíveis de posse.
ex. Direito intelectual sum. 228 STJ. STJ 193 – direito de uso de linha telefônica pode ser
adquirido por usucapião (exceção à regra)
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento
jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente
litisconsorcial.
O composseiro pode usucapir de outro? Em regra geral não. Porque cada um exerce seus
poderes sobre o todo, assim, entre eles não cabe, somente um terceiro. O STJ abre uma
exceção Resp 10.978/RJ, PODE HAVER se um deles exercer posse com exclusividade,
alijando os demais. O CPC PREVE no artigo 73 exige a outorga do cônjuge, nas ações reais
imobiliárias, nas ações possessórias não se exige participação do cônjuge, SOMENTE SERÁ
EXIGIDO QUANDO HOUVER COMPOSSE. O 73 § 3º diz que se aplica na união estável a
regra de participação do cônjuge.
- eticidade
- operabilidade/concretude
Significa que se o proprietário não cumprir a função social e alguém o fizer no seu lugar,
fará jus a proteção. É um substitutivo da função social da propriedade.
O artigo 462 do CC diz que o pré contrato precisa preencher todos os requisitos do contrato
exceto a forma. Sum. 84 o promitente comprador pode entrar com embargos de terceiro,
mesmo que não registrado o contrato para defender a posse.
Desapropriação judicial indireta cc 1.228 § Usucapião especial urbano coletivo (Est. Cid
4º e 5º 10-12
Extensa área imóvel urb. ou rural Urbano, desde que CADA UM dos imóveis
não seja superior a 250 metros
5. Classificação da Posse
O cc indica as hipóteses de posse injusta, assim sendo, todas as demais são justas. São casos
de posse injusta:
- precária: não admite convalescimento, mas admite interversão: jornada 237: pode ser
convertida em posse violenta ou clandestina e aí pode convalescer.
Enquanto não convalesce tem natureza de detenção.
CRITÉRIO SUBJETIVO.
A distinção é importante para os efeitos da posse. Os critérios são distintos mas ambos
geram os efeitos.
5.5 Posse natural ou Posse civil (contratual, jurídica, constituto possessório ou cláusula
constituti).
6 Efeitos da posse:
Interditos Possessórios:
- reintegração - esbulho
- manutenção – turbação
Ações Possessória:
de força nova- cabe a liminar desde que comprove que tinha a posse, comprove que foi
turbado ou esbulhado e que data de menos de ano e dia
Em possessória não se discute propriedade ou outros direitos reais. A ação será julgada em
favor do melhor possuidor, é irrelevante quem é o proprietário.
A sum. 487 STF perdeu o fundamento. Permitia a posse a quem tinha o domínio evidente.
A lei permite ainda a cumulabilidade entre possessória e indenização e/ou inibitória Artigo
555 NCPC.
TEM NATUREZA DÚPLICE. O réu pode na contestação pedir contra o autor: artigo 556
NCPC. “A mera improcedência do pedido do autor não é suficiente para proteção do réu.
- Havendo conflito coletivo fundiário será feita a citação das pessoas que estiverem no local,
o oficial irá uma única vez e citará quem lá estiver. Artigo 545 do CPC.
p. de boa-fé tem direito a todos os frutos, exceto os pendentes na data da restituição. Mas
pode ter indenização com as despesas com a produção e custeio. Os frutos naturais e
industriais quando forem separados e os civis dia a dia.
P de má-fé não tem direito aos frutos e se colheu tem de restituir ou indenizar.
6.4 Benfeitorias:
Possuidor de má-fé: não faz jus a qualquer direito, salvo indenização sem retenção pelas
necessárias para evitar enriquecimento sem causa.
- A retenção pode ser imposta pelo possuidor contra o proprietário, com três exceções:
- desapropriação: dec. lei 3365/41. As benfeitorias devem ser computadas no preço no valor
da indenização.
AULA 6
PROPRIEDADE
Artigo 1228 do CC. A propriedade é a junção dos direitos de uso, gozo, livre disposição e
reivindicação somada ao título (sendo este nos móveis a tradição e o registro para os
imóveis) confere ao títular a propriedade do bem. Se ele tem os quatro poderes mas não
tem o título, ele tem o DOMÍNIO, exercido sobre a coisa. A propriedade é exercida perante a
coletividade, o domínio não, este é exercido somente perante a coisa.
Entre esses conceitos há independência jurídica, não há entre eles hierarquia, são situações
extintas, produzindo diferentes efeitos.
A possibilidade de desmembramento de coisa alheia gera direitos reais sobre a coisa alheia
(ex. Usufruto).
O direito real sobre coisa alheia pode se dar por três diferentes motivos:
DIREITO REAL DE LAJE: alguns autores enxergam que o autor é uma variação do dto real
de superfície, constituindo direito real de coisa alheia. CONTUDO, A MAIORIA DA
DOUTRINA APONTA o direito de laje como direito real AUTÔNOMO.
Também é possível a sobrelaje (laje sucessiva ou laje em segundo grau) para tanto há
necessidade do consentimento de todos. Se um se recusar não é possível realizar. Havendo
laje sucessiva o direito de preferência é do lajeário imediatamente superior passando
sucessivamente.
O direito real de laje permite ao lajeário criar todos os direitos reais sobre coisa alheia sobre
ela, porque é direito autônomo sobre coisa própria, merecendo matrícula própria. O direito
de laje é autônomo.
Art. 1.229 CC
a TITULARIDADE do solo não abrange às jazidas, minas, RECURSOS MINERAIS… Art. 1230
do CC e 176 par 4º CF, estas riquezas pertencem a União, mas poderá explorar recursos
minerais para emprego imediato na construção civil, sem transformação industrial.
CONSTITUIÇÃO DA LAJE
- negócio jurídico
- ato unilateral
- usucapião
DESCOBERTA
Encontrar coisa móvel alheia perdida. Aquele que encontra algo que pertencia a terceiro faz
uma descoberta. No direito civil não se aplica o achado não é roubado. Artigo 1233 do CC.
Restitui e se não souber de quem é devolve à autoridade competente. A descoberta gera a
obrigação de restituir. Entregue à autoridade forma-se procedimento para encontrar o
titular. Serão publicados editais se não encontrado o titular, vende em hasta pública. O
artigo 1234 diz que o descubridor terá direito a recompensa, além de ressarcimento das
despesas (recompensa + perdas e danos). O direito a recompensa se chama achadego e não
será inferior a 5% sobre o valor da coisa. Renuncia de crédito é renúncia de crédito e pode
caracterizar fraude pauliana.
Negócio jurídico complexo, são necessários dois atos: escritura pública e o registro no
cartório de imóveis. Artigo 1245 do CC. a promessa de compra e venda só será tratada como
direito real se tiver registro. Aí a promessa é tratada como direito real de aquisição, se não
tiver registro é mero contrato preliminar. O registro gera presunção relativa, podendo
sofrer, inclusive evicção O único registro com presunção absoluta é o Registro Torrens, só
serve para imóvel rural com autorização judicial ouvido o MP e lançados editais.
Toda a vez que um terceiro de boa fé confia no registro, merece ser protegido. Justifica na
sumula 375 do STJ – o reconhecimento da fraude a execução se vendido depois de citado,
mas para isso é necessário que haja registro a penhora. Só há fraude se houve registro ou
se ficar provada a sua má-fé.
RETIFICAÇÃO DE REGISTRO
4. O USUCAPIÃO.
C. Requisitos (dois)
* lapso temporal – prazo previsto para adquirir. Se inter vivos (acessio possessionis) soma de
posses por ato inter vivos, se causa mortis (sucessio possessionis). A acessio possessionis
não se admite para as formas de usucapião excepcional.
- justo título: instrumento que seria idoneo para a transferencia da propriedade se não fosse
um vicio que pesa sobre ele. Ex. Promessa de compra e venda não registrada.
- boa-fé. A res furtiva pode ser usucapida porque não é requisito obrigatório do usucapião a
boa-fé. A boa-fé é facultativo, por isso a sua presença diminui a contagem do prazo.
F. ESPÉCIES DE USUCAPIÃO:
Usucapião especial urbano individual (CF Prazo de cinco anos; imóvel urbano não
183 e cc 1240 superior a 250 metros quadrados,
inexistência de propriedade de outro imóvel
(rural ou urbano), fixação de moradia, uma
única possibilidade.
Usucapião especial urbano coletivo Estatuto Prazo de 5 anos, imóvel urbano não superior
da cidade 10-12) a 250 metros quadrados
INDIVIDUALMENTE (composse),
inexistência de outra propriedade (rural ou
urbana), função de moradia; população de
baixa renda, uma única possibilidade. Foi
modificado pela Lei 13.465/17 (direito de
laje) cada uma das unidades não pode passar
de 250 metros. Grupo de pessoas de baixa
renda que se estabeleceu em composse
(favelas)
Usucapião especial rural (CF 191) Prazo de 5 anos, imóvel rural não superior a
50 hectares; inexistência de outra
propriedade (rural ou urbana); fixação de
moradia ou produtividade da terra; mais de
uma possibililidade. De forma a estimular a
produção da terra, admite-se mais de uma
vez.
