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QUESTÕES

PROF. ONIVALDO COUTINHO


Tudo o que eu faço
alguém em mim que eu desprezo
sempre acha o máximo.
Mal rabisco,
não dá mais pra mudar nada.
Já é um clássico.
LEMINSKI, P. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2002.

Neste poema de Paulo Leminski, vê-se um posicionamento frente ao próprio


processo de escrita, pois o eu lírico
a) contrapõe liberdade criadora e autocrítica.
b) adere aos apelos artísticos de seu contexto.
c) acredita na poesia desprovida de trabalho formal.
d) dá preferência por sua porção criadora mais erudita.
Tudo o que eu faço
alguém em mim que eu desprezo
sempre acha o máximo.
Mal rabisco,
não dá mais pra mudar nada.
Já é um clássico.
LEMINSKI, P. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2002.

Neste poema de Paulo Leminski, vê-se um posicionamento frente ao próprio


processo de escrita, pois o eu lírico
a) contrapõe liberdade criadora e autocrítica.
b) adere aos apelos artísticos de seu contexto.
c) acredita na poesia desprovida de trabalho formal.
d) dá preferência por sua porção criadora mais erudita.
Artigo 12
Decreta-se que nada será obrigado nem proibido./Tudo será permitido,
sobretudo brincar com os rinocerontes/e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.
(Estatutos do homem, 1986.)
O aparecimento de elementos de linguagem poética, fantasiosa, no interior de um
formato tipicamente jurídico reafirma
a) a ideologia política dominante no poder central brasileiro que, na época em que o
poema foi publicado, defendia a imposição da autoridade sobre excessos da liberdade.
b) a estrutura racional do texto, que apela à rigidez da lógica para prescrever modos
estritos de comportamento.
c) o teor libertário do texto, como crítica ao autoritarismo da situação histórica em que
o poema foi publicado
d) o apelo do poema a um tom regional, a fim de chamar a atenção do poder federal
para uma questão amazônica.
e) a necessidade de regulamentar as atividades culturais, a fim de que a arte não
extrapole os limites da civilidade.
Artigo 12
Decreta-se que nada será obrigado nem proibido./Tudo será permitido,
sobretudo brincar com os rinocerontes/e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.
(Estatutos do homem, 1986.)
O aparecimento de elementos de linguagem poética, fantasiosa, no interior de um
formato tipicamente jurídico reafirma
a) a ideologia política dominante no poder central brasileiro que, na época em que o
poema foi publicado, defendia a imposição da autoridade sobre excessos da liberdade.
b) a estrutura racional do texto, que apela à rigidez da lógica para prescrever modos
estritos de comportamento.
c) o teor libertário do texto, como crítica ao autoritarismo da situação histórica em que
o poema foi publicado
d) o apelo do poema a um tom regional, a fim de chamar a atenção do poder federal
para uma questão amazônica.
e) a necessidade de regulamentar as atividades culturais, a fim de que a arte não
extrapole os limites da civilidade.
Texto I Nesses fragmentos de poemas de Hilda Hilst e de
XLI Camões, a temática comum é
Ouvia: a) o “outro” transformado no próprio eu lírico, o
Que não podia odiar E nem temer que se realiza por meio de uma espécie de fusão
Porque tu eras eu. de dois seres em um só.
E como seria b) a fusão do "outro" com o eu lírico, havendo, nos
Odiar a mim mesma versos de Hilda Hilst, a afirmação do eu lírico de
E a mim mesma temer. que odeia a si mesmo.
HILST, H. c) o "outro" que se confunde com o eu lírico,
Texto II verificando-se, porém, nos versos de Camões,
Transforma–se o amador na cousa certa resistência do ser amado.
amada d) a dissociação entre o “outro” e o eu lírico,
Transforma–se o amador na cousa porque o ódio ou o amor se produzem no
