Módulo 3 - Livro Do Curso de Administração Pública em Saúde

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SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO

SECRETARIA EXECUTIVA DE GESTÃO DO TRABALHO E EDUCAÇÃO NA SAÚDE


ESCOLA DE GOVERNO EM SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO

Curso introdutório

Administração pública em
saúde

Pernambuco
2023
Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
Secretaria Executiva de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde
Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco

Curso introdutório - Administração pública em saúde


Livro didático do curso autoinstrucional

Pernambuco
2023
Governo do Estado de Pernambuco
Governadora | Raquel Teixeira Lyra Lucena

Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco


Secretária | Zilda do Rego Cavalcanti

Secretaria Executiva de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde


Secretária Executiva | Chrystiane Kelli de Araújo Barbosa

Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco


Diretora | Célia Maria Borges da Silva Santana
Gerente | Luciana Camêlo de Albuquerque

Coordenação de Educação Profissional em Saúde da Escola de Governo em Saúde


Pública de Pernambuco
Coordenadora | Kellyane Pereira Santos

Coordenação de Ensino à Distância da Escola de Governo em Saúde Pública de


Pernambuco
Coordenadora | Thalia Ariadne Peña Aragão

Equipe Técnica da Coordenação de Educação Profissional


Aexalgina de Aguiar Tavares Rocha | Flávia Silvestre Outtes Wanderley | Iolani Soares
da Silva | Maria de Fátima das Chagas | Milena da Silva de Araújo | Raquel Dias da
Silva Santos | Vilma Dornelas da Silva | Viviany Souza de Oliveira

Equipe Técnica da Coordenação de Ensino à Distância


Adnan Gomes de Morais | Arnaldo César Alencar da Boaviagem | Maria Inez Nogueira
Lima de Oliveira

Autoras
Viviany Souza de Oliveira | Paola Frassinetti de Oliveira Correia | Kellyane Pereira
Santos

Colaboradores
Dara Andrade Felipe

Projeto Gráfico e Capa


Viviany Souza de Oliveira | Paola Frassinetti de Oliveira Correia | Kellyane Pereira
Santos
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Nelson Chaves (ESPPE), com os dados
fornecidos pelo autor.
P452c Pernambuco. Governo do Estado. Secretaria de Saúde. Secretaria
Executiva de Gestão do Trabalho e da Educação Em Saúde.
Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco.

Curso introdutório Administração Pública em Saúde / Secretaria


Estadual de Saúde. Secretaria Executiva de Gestão do Trabalho e da
Educação em Saúde. Escola de Governo em Saúde Pública de
Pernambuco. Recife-PE: SES/ ESPPE, 2023.
184 p.: il.

- 978-65-981587-0-5

1. Administração Pública - Saúde 2. Gestão em Saúde. 4. Curso.


I. Título.

ESPPE / BNC CDU – 35:614 (813.42)


Bibliotecária Responsável: Anefátima Figueiredo – CRB-4/P-1488
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................................... 5
MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO AO SUS ............................................................. 8
MÓDULO 2 - ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO EM SAÚDE ......................... 32
MÓDULO 3 - INFORMAÇÃO E REGISTRO EM SAÚDE ............................ 68
MÓDULO 4 - TECNOLOGIAS E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ........... 105
5

APRESENTAÇÃO

Desejamos as boas-vindas ao Curso Introdutório - Administração


Pública em Saúde, promovido pela Escola de Governo em Saúde Pública
de Pernambuco (ESPPE).

O Sistema Único de Saúde (SUS) contempla uma diversidade de


serviços, ações e políticas, que, por sua vez, são construídas e
desenvolvidas por muitas pessoas. A força de trabalho no SUS engloba
desde os trabalhadores que estão nas atividades assistenciais - no
cuidado direto ao usuário - até os que atuam na manutenção, logística,
transporte e na administração dos serviços. Cada um desses espaços se
desdobra em setores e funções diversificadas, o que demonstra a
complexidade que é a rede de saúde.

Diante disso, este curso foi construído para dar suporte ao trabalhador
que atua nas áreas administrativas dos diversos serviços de saúde, tendo
em vista que o trabalho administrativo ocorre em todo setor,
ininterruptamente, e demanda a utilização de dados, sistemas e
processos específicos.

O objetivo é atualizar os trabalhadores e construir competências para


desenvolver ações e processos administrativos nos serviços do SUS,
colaborando com a gestão e a melhoria da qualidade da assistência
oferecida à população.

O curso é livre (gratuito), online, autoinstrucional (sem mediação de


tutor), com carga horária de 40 horas. Está organizado em 4 módulos,
com objetivos e conteúdos específicos, mas que se complementam
formando um percurso de aprendizagem. Esses são:

Módulo 01 - Introdução ao SUS


Módulo 02 - Administração e gestão em saúde
Módulo 03 - Informação e registro em saúde
Módulo 04 - Tecnologias e sistemas de informação em saúde
6

Em cada módulo também existem materiais audiovisuais, como aulas e


vídeos lúdicos e sugestões de algumas leituras extras para aprofundar os
conhecimentos.

Ao final do curso, o discente deverá responder às questões de


avaliação de aprendizagem para consolidar o aprendizado. Será
necessário obter 70% de acerto para a conclusão e certificação. O
discente poderá fazer mais de uma tentativa na avaliação.

Além de alcançar o rendimento mínimo na avaliação de aprendizagem


o discente precisa realizar a Avaliação Geral do Curso para receber o
certificado.

Desejamos um ótimo percurso de aprendizagem para todos!


Administração pública em saúde

Módulo 3

Informação e
Registro em Saúde
68

MÓDULO 3 - INFORMAÇÃO E REGISTRO EM SAÚDE

Prezado estudante, seja bem-vindo ao módulo 3, onde vamos abordar


informação e registro em saúde!

Anteriormente você teve a oportunidade de conhecer o SUS e um pouco


de sua história. Também foi apresentado a alguns conceitos importantes
na Administração Pública e você pôde aprender sobre as questões
relacionadas à gestão nos serviços, ao planejamento em saúde e à
comunicação ideal a ser estabelecida no processo de trabalho.

Agora, abordaremos os aspectos relacionados à informação e aos


registros em saúde. O objetivo é que você conheça a importância do
tema, assim como do processo de trabalho para preservar a integridade
dos dados no serviço público.

Aqui, serão explorados conteúdos das características dos documentos;


proteção de dados e sua qualidade, considerando aspectos de:
completude, legibilidade e confiabilidade. É essencial que você
compreenda que a manutenção e a proteção dos registros e prontuários
contribui para o fortalecimento do sistema de saúde nos mais diversos
serviços.

O conteúdo deste módulo está estruturado para te ajudar a se aproximar


dos conceitos de informação e registros em saúde, mas para isso
passamos também pelos aspectos históricos, éticos e legais dos registros.
Você também vai conhecer os formatos de registros em saúde;
compreender a importância da manutenção e proteção da integridade do
tratamento dos dados e esperamos que o conteúdo contribua com o
processo de trabalho nos setores de registros e informações em saúde.

Bons estudos! Lembre-se de caminhar respeitando seu tempo e sempre


que sentir necessidade, você pode voltar a este módulo, assim como aos
anteriores.
69

Vamos começar? O que você entende por informação? E registro? No dia a


dia como podem ser representados? E na saúde? O que será que os
termos ‘informação em saúde’ e ‘registros em saúde’ querem dizer?

