Editar - Pet Auxilio Doença - Atv. Previdenciaria

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DO

JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ... - ..

..., brasileiro, ..., desempregado, portador da cédula de identidade RG


xx.xxx.xxx-x, inscrito no CPF sob o nº xxx.xxx.xx-xx, residente e domiciliado na Rua ...,
nº ..., Bairro ...., em .... - SP, CEP ..., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência
por intermédio de sua advogada com endereço profissional bem como endereço eletrônico no
rodapé, propor a presente

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE REESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO POR


INCAPACIDADE TEMPORÁRIA COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

Em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -


INSS, pessoa jurídica de direito público, sob a forma de autarquia federal, podendo ser citada
na Rua ..., ...– ..., ... – SP, CEP ..., na pessoa de seu procurador-chefe, pelos fatos e
fundamentos que seguem.

I - DOS FATOS

Trata-se de ação objetivando a concessão do benefício de auxílio por


incapacidade temporária.
O autor é portador de: Neoplasia Maligna dos Testículos (CID C62) e
outras enfermidades derivantes, condições essas que lhe impedem de desempenhar quaisquer
funções laborais no momento.

Diante da situação exposta, o autor buscou o Instituto Nacional de


Seguridade Social visando pleitear a concessão do benefício de auxílio por incapacidade
temporária, dadas as circunstâncias, as quais lhe impossibilitam sequer de garantir sua
subsistência.

..., ora autor, requereu o benefício em 19/09/2023 – (NB.:


645.575.489-5), o qual restou indeferido sob a seguinte alegação: “Falta da qualidade do
segurado”.

Da analise do CNIS da autora acostado aos autos, depreende-se que


ela contribuiu pelos seguinte período: de 01.01.2023 a 31.12.2023, desta forma preenchendo
o requisito da existência de qualidade do segurado, haja visto que ao verter 12 contribuições
ininterruptas a previdência, mantém se tal qualidade, evidenciando, no caso em tela, errônea a
análise, e consequente indeferimento indevido, da autarquia ré.

Dado o histórico de negativas e o iminente risco de dano, não lhe


pareceu viável a resolução da controvérsia pela via administrativa, restando à autora clamar
ao Poder Judiciário para resguardar o seu direito ao benefício previdenciário de auxílio por
incapacidade temporária.

III - DO DIREITO

O auxílio por incapacidade temporária consiste em um benefício pago


pela seguridade social que visa salvaguardar o segurado contra contingências que venham a
impedi-lo de exercer suas atividades laborais.

Sabe-se que tanto esse benefício quanto a aposentadoria por invalidez


pressupõem limitações e até impossibilidades para o trabalho, sendo que o que difere o
primeiro do segundo são os requisitos de elegibilidade e a duração dessa incapacidade.
Mais especificamente, de acordo com a inteligência extraída a partir
da Lei 8.213/91, verifica-se serem três os requisitos para a concessão do auxílio por
incapacidade temporária:

a) Condição de segurado do Regime Geral da Previdência Social;


b) Cumprimento de carência de 12 contribuições (art. 25, I, Lei
8.213/91);
c) Existência de incapacidade temporária ou permanente para o
trabalho ou atividade habitual.

A carência e a existência de incapacidade temporária não são


pontos controvertidos nos documentos acostados a exordial.

Conforme demonstrado no extrato CNIS acostado aos autos e


supramencionado, a época em que a autora requereu o benefício, ela estava contribuindo com
a previdência.

Sendo assim, resta preenchido o requisito da qualidade do


segurado.

Deste modo, indubitavelmente, abrangendo cumulativamente todas as


exigências para acesso ao benefício em questão.

Outrossim, é necessário analisar a realidade social na qual a autora


está inserida, uma vez que se encontra desempregada devido sua condição e, mantendo-se
apenas com o auxílio financeiro do irmão, o qual paga suas despesas básicas indispensáveis,
sendo elas: alimentação e medicamentos.

Isto posto, cumpridos os requisitos legais para a concessão do auxílio


por incapacidade temporária, a condenação da Autarquia-ré à implantação do benefício é
medida que se impõe, desde a DER em 19/09/2023.

