Como Produzir Morango

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morangos
COMO CULTIVAR MORANGO
MATERIAL AGRONÔMICO
SUMÁRIO
1. SOBRE O MORANGO;
2.ESCOLHER A VARIEDADE DO MORANGO;
3.CLIMA;
4.LOCAL DO PLANTIO;
5.PLANEJAR A PRODUÇÃO;
6.DETERMINE A QUANTIDADE DE MUDAS; NECESSÁRIAS EM
CADA CANTEIRO;
7.PREPARO DO SOLO;
8.ADUBAÇÃO DE PLANTIO;
9.PLANTIO;
10.TRATOS CULTURAIS;
11.FERTIRRIGAÇÃO;
12.PRINCIPAIS DOENÇAS DO MORANGUEIRO; 13.PRINCIPAIS
PRAGAS QUE ATACAM O MORANGUEIRO;
14.COLHEITA E PÓS-COLHEITA;
15.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

SOBRE O MORANGO
O morango é uma fruta de mercado em expansão, com bastante
demanda junto ao consumidor em virtude de características
visuais, sabor, coloração, aroma e bom valor nutricional. Sua
cultura vem se desenvolvendo lucrativamente no Brasil, com
destaque para os estados da Região Sudeste (SP, RJ, ES e MG),
Sul (SC, RS e PR) CentroOeste (GO e DF). Porém, há
crescimento da produção em outros estados e também na
região nordestina, com destaque para o estado da Bahia. A
produção de morangos no mundo está estimada em 3,6 milhões
de toneladas, sendo que os principais países produtores são
Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão.

A cadeia produtiva do morango envolve diversos segmentos


para o desenvolvimento da cultura, contribuindo positivamente,
direta e indiretamente nos setores de insumos, embalagens,
frigorificação, processamento, transporte, mercados atacadistas
e varejistas (ZAWADNEAK, 2014).
O cultivo do morango gera cerca de 10 empregos diretos por ha,
principalmente na colheita e embalagem, fase que requer
trabalho intenso e exaustivo dos produtores e trabalhadores.

O morangueiro pertence à família Rosaceae, subfamília Rosoidea,


gênero Potentilla e gênero Fragaria. É uma planta herbácea
estolonífera, perene, com caule semisubterrâneo, conhecido como
coroa (caule modificado), possui estolões ou caules que se
desenvolvem a partir das gemas basais das folhas, crescem sobre a
superfície do solo e tem a capacidade de emitir raízes e dar origem a
novas plantas.

As pétalas são livres, lobuladas, brancas ou avermelhadas, dispostas


ao redor do receptáculo proeminente o qual, após a fecundação dos
pistilos, se transforma no morango. Desta forma, os morangos são
frutos falsos, sobre os quais se encontram os aquênios, que são os
frutos verdadeiros.

As raízes originam-se das coroas na forma de um sistema


fasciculado. Os aquênios, que contêm uma única semente até
podem ser plantados, pois germinam normalmente, porém, devido a
possibilidade de grande variação genética, resultante dessa forma de
reprodução (sexuada), é preferível a reprodução por mudas
(assexuada), que origina plantas clones, com características próprias
de cada variedade. Flor do morangueiro: (A) os estigmas,
responsáveis por receber o pólen, são as extremidades dos pistilos
(órgãos femininos) que formam a parte central da flor (miolo); (B) as
anteras, responsáveis pela produção do pólen, são a porção superior
dos estames (órgãos masculinos) e ficam ao redor do miolo. A
autopolinização (C) é a deposição do pólen da antera no estigma da
própria flor ou no estigma de flores da mesma planta.

Fonte: Kátia Sampaio Malagodi Braga. A polinização por diferentes


espécies de abelhas é essencial na produção de morango. A
presença de uma diversidade de abelhas nas flores do morangueiro
melhora a produtividade, a qualidade e até aumenta a durabilidade
da fruta.
Morangos polinizados por diferentes espécies desses insetos são
mais pesados (possuem maior massa fresca), apresentam menos
deformações, coloração vermelha mais intensa e atingem grades de
classificação comercial mais elevada.

Eles também são mais firmes e apresentam maior tempo de


prateleira. Para favorecer a abundância e a diversidade de abelhas
na cultura, ao longo da florada, recomenda-se cultivar o morangueiro
próximo à vegetação natural, restaurar e diversificar áreas de
florestas próximas, além de realizar a limpeza das plantas, tornando
suas flores mais visíveis e acessíveis aos polinizadores, além de
evitar uso de agrotóxicos que possui alta toxicidade para abelhas.

A planta é rasteira, formando pequenas touceiras que aumentam


com o tempo. Apresenta características de planta perene, porém é
cultivada como planta anual, porque no verão ocorre a diminuição da
floração e frutificação e aumenta a incidência de doenças, levando o
produtor a renovar o plantio (FILGUEIRA, 1982).
As raízes do morangueiro podem atingir de 50 cm a 60 cm de
profundidade e são constantemente renovadas (PIRES, 1999).
Segundo Roque (1998), aproximadamente 95% das raízes se
localizam nos primeiros 22 cm de solo, havendo poucas que
ultrapassam 30 cm.
ESCOLHER A VARIEDADE DO MORANGO
As variedades do morango possuem rápida frutificação, com
produção de frutos já nos dois primeiros meses do ciclo
produtivo, possibilitando retorno financeiro para o produtor no
início do negócio.

As variedades de dias curtos são aquelas que têm as floradas


influenciadas pelo período curto de luz, ou seja, com menos de
oito horas diárias.

Oso Grande:variedade de origem americana com plantas


vigorosas e produtivas e recomendação de plantio no final do
verão (fevereiro e março) com colheitas no inverno e na
primavera. É a cultivar mais plantada no Brasil.

Camarosa:variedade mais plantada mundialmente e com boa


adaptação climatológica. Possui frutos grandes e saborosos
com coloração em vermelho intenso. O excesso de nitrogênio
no solo pode gerar plantas vigorosas, mas com pouca floração.
É a variedade com muita procura pelas agroindústrias devido à
alta produtividade e ao teor de açúcares.
Camino Real: variedade muito produtiva, resistente à

antracnose, porém sensível a algumas doenças como a


pestalotiopis e ao oídio. É uma planta de porte menor quando
comparada às outras variedades, mas com capacidade
produtiva superior quando manejada adequadamente.
Raramente apresenta frutos deformados e é sensível aos
produtos à base de enxofre.