Existem diversas formas de conceituar “informação” (MORENO; COELI;


MUNCK, 2009), que passam por compreendê-la como:

Comunicação de um dado conhecimento;


Conhecimento obtido por meio de investigação ou
instrução, sendo um esclarecimento ou explicação de
algo;
Um acontecimento ou fato de interesse geral
a ser divulgado pelos meios de comunicação;
Um conjunto de atividades de coleta,
tratamento e difusão de notícias junto a um
público;
Um conjunto de conhecimentos reunidos sobre algum
assunto específico.

Algumas palavras-chave podem ser: ação de


formar, interpretação de dados, concepção.
Assim, a informação tem potencial de
fabricação, desenho ou concepção de algo.

Vamos imaginar uma situação do cotidiano, na qual as informações podem


ser utilizadas para orientar a tomada de decisão:
70

Luana combinou de viajar com os amigos para a praia de Coqueirinhos. No


dia da viagem, ela e os amigos ficaram em dúvida sobre em qual caminho
seguir de carro.

Um dos trajetos faria eles chegarem mais rápido, em torno de 1h30, porém a
estrada era conhecida por apresentar muitos buracos e ser cheia de curvas.
Já o segundo trajeto, faria eles passarem 1h a mais no percurso até a casa
que haviam alugado, no entanto a pista tinha sido recentemente
pavimentada e apresentava um caminho sem curvas.

Com essas informações, qual decisão Luana e o grupo de amigos deveriam


tomar?

A informação é o produto obtido a partir de uma combinação de dados, da


avaliação e do juízo que fazemos sobre determinada situação. É um
importante recurso para ajudar o processo de decidir, planejar, executar e
avaliar as ações realizadas (BRASIL, 2016a).

Essa combinação de dados acontece primeiro a partir da coleta deles, que


são a base para gerar informações. Como os escolhemos e o modo como
os combinamos refletem os pressupostos e os valores que orientam nossa
visão de mundo, ou seja, o “modo de ver” ou de conhecer uma situação.

É importante ressaltar que os dados não falam por si só. Eles são como
uma matéria prima, bruta, que precisa ser lapidada e transformada.
71

Matéria sobre a qual trabalhamos buscando produzir informações que se


traduzam em um conhecimento ou uma interpretação específica sobre
algo.

Nas várias situações em que a vida nos coloca, cada pessoa segue seus
referenciais, baseados em sua história de vida e, portanto, faz
interpretações próprias. Ainda que os mesmos dados sejam identificados e
utilizados por diferentes pessoas, ao combiná-los, cada um constrói
sentidos e significados singulares.

Imagine o seguinte cenário:


Dois colegas de serviço desempenham uma determinada função
administrativa e foram encarregados de organizar uma mesa de boas
vindas para a nova gestora da unidade em que trabalham.
Eles receberam as mesmas instruções, a diferença
é que um trabalha no turno da manhã e outro à
tarde. Você acha que mesmo recebendo
orientações iguais, eles vão executar a tarefa
solicitada da mesma maneira?

Vamos reforçar: a partir da combinação de dados, gera-se informações e


elabora-se uma interpretação. Pode-se entender esta interpretação como
uma avaliação (fazer juízo de valor sobre algo), buscando-se construir um
conhecimento e formar uma opinião que represente as concepções, os
valores e as referências que fundamentam a visão de mundo de quem
interpreta a situação.

A informação também nos remete à necessidade que o ser humano tem -


historicamente - de se comunicar com outros sujeitos sobre diversos
assuntos, incluindo sua saúde ou a de um outro indivíduo ou grupo de
pessoas. Historicamente, a informação em saúde foi entendida como a
transmissão de mensagens e eventos relacionados aos cuidados em saúde,
e o registro era a forma de materializar essas mensagens. Além de que,
comunicar algo em um papel, por exemplo, era o meio pelo qual a
informação era reproduzida (MORENO; COELI; MUNCK, 2009).
72

De forma geral, esses conceitos tem aproximações e, juntos, resultam na


interpretação e análise de alguma informação, permitindo que o resultado
disso gere algum tipo de instrumento.

O conceito de informações e registros em saúde é variável, a depender do


momento histórico (tempo) e do lugar (espaço). Ele é influenciado pelas
noções do processo saúde-doença, pelas tecnologias existentes e pelas
referências e interesses das pessoas, grupos e instituições (LEANDRO;
REZENDE; PINTO, 2020).

Muito do que se sabe sobre saúde, doença e tratamentos é conhecimento


transmitido de uma sociedade para outra, por meio de registros. Durante a
pré-história, por exemplo, a saúde era vista sob um olhar mágico-religioso
e as informações eram registradas por meio de imagens e desenhos em
paredes, vasos e papiros (MORENO; COELI; MUNCK, 2009).

Com o passar do tempo, houve mudanças nas formas de se compreender a


saúde e a doença, assim como nos modos de registrar o conhecimento.

Papiro de Edwin Smith, cópia do papiro de


Imhotep, no qual constam informações sobre
sintomas, diagnósticos, lesões, procedimentos
cirúrgicos e tratamentos de 48 doenças.

Obra de Medicina praecepta saluberrima e o


amuleto registrando o Abracadrabra, um tratado
médico escrito em versos que trazia uso de
tratamentos baseados em magia.

Registros anatômicos de Leonardo da Vinci,


datados de 1498 a 1513, considerados
parâmetros para o entendimento do corpo
humano.

Mapa elaborado por John Snow, no qual


foram indicadas as mortes por cólera, na
epidemia da década de 1840, na Inglaterra.

Imagens: Google
73

Os exemplos acima mostram diferentes formas de comunicação e


transmissão de conhecimentos e investigações feitas na história da
medicina. Nos diversos cenários, as doenças foram objetos de
sistematização e registros contínuos, a fim de entender o mecanismo de
evolução delas, quantificar e contabilizar quem adoecia, quem morria e
criar formas de prevenção de adoecimentos.

A necessidade de comunicar questões relacionadas à saúde das


populações se tornou grande estímulo para propagação das informações
em saúde. A informação em saúde passou a ser utilizada e organizada
em subáreas, orientando profissionais sobre:
perfil da população: quem adoece ou morre, dados demográficos e
socioeconômicos, uso da rede de saúde;
força de trabalho, serviços prestados, materiais e medicamentos
consumidos;
meios de planejar, controlar e avaliar as ações e serviços de saúde.

Ao tratar as informações como fonte de conhecimento sobre a situação de


saúde de uma população, é fundamental lançar mão de um processo de
organização adequado.

No Brasil, tal organização de informações em saúde passou a ser


concretizada nos primeiros hospitais, nos quais surgiram também os
primeiros arquivos e documentos que descreviam a situação de saúde-
doença dos pacientes e o trabalho dos profissionais nos serviços.

No período da Proclamação da República, o país enfrentava grandes


epidemias, principalmente nos portos e arredores, como febre amarela,
varíola, peste e outras. Lembra das doenças do período citadas no Módulo
1? Então, para controlar a transmissão desses agravos e avançar na
produção de vacinas e campanhas sanitárias, os registros e as
informações sobre essas doenças e óbitos foram aprimorados (LEANDRO;
REZENDE; PINTO, 2020).
74

Um grande marco na coleta de dados e informações nacionais foi a criação


do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1938. Esse
desenvolve a coleta e a análise de dados referentes à caracterização da
população, por número de habitantes, sexo, faixa etária, renda e outras
variáveis. Até hoje essa sistematização de dados é extremamente
relevante na construção do perfil sanitário, social e econômico da
população brasileira. Ademais, são dados que subsidiam a formulação de
políticas públicas.