H. PROCEDIMENTO DO USUCAPIÃO
- advogados
- ata notarial
- documentos comprobatórios
Em ambos, é necessário uma fase de citações das 3 fazendas públicas, a pessoa em cujo
nome o imóvel está registrado, os confinantes, atual possuidor se houver. Além dessas
cientificações, precisam ser os demais interessados que forma a coletividade por edital. STF
391. Somente intervém o MP se houver conflito coletivo ou interesse de incapaz, portanto, o
MP só participa do procedimento judicial. No cartório, presume-se a concordância pelo
silêncio. Interesse da união ou seus entes não afasta o foro da situação do imóvel (STJ 11)
5. TUTELA JURÍDICA DA PROPRIEDADE
AULA 7
DIREITO MATRIMONIAL
CASAMENTO.
1. Noções Gerais
3. Prova do casamento
- fama
Art 1547: in dubio pro casamento. Tem efeitos retroativos e as pessoas são consideradas
casadas desde a data que o juiz reconhecer como início do casamento. Esta ação não é
aplicável para união estável, para isso precisa de uma ação declaratória de união estável.
5. MODALIDADES DE CASAMENTO.
O casamento civil.
No Brasil o casamento somente civil e civis são seus efeitos, CF art. 226, §§ 1º e 2º e artigo
1.512, CC. O casamento realizado exclusivamente na religião não modifica o estado civil das
pessoas, porque o direito não o reconhece como casamento. A CELEBRAÇÃO (cerimônia)
do casamento pode ser civil ou religiosa, aí qualquer religião pode ser. A CF consagra a
liberdade de crença. A celebração civil é sempre gratuita, agora a habilitação, o registro e a
primeira certidão serão gratuitas para as pessoas cuja pobreza seja comprovada. A
declaração é suficiente para comprovar a pobreza, de acordo com os arts. 98 e 99 do CPC.
Para que a cerimônia religiosa tenha efeitos civis, deve ser antecedida de um processo de
habilitação, devendo ser registrada pelos noivos no prazo de 90 dias (art. 1516 §1º). No
entanto, no Brasil, muitas pessoas colocam mais importância na cerimônia religiosa do que
no civil, sabendo disso, o legislador permite que o casamento celebrado só no religioso
possa gerar efeitos civis se houver registro posterior no cartório (art. 1516, § 2°), para
tanto, o juiz verificará a inexistência de impedimentos no período do casamento, se houver
impedimento o casamento será nulo. A eficácia nesse caso é retroativa se provada a
inexistência de impedimento matrimonial.
6. A VALIDADE DO CASAMENTO.
Pode ser declarada de ofício, a requerimento Somente poderá ser invocada por aquele a
do MP, ou de qualquer interessado. * quem aproveite, não podendo ser
reconhecida de ofício
* o casamento nulo pode ser reconhecido e declarado inclusive pelo Oficial Registrador.
Impedimentos matrimoniais (CC 1.521) que Defeito de Idade (falta de idade núbil)
são: exceção do CC 1.551 (16 anos c/autorização,
(...)
CASAMENTO PUTATIVO:
Tanto o casamento nulo quanto o anulável podem ser putativos - artigo 1561
A eficácia é emprestada pelo juiz em razão da boa-fé subjetiva de um ou dos dois cônjuges.
Excepcionando o artigo 3º da LINDB, aqui pode ser invocado o erro de direito, diz que sabia
da proibição, do fato, mas não sabia que era proibido.
A putatividade pode ser conhecida de ofício pelo Juízo, desde que antes intime as partes
(CPC, artigo 10, princípio da não-surpresa). Reconhecida a putatividade os efeitos serão
mantidos em relação aos filhos e em relação aos cônjuges os efeitos serão mantidos para
quem estava de boa-fé, se ambos estavam de má-fé somente os filhos aproveitam os efeitos.
- fixação do domicílio conjugal art. 1.569 CC. Se tiverem domicílios distintos por força de lei,
ambos são considerados.
- emancipação do cônjuge incapaz (sem retorno do status quo ante, no caso de dissolução do
casamento). Não retorna ao estado anterior em caso de divórcio, somente se o casamento
for NULO. Se for putativo, mantem-se a emancipação.
A presunção de paternidade é exclusiva das pessoas casadas, 1597, MAS o STJ manda
aplicar também na União estável (RESP. 23/PR.)
AULA 8
DIREITO MATRIMONIAL
1. União Estável.
Antes da CF eram tratados como sociedades de fato. Com o artigo 226 da CF alterou-se a
estrutura e a qualificação do concubinato, passou-se a ter nova referência. O concubinato
puro passou a ser chamado de união estável e o impuro segue sendo chamado de
concubinato. A u.e. se tornou entidade familiar, enquanto o concubinato continua sendo
tratado como sociedade de fato (artigo 1727 do CC), assim sendo não produz efeitos típicos
da relação familiar (parentesco, presunção de paternidade etc), já a UE gera todos os efeitos
da relação familiar. Uma boa parte da doutrina brasileira (berenice), reconhece natureza
familiar ao concubinato de boa-fé (união estável putativa). É quando uma pessoa convive
com outra sem saber do impedimento da outra; esse entendimento não é aceito pelo STJ e
pelo STF. Mesmo presente boa-fé o STF nega efeito familiar ao concubinato.
Obs.
S. 380 STF- no concubinato há a partilha do patrimônio adquirido com esforço comum desde
que provado esse esforço.
O legislador criou uma série de situações para que o concubinato fosse extremamente
desvantajoso, é a chamada Teoria do Desestímulo. São eles
- Artigo 550, CC: proíbe a doação para concubina sob pena de nulidade. Durante o
casamento, somente o cônjuge prejudicado pode pedir a anulação, depois da morte do
cônjuge preterido, pode ser requerida pelos herdeiros. Prazo: 02 anos após o fim do
casamento (divórcio ou morte). (anulabilidade)
- Artigo 793, CC: proibido beneficiar concubino como beneficiário de seguro de vida sob
pena de nulidade.
- Artigo 1.801, CC: benefício por herança ou legado da concubina sob pena de nulidade.
-Lealdade e respeito
-Assistência recíproca
Existem dois efeitos que são do casamento mas não da união estável: fidelidade e
coabitação.
A antiga s. 382 do STF, não exigia coabitação para caracterizar o concubinato. A fidelidade
está inserida no gênero lealdade e respeito. Lealdade e respeito é conceito muito mais
amplo, porque um casal pode ter uma relação aberta e isso não deixa de caracterizar a
união estável. Além destes efeitos pessoais, a união estável produz
o art. 1845 NÃO coloca entre os herdeiros necessários o companheiro. Contudo, o STF NO
RE 878.694 mandou aplicar as regras para casamento a UE e declarou a
inconstitucionalidade do artigo 1790, devendo ser aplicado o art. 1829.
Artigo 1725: aplicam-se as regras da união estável, salvo a existência de contrato escrito.
Este contrato pode ser público ou privado. As partes, podem inclusive, deliberar sobre
outras matérias no contrato, patrimoniais ou não, outras declarações de vontade. Até que
corra a separação de fato, aplicam-se as regras da comunhão parcial.
Art. 1726. Pedido dirigido ao juiz, e após registrado em cartório. O STJ vem entendo que
somente é necessário pedido judicial quando há pedido de retroação de efeitos eficaciais.
Sem retroatividade, pode converter diretamente no cartório, apresentando os docs. do art.
1525 do CC.
2. REGIME DE BENS:
A vênia conjugal chamada de outorga uxória (esposa) ou outorga marital (marido), artigo
1647 do CC a exige para 3 diferentes atos, portanto, não se aplica na UNIÃO ESTÁVEL.
- Aval
- Fiança
É necessária vênia conjugal para vender bens que não fazem parte da meação? Sim. Porque
os frutos de bem particular são comuns.
-Ações Possessórias
Se um cônjuge se nega a dar o aval, pode ser suprida a outorga sempre que houver abuso
do direito, através de processo de jurisdição voluntária, artigo 1648 do CC.
E se um dos cônjuges praticar o ato sem autorização do outro? Havendo a prática do ato, o
efeito é anulabilidade – artigo 1.649 CC, tem dois anos para alienar contados de dois anos
depois do fim do casamento.
Este princípio é uma clara incidência da própria autonomia privada. Os noivos são livres
para escolher o regime de bens que melhor lhes aprover. O regime escolhido entra em vigor
na data do casamento. Como toda a liberdade, esta também não é absoluta. Quais os limites
decorrentes da escolha do regime de bens? Essa limitação é a imposição do regime da
separação obrigatória.
