Dimensões Dos Veios - 104924

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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

DEPARTAMENTO DE MAQUINAS MARITIMAS

CURSO: ENGENHARIA DE MAQUINAS MARÍTIMAS


CADEIRA: REGULAMENTOS E RECEPÇÃO DE EQUIPAMENTOS
TURMA: 4EMM/20

AVALIAÇÃO DAS DIRETRIZES E PRÁTICAS RELACIONADAS ÀS DIMENSÕES DOS


VEIOS EM MÁQUINAS ROTATIVAS CONFORME A PORTARIA 661/70

Docente: Eng. Mário Jonas.

Maputo, Março de 2024


ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS
DEPARTAMENTO DE NAVEGAÇÃO MARÍTIMA

AVALIAÇÃO DAS DIRETRIZES E PRÁTICAS RELACIONADAS ÀS DIMENSÕES DOS


VEIOS EM MÁQUINAS ROTATIVAS CONFORME A PORTARIA 661/70

Trabalho de Regulamentos e
Recepção de Equipamentos
apresentado à Escola Superior de
Ciências Náuticas - ESCN no curso de
Navegação Marítima.

Docente: Eng. Mário Jonas.


Discente:
Mario Ana Betse

Maputo, Março 2024


ÍNDICE
CAPITULO I: INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1

1.1. Contextualização .............................................................................................................. 1

1.2. Objectivos......................................................................................................................... 2

1.2.1. Objectivo Geral: ........................................................................................................ 2

1.2.2. Objectivos Específicos: ............................................................................................. 2

1.3. Procedimentos Metodológicos ..................................................................................... 2

1.4. Justificativa ................................................................................................................... 3

1.5. Problematização............................................................................................................ 3

2. CAPITULO II: RELATÓRIO DO PORTARIA 661/70 - CAPÍTULO IV/ SECÇÃO I-


SUBSECÇÃO I (DIMENSÕES DOS VEIOS) .............................................................................. 5

2.1.1. Análise das Fórmulas ................................................................................................ 5

2.2. Implicações Práticas ......................................................................................................... 5

3. CAPITULO III: ANALISE DO PORTARIA 661/70 - CAPÍTULO IV/ SECÇÃO I-


SUBSECÇÃO I (DIMENSÕES DOS VEIOS) .............................................................................. 7

3.1. Artigo 63 (diâmetros dos veios de manivelas) ................................................................. 7

3.1.1. Dimensionamento dos Veios de Manivelas .............................................................. 8

3.1.2. Concentração de Tensões .......................................................................................... 8

3.1.3. Materiais e Tratamentos Térmicos............................................................................ 8

3.1.4. Inspeção e Manutenção ............................................................................................. 9

3.2. Artigo 64 (Valor Mínimo do Diâmetro dos Veios Intermediários) ................................. 9

3.2.1. Cálculo do Diâmetro Mínimo ................................................................................... 9

3.2.2. Redução de 3,5% para Navios de Águas Calmas ................................................... 10

3.2.3. Aplicação Prática .................................................................................................... 10


3.2.4. Tabela de Coeficientes ............................................................................................ 10

3.3. Artigo 65 (Relação entre o Diâmetro do Veio de Manivelas e o Veio Intermediário) .. 11

3.3.1. Relação entre Diâmetros ......................................................................................... 11

3.3.2. Garantia da Integridade Estrutural .......................................................................... 11

3.3.3. Aplicação da Fórmula do Art. 64.º ......................................................................... 11

3.3.4. Dimensionamento Conservador .............................................................................. 11

4. CAPITULO IV: DIMENSÕES DOS VEIOS (PORTARIA 661/70) - CAPÍTULO IV/


SECÇÃO I- SUBSECÇÃO I (DIMENSÕES DOS VEIOS) ........................................................ 12

4.1. Dimensões dos Veios ..................................................................................................... 12

4.1.1. Cálculo aproximado dos veios ................................................................................ 12

4.2. Dimensionamento dos Veios .......................................................................................... 13

4.2.1. Parâmetros Dimensionais........................................................................................ 13

4.2.2. Determinação das Dimensões ................................................................................. 14

4.2.3. Tolerâncias e Ajustes .............................................................................................. 14

CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 16

REFERENCIAS .......................................................................................................................... 17
ENGENHARIA DE MAQUINAS MARÍTIMAS

CAPITULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização
Os veios desempenham um papel fundamental na transmissão de potência e movimento em
máquinas rotativas. Seja em motores, redutores, ou outras aplicações industriais, a correta
dimensão desses componentes é crucial para garantir a integridade estrutural e o funcionamento
seguro dos equipamentos.

