Pesquisa Pessoal Iyamin - Talytaa Duartte

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Itan

Iya Mì Ódu ÌYÀMÌ-ÒDU quando veio para ser o mundo recebeu diretamente de DEUS o
poder sobre todos os ÒRÌSÀS e todos os seres humanos. Poder este, simbolizado por
(Éyé) Pássaro residente no interior de uma grande cabaça, a qual é a imagem do mundo
contendo o poder existencial e sobrenatural, expressado pelo pássaro em seu conteúdo.
Por isso na cultura Yoruba, ÌYÀMÌ é chamada de ELEYE ( Poderosa Mãe Proprietária do
magnífico poder do Pássaro). Poder que metaforicamente abusou... dando motivos para
que Olodumare (Deus) retirasse a parte superior da cabaça, compartilhando com Òòrìsàn’là
(o Céu) seu companheiro, ou parte masculina, o qual é a própria e completa extensão
celestial. A Partir de então, cobrindo completamente ÌYÀMÌ (a Terra). Assim os dois vieram
ao mundo (criados juntos). Quando Olodumare literalmente visualizou, decretou e criou a
força masculina (Òòrìsàn’là) lhe otorgando a partir daquele momento exercer o Poder, do
qual, no entanto, Ela (ÌYÀMÌ) o conservará. Podemos então perceber na comparação entre
os mitos, uma perda de valores culturais e religiosos. Pois quem entender ou afirmar,
encarando ÌYÀMÌ simplesmente como agente maléfico, Egungun ou como uma Bruxa, isto é
simplesmente incorrer numa total falta de informação segura. Como também, é literalmente
negar todas as profundidades simbólicas e poéticas existentes no culto Yorubá. O poder de
ÌYÀMÌ é atribuído às mulheres possivelmente para que os homens administrem esse poder,
sendo que muitos aqui no Brasil desconhecem tal fato, enquanto outros deturpam a não
aceitação por uma completa e real falta de sabedoria. Este poder feminino é uma função
somente conferida às mulheres bem idosas, verdadeiras fêmeas-vivíparas ( Parideiras),
amamentadoras e protetoras de tudo que faz ou gera. Mas pensa-se, que em certos casos
este poder pode pertencer também a moças bem jovens. Isto vai desde gerar filhos até a
utilização dos poderes sobrenaturais. Poder este, recebido geralmente como herança de
seus entes queridos, seja para dar a luz, amparar, ensinar, etc. Tanto no aspecto material
como espiritual (psicológico), os quais, entre outros, são poderes sobrenaturais que seria
mais viável utilizá-los numa idade madura, esperando atingirem um melhor preparo na vida.
Muito raramente, mais acontece, é certas mulheres de qualquer idade adquirindo
voluntariamente o poder sobrenatural, até mesmo sem que o saiba... Desde as épocas mais
remotas manifestações do culto à ÌYÀMÌ foi apreciado por mulheres. Nas religiões: Yoruba,
egípcia e grega quando a alma “essência” era, e ainda é, representada através do pássaro,
o qual sempre acompanhou as mulheres numa referência do poder sobrenatural associadas
principalmente as grandes Deusas de vária culturas; Oxum na cultura Yoruba - Isis na
cultura Egípcia - Diana dos Éfesos, etc. Elas são paradigmas de fontes de vida elementares
e incontroláveis como a Liberdade. Possuidoras de força e sabedoria própria, o que
estimulavam as mulheres a não se submeterem a nenhuma organização ou lei nacionalista.
Em torno da parte feminina, Deus levanta o entusiasmo da humanidade, convidando
diferentemente todos os povos a uma experiência diretamente com o sagrado. A evolução
do Poderio Feminino. No século XIV, entretanto, marca o fim deste florescimento do
feminino, com as primeiras fogueiras acesas pela Inquisição, que arderam 500 anos. Esta
grande fogueira queima e difama os Templários e encabeça a caça às mulheres dotadas de
poderes sobrenaturais “Bruxas", numa tentativa de eliminar o princípio feminino de prazer,
liberdade e bonança propiciado pela Mãe-Terra. Na verdade, as fogueiras das bruxas só se
extinguiram na Era da Razão. Apesar de aparentemente não corresponderem ao ideal da
Era da Razão, quando as mulheres surgiam como um símbolo de uma Força sobrenatural,
muitas das vezes mais antiga e poderosa, do que a de um Rei ou Papa. Quando as
qualidades sublimes e sutis do feminino foram renegadas e um período de obscurantismo e
clandestinidade se abateu sobre o culto a ÌYÀMÌ (a grande Mãe Terra), ou seja, Mãe das
mães doadoras de vida, prazer e felicidade. No início da Era Cristã o culto das divindades
femininas de todos os Olimpo declinou. O culto à ÌYÀMÌ (Mãe-Terra) sofreu este mesmo
declínio e passou a ser clandestino. Chegando até nós somente os ecos de alguns vultos
como poucos fundamentos. Já os mistérios de Elêusis na cultura Grega e romana, as quais
cultuavam ÌYÀMÌ com o nome de Deméter e Perséfone. Artemisa em Éfeso, continuaram
por um bom tempo um culto inabalável. Nem mesmo o Apóstolo Paulo conseguiu impedir
seu Culto. Ela era Diana, a Hécate do mundo romano, a Deusa do ramo dourado
consequentemente proprietária da madeira, sendo este um traço característico da Mãe
Universal e sobrenatural, a qual foi muitas vezes encontrada em árvores, elemento
associado a Egun (ancestralidade masculina).

Quem realmente é Iyami Òsòròngà, será a mãe dos Orisas?

