O Mundo Depois de Nós 1

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O mundo depois de nós:

A humanidade é o Apocalipse
Parte I: A contradição
“Estamos já acostumados a conviver com os erros humanos ou, em
outras palavras, com as contradições dos seres humanos. Os filósofos,
desde tempos imemoriais, bem como todas as religiões do mundo,
falam da fraternidade e da paz; no entanto, além das absurdas guerras
entre grupos religiosos fanáticos, que pretendem justificar-se matando
em nome de um conceito de Deus, corre-se o risco de uma guerra
atômica que exterminará a raça humana.”

À medida que aumenta a pressão em Washington para proibir o


aplicativo Tiktok, a suspeita em relação à rede social cresce cada vez
mais. O governo americano acredita que ela seja usada pelo regime
chinês para espionar os cidadãos, obter seus dados e influenciar sua
opinião política através do algoritmo dos vídeos. “Nos últimos anos,
embora os Estados Unidos nunca tenham encontrado evidências de
que o Tiktok ameace a segurança nacional do Estados Unidos, não
pararam de suprimir o Tiktok” essas foram as palavras que
desencadearam uma segunda Guerra Fria; a relação desses países já
estava fragilizada devido uma tentativa de Pequim de tomar à força
Taiwan, ilha autônoma que eles consideram uma província rebelde.

No meio de uma pandemia com os números alarmantes de casos e


mortes, inicia-se uma disputa entre as duas potências, o ponto de
partida deste conflito foi o discurso dado pelo porta-voz da diplomacia
chinesa, Wang Wenbin, que ao denunciar uma campanha de
“intimidação” contra a rede social iniciou um ataque cibernético e uma
briga pela diferença de ideologia política, que acabará por prejudicar
ambas as economias e levar a morte de mais pessoas.

Sem ciência do que estava ocorrendo em seu entorno, Amanda está


cansada de tudo e principalmente de todos. Casada com o Clay e mãe
de dois filhos, uma pré-adolescente chamada Rose, e um adolescente
chamado Archie, ela é o que os americanos chamam na gíria de
“Karen”, típica mulher branca muito implicante, que cultiva as
neuroses dela e desconfia de todo mundo, mas especialmente de quem
tem uma cara diferente da dela. Sempre muito arisca e “portadora da
verdade absoluta”, ela frequentemente está reclamando de tudo e
agindo como se somente o conceito dela sobre as pessoas fosse o
correto e indiscutível.

Amanda é uma executiva de publicidade que se sente cada vez mais


desgastada com os seres humanos e sua falta de empatia,
ultrapassando o bom senso, abusando exaustivamente do que não
deve ser feito, podendo afetar a si próprio e os que lhe são próximos.
Mesmo com ampla divulgação dos cuidados preventivos que devem
ser tomados, do uso de máscara e de não aglomeração social, são
milhares, talvez milhões de pessoas que esnobam da realidade dos
outros e fazem as coisas por benefício próprio, preocupadas com seu
entretenimento e esquecendo que existem outros além deles,
principalmente em uma época de pandemia e caos, onde não se têm
vacinas ainda, e mais e mais pessoas morrem.

Com o pensamento de espairecer junto da sua família durante um fim


de semana e impor certa distância do resto da humanidade, por conta
da sua exaustão mental em relação as pessoas e devido ao vírus que
assola o mundo atualmente, a única informação que há sobre ele é
acerca de sua letalidade e seu forte índice de contagio.
Ela encontra uma casa muito moderna, perto da costa e com um bom
custo beneficio e logo começa a arrumar as malas para falar com seu
marido que se encontrava dormindo.

—Amanda, o que está fazendo?


