Aula 81 - Serviço Publico V

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Serviço Público V
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SERVIÇO PÚBLICO V

Quando se fala “serviços públicos”, um tema bastante recorrente é “espécies de conces-


são”, visto que existem particularidades para as concessões. Primeiramente, há uma dife-
rença básica entre a concessão da Lei n. 8.987/1995 e a Lei n. 11.079/2004. Dessa maneira,
a Lei n. 8.987/1995 trata sobre a concessão comum, ao passo que a Lei n. 11.079/2004
sobre a concessão especial – Parceria Público Privada (PPP). Assim sendo, a distinção está
no fato de o concessionário, na concessão comum, assumir por sua conta e risco a ativi-
dade delegada.
Tal lei que dispõe esse texto é do ano de 1995, um período político no qual prevalecia
as desestatizações, ou seja, a privatização. Contudo, devido ao momento de transição de
modelo econômico que estava acontecendo, a implantação do Plano Real, a iniciativa pri-
vada via o negócio como um alto risco e com muitas chances de acarretar um prejuízo finan-
ceiro, pois estavam em questões grandes obras. Desse modo, a execução nesse formato
não obteve sucesso.
Dez anos depois, em 2004, surge a Lei n. 11.079/2004. Nesse período, prevalecia a ideia
5m
de um Poder Público sempre presente. Com isso, criou-se as parceiras público-privadas,
na qual ocorre uma divisão de riscos do empreendimento, isto é, o Governo oferece uma
contraprestação para não haver prejuízo, assim, a iniciativa privada tem uma garantia, caso
aconteça algo.
De acordo com o parágrafo 3º, “Não constitui parceria público-privada a concessão
comum, assim entendida a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata
a Lei n. 8.987/1995, quando não envolver contraprestação pecuniária do parceiro público ao
parceiro privado.”, ou seja, para poder ser uma PPP, é preciso ter uma contraprestação do
Poder Público.
Sendo assim, a adoção da concessão comum se divide em: I – concessão de serviço
público e II – concessão de serviço público precedida da execução de obra pública. Em
outras palavras, não existe a concessão para obras públicas, na verdade, trata-se de con-
cessão de serviço público. Posto isso, por exemplo, realiza-se a concessão de serviço para
a manutenção da rodovia ou primeiramente se faz a concessão para construir a rodovia e
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depois para a sua manutenção. Ambas precisam de licitação na modalidade de concorrência


ou diálogo competitivo e têm estabilidade. Portanto, a diferença é que uma é concessão do
serviço e a outra é concessão do serviço com a obra feita anteriormente.
No que tange à concessão especial, existem a concessão patrocinada e a concessão
administrativa. Na concessão patrocinada, o texto dispõe que: “É a concessão de serviços
públicos ou de obras públicas de que trata a Lei n. 8.987/1995, quando envolver, adicional-
mente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao par-
ceiro privado.”, isto é, além de o usuário pagar uma tarifa, o Poder Público ainda oferece uma
contraprestação, por isso, ela é obrigatória também. Entretanto, ainda há o patrocínio do
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usuário, assim, existem duas fontes de custeio.
Em relação à concessão administrativa, “É o contrato de prestação de serviços de que a
Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra
ou fornecimento e instalação de bens.”, isso significa que existe apenas um usuário, ou seja,
a própria Administração que também fará a contraprestação. Nota-se que em ambos os tipos
de concessão se tem a contraprestação, uma vez que sem isso não pode ser caracterizado
como parceria público-privada. Caso contrário, trata-se de concessão comum.
Outro ponto importante: “É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:
I – cujo valor do contrato seja inferior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais); II – cujo
período de prestação do serviço seja inferior a cinco anos – no caso, vai de cinco a 35 anos
–; e III – que tenha como objeto único o fornecimento de mão de obra, o fornecimento e ins-
talação de equipamentos ou a execução de obra pública.”. Com isso, jamais haverá somente
mão de obra, fornecimento e instalação de equipamentos ou apenas execução da obra, é
necessário ter objeto múltiplo.

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/CEBRASPE/2021) Considerando as normas e os princípios de direito econô-
mico, julgue o item a seguir:
É permitida a constituição de parceria público-privada para a exploração de uma con-
cessão comum, desde que essa parceria não envolva uma contraprestação pecuniária
do parceiro público.
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COMENTÁRIO
Para ocorrer a parceria público-privada os riscos devem ser compartilhados entre iniciativa
privada e Poder Público.