"Eleye com a boca redonda. Pássaro àtíòro que desce docemente. (Eles se
reúnem para beber o sangue) voam sobre o teto da casa. (Passando da rua)
colocou no mundo (Come desde a cabeça, eles estão contentes). (Come
desde a cabeça, eles estão contentes) colocou no mundo (Chora como uma
criança mimada). (Chora como uma criança mimada) colocou-me no mundo .
Quando ajé veio ao mundo ela colocou no mundo três filhos. Ela colocou no
mundo "Vertigem" Ela colocou no mundo "Troca e sorte" Ela colocou no
mundo "Esticou-se fortemente morrendo". Ela colocou no mundo estes três
filhos. Assim eles não têm plumas. O pássaro akó lhes deu as plumas. Nos
tempos antigos, elas dizem que elas não gratificam o mal No filho que tem o
bem. Eu sou vosso filho tendo o bem, não me gratifica o mal. Vento secreto
da Terra. Vento secreto do além. Sombra longa, grande pássaro que voa em
todos os lugares. Noz de coco de quatro olhos, proprietária de vinte ramos.
Obscuridade de quarenta flechas (É difícil que o dia se torne noite). Ela se
torna pássaro longo (que) sacode a cabeça. Ela se torna um pássaro untado
de osùn muito vermelho. Ela se torna pássaro, se torna irmã caçula da árvore
akòko. (A coroa sobe na cabeça) segredo de Ìdo. A rã se esconde em um
lugar fresco. Mata sem dividir, fama da noite. Ela voa abertamente para entrar
na cidade. Vai à vontade, anda à vontade, anda suavemente para entrar no
mercado. (Faz as coisas de acordo com sua própria vontade). Elegante
pássaro que voa no sentido invertido de barriga para cima. Ele tem o bico
pontudo como a conta esu Ele tem as pernas como as contas sègi. Ele come
a carne das pessoas começando pela cabeça. Ele come desde o fígado até o
coração. O grande caçador. Ele come desde o estômago até a vesícula biliar.
Ele não dá o frango para ninguém criar, mas ele toma o carneiro para junto
desta aqui." (Verger; 1992:90) O texto de Verger é hermético, simbólico,
truncado e reticente impedindo donos a adentrar na complexidade do
universo afro-descendente brasileiro O sistema religioso africano-brasileiro é
passado de geração a geração de forma oral, pois acreditam seus sacerdotes
que a palavra verbalizada possui o poder de transmitir o Axé, força contida
nos ensinamento herdados de seus ancestrais. Os sacerdotes utilizam dos
oráculos de Ifá e Jogo de Búzios para conhecer os odús, signos que contêm
itans: contos milenares que versam sobre a história da criação do mundo e
dos Orixás - divindades que simbolizam as forças da natureza, quando da
separação do mundo em Orum (mundo celeste) e Aiê (mundo material). O
texto de Verger traduz alguns destes itans relativos a Iyami Òsòròngà, cuja
tradução para a língua portuguesa é "Minha Mãe" Osoronga. Iyami Osoronga
é proprietária de um pássaro chamado Aragamago e de uma cabaça segundo
o odú Ìrété Ogbè. (Verger; 1992:80). Para os religiosos africanos e
afro-descendentes, a representação mais perfeita do Universo é a Cabaça:
Igbadu, onde estão contidos os segredos da criação do Aiê. Odùa, Odù
Lógbáje ou Iya Malé é o nome que Osoronga possui quando torna-se sua
proprietária: Mãe dos Orixás. Outra máscara de Iyami é como anciã, a mulher
sábia e respeitável, que pode também ser chamada de Àgbà ou Igba nla:
"Aos apelos que seus filhos fizerem, ela responderá do interior da cabaça,
pois ela tornou-se idosa". (Verger; 1994:67)

Iyami Osoronga é uma das energias mais antigas, possui o poder de


fecundar, fertilizar ou esterilizar conforme seu desejo. A força de Iyami é
tão poderosa e aterradora que se alguém proferir seu nome deve
colocar a ponta dos dedos no chão em sinal de respeito.

1.2 HIPÓTESES O silêncio que ronda o nome de Iyami Osoronga leva a


supor:
1. Se Osoronga foi um mito matriarcal do período neolítico época na qual o
sistema familiar, conceito de posse e leis não eram definidos, então o pânico,
terror e superstição existente entre os sacerdotes e devotos dos cultos
africano e afro-descendentes poderiam ser resultantes do medo de um caos
social.
2. Caso as devotas de Iyami Osoronga não pudessem cultuá-la abertamente,
devido ao sincretismo religioso católico-iorubano, então seria venerada sob
os véus da Irmandade da Boa Morte, através da devoção a Nossa Senhora.
1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A escassez bibliográfica sobre o
tema levou-nos a encontrar Iyami Osoronga sob as qualidades dos Orixás
femininos retratados por Pierre
Verger na Bahia e Nigéria, nos rituais nagô sobre a morte descritos por Juana
Elbein, nos rituais axexê e mitos iorubanos comentados por Prandi e nos
abiku, as crianças que nascem para morrer, pesquisados por Augras
aprofundando- nos no Candomblé percebendo-o enquanto fator de
resistência política e cultural do negro - religião de origem africana
estabelecida no País. Nina Rodrigues 1 foi o pioneiro no estudo da questão
negra no Brasil, estudou as diferentes etnias africanas e sua religião com "um
olhar de fora": distanciado da comunidade africana e afro-descendente
estabelecida no País. Alertados por Marco Aurélio Luz percebemos seu
pensamento segregacionista-científico europeu, conseqüente de sua época:
"O critério científico da inferioridade da raça negra... Para a ciência, não é
esta inferioridade mais do que um fenômeno de ordem perfeitamente natural,
produto da marcha desigual do desenvolvimento filogenético da humanidade".