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos
herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou
da dissolução da sociedade conjugal; (TURBATIO SANGUINIS)
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou
curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas
* menores entre 16 e 18 anos cujos pais não consentem e casam com suprimento judicial –
artigo 1519 CC
Os efeitos do regime da separação obrigatória são mitigados pela súmula 377 do STF:
Ou seja, os aquestos entram na comunhão. Essa regra vale para o regime da separação
obrigatória, mas não se aplica ao regime da separação convencional (total). Porque senão a
súmula violaria a autonomia privada das partes que convencionaram por casar-se dessa
forma. Na prática a separação obrigatória se torna comunhão parcial de bens..
De acordo com o princípio da variedade as partes podem escolher um dos regimes previstos
na lei, mas também outros regimes. As partes podem estipular o que lhes prover. Podendo
estabelecer regimes mistos ou até mesmo regras inexistentes. Podem escolher outros
modelos. Contudo, o p. u. do 1640 que no silêncio das partes aplicam-se as regras da
comunhão parcial como regime supletivo de vontade. Para que se eleja um regime é
necessário um contrato chamado Pacto Antenupcial, que deve ser feito por escritura
pública. A eficácia do pacto antenupcial para os menores que os pais consentem a eficácia
fica submetida a aprovação dos pais. O pacto antenupcial pode conter outra declaração de
vontade, inclusive de natureza existencial, doações recíprocas, reconhecimento de filho etc.
Nao podem constar as vedações de lei, (contrato de herança de pessoa viva).
3. Mutabilidade motivada:
Requisitos:
- Indicação do motivo de mudança. STJ diz que o juiz não pode ser exigente e criterioso
nesse motivo, mas tem de haver motivação por requistos legais.
Também deve acrescer os requisitos do artigo 734 do CPC. Só pode decidir após 30 dias dos
editais.
As pessoas que estão sob o regime da separação obrigatória de bens também podem alterar
o regime de bens. Essas pessoas podem requerer a mudança do regime de bens quando
cessada a causa. Só não será possível a mudança para o maior de 70 anos. Pessoas com
casamento celebrado sob a regra anterior podem também alterar o regime, conforme
entendimento do STJ.
AULA 9
FILIAÇÃO RECONHECIMENTO DE FILHOS E INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE
Historicamente, a filiação traz uma visão biológica. O conceito era biológico e casamentário,
entre o gerado e seus geradores e entre estes por relação de casamento. A lei 883/49
proibia o reconhecimento de filhos fora do casamento. Napoleão teria dito que a sociedade
não tem interesse no reconhecimento de filhos bastardos. Hoje em dia, obviamente não é
mais assim. Mesmo a biotecnologia, altera o conceito, fertilização medicamente assistida,
por exemplo, quando há inseminação heteróloga, os pais biológicamente não são pais da
criança.
Podem existir conflitos na questão do registro, neste caso se resolve através de dúvida.
Conta com 3 diferentes critérios determinativos e o juiz em caso de litígio, determinará qual
dos 3 prevalece sem hierarquia entre eles, contudo hoje o STJ aceita também outro solução
da multiparentalidade* :
* STF Re 898060/SC com repercussão geral. Nesse caso o STF reconheceu a pluralidade de
critérios, ou seja, a pessoa pode ter mais de um critério determinativo da paternidade
(teoria da pluripaternidade)
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte,
separação judicial, nulidade e anulação do casamento;
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do
marido.
O texto se refere ao casamento, portanto a luz do CC não se aplica à união estável, contudo
O STJ determina que a presunção se aplique também aos casos de união estável. Se a
pergunta estiver formulada com base no Código Civil é uma, se estiver baseada na
jurisprudência, é outra.
A recusa em fazer o exame traz presunção relativa legal (lei 8560/92 – com redação da lei
12004/09). Como se trata de presunção o STJ confere INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. Se se
trata de negativa de filho contra pai ou ação contra a sucessão não se aplica – Súmula 301
STJ.
Quem tem direito a gratuidade da justiça, tem direito a gratuidade abrangendo o exame de
DNA, basta declarar, não precisa comprovar.
Nos estados que não custeiam o exame, o julgamento será com base na prova testemunhal.
Se chegar em grau recursal sem exame é possível converter o julgamento em diligência no
sentido de fazer com que o exame ocorra posteriormente.
É direito do filho socioafetivo saber sua origem biológica, ancestral? Sim. Ação de
investigação de origem genética (ancestralidade), mais ainda a luz do artigo 48 do ECA. A
DECISÃO não gera efeito patrimonial ou sucessório, serve para descobrir quem é o genitor.
Nesse caso, por necessidade terapeutica vai atrás do genitor sem gerar efeitos patrimoniais
ou familiares, por assim ser, o MP NÃO TEM LEGITIMIDADE PARA ENTRAR COM ESSA
AÇÃO.
Vara de Família, com legitimidade do MP quando Vara de família – ilegitimidade do MP, mesmo que
se trata de incapaz se trate de incapaz
Imprescritível Imprescritível
- PARTO ANÔNIMO: ECA artigo 19-A. A mãe entrega o filho na vara da infância sem se
identificar. Ela não será mãe, mas será genitora, combinando o artigo 13 ao 19-a do eca nos
remete ao conhecimento que ela tem o direito ao parto anônimo mas o filho no futuro tem
direito à investigação genética.
- PATERNIDADE ALIMENTAR: um genitor pode ser acionado para pagar alimentos a seu
filho biológico se os ascendentes e parentes afetivos não tiverem condições de arcar com
alimentos. No entanto, essa tese não gera obrigação para fins sucessórios, somente fins
alimentares.
Ato unilateral (ato jurídico em sentido estrito: irrevogável e irretratável, porém anulável.
Natureza de CONFISSÃO.
Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I - no registro do nascimento;
IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato
que o contém.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar
descendentes.
Há pluraridade de formas de reconhecer a paternidade e a maternidade. Esse artigo
terminou revogando as formas de reconhecimento da lei 8560/92. Essa lei originalmente
impossibilitava o reconhecimento de filhos na ata do casamento, porque esse filho já seria
reconhecido como ilegítimo. O Novo CC não repetiu a proibição entendendo o professor ser
caso de revogação tácita. É possível o reconhecimento de nascituro até o reconhecimento
funerário, póstumo. Para impedir que a pessoa se valha da própria torpeza, o reconhecente
deve abrir mão da herança.
O artigo 1614 CC aponta que o reconhecimento de filho é ato BILATERAL, se maior precisa
do consentimento do reconhecido, se menor, ele pode impugnar esse reconhecimento
emprazo decadencial de quatro anos. Não é ação negatória:
- Impugnação de reconhecimento de filho: DNA é irrelevante, só diz que se fosse capaz não
teria consentido na forma do artigo 1614, discute apenas o registro
Art. 2° Em registro de nascimento de menor apenas com a maternidade estabelecida, o oficial remeterá ao juiz
certidão integral do registro e o nome e prenome, profissão, identidade e residência do suposto pai, a fim de ser
averiguada oficiosamente a procedência da alegação.
§ 1° O juiz, sempre que possível, ouvirá a mãe sobre a paternidade alegada e mandará, em qualquer caso,
notificar o suposto pai, independente de seu estado civil, para que se manifeste sobre a paternidade que lhe é
atribuída.
§ 2° O juiz, quando entender necessário, determinará que a diligência seja realizada em segredo de justiça.
§ 3° No caso do suposto pai confirmar expressamente a paternidade, será lavrado termo de reconhecimento e
remetida certidão ao oficial do registro, para a devida averbação.
§ 4° Se o suposto pai não atender no prazo de trinta dias, a notificação judicial, ou negar a alegada paternidade, o
juiz remeterá os autos ao representante do Ministério Público para que intente, havendo elementos suficientes, a
ação de investigação de paternidade.
§ 5° A iniciativa conferida ao Ministério não impede a quem tenha legítimo interesse de intentar investigação,
visando a obter o pretendido reconhecimento da paternidade.
paternidade pelo Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a
paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para adoção. (Redação dada pela Lei nº 12,010, de
2009) Vigência
§ 6o A iniciativa conferida ao Ministério Público não impede a quem tenha legítimo interesse de
intentar investigação, visando a obter o pretendido reconhecimento da
paternidade. (Incluído pela Lei nº 12,010, de 2009) Vigência
Art. 2o-A. Na ação de investigação de paternidade, todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos,
serão hábeis para provar a verdade dos fatos. (Incluído pela Lei nº 12.004, de 2009).
Parágrafo único. A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético - DNA gerará a presunção da
paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório.
Tem natureza administrativa, não judicial, iniciado pelo oficial do cartório, ele é obrigado a
tirar segunda via do registro, colhe da mãe os dados do pretenso pai e remete para o juízo.