Pergunta ele após avistar sua mulher se movimentando, ainda deitado.
— Bom, eu não consegui dormir, e foi um ano totalmente infernal para
nós, como você sabe, e parece que estou trabalhando todos os dias sem
nem perceber, e você está sempre preocupado com o trabalho por
conta dos ajustes no orçamento, depois do vírus se espalhar por todos
os continentes parece que as coisas ficaram piores. Então, entrei na
internet hoje de manhã, e aluguei uma casa linda na praia, saiu barato,
mesmo sem ser baixa temporada, acho que nós merecemos.
Ela responde ao questionamento e o mesmo permanece sem entender
o que estava acontecendo

— Peraí, peraí, está fazendo as malas?


—Sim, pensei em adiantar logo as coisas.
—Espera, eu não tô entendendo. Alugou a casa pra quando?
—Hoje. Responde ela de forma simplista.
— Achei que se eu fizesse a reserva e arrumasse as malas, eliminaria a
maioria dos motivos pra dizer não. finaliza sua resposta e coloca a
mala já organizada no chão em um baque surdo.

Ele estava intrigado com a resposta que sua esposa deu, mas ainda
assim feliz, porque fazia muito tempo desde que eles tiraram férias
com as crianças, principalmente com as circunstâncias em que o
mundo se encontrava e as dificuldades financeiras do casal.

Clay a questiona, curioso pra saber o porquê tão repentinamente sua


esposa decidiu tirar as merecidas férias justo hoje.
—Me explica uma coisa aqui, amor, por que hoje?
—Bom, quando eu perdi o sono hoje de manhã, eu vim até aqui.
ela caminha calmamente até a soleira da janela e abre às cortinas.
— Assisti o nascer do Sol, e vi todas essas pessoas, começando o dia
com tanta... Tenacidade e entusiasmo, todas empenhadas em
transformarem a si mesmas, transformarem nosso mundo, me senti tão
sortuda por fazer parte disso, mas aí eu me lembrei de como o mundo
realmente é, e cheguei a uma conclusão mais precisa, eu odeio mesmo
as pessoas.

LEAVE THE WORLD


BEHIND
Ao chegar na casa, as crianças vão logo para a piscina aproveitar, e os
pais permanecem dentro da residência fazendo um pequeno tour, o
dia passa sem nenhuma intercorrência, com exceção do wi-fi que está
dando sinais de instabilidade, o GPS não está funcionando muito bem,
mas tudo passa normalmente, afinal de contas eles estão numa locação
remota.

Até que naquela noite uma pessoa bate na porta, Amanda fica
desconfiada e pede pra que seu marido pegue um taco de beisebol, ele
acha a situação engraçada e à pergunta por que teria um taco de
beisebol, especialmente naquele horário da noite. Não encontrando o
objeto, ele diz que isto não é necessário, e caso fosse um bandido, ele
muito provavelmente não bateria na porta.

Sua mulher, ainda cautelosa e hesitante, pega um jarro que estava na


mesa, e seu marido ainda levando na esportiva, abre a porta e se
depara com um homem mais velho e uma garota que aparentava ter
por volta de vintes anos. Ele se apresenta dizendo que seu nome é
George, e a menina que está ao seu lado é sua filha e se chama Ruth.
George é o dono da casa, e comenta com Amanda que foi com ele que
ela negociou a casa hoje mais cedo.
A cidade sofreu um blackout e as pessoas não sabem o que aconteceu,
cada vez mais gente está morrendo pelo vírus, e a população só se
preocupa com o fato de estarem sem energia e não poderem ver vídeos
em sua rede social favorita, o Tiktok.

O joelho de George está ferido, e ele não consegue subir as escadarias


do apartamento em que ele e sua filha estão, já que é no décimo quarto
andar. Amanda ainda desconfia do homem, preocupada com seus
filhos no andar de cima, seu marido pergunta como ele sabia o
caminho até a casa, e o homem responde que já é familiar,
perguntando se pode entrar na residência. A filha fica indignada com
isso, reforçando que a casa é deles, e que não precisam pedir
permissão.