Ìrété Òwánrín Orunmilá consulta Ifá para ir a Otá e descobrir os segredos


das Eleye. O babalaô pede-lhe para fazer uma oferenda. Ele faz o sacrifício e
parte para a cidade das mulheres pássaro. Exú o vê, e notamos que
possivelmente Exú estava sob a forma de um pássaro (o grifo é nosso): "Exu
(que faz o bem e o mal, que faz todas as coisas). Exu transforma-se
rapidamente, Tornou-se então uma pessoa. Ele vai chamar todas as àjé que
estão em Ota." (Verger; 1992:42) E conta para as Ajé que Orunmilá possui
um pássaro tão poderoso quanto o delas. As donas do pássaro estranham:
"Elas dizem, este homem tem um pássaro?"
(Verger; 1992:42) As Iabás foram avisadas por Exú que a divindade Orunmilá
possuía um pássaro, porém elas referem-se ao Orixá como homem,
ressaltando a relação de gênero. Ao se dar o confronto entre ele e as Ajé, ao
verem Orunmilá sentado o que indica uma falta de respeito - elas praguejam:
"elas dizem que não querem retirar seus maus olhados do corpo de Orunmilá.
Elas dizem que lutaram com ele. Elas dizem que elas estão em cólera porque
ele conhece o segredo delas. Elas dizem, eles querem assim conhecer seu
segredo. Elas dizem, se elas pegam Orunmilá, elas o matarão." (Verger;
1992:42) Orunmilá consulta outro babalaô, Tèmáyè, que indica-lhe um ebó 4
para ficar protegido da fúria delas. As Eleye comem o ofertado e tentam
novamente perseguir Orunmilá, porém não conseguem mais vê-lo. Orunmilá
fala:"... àjé não é severa, ela não pode comer ekujebu, vós de modo algum,
podeis matar-me. Ele diz, o frango òpìpì não tem asas para voar sobre a
casa, elas não podem matar-me. Isto foi o que Òrúnmilá fez naquele dia, para
que elas não sejam capazes de matá-lo, quando Òrúnmilà foi a Òtà para ver
o segredo delas." (Verger; 1994:39) O ebó que Orunmilá ofereceu faz parte
das proibições para as ajés. Resenha Até então grandes mitos foram
levantando sobre a Iyami Òsòròngà, por falta de dados que pudessem
fornecer um embasamento para sua definição, contudo sabemos que ela é
um orisá o mais antigo e famoso conhecido por todas as nações africanas
cultuadas dentro do Brasil. Qualquer definição que fuja deste referencial é um
erro grave ao culto. Iyami Òsòròngà é sempre reverenciada pelos babalawos
em seus itans e culto à Odu.

Reza de Iyamí
Mojúbà ènyin ÌYÁMÍ Ò SÒRÒNGÀ.
(Meus Respeitos a Vós Minha Mãe Osoronga!)
Mo júbà è nyin Ìyámí Ò sòròngà O Tònón Èjè enun O T ook ón èjè èdò Mo
júbà è nyin Ìyámí Òsòròngà O T ò n ó n È jè enun O T òok ón èjè èdò Èjè óyè
ní Kálè o Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò Èjè ó yè ní Kálè o Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò
Tradução (Meus respeitos a vós ,minha mãe Osoronga Vós que seguireis os
rastros do Sangue interior Vós que seguireis os rastros do sangue do coração
e do sangue do fígado Meus respeitos a vós minha mãe Osoronga Vós que
seguireis os rastros sangue interior Vós que seguireis os rastros do sangue
do coração e do fígado O sangue vivo que é recolhido pela terra cobre-se de
fungos, E ele sobrevive , sobrevive ó mãe muito velha o Sangue vivo que é
recolhido pela terra cobre-se de fungose ele sobrevive ,sobrevive, ó mãe
muito velha)..

Quem é Iyámi Osorongá ? Iyámì Òsòròngá uma energia ancestral coletiva


feminina, cultuada pelas GÈLÈDÈ; sociedade feminina fechada da Ìyámì El é
ey e (minha mãe senhora dos pássaros), representada pela máscara dos
pássaros.

Máscaras Gèlèdè

A sociedade Osorongá congrega as àjé –


feiticeiras – que têm poderes de se transformarem em determinados pássaros
- èhurù, eluùlú, àtióro, àgbìgbò e òsòròngà,este último refere-se ao próprio
som que a ave emite e dá nome a Sociedade. Exercem sua força máxima nos
horários mais críticos – meio-dia e meia-noite – ocasiões em que é preciso
muita cautela para que elas não pousem na cabeça de ninguém. Suas
cerimônias são realizadas no início da estação do plantio, relacionado à
fertilidade. Estas cerimónias tiveram início na região de Ketú, dividindo-se em
duas partes: a diurna e a noturna.

Parte diurna dos festivais

Segundo nos conta um ìtàn do Odù Ogbé Ò sá , diz que quando as Ìyámìs
chegaram do Ò run pousaram em sete árvores.Segundo um Ìtòn as árvores
das Ìyámìs seriam:

Orobo - Garcinea Cola.


Àjànrèré - Ficus Elegans.
Iroko - Chlorophora Excelsis.
Orò - Antiaris Africana.
Ogun Bereké - Delonex Regia
Arere - Triplochiton Nigericum.
Igi ope - Elaeis Guineensis.

Porém outra ìtàn nos da outra apresenta uma relação diferente das sete
árvores estas seria as árvores sagradas das Mães Ancestrais:
Ose - Adansanonia Digitalia.
Iroko - Chlorophora Excelsis.
Ìyá - Daniellia Olivieri.
Asunrin - Erythrophelum Guineense.
Obobo - Não identificada.
Iwó - Não identificada .
Arere - Triplochiton Nigericum.

Ao contrário do que se pensa aqui no Brasil existe sim a presença masculina


no culto a ìyámí São detentoras de poderes terríveis, consideradas as donas
da barriga (por onde circularia a energia vital do corpo). Ninguém pode com
seus E b o , dos quais, o Òjijì (sombra) é o mais fatal. São ligadas
diretamente ao ODU ÒYEKU MEJI,são propiciadoras para a alteração do
destino de uma pessoa. Seus poderes são tamanhos que só se consegue no
máximo apaziguá-las, vencê-las jamais. Relacionam-se com as ìyámìs Òs un
Ijimu e Òs un Ìyánlá a quem estão ligadas pela ancestralidade feminina, bem
como a Y e m o ja Odúa, considerada fundadora do culto GÈLÈDÈ.

Parte noturna dos festivais.