Se a mãe se negar manda para o Juízo sem os dados que designará curador especial. Nesse
caso o juiz marca audiência para ouvir o suposto pai. Se o suposto pai não comparece ou se
recusa a reconhecer, o Juízo manda para o mp que ajuizará ou não investigação de
paternidade. Se o mp não ajuizar precisa arquivar motivadamente e encaminha ao Conselho
Superior do MP (Princípio da obrigatoriedade mitigada). Mesmo sem o procedimento acima
o MP está legitimado.
É possível a investigação avoenga, mas só é possível depois da morte do pai, segundo o STJ.
Resp 876434/RS.
Admite-se a cumulação com outros pedidos (alimentos, indenização por dano moral, petição
de herança etc.) . O STJ diz que não precisa cumular com anulação de registro que é efeito
natural da ação. O juiz arbitrará alimentos mesmo não pedidos pelo autor, quando julgar
procedentes o pedido.
Fase da mediação obrigatória: 694 a 696 do CPC. A ausência injustificada de uma das partes
gera multa revertida para o estado. Nessas audiência será tentado um acordo, um ajuste, se
houverem várias sessões mas tiverem pedidos de urgência, nesse caso pode o juiz decidir
antes . Afastam-se os efeitos da revelia nesse caso e o réu será intimado para contestar,
responder e este réu pode ser rével sem efeitos. Depois vem a fase de produção de prova, na
qual geralmente vem o exame de DNA, após vem a sentença, sendo fixados alimentos
mesmo que não requeridos pelas partes, se delas necessitem. Os alimentos retroagem até a
data da citação Sum. STJ 277.
Nas ações filiatórias a coisa julgada será relativizada (secundum eventum probationis) só
transita em julgado a prova produzida. É coisa julgada material com a cláusula secundum
eventum probationis, sendo possível repropor a ação com outro meio de prova.
AULA 10
DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO
Depois com a CF/88, art. 226 § 6º da CF, criou-se o divórcio com o prazo de separação, por
fim vem a ec 66/10 que trata o divórcio como direito potestativo, sem causa e sem prazo. O
casamento pode ser dissolvido pelo divórcio independente de causa ou prazo.
Causas
- Terminativas: colocam fim à sociedade conjugal, regime de bens e deveres conjugais, mas
o vínculo não necessariamente se extingue. Artigo 1571 apresenta as causas terminativas,
aqui o casamento termina, mas não necessariamente acaba. Dessas somente a morte e o
divórcio dissolvem o vínculo conjugal. A morte e o divórcio (I e IV)
O parágrafo 1º do 1571 diz que a declaração de ausente diz que dissolve o casamento, aqui
se aplicam as regras da morte à ausência.
1. Declaração de ausência
2. Sucessão provisória
3. Sucessão definitiva – pela leitura do artigo 6º do CC, deixa a entender que é neste
momento que se considera a dissolução do casamento.
Nos casos de declaração de morte sem ausência, quando declarada pelo Juízo se dá a
dissolução do casamento.
A separação se mantém pelo artigo 693 do CPC, sendo a única causa meramente
terminativa e o divórcio e a morte são causas dissolutivas. Com a morte e o divórcio a
pessoa pode se casar de novo, o separado não. Enquanto separada, se sobrevier a morte, o
outro segue para o estado civil de viúvo.
A súmula 197 do STJ determina que é possível se divorciar ou se separar sem partilhar os
bens. Se casar novamente sem partilha fica no regime da separação obrigatória de bens (se
existirem filhos do falecido).
1º Possibilidade de constituir união estável. A pessoa casada não pode viver em união
estável, mas separada de fato pode estar em união estável, independentemente do prazo.
2º Cessão do Regime de bens: Para o STJ, a separação de fato faz cessar o regime de bens,
para obstar a ocorrência do enriquecimento sem causa, a propósito do tema, não se
comunicam os bens que sobrevierem, mas os bens que já existiam, se houver subrogação, o
outro cônjuge se subroga nos valores existentes antes da separação de fato. O artigo 1642,
V, diz que qualquer dos cônjuges pode reivindicar os bens comuns: Art. 1.642. Qualquer que
seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente:
I - praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho de sua profissão, com as limitações
estabelecida no inciso I do art. 1.647;
III - desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu consentimento ou sem suprimento
judicial;
IV - demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro cônjuge com infração
do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647;
V - reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que provado
que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado de fato por mais de cinco anos;
Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam
separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara
impossível sem culpa do sobrevivente.
Tem de estar separado a mais de dois anos, contudo, o STJ entende que cessa o direito a
herança independente de prazo, assim, dá a entender que a jurisprudência também
caminhará nesse sentido.
4º Sub-rogação locatícia.: se um dos cônjuges vier a cessar a convivência com outro, aquele
que ficou se sub-roga no contrato. Artigo 12 da l. de locações
Decretada a separação, o casamento pode ser retomado por simples pedido das partes ao
Juiz. Só quem pode se separar quem se casou civilmente.
Efeitos:
B) STJ REsp. 555.771/SP, a simples separação de fato faz cessar regime de bens, para obstar
o enriquecimento sem causa, ao que pese a regra do artigo 1.642 do CC.
A litigiosa se submete a procedimento especial das ações de família (693 a 699 do CPC) com
audiência de mediação obrigatória. A pessoa só pode se separar consensualmente pois esta
exige o prazo de, pelo menos, um ano. Se for judicial, terá procedimento de jurisdição
voluntária. Este procedimento está no 731 a 733. Já a separação consensual administrativa
em cartório terá procedimento administrativo. A separação consensual em juízo ou em
cartório precisa de consenso das partes quanto a guarda e visita dos filhos menores,
alimentos para os filhos menores, alimentos entre si e eventualmente a partilha dos bens.
Sum, 197 do STJ diz que pode dissolver o casamento ou terminar a relação, mantendo os
bens em condomínio. * o nome é direito da personalidade, e assim sendo, quem alterou é
que pode deliberar se vai ou não mantê-lo. O juiz pode recusar o acordo das partes, se
homologado, STF 305 se homologado é irretratável. Em cartório o tabelião só pode se
recusar a lavrar a escritura se não estiverem presentes todos os requisitos previstos em lei.
Curiosamente, se tratando de jurisdição voluntária, o juiz pode julgar por equidade, artigo
723 do CPC.
7. Espécies de divórcio.
O divórcio litigioso sempre será judicial. O consensual pode ser em cartório ou em juízo. Se
o divórcio é litigioso procedimento especial (CPC 693 a 699). Se consensual judicial
procedimento de jurisdição voluntária (CPC 731-733), no cartório procedimento
administrativo.
Não se discute mais prazo ou causa do divórcio, neste caso se pode controverter são
somente os efeitos do divórcio:
No divórcio não precisa provar nada a não ser os efeitos. O pedido de divórcio é em si
potestativo. O MP intervirá se houver interesse de incapaz. Havendo indícios de abuso ou
alienação parental o juiz será assistido por equipe multidisciplinar: artigo 699 do CPC. Se
não houver acordo na audiência de mediação, o procedimento é ordinário.
É procedimento de jurisdição voluntária que o juiz pode decidir por equidade. Havendo
interesse de incapaz, haverá participação do mp. Para isso o 731 exige alguns elementos. Art.
731. A homologação do divórcio ou da separação consensuais, observados os requisitos legais, poderá ser
requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão:
Parágrafo único. Se os cônjuges não acordarem sobre a partilha dos bens, far-se-á esta depois de homologado o
É facultativo, não obrigatório o que gera a possibilidade de escolha da via, de acordo com seu
interesse. Se submete a uma condição no artigo 733 CPC. Se não houver interesse de incapaz
ou de nascituro. Já há possibilidade de divórcio extrajudicial com filhos se os interesses dos
filhos já foram decididos em ação judicial própria. (PESQUISAR). Não precisa de intervenção
do MP OU HOMOLOGAÇÃO, a escritura é título executivo extrajudicial. O artigo 1707 do CC
diz que não podem ser renunciados alimentos, mas o STJ entende que os alimentos não
admitem renúncia pelos incapazes. É justificável a presença de advogado na escritura para
proteção das partes. As partes podem se fazer presentes por procurador, com poderes
especiais, em escritura pública. O tabelionato é de livre escolha das partes. As regras postas
servem também para dissolução de união estável em cartório.
Escrituras públicas emanadas de outortos países, precisam passar pelo exequatur do STJ,
contudo, dispensa-se quando se trata de decisão meramente homologatória de divórcio. A
homologação do divórcio depende das regrras do artigo 731 do cpc.
8. Características das ações de separação e de divórcio.
Se um dos cônjuges é incapaz, aí será defendido por curador, ascendente ou irmão, artigo
1582 CC. não viola a natureza personalíssima.
Artigo 15814 do CC, SUM. 197 STJ (cabe à separação), mesmo no extrajudicial não é
necessário partilhar. Não realizada a partilha, se recasar, casará no regime da separação
obrigatória (causa suspensiva)
O único efeito que ocorre é a desnecessidade de intimação do revel para os atos processuais
subsequentes.