Festival:variedade de origem americana. Planta de médio

vigor, bastante resistente ao efeito das chuvas, preferindo um


plantio mais tardio, já no outono, com frutos uniformes, cor
vermelha externa e internamente.

Conheça as variedades (neutras) adaptadas aos dias curtos e


longos

As variedades neutras são aquelas adaptadas a dias curtos ou


longos e que podem florescer em qualquer época do ano, desde
que a média de temperatura seja adequada. Podem ser
plantadas em qualquer época, porém, no período chuvoso,
recomenda-se o cultivo protegido, ou seja, com o uso de túneis
de plástico ou estufas.

Albion:variedade de origem na Universidade da Califórnia (UC),


com excelente sabor, cor, tamanho e produtividade.
San Andréas: variedade de origem na UC com boa
qualidade de frutos e resistente a algumas doenças. A planta é
vigorosa, com frutos grandes e bom sabor.
Monterrey: variedade de origem na UC, com excelente

resistência a doenças, vigor e qualidade de frutos. Apresenta


frutos mais longos, firmes e com sabor marcante, o que a
diferencia de outras cultivares neutras. Apresenta-se um pouco
mais tardia em relação às variedades Albion e San Andréas.
Atualmente, só é possível adquiri-la importando do Chile ou da
Argentina.

É
Portola:variedade de origem na UC. É a mais produtiva das

cultivares neutras e apresenta frutos medianos menos firmes


que as variedades anteriores. As mudas podem ser adquiridas
via importação.

Aromas: variedade de origem na UC, com excelente

produtividade, frutos medianos, sabor um pouco ácido, boa


resistência a doenças, porém sensível ao ataque de ácarorajado.

Cristal: variedade de origem espanhola, com boas


características de produtividade e sanidade, frutos firmes, bom
formato e tamanho. Pode ser importada do Chile.

CLIMA
A planta do morangueiro se adapta a uma ampla faixa de
condições climáticas, porém a cultura comercial poderá
proporcionar um bom resultado se estas condições estiverem
numa amplitude ideal.

Temperatura

Uma amplitude ideal para a produção de morango está em uma


faixa que vai de 15°C a mínima e 28°C a máxima; acima ou
abaixo desta faixa a planta poderá perder potencial produtivo.

Umidade do ar

A umidade do ar também influencia no desenvolvimento da


cultura, o ideal é que a cultura se desenvolva em umidade
próxima a 60%. Umidade muito baixa provoca proliferação de
ácaros rajados e umidade muito alta, provoca o aparecimento de
algumas doenças nas folhas e frutos, além de tornar os frutos
insípidos devido ao baixo acúmulo de sólidos solúveis. Em caso
de baixa umidade, o manejo de irrigação por aspersão poderá
proporcionar um nível adequado.
Ventos fortes

Em regiões onde predominam ventos fortes, deverá ser feita


barreira de proteção ou plantio intercalar de inhame separando
talhões, para evitar ressecamento excessivo das folhas e
acúmulo de poeiras nos frutos.

LOCAL DO PLANTIO
A escolha do local de plantio deverá ser feita de forma
planejada, com pelo menos um ano de antecedência, para que
haja tempo de fazer uma adubação verde ou deixar a área em
descanso (pousio), de forma a proporcionar redução na
população de fungos fitopatogênicos no solo.

É importante que a área de plantio da lavoura de morango tenha


as seguintes condições:

Bom acesso a maquinário e mão de obra;


Ser próximo do local de seleção e embalagem para evitar danos
durante o transporte;
Possuir água em quantidade e qualidade para irrigação; Ter
proteção contra entrada de animais na lavoura; Possuir barreira
contra ventos fortes;

Evitar áreas que tenham sido cultivadas anteriormente com morango,


solanáceas;
Esperar a decomposição dos resíduos vegetais incorporados no
preparo do solo;
Não plantar em solos com infestação de nematóides e cupins;
Evitar plantio próximo a plantas hospedeiras de ácaros e tripes, tais
como: jiló, berinjela, maxixe, vagem, pepino, etc.

PLANEJAR A PRODUÇÃO
A maior parte da produção do morangueiro é plantada em
canteiros diretamente no solo, o que também pode ocorrer de
forma suspensa. Ambos os sistemas devem ser planejados com
antecedência, pois influenciam diretamente no investimento e
manejo da produção.

Defina a quantidade de produção

As variedades de morangueiro possuem média de produção


entre 30 e 35 toneladas por hectare, podendo chegar a 60
toneladas, a depender da tecnologia empregada. A definição da
quantidade de produção vai depender da área disponível para
plantio, mão de obra e tecnologia empregada, além dos
recursos financeiros disponíveis para investimento.
Calcule a necessidade de mudas

A quantidade de mudas necessária para o plantio é calculada


com base na produção esperada, incluindo uma margem de
segurança de, pelo menos, 10% para possíveis perdas. Por
exemplo, para a produção de 15 a 20 toneladas por hectare, o
produtor deve ter 2.500 m²disponíveis, de modo a comportar,
aproximadamente, 40 canteiros com dimensões de 1 m de largura
por 50 m de comprimento.

Defina os canteiros
Para a definição dos canteiros, é importante conhecer os tipos
existentes e saber o total de mudas a serem cultivadas.
Conheça os tipos de canteiro

1. Utilize o comprimento máximo de 50 m para os canteiros.


2. Os canteiros suspensos facilitam o manejo e os tratos culturais,
mas exigem mais investimentos financeiros.

Estabeleça o espaçamento entre as mudas


O espaçamento recomendado para o plantio em canteiros varia
de 20 cm entre plantas e 30 cm entre fileiras.
Estabeleça o número de linhas por canteiro
Pode-se adotar de duas a quatro linhas de plantas por canteiro.
DETERMINE A QUANTIDADE DE MUDAS
NECESSÁRIAS EM CADA CANTEIRO
Calcule a quantidade de mudas para canteiros de duas linhas
Sendo:

Espaçamento das plantas = 0,20 m x 0,30 m Comprimento do


canteiro = 50 m
Largura do canteiro = 1 m
Área da planta = 0,20 x 0,30 = 0,06 m² Área do canteiro = 50 x 1 = 50

Total de plantas no canteiro = 50 / 0,06 = 833 mudas


• Considerando-se 10% de perdas, o total de mudas a ser adquirido
seria:

Quantidade de mudas a ser adquirida = 833 + 10 % = 833 + 83 = 916


mudas por canteiro de 50 metros de comprimento.