Em relação às unidades de saúde, o Hospital das Clínicas da Faculdade de


Medicina da Universidade do Estado de São Paulo (USP) foi um dos
pioneiros na implantação de um Serviço de Arquivo Médico e Estatística
(Same), em 1943, para a organização dos prontuários hospitalares.

Alguns anos depois, o Same foi sendo expandido nos hospitais e era
chamado de diversas formas, como Serviço de Documentação Médica,
Serviço de Prontuário Médico, Serviço de Informações e Apoio, entre
outros (LEANDRO; REZENDE; PINTO, 2020).

Outro passo no processo de padronização das informações coletadas em


território nacional, foi a Primeira Reunião Nacional sobre Sistemas de
Informação em Saúde, em 1975. Nesse período, o país se encontrava no
final da ditadura militar. Em 1988, como já vimos, foi promulgada a
Constituição Federal, que instituiu a saúde como direito de todos e dever
do Estado (art. 196). Posteriormente, em 1990, com a lei nº 8.080, foi
possível perceber a inclusão de temas importantes para os profissionais
que trabalhavam com as informações e registros em saúde (LEANDRO;
REZENDE; PINTO, 2020).

Onde está?
Sobre o direito à informação, à publicização
de dados e à constituição do sistema nacional
de informação, a lei nº 8.080 diz o seguinte:
75

Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados


contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde
(SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art.
198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
(...)
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de
saúde e a sua utilização pelo usuário;
(...)
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:
(...)
IV - organização e coordenação do sistema de informação de saúde;
(...)
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estaduais e
municipais do Sistema Único de Saúde (SUS), organizará, no prazo de
dois anos, um sistema nacional de informações em saúde, integrado em
todo o território nacional, abrangendo questões epidemiológicas e de
prestação de serviços.

Percebe-se, então, que a criação do SUS e o conceito de saúde ampliado


contribuíram com a maneira de organizar e compreender as informações e
registros de saúde no país.

Vale situar que o cenário atual do manejo das informações em saúde, no


Brasil, teve início ainda nos anos 90 com a introdução informatizada das
chamadas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no setor.
Desde então, a informação em saúde vem sendo transformada. As
imagens que nos remetem à informação, historicamente eram as de
grandes arquivos físicos, vistos como um espaço monótono, repetitivo,
empoeirado. Hoje, a informação é processada em ambientes físicos cada
vez mais confortáveis, estruturados, refrigerados, configurando, assim, a
nova imagem das informações em saúde nos serviços.

TICs
As Tecnologias de Informação e Comunicação compreendem todas
as tecnologias que interferem e mediam os processos relacionados à
informação e comunicação das pessoas.
76

Essas transformações foram importantes para o surgimento e avanço das


TICs. Mas vamos entender melhor a relação delas com as informações e
registros em saúde.

O surgimento das TICs trouxe mudanças no acesso e na transmissão do


conhecimento, principalmente pela característica digital, o que também
modifica as formas de cuidar e organizar os serviços de saúde, além de
permitir melhorias no processo de trabalho. Tecnologias podem, de fato,
melhorar o acesso a serviços de saúde, a qualidade do atendimento e a
produtividade do sistema de saúde (SOARES et al., 2013).

A tendência de informatizar documentos em saúde tem como exemplo os


Registros Eletrônicos em Saúde (RES). Reconhecidos como ferramentas
para melhoria da qualidade, segurança e eficiência dos sistemas de saúde,
eles têm mudado a forma de organização e disponibilização de serviços
(SOARES et al., 2013).

Os RES compreendem um ou mais repositórios de informações de


interesse para a saúde, bem-estar e cuidado do indivíduo e do coletivo,
que estão integrados, armazenados e transmitidos de maneira segura e
acessível. As informações devem ser processadas eletronicamente,
armazenadas e propagadas de forma segura, acessadas por múltiplos
usuários autorizados e representadas por modelo lógico padrão ou
acordado por consenso.

Hoje, vivenciados muitos anos de construção do SUS, entende-se


informação em saúde como a gestão da informação que se origina no uso
sistemático e intensivo de dados quantitativos e qualitativos. O que
engloba uso de tecnologias para: formulação, implementação e avaliação
de políticas de saúde; promoção da saúde; planejamento, regulação,
administração e provisão de serviços de saúde; monitoramento, vigilância
e análise da situação de saúde de populações e do ambiente; avaliação
dos serviços de saúde, diagnóstico e tratamento de doenças (SOARES et
al., 2013).
77

Deu para entender que ao longo do tempo a compreensão sobre saúde


passou por vários processos e as informações em saúde também
vivenciam isso, certo?

Imagine se ainda hoje as informações sobre a situação de saúde da


população de um estado não recebesse o amparo das TICs? Quanto
tempo levaria, por exemplo, para termos todos os dados necessários
sobre as doenças e agravos consolidados e divulgados, se fossem
em papéis? Quanto tempo os pesquisadores levariam para ter
acesso às informações relevantes para produzir estudos para o
tratamento de alguma doença?
E se fosse solicitado a você, no seu serviço, o envio de algum relatório
de análise de informações arquivadas em espaço físico? Pense sobre o
tempo que levaria e os inúmeros processos que seriam necessários
para a conclusão dessa missão, se isso fosse feito somente à mão.

As TICs são potentes por possibilitarem redes que conectam os sistemas


de saúde com a integração dado-informação-registro.

Para instigar ainda mais o seu interesse, deixamos algumas sugestões de


materiais para consulta:

Para refletir

Com a compreensão do que é informação e tudo o que a circunda, desde


os dados até os registros deve-se, no mínimo, considerar as seguintes
questões: Por que essa informação deve ser produzida? Para que, quem,
quando e como será utilizada (formato, fluxo, periodicidade)?

Confira o livro: LEANDRO, B.B.S.; REZENDE, F. A. V. S.;


PINTO, J.M.C (orgs). Informações e registros em saúde e
seus usos no SUS. Editora FIOCRUZ, 2020.

Assista este vídeo educativo que demonstra processos


de coleta de dados para informações em saúde, usando
como exemplo a pandemia de Covid-19. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=n0tngUqLA9U&t=59s
78

A partir dessas reflexões, finalizamos a primeira parte desse módulo.


Queremos te deixar pensando um pouco sobre tudo o que foi apresentado
e discutido sobre essa introdução às informações e registros de saúde.

Avançaremos na discussão inserindo um elemento importante no uso de


informações: a ética, que diz respeito as boas práticas em segurança da
informação. Também vamos te conduzir no aprendizado sobre a produção
e o compartilhamento das informações em saúde.

Assim, o que se entende por ÉTICA?

Segundo o dicionário Michaelis (2016), ética é definida como parte da


filosofia na qual se estuda os valores morais que conduzem a humanidade
dentro de princípios ideais.

Em relação ao serviço público de saúde, a ética profissional envolve muitas


reflexões sobre regras e normas - sejam formais ou informais - que
considerem ou não os aspectos sociais, culturais ou religiosos dos
indivíduos e do coletivo. Além de orientar condutas frente ao cuidado em
saúde.