O homem oferece ao casal mil dólares para que eles dividam a casa, e
diz que pode dormir no porão com sua filha, já que eles chegaram do
nada. Amanda chama o seu marido para conversar.

— Como você pode permitir que um homem estranho fique nesta


casa? Sabe-se lá o que ele pode fazer! O quarto da nossa filha é no final
do corredor, não gosto nem de imaginar. Revoltada, a mãe contesta
seu marido, e ele não vê mal algum no homem, e o defende, o que
deixa sua esposa ainda mais irritada.
— Prefere confiar em um estranho do que na sua mulher? finalizando
assim a discussão, e ficando por isso mesmo. Ela causa um mal-estar
generalizado, mas não tem como pôr o dono da casa e a filha dele pra
fora.

Durante a noite e na manhã seguinte, as coisas só vão ficando mais


estranhas. Agora não tem sinal de nada mesmo, não consegue pegar
televisão , não conseguem navegar pela internet, não conseguem pegar
cabo, nada funciona. O George que trabalha com investimentos
financeiros em altíssimos escalões começa a dar pista de que ele
imaginava que algo muito sinistro ia acontecer.

A tarde, George e Clay saem para buscar informações , com muito


medo por não saber o que está acontecendo lá fora.
Clay entra no seu carro e sai dirigindo sem rumo pelas estradas, para
tentar achar alguém que tenha alguma informação ou encontrar algum
jornal que ele possa lê. No caminho para este supermercado que ele
não sabe onde se encontra, porque todas as placas de sinalização
foram destruídas, ele avista uma mulher gritando socorro. Ela, muito
feliz por ver alguém após tanto tempo penando pra encontrar,
pergunta em Espanhol se ele pode ajuda-la a encontrar sua família e
seu filho, Clay não entende a língua que a mulher está falando, e não
faz o mínimo esforço, arrasta o carro com grande pesar, mas ele ainda
assim abandonou uma pessoa, no caminho da volta pra sua casa,
milhares de panfletos do que aparentam ser um aviso do ataque chinês
cai em cima do carro dele, quase o subterrando.

George tenta buscar sinal no telefone que funciona via satélite, e nada
o faz funcionar, preocupado com o que isso pode significar, ele tenta
achar outras formas de comunicação, entrando no seu carro, ele dirige
até uma praia, e avista um relógio cintilando no Sol, quando tentar
puxar esse relógio, junto com ele vem uma mão humana decepada, e
ao olhar no seu entorno, percebe que tem vários corpos mortos pela
praia e destroços de um avião, assim que ele se dá conta disso, numa
velocidade assustadora, ele vê outro avião vindo em sua direção e sai
correndo, por pouco não é atingido.

Os dois chegam em casa e não compartilham tudo que aconteceu com


eles, somente o que julgaram conveniente. O que podemos concluir
disso é que: “ A libertação da nossa contradição ou do nosso
sofrimento depende, portanto, do autoconhecimento. Como diz
Krishnamurti.”

Tudo que eles precisavam pra amostrar sua verdadeira face era um
catalisador; Amanda, o tipo de pessoa que odeia as demais pessoas e
age de forma odiável; Clay, o generoso quando não requer muito
esforço, mas quando se sente perdido ele “arrega”; George, o dito
confiável, que age de forma a justificar a desconfiança, ele mente ou
omite porque não pode confiar, mas como ele pode ser confiável se tá
mentindo ou omitindo; Ruth, a afrontosa que quer impor força ou
coragem e controle, mas sua posição de ataque constante denuncia seu
medo constante, que mais cedo ou mais tarde vai se revelar e fazer ela
abaixar a cabeça.

George diz: “A verdade é mais assustadora do que isso, a verdade é


que ninguém está no comando” por medo, nós moldamos a realidade
e assim nosso medo se torna real, “O homem é lobo do homem”,
somos nós os causadores das nossas próprias guerras, mas sempre
achamos que existe um vilão. Quando o mundo está acabando, as
pessoas vão estar se preocupando com séries e seu entretenimento no
geral, ninguém estará lá por ninguém, quando o problema acontece, é
cada um por si.