Calcule a quantidade de mudas para canteiros de três linhas com 1,2


metro de largura

Considere:

Espaçamento das plantas = 0,20 m x 0,30 m


Comprimento do canteiro = 50 m
Largura do canteiro = 1,2 m
Área da planta = 0.20 x 0,30 = 0,06 m2
Área do canteiro = 50 x 1,2 = 60 m²

Total de plantas no canteiro = 60/0,06 = 1.000 mudas


• Considere 10% de perdas o total de mudas a ser adquirida seria:

1.000 mudas + 10% = 1.000 mudas + 100 mudas = 1.100 mudas por
canteiro de 50 metros de comprimento
Calcule a quantidade de mudas para canteiros de 1,2 metros de
largura

Para o cálculo da quantidade de mudas no canteiro de três linhas


com 1,2 metros de largura, pode ser usada a fórmula:

Espaçamento das plantas = 0,30 m x 0,30 m


Comprimento do canteiro = 50 m
Largura do canteiro = 1,2 m
Área das plantas = 0,30 m x 0,30 m = 0,09 m²
Área do canteiro = 50 m x 1,2 m = 60 m²

Total de plantas no canteiro = área do canteiro / área da planta


Total de plantas por canteiro = 60 / 0,09 = 666 mudas Considere 10%
a mais de mudas devido às perdas. Total de mudas a ser adquirida =
Total de plantar por canteiro + 10% de mudas
Total de mudas a ser adquirida = 666 mudas + 10 % = 666 mudas +
66 mudas = 732 mudas por canteiro de 50 metros de comprimento.
PREPARO DO SOLO
As operações necessárias para um bom preparo de solo vão
depender de como está a área a ser cultivada.
Aração e subsolagem

Se houver histórico de compactação de solo na área de cultivo,


poderá ser utilizado subsolador para o solo seco ou utilizar o
arado se o solo estiver úmido para romper a camada
compactada, favorecendo a confecção de um canteiro alto que
facilitará a colheita.

Gradagem

De maneira geral, recomendam-se duas gradagens de 20 a 25


cm de profundidade, com intervalo de pelo menos uma semana
entre a primeira e a segunda para incorporação do calcário, se
for necessário e houver vegetação espontânea ou restos
culturais.

Encanteiramento
Após a gradagem, deverá ser usado o equipamento
rotocanteirador para levantar os canteiros.

A primeira passada do rotocanteirador servirá apenas de marcação


onde deverá ser distribuída a adubação orgânica e mineral, em
seguida deverá encanteirar novamente para incorporar estes adubos
no canteiro.

Na confecção dos canteiros, deve-se levar em conta que o solo será


coberto com filme plástico (mulching). Sendo assim, os canteiros
deverão ter altura de pelo menos 30 cm, livre de torrões, o que
facilita a fixação do filme plástico e também a drenagem, já que a
irrigação será do tipo localizada por gotejamento.
ADUBAÇÃO DE PLANTIO
Adubação orgânica

A matéria orgânica atua como condicionador de solo,


melhorando suas características químicas, físicas e biológicas.
Vantagens de sua utilização:
• Melhora a estrutura do solo;
• Aumenta a retenção de água no solo;
• Melhora a aeração;
• Fornece macro e micronutrientes;
• Aumenta a atividade microbiana;
• Aumenta a retenção e disponibilidade de nutrientes;
• Promove a descompactação dos solos;
• Aumenta a capacidade de infiltração de água, diminuindo
processos erosivos, promovendo a conservação do solo e da
água;
• Mantém estável a temperatura e os níveis de acidez do solo.

Entretanto, a adubação orgânica deve ser utilizada com cautela,


principalmente se a fonte apresentar baixo teor de carbono (C) e
alto teor de nitrogênio (N), ou seja, relação C/N baixa. Conforme
a quantidade, isto poderá ocasionar um exagerado
desenvolvimento vegetativo e problemas fitossanitários.

Se for utilizada matéria orgânica com alta relação C/N, onde se tem
alto teor de carbono em relação ao nitrogênio, haverá dificuldade de
decomposição do material no solo, podendo ocasionar carência de
nitrogênio para a cultura e aparecimento de pragas que se alimentam
de material fibroso, tais como: coró, cupim, etc. O ideal seria utilizar
fontes que apresentem relação C/N entre 15/1 e 25/1. Outros fatores
a serem levados em consideração na utilização da matéria orgânica
são os custos de aquisição e o transporte até a propriedade.

A adubação verde plantada na área a ser cultivada é uma forma de


reduzir os custos de aquisição de matéria orgânica, além de quebrar
o ciclo de fungos, bactérias e nematóides. Para isso, deverá ser feito
um planejamento de forma a organizar as datas de plantio para ter
tempo de realizar todas as operações de preparo de solo. Poderá ser
usado o plantio de gramíneas como: milho grão ou milheto ou
leguminosa como: Crotalaria Juncea ou ainda o consórcio de
gramíneas e leguminosas.

Adubo de fezes de animais


Caso haja disponibilidade de adubo de gado ou de galinha na
região, estes devem ser incorporados ao solo com antecedência
mínima de 15 dias e irrigados. Esse período é importante para a
fermentação dessas fontes e para a redução novamente da
temperatura, de modo a não provocar mortalidade das mudas e
nem contaminar as plantas com coliformes fecais prejudiciais à
saúde.

Em solos com até 3% de matéria orgânica poderá ser aplicado em


torno de 2 kg de adubo de galinha ou 3 kg de adubo de gado por
m²de canteiro.