A ética pode ser considerada como um valor essencial para existência das
pessoas e mesmo sendo um conceito complexo, deve ser revitalizado para
que possamos garantir o bem-estar dos sujeitos. Considerando que um
importante desafio atual é gestão e a qualidade dos serviços públicos que
promovem a saúde, muitos fatores estão relacionados com a constante
busca pela excelência do atendimento à população, como os materiais,
físicos, pessoais e administrativos (CORREIA, 2012).

As RELAÇÕES HUMANAS podem ser consideradas o


principal meio para resgatar o motivo principal do
trabalho no serviço público de saúde.

ATENDER O SER HUMANO EM SUAS


NECESSIDADES BIOLÓGICAS, PSICOLÓGICAS,
SOCIAIS E ESPIRITUAIS
79

A atuação dos profissionais de saúde deve ser orientada pelos princípios


éticos da categoria e pela bioética. Princípios que, de acordo com cada
profissão, direcionam, normatizam condutas, definem deveres e direitos
(CORREIA, 2012). Existem os conselhos das profissões, em âmbitos
regional e nacional, que regulamentam, fiscalizam e disciplinam o exercício
profissional. Por exemplo: Conselhos regional e nacional de enfermagem
(COREN e COFEN, respectivamente).

No contexto da ética, encontra-se o elemento da moral, que faz parte da


cultura e das normatividades sociais, se desdobrando nos nossos
cotidianos em regras, expectativas sociais e costumes. Todos somos
atravessados por essas manifestações. A moral estabelece regras que são
assumidas pelo indivíduo e pelos grupos, como forma de garantir o bem-
viver social. Não depende de fronteiras geográficas e provê identidade
entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam referenciais morais
comuns (CAVALCANTE, 2018).

Pense sobre o que você já aprendeu ao longo da sua vida a respeito do


que é bom ou mau; correto ou incorreto; justo ou injusto; adequado ou
inadequado e o quanto você usa tais valores no seu cotidiano e na prática
profissional.

Deu para compreender que apesar de ética e moral terem suas


singularidades, são conceitos que se conectam?

A ética profissional pode ser definida como uma rede de atitudes e valores
positivos, imprescindível para manter a qualificação profissional. É
indispensável para o ser humano, passando a orientar a conduta
produzida por este; analisando o que é adequado e contextualizado para
benefícios sociais coletivos (CAVALCANTE, 2018).

"Na ação humana, “o fazer” e o “agir” estão interligados. O fazer diz


respeito à competência, à eficiência que todo profissional deve possuir
para exercer bem a sua profissão. O agir se refere à conduta do
profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de
sua profissão" (KUBIAK, 2012, p. 20).
80

Nesse sentido, a ética vai guiar tanto a atuação


de cada profissional e trabalhador com o usuário
do serviço, quanto a cooperação entre equipes.
Atitudes e comportamentos de generosidade e
cooperação, dentro de cada setor e entre
setores, fazem parte de um conjunto de
atividades e objetivos que dependem do bom
desempenho desta rede.

Para aprofundar os conceitos e características da ética e da moral, vale a


pena dar uma olhada nos vídeos abaixo dos canais ‘Insista, persista e
nunca desista’ e ‘Conceito Ilustrado’, respectivamente:

Assista o vídeo a seguir, elaborado pelo canal


'Insista, persista e nunca desista', para entender a
diferença entre ética e moral. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Zc-fF5ca83w

Clique no link do vídeo a seguir, elaborado pelo


canal 'Conceito Ilustrado', para conhecer mais
sobre as diferenças entre Ética e Moral.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=_uSoacAFCH4

Agora, considerando que existem responsabilidades éticas a serem


cumpridas no exercício profissional, você concorda que as informações
oriundas disso precisam ser preservadas? Entende que deve haver
compromisso de todos com a proteção das informações, dos dados e
registros em saúde?

Sugerimos que você veja o vídeo elaborado pela


Escola Politécnica Joaquim Venâncio - Fiocruz, para
entender um pouco sobre o uso de TICs, sigilo e a
privacidade das informações na saúde.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=1CDwVachnJo
81

Tendo em vista esse contexto da qualidade das informações, uma


dimensão a ser pautada é a importância de registros que garantam
visibilidade aos marcadores sociais, que por sua vez vão dar subsídios para
a construção de políticas públicas específicas.

A análise de características sociodemográficas — como idade, gênero,


raça/cor/etnia, escolaridade, ocupação e renda — é fundamental para
subsidiar os esforços de redução das desigualdades sociais e em saúde,
bem como para ampliação do acesso da população a ações e serviços de
qualidade, eficazes e humanizados (BRASIL, 2020a).

Todavia, a coleta e a utilização das características supracitadas


pressupõem que os trabalhadores estejam qualificados para coletá-las,
entender sua importância e analisá-las, quando necessário.

Para tornar a discussão mais real, sobre boas práticas em segurança da


informação, vamos usar, inicialmente, o quesito raça/cor como informação
necessária no cotidiano de um serviço e de uma política de saúde.

Raça/cor é um marcador social necessário quando precisamos de


informações sobre uma população e suas condições de saúde (GERALDO,
2022). Isso parte da compreensão de que socialmente existem
desigualdades histórias relacionadas aos povos negros, pretos, bem como
aos povos tradicionais, como indígenas. A desigualdade gera diferenças no
acesso aos serviços de saúde, nos adoecimentos, no tratamento que as
pessoas recebem. Por isso, é essencial dar visibilidade aos dados sobre
raça/cor, a fim de que possam ser criadas políticas específicas para as
populações vulnerabilizadas.

A portaria do Ministério da Saúde nº 344, de 1º de fevereiro 2017 (BRASIL,


2017), dispõe sobre o preenchimento do quesito raça/cor nos formulários
dos sistemas de informação em saúde. No Art. 1° está descrito: “A coleta
do quesito cor e o preenchimento do campo denominado raça/cor serão
obrigatórios aos profissionais atuantes nos serviços de saúde, de forma a
respeitar o critério de autodeclaração do usuário de saúde, dentro dos
padrões utilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).”
82

Atenção para o fato de que raça/cor é autodeclaração, portanto, é a pessoa


que deverá dizer como se identifica. É, portanto, importante que o
profissional que a atende, direcione a pergunta.

Sabemos que a discussão de raça/cor é complexa e não é amplamente


realizada nos serviços de saúde, por isso, caso haja dúvidas sobre a
categorias nas quais o usuário pode se identificar, o IBGE tem uma padrão:

Desde o censo do ano 2000, o IBGE utiliza, nas


pesquisas relacionadas à raça/cor/etnia da
população brasileira, as seguintes categorias:
1. Cor BRANCA 2. Cor PRETA 3. Cor PARDA
4. Cor AMARELA 5. INDÍGENA

Outras informações também muito relevantes para a igualdade de direitos


e construção de políticas públicas, são: nome social e identidade de
gênero.

Em abril de 2016, na semana das Conferências Nacionais Conjuntas de


Direitos Humanos, foi publicado o decreto presidencial nº 8.727/2016, que
dispõe sobre o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de
gênero de pessoas travestis e transexuais no âmbito da administração
pública federal.

Nome social se refere à designação pela qual a pessoa travesti ou


transexual se identifica e é socialmente reconhecida. É o nome com o qual
uma pessoa deseja ser tratada, independente do registro civil.

Identidade de Gênero diz respeito à forma como a pessoa se relaciona e


se reconhece nas representações de masculino e feminino, ou outros
gêneros, de forma desvinculada do sexo atribuído aos órgãos genitais no
no nascimento.
83

De acordo com o decreto presidencial nº 8.727/2016, os órgãos e as


entidades da administração pública federal direta, autárquica e
fundacional, deverão adotar em seus atos e procedimentos o nome social
da pessoa travesti ou transexual, de acordo com seu requerimento
(BRASIL, 2016b).