Deve-se lembrar portanto, que "òsò" é um título de quem trás o


Égan (símbolo de Èsù o qual foi dado através das mãos de Òsòròngà (itòn
òséòtúrá) e mesmo assim se foi iniciado no tradicional culto de
Obàtálá/Yemoja Odùa e ainda tiver profunda relação com Ikú, através de
algumas se suas principais ònifás, como Òyèkú méjì, Òbàrà méjì, Òtúrúpòn
méjì e algumas outras poucas. O sangue (èjè) não é de nenhum Òrìsà a não
ser de Òsòròngà como vemos no Oriki (èjè ó yèní kál è o - O sangue fresco
que recolhe na terra cobre-se de fungos). Relacionar-se com Òsòròngà: Èsù:
somente com sua ajuda é que conseguimos a comunicação com as Ìyámí,
além de ser a prova viva do poder das Ìyámís. Ògún: o senhor da cabaça de
èédú (carvão) - onà iwó oòrùn (caminho do oeste) é bem mais íntimo de
Òsòròngà, se não fosse ele o senhor do sagrado ato da oferenda de animais,
juntamente com Èsù e Òsòròngà. Yemoja Odùa: (Yemòwo) Grande Ìyá ,
Senhora do ìgbá-eye (cabaça dos pássaros), é a Ìyá'nlá, seu nome é
modificação da palavra Odù Logboje, a mulher primordial, também
denominada Eleyinjú Egé, a dona dos olhos delicados fazendo parte das
divindades geradoras representada pelo Preto, fundadora do culto e
sociedade Gèlèdè. Òsun: Grande protetora da gestação, é a Ìyámí-À Kókó,
mãe ancestral suprema. Òsun Ìjimu e Ìyánla: As duas mais velhas Òsun, são
as duas ancestrais das mulheres. Nàná: patrona da lama e dos primórdios da
criação do Àiyé, é a Omo Àtìóro oké Ofá. Oya e Yewa: são todas Ìyá- Eléye
possuidoras da cabaça com pássaro símbolo do poder feminino. Olórí
ìyá-àgbà Àjé Eléye, chefe supremo de nossas mães ancestrais possuidoras
de pássaros. Ògágun ati Ògájùlo ninu awon ìyámí òsòròngà. chefe supremo,
òrìsà funfun, isto é, òrìsà que têm como principal preceito o uso do branco
nos ritos e nas oferendas) e Odùa (Yemoja), a única mulher entre eles. Todos
eles tinham poderes, menos ela, que se queixou então a Olódúnmarè. Este
lhe outorgou o poder do pássaro contido numa cabaça (ìgbá eléye) e ela se
tornou então, através do poder emanado de Olódùmarè, Iyá Won, nossa mãe
para eternidade (também chamada de Ìyámí Òsòròngà, minha mãe
Òshòròngà). Mas Olódùmarè a preveniu de que deveria usar este grande
poder com cautela, sob pena de ele mesmo repreendê-la. " Olódùmarè diz
qual é o seu poder? Ele diz: você será chamada para sempre de Mãe de
todos. Ele diz: você dará continuidade. Olódùmarè lhe entrega o poder. Ele
entrega o poder de eléiye para ela. Ela recebe,o pássaro de Olódùmarè. Ela,
recebe ,então, o poder que utilizara com ele. Ele diz:utilize com calma o poder
que eu te dei a você. Se você utilizar com violência, ele o retomara. Porque
aquela que recebeu o poder se chamar Odù.comandante entre todas as
Ìyámí. Òrúnmìlà: Este foi o único òrìsà que quando as ìyámí estavam
zangadas conseguiu apaziguar sua fúria , e desta forma salvou o àiyé e
restabeleceu a Harmonia, entre os Homens e Mulheres. Toda mulher é uma
Ajé, porque as Ìyámí controlam o sangue menstrual, elas representam os
poderes místicos das mulheres no seu aspecto mais perigoso. São as avós,
as mães em cólera que em sua boa vontade a própria vida na terra não teria
continuidade Ìtàn do Odù Òsá Méjì Odùa TORNA-SE Ìyámí Nos primórdios da
criação, Olódùmarè , o Ser Supremo que vive no Òrun, mandou vir ao àiyé
(universo conhecido) três divindades: Ògún (senhor do ferro), Obarìsà
(senhor da criação dos homens) (2 - Um dos O homem não poderá fazer
nada sozinho na ausência da mulher..." "Lati ìgbá náà ni Olódùmarè ti fun
obirin l'à se" (Desde aquela época, Olódùmarè outorgou axé as mulheres.)
Elas exerciam todas as atividades secretas: "O mú Éégún jáde O mú Orò jáde
Gbogbo nkan, kò si ohun ti ki se nigba náà" (Ela conduz Egun Ela conduz Orò
todas as coisas , não ha nada que ela não faça nesse tempo. Mas ela abusou
do poder do pássaro. Preocupado e humilhado, Obarì s à foi até Òrúnmìlà
fazer o jogo de Ifá, e ele o ensinou como conquistar, apaziguar e vencer
Odùa, através de sacrifícios, oferendas (ebo com ìgbín e passa o Haste de
Àtòrì) e astúcia. Ele lhe oferta e ela negligentemente, aceita, a carne dos
ìgbín. "Odù náà gba omi ìgbín , o mu ú Nigbati Odù mu omi ìgbín tán, inú Odù
nr òdi edie." (Odù recebe água de caracol para beber). Quando odù bebeu, o
ventre de Odù se apaziguouObarìsà e Odùa foram viver juntos. Ele então lhe
revelou seus segredos e, após algum tempo, ela lhe contou os seus, inclusive
que cultuava Éégún. Mostrou-lhe a roupa de Éégún, o qual não tinha corpo,
rosto nem tampouco falava. Juntos eles cultuavam Éégún. Aproveitando um
dia quando Odùa saiu de casa, ele modificou e vestiu a roupa de Egúngún.
Com um bastão na mão (opa), Obarì sà foi à cidade (o fato de Éégún
carregar um bastão revela toda a sua ira) e falou com todas as pessoas.
Quando Odùa viu Éégún andando e falando, percebeu que foi Obarìsà quem
tornou isto possível. Ela reverenciou e prestou homenagem a Éégún e a
Obarìsà, conformando-se com a vitória dos homens e aceitando para si a
derrota. Ela mandou então seu poderoso pássaro pousar em Éégún, e lhe
outorgou o poder: tudo o que Éégún disser acontecerá. Odùa retirou-se para
sempre do culto de Egúngún, e partiu para partir o culto Gèlèdè. Só eléiye,
indicará seu poder e marcará a relação entre Egúngún e Ìyámí. " Gbogbo
agbára ti Egúngún si nlò agbára eléiyeni." (Todo o poder que utilizará
Egúngún é o poder do pássaro.) O conjunto homem-mulher dá vida a
Egúngún (ancestralidade), mas restringe seu culto aos homens, os quais,
todavia, prestam homenagem às mulheres, castigadas por Olódúnmarè
através dos abusos de Odùa. Também por esta razão é que as mulheres
mortas são cultuadas coletivamente, e somente os homens têm direito à
individualidade, através do culto de Egúngún. No entanto, Ìyámí conhece
todos os lugares secretos que contém Egúngún, Orò etc... e nos quais
Obarìsà não têm acesso. Reinterpretando Ìyámí, cabaça ventre contém os
símbolos – filhos - pássaros ainda não renascidos, lugar onde Obarìsà não
penetrou.