Adubos orgânicos estabilizados

Na região do Distrito Federal vem aumentando a utilização de


adubos orgânicos fermentados como o Bokashi, que é
fermentado com utilização de farelos e adubos de galinha, além
de conter algumas fontes minerais. Esta fonte traz mais
segurança na aplicação, por estar com a fermentação
estabilizada e por possuir uma composição mais equilibrada de
nutrientes, além de facilitar a distribuição.

A recomendação de Bokashi para morangueiro é 01 kg por m²de


canteiro.
Adubação mineral

Para a determinação da necessidade de adubação na cultura do


morangueiro é necessária a realização de análise de solo
completa, além do conhecimento do histórico da área. A partir
do resultado desta análise, o próximo passo será a classificação
do solo em relação ao seu nível de fertilidade, o que poderá ser
feito com base na tabela 3. Por exemplo, o resultado da análise
mostrou que o solo tem 11 ppm de fósforo (P) e 61 cmolc /cm3
de potássio (K), ele será classificado como sendo de média
fertilidade para P e K.
A partir de estudos realizados na região de Brazlândia-DF pela
Emater-DF (PEREIRA, 1994), preconizou-se a seguinte adubação,
com base nos resultados de análise de solo, para uma produtividade
de 40 t por ha (Tabela 2).

Assim, no exemplo citado acima, em que o fósforo e o potássio


foram classificados como de fertilidade média, deveríamos realizar
uma adubação de plantio com 600 kg por ha (kg/ha) de P2O5 200
kg/ha de K2O, 50 kg/ha de N (Tabela 3).
Os adubos orgânicos e minerais deverão ser distribuídos a lanço e
incorporados de 10 a 15 dias antes do plantio, lembrando que os
adubos orgânicos deverão estar bem curtidos.
É importante salientar que outros macronutrientes são essenciais
para a cultura do morangueiro, como cálcio, magnésio e enxofre.
Eles estão presentes em fertilizantes simples, formulados, calcário,
gesso agrícola e adubos orgânicos e deverão ser também
contemplados no balanceamento da adubação.

Os micronutrientes como zinco, boro, ferro, cobre, manganês e


molibdênio podem ser aplicados de forma isolada ou em complexos
de micronutrientes, caso a análise indique nível baixo dos mesmos.
PLANTIO
O plantio é feito sobre canteiros previamente preparados, com a
largura variando de 1,0 a 1,2 m, que podem comportar de duas a
três fileiras longitudinais, espaçadas 25 a 35 cm, entre si.

Para plantios de safra normal, feita em março, utiliza-se 3 linhas


de plantio, espaçadas 35 cm que comporta uma população de
53.000 plantas/ha; para plantio de entressafra feita em
junho/julho utiliza-se 2 linhas mais ao centro do canteiro para
evitar perdas com respingos de chuva, espaçadas 25 cm entre
plantas, a cada 02 canteiros deixa-se um espaço de 80 cm para
montagem dos túneis altos. Em 01 ha, pode-se montar 25 túneis
com 02 canteiros de 100 m, que dá uma população de 40.000
plantas.

Na operação do plantio deve-se tomar o cuidado para não cobrir


a coroa das mudas com terra, cobrindo-se apenas as raízes, a
fim de evitar mortalidade, reduzindo com isso, os gastos com
replantio.

Outro cuidado durante o plantio é com o alinhamento das mudas no


canteiro, evitando problemas posteriores na colocação do plástico. O
uso de marcadores feitos de madeira, com riscadores distanciados
30 cm entre si, permite o correto alinhamento.
A aplicação do mulching poderá ser manual ou mecanizada.

Manual:o mulching é distribuído e esticado sobre o canteiro e


nas bordas é colocado terra para fixação. No Distrito Federal, é
comum se plantar as mudas diretamente nos canteiros, colocar
irrigação por gotejamento e aplicar o mulching quando as
mudas já estão enraizadas no solo. É uma operação delicada,
pois o mulching é colocado por cima das plantas em
desenvolvimento.

Mecanizada: a aplicação é realizada com equipamento aplicador


de mulching que também distribui as mangueiras de
gotejamento ao mesmo tempo. O serviço é feito em canteiros
previamente levantados em que o equipamento distribui as
mangueiras gotejadoras e o mulching, que é fixado nas laterais
dos canteiros com terra. Esta operação reduz o tempo e custo
de mão de obra. Neste caso as mudas serão plantadas
diretamente sobre o mulching. Recomendase utilizar mudas
sadias e que contenham reservas para melhor pegamento.

O uso de cobertura plástica nos canteiros tem a função de controlar


ervas infestantes e de proteger os frutos do contato com o solo.
Existem vários tipos de mulching no mercado, o tipo mais
recomendado seria o mulching prata ou dupla face preto e branco,
com a face branca para cima.

O mulching preto provoca muito aquecimento na região das raízes


ocasionando o aumento de doenças radiculares. O mulching dupla
face mantém a temperatura do canteiro mais baixa devido à
reflexibilidade da luz, o que ajuda também a repelir alguns insetos,
mas tem o problema de refletir muita luz nos olhos dos trabalhadores
que colhem os morangos. O mulching prata é uma alternativa
intermediária para manter a temperatura amena sem provocar danos
à visão dos trabalhadores.

TRATOS CULTURAIS
Irrigação

O morangueiro é uma cultura exigente em água e os períodos


críticos de necessidade hídrica ocorrem logo após o transplante
das mudas, na formação dos botões e, especialmente, na
floração e frutificação. Por outro lado, o excesso de água é
extremamente prejudicial à cultura, pois favorece o
desenvolvimento de doenças de difícil controle, principalmente
as do sistema radicular. Além disso, o excesso de água
prejudica a absorção de nutrientes e o desenvolvimento
radicular, fatores que ocasionam queda de produtividade na
cultura do morango.

Métodos de Irrigação
Aspersão

Atualmente, este método de irrigação tem sido utilizado como


coadjuvante do sistema de irrigação por gotejamento. Seu uso
está restrito à fase de pegamento de mudas para quem planta
diretamente no canteiro para posterior colocação do mulching,
para manejar a população de ácaro rajado e para lavar os
resíduos de aplicação de agrotóxicos e poeira das folhas da
cultura. Embora sua utilização seja em épocas específicas,
como forma de manejo é extremamente importante para a
condução da cultura.
Localizada ou Gotejamento

A irrigação por gotejamento possui eficiência de 95%. A água é


aplicada próxima às raízes de forma que não é afetada pelo
vento evitando-se, assim, desperdícios.