Deverá também constar o campo “Nome Social” nos registros de sistema


de informação, de cadastros, de programas, de serviços, de fichas, de
formulários, de prontuários, congêneres e outros. O nome social deverá vir
em destaque nestes instrumentos, acompanhado do nome civil, o qual
deverá ser utilizado apenas para fins administrativos internos (BRASIL,
2016c). Por parte dos trabalhadores, deve se ter cuidado e respeito, de
modo que a pessoa não seja constrangida, discriminada e tenha seu nome
social confrontado com o nome de registro civil (DORNELES, 2018).

Precisamos ter em mente que a coleta desses dados é fundamental para


as políticas de saúde e também para que os sujeitos se sintam
representados em suas especificidades. Caso as questões sobre raça/cor,
identidade de gênero etc. seja ainda pouco trabalhadas no seu serviço,
temos algumas dicas de como abordá-las na interação com o usuário.

Não se sinta constrangido ao perguntar tais elementos ao usuário, pois


esse é o primeiro passo para desmistificar tabus;
Pergunte como a pessoa deseja ser chamada;
Caso necessário, mostre que é uma pergunta dentre as várias de que você
precisa;
Caso o usuário tenha dificuldade de responder, explique a importância do
dado para as políticas públicas e para garantia de direitos, conforme o
princípio da equidade no SUS;
Se a pessoa demonstrar resistência ao responder, atente que ela já vem de
uma história de violências e preconceitos na sociedade. É importante ter
empatia e acolhê-la, seguindo as orientações supracitadas.
84

Esperamos que você tenha percebido como as boas práticas em segurança


da informação podem ocorrer na sua rotina e como estão interligadas com
a ética. A boa coleta de dados, seja com o usuário, seja em documentos ou
sistemas, é condição para se ter informações e análises seguras e
condizentes com a realidade dos serviços e as necessidades de saúde das
populações.

Bem, se até aqui os exemplos te ajudaram a se aproximar do tema, vamos


trazer alguns conceitos do campo da coleta de dados, que são:
completude, legibilidade e confiabilidade (BRAZ et al., 2016; VALENTE;
FUJINO, 2016; PEREIRA NETO et al., 2022).
Completude
Pode ser considerada, na saúde, como a proporção de casos
notificados apropriadamente no que se refere ao registro de todas as
variáveis previstas no formulário de coleta. De forma geral, é a
garantia de que todos os campos estejam preenchidos com
valores/informações não nulos.

Exemplo: Lucas é estudante de saúde coletiva e em uma aula foi proposta


a seguinte atividade: os alunos seriam divididos em pequenos grupos. Em
cada grupo, uma pessoa seria responsável por preencher os dados da
ficha de cadastro individual do e-SUS enquanto outras seriam os
usuários.
Os professores explicaram cada
tópico da ficha, mas deixaram os
alunos livres para a atividade.

Imagens: Freepik

1 hora após o início da atividade, os


professores pediram para cada
grupo apresentar o resultado final.

Imagem: Google
85

Larissa: A gente ficou discutindo


Bento: Isso, galera. Minha mãe falou lá em
que deve ser necessário ter tudo
casa que é muito importante preencher
preenchido e deve ajudar em
todos os campos, aí eu e Ana
muita coisa, tipo conhecer o perfil
conversamos com Vivi. Ana e Mateus
de raça/cor de uma população,
fizeram a atividade com Larissa.
nível de escolaridade e até pra
Lucas: Oi, gente! O nosso
saber sobre as questões de saúde
grupo achou a atividade bem
das pessoas, né?
interessante. Bento já
conhecia a ficha, porque a
mãe dele é ACS.

Em contrapartida, algumas pessoas sentiram dificuldade em algumas


perguntas e não souberam bem como questionar ou o quê responder.
Mari: Na atividade, eu fui a
Bia: A gente sentiu um usuária e tinha parte que eu
pouco de dificuldade, nunca não sabia muito ao que tava
tínhamos visto a ficha, aí se referindo, sabe? Eu
teve campo que fiquei com pensava "Mas será que
receio de questionar. responder essa perguntar é
mesmo importante?"

Pedro: O nosso grupo também teve as


mesmas dificuldades do grupo da Bia,
ficamos na dúvida se era preciso preencher
todos os campos, se deixar incompleto iria
prejudicar em algo.

Diante disso, os professores explicaram a importância do preenchimento


de todos os campos das fichas ou de qualquer outro instrumento utilizado
em saúde.
Professora Dani: E ainda mais
Professor Carlos: Queridos, prestem grave, pode gerar uma
atenção! É muito importante se preocupar compreensão equivocada sobre a
com a completude dos dados coletados na situação de saúde-doença de
ficha, certo? algum indivíduo ou população.
Quando houver dúvidas,
devemos pesquisar sobre o
campo em questão.
Professora Paula: Isso
mesmo! A incompletude das
informações pode levar a
diferentes conclusões,
levando à interpretações
erradas.
Imagens: Freepik
86

Legibilidade
Na saúde, a legibilidade preconiza que uma informação específica
esteja disposta de forma que garanta a compreensão de quem a lê.
Podendo ser entendida como determinante na facilidade de leitura e
interpretação de algo.

Exemplo: Dona Joana, 76 anos, foi ao médico pois há muito


tempo estava com tosse após uma gripe. Na consulta, o
médico receitou algumas medicações.

Médico: Pronto, dona


Joana. Nesse papel está a
receita com o nome das
medicações e os horários
de tomar, certo? São a XXV
e a AW.

Ela pegou o papel, leu a receita e ao


sair do consultório ligou para seu filho:

D. Joana: Beto querido,


assim que puder compre
esses remédios pra mim
XXY de 500ml e AVV de
100mg.

Beto estava ocupado no trabalho, mas foi rapidamente na farmácia mais


próxima e comprou.
Beto: Gente, vou rapidinho ali na
farmácia comprar uns remédios pra
minha mãe, tá bom?

FARMÁRCIA
87

Passadas algumas semanas, dona Joana ainda não havia melhorado como
esperava, Beto também começou a perceber que a mãe parecia 'fora do ar', um
pouco confusa e até sonolenta. Preocupado, perguntou se ela ainda estava
tomando as medicações e pediu a receita.

Ao pegar as receitas, Beto foi de novo até a farmácia em que havia


comprado os remédios. Lá, a farmacêutica Luana comparou a receita com
caixas dos remédios que Dona Joana estava tomando.

Luana: Olha, Beto, já entendi o que


aconteceu. O profissional fez a receita à
mão e a letra dele é praticamente
ilegível. Na hora de te dizer os nomes
das medicações, a Dona Joana deve ter
dito o nome de outra medicação bem
parecida. Esse é um problema comum,
por isso é muito importante fornecer
dados legíveis e claros para erros como
esse não acontecerem.

Imagens: Freepik
88

Confiabilidade
Diz respeito à concordância entre os dados, se eles foram coletados
por vias confiáveis e seguras, quais as fontes de informação, etc.

Exemplo: Felipe faz estágio em um serviço de saúde como requisito para


se formar técnico administrativo. Ele recebeu da coordenação do seu
setor orientações sobre uma tarefa a ser realizada.