Este trabalho se propõe a analisar e discutir as diretrizes condicionais na Portaria 661/70


referentes às dimensões dos veios, dividindo-se em três capítulos distintos para uma abordagem
mais detalhada e abrangente.

No Capítulo II do desenvolvimento do trabalho, será apresentado uma visão geral da importância


dos veios na transmissão de potência e movimento em máquinas rotativas, bem como a
relevância do dimensionamento correto desses componentes para garantir a operação eficiente e
segura dos equipamentos.

O Capítulo III irá focar na análise dos artigos 63, 64 e 65 da Portaria 661/70, destacando as
fórmulas e critérios estabelecidos para determinar as dimensões dos veios de manivelas,
intermediários e sua relação, e a importância da aplicação dessas diretrizes na fabricação de
componentes de alta qualidade.

No Capítulo IV do desenvolvimento, será aprofundada a discussão sobre os parâmetros


dimensionais dos veios, os métodos de projeto aproximados, e os aspectos práticos envolvidos
no dimensionamento desses componentes, incluindo considerações sobre materiais, tratamentos
térmicos, inspeção e manutenção.

Ao final deste trabalho, espera-se oferecer uma compreensão abrangente e detalhada das
diretrizes e procedimentos envolvidos no dimensionamento dos resultados, contribuindo para o
desenvolvimento de práticas seguras e eficientes na indústria de máquinas e equipamentos
rotativos.

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1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo Geral:


 Avaliar as Diretrizes e Práticas Relacionadas às Dimensões dos Veios em Máquinas
Rotativas Conforme a Portaria 661/70

1.2.2. Objectivos Específicos:


 Identificar das dimensões dos veios utilizados em componentes fabricados, conforme
previsto nos artigos 63.º, 64.º e 65.º do Portaria 661/70;
 Analisar Portaria 661/70 - Capítulo IV/Secção I- Subsecção I (Dimensões dos Veios);
 Descrever as Dimensões dos Veios.

1.3. Procedimentos Metodológicos


Os procedimentos metodológicos adotados neste trabalho foram cuidadosamente planejados para
garantir uma análise detalhada e abrangente das diretrizes previstas na Portaria 661/70
relacionadas às dimensões dos veios. Inicialmente, realizamos um levantamento bibliográfico
para compreender o contexto e a importância dos sucessos na transmissão de potência e
movimento em máquinas rotativas. Esse levantamento envolveu a consulta de fontes acadêmicas,
normas técnicas e legislação pertinentes ao tema.

Em seguida, os artigos 63, 64 e 65 da Portaria 661/70 foram minuciosamente analisados para


entender as diretrizes e fórmulas matemáticas para determinar as dimensões dos veios de
manobras, intermediários e sua relação. Esta análise foi complementada por uma pesquisa
adicional para aprofundar aspectos relevantes, como concentração de tensão, materiais e
tratamentos térmicos, inspeção e manutenção dos veios.

As informações obtidas foram então discutidas e sintetizadas para destacar as principais


considerações e explicações relacionadas às dimensões dos veios conforme estipulado na
Portaria 661/70. Com base nessa descrição, os capítulos foram modificados de forma para
apresentar uma visão geral, análise detalhada e detalhes relevantes sobre o tema.

Por fim, uma revisão minuciosa foi realizada para garantir a precisão e a coesão do trabalho, bem
como para ajustar quaisquer pontos que necessitassem de esclarecimento ou aprofundamento.

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Esses procedimentos metodológicos forneceram uma base sólida para a análise das dimensões
dos resultados, garantindo a relevância e a referência às informações apresentadas neste trabalho.

1.4. Justificativa
A justificativa para a realização deste estudo reside na importância crítica dos sucessos na
operação eficiente e segura de máquinas rotativas em uma variedade de setores industriais. Os
veios desempenham um papel fundamental na transmissão de potência e movimento, e seu
dimensionamento adequado é essencial para garantir a integridade estrutural e o funcionamento
confiável dos equipamentos.