Somente atuara quando houver interesse de incapaz, se o MP só atua assim, concluímos que
não haverá intervenção do MP na escritura em cartório.
Vii) possibilidade de desconsideração inversa da pessoa jurídica quando um deles atuou com
abuso da personalidade. Deve ser provado o abuso na forma do artigo 50 do CC.
Tem direito os conjuges direito a partir da partilha, no caso de um deles ficar no imóvel
comum do casal.
O STJ também entende possível de FGTS. Quanto a partilha de cotas sociais, cabe a divisão
apenas do dinheiro, não podendo haver partilha das cotas, em respeito à afectio societatis,
dos demais sócios.
AULA 11
SUCESSÃO:
PARTE 1
PARTE GERAL:
1. Droit de saisine (artigo 1784 CC) é a regra da transmissão automática. A morte, equivle a
expressão “abertura da sucessão” gerando transmissão automática de saisine: todas as
relações patrimoniais titularizadas pelo falecido são transmitidas automaticamente a seus
herdeiros, formando assim a herança. A herança é bem imóvel, indivisível e universal (artigo
80 do CC) OU SEJA, é uma UNIVERSALIDADE DE DIREITO. Compõe débitos e créditos,
ativos e passivos. Quem representa a herança é o espólio, ente despersonalizado que
representa a herança em juízo e fora dele. O espólio é a representação da herança. E quem
representa o espólio é o inventariante. Antes da nomeação do inventariante, quem
representa é o administrador provisório. A herança é o conjunto de bens patrimoniais,
assim, se houver ação de cunho pessoal não patrimonial, a legitimidade para as ações de
natureza personalíssima é os herdeiros e não o espólio. Eventualmente o CPC permite que o
inventariante seja dativo ou judicial. Se houver alto grau de beligerância, o juízo nomeia
inventariante dativo ou judicial.
* Procedimento especial:
*Art. 1.802. São nulas as disposições testamentárias em favor de pessoas não legitimadas a suceder, ainda quando simuladas sob a
forma de contrato oneroso, ou feitas mediante interposta pessoa.
Parágrafo único. Presumem-se pessoas interpostas os ascendentes, os descendentes, os irmãos e o cônjuge ou companheiro do não
legitimado a suceder.
Art. 1.803. É lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do testador.
Lugar da sucessão.
O lugar do último domicílio do falecido. Se tinha mais de um, qualquer deles por prevenção.
Se não tinha, o lugar onde estão os imóveis, se mais de um, qualquer deles por prevenção,
se não tiver imóveis, lugar onde estiverem os móveis.
Fixa a competência para processar e julgar o inventário. O artigo 48 do CPC determina que
o foro competente do inventário é o último domicílio do falecido. Mantém a harmonia com o
artigo 1845. inventariante dativo ou judicial.
A transmissão da relação alimentícia tem regra própria, por força do artigo 1700 CC:
Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694.
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de
modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
3. A INDIGNIDADE E A DESERDAÇÃO:
São sanções civis, punições ao herdeiro que se portou mal em relação ao autor da herança.
Tem natureza punitiva e dependem de decisão judicial, e a interpretação deve ser taxativa
( princípio da reserva legal) só pode ser punido nos casos previstos em lei. Por terem
natureza punitiva, aplica-se o princípio da intranscendência da pena, ou seja, o indigno ou
deserdado será tratado como pré-morto, herdando seus sucessores por representação ou
estirpe (indignidade, deserdação, pré-morte.)
Como ficam os negócios com terceiros de boa-fé antes da deserdação? Artigo 1817:
Art. 1.817. São válidas as alienações onerosas de bens hereditários a terceiros de boa-fé, e os atos de
administração legalmente praticados pelo herdeiro, antes da sentença de exclusão; mas aos herdeiros
subsiste, quando prejudicados, o direito de demandar-lhe perdas e danos.
O negócio fica preservado, mas o indigno/deserdado deverá ressarcir o espólio. Como ficam
os negócios com terceiros de boa-fé antes da deserdação?
A purgação da indignidade se dá com perdão por escrito que é irrevogável. Pode ser por
instrumento púbico ou particular e é irrevogável e irretratável. Há discussão se precisa
confirmação judicial. Conclui-se que o direito brasileiro NÃO EXIGE a confirmação judicial,
como bem afirma o artigo 1818 do CC.
TABELA INDIGNIDADE X DESERDAÇÃO:
INDIGNIDADE DESERDAÇÃO
Qualquer sucessor (herdeiro ou legatário) Herdeiros necessários (CC 1.845)**
Motivo correspondente a um ato praticado Motivo correspondente a um ato praticado
antes ou depois da abertura da sucessão necessariamente antes da abertura da
sucessão
Provocação por qualquer interessado e do Provocação EXCLUSIVA do autor da herança
MP SOMENTE NA HIPÓTESE DE
HOMICÍDIO
Ação de Indignidade (procedimento comum Ato praticado em um testamento pelo
ordinário) Prazo decadencial de quatro anos próprio titular do patrimônio
Procedência da ação Homologação do testamento
Hipóteses CC 1.814 Hipóteses CC 1.814+1961/1963
INDIGNIDADE DESERDAÇÃO
Homicídio doloso, tentado ou consumado Homicídio doloso, tentado ou consumado
contra o autor da herança, seu contra o autor da herança, seu
cônjuge/companheiro, ascendente ou cônjuge/companheiro, ascendente ou
descendente descendente
Crime contra a honra e/ou denunciação Crime contra a honra contra o autor da
caluniosa contra o autor da herança seu herança seu cônjuge/companheiro,
cônjuge/companheiro ascendente ou descendente
Ato que impeça a manifestação de vontade Ato que impeça a manifestação de vontade
do autor da herança produzir efeitos do autor da herança produzir efeitos
Ofensas físicas Essas quatro
Injúrias graves hipóteses somente se
Relações Ilícitas aplicam aos herdeiros
Abandono Material não sendo aplicáveis
aos cônjuges e
companheiros por
força do artigo
* Nos tipos penais, é necessária a prévia condenação criminal? Por conta da regra
da autonomia das instâncias do artigo 935 do Código Civil, podendo a prova ser
produzida no juízo cível. PARA O CASO ESPECÍFICO DE CRIME CONTRA A HONRA
É NECESSÁRIO O JULGAMENTO PENAL PQ O CÓDIGO DIZ QUE É CRIME CONTRA
A HONRA E SÓ O JUIZ CRIMINAL PODE RECONHECER CRIME.
O rol aqui é taxativo, contudo, o STJ admite interpretação dos tipos para que se admita
outra hipótese que tem a mesma finalidade. O STJ também entende que não serve para
cassação de pensão previdenciária.
O titular pode ceder seus direitos hereditários, sendo patrimonial pode circular em riquezas.
Pode ceder no todo ou em parte, a título gratuito ou oneroso. Se a cessão de herança for a
título gratuito, se aproxima da doação, se oneroso, se aproxima da compra e venda. Para a
cessão de direitos hereditários, o código dá alguns requisitos.
O direito de preferência: artigo 1794 do CC. Deve ser respeitado o direito de preferência do
coerdeiro. É válida exclusivamente para a CESSÃO ONEROSA. A gratuita, como é livre não
tem direito de preferência (chamado também de prelação ou preempção).
O legislador estabeleceu o direito de preferência, mas não disse como. Vamos utilizar por
analogia o artigo 27 da Lei 8245/91, ou seja, notificação escrita com prazo de 30 dias,
judicial ou extrajudicial, sendo que o STJ, aceita inclusive notificação por e-mail. Se vender a
terceiro sem notificar os demais coerdeiros, o ato de venda a terceiro sem respeito à
prelação legal, gera ineficácia do negócio em relação ao herdeiro prejudicado. Em razão da
ineficácia o negócio não precisa ser desconstituído. O herdeiro só precisa depositar o valor
no prazo decadencial de 180 dias em juízo, em chamada ação de preferência ou ação de
adjudicação compulsória e deposita tanto por tanto. O depósito é condição adjudicatória.
Nessa ação há litisconsórcio passivo necessário entre o coerdeiro alienante e o cessionário.
Para que o coerdeiro prejudicado ele não foi notificado, portanto, comprador, não está de
boa-fé. Se mais de um coerdeiro quiser exercer a preferência, o quinhão será cedido
proporcionalmente. NÃO SE APLICA AQUI O ARTIGO 504 DO CC – de quem tenha o maior
quinhão ou mais benfeitorias, nesse caso, será distribuído proporcionalmente.
Feita a notificação dos demais coerdeiros, o notificante pode desistir? Sim, porque ninguém
é compelido a alienar seus bens, mesmo que um dos preferentes notificados já tenha
manifestado vontade, mas terá de ressarcir perdas e danos.