amada, imaginário, sem a realização concreta.
por virtude do muito imaginar; e) o “outro” que se associa ao eu lírico, sendo
não tenho, logo, mais que desejar, tratados, nos Textos I e II, respectivamente, o ódio
pois em mim tenho a parte desejada. e o amor
Camões
Texto I Nesses fragmentos de poemas de Hilda Hilst e de
XLI Camões, a temática comum é
Ouvia: a) o “outro” transformado no próprio eu lírico, o
Que não podia odiar E nem temer que se realiza por meio de uma espécie de fusão
Porque tu eras eu. de dois seres em um só.
E como seria b) a fusão do "outro" com o eu lírico, havendo, nos
Odiar a mim mesma versos de Hilda Hilst, a afirmação do eu lírico de
E a mim mesma temer. que odeia a si mesmo.
HILST, H. c) o "outro" que se confunde com o eu lírico,
Texto II verificando-se, porém, nos versos de Camões,
Transforma–se o amador na cousa certa resistência do ser amado.
amada d) a dissociação entre o “outro” e o eu lírico,
Transforma–se o amador na cousa porque o ódio ou o amor se produzem no
amada, imaginário, sem a realização concreta.
por virtude do muito imaginar; e) o “outro” que se associa ao eu lírico, sendo
não tenho, logo, mais que desejar, tratados, nos Textos I e II, respectivamente, o ódio
pois em mim tenho a parte desejada. e o amor
Camões
Certidão de óbito
Os ossos de nossos antepassados
colhem as nossas perenes lágrimas
pelos mortos de hoje.
Os olhos de nossos antepassados,
negras estrelas tingidas de sangue,
elevam-se das profundezas do tempo A autora emprega ao poema um tom
cuidando de nossa dolorida memória. a) memorialístico.
A terra está coberta de valas b) alegre.
e a qualquer descuido da vida c) irônico.
a morte é certa. d) humorístico.
A bala não erra o alvo, no escuro
um corpo negro bambeia e dança.
A certidão de óbito, os antigos sabem,
veio lavrada desde os negreiros.
EVARISTO, Conceiçã
Certidão de óbito
Os ossos de nossos antepassados
colhem as nossas perenes lágrimas
pelos mortos de hoje.
Os olhos de nossos antepassados,
negras estrelas tingidas de sangue,
elevam-se das profundezas do tempo A autora emprega ao poema um tom
cuidando de nossa dolorida memória. a) memorialístico.
A terra está coberta de valas b) alegre.
e a qualquer descuido da vida c) irônico.
a morte é certa. d) humorístico.
A bala não erra o alvo, no escuro
um corpo negro bambeia e dança.
A certidão de óbito, os antigos sabem,
veio lavrada desde os negreiros.
EVARISTO, Conceiçã
Dor elegante
Paulo Leminski
Um homem com uma dor O poema ressalta que a dor para o eu lírico
É muito mais elegante é
Caminha assim de lado a) algo distante da sua experiência, que
Com se chegando atrasado acontece aleatoriamente.
Chegasse mais adiante b) proveniente da convivência em
Carrega o peso da dor ambiente militar.
Como se portasse medalhas c) medida pelo sucesso financeiro de uma
Uma coroa, um milhão de dólares pessoa.
Ou coisa que os valha d) é desimportante e está feliz o tempo todo
Ópios, édens, analgésicos apesar dela.
Não me toquem nesse dor e) parte integrante do seu ser e não pode
Ela é tudo o que me sobra ser tirada dele.
Sofrer vai ser a minha última obra
Dor elegante
Paulo Leminski
Um homem com uma dor O poema ressalta que a dor para o eu lírico
É muito mais elegante é
Caminha assim de lado a) algo distante da sua experiência, que
Com se chegando atrasado acontece aleatoriamente.
Chegasse mais adiante b) proveniente da convivência em
Carrega o peso da dor ambiente militar.
Como se portasse medalhas c) medida pelo sucesso financeiro de uma
Uma coroa, um milhão de dólares pessoa.
Ou coisa que os valha d) é desimportante e está feliz o tempo todo
Ópios, édens, analgésicos apesar dela.
Não me toquem nesse dor e) parte integrante do seu ser e não pode
Ela é tudo o que me sobra ser tirada dele.
Sofrer vai ser a minha última obra
(FUVEST-SP)