IV - DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

O Código de Processo Civil vigente disciplina o gênero das tutelas


provisórias nos artigos 294 a 311, dividindo-as nas espécies de urgência e evidência.
No que concerne especificamente à primeira modalidade, dispõe a
legislação que

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.

Por meio desse instituto, pode o juiz conceder, de forma temporária,


mediante requerimento da parte, total ou parcialmente, os efeitos da tutela definitiva
pretendida, desde que apresentados elementos que lhe possibilitem fazê-lo.

In casu, a probabilidade do direito resta plenamente demonstrada, por


meio dos laudos médicos que atestam as enfermidades que acometem a parte demandante.

De outra ponta, o perigo de dano ou risco ao resultado útil do


processo se consubstancia no caráter alimentar do benefício. Sendo essa sua possível única
fonte de renda no momento, visto que a elegibilidade ao benefício pressupõe, precisamente, a
incapacidade para o labor, o não recebimento do valor implica em comprometimento de sua
subsistência.

Presentes, portanto, os elementos necessários ao deferimento da


medida, requer a concessão liminar da tutela de urgência, como forma de resguardar
adequadamente o não perecimento do direito da autora.

V - DOS PEDIDOS

Face o exposto, pugna-se a Vossa Excelência:

a) Pela concessão dos benefícios da gratuidade de justiça, na


forma dos artigos 98 e seguintes do CPC;
b) Pela citação da autarquia ré;
c) Pelo deferimento da tutela provisória de urgência,
determinando-se que o INSS implemente o auxílio por incapacidade temporária em seus
exatos valores devidos, ante o caráter alimentar da verba, sob pena de multa diária a ser
arbitrada por esse MM. Juízo;
d) Pela procedência total da presente demanda, reconhecendo-se
sua incapacidade laboral, para condenar a Ré a implementar o auxílio por incapacidade
temporária, desde a data do requerimento administrativo, em 19/09/2023, com
pagamento das prestações pretéritas acrescidas de juros e correção monetária.

Pretende provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidas, notadamente a prova documental e a prova pericial na especialidade de
Ortopedia, cujos quesitos seguem expostos ao final desta exordial.

A parte autora entende que a designação de audiência para tentativa


de conciliação apenas retardará o andamento do feito, ante o motivo apresentado pelo réu
para indeferir o benefício, o que não impede a apresentação de eventual proposta de acordo
pelo INSS por escrito nos autos.

Dá à causa o valor de R$ 28.240,00 (Vinte e oito mil duzentos e


quarenta reais), com a devida ressalva de que a Defensoria Pública da União não dispõe de
profissional da área contábil em seus quadros, pelo que requer a remessa dos autos em
momento oportuno à contadoria do juízo.

Termos em que, pede deferimento.

QUESITOS PARA A PERÍCIA MÉDICA

1. A parte autora apresenta alguma enfermidade? Qual (is)?

2. Apresenta incapacidade laborativa? Por quê?


3. A incapacidade é temporária ou permanente?

4. Em havendo capacidade para o trabalho, quais as dificuldades que


a parte autora enfrentaria para conseguir se inserir no mercado de trabalho e quais atividades
poderia desempenhar?

5. A deficiência é suscetível de recuperação ou reabilitação para o


exercício de outra atividade?

6. Os problemas de saúde apresentados pela parte autora exigem


algum cuidado/tratamento especial? Em sendo a resposta positiva, quais seriam esses
cuidados/tratamentos?

7. Em virtude dos constantes tratamentos a que se submete a parte


autora, bem como à medicação que precisa ingerir, a que efeitos colaterais está a mesma
sujeita?

8. Em face da análise da doença/deficiência que acomete a parte


autora, é possível dizer que se trata de pessoa portadora de anomalia adquirida que a
incapacita para sua função habitual?

9. E para as demais atividades que possam garantir a subsistência da


Demandante?

10. Caso as duas últimas respostas sejam negativas, indaga-se até


quando perdurou a sua incapacidade, ou seja, teria recuperado a sua capacidade de retornar às
suas funções habituais antes da data da solicitação do benefício ou posteriormente (quando)?

11. É necessário que a parte autora seja analisada por perito de outra
especialidade médica? Indicar a qualificação do profissional.

12. Informe tudo o mais que entenda necessário e relevante para o


julgamento da presente lide.

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