Ao analisar as diretrizes condicionais na Portaria 661/70 referentes às dimensões dos veios,


busca-se fornecer uma compreensão aprofundada das práticas recomendadas e dos critérios de
projeto aplicáveis a esses componentes. Isso não apenas contribui para a conformidade
regulatória, mas também para a melhoria da qualidade e desempenho dos sistemas mecânicos.

Além disso, a análise das dimensões dos veios pode oferecer insights valiosos para engenheiros,
projetistas e fabricantes na seleção de materiais, no dimensionamento correto dos componentes e
na implementação de práticas de inspeção e manutenção adequadas. Isso pode levar a uma
redução de complicações mecânicas, aumento da vida útil dos equipamentos e,
consequentemente, a uma maior segurança operacional e eficiência produtiva.

Portanto, este estudo é justificado pela sua relevância para a engenharia mecânica e para a
indústria em geral, forneceu informações essenciais para aprimorar o projeto, fabricação e
operação de máquinas e equipamentos rotativos

1.5. Problematização
O estudo se propõe a abordar uma série de questões essenciais relacionadas às diretrizes
determinantes na Portaria 661/70 em relação às dimensões dos veios em máquinas rotativas. Este
contexto suscita diversas interrogações que precisam ser investigadas de maneira aprofundada.

Primeiramente, surge a questão da conformidade regulatória: como garantir que os produtos


produzidos estejam em conformidade com os requisitos legais, especialmente no que diz respeito
às dimensões mínimas e critérios de dimensionamento?

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Em seguida, surge a preocupação com a qualidade e durabilidade dos veios: qual é a relação
entre suas dimensões e a capacidade de suportar cargas e transmitir torque? E de que formas
essas dimensões afetam a qualidade e a durabilidade dos resultados durante sua operação?

Outro ponto relevante é a seleção de materiais: quais são os materiais mais adequados para a
fabricação dos veios, considerando suas propriedades mecânicas e requisitos de resistência?

Além disso, é importante investigar as melhores práticas para inspeção e manutenção dos veios
ao longo de sua vida útil, bem como compreender o impacto das dimensões específicas dos
cames na eficiência operacional e na segurança das máquinas rotativas, incluindo as
consequências de falhas para a produção e a segurança dos trabalhadores.

Essas indagações ressaltam a complexidade e a importância do tema em análise, fornecendo um


ponto de partida essencial para a investigação das dimensões dos veios conforme estipulado na
Portaria 661/70. O objetivo é contribuir para o desenvolvimento de práticas mais seguras,
eficientes e sustentáveis na indústria de máquinas e equipamentos rotativos.

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2. CAPITULO II: RELATÓRIO DO PORTARIA 661/70 - CAPÍTULO IV/


SECÇÃO I- SUBSECÇÃO I (DIMENSÕES DOS VEIOS)
2.1. Dimensões dos Veios

O presente relatório visa fornecer uma análise das dimensões dos veios utilizados em
componentes fabricados, conforme previsto nos artigos 63.º, 64.º e 65.º do Portaria 661/70. Esses
artigos definem como fórmulas para determinar os valores mínimos dos diâmetros cerâmicos dos
veios das manivelas, intermediários e outros, fabricados com aços de certa faixa de carga de
rotação à tração.

2.1.1. Análise das Fórmulas


 Artigo 63

Este artigo estabelece que os valores dos diâmetros dos veios de manivelas, intermediários e
similares, fabricados com aços cuja carga de rotação à tração estão entre 44 kg/mm² e 52
kg/mm², devem ser específicos por meio de fórmulas específicas.

 Artigo 64

Determinar o valor mínimo do diâmetro dos veios intermediários. Não há uma fórmula
específica especificada no relato, mas presumimos que ela esteja em conformidade com os
critérios de resistência mecânica e durabilidade dos componentes.

 Artigo 65

Este artigo estipula que o diâmetro do veio de manivelas não deve ser inferior a 1,05 vezes o
valor do veio intermediário, conforme cálculo pela fórmula mencionada no Artigo 64.º. Essa
relação entre os diâmetros visa garantir uma resistência e funcionalidade adequadas dos
componentes.