AULA 12
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO
1. Noções Gerais.
Esta ideia de ter uma lei de introdução veio do Code de France de 1804, quem quebrou toda
a ideia de um direito com base no Estado, foi este criador de um sistema jurídico
diferenciado. Antes disso os sistemas estavam atrelados a outra realidade. Foi criada então
uma lei de introdução ao código a viabilizar a interpretação do código que chegou. No brasil
a LINDB – dec. lei 4657/42. Este decreto lei teve a finalidade de adaptar a realidade para
receber o CC.
O objeto da lei de introdução tem como objeto a própria norma, é uma lei sobre leis. É a
norma que disciplina como as leis devem ser elaboradas, aplicadas e interpretadas. Por isso
a lindb tem aplicação universal, inclusive no direito público, até no direito penal, as vezes
com algumas restrições.
- Obrigatoriedade – art. 3º
- Integração – art. 4º
- Interpretação – art. 5º
No que diz respeito a norma no espaço, enxergamos direito internacional privado, relações
privadas entre pessoas em países diferentes. Ocorre que a Lie 13655/18 INTRODUZIU 11
ARTIGOS dispondo sobre segurança jurídica e eficiência no direito público assim:
- segurança jurídica e criação de normas de direito público (arts. 20 a30) (Lei 13655/18),
criada indevidamente, pois não é a seara da norma. INCLUSIVE OS ARTIGOS 20 A 30 NÃO
SE APLICAM ÀS NORMAS DE DIREITO PRIVADO.
2. Vigência da Norma
Uma lei existe desde sua promulgação, mas o fato dela existir não garante que ela já
produza efeitos em razão da Escada Ponteana: existência, validade e eficácia.
A lei complementar 95/98 determina no artigo 8º que toda a lei terá vacatio para que todas
as pessoas tenham conhecimento da lei. A cláusula de entrar em vigor na data da
publicação, só pode ser estabelecida em leis de pequena repercussão. Atos administrativos
de conteúdo normativo entram em vigor na data de sua publicação art. 5 dec 572/1890.
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de
oficialmente publicada.
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois
de oficialmente publicada.
Se a lei já existe elas só pode ser alterada por lei. Se houver outra publicação da mesma lei
para correção, o prazo de vacatio recomeça da nova publicação, agora a correção do texto
de lei já em vigor considera-se lei nova.
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste
artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
O Brasil alterou a lei de introdução para gerar o vigor sincrônico, ou seja, entra em vigência
em todo Brasil ao mesmo tempo. recomeça da nova publicação. Chamado de Vigência
sincrônica das Normas.
Consagra que uma lei em vigor assim permanecerá até que outra venha revogá-la de forma
expressa ou tácita. Não há revogação pelos costumes, chamado “desuetudo”.
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
A revogação faz com que a lei perca sua vigência e a nova passa a viger no lugar da velha.
- TOTAL – ab-rogação
- PARCIAL – derrogação
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora
perdido a vigência.
Se a lei já A for revogada pela lei B e ao ser revogada por lei C, os efeitos da lei A NÃO
REPRISTINAM. No Brasil não se admite o instituto da repristinação. Em caráter excepcional
poderemos ter efeitos repristinatórios se houver disposição em contrário. A lei não pode
repristinar mas a lei nova pode gerar efeitos repristinatórios. Diferente da revogação é a
ADIN.
ART. 3º LINDB
Portanto no campo penal pode gerar atenuação de pena. No direito civil não é comum que se
autorize a alegação de erro de direito.
Os dois casos mais emblemáticos são:
2. Vício de vontade – erro de direito artigo 139 III do CC. Este artigo expressamente dispõe que
o vício de vontade pode se caracterizar por erro de direito.
4. INTEGRAÇÃO DA NORMA
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes
e os princípios gerais de direito.
Esse rol é taxativo e hierárquico, o Juiz somente deverá preencher a lacuna (colmatar) quando
a lei for omissa, nessa ordem preferencial hierarquica.
Analogia: é comparação entre uma situação não tratada na norma e outra já tratada na norma,
então na analogia o juiz comparará as situações. Pode ser legis ou juris.
- Secundum Legem – aplicação da norma; (ex. Prazo para reclamação de vícios redibitórios –
CC 445, § 2º ANIMAIS, lei especial. Enquanto a lei não for criada, o juiz utiliza os usos e
costumes do lugar)
“Não lesar a ninguém, dar a cada um o que é seu e viver honestamente”. Estes são os
princípios gerais de natureza informativa. No brasil os princiípios podem ser de duas
categorias: fundamentais e informativos (gerais)
- informativos – chamados pelo Humberto Àvila de Postulados. Não é princípio com força
normativa porque não decorre de norma, é meramente informativo. Quando o artigo 4 da
LINDB diz que quando a lei for omissa (quando a norma-regra e a norma-princípio não existir
para o caso) somente aí o juiz julgará pela analogia, costumes e princípios gerais do direito. Os
princípios gerais não se confundem com os princípios fundamentais. Se houver principio
fundamental não há lacuna no caso. Os princípios gerais são regras de desempate.
Equidade:
Aristóteles consagrou na Ética a Nicômano a regra de equidade in medio virtus ( a virtude está
ao meio), é o que é equilibrado, o conceito tem alto grau de subjetividade, por isso o artigo
m140 parágrafo único só permite a equidade nos casos previstos em lei, por conta do seu alto
subjetivismo. Ex. Artigo 944, p. único do CC.
A finalidade social a que se dirige a norma jurídica. Artigo 5º da Lei de Introdução. O artigo 8º
do CPC mantém nítida harmonia com o artigo 5º , o juiz atenderá aos fins sociais e exigências
do bem comum. O próprio STJ pregava a interpretação de acordo com o fim social. Antes da
aplicação virá a interpretação. NÃO EXISTE APLICAÇÃO SEM INTERPRETAÇÃO, por isso é
falso o in claris cessat interpretatio porque toda a lei será interpretada, que gerará efeitos
ampliativos (direitos fundamentais), restritivas (direito penal, aval, fiança renúncia, sanções,
privilégios) e declarativa (as interpretações são preferencialmente declarativas para preservar
o princípio da legalidade.)
Critérios hermenêuticos
- especialidade – especial afasta geral (exceto em relação ao diálogo das fontes) se a norma
geral tiver regra mais favorável ao sujeito especial de direito aplica-se a norma mais favorável.
- hierarquia
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa
A LEI NOVA NÃO ALCANÇA FATOS PRETÉRITOS. Se a lei nova estipular uma cláusula
retroativa ela assim o faz desde que respeite o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa
julgada.
Ato jurídico perfeito – não produz mais efeitos, seus efeitos já se exauriram, se contrapõe ao
ato continuativo. Em se tratando de relação continuativa, estão regidas pelo artigo 2035 do CC
(existência e validade adstrita a lei do tempo e a eficácia é a lei atual em vigor).
Coisa Julgada – qualidade que reveste os efeitos que acobertam uma decisão contra a qual
não cabe mais recurso.
A ultratividade da norma é a possibilidade de aplicação de uma lei já revogada mesmo depois
de sua revogação. Súmula 112 do STF: “ alíquota do imposto causa mortis é aquela vigente na
data da abertura da sucessão.”
A territorialidade mitigada.
Ex.
LEI ESTRANG.. NO BR: art 7º da LINDB – estatuto pessoal. Aplicação da norma do domicílio
da pessoa no que disser respeito a personalidade, capacidade, nome e direito de família. O
limite de aplicação da lei externa é a soberania nacional, chamado também de filtro
constitucional ou legal.. Por isso o árabe casado não pode casar de novo no brasil mesmo que
seu país de domicílio permita.
Em relação aos imóveis a lei a ser utilizada do local onde estiver situado. Bens móveis que o
titular tiver consigo e penhor, aplica-se a lei do domicílio do titular também respeitada a
filtragem de constitucionalidade.
A regra é:
Lei sucessória mais favorável é a aplicada ao herdeiro brasileiro. Não só a lei estrangeira pode
ser aplicada no Brasil ou critérios específicos, também uma decisão ESTRANGEIRA pode ser
cumprida no Brasil mediante cumprimento de requisitos:
V - estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em tratado;
Art. 965. O cumprimento de decisão estrangeira far-se-á perante o juízo federal competente, a requerimento
da parte, conforme as normas estabelecidas para o cumprimento de decisão nacional.
Parágrafo único. O pedido de execução deverá ser instruído com cópia autenticada da decisão
homologatória ou do exequatur , conforme o caso.
A execução ficará a cargo do juiz federal de primeira instância, serve também para decisão
arbitral e carta rogatória. Agora, se existe decisão brasileira não transitada em julgado pode ser
homologada a estrangeira, se há decisão brasileira transitada em julgado, a decisão não pode
ser homologada. Obs. A sentença estrangeira de divórcio consensual, não precisa de
exequatur, pode ir direto ao cartório.