Conhecendo as Iyamí

Na liturgia tradicional Yoruba que deu origem a Afro-brasileira, a Mãe


Universal é denominada como a própria Terra-Negra, consequentemente
possuindo vários nomes referentes a seus vários aspectos, não só dentro do
âmbito natural como também dentro de vários âmbitos religiosos Yorubá. Um
de seus títulos mais respeitados é ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ, nome que é cultuado
na “Sociedade Òsòróngà”. Já na sociedade Òrìsà onde é cultuada
primordialmente junto com ÒÒRÌSÀNLÀ-ÒBÁTÁLÀ, principalmente por ser o
âmbito que ÌYÀMÌÒSÒRÓNGÀ entra ritualmente no contexto feminino na
interação com o oposto através de tudo que é Branco, se relacionando
intimamente no culto da cabaça de Efun, atuando como um significante
complemento na formação do Par universal e sobrenatural, ou seja, a união
dos opostos refletida numa visão da união de ÒÒRÌSÀNLÀ como o esposo
mítico da grande Mãe Òrìsà ÌYÀMÌ-NLÀ, renomeada necessariamente com o
nome de ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ onde é primordialmente proprietária da cor
vermelha, cor símbolo da vida, fonte de energia, poder sobrenatural,
vivacidade, crescimento, dinamismo, movimento, possibilidade, sensibilidade,
fertilidade. Somente após a união ritual do branco com o vermelho, os quais
unidos ritualmente são aspecto rituais capazes de dar existência à algo, tanto
espiritual quanto físico, ou seja, a única forma de se fazer nascer ritualmente
a força de um determinado Òrìsà no culto e principalmente numa cabeça de
Yawo, como também expressam a forma de união dos gêneros (macho e
fêmea) presidindo o nascimento de seres físicos no planeta. No culto
chamado Awo-Funfun, ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ é conhecida como a Mãe
vermelha, onde necessariamente é mantida com esse mesmo nome,
estruturalmente cultuada como esposa mítica de ÒÒRÌSÀNLÀÒBÁTÁLÀ,
onde entre muitos títulos classificados funfun’s (primordiais) é também
chamada de IYEMOWO (mãe que possibilita dinheiro à suas filhas), ou seja,
os búzios, elemento este símbolo da riqueza e ancestralidade de todas as
Iyagbas, pertencendo primordialmente a Bàbáluàiyé o Òrìsà que possibilita
riquezas materiais. Este fato é comprovado na iniciação de um Yawô seja à
ÌYÀMÌ ou IYEMONJA, quando irrevogavelmente tanto em pequenos ou
grandes rituais, seus Elegun’s saem à público com suas roupas Vermelha ou
Branca completamente cobertas de Aje (Búzios), num pedido único de
riqueza seguidamente expressando a antigüidade desse Supremo Òrìsà
feminino, seja qual for seu aspecto. Dizer que ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ não é um
Òrìsà, ou dizer que Ela simplesmente não tem iniciação num culto próprio, é
indiscutivelmente incorrer numa enorme falta de conhecimento referente a
ÌYÀMÌÒSÒRÓNGÀ. O que é preciso distinguir sobre o nome ÒSÒRÓNGÀ,
que é nada mais nada menos, que uma Sociedade executora de rituais aos
ancestrais, onde ÌYÀMÌ encabeça como a matriarca das IYÁ-MI (minhas
mães), ou seja, tanto Òrìsà’s Obirin (fêmeas) quanto os espíritos das Mães
remotas e recentemente desencarnadas (Egungun feminino), cultuadas num
complexo de ascensão a feminilidade, onde o homem principalmente tem seu
precioso desempenho, administrando as forças femininas, num outro tipo de
interação dos opostos, agora força sobrenatural feminina somada a força
física masculina, ato precioso para ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ, que abençoa os
homens com fecundidade através de Òòrìsà’nlà. Desta maneira está
comprovado que homens capacitados pode sim, administrar pequenos e
grandes rituais à ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ, até porque hoje, o fato de incorrer os
homens à não cultua-la, foi devido uma pequena deturpação que aconteceu
na Bahia/Salvador, quando um séquito de mulheres praticavam rituais às
GÈLÈDÈ’s abstendo os homens a participarem de tais ritos, “era tanta força
que elas tinham que o culto acabou se extinguindo completamente”, fato que
deu origem a uma irmandade de mulheres de crença Católica... fatos que
para os Yorubanos não tem coesão alguma referente ao culto de GELEDE, o
que na verdade, é outro departamento em que ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ está
inserida de forma complexa distinta comparado ao seu culto próprio. Note
bem, como faz uma grande diferença de acentuação do nome ÌYÀMÌ
(poderosa e respeitável Mãe), o que torna totalmente diferente do nome
IYÁMI (minha mãe), tanto na escrita quanto na caraterística verbal
desempenhada no título. Por isso, tanto na sociedade ÒSÒRÓNGÀ quanto
na sociedade Òrìsà, ÌYÀMÌ mãe universal, é, e deve sempre ser cultuada
como o núcleo feminino, como também na interação do seu oposto, que é o
próprio ÒÒRÌSÀNLÀ, o Pai Universal. Na verdade, ÌYÀMÌ é uma poderosa
força singular que atua naturalmente como uma matriarca, num tipo de
canalizadora do poder sobrenatural ou físico feminino, particularidade
especial que cada uma Elas desempenham um tipo de função diferenciada,
mas primeiramente como verdadeiras fontes geradoras de vidas, onde todas
estão voltadas para a Grande Mãe que é o Òrìsà ÌYÀMÌ, atuando como base
estrutural da vida, que em natural oposição preside a morte. Fato que
comprova sua estreita relação com os Egunguns. Por isso, explicitamente de
forma figurativa é afamada também como a Dona dos Mares, ou seja, o
próprio útero mítico planetário, possuindo suas Águas Verdes ou Azuis, cores
estas oriundas do Negro, o que comprova sua inteira relação com a morte e
consequentemente com Egungun, fato que recebe o nome de
ÌYÉMÒNJÁ-ÒDUÀ, possuindo poderosamente uma característica anfíbia