As vantagens desse método são:


• Maior eficiência de irrigação;
• Possibilita a automação;
• Maior eficiência na nutrição de plantas por meio da água de
irrigação (fertirrigação);
• Menor gasto de água e energia elétrica, se manejado
corretamente.
As desvantagens são:

• Menor durabilidade;
• Necessidade de mão de obra especializada na montagem; •
Maior necessidade de manutenção e sistemas de filtragens;
• A não remoção de resíduos de poeira e agrotóxicos dos frutos;
• Possibilidade de aumento da população de ácaros em razão da
ausência do controle físico de ovos e adultos.

Recomenda-se que o comprimento máximo de canteiro para


utilização do sistema de gotejamento não ultrapasse os 70 m,
em razão da falta de uniformidade de pressão, e
consequentemente de vazão, ao longo do tubo gotejador.
Manejo de irrigação

Independentemente do sistema de irrigação utilizado, se não for


bem manejado, poderá ter sua eficiência reduzida, e com isso
ter um aumento no consumo de água e energia elétrica.

O uso de tensiômetro ainda é o método mais eficiente para o


monitoramento da água no solo, seu custo de aquisição vem se
tornando acessível devido à concorrência e sua funcionalidade
melhorando; hoje já tem equipamento com leitura digital.

Os cuidados na instalação e manutenção tem dificultado a


adoção em larga escala deste equipamento. Outro equipamento
de menor custo e facilidade de manejo é o Irrigas, desenvolvido
pela Embrapa Hortaliças, que consiste na montagem de duas
cápsulas porosas semelhantes a vela de filtro de barro, em duas
profundidades para monitorar a tensão da água no solo.

Devido à menor necessidade de manutenção e baixo custo,


torna-se uma interessante ferramenta de suporte ao manejo da
irrigação. A desvantagem neste instrumento reside no fato dele
apenas indicar o momento da irrigação e não a quantidade de
água a ser aplicada.
Outro método de manejo utilizado é o tato-aparência, que consiste
em um método empírico. Inicialmente, deve-se comprimir um
punhado de solo, oriundo da profundidade de 0 a 25 cm (onde se
encontra a maior parte das raízes efetivas do morangueiro), contra a
palma da mão tentando formar um torrão: se houver a formação de
um “bolo” úmido, é sinal de que existe uma boa quantidade de água
armazenada no solo.

Se houver o escorrimento de água, é sinal de que há uma grande


quantidade de água armazenada ou que a irrigação foi feita em
excesso; e, por fim, se o torrão se esfarelar, é sinal de que não há
água suficiente no solo, necessitando, portanto, aumentar o tempo
de irrigação.

Limpeza ou toilette

É a operação de limpeza da planta para conferir maior


arejamento, luminosidade e para conter excesso de vigor.
Geralmente é feita quando a planta emite muito estolão ou após
a colheita do cacho para retirar folhas e cachos secos que já
frutificaram.

FERTIRRIGAÇÃO
É a técnica de nutrição de plantas que utiliza a água de irrigação
para levar nutrientes à cultura cultivada. Esta aplicação é feita por
meio do sistema de sucção ou de injeção acoplado ao sistema de
irrigação e visa suprir as demandas de nutrientes em complemento à
adubação de base, principalmente nitrogênio, potássio e
micronutrientes. Esta deve ser iniciada na primeira florada entre 30 a
40 dias do transplantio.

O intervalo entre as adubações de cobertura depende de uma


avaliação das características nutricionais da planta para evitar
excesso ou déficit de nutrientes que poderão trazer prejuízos à
produção. Vistorias semanais para avaliar vigor, sanidade e
desenvolvimento deverão ser feitas, com vistas a avaliar a
necessidade de ajustes nas quantidades de nutrientes fornecidas.

Como a quantidade de micronutriente a ser usada na fertirrigação é


muito pequena recomenda-se a utilização de um coquetel de
micronutrientes, descrito na tabela abaixo, para facilitar o manejo de
aplicação.
A aplicação de micronutrientes pode ser feita uma vez por semana,
juntamente com a fertirrigação dos macronutrientes na proporção de
100 ml do coquetel da tabela para 1.000 m de mangueira.

Para limpeza dos gotejadores, utilizam-se 50 ml de ácido fosfórico


para cada 1.000 m de mangueira por semana, após a fertirrigação.
Recomenda-se aplicar os fertilizantes em dias alternados, para evitar
a aplicação de misturas de fertilizantes que poderão ocasionar
incompatibilidade entre os nutrientes.

É o caso de produtos que contenham cálcio em sua composição, que


não devem ser misturados com produtos que contenham fósforo e
enxofre.
Para a cultura do morangueiro, deve-se evitar fertilizantes com alto
índice salino, como o cloreto de potássio e o cloreto de cálcio, sulfato
de amônia e ureia, que podem aumentar muito a salinidade próxima
a região das raízes causando mortalidade de plantas.

A alta concentração de cloro, do cloreto de potássio e do cloreto de


cálcio pode interferir na qualidade do fruto e provocar redução na
produtividade.
PRINCIPAIS DOENÇAS DO MORANGUEIRO
A cultura do morangueiro pode ser afetada por vários
patógenos provocar que causam doenças nas

grandes prejuízos quando plantas, podendo não manejadas

adequadamente. Quando se deseja uma boa produção da


cultura do morango, nas diferentes regiões climáticas, é
necessário o uso constante da tecnologia, destacando-se o
manejo integrado das pragas com combinações de métodos de
controle físico, biológico, químicos e culturais.