Teu romantismo bebo, ó minha lua,


A teus raios divinos me abandono,
Torno-me vaporoso ... e só de ver-te
Eu sinto os lábios meus se abrir de sono.
(Álvares de Azevedo, “Luar de verão”, Lira dos vinte anos)

Nesse excerto, o eu lírico parece aderir com intensidade aos temas de que fala, mas
revela, de imediato, desinteresse e tédio. Essa atitude do eu lírico manifesta a:
A)ironia romântica.
B)tendência romântica ao misticismo.
C) melancolia romântica.
D) aversão dos românticos à natureza.
E) fuga romântica para o sonho.
(FUVEST-SP)

Teu romantismo bebo, ó minha lua,


A teus raios divinos me abandono,
Torno-me vaporoso ... e só de ver-te
Eu sinto os lábios meus se abrir de sono.
(Álvares de Azevedo, “Luar de verão”, Lira dos vinte anos)

Nesse excerto, o eu lírico parece aderir com intensidade aos temas de que fala, mas
revela, de imediato, desinteresse e tédio. Essa atitude do eu lírico manifesta a:
A)ironia romântica.
B)tendência romântica ao misticismo.
C) melancolia romântica.
D) aversão dos românticos à natureza.
E) fuga romântica para o sonho.
“Por você eu dançaria tango no teto
Eu limparia os trilhos do metrô
Eu iria a pé do Rio a Salvador
Eu aceitaria a vida como ela é
Viajaria a prazo pro inferno
Eu tomaria banho gelado no inverno (...)”
Muitas vezes, quando buscamos um sentido mais expressivo para aquilo que
dizemos ou escrevemos, usamos construções conotativas, ou seja, atribuímos-lhe
o sentido figurado. Nesse sentido, a figura de linguagem que se aplica ao texto
apresentado é:
a) antítese.
b) hipérbole.
c) metonímia.
d) comparação.
e) prosopopeia.
“Por você eu dançaria tango no teto
Eu limparia os trilhos do metrô
Eu iria a pé do Rio a Salvador
Eu aceitaria a vida como ela é
Viajaria a prazo pro inferno
Eu tomaria banho gelado no inverno (...)”
Muitas vezes, quando buscamos um sentido mais expressivo para aquilo que
dizemos ou escrevemos, usamos construções conotativas, ou seja, atribuímos-lhe
o sentido figurado. Nesse sentido, a figura de linguagem que se aplica ao texto
apresentado é:
a) antítese.
b) hipérbole.
c) metonímia.
d) comparação.
e) prosopopeia.
A rua O poema de Cassiano Ricardo insere-se no
Bem sei que, muitas vezes,/O único Modernismo brasileiro. O autor metaforiza a
remédio crença do sujeito lírico numa relação entre o
É adiar tudo. É adiar a sede, a fome, a homem e seu tempo marcada por
viagem,/A dívida, o divertimento, A) um olhar de resignação perante as
O pedido de emprego, ou a própria dificuldades materiais e psicológicas da
alegria./A esperança é também uma vida.
forma/De contínuo adiamento. B)uma ideia de que a esperança do povo
Sei que é preciso prestigiar a brasileiro está vinculada ao sofrimento e às
esperança,/Numa sala de espera./Mas privações.
sei também que espera significa luta e C) uma posição em que louva a esperança
não, apenas,/Esperança sentada. passiva para que ocorram mudanças
Não abdicação diante da vida./A sociais.
esperança/Nunca é a forma burguesa, D) um estado de inércia e de melancolia
sentada e tranquila da espera./Nunca é motivado pelo tempo passado “numa sala
figura de mulher/Do quadro de espera”.
antigo./Sentada, dando milho aos E) uma atitude de perseverança e coragem
pombos. no contexto de estagnação social.
A rua O poema de Cassiano Ricardo insere-se no
Bem sei que, muitas vezes,/O único Modernismo brasileiro. O autor metaforiza a
remédio crença do sujeito lírico numa relação entre o
É adiar tudo. É adiar a sede, a fome, a homem e seu tempo marcada por
viagem,/A dívida, o divertimento, A) um olhar de resignação perante as
O pedido de emprego, ou a própria dificuldades materiais e psicológicas da
alegria./A esperança é também uma vida.
forma/De contínuo adiamento. B)uma ideia de que a esperança do povo
Sei que é preciso prestigiar a brasileiro está vinculada ao sofrimento e às
esperança,/Numa sala de espera./Mas privações.
sei também que espera significa luta e C) uma posição em que louva a esperança
não, apenas,/Esperança sentada. passiva para que ocorram mudanças
Não abdicação diante da vida./A sociais.
esperança/Nunca é a forma burguesa, D) um estado de inércia e de melancolia
sentada e tranquila da espera./Nunca é motivado pelo tempo passado “numa sala
figura de mulher/Do quadro de espera”.
antigo./Sentada, dando milho aos E) uma atitude de perseverança e coragem
pombos. no contexto de estagnação social.
A fugaz borboleta as flores todas
Elege, e liba e uma e outra, e foge
Sempre em novos amores enlevada:
Neste meu paraíso fui como ela,
Inconstante vagando em mar de amores.