associada ao Mar e a Terra. Por isso ÌYÀMÌ, seja sob o título de ÒSÒRÓNGÀ
ou IYÉMÒNJÁ, é uma única Grande Mãe, que irrevogavelmente está
naturalmente e ritualmente relacionada a uma condição anfíbia,
possivelmente cultuada Tanto na Água quanto na Terra com nomes distintos,
o que faz da grande Mãe Poderosa em seus vários aspectos rituais, quando
acontece suas transmutações no âmbito natural e no âmbito religioso.
Comprovamos isso no culto de Egungun, onde ÌYÀMÌ é a primordial
proprietária do Mel (elemento natural), cujo alimento é muito utilizado no culto
à todo os Egungun (ancestral), principalmente SÀNGÓ. Já dá para perceber,
o verdadeiro motivo que nas rodas de SANGO se louva tanto
IYÉMÒNJÁ-ÒDUA, não havendo veracidade no fato de SANGO ser uma
prole direta de IYÉMÒNJÁ e sim porque IYÉMÒNJÁ é a Mãe mítica de todos
os seres vivos, e principalmente pela condição de SANGO ser um memorável
e grande Egungun desencarnado, o qual é cultuado aqui no Brasil
equivocadamente como um Òrìsà, onde acabou sendo confundido com os
próprio Òrìsàs JAKUTA e AGANJU, nos quais SANGO foi iniciado
individualmente quando vivo. Desta maneira está comprovado que homens
capacitados pode sim, administrar pequenos e grandes rituais à
ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ, até porque hoje, o fato de incorrer os homens à não
cultua-la, foi devido uma pequena deturpação que aconteceu na
Bahia/Salvador, quando um séquito de mulheres praticavam rituais às
GÈLÈDÈ’s abstendo os homens a participarem de tais ritos, “era tanta força
que elas tinham que o culto acabou se extinguindo completamente”, fato que
deu origem a uma irmandade de mulheres de crença Católica... fatos que
para os Yorubanos não tem coesão alguma referente ao culto de GELEDE, o
que na verdade, é outro departamento em que ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ está
inserida de forma complexa distinta comparado ao seu culto próprio. Note
bem, como faz uma grande diferença de acentuação do nome ÌYÀMÌ
(poderosa e respeitável Mãe), o que torna totalmente diferente do nome
IYÁMI (minha mãe), tanto na escrita quanto na caraterística verbal
desempenhada no título. Por isso, tanto na sociedade ÒSÒRÓNGÀ quanto
na sociedade Òrìsà, ÌYÀMÌ mãe universal, é, e deve sempre ser cultuada
como o núcleo feminino, como também na interação do seu oposto, que é o
próprio ÒÒRÌSÀNLÀ, o Pai Universal. Na verdade, ÌYÀMÌ é uma poderosa
força singular que atua naturalmente como uma matriarca, num tipo de
canalizadora do poder sobrenatural ou físico feminino, particularidade
especial que cada uma Elas desempenham um tipo de função diferenciada,
mas primeiramente como verdadeiras fontes geradoras de vidas, onde todas
estão voltadas para a Grande Mãe que é o Òrìsà ÌYÀMÌ, atuando como base
estrutural da vida, que em natural oposição preside a morte. Fato que
comprova sua estreita relação com os Egunguns. Por isso, explicitamente de
forma figurativa é afamada também como a Dona dos Mares, ou seja, o
próprio útero mítico planetário, possuindo suas Águas Verdes ou Azuis, cores
estas oriundas do Negro, o que comprova sua inteira relação com a morte e
consequentemente com Egungun, fato que recebe o nome de
ÌYÉMÒNJÁ-ÒDUÀ, possuindo poderosamente uma característica anfíbia
associada ao Mar e a Terra. Por isso ÌYÀMÌ, seja sob o título de ÒSÒRÓNGÀ
ou IYÉMÒNJÁ, é uma única Grande Mãe, que irrevogavelmente está
naturalmente e ritualmente relacionada a uma condição anfíbia,
possivelmente cultuada Tanto na Água quanto na Terra com nomes distintos,
o que faz da grande Mãe Poderosa em seus vários aspectos rituais, quando
acontece suas transmutações no âmbito natural e no âmbito religioso.
Comprovamos isso no culto de Egungun, onde ÌYÀMÌ é a primordial
proprietária do Mel (elemento natural), cujo alimento é muito utilizado no culto
à todo os Egungun (ancestral), principalmente SÀNGÓ. Já dá para perceber,
o verdadeiro motivo que nas rodas de SANGO se louva tanto
IYÉMÒNJÁ-ÒDUA, não havendo veracidade no fato de SANGO ser uma
prole direta de IYÉMÒNJÁ e sim porque IYÉMÒNJÁ é a Mãe mítica de todos
os seres vivos, e principalmente pela condição de SANGO ser um memorável
e grande Egungun desencarnado, o qual é cultuado aqui no Brasil
equivocadamente como um Òrìsà, onde acabou sendo confundido com os
próprio Òrìsàs JAKUTA e AGANJU, nos quais SANGO foi iniciado
individualmente quando vivo. Este é o verdadeiro fato que ÌYÀMÌ
ÒSÒRÓNGÀ necessariamente, com o nome de IYÉMÒNJÁ, é louvada nas
Rodas de SANGO, ou seja, é também inserida nos rituais do grande
Egungun-Sango, representante primordial do séquito ancestral Yorubá, fato
ignorado aqui no Brasil pela maioria dos que exercem o titulo de Babalorixá
ou Iyalorixá. Pois até os Uruguaios e Paraguaios corrigiram este assunto, e já
estão bem a frente comparado ao Brasil no tocante a SANGO. Voltando ao
contexto feminino, ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ é uma Poderosa força voltada ao
princípio feminino, principalmente na função do Útero, Seios e Regra
Menstrual, uma Mãe dotada de liderança, justeza, parcialidade e irritabilidade
efêmera, possuidora de Astúcia e Sabedoria. Na sociedade das GÉLÈDÈ
(máscaras), Ela é também chamada pelo nome ÌYÀMÌ-AKO, título que faz
referência ao Pássaro “Wako-wako” representante de sua principal expressão
Animal Alado e Caçador. No culto GÈLÈDÈ, acontece a saída seqüencial das
máscaras, onde a máscara AKO encabeça o título de IYALODÊ (primeira
dama da sociedade). ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ é ainda chamada ÌYÀMÌ-AKOKO
(Poderosa e respeitável Mãe Ancestral Suprema), pois este título entre alguns
outros é somente uma referência à antigüidade da Terra.