Doenças causadas por bactérias que afetam a parte aérea da


planta

Mancha angular: causada pela bactéria Xanthomonas fragariae


(Kennedy & King). A disseminação da doença, de uma área para
outra, se dá pelo transporte de mudas doentes. Dentro da
mesma cultura, o principal meio de disseminação é pela água da
chuva, orvalho ou irrigação. A bactéria pode penetrar nos
tecidos da planta mesmo que não haja ferimentos.

a) Sintomas Inicialmente, manifesta-se com pequenas manchas


angulares e encharcadas, situadas nas páginas inferiores das
folhas. Com a evolução da doença, as lesões aumentam de
tamanho e os tecidos foliares começam a se romper, chegando
a morrer.

Os cálices florais podem manifestar sintomas semelhantes aos das


folhas. Em pecíolos, flores e frutos, os sintomas não se manifestam.

b) Controle

Ações que auxiliam no controle de doenças:


• Adquirir mudas sadias;
• Não plantar em épocas chuvosas sem proteção da cultura;
• Inspecionar sistematicamente o campo de produção;
• Arrancar e queimar as plantas doentes ou suspeitas;
• Aplicar fungicidas cúpricos, quando necessário.

A aplicação de antibióticos não têm registro e eficiência


comprovada.

Doenças causadas por fungos que comprometem a parte aérea


da planta São várias doenças causadas por fungos que podem
comprometer a parte aérea da planta.

Estas doenças causavam muitos danos à cultura até que


surgiram os cultivos protegidos com uso de túneis e estufas
que naturalmente controlam essas doenças.

Antracnose: causada pelos fungos Colletotrichum fragariae (Brooks)


e Colletotrichum acutatum (Simmonds).

A doença provocada pelo fungo Colletotrichum fragariae, comumente


chamada de chocolate ou coração vermelho, afeta rizomas, pecíolos,
estolões e frutos, enquanto o fungo Colletotrichum acutatum, provoca
a doença conhecida como “flor preta”, que afeta as flores e frutos,
dificilmente atacando o rizoma.

a) Sintomas

No interior do rizoma aparece uma coloração avermelhada,


indicando início do seu apodrecimento. O fungo, estando
presente no solo, pode penetrar diretamente no rizoma ou
começar a lesão pelos estolões evoluindo até atingir os rizomas.
Os frutos, quando doentes, apresentam manchas grandes,
circulares, aparentemente úmidas, que são inicialmente de cor
bronzeada ou castanho-claro. Em estágios mais avançados da
doença, ficam totalmente endurecidos. Estas lesões tendem a
aparecer sob condições de altas temperaturas e umidade,
geralmente no final do período produtivo.

Detalhe de
ataque de antracnose no fruto e na coroa do morangueiro.

Detalhe
antracnose em flores, flor preta.
b) Controle
Ações que auxiliam no controle de doenças:

• Usar cultivares resistentes à doença;


• Usar mudas sadias;
• Plantar em regiões de temperaturas mais amenas;
• Plantar em solos bem drenados;
• Usar, se possível, “mulching” branco (lona plástica);
• Manejar a irrigação, evitando excessos;
• Se possível, irrigar por gotejamento;
• Retirar e incinerar plantas e frutos doentes;
• Evitar excesso de adubação nitrogenada;
• Eliminar restos culturais após a safra;
• Plantar em áreas livres da doença;
• Usar cobertura com filme leitoso, para reduzir a temperatura

ambiente;
• Controle biológico.
Mancha por Micosferela: causada pelo fungo Micosphaerella
fragariae (tul. Lind).

Esta doença ocorre em todas as regiões onde se cultiva


morango. Os danos causados nas folhas reduzem
sensivelmente a área fotossintética, podendo causar perdas
acentuadas de produtividade, dependendo das condições
ambientais e da resistência da variedade utilizada.

Mancha de Micosferela.
a) Sintomas

Aparecem pequenas manchas circulares de coloração púrpura


com diâmetro de 1 a 6 mm. Com a evolução da doença, estas
manchas ficam com o centro branco ou acinzentado e bordas de
cor púrpura. Além de atacar as folhas, o fungo poderá causar
danos (manchas) nos pecíolos, cabinhos dos frutos, cálices
florais e estolões.

b) Controle

• Utilizar variedades resistentes;


• Manejar a irrigação evitando excessos;
• Adquirir mudas sadias;
• Plantar longe de lavouras velhas;
• Usar túnel de proteção no período chuvoso;
• Controle biológico;
• Controle químico com produtos registrados para a cultura,

respeitando a carência.
Mancha por Diplocarpon: causada pelo fungo Diplocarpon
earliana (EU & Ev.) Wolf.
a) Sintomas
No início, as manchas causadas por Diplocarpon earliana
podem ser confundidas Micosphaerella fragariae, mancha de
diplocarpon com aquelas causadas por

mas, quando desenvolvidas, a difere por apresentar formas


irregulares, homogeneamente púrpuras, sem apresentar o
centro acinzentado. A doença também pode ocorrer nos
pecíolos, pedúnculos, cálices florais (base das flores) e
estolões, mas, em geral, não chega a causar dano econômico,
pois ataca em maior quantidade as folhas velhas, no final do
ciclo produtivo.

b) Controle

As medidas de controle são as mesmas preconizadas para a


mancha por micosferela.

Mancha por pestalotiopsis: causada pelo fungo Pestalotiopsis


sp.

a) Sintomas
Os sintomas principais são lesões foliares de coloração
castanho- -escuro, com a presença de acérvulos do fungo no
centro das lesões e pode atacar folhas e pecíolos. A
disseminação do patógeno é feita pelas gotas de água de chuva
ou de irrigação por aspersão, por isso a necessidade de
proteção de túnel plástico no período chuvoso e uso de
irrigação por gotejamento para reduzir o potencial de infecção
do patógeno.

b) Controle
As medidas de controle são as mesmas preconizadas para a
mancha por micosferela.
Oídio:causada pelo fungo Sphaerotheca macularis.

É uma doença que sua ocorrência se intensifica com a baixa


umidade do ar no ambiente e geralmente ocorre em ambientes
protegidos. Com o manejo de irrigação por aspersão para
aumentar a umidade do ar no interior da estrutura de proteção,
já se consegue um bom controle sem a necessidade de
aplicação de agrotóxicos.

Oídio
Mofo cinzento ou podridão dos frutos: causada por Botrytis
cinerea (Pers. & F.).