As matérias do 23 do CPC NÃO PODEM SER HOMOLOGADAS por ser competência exclusiva
da justiça brasileira.
Artigo 20 da LINDB :
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos
sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão.
É POSSÍVEL decidir com base de valores abstratos se CONSIDERAR AS CONSEQUÊNCIAS
PRÁTICAS. Então é uma limitação e não uma proibição a decidir com base em valores
abstrato. O CPC já dizia isso, mas de um jeito ou de outro não se pode achar que se está
mitigando aplicação de princípios. O STF tem várias decisões com base em princípios.
8.4, Decisão de invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa artigo
21 LINDB
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato,
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas
e administrativas.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições
para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se
podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam anormais
ou excessivos. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Invalidação é gênero do qual anulabilidade e nulidade são espécies. A decisão pode ter seus
efeitos modulados para atender ao pu.
Art. 22 da LINDB
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais
do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a
ação do agente. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que
dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do
agente. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de mesma
natureza e relativas ao mesmo fato.
Tratando-se de norma de gestão não se aplica o artigo 5º da lindb. Na interpretação deve ser
buscada a isonomia entre a administração e o administrado, ou seja, não se pode interpretar
para prejudicar o administrado. Deve ser atento às dificuldades reais do gestor. Os obstáculos
e dificuldade não podem ser usados, contudo, como carta de alforria ao gestor.
Artigo 23.
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre
norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime
de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste,
processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais
da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas
situações plenamente constituídas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos públicos
de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática
administrativa reiterada e de amplo conhecimento público.
O que temos aqui é a possibilidade de demora da decisão sobre a validade do ato. A análise
pode demorar e o contrato já esttá gerando efeitos quando sobrevém a decisão anulando o
mesmo celebrado antes da orientação. O artigo aponta a irretroatividade de nova norma e ao
fazer isso, determina ultratividade da norma ou interpretação vigente na data da celebração e
modificações ulteriores não atingem validade pretérita do ato. O único perigo é que ele não
pode ser interpretado no sentido de CONVALIDAR ATOS NULOS. Os atos que eram inválidos
permanecem inválidos e não podem ser convalidados
artigo 26.
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público,
inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e,
quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar
compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua
publicação oficial.
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis
em caso de descumprimento. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Só produzirá efeitos depois de publicado, necessariamente deve ser ouvido o órgão jurídico e
se for o caso realizados audiências públicas. Esse compromisso pode ser preventivo ou
litigioso, pondo fim ao litigio ou precavendo. Também é possível impor compensação, artigo 27
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor compensação por
benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos.
É negócio jurídico processual do artigo 190 do CPC. Podem firmar um compromisso no sentido
reparar danos. O particular pode ser obrigado a compensar o poder público ou vice-versa.
art. 28
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro
grosseiro.
Esse artigo não afasta a responsabilidade objetiva do estado com regresso ao agente,
respondendo por dolo ou culpa. A responsabilidade dos agentes como um todo será subjetivo.
Esta regra não se aplica ao MP, juiz, defensor público e advogado público, para estes existe
responsabilidade própria.
art. 29
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa, salvo os de mera
organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação de interessados,
preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão.
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das normas,
inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas. (Incluído pela Lei nº 13.655,
de 2018) (Regulamento)
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em relação ao órgão ou
entidade a que se destinam, até ulterior revisão. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
AULA 13
DIREITO DAS SUCESSÕES (SUCESSÃO LEGÍTIMA)
A sucessão legitima é disciplinada pela ordem de vocação hereditária, o rol dos sucessíveis.
Está no artigo 1845 do CC.
* Obs. Esse rol deu tratamento diferenciado entre cônjuge e companheiro, conforme quadro
acima. O STF, em repercussão geral no RE 878694/MG, declarou a inconstitucionalidade do
artigo 1790 do CC e determinou que a sucessão do companheiro se dê igual a do cônjuge, de
acordo com o artigo 1829 do CC. Com essa ordem do Supremo, a ordem fica da seguinte
forma:
Herdeiros Necessário: é aquele que não pode ser eliminado da herança por vontade do autor, eles fazem
jus a legítima (metade do patrimônio líquido disponível no momento da abertura). Para fins de doação é
diferente.
O artigo 549 aponta que é nula a doação inoficiosa, ou seja, aquela que ultrapassa a legítima. Aí se
calcula neste momento.
Os herdeiros necssários são os descendentes, ascendentes e cônjuge (também o companheiro pela decisão
do STF). Os herdeiros facultativos da ordem de sucessão podem ser excluídos por testamento. Se o pai
faz testamento deixando toda a parte disponivel para terceiro, também pode para um dos herdeiros
necessários. Nesta hipótese o sucessor escolhe se quer ser herdeiro legítimo, legatário/testamentário OU
OS DOIS (artigo 1808 do CC).
A exceção da regra da pacta corvina é o artigo 2018 CC, partilha em vida.
É nula a doação de patrimônio que comprometa a própria subsistência do doador.
b. Prioridade ou preferência (proximidade). Havendo ascendentes mais próximos não serão chamados os
mais distantes. Os ascendentes SOMENTE SUCEDEM COM DIREITO PRÓPRIO (CABEÇA), a
sucessão por representação só ocorre na linha descendente. Ex. Se deixou o pai e mãe pré-morta, mas
deixou avós. Somente o pai herda, porque não há sucessão por estirpe na linha descendente.
c. Divisão por linhas (exclusivo para sucessão de ascendentes). Esta divisão por linhas é exclusiva da
sucessão para ascendentes. Significa que para levar em conta o cálculo do quinhão devem ser
consideradas as linhas ascendentes, dividindo a transmissão em linha paterna e linha materna. Ex deixou
herança de 120 e deixou pai e mãe: 60 para mãe e 60 para pai. Ex2 deixou somente o pai e avós maternos:
120 para pai. Ex3. Deixou um avô paterno e dois avôs maternos. Aplicando a DIVISÃO POR LINHAS,
serão 60 para o avô paterno e trinta para cada avô materno.
* A regra da divisão por linhas tem de ser ADAPTADA em caso de MULTIPARENTALIDADE:
(STF, RE 898.060/SC): Se deixar mais de um pai ou mãe, a divisão se dará por número de vínculos. Ex.
Se deixou 1 pai e duas mães, existem 3 linhas, portanto, divide por três. A multiparentalidade renova a
divisão por linhas da sucessão por ascendentes.
5. Sucessão do Cônjuge (CC 1.830 a 1832 e 1837) – aqui tudo que se aplica ao cônjuge, também se aplica
ao companheiro por força do RE 878.694/MG, com repercussão geral.
Regras da sucessão de casamento/união estável
- 1640 e 1725: no silêncio das partes o regime é da comunhão parcial que impõe a divisão dos bens
adquiridos a título oneroso ou eventual na constância da relação
- SEPARAÇÃO ABSOLUTA: não existe meação, todos os bens são particulares.
- COMUNHÃO UNIVERSAL: todos são comuns menos os do art 1668 do CC.
- PARITICIPAÇÃO FINAL DOS AQUESTOS: aplica-se a regra da comunhão parcial
(B) Direito à herança – em concorrência com os descendentes, a depender do regime de bens (bens
particulares). Nos demais casos, sobre todo o acervo patrimonial.
- os bens recebidos com cláusula de inalienabilidade NÃO ENTRAM na meação, mas ENTRAM na
herança. STJ Resp 1.552.553/RJ.
- Art. 1830 CC. Se houver divórcio, estando divorciados, separados judicialmente, ou separados de fato
por mais de dois anos, neste último caso, SALVO se provar que a ruptura da conjugalidade se deu POR
CULPA do cônjuge falecido (chamada pela doutrina de culpa mortuária). Culpa mortuária ou funerária é
a prova do casamento sem culpa do viúvo e por culpa do outro.
- provar a culpa do morto fere a ampla defesa? Porque o morto não se defende e os herdeiros também não
conseguem por se tratar de caso personalíssimo..
STJ, Resp 555.771/SP: a simples separação de fato, independente de qualquer prazo, cessa o regime de
bens. Seguindo esse entendimento, deve cessar também a herança. Assim se a pergunta vem com base no
CC a resposta é uma (1830), se for de acordo com o STJ, a resposta é outra.
(C) Direito real de habitação – moradia do imóvel que servia de lar para casal, vitaliciamente, mesmo que
constitua nova família.
CC artigo 1.831.
Antes:
CC - cônjuge, com direito real de forma vitalícia e incondicionado.
Lei 9278/96 – companheiro: direito vitalício condicionado.
Com a decisão RE 878694/MG a sucessão do companheiro passa a se dar nas mesmas regras do
cônjuge, passando também a se dar na forma do artigo 1.831.