Títulos de Iyamí Ìyàmì-Òsòróngà = Poderosa Mãe cultuada na Sociedade


Osoronga.
Ìyàmì-Ajé = Poderosa Mãe administradora do Poder Sobrenatural. Título em
alusão quando seu culto é realizado na Lua NOVA na finalidade de utilização
dos poderes sobrenaturais em defesa a uma agressividade (feitiço), ou
relacionado aos projetos, ideais, envolvimentos e recolhimento de Yawo.
“Por ser o ciclo mais escuro da lua”
Ìyàmì-Eleye = Poderosa Mãe Proprietária dos Pássaros.
Ìyàmì-Oduwà = Poderosa Mãe proprietária do recipiente da existência (o
mundo).
Oduduwà = Recipiente Negro Existencial ( A Terra figurativamente Negra)
Ìyàmì-Odu = Recipiente – Útero – Cabaça – O Planeta – Ovo – Esfera
existencial.
Ìyàmì-Alaiye = Poderosa Mãe proprietária de toda extensão Terrestre.
Ìyàmì-Ekunlaiye = Poderosa mãe que inunda a Terra com Água...
Ìyàmì-Iyemonja = Poderosa Mãe senhora que possui muitos filhos como
cardumes de peixes. “Uma alusão a sua qualidade anfíbia a quantidade de
seres humanos existentes na terra comparada aos peixes no Mar”. (Título
relacionado a Egun e não a Ogun como muitos erradamente afirmam )
Ìyàmì-Yemowo = Poderosa Mãe que é o próprio dinheiro de suas filhas
(búzios). “uma alusão a grande quantidade de búzios que utiliza em suas
roupas” (Título que é cultuada no culto de Orisanlá).
Ìyàmì-Omolu = Poderosa Mãe a filha sagrada de Deus. (Título que é
cultuado ao lado de Obaluwaiye).
Ìyàmì-Omolulu = Poderosa Mãe rainha das formigas. “Uma referência ao
fato de está associada ao subsolo (Título que é também cultuada no culto de
Obaluwaiye).
Íyàmì-Ori ou Iya-Ori = Poderosa Mãe das Cabeças. “Uma alusão ao fato de
está relacionada aos rituais de sacrifício animal sobre uma cabeça”. (Título
que é também cultuado nos rituais de Bori).
Ìyàmì-Buruku = Poderosa Mãe Antiga. Uma referência ao planeta na sua
antigüidade existencial.
Ìyàmì-Agba = Poderosa Mãe ancestral associada ao poder feminino.
Ìyàmì-Ako = Poderosa Mãe que é o pássaro Ako. Título referente ao 3o dia
da lua cheia e a seu culto exatamente na sociedade das Geledés.
Ìyàmì-Iyelala = Poderosa Mãe senhora dos sonhos. (relacionada a revelação
de situações através de sonhos).
Ìyàmì-Ayala = Poderosa Mãe esposa daquele que é o Céu. “Uma referência
ao fato da Terra ser coberta pelo Céu o próprio Oorisanla”.
Ìyàmì-Onilé = Poderosa Mãe proprietária da Terra. "Título referente à
reverência e aos rituais realizados dentro da terra”. Outra referência é ao fato
de ser o lugar mais próprio de se cultuar toda classe de espíritos, na qual Ela
é a grande apaziguadora desses espíritos ou forças rebeldes. Numa única
função de tranquilizar, apaziguar ou neutralizar qualquer tipo de força oculta
agressiva.
Òdu-Logboje = Cabaça Existencial no Universo. Uma referência ao planeta
Terra.
Ìyàmì-N’la = Poderosa grande Mãe. Uma referência a grandeza do planeta
Terra e seu culto elementar. Título que plagia o título de Orisa’nlà.
Ìyàmì-Asiwòró = Poderosa Mãe canalizadora das energias nos ritos
tradicionais.
Ìyàmì-Osupa = Poderosa Mãe que controla as forças da lua.
Ìyàmì-Petekun = Poderosa Mãe que é povoada. Uma referência a relação
com Èsu.
Ìyàmì-Ako = Nome de Ìyàmì dentro da sociedade Gelede, título que assume
o posto de primeira Dama desta sociedade.
Ìyàmì- Egeleju = Poderosa Mãe dos olhos delicados.
Ìyàmì-Mase malè (Abrev: Iyamase malè) = Poderosa mãe que não permite
o mal chegar à noite... Uma alusão às noites que sobrevoam a sua forma de
pássaro nos lugares em que é invocada e reverenciada com louvores e
saudações. Título este muito reverenciada nas rodas de Sango (Egungun)
quando e enquanto dançam em volta da fogueira ao Ar livre, fato memorável
ao poder sobrenatural que possibilita Sàngó como o grande Egungun
(ancestral) voltar à Terra possuindo seus Eleguns durante as festividades.
Ìyàmì-Eleje = Poderosa Mãe proprietária do fluxo da vida (sangue).
Ìyàmì-Oru-Alé = Poderosa Mãe da madrugada ou noite.
Ìyàmì-Oga Igi= Poderosa Mãe que faz o alto das árvores de tronco. Uma
referência ao fato dos Pássaros pousarem no cume das grandes árvores.
Ìyàmì-Ilunjó = Poderosa Mãe que dança o ritmo da morte. Uma referência ao
ritmos tocado por Ogun “Aquele que dança o ritmo da morte”.
Ìyàmì-Elesenu = Poderosa Mãe Proprietária de todos os órgãos internos
(vísceras).
Ìyàmì-Apaki = Poderosa Mãe que mata. Uma referência ao fato que no
decorrer da vida acontece a morte.
Ìyàmì-Naré = Poderosa que o próprio ventre.
Ìyàmì-Araiye = Poderosa Mãe que controla todos os espíritos da Terra
(encarnados e desencarnados).
Ìyàmì-Koko = Poderosa Mãe Anciã. Uma referência a antigüidade do planeta.
Ìyàmì-Kekere = Poderosa Mãe pequena do universo. Uma referência ao fato
de Iyami ser a administradora da vida no planeta auxiliando Olodunmare
(Deus).
Ìyàmì-Olotojú = Poderosa Mãe que espia do alto. Uma referência ao fato
dos pássaros pairarem no ar e observarem tudo de cima.
Ìyàmì-Arajado = Poderosa Mãe que olha para o Céu. Uma referência ao fato
da Terra estar coberta pelo Céu.
Ìyàmì-Oloriyàmi = Poderosa Mãe proprietária das águas. Uma referência aos
Mares e a água do útero.