Doença que ataca principalmente os frutos em qualquer estágio


de desenvolvimento. O fruto é recoberto por um mofo cinzento
característico do crescimento e reprodução do fungo. É mais
comum o aparecimento deste fungo quando a umidade é muito
alta.
Mofo cinzento
Podridão dos frutos: provocada pelo fungo Rhizopus nigricans
(Ehr).

Doença que ocorre durante a fase de armazenamento e


comercialização do morango, principalmente quando a umidade
é alta ou quando há água livre na superfície do fruto.
Dificilmente é diagnosticada no campo de produção. Uma
característica dessa doença é que o fruto maduro não altera sua
cor e apresenta podridão mole, aquosa, com perda de suco.

Doenças causadas por fungos que comprometem o sistema


radicular do morangueiro

Existem vários patógenos no solo que podem provocar


mortalidade do sistema radicular tais como: Verticillium
alboatrum, Rhizoctonia spp., Fusarium sp., Sclerotium rolfsii,
Phytophthora spp. Inicialmente estes patógenos bloqueiam a
passagem de água e nutriente para a parte aérea da planta,
manifestando sintomas de deficiência nutricional, ocasionando
perda da turgência e consequentemente morte da planta.

Estes patógenos podem ser disseminados por mudas doentes,


excesso de irrigação, solo mal drenado, excesso de matéria
orgânica não decomposta no solo, maquinário agrícola, trânsito
de pessoas na área de cultivo, etc.
Um planejamento antecipado do plantio, rotação de cultura,
adubação verde, lavagem de maquinário, uso de mulching branco ou
prata e principalmente muda sadia ajudam a reduzir a infecção por
estes patógenos.

Murcha por Verticillium: causada pelo fungo Verticillium


albo-atrum (Reinke e Berthold).
a) Sintomas

Inicialmente, as folhas mais velhas apresentam sintomas de


murcha que evoluem rapidamente para um sintoma de
crestamento ou “queima”. As folhas centrais permanecem
verdes e túrgidas até a morte da planta. A doença tende a ser
mais severa em plantas que estão no período de frutificação.

b) Controle

• Plantar em áreas não cultivadas anteriormente com culturas


que são atacadas por este mesmo fungo como as solanáceas
como tomate, jiló, pimentão e berinjela;
• Usar mudas sadias;
• Usar cultivares resistentes;
• Realizar o manejo da irrigação;
• Fazer rotação de culturas e adubação verde para quebrar o
ciclo da doença;
• Controle biológico.
Sintoma de
Verticillium nas raízes.
Podridão da coroa:causada por Rhizoctonia solani (Kuhn).
a) Sintomas

Apresentam sintomas de lesões arroxeadas ou avermelhadas


nos botões e gemas terminais, podendo determinar a morte da
planta ou o aparecimento de brotações laterais.

b) Controle
O controle são os mesmos indicados para a murcha por
verticillium.

PRINCIPAIS PRAGAS QUE ATACAM O


MORANGUEIRO
Ácaro rajado: (Tetranychus urticae - Koch,1936)

Os ácaros são bastante pequenos, cujas fêmeas medem 0,46


mm de comprimento e os machos 0,27 mm. Apresentam duas
manchas verde-escuras no dorso. O ácaro deposita seus ovos
entre os fios de teia que tece na página inferior da folha.
a)Sintomas

Devido ao seu hábito de atacar a parte inferior das folhas, há o


aparecimento de manchas avermelhadas na parte superior das
mesmas. Dependendo do grau de infestação, há formação de
teias e a mancha poderá tomar toda a folha tornando-a necrótica
e fazendo-a cair. O fruto, quando novo, também é atacado
tornando-se marrom, endurecido e seco. As condições que
favorecem o aumento populacional de ácaros são: altas
temperaturas e baixa umidade.

b)Controle

• Evitar plantio em locais de grande movimentação de máquinas


ou perto de estradas, devido ao acúmulo de poeira na lavoura,
que contribui para o aumento populacional da praga;

• Manejar a irrigação evitando déficit hídrico e, no caso de irrigação


por gotejamento, ter um sistema de aspersão para manejar e para
manter a umidade do ambiente mais alta;
• Monitorar constantemente a lavoura para evitar proliferação da
praga;
• Evitar plantios próximos a plantas hospedeiras como: jiló, berinjela,
feijão-vagem, pepino, maxixe;
• Evitar adubação nitrogenada excessiva, o que causa desequilíbrio
nutricional da planta, atraindo os ácaros;
• Controle biológico com ácaros predadores Neoseiulus californicus e
Phitoseiulus macropilis;
• Realizar controle químico, quando necessário, respeitando o
período de carência.

Pulgões: Capitophorus fragaefolli (Cockerel, 1901) e Cerosipha


forbesi Weed,1889)

São pequenos insetos sugadores de seiva. Essas espécies vivem


em simbiose com as formigas lava-pés (Solenopsis saevissima – F.
Smith, 1855), que se alimentam de excrementos dos pulgões.
C. fragaefolli - os pulgões alados medem 2,0 a 2,5 mm de
comprimento, têm coloração amarela, levemente esverdeada e
cabeça escura; os ápteros (sem asas) possuem coloração
amarelada, levemente esverdeada e são um pouco menor que os
alados.
C. forbesi - os alados possuem coloração verde brilhante, com cerca
de 1,2 a 1,5 mm de comprimento; os ápteros são um pouco
menores, com coloração geral verde escura e negra; geralmente
estão dentro dos ninhos das formigas lava-pés.

a)Controle:

• Monitorar
constantemente a lavoura para evitar

proliferação de pragas;
• Evitar excesso de adubação nitrogenada;
• Realizar controle químico, quando necessário, respeitando
período de carência.

Formiga lava-pé: Solenopsis saevissima (F.Smith, 1855).


Como relatado simbiose com anteriormente essas formigas
vivem em

os pulgões, alimentando-se de seus excrementos e, ao mesmo


tempo, protegendo-os de seus inimigos naturais.
Pulgão.

a)Controle: Se o pulgão for controlado, naturalmente a formiga será


afetada e com o tempo desaparecerá, pois não haverá mais
excrementos para se alimentar, desequilibrando a simbiose entre
esses insetos.