Marília: Felipe, eu preciso que você faça um


levantamento sobre as instituições de ensino
na área da saúde e a distribuição delas no
território do país.

Recém-chegado ao serviço, Felipe ficou com dúvidas, mas percebendo a


quantidade de demandas do seu setor, preferiu fazer uma busca, no outro
dia, sem perguntar aos colegas sobre como poderia realizar essa tarefa.

Felipe: Poxa vida, estou


tendo dificuldade de achar
informações. Não sei por
onde começar. Até pensei
em falar com o pessoal do
setor, mas são tantas
demandas que não quero
atrapalhar.
89

Enquanto pesquisava sobre a quantidade de instituições atuais


existentes no país e em quais estados elas se encontravam, ele achou um
site, aleatoriamente.
Felipe: Achei esses sites e tem tanta coisa! Vou
pro computador fazer um documento e colocar
o que vejo de mais importante sobre as
instituições e onde elas se encontram no país.

Após algum tempo, sua colega, Maria, chegou para o turno da tarde no
setor e ele pediu que ela fizesse uma leitura de sua produção para sanar
as últimas dúvidas sobre as fontes de dados.

Felipe: Maria, eu busquei no


históriasaúde. Achei o site meio
Maria: Felipe, de
vago, mas acabei usando ele.
onde você retirou
essas informações?

Maria: Nós já usamos


esse site, mas ele não
recebe atualização há
tempo. Vou te sugerir Felipe: Certo, entendi.
outros, certo? Realmente! Buscar em fontes
Precisamos prezar muito confiáveis faz diferença e dá
pela confiabilidade do garantia ao trabalho feito.
que produzimos.
90

Diante disso, entende-se que nortear seu processo de trabalho de acordo


com esses conceitos, significa certificar a segurança da coleta de dados e
dos registros das informações; bem como garantir com competência o
cumprimento das atividades que fazem parte do seu serviço. Assim, pode
comprovar e refletir seu empenho em contribuir com bons resultados,
sejam eles diretos ou indiretos, para o sistema de saúde.

Nesse sentido, você conhece a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) -


nº 13.709, de 14 de agosto de 2018? E sabe o que ela diz sobre as boas
práticas em segurança da informação? Vejamos:

“Os dados pessoais sensíveis de pessoas naturais são aqueles sobre


origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a
sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado
referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico (Art. 5º,
II). São dados cujo tratamento pode ensejar a discriminação do seu titular,
e por isso, são sujeitos a proteção mais rígida. Cabe destacar que a lei
autoriza o tratamento de dados sensíveis apenas em situações
indispensáveis.”

Observou que tem relação com o que já vínhamos estudando


anteriormente? Vamos saber mais sobre a LGPD.

A governança no compartilhamento de dados na administração pública


federal, autárquica e fundacional segue as diretrizes estabelecidas no
Decreto nº 10.046, de 9 de outubro de 2019, e precisa ser compreendida
à luz das restrições legais, dos requisitos de segurança da informação e
comunicações e do disposto pela LGPD. A Lei nº 13.709 foi promulgada
em 14 de agosto de 2018, e objetiva proteger os direitos fundamentais de
liberdade, de privacidade e a livre formação da personalidade de cada
indivíduo. Ainda refere-se ao tratamento de dados pessoais, em meio
físico ou digital, feito por pessoa física ou jurídica de direito público ou
privado e contempla um conjunto de operações realizadas manual ou
digitalmente (BRASIL, 2020b).
91

Para saber mais...

A Secretaria Estadual de Saúde com a Escola de Governo em Saúde


Pública, lançaram programas e políticas voltados à integridade, gestão
de riscos, proteção de dados pessoais, nos seguintes atos normativos:

Decreto Nº 54.436, de 09 de fevereiro de 2023


Institui o Programa Pernambuco Mais Íntegro

Portaria SES nº 309 de 22 de junho de 2023


Institui o Programa de Integridade da Administração Pública na
SES/PE

Portaria SES nº 310 de 22 de junho de 2023


Institui a Política de Gestão de Riscos na SES/PE

Portaria SES nº 311 de 22 de junho de 2023


Dispõe sobre a Política de Proteção de Dados Pessoais Local, da
SES/PE

Você pode conferir o Decreto no site da Legislação Estadual de Pernambuco:


https://legis.alepe.pe.gov.br/texto.aspx?id=71339&tipo=TEXTOORIGINAL

As Portarias estão no link a seguir do dia 22.03.2023 do Diário Oficial do Estado:


https://diariooficial.cepe.com.br/diariooficialweb/#/visualizar-jornal?
dataPublicacao=23-06-2023&diario=MQ%3D%3D

Você sabia?

“Tratamento de dados” abrange


qualquer atividade que utilize um
dado para executar uma operação.
Por exemplo:
coleta, produção, recepção, classificação, utilização, acesso,
reprodução, transmissão, distribuição, processamento,
arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou
controle da informação, modificação, comunicação,
transferência, difusão ou extração.
92

O tratamento de dados deve observar dez princípios fundamentais:

• Finalidade: realização do tratamento para propósitos legítimos,


específicos, explícitos e informados ao titular;
• Adequação: compatibilidade do tratamento com as finalidades
informadas ao titular do dado, de acordo com o contexto do tratamento;
• Necessidade: limitação do tratamento ao mínimo necessário para a
realização de suas finalidades;
• Livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e gratuita
sobre a forma, a duração do tratamento e a integralidade de seus dados;
• Qualidade dos dados: garantia de exatidão, clareza, relevância e
atualização dos dados, de acordo com necessidade e finalidade;
• Transparência: garantia de informações claras, precisas e facilmente
acessíveis sobre a realização do tratamento;
• Segurança: utilização de medidas técnicas e administrativas aptas a
proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações
acidentais ou ilícitas como destruição e perda;
• Prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência de danos
em virtude do tratamento dos dados;
• Não discriminação: impossibilidade de realização do tratamento para
fins discriminatórios ilícitos ou abusivos;
• Responsabilização e prestação de contas: demonstração da adoção
de medidas eficazes e capazes de comprovar o cumprimento das
normas de proteção de dados e eficácia dessas medidas.

Como é possível perceber, o dado é coletado para atender a uma


finalidade específica e pode, por exemplo, ser eliminado a pedido do titular
dos dados (art. 18, IV), ao cumprimento de uma sanção aplicada pela
Autoridade Nacional de Proteção de Dados (art. 52, VI) ou ao fim de seu
tratamento (art. 16). Portanto, o dado passa por um ciclo que tem início na
sua coleta e existe durante um período de tempo até a sua eliminação
(BRASIL, 2020b).
93

Para implementar o correto tratamento dos dados pessoais e as medidas


necessárias, é preciso conhecer e gerenciar os processos, projetos,
serviços e ativos que vão perpassar o ciclo de vida desses dados. Sendo
assim, vamos descrever cada fase do ciclo de vida dos dados, segundo a
LGPD:

obtenção, recepção ou produção


de dados independente do meio
COLETA utilizado (documento em papel
ou eletrônico, sistema de
informação, etc.)

arquivamento ou armazenamento
de dados pessoais, independente
RETENÇÃO do meio utilizado (documento em
papel ou eletrônico, banco de
dados, arquivo físico, etc.)

operação de classificação,
utilização, reprodução,
PROCESSAMENTO processamento, avaliação ou
controle da informação, extração
e modificação de dados

transmissão, distribuição,
comunicação, transferência,
COMPARTILHAMENTO
difusão e compartilhamento de
dados pessoais

ação de apagar ou eliminar


ELIMINAÇÃO dados pessoais
94

A seguir, são apresentadas definições para os ativos envolvidos no ciclo de


vida do tratamento dos dados pessoais. Eles são os meios ou
participantes/colaboradores que possibilitam que o ciclo ocorra. Os
principais ativos são:

Unidades
Base de dados Equipamentos Pessoas
organizacionais

Documentos Locais físicos Sistemas


Fonte: Adaptado de BRASIL, 2020b.