Parte II: O individualismo

Enquanto os adultos estão preocupados com a situação, Rose está


ansiando por terminar sua série favorita, F.r.i.e.n.d.s, que só falta o
último episódio para acabar. Toda noite ela tenta conectar seu tablet,
mesmo sabendo que não será possível. Archie percebe a obsessão da
irmã, mas não dá muita importância, ao invés disso, ele a pertuba
dizendo que ela nunca terminará a série. Finalmente, de dia, ela tenta
se distrair na piscina, mas quando chegou no quintal, encontrou
inúmeros cervos, entre as árvores, encarando-a fixamente com uma
postura de alerta, quase ameaçadora, chegavam mais e mais cervos,
andando lentamente na sua direção. Rose não sabia o que fazer, ficou
pasma com a situação, não conseguia falar nada, nem ao menos se
mexer. Ademais, tal comportamento não é comum entre esses animais,
já que eles costumam ser temerosos e fogem assim que vê um humano
ou outros seres ameaçadores; são animais pacíficos e normalmente
encontram-se sozinhos. Eles correm de volta para a floresta
repentinamente, e consequentemente, Rose se assusta outra vez.
—o que foi isso? diz ela sussurrando.

Archie aparece com roupa de banho e avista Rose parada encarando a


floresta.
—Rose, a piscina tá boa? Porque se estiver fria eu não vou entrar
—Rose continua olhando para a floresta assustada.
—Aí, eu tô falando com você, eu trouxe uma bola de vôlei para a gente
brincar. Archie entra na piscina e molha Rose.
—Ei, por que você me molhou? Você me assustou! Fala chateada.
—Pra ver se você tava viva ou se tinha se transformado numa estátua,
e funcionou, tá vendo. Archie fala zombando e rindo
—Archie, tem alguma coisa acontecendo na floresta, você não viu?
Pouco antes de você chegar tinha um monte de cervos lá, estavam me
encarando, isso é normal?
—Eu sei lá, como vou saber alguma coisa sobre cervos? Diz
ironicamente.
—Pergunta para o papai e a mamãe
—eles não vão me escutar, nunca escutam. Rose volta para casa e
Archie continua na piscina, não ligando para o que sua irmã disse,
mais uma vez.
Rose volta para o quarto e fica pensando sobre o ocorrido, “os cervos
costumam andar em bandos?” “os cervos ficam encarando as
pessoas?”, ela pega o tablet e vai pesquisar, mas de imediato lembra-se
que está sem Internet e suspira. Ela caminha até a janela e lá estava
Archie, jogando bola sozinho, mas isso não a importava, ela olha para
a floresta na intenção de ver aqueles cervos novamente.
—Acho que isso pode ser comum, além do mais, como eu poderia
saber alguma coisa sobre cervos? Diz ela insegura, sem esperança.
Toda a curiosidade que ela tem é sobre o último episódio de sua série
predileta, os demais acontecimentos são passageiros para ela, sua
curiosidade sobre tais assuntos é breve, então se os cervos não darão a
ela o que tanto deseja, cervos não a interessa. Além disso, ela pode
pesquisar o que quiser quando terminar de ver seu último episódio e,
obviamente, estiver com internet.

Nesse tempo, Archie estava entediado na piscina, nadava de um lado


para o outro, ele avistou Rose na janela do quarto e começou a pensar
no que a ela havia falado sobre os cervos.
—O que ela falou mesmo? Sobre aqueles cervos… alguma coisa, da
floresta, eu acho. ele, curioso, sai da piscina, e se aproxima da floresta.
—Não vejo nada daqui, talvez se eu me aproximar… Archie caminha
um pouco pela floresta, ele não vai longe e logo quer sair
—Que bobagem! Ela deve ter visto coisas de tanto anciar por aquela
série. Diz enquanto caminha de volta para fora da floresta.
—Ai, um inseto me mordeu, não devia ter entrado aqui. Resmunga e
entra na casa.