2. FGV/IMBEL/2021/) De acordo com a Lei n. 11.079/2004, assinale a opção que indica


um possível contrato de Parceria Público Privada para prestação de serviços:
a. contrato de R$ 5.000.000, com prazo de 5 anos.
b. contrato de R$ 12.000.000, com prazo de 10 anos.
c. contrato de R$ 15.000.000, com prazo de 3 anos.
d. contrato de R$ 20.000.000, com prazo de 4 anos.
e. contrato de R$ 30.000.000, com prazo de 2 anos.

COMENTÁRIO
Sabe-se que o valor mínimo para a prestação de serviços por meio de parceria público-
-privada é de R$ 10.000,000 e o prazo é de no mínimo 5 anos podendo chegar a 35 anos.

3. (CESPE/PREFEITURA DE SALVADOR/BA/2019) Considere que o Estado da Bahia,


com o intuito de reduzir a superlotação carcerária da região, decida construir uma nova
penitenciária. Para a tarefa, o Estado, que será responsável pela fiscalização do ser-
viço, opta por contratar uma empresa privada para a construção e administração da
penitenciária, por meio de licitação, remunerando-a de acordo com o número de deten-
tos presentes no complexo. Sabe-se também que o valor previsto do acordo será de
30 milhões de reais e terá vigência de 25 anos. Em relação à situação apresentada, é
15m
correto afirmar que o acordo realizado entre o Estado da Bahia e a empresa vencedora
da licitação representa um exemplo de:
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a. Parceria Público Privada, na modalidade de concessão administrativa.


b. Parceria Público Privada, na modalidade de concessão patrocinada.
c. Concessão comum, na modalidade pregão.
d. Autorização, de caráter precário e discricionário.
e. Publicização, vinculando a Organização Social ao Poder Público.

COMENTÁRIO
Sabe-se que o caso referente se trata de licitação, na qual o usuário não paga nenhuma
tarifa, somente o Poder Público.

4. (VUNESP/CÂMARA DE BOITUVA/SP/2020) Determinado município paulista pretende


celebrar contrato de parceria público-privada relativo à concessão de serviço público
cujo valor é de R$ 20.000.000,00 e com prazo de prestação de serviço de 10 anos, em
situação em que, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, há a necessidade de
contraprestação pelo poder público ao parceiro privado. Diante da situação mencionada
e considerando a lei de regência, assinale a alternativa correta:
a. Não é possível celebrar contrato de parceria público privada tendo em vista o elevado
valor do contrato.
b. Somente seria possível a celebração do contrato de parceria público privada em caso
de prazo de prestação de serviço não superior a cinco anos.
c. É possível a celebração do contrato de parceria público privada, que se amolda à
modalidade legal denominada “concessão administrativa”.
d. É possível a celebração do contrato de parceria público privada, que se amolda à
modalidade legal denominada “concessão patrocinada”.
e. É possível a celebração do contrato de parceria público privada, e a lei estabelece
“ordem bancária” como única forma possível de contraprestação pela Administração
Pública ao parceiro privado.

COMENTÁRIO
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Sabe que a lei em regência citada é a Lei n. 11.079/2004 e que ambos, Poder Público e
Iniciativa privada, compartilham os riscos, além de que há uma tarifa adicional cobrada
aos usuários.

5. (CESPE/CE/2019) De acordo com a Lei n. 11.079/2004, para todos os casos em que se


pretenda adotar uma parceria público-privada é necessário que:
a. o prazo de vigência do contrato a ser firmado não ultrapasse o limite de dez anos.
b. o valor do contrato a ser firmado seja igual ou superior a dez milhões de reais.
c. a contraprestação pecuniária exclua a tarifa cobrada dos usuários do serviço público
a ser contratado.
d. as penalidades contratualmente previstas sejam restritas ao parceiro privado.
e. o objeto do contrato exclua a execução de obras pelo parceiro privado.

COMENTÁRIO
Sabe-se que segundo a Lei n. 11.079/2004, o prazo de vigência deve ser de no mínimo 5
anos com o valor inicial de R$ 10.000.000,00. Além disso, não exclui a tarifa dos usuários
e as penalidades são aplicadas tanto ao Poder Público quanto ao parceiro privado, bem
como a sua atuação na execução de obras.