Se é vitalício, se extingue com a morte, portanto não pode se dar sucessivamente (para esposo de quem
tinha o direito real de habitação.
Independe do regime de bens e da participação na herança.
O STJ vem restringindo o exercício do direito real de habitação. Diz que é neccessário que se prove que
o imóvel pertencia ao falecido em meação ou não com sua viúva. Se o imóvel é do falecido em
condomínio com terceiros, não há direito de habitação.
* NÃO EXISTE MAIS O USUFRUTO VIDUAL, SÓ O DIREITO REAL DE HABITAÇÃO.
AULA 13
INVENTÁRIOS E PARTILHAS
1. Noções Preliminares:
No direito brasileiro, o momento de abertura da sucessão se dá no instante do óbito,
portanto não se confunde com abertura do inventário. A morte se dá através do critério
encefálico, o instante da morte, é a morte encefálica. A grande relevância é que, na forma
da saisine cc 1784, haverá transmissão automática de todas as relações patrimoniais do
falecido, uma universalidade chamada herança, universal, imóvel e indivisível.
Naquele exato instante sai o falecido e entram seus herdeiros. A vontade do falecido
permanece em caso de testamento, codicilos e para o próprio corpo (cc art. 14).
Vale a pena lembrar que mesmo depois da morte, se houver violação à sua personalidade o
seu cônjuge ou companheiro, descendentes, ascendentes e colaterais até o 4º grau
continuam lesados indiretos para defender a personalidade do falecido: CC art. 12, único.
A transmissão do patrimonio gera direito de requerer a indenização CC 943.
Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores,
4. O procedimento de inventário
Tem origem na expressão latina invenire que significa encontrar, localizar.
È um procedimento tendente a descrever o patrimônio transmitido, depois separar eventual
meação, pagar as dívidas, recolher o tributo e aí promover a divisão do patrimônio. No
Brasil temos uma exceção: NÃO PRECISA ABRIR INVENTÁRIO EM CASO DE
ALVARÁ JUDICIAL (procedimento de jurisdição voluntária) artigo 666 DO CPC:
vigorado pela lei 6858/80 regulamentada pelo decreto 85845/81 e estabelece que se o
falecido deixar a título de resíduos pecuniários (fgts, saldo trabalhista etc) até 500
OTN(mais ou menos 30 mil) e inexistência de outros bens a inventariar o juiz pode liberar
o valor através de alvará. Contudo, tem de ser dinheiro, se forem bens a partilhar de
qualquer valor é necessário o inventário.
No CPC o inventário tem procedimento especial de jurisdição CONTENCIOSA, bifásico
escalonado:
1ª fase – inventariança: descrição, meação e dívidas
2ª fase – divisão patrimonial.
Este procedimento comporta 3 exceções no próprio CPC:
1. Arrolamento comum. - critério objetivo
Será possível quando o valor transmitido for igual ou inferior a mil salários mínimos. Ou
seja, o valor se dá em razão do espólio, excluída a meação e as dívidas do falecido. Se
qualquer das partes ou o MP impugnar o valor, o juiz nomeará um avaliador que emitirá
laudo e o juiz decidirá em audiência. Há comprovação prévia do recolhimento fiscal.
Haverá intervenção do MP se houver incapaz. Havendo quitação da comprovação prévia, a
fazenda pública não pode impugnar. A fazenda deve se valer do executivo fiscal para fazer
a impugnação se discordar do valor.
§ 1º Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão ser feitos por escritura
pública, a qual constituirá documento hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de
importância depositada em instituições financeiras.
§ 2 o O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas por
advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
Art. 611. O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da
abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos,
de ofício ou a requerimento de parte.
Art. 612. O juiz decidirá todas as questões de direito desde que os fatos relevantes estejam provados por
documento, só remetendo para as vias ordinárias as questões que dependerem de outras provas.
Art. 613. Até que o inventariante preste o compromisso, continuará o espólio na posse do administrador
provisório.
Art. 614. O administrador provisório representa ativa e passivamente o espólio, é obrigado a trazer ao acervo
os frutos que desde a abertura da sucessão percebeu, tem direito ao reembolso das despesas necessárias e úteis
que fez e responde pelo dano a que, por dolo ou culpa, der causa.
Diferente da separação e divórcio aqui não faz referência ao nascituro, assim, aqui
MESMO QUE TENHA INTERESSE DE NASCITURO é possível o inventário em
cartório.
Se há testamento e ele já foi homologado, nada impede seja feito em cartório. Contudo, o
texto de lei impede, portanto se a pergunta for da lei, não pode.
A escritura pode ser impugnada em 04 anos por vício de vontade, artigo 178 CC. As
partes podem ser representadas por procurador com poderes especiais conferido por
escritura pública.
Para que seja lavrado o inventário, deverá comprovar o recolhimento fiscal. Dado
interessante é que não há critério de competência, valendo a livre escolha do tabelião,
contudo o recolhimento fiscal se dá de acordo com a competência para tributar.
INVENTARIANÇA
5. Competência:
Artigo 1785 do CC. Inspirado neste o artigo 48 do CPC, aponta como competente o último
domicílio do falecido. No Brasil as pessoas podem ter pluralidade de domicílios, artigo 70
e segs. do CC, neste caso resolve-se pela prevenção. Se não possuía domicílio, segue a
regra dos incisos do artigo 48 do CPC. Sum. 33 stj, o juiz não pode conhecer de ofício e
as partes podem prorrogá-la, mas o MP pode arguí-la.
Ainda, o artigo 23 do CPC aponta como competência exclusiva da justiça brasileira a
partilha de bens imóveis localizados no Brasil.
Art. 5 xxxi CF e artigo 10, §2º da LINDB. Lei sucessória mais favorável ao herdeiro
brasileiro, sempre se aplica a norma sucessória mais favorável se o herdeiro for Brasileiro.
Bens de brasileiro no estrangeiro depende da norma do local onde o bem se encontra.
6. Prazo de abertura
Artigo 611 do CPC, prazo de 02 meses para abertura e doze meses para concluir.
Não há qualquer efeito processual para perda deste prazo, mas pode haver efeito fiscal:
Súmula 542 do STF. A legitimidade para requerer a abertura é de quem estiver na posse e
administração dos bens, contudo o artigo 616 apresenta legitimidade concorrente.
As atribuições do inventariante estão no artigo 621 do CPC e as atribuições do artigo 619
são especiais e só podem acontecer com autorização judicial, se não tiver autorização
judicial o ato será nulo.
7. Inventariante desidioso:
Para o inventariante desidioso cabe a exclusão. A exclusão pode se dar por remoção (falta
= sancionatória) ou destituição (incompatibilidade = ordinatória). Ambas dependem do
devido processo legal. O Juíz deve respeitar o devido processo legal. Ele precisa ser
cientificado, terá prazo para se defeneder e o juiz nomeará outro inventariante e o
removido ou destituído deverá devolver os documentos e bens do espólio que com ele
estiverem sob pena de busca e apreensão.
8. Procedimento de Inventário:
1ª Fase – INVENTARIANÇA:
1. PETIÇÃO INICIAL – de uma das pessoas com legitimidade
2. Nomeia inventariante, que prestará compromisso em cinco dias
3. Primeiras declarações.
4. Citações artigo 626
5. Impugnações (natureza de contestação, artigo 627 CPC e outras de ordem
processual). Se for acolhida, manda retificar as primeiras declarações, agora se
versar sobre condição de herdeiro e necessitar questão de prova, o juiz envia a
questão para as vias ordinárias.
6. Avaliações – caso seja impugnada avaliação dada em primeiras declarações. Artigo
633 do NCPC, a avaliação somente será judicial por perito se houver interesse de
incapaz ou impugnações.
7. Últimas declarações: tem importância material, as últimas declarações são o
momento derradeiro para que quem está na posse de bens do espólio possam
colacioná-los. Se houver bens sonegados cabe ação de sonegados. A pena é a perda
dos direitos hereditários sobre o bem sonegado. O prazo prescricional é de 10 anos.
8. Cálculo e recolhimento do tributo. Na forma do artigo 638 do NCPC. STF SUM.
590. Mesmo em ausência incide o imposto.
9. O credor pode se habilitar no inventário ou utilizar as vias autonomas, se for crédito
fazendário não cabe habilitação, deve ser cobrado por execução fiscal
necessariamente. Eleita uma via não pode utilizar outra para não gerar dupla
cobrança.. Se as partes concordam ou ninguém impugnar separam-se os bens
requeridos. Não havendo concordância, vai para as vias ordinárias e juiz reserva o
quinhão.
2ª Fase – PARTILHA
Amigável :
Pode ser impugnada no prazo de um ano (ação anulatória) – artigo 657 CPC. O ARTIGO
2018 autoriza a partilha em vida.
Judicial:
Pode ser impugnada no prazo de 02 anos (ação rescisória) art. 658 CPC
- conflito
- incapaz