2.2. Implicações Práticas


As fórmulas e critérios estabelecidos nos artigos 63.º, 64.º e 65.º são fundamentais para garantir
que os componentes produzidos atendam aos requisitos de resistência e durabilidade.

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Os engenheiros e fabricantes devem aplicar essas fórmulas de forma precisa durante o projeto e
fabricação dos componentes que envolvem os produtos, para garantir o desempenho seguro e
confiável dos produtos.

É essencial que as empresas que produzem esses componentes sejam conscientes e em


conformidade com esses padrões estabelecidos, a fim de evitar falhas mecânicas e garantir a
qualidade dos produtos finais.

O estabelecimento de fórmulas específicas para determinar as dimensões dos veios dos


componentes fabricados, conforme descrito nos artigos 63.º, 64.º e 65.º, é crucial para garantir a
qualidade, resistência e durabilidade desses produtos. A aplicação rigorosa desses critérios
durante o processo de fabricação é essencial para garantir o desempenho seguro e confiável dos
componentes em questão.

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3. CAPITULO III: ANALISE DO PORTARIA 661/70 - CAPÍTULO IV/ SECÇÃO


I- SUBSECÇÃO I (DIMENSÕES DOS VEIOS)

3.1. Artigo 63 (diâmetros dos veios de manivelas)


Este artigo estabelece que os diâmetros dos veios de manivelas, intermediários e outros, feitos
com aço de certas características, são determinados por fórmulas específicas. É uma abordagem
técnica, adequada utilizando as propriedades mecânicas do material para dimensionar os veios
(Portaria 661/70, de 28 de Dezembro-Artigo 63).

(1)

(Gomes, 2017)

Onde:

 d – Diâmetro do veio
 𝑀𝑡 – Momento torsor
 𝑀𝑓 – Momento fletor
 𝜏𝑒 – Tensão-limite
 𝑛 – Coeficiente de segurança aplicado

O veio de manivelas tem como principal função, em conjunto com o tirante (biela), converter o
movimento linear do êmbolo em movimento rotacional. O veio é apoiado nos moentes de apoio
(figura 1), que são integrados no bloco do motor, e o movimento rotacional provém dos moentes
de manivela onde são aplicados os tirantes/bielas. É devido a esta excentricidade em relação ao
eixo de rotação que cria o momento de torção ou o binário no veio de manivelas, promovendo a
sua rotação, sendo ainda necessário introduzir contrapesos para melhorar o seu funcionamento,
como será visto mais adiante (Gomes, 2017).

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Figura 1 - a) Veio de manivelas de 1 e 2 planos; b) Esquema de veio de manivelas. Adaptado de


(Jorge Martins, 2006)

3.1.1. Dimensionamento dos Veios de Manivelas


O dimensionamento adequado dos veios de manivelas é crucial para garantir a integridade
estrutural e o funcionamento seguro de máquinas e equipamentos. Alguns aspectos importantes a
serem considerados incluem:

3.1.2. Concentração de Tensões


A maioria das peças possui descontinuidades geométricas, nomeadamente entalhes, furos e
roscas. Nestas zonas existe um aumento do valor das tensões, designado por concentração de
tensões. Este fator será designado por𝐾𝑡 , e deverá multiplicar as tensões nominais obtidas através
de expressões elementares da Resistência de Materiais, para os casos de flexão, torção e tração,
ou através de meios numéricos, de modo a determinarem-se as tensões locais máximas. Deste
modo entra-se me conta com a geometria da peça para os modos de aplicação de carga, tendo em
conta um material homogéneo, isotrópico e elástico (C. Moura Branco, 1986).

Pontos de concentração de tensões, como mudanças bruscas de seção e raios de curvatura


insuficientes, devem ser evitados no projeto dos veios de manivelas. Esses locais são propensos
ao surgimento de trincas e falhas por fadiga, reduzindo a vida útil do componente.

3.1.3. Materiais e Tratamentos Térmicos


A escolha do material e a aplicação de tratamentos térmicos adequados são fundamentais para
obter as propriedades mecânicas desejadas nos veios de manivelas. Aços com carga de ruptura à
tração entre 44 kg/mm² e 52 kg/mm² são comumente utilizados.