Base de dados: é uma coleção de dados logicamente relacionados, com


algum significado. Uma base de dados é projetada, construída e
preenchida com dados para um propósito específico. Por exemplo: os
sistemas de informação.
Documento: unidade de registro de informações, qualquer que seja o
suporte e formato. Por exemplo: Prontuário, Ofício, etc.
Equipamento: objeto ou conjunto de objetos necessário para o exercício
de uma atividade ou de uma função. Por exemplo: impressora,
computador.
Local físico: determinação do lugar no qual pode residir de forma uma
informação. Por exemplo: uma sala, um arquivo, um prédio, uma mesa, etc.
Pessoa: indivíduo que participa de alguma ação realizada com dados, tais
como coleta, produção, classificação, utilização, transmissão, distribuição,
processamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou controle da
informação, transferência, etc. Por exemplo: Administrador ou técnico,
técnico em informática.
Sistema: aplicação, software ou solução de TI relacionada com as fases do
ciclo de vida do tratamento dos dados anteriormente apresentados.
Unidade organizacional: órgãos e entidades da Administração Pública.
95

Os momentos do ciclo de vida de tratamento de dados se cruzam com os


procedimentos da gestão de documentos em diversas fases. Quando os
dados integrarem documentos arquivísticos, a gestão de documentos
também precisa ser efetivada ao mesmo tempo, através da produção,
recebimento, tramitação, arquivamento, classificação, avaliação,
transferência, acesso e eliminação. Alguns desses procedimentos da
gestão de documentos não necessariamente têm o mesmo contexto do
tratamento de dados (BRASIL, 2020b).

Então, o que seria chamado de documento?

Os documentos são registros de informação em papel, arquivo eletrônico,


disco, filme, fita, entre outros meios, produzidos e recebidos por um órgão
público ou privado no exercício de suas atividades. São únicos no
momento de sua produção e podem estar conectados entre si. Os muitos
documentos podem ser vistos como um amontoado de papéis ou
sobrecarga de memória eletrônica, mas guardam informações importantes
para comprovação administrativa, fiscal e legal.

Imagens: Canva

Para conhecer melhor sobre a gestão de documentos, é interessante que


você conheça alguns conceitos e questões importantes sobre este tema.

Vamos aprender alguns conceitos que podem fazer parte da rotina


administrativa em um serviço de saúde. De acordo com manuais de gestão
de documentos (BRASIL, 2013; UFMG, 2019):
96

Arquivo – conjunto de documentos produzidos e recebidos por órgãos


públicos, instituições de caráter público, entidades privadas e pessoas
físicas em decorrência do exercício de suas atividades, independente do
suporte da informação ou da natureza do documento.

Dossiê – conjunto de documentos relacionados entre si por assunto


(ação, evento, pessoa, lugar, projeto), que constitui uma unidade de
arquivamento.

Espécie Documental – divisão de gênero documental que reúne tipos


documentais por suas características comuns de estruturação da
informação, como: ata, carta, decreto, disco, filme, fita, fotografia,
memorando, ofício, plantas, relatório.

Gênero Documental – reunião de espécies documentais que se


assemelham por seus caracteres essenciais, particularmente o suporte e a
forma de registro da informação, como documento audiovisual,
documento bibliográfico, documento cartográfico, documento eletrônico e
documento textual.

Tipo Documental – configuração de um documento de acordo com a


disposição e a natureza das informações nele contidas. Exemplo: atas de
reunião.

A partir dos conceitos acima é possível compreender que existe uma


vastidão de tipos, meios, formatos e estruturas quando o assunto é
documento, certo? Vamos explorar alguns dos mais comuns em serviços
administrativos em saúde.

Prontuário

Constitui-se de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas


baseadas em acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a
assistência a ele prestada. É um documento legal, sigiloso e científico,
possibilita a comunicação entre membros de uma equipe multiprofissional e a
continuidade da assistência.
97

Existe em dois formatos (físico e eletrônico) e


apresenta a identificação do paciente; evolução
dos profissionais; exames; hipóteses diagnósticas
e diagnóstico definitivo; condutas; prescrições;
resumo de alta; laudos biópsia, lâminas; e outros
registros.

A ata é um texto técnico que busca informar e relatar


Ata
discussões realizadas em reuniões, assembleias ou sessões,
podendo ser um documento formal ou informal.
Costuma ter título; data, hora e local da reunião;
descrição da reunião; objetivos da reunião;
pessoas envolvidas e assinatura de cada uma.

Fonte: UFSC, 2021.

A característica principal é a comunicação oficial multidirecional


Ofício que tem como finalidade o tratamento de assuntos oficiais
pelos órgãos da administração pública entre si e também com
particulares.

Semelhante à do Ofício, no entanto


Ofício-circular a comunicação acontece com um
mesmo texto dirigido a vários
destinatários.

Fonte: BRASIL, 2018.


98

É importante ressaltar que até a 2ª edição do Manual de Redação da


Presidência da República, de 2014, havia 3 tipos de expedientes diferentes
entre si pela finalidade, o ofício, o aviso e o memorando. Com a intenção de
padronizar, foi na edição seguinte (2018) adotada uma nomenclatura e
formato único, o padrão ofício. Sendo esta a única correspondência que deve
ser emitida por órgãos/instituições de Administração Pública. Apesar disso,
reiteramos que o uso do memorando, por exemplo, ainda faz parte do dia a dia
de muitos serviços de saúde (BRASIL, 2018).

Tem a finalidade de apresentar e descrever informações de


Relatório
fatos vivenciados, ouvidos ou observados ou historiar a
execução de serviços e experiências.

Geralmente é composto de elementos


pré-textuais (capa, folha de rosto,
resumo, sumário, lista de quadros ou
tabelas), textuais (introdução, corpo do
trabalho ou desenvolvimento,
conclusão, notas, citações e fontes) e
pós-textuais (apêndice e anexo).

É onde está contido e padronizado o controle do recebimento,


Protocolo
registro, classificação, distribuição, tramitação e expedição de
documentos.
Estrutura-se pelo conteúdo, descrição
deste com informações concisas, data
(de recebimento, de entrega, etc) e
assinatura (de quem recebe, de quem
entrega, etc).
99

Percebe que não existe somente o prontuário para registro de


atendimento assistencial? Apesar de ser o mais conhecido nos hospitais,
clínicas e outros serviços de saúde. Diversos formatos de documentos
farão parte do seu processo de trabalho, por isso é essencial conhecê-los
minimamente.

As informações e registros em saúde agregam vários outros termos e


estão ligados a outras dimensões. Eles têm potencial para contribuir e dar
suporte para a saúde em diversos cenários: na administração; na
assistência; no controle; no orçamento e finanças; no planejamento; nos
recursos humanos; nas vigilâncias (epidemiológica, sanitária, ambiental).