Para a firmação de contrato, exige-se a sociedade de propósito específico. Dessa forma,


o artigo 9º dispõe que:
“Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito especí-
fico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.” Em outras palavras, é a necessi-
20m
dade de haver alguém gerenciando a contratação.

DIRETO DO CONCURSO
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6. (FGV/IMBEL/2021) De acordo com a Lei n. 11.079/2004, antes da celebração do con-


trato de Parceria Público Privada, deverá ser constituída sociedade de propósito espe-
cífico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria. Em relação a essa socie-
dade, assinale a afirmativa correta:
a. Pode assumir a forma de companhia aberta, com valores mobiliários admitidos à
negociação no mercado.
b. Deve ter a Administração Pública como titular da maioria do capital votante.
c. É isenta de elaborar e apresentar demonstrações financeiras padronizadas.
d. É isenta de obedecer a padrões de governança corporativa.
e. Deve assumir a forma de sociedade limitada por quotas.
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COMENTÁRIO
Observar o art. 9º referente à sociedade de propósito específico.

Quando se observa a concessão, é importante analisar também as suas formas de extin-


ção. É fato que a concessão se caracteriza pela estabilidade, no entanto, existem alguns
modos de ser extinta, a primeira é pelo prazo, ou seja, se o contrato era de 15 anos, ocorre
o advento do termo contratual. Por outro lado, a encampação e a caducidade são maneiras
de extinguir o contrato antes do fim da determinação do tempo. Em situação de interesse
público, tem-se a encampação que exige que lei autorizativa específica e prévio pagamento
de indenização, ao passo que na caducidade, ocorre em razão da inexecução total ou par-
25m
cial do contrato, isto é, descumprimento do contrato por parte da concessionária. No caso
da caducidade, há um processo administrativo que será extinto por meio de decreto. Ade-
mais, apresenta também processo indenizatório, pois em todas as hipóteses de extinção,
possibilita-se o pagamento de indenização pelos “bens reversíveis”, os quais são bens que
a empresa adquire para prestar o serviço, porém o Poder Público precisará após a extinção.
Nessa situação, o pagamento é posterior à apuração do saldo, haja vista que se tem uma
inexecução, pode ter sido aplicada uma multa.
No que se refere à rescisão judicial, “O contrato de concessão poderá ser rescindido por
iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder
concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim.”, isso significa
que o Poder Público está descumprindo o acordo, todavia, a empresa não pode extinguir
unilateralmente. Para isso, precisa recorrer judicialmente. Isso é consequência do princípio
da continuidade do serviço público que não permite paralisação. Posto isso, mesmo que haja
uma sentença tratando sobre extinção, se houver recurso, é preciso esperar até acabar.
Por fim, tem-se a anulação que ocorre por ilegalidade do contrato e a falência ou extin-
ção, como o nome diz, é quando a empresa entra em falência, portanto, impossibilitando a
continuidade dos trabalhos.
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DIRETO DO CONCURSO
7. (FGV/SALVADOR/BA/2019) O Município de Salvador, após regular processo licitatório
na modalidade concorrência, celebrou contrato de concessão com determinada socie-
dade empresária para prestação do serviço público de transporte coletivo intramunicipal
de passageiros. Durante o prazo de vigência do contrato de concessão, o poder con-
cedente retomou a prestação do serviço, por motivo de interesse público, mediante lei
autorizativa específica aprovada pela Câmara. Na hipótese descrita, de acordo com a
Lei n. 8.987/1995 ocorreu a extinção da concessão por:
a. caducidade, com o prévio pagamento de indenização.
b. revogação, com o ulterior pagamento de indenização.
c. anulação, com o prévio pagamento de indenização.
d. encampação, com o prévio pagamento de indenização.
e. rescisão, com o ulterior pagamento de indenização.

COMENTÁRIO
Há somente uma possibilidade de extinção, quando se trata de interesse público.

8. (CESPE /MS/2019) A respeito do regime de concessão e permissão da prestação de


serviços públicos, julgue o item subsecutivo:
A transferência de concessão ou de controle societário da concessionária sem a prévia
anuência do poder concedente implicará a caducidade da concessão.

COMENTÁRIO
Sabe-se que a caducidade acontece por meio de descumprimento. Se há uma transferên-
cia da concessão sem a prévia anuência, está-se descumprindo, se há descumprimento,
há somente uma possibilidade de extinção.
30m

GABARITO
1. Errado
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2. B
3. A
4. D
5. B
6. A
7. D
8. C

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Vandre Borges de Amorim.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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