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3.1.4. Inspeção e Manutenção


Durante a vida útil da máquina, é essencial realizar inspeções periódicas e manutenção
preventiva nos veios de manivelas. Isso inclui verificar a ausência de trincas, desgaste excessivo
e desalinhamentos, garantindo a segurança e o desempenho confiável do equipamento. O
dimensionamento correto, a seleção de materiais apropriados e a adoção de boas práticas de
inspeção e manutenção são fundamentais para assegurar a integridade estrutural e a vida útil
esperada dos veios de manivelas em máquinas e equipamentos.

3.2. Artigo 64 (Valor Mínimo do Diâmetro dos Veios Intermediários)


Este artigo especifica uma fórmula para calcular o valor mínimo do diâmetro dos veios
intermediários. No entanto, seria útil fornecer a própria fórmula no documento para referência
direta. Além disso, a redução de 3,5% nos diâmetros dos veios em navios destinados à navegação
em águas calmas parece ser uma consideração prática sensata, mas seria útil fornecer uma
técnica justificativa para essa redução.

3.2.1. Cálculo do Diâmetro Mínimo


O diâmetro mínimo dos veios de manivelas pode ser determinado por fórmulas específicas,
levando em conta fatores como:

3 𝐷𝑏𝑝2 × 𝐶 × 𝑝 × 14,22
𝑑𝑖 = √ 𝐷𝑏𝑝2
𝑘(𝐷𝑎𝑝2 + 2)

Fonte: (Portaria 661/70, de 28 de Dezembro-Artigo 63).

Na qual:

𝑑𝑖 – É o diâmetro do veio intermedio, em milímetros;

𝐷𝑏𝑝 – É o diâmetro do cilindro de baixa pressão, em milímetros. Quando houver mais de um


cilindro de baixa pressão, na fórmula 𝐷𝑏𝑝2 deve ser considerado a soma dos quadrados dos
diâmetros.

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𝐷𝑏𝑝 – É o diâmetro do cilindro de alta pressão, em milímetros. Quando houver mais de um


cilindro de alta pressão, na fórmula 𝐷𝑏𝑝2 deve ser considerada a soma dos quadrados dos
diâmetros;

𝐶 – É o curso do êmbolo, em milímetros;

𝑝 – É a pressão do regime da caldeira, em quilogramas por centímetros quadrados (𝑘𝑔/


𝑐𝑚2 )Sendo:

3.2.2. Redução de 3,5% para Navios de Águas Calmas


O artigo permite uma redução de até 3,5% nos diâmetros dos veios em navios destinados a
navegar exclusivamente em águas calmas. Essa disposição reconhece que condições de
navegação menos severas permitem uma margem de segurança adicional no dimensionamento
dos veios.

3.2.3. Aplicação Prática


A fórmula fornecida no artigo é uma ferramenta útil para projetistas e engenheiros
dimensionarem corretamente os veios intermediários, garantindo a resistência adequada do
material e a segurança da embarcação.

3.2.4. Tabela de Coeficientes


O artigo inclui uma tabela com valores de "k" para diferentes configurações de máquinas
alternativas, fornecendo os coeficientes necessários para o cálculo do diâmetro mínimo dos
veios.

Maquinas alternativas de dupla, tríplice e quadrupla expansão k


Duas Manivelas a 90˚ 1900
Duas manivelas a 180˚ 1350
Três manivelas a 120˚ 2150
Quatro manivelas equilibradas 2150
Quatro manivelas a 90˚ 2100
Tabela 1. Fonte: (Portaria 661/70, de 28 de Dezembro-Artigo 63).

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3.3. Artigo 65 (Relação entre o Diâmetro do Veio de Manivelas e o Veio Intermediário)


Este artigo estabelece uma relação entre o diâmetro do veio de manivelas e o veio intermediário,
especificando que o primeiro não deve ser inferior a 1,05 vezes o valor do segundo, conforme
cálculo pela fórmula do Art. 64.º. Essa relação parece ser uma boa prática de engenharia para
garantir a integridade estrutural dos resultados.