A comparação, nessa estrofe, sugere


A) a beleza da natureza
B) a leviandade do sujeito lírico
C) a beleza da mulher amada
D) a fugacidade do tempo
E) semelhança entre a amada e as flores
A fugaz borboleta as flores todas
Elege, e liba e uma e outra, e foge
Sempre em novos amores enlevada:
Neste meu paraíso fui como ela,
Inconstante vagando em mar de amores.

A comparação, nessa estrofe, sugere


A) a beleza da natureza
B) a leviandade do sujeito lírico
C) a beleza da mulher amada
D) a fugacidade do tempo
E) semelhança entre a amada e as flores
Analise atentamente o fragmento de texto abaixo extraído da obra
literária Mar Morto, de Jorge Amado:
“A chuva veio com fúria e lavou o cais, amassou a areia, balançou
os navios atracados, revoltou os elementos, fez com que fugissem
todos aqueles que esperavam a chegada do transatlântico”.
A figura de linguagem presente no texto acima é identificada como
a) comparação.
b) metáfora.
c) personificação.
d) antonomásia.
e) hipérbole.
Analise atentamente o fragmento de texto abaixo extraído da obra
literária Mar Morto, de Jorge Amado:
“A chuva veio com fúria e lavou o cais, amassou a areia, balançou
os navios atracados, revoltou os elementos, fez com que fugissem
todos aqueles que esperavam a chegada do transatlântico”.
A figura de linguagem presente no texto acima é identificada como
a) comparação.
b) metáfora.
c) personificação.
d) antonomásia.
e) hipérbole.
Considere estes versos do poeta Ferreira Gullar:
Onde está a poesia?
indaga-se por toda parte.
E a poesia vai à esquina comprar jornal.
Nesses versos sintetiza-se a compreensão de que a poesia
a) vive da busca de um repertório que se alimenta nas fontes clássicas.
b) é uma interrogação cuja resposta depende do favor das musas e dos mitos.
c) se banalizou a tal ponto que já não se encontra em lugar nenhum.
d) participa naturalmente de um cotidiano pessoal, comum, dessacralizado.
e) vale-se do cotidiano rebaixado para melhor sugerir sua elevação mística.
Considere estes versos do poeta Ferreira Gullar:
Onde está a poesia?
indaga-se por toda parte.
E a poesia vai à esquina comprar jornal.
Nesses versos sintetiza-se a compreensão de que a poesia
a) vive da busca de um repertório que se alimenta nas fontes clássicas.
b) é uma interrogação cuja resposta depende do favor das musas e dos mitos.
c) se banalizou a tal ponto que já não se encontra em lugar nenhum.
d) participa naturalmente de um cotidiano pessoal, comum, dessacralizado.
e) vale-se do cotidiano rebaixado para melhor sugerir sua elevação mística.

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