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TEORIA GERAL DA PROVA

NUCCI – CONCEITO DE PROVA : “...demonstração


evidente da veracidade ou autenticidade de algo.
Vincula-se, por óbvio, à ação de provar, cujo
objetivo é tornar claro e nítido ao juiz a realidade
de um fato, de um acontecimento ou de um
episódio. A prova vincula-se à verdade e à
certeza, que se ligam à realidade, todas voltadas,
entretanto, à convicção de seres humanos. O
universo no qual estão inseridos tais juízos do
espírito ou valorações sensíveis da mente
humana precisa ser analisado tal como ele pode
ser e não como efetivamente é..”
FINALIDADE/FUNÇÃO DA PROVA (SENTIDO): formar a convicção do juiz

OBJETIVO DA PROVA: buscar a demonstração da verdade.


“... a busca da verdade real com a prova é objetivo das partes e do Estado (na figura do
magistrado), mas a verdade formal será suficiente para que o processo alcance seus fins
maiores, quais sejam, a pacificação social, a efetivação do direito materialmente constituído, a
efetividade e a justiça (HOLTHAUSEN, 2008).”

MEIO DE PROVA: formas de obter a demonstração dos fatos para o conhecimento e


esclarecimento do juiz. Os meios podem ser diretos ou indiretos.
Ex.: documental, testemunhal, técnica (pericial), emprestada, interrogatório, reconstituição,
acareação, reconhecimento de pessoas e coisas.

MEIOS DE OBTENÇÃO DE PROVA - métodos que permitem conhecer quais meios de prova serão
eficazes para um processo. Ex.: infiltração de agentes, interceptação telefônica, delação
premiada.
LIBERDADE NA PRODUÇÃO DE PROVAS E PROVAS ILICITAS

CF/88, art. 5º
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

ILÍCITAS E ILEGÍTIMAS

Ofende direito material ou princípio constitucional

fere direito processual


No CPP, unificação de tratamento:

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas


ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou
legais.
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.

§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos
e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao
fato objeto da prova.

§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta


será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o
incidente.

§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá


proferir a sentença ou acórdão.
Entendem-se como provas ilícitas por
derivação aquelas provas adquiridas em
conformidade com o ordenamento jurídico
e de forma lícita, porém a sua origem
derivou de uma informação obtida de prova
ilicitamente colhida; com isso, a prova lícita
acaba se tornando imprópria e inadequada
para ser utilizada no processo.
Este entendimento é o da teoria dos frutos
da árvore envenenada, criada pela Suprema
FONTE INDEPENDENTE:
Corte Americana, segundo a qual o vício da
planta se transmite a todos os seus frutos. ROMPIMENTO DO NEXO DE
CAUSALIDADE POIS OBTIDA OU
DE POSSÍVEL OBTENÇÃO DE
OUTRA MANEIRA DENTRO DO
PROCESSO.
VALORAÇÃO DA PROVA E MOMENTO DA PRODUÇÃO
sistemas : Livre Convicção, Prova Legal e Persuasão Racional (ou convencimento racional).
Persuasão Racional “é o método misto, parcialmente vinculado, também chamado de convencimento
racional [...]. Trata-se do sistema adotado, majoritariamente, pelo processo penal brasileiro”
OBS: arts. 62(certidão de óbito), 198(confissão), 155, par. ún. (estado de pessoas).

CPP - Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas
as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

CAUTELARES – risco de desaparecimento do objeto da prova por decurso do tempo, podem


ser realizadas depois mas seriam inúteis - dependem de autorização judicial - contraditório
diferido - ex: interceptações telefônicas

NÃO REPETÍVEIS – modalidade de prova que só pode ser produzida em determinado momento,
dependem da preservação de vestígios – sem autprização judicial – contraditório diferido. Ex:
perícia

ANTECIPADAS – realizadas com contraditório pleno perante um juiz, antecipadas em virtude de


urgência. Ex: testemunha que corre risco de morrer, o que impediria realização futura.
ÔNUS DA PROVA E INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ

Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de
ofício:

I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas
urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da
medida;

II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para


dirimir dúvida sobre ponto relevante.

PROVA DA ALEGAÇÃO X PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA

SISTEMA ACUSATÓRIO E INICIATIVA JUDICIAL

Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas
pelas partes.
§ 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se referirem.
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA, PROTEÇÃO CONTRA A AUTOINCRIMINAÇÃO E DIREITO AO
SILENCIO

CF/88, art. 5º -
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-
lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

CPP –
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o
acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de
permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas. Parágrafo único. O
silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa.

Pacto de São José da Costa Rica - art. 8º, II, g,


“...direito de não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a declarar-se culpada.”

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