3.3.1. Relação entre Diâmetros


O artigo estabelece uma relação entre o diâmetro do veio de manivelas e o veio intermédio,
especificando que o diâmetro do veio de manivelas não deve ser inferior a 1,05 vezes o valor
calculado para o veio intermédio pela fórmula do Artigo 64.º.

3.3.2. Garantia da Integridade Estrutural


Essa relação entre os diâmetros parece ser uma boa prática de engenharia para garantir a
integridade estrutural dos componentes. Ao estabelecer um fator de segurança de 1,05 para o
veio de manivelas em relação ao veio intermédio, o artigo assegura que o veio de manivelas
tenha resistência adequada para suportar as cargas e tensões atuantes.

3.3.3. Aplicação da Fórmula do Art. 64.º


O artigo faz referência direta à fórmula estabelecida no Artigo 64.º para o cálculo do diâmetro
mínimo do veio intermédio. Isso garante a consistência e a integração entre os requisitos
especificados nos diferentes artigos da PORTARIA.

3.3.4. Dimensionamento Conservador


Ao determinar que o veio de manivelas deve ter um diâmetro maior que o veio intermédio, o
artigo adota uma abordagem conservadora no dimensionamento, priorizando a segurança e a
confiabilidade do sistema.

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4. CAPITULO IV: DIMENSÕES DOS VEIOS (PORTARIA 661/70) - CAPÍTULO


IV/ SECÇÃO I- SUBSECÇÃO I (DIMENSÕES DOS VEIOS)

4.1. Dimensões dos Veios


De acordo com Lucas H. P. (2021), a definição de veio é um membro rotativo, usualmente de
seção transversal circular, usada para transmitir potência ou movimento. Ele provê o eixo de
rotação, ou oscilação, de elementos tais como engrenagens, polias, volantes, manivelas, rodas
dentadas, rotores, turbinas e similares, e controla a geometria dos seus movimentos. É também
chamado a atenção que por mais que o veio não requeira nenhum tratamento especial além dos
métodos básicos para projetos de outros elementos mecânicos, é importante dar a ele e seu
projeto uma atenção especial, por estar presente em diversas aplicações de projetos de máquinas.

De acordo com Lucas H. P. (2021) input Norton deixa claro a importância do elemento quando
afirma que um veio de transmissão, ou apenas veios, são usados em praticamente todas as peças
de máquinas rotativas para transmitir movimento rotativo e torque.

Os veios são geralmente feitos de aços de construção temperáveis, sendo tanto aços de médio
teor de carbono como aços de liga. Os aços típicos são os aços aço 45 e 40X dada a sua
temperabilidade. Para este trabalho escolhe-se preliminarmente o aço 40X (Cachamba, L. 2022.

4.1.1. Cálculo aproximado dos veios


Para o cálculo aproximado dos veios usa-se a torção pura, sem consideração do efeito da flexão,
concentradores de tensões ou o carácter variável das cargas. Como meio de compensar esta
grande aproximação, o valor da tensão admissível é grandemente reduzido:

[𝜏] = (10) 12... 15 (20) MPa – para veios de redutores e análogos;

[𝜏] = 20... 30 MPa – para veios de transmissão. Os menores valores de tensões admissíveis são
para veios de alta caracidade e vice-versa.

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4.1.2. Determinação dos comprimentos entre os pontos de aplicação das reacções

A metodologia usada consiste na projecção dos planos YOZ e XOZ para o cálculo das reações de
apoio e a seguir determinar – se os esforços internos e esboçar – se as respectivas linhas de
estado.

Figura 4.1.: Esquema de forças nos veios

4.2. Dimensionamento dos Veios


Os valores dos diâmetros dos veios das manivelas, intermédios e outros, manufacturados com
aços, cuja carga de rotura à tracção esteja compreendida entre 44 kg/mm2 e 52 kg/mm2,
determinam-se pelas fórmulas que a seguir se indicam (Portaria 661/70, de 28 de Dezembro-
Artigo 63).

O diâmetro do veio de manivelas não deve ser inferior a 1,05 vezes o valor do veio intermédio,
dado pela fórmula do artigo 64 (Portaria 661/70, de 28 de Dezembro-Artigo 64).