Já está de noite e todos vão dormir.


—hoje, o dia foi bem cansativo, crianças, tenham uma boa noite, amo
vocês. Diz Amanda sorrindo levemente para Rose e Archie
—Boa noite mãe! Diz ambos. Amanda vai para o quarto dela, onde
encontra Clay já adormecido, e se junta a ele. Na madrugada, Rose
acorda pois não consegue dormir e como está sem Internet não pôde
optar por ver sua série, ela vai para o quarto onde estão os pais e vai
dormir lá, mas acaba acordando Amanda, e a mesma pergunta
sonolenta.
—Rose, por que está acordada?
—Não consigo dormir, fico pensando sobre um episódio de West
wing. Tem essa história que alguém conta para o presidente…
—Você assistiu essa série? Amanda interrompe Rose.
—As temporadas do Aaron Sorkin, mas enfim, a história era sobre um
homem que morava perto de um rio e ele escutou no rádio que o rio
vai inundar a cidade e que todos devem ir embora, mas o homem não
vai a lugar nenhum, porque ele reza todos os dias, ele sabe que Deus o
ama e o salvará, mas o dilúvio realmente acontece e esse cara em um
barco a remo vê o homem e Diz: “Ei, vem cá, eu posso lhe salvar.” Mas
o homem diz que não vai a lugar nenhum. Então o helicóptero passa
voando e o piloto abaixa a escada, mas o homem diz que ele não vai a
lugar nenhum. Depois disso o homem se afoga na enchente. Aí ele vai
pro Céu e tá muito zangado com Deus. Daí fala para ele: “Eu rezei ao
senhor todos os dias, pensei que me amasse. Por que não me salvou?”
e Deus diz: “enviei a você uma mensagem por rádio, um barco a remo
e um helicóptero. O que mais você quer?”
—Por que contou isso Rose?
—Eu acho que cansei de esperar. Responde Rose com um olhar triste e
um clima tenso de suspense.

De manhã, Rose acorda e vê que o pai não se encontra na cama, ao


contrário de sua mãe que ainda está dormindo. Ela vai ao quarto onde
está seu irmão e o vê sentado na cama.
— Archie? ele cospe sangue no chão e percebe que os dentes estão
soltos da gengiva, o que faz com que seja puxado facilmente. Archie
assustado, começa a puxá-los desnorteadamente.
—Meus dentes… estão… estão caindo!
—Mãe!! Rose grita desesperada com a situação. Amanda vem
correndo e vê a boca de Archie sangrando e que ele está segurando os
próprios dentes.
—Mas o que é isso?! Exclama Amanda confusa. Eles descem para a
sala e discutem uns com os outros sobre a situação, Archie diz que um
inseto mordeu ele ontem na floresta e que isso pode ter causado a
queda dos seus dentes.
—E se for algo relacionado a pandemia? Se for um vírus? Diz Archie
assustado

Vemos que Rose é uma menina viciada em tecnologia, mais


especificamente, numa série que é a sua favorita.Com o ataque
cibernético, Rose está sem acesso à Internet o que é prejudicial para
ela, já que a mesma não consegue se entreter com outras atividades;
Archie, é muito desligado, não atribui muita importância para os
acontecimentos, embora não seja nula sua atenção.

Parte III: A Superficialidade

—Tem certeza? Ruth pergunta.


—Sim! George a responde.
—Quem seria essa pessoa? A mãe indaga.
—Ele é um amigo, o Danny. George justifica. Amanda, ainda
desconfia, mas não diz nada. Após alguns minutos, eles elaboram um
plano

George explica.
—Vamos eu e Amanda pedir informações e alguns remédios. Teremos
que voltar antes do anoitecer. Rose, atentamente escuta tudo, pergunta
—Vai dar tudo certo?