No contexto da gestão de documentos, o ciclo de vida dos documentos de


arquivo compreende três fases. Em cada uma são realizados
procedimentos e operações de gestão de documentos (BRASIL, 2020b).

Gestão de Documentos
Conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes
à produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento de
documentos em fase corrente e intermediária, visando a sua
eliminação ou ao seu recolhimento para guarda permanente.

Esse conjunto de procedimentos está distribuído em três fases:


1ª fase: 2ª fase: 3ª fase:

Utilização (uso e Destinação final:


manutenção): operações operações referentes ao
Produção: operações referentes ao fluxo ato de decidir quais
referentes à elaboração de percorrido pelos documentos devem ser
documentos em razão da documentos para o eliminados, bem como
execução das atividades de cumprimento de sua função quais documentos devem
um órgão ou entidade. administrativa, assim como ser mantidos por razões
de sua guarda, após cessar administrativas, legais ou
o seu trâmite. fiscais.

Ao longo dessas fases, os documentos são organizados em: correntes


quando acessados e utilizados com frequência; intermediários quando
acessados e utilizados esporadicamente; permanentes quando devem ser
preservados definitivamente, devido ao seu valor histórico, probatório e
informativo (UFMG, 2019).
100

Agora, vamos te apresentar alguns procedimentos recorrentes na gestão


de documentos (BRASIL, 2013):

Avaliação – Processo de análise de documentos de arquivo, que


estabelece os prazos de guarda e a destinação final.
Classificação – Organização dos documentos de um arquivo de acordo
com um plano ou código de classificação.
Atividade-fim – Atividade desenvolvida em decorrência da finalidade de
algo à uma instituição. Também chamada atividade finalística, são
operações vinculadas diretamente à missão da organização.
Atividade-meio – Atividade de natureza administrativa que dá apoio à
consecução das atividades-fim de uma instituição. São operações de
gestão dos recursos humanos, financeiros, informacionais e materiais
comuns a todas as organizações.
Destinação – Decisão, com base na avaliação, quanto ao
encaminhamento de documentos para guarda permanente, descarte ou
eliminação.
Digitalização – Processo de conversão de um documento para o formato
digital por meio de dispositivo apropriado, como um scanner.
Preservação – Medidas e estratégias que visam à preservação da
integridade dos documentos e das informações pelo tempo necessário.
Tramitação – Curso do documento desde a produção ou recepção até o
cumprimento da função administrativa dele. Movimentação de
documentos/processos entre os órgãos INTERNOS, independentemente
da localização geográfica.
Transferência – Passagem de documentos do arquivo corrente para o
arquivo intermediário.
Expedição – encaminhamento de documento fisicamente e virtualmente
para órgão externo.
Distribuição – é a atividade de encaminhar um documento entre as
pessoas do mesmo setor/área.
Recebimento – é o ato de receber o documento tanto fisicamente quanto
virtualmente.
Procedência – termo empregado para designar a origem mais imediata
do documento, quando se trata de entrada de documentos efetuada por
entidade diferente da que o gerou.
101

Bem, caminhamos bastante até aqui, não foi? São muitos conteúdos novos
e que irão fazer sentido ao longo do seu dia a dia. Tenha sempre em mente
que utilizar as informações e os meios de registro são fundamentais para o
processo de trabalho, seja na tomada de decisão ou na discussão de ideias.
Participar de todo o processo de coleta, interpretação e aplicação de dados
é de interesse tanto do serviço de saúde em que você trabalha, como do
SUS como um todo.

Assim, para encerrarmos, mas sem esgotar as discussões, deixamos como


sugestão de leitura complementar o link da Política Nacional de Informação
e Informática em Saúde.

INDICAÇÃO
Política Nacional de Informação e Informática em Saúde do
Ministério da Saúde. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_infor_inf
ormatica_saude_2016.pdf
102

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de gestão de documentos - metodologia de


arquivo. Brasília-DF: Editora do Ministério da Saúde, 2013. 146 p. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_gestao_documentos_metodologi
a_arquivo.pdf. Acesso em: 15 jul. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Informação e Informática em Saúde.


Brasília-DF: Ministério da Saúde, 2016a. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_infor_informatica_saude
_2016.pdf. Acesso em: 15 jul. 2023.
BRASIL. Decreto nº 8727 de 28 de Abril 2016. Dispõe sobre o uso do nome social e o
reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e transexuais no
âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Diário Oficial
da União, Brasília-DF. 2016b.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. Garantia da utilização do
Nome Social para as pessoas Travestis e Transexuais. Cartilha do Nome Social.
2016c. Disponível em:
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Folders/cartilha_n
ome_social.pdf. Acesso em: 15 jul. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 344, de 1º de fevereiro de 2017. Dispõe
sobre o preenchimento do quesito raça/cor nos formulários dos sistemas de
informação em saúde. Diário Oficial da União, 2017.

BRASIL. Manual de redação da Presidência da República. 3. ed., rev., atual. e ampl.


Brasília-DF, 2018. 189 p. Disponível em:
http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-
presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf. Acesso em: 15 jul. 2023.

BRASIL. Portaria Nº 2.405, de 16 de setembro de 2020. Institui incentivo financeiro


federal de custeio, em caráter excepcional e temporário, aos municípios e Distrito
Federal para o fortalecimento das equipes e serviços da Atenção Primária à Saúde no
cuidado às populações específicas, no contexto da Emergência em Saúde Pública de
Importância Nacional (ESPIN) decorrente da Covid-19. Brasília-DF, 2020a.

BRASIL. Lei Geral de Proteção de Dados. Guia de Boas Práticas para Implementação
na Administração Pública Federal. 2020b. Disponível em:
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/seguranca-e-protecao-de-
dados/guias/guia_lgpd.pdf. Acesso em 15 jul. 2023.

BRAZ, Rui Moreira. et al. Avaliação da completude e da oportunidade das notificações


de malária na Amazônia Brasileira, 2003-2012. Epidemiologia e Serviços de Saúde. v.
25, n. 1, p. 21-32, jan-mar. 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ress/a/7fJQdBNQKy6dvSmcBB9x3Rk/?lang=pt&format=pdf.
Acesso em 15 jul. 2023.
CAVALCANTE, Marivânia Martins. Ética nas relações de trabalho: os princípios éticos
no âmbito profissional e empresarial. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso
de PósGraduação Lato Sensu em Gestão de Pessoas e Coaching) - Centro
Universitário de Brasília, Brasília, 2018. Disponível em:
https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/12129/1/51403655.pdf. Acesso em
15 jul. 2023.

CORREIA, Jefferson Nery. A ética Profissional no Contexto da Saúde Pública


Brasileira. Saúde e Pesquisa, v. 5, n. 1, 2012. Disponível em:
https://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/saudpesq/article/view/2034. Acesso
em 15 jul. 2023.
103

LEANDRO, Bianca Borges da Silva; REZENDE, Flavio Astolpho Vieira Souto; PINTO,
José Mauro da Conceição Pinto (orgs). Informações e registros em saúde e seus usos
no SUS. Editora FIOCRUZ, 2020.

DORNELES, Lucinaura Dal-Molin Menine. Os transgêneros e o uso do nome social:


repercussões na esfera social e jurídica de gênero. 2018. Trabalho de Conclusão de
Curso (Bacharelado em Direito) - Universidade do Vale do Taquari, Lajeado, 2018.
Disponível em: https://www.univates.br/bduserver/api/core/bitstreams/359b1b5e-
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