4.2.1. Parâmetros Dimensionais


As principais dimensões de um veio incluem:

 Diâmetro : O diâmetro do veio determinou sua capacidade de suportar cargas e transmitir


torque. O diâmetro pode variar ao longo do comprimento da haste, dependendo das
necessidades específicas de cada seção.

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 Comprimento : O comprimento do veio é determinado pela distância entre os pontos de


apoio, como rolamentos ou mancais. Ele deve ser suficiente para acomodar todos os
componentes montados no veio, como engrenagens, polias ou blindagens.
 Tolerâncias : As tolerâncias dimensionais especificam os limites aceitáveis de variação nas
dimensões do veio. Elas são essenciais para garantir o ajuste adequado dos componentes
montados no veio, como rolamentos ou engrenagens, e para manter as precisão do sistema
como um todo.
 Acabamento superficial : A qualidade da superfície do veio, medida em termos de
rugosidade, é importante para a vida útil dos rolamentos e para minimizar o desgaste dos
componentes em contato com o veio.

4.2.2. Determinação das Dimensões


As dimensões do veio são determinadas com base em diversos fatores, incluindo:

 Cargas aplicadas: Forças radiais, axiais e de torção que atuam sobre o veio.
 Velocidade de giro: A velocidade de giro afeta os requisitos de resistência e resistência.
 Requisitos de montagem: As dimensões devem ser compatíveis com os componentes
montados no veio, como rolamentos, engrenagens e lubrificações.
 Normas e especificações: Dimensões padrão podem ser definidas por normas industriais
ou especificações do fabricante.

4.2.3. Tolerâncias e Ajustes


Segundo Anderson Luís (2017) As tolerâncias dimensionais e os ajustes entre o veio e os
componentes montados nele são fundamentais para garantir o funcionamento adequado do
sistema. Eles são especificados com base em normas de tolerância geométricas, como ISO 286
ou ANSI/ASME B4.2.

Alguns exemplos de ajustes comuns incluem:

 Ajuste deslizante: Permite o movimento relativo entre o veio e o componente montado,


como em um cubo de roda.
 Ajuste solicitado: Requer uma força para montar o componente no veio, proporcionando
uma conexão de conexão, como em um eixo de transmissão.
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 Ajuste de interferência: Envolve uma sobreposição entre as dimensões do veio e do


componente montado, criando uma conexão de alta resistência, como em um eixo de
manivela.

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CONCLUSÃO
Através do desenvolvimento do trabalho sobre as dimensões dos veios conforme estipulado na
Portaria 661/70, pode-se concluir que o dimensionamento desses componentes adequados é
fundamental para garantir a integridade estrutural, o funcionamento seguro e a durabilidade de
máquinas e equipamentos rotativos.

No Capítulo II, foi apresentado uma visão geral das diretrizes e fórmulas específicas nos artigos
63, 64 e 65 da portaria, destacando a importância de considerar as propriedades mecânicas do
material, as cargas aplicadas e as relações entre os diferentes veios.

O Capítulo III aprofundou-se na análise dos artigos, discutindo aspectos como concentração de
concreto, materiais e tratamentos térmicos, inspeção e manutenção, bem como a relação entre os
diâmetros dos veios de manivelas e intermediários. Foi ressaltada a necessidade de adotar uma
abordagem conservadora no dimensionamento, priorizando a segurança e a confiabilidade do
sistema.

Por fim, o Capítulo IV abordou o dimensionamento dos veios de forma mais amplo, discutindo
parâmetros dimensionais, cálculos aproximados, determinação das dimensões e tolerâncias, bem
como ajustes entre os veios e os componentes montados.

Esses três capítulos do desenvolvimento do trabalho destacam a complexidade e a importância


do dimensionamento dos veios em máquinas rotativas, demonstrando a necessidade de
considerar uma variedade de fatores para garantir o desempenho adequado e a segurança
operacional dos equipamentos. A aplicação rigorosa das diretrizes e normas na Portaria 661/70 é
essencial para garantir a qualidade e a confiabilidade dos resultados em diversas aplicações
industriais.

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REFERENCIAS
Cachamba, LFL (2022). Dimensionamento de um dispositivo para remoção de revestimentos de
tubos com ciclos de produção com falhas. Maputo: Universidade Eduardo Mondlane.

Correia, ALG (2017). Relatório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa
Catarina.

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