George responde.
—Sim! vai dar tudo certo. Com tudo planejado, Amanda e George vão
para a casa do Danny… Minutos depois, ouve-se um barulho na porta.
Ruth e Rose, com cautela, abrem a porta. Logo a tensão é aliviada, pois
quem estava lá era Clay. Quando Clay entra na casa, logo ele
pergunta: —Cadê a Amanda? O George? E onde está seu irmão?

—Ele está doente, acho que um bicho picou ele. Rose responde sem se
importar muito, Clay chama Rose, Archie e Ruth para um lugar
interessante…
Depois de um tempo, eles chegam. Animados após verem que
estavam no shopping. Rose não ficou tão animada. Assim, ela foi, os
outros foram correndo e Rose logo atrás de Ruth, com pouco ânimo.
Eles se separam. Clay e Archie ficaram juntos, e Rose ficou com Ruth.
Vendo Ruth fazer coisas desnecessárias, Rose lembra de tentar
conseguir assistir ao último episódio de F.R.I.E.N.D.S. Procurando
algo para resolver o seu problema, ela acaba se afastando de Ruth.
Quando ela estava procurando, ela repara que o shopping foi deixado
às pressas. Logo, sente um cheiro insuportável. Então, ela decide
averiguar. Caminha mais um pouco, ela percebe um corpo de alguém
em decomposição. Nervosa, ela corre freneticamente. Sem pensar
muito, ela grita. Com sorte, ela acha a saída. Escutando a gritaria, Clay,
Archie e Ruth aparecem e perguntam.
—O que aconteceu?!
—Por favor, vamos embora rápido!

Parte IV: A branquitude

Enquanto isso Amanda e George chegam na casa do Danny, que se


encontra silenciosa. Logo George bate várias vezes na porta e
chamando por Danny esperando alguma resposta. Danny abre a sua
cortina para ver quem estava batendo em sua porta já que todos
estavam em suas casas por causa do vírus, logo avista George, seu
amigo e praticamente vizinho, ainda em sua janela
—George. Danny fala. George ao ver que era Danny fica aliviado.
—Danny, desculpa chegar de repente.
—Quero que se afastem da minha casa. Danny fala sem nenhum
remorso
George surpreso com a ordem do seu amigo, percebe que Danny está
desconfiado, sem querer arrumar confusões, se afasta da casa com
amanda. Danny sai da sua casa e pergunta:
—Como eu posso ajudar vocês?
— Eu só queria saber se está bem, se sabe o que está acontecendo…
Esta aqui é Amanda, ela é da cidade.
—Fico surpreso que saíram de casa, imagina a confusão que deve estar
na cidade agora.

Sabendo que a cidade está preocupada com blackout, por não ter suas
redes sociais, e em principal o Tiktok, as pessoas passaram a ter falta
de confiança uns nos outros.
—O meu filho está precisando de ajuda, os dentes dele estão caindo. —
Disse Amanda.
—Humm… deve ser por causa da

Radiação, mas a única coisa que eu sei é que não estão divulgando
muita informação nos jornais. Presumo que pode ser uma guerra ou
um começo de uma, e talvez precisaremos esperar e estarmos seguros
neste processo.
—Danny, como o filho dela está precisando de ajuda, esperar não irá
nos ajudar agora. Sabemos que está preparado para toda essa situação,
então deve ter remédios.
—O que eu tenho não diz respeito a você.
George vendo que Danny se recusou a ajudar por puro egoísmo, se
surpreendeu com tal ato já que, este por ser seu amigo de muito tempo
e já vindo de uma desigualdade nítida por causa racial, esperava outra
resposta de seu amigo.