Lagarta rosca: Agrotis ipsilon (Hufnagel, 1776).

Os adultos são mariposas que medem 35 mm de envergadura. Têm


dois pares de asas marrons com algumas manchas pretas e outros
dois pares semitransparentes.

A fêmea deste inseto coloca em média 1.000 ovos nas folhas das
plantas. Desses ovos nascem lagartas de coloração pardo-
acinzentada, que crescem atingindo até 45 mm.

a)Sintomas

Estas lagartas possuem hábitos noturnos e durante o dia ficam


enroladas e abrigadas no solo, geralmente próximas às raízes
das plantas. Durante a noite estas lagartas sobem à superfície
do solo e cortam as plantas novas na altura do colo. Pode
causar sérios prejuízos, caso sua população seja alta, havendo
necessidade de replantio das mudas, pois geralmente ataca no
início do desenvolvimento das plantas.

b)Controle:

• O preparo de solo adequado poderá contribuir para a redução


da população de lagartas;
• Evitar plantio de milho ou sorgo nas bordas dos plantios de
morango;
• Controle químico pulverizando com inseticidas apropriados,
com jato dirigido ao colo da planta.

Broca do morango: Lobiopa insularis


Este inseto é considerado praga secundária na cultura do
morango, porém, quando ocorre, provoca sérios prejuízos nas
plantações, pois ataca diretamente o produto final a ser
comercializado. O achatado, além inseto apresenta o corpo
ovalado e

de uma coloração marrom-clara acompanhada de manchas


escuras e amarelas na região do dorso. É possível ainda
observar quantidade pequena de pelos em seu corpo.

Broca do morango.
a)Controle:

• Evitar que os frutos permaneçam maduros por muito tempo no


campo e eliminar todos os frutos que estiverem atacados;
• Distribuir iscas atrativas com o suco dos morangos maduros e
inseticidas específicos;
• Controle químico com produtos registrados para a cultura.

Lagarta da coroa: Duponchelia fovealis Zeller Este inseto


também é considerado praga secundária na cultura do morango,
porém tem significativo impacto econômico devido ao potencial
de danos que causa durante todo o ciclo da cultura,
principalmente em ambientes protegidos.

É uma praga que ataca diversos tipos de plantas, alimentando-


se de folhas, brotos, inflorescências, raízes e caues. Os adultos
são mariposas que medem em torno de 19 mm de envergadura
por 10 mm de comprimento.

Apresentam asas de coloração marrom, com o centro mais escuro.


As lagartas medem de 15 a 20 mm, são de coloração branco-creme
a marrom claro, com cápsula cefálica de cor marrom escura e com
manchas escuras no corpo. São muito ágeis e mostram preferência
pela folhagem próxima ao solo e por condições úmidas.

a)Sintomas
Esta lagarta causa desfolha parcial ou total, reduzindo também a
quantidade de flores, qualidade e tamanho de frutos, e em
alguns casos podem matar as plantas atacadas pelo
broqueamento e secamento da planta. No material vegetal
atacado há a presença de muita teia e excrementos.

b)Controle
Realizar a retirada das folhas velhas próximas a lona plástica
para impedir o abrigo e quebrar o ciclo do inseto.

COLHEITA E PÓS-COLHEITA
A partir dos 60 a 70 dias do plantio das mudas, a colheita é
iniciada prolongando-se até a primavera, quando o plantio é
feito somente para colheita no período do inverno ou da seca,
de acordo com o estado fitossanitário da cultura.

A concentração da safra ocorre, em geral, nos meses de julho a


setembro. Com a elevação da temperatura e o início do período
chuvoso, a cultura entra em uma nova fase vegetativa,
determinando o fim do período produtivo, nos casos de plantio
somente visando o período do inverno.

As colheitas são constantes para plantios em que é utilizada


proteção ou cobertura plástica dos canteiros, como já
comentado. Podem ser feitas até três vezes por semana na
véspera da comercialização, de preferência nas horas mais
frescas do dia para evitar a deterioração dos frutos.

A colheita do morango é uma das operações mais delicadas de


todo o ciclo da cultura, por isso demanda muito cuidado, pois
além de representar uma parcela significativa do custo de
produção, poderá haver perda se não for feita corretamente.

Os frutos são colhidos manualmente, cortando-se os pedúnculos e


colocando-os em uma caixinha de plástico ou de madeira, e depois
são levados para serem selecionados e embalados. Há também a
possibilidade da colheita ser diretamente nos recipientes, porém
ainda não é comum nas lavouras do Distrito Federal.

A colheita também requer cuidado com as caixinhas ou cestas de


coleta para que não entrem em contato com o solo, no sentido de
evitar que sujeiras contaminem as caixinhas e o morango colhido, e
para que as sujeiras não sejam levadas ao local de separação e
acondicionamento do morango.

A temperatura do morango colhido influencia diretamente na


qualidade do produto na bandeja, por isso recomenda-se que as
caixinhas sejam levadas logo em seguida a colheita para local
sombreado e ou diretamente para o local de embalamento.

Com relação ao ponto de colheita, recomenda-se que os frutos


devem ser colhidos pouco antes da sua completa maturação, para
ter boa conservação pós-colheita. Os frutos destinados à exportação
para outros estados são colhidos com cerca de 3/4 de superfície
vermelha para prolongar o seu período de conservação.
No momento da colheita, recomenda-se realizar uma
préclassificação, operação muito vantajosa, pois evita manipulações
posteriores desnecessárias. Para isso, a pessoa que estiver
colhendo, deve estar munida de caixinhas ou cestas com dois
compartimentos, onde serão separados os frutos de acordo com a
classificação. O mercado local aceita como padrão a comercialização
em caixa de papelão com capacidade para quatro cumbucas
plásticas que comportam de 300 a 400 g de frutos dispostos em duas
camadas. Os frutos, depois de acondicionados nas cumbucas,
recebem um invólucro de resinite (plástico fino com características
adesivas), que é cortado em máquina apropriada (seladora).

Utilizam-se também cumbucas que são fabricadas com tampa. Os


morangos também poderão ser congelados e destinados para
agroindústrias de polpas, restaurantes e lanchonetes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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