O desespero começou a tomar conta do ambiente, o fato de ninguém


ter suas redes sociais, energia e liberdade para sair de casa por conta
do vírus, passou a realmente preocupar os indivíduos, pois tomaram
conta que estavam entrando numa pandemia.
George inconformado com o que havia ouvido de seu amigo e seu
comportamento, alegou:
—Ei! Deixa disso, o que houve? Não somos amigos?!
—Isso foi antes George, você não está pensando com clareza. E nada
faz muito sentido agora, quando o mundo não faz sentido devo fazer o
que é racional para proteger a mim mesmo. Amanda desesperada para
salvar o seu filho, já que as coisas não estavam dando certo, sugeriu
pagar.
—E se a gente pagar?
—Dinheiro não significa nada se o governo cair. Então saím da minha
casa agora, e só desejo boa sorte. — Vociferou Danny.
—Por favor aceite, meu filho precisa da sua ajuda! — Suplicou
Amanda. Danny não disse nada, após pensar mais um pouco, ele
decide recusar a proposta e retorna a conversa.

—São os coreanos por trás disso tudo.


—Como você sabe? George pergunta.
—Vai por mim, são os chineses. Amanda e George decidem mostrar o
panfleto. sem esperança, eles vão para casa.

Parte V: A autodestruição
Quando George e Amanda chegam em casa, percebem que não
conseguirão outro meio de ajudar Archie.

Sem informações do que acontece no resto do mundo, não se sabe o


que está por vir, tornando ainda mais difícil achar uma cura para a
doença do filho mais velho, que parece ser ainda pior do que a
pandemia que os precede.

Rose se distancia do resto das pessoas que à acompanhava, em busca


de algo que pudesse ajudá-la a terminar sua série. Caminhando pela
calçada da rua, ela avista uma grande mansão isolada e entra na
residência, logo se surpreende pelo estado conservado, como se
ninguém morasse lá, em seu pequeno “passeio”, ela descobre um
bunker oculto e se depara com um alerta de emergência exibido em
um dos computadores.

A mensagem informa que a casa branca e outras grandes cidades estão


sob ataque de forças armadas rebeldes e altos níveis de radiação
foram detectados próximo a centro populacionais. O aviso conclui que
a população deve buscar abrigo.

Quando a garota olha em volta do bunker, ver vários jogos e DVDs,


junto de muita água, comida e suprimentos médicos. Ela logo se anima
com a possibilidade de, talvez, terminar a sua série, correndo
animadamente até a grande pilha do objeto, acaba encontrando o DVD
da série e logo a encaixa no antigo aparelho. Em letras garrafais,
aparece o título do último episódio da série “I’II bill there for you” (Eu
estarei lá por você), deixando assim, a menina concentrada assistindo
o final da sua amada série

Do outro lado da rua, estão George, Clay, Amanda, Ruth e Archie,


parados entre a vegetação densa da floresta. Por uma brecha que há
nas árvores, eles observam a cidade de Nova York sendo alvo de
explosões e várias nuvens negras de fumaça, enquanto as pessoas se
atacam, vendo assim, que a terceira etapa foi iniciada.

Sucumbindo ao colapso e a Autodestruição, podemos ver que, quando


não há um inimigo claro, as pessoas se voltam contras as outras,
tornando-se seus próprios e inimigos e suas próprias ruínas. Quando
tudo está acabando, é cada um por si, não existe um nós. Como dito na
primeira Parte, somos os causadores das nossas próprias guerras, mas
sempre achamos que existe um vilão, sentimos medo do que vai
acontecer, sendo que já está acontecendo.

Estamos todos distraídos com nossas próprias angústias, como assistir


ao final da série ou sermos dependentes de tecnologia, e no fim, o
ultrapassado volta a ser o essencial.

Rose não tem amigos e não consegue se comunicar com os outros, ao


assistir friends, ela ver seis amigos vivendo juntos, passando
dificuldades junto e tendo com quem discutir, é um escape para todo o
horror que ela vem vivenciando, afinal de contas, a arte Salva.

Essa estória serve de lembrete para nos fazer pensar onde estão nossos
valores, e a quê estamos entregando nossas vidas.

Fim

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