O Assentamento

Abra aos pés de uma árvore de Iyami uma cavidade de


aproximadamente 90 de largura e 90 de profundidade. Jogue um
pouco de água nesta cavidade assim que ela for aberta, para que
refresque a terra. Ao anoitecer a primeira coisa a se
fazer é dar de comer a Onile (Dona da Terra) Proceda da seguinte
maneira: 1 ekó (acaçá) 1 ekuru 1 acarajé 1 bola de canjica 1 bola
de arroz 1 bola de inhame (oká) 1 punhado de pade de dendê 1
punhado de pipocas 1 vela 1 obi 1 orobo água Vinho moscatel
Com a vela acesa ao lado desta cavidade vá depositando os axés
acima em círculo e temperando, entoando a seguinte cantiga:

1. Onile kere
Onile kere o
Onile kere l’odo

2. Ibá orisá Ibá onile


Onile mojuba o

3. Ago onile
Onile Onile madago
Ago onile Onile ago

Após depositado tudo jogue terra fértil por cima até que cubra os
axés e por cima da terra as seguintes folhas:
-Manjericão
- Erva de São João Maravilha
-Dama da noite
-Iroko
-Akoko
-Jaqueira
- Amendoeira
-Peregum
-Guiné Piu Piu

*Dê início ao assentamento de Iyámí: Dentro de uma cabaça


bem grande arrume 01 idé Grosso e grande de ferro ao
centro,um colobo de barro médio cheio até a boca com
Ossum africano, este colobo ficará no meio do idé de
ferro.Jogar por cima de tudo uma fava de ataré inteira
debulhada (só os carocinhos). 07 moedas vinténs arrumadas
em volta do colobo de osun 01 ajê pequeno será posto em
cima do osun que está no colobo bem ao meio. 09 búzios
grandes e brancos abertos serão colados no colobo por fora
em volta com a ajuda de sabão da costa verdadeiro, moer
dandá, bejerekun, mulato velho (peixe), preá torrada e lelekun
misturados e espalhar por cima de tudo que está na cabaça.
01 fava de aridã será posta dentro da cabaça. A banha de ori
será para untar a parte de cima da cabaça que cobrirá a
cabaça inferior, após untar sopre efun africano onde foi
lambuzado de banha de ori. Finalizando essa arrumação de
cabaça ponha 7 rabos de eketé (gambá) enfincados no
ossum que está no colobo. Na parte externa da cabaça
superior, no topo cavar um pequeno orifício para que as
seguintes penas possam ter suas bases enfincadas: coruja,
ekodidé, leke-leke, agbe, aluko, aparo (codorna), etu
(d’angola), adie dudu (galinha preta), pomba preta. A cabaça
é posta na cavidade sobre a terra, é tampada com a parte
superior da cabaça que já está adornada com as penas em
sua ponta. 09 akasas, 09 ekurus e 01 pedra de carvão grande
são postos em volta da cabaça sobre a terra, da-se início aos
sacrifícios: 01 galinhão grande de cor 01 galinha preta 09 obis
- Muita pasta de dendê Sacrifique o galinhão, seguida da
galinha preta, abra os 09 obis e arrume em volta da cabaça,
despeje pasta de dendê por cima de tudo em quantidade.
Durante o sacrifício entoe a seguinte cantiga:

Mojúbà è nyin Ìyámí Òsòròngà


O Tònón Èjè enun
O T òo k ó n è j è è d ò
Mojúbà è nyin Ìyámí Ò s òròngà
O T ò n ó n È j è e nun
O T òo k ó n è j è è d ò
È j è ó yè ní Kál è o
Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò
È j è ó yè ní Kál è o
Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò
Após ter sacrificado todos os animais, sacrifique os obis alafiando
os rezando o seguinte:

yá kéré gbo ìyámi o Ìyá kéré gbohùn mi Ìyá kéré gbo ìyámi o Ìyá
kéré gbohùn mi Gbogbo Eléye mo Ìgbàtí Ìgbàmú ile Ìyá kéré
gbohùn mi Gbogbo Eléye mo Ìgbàtí Ìgbàmú ile Ìyá kéré gbohùn
mi.

Ao despejar a pasta de dende sobre tudo ali cante o seguinte:

E pupa le awo
E pupa lé awo
E pupa lé lé lé léye ééé.

Tempere a matança normalmente como de costume para os


outros Orixás. Cubra tudo com penas dos bichos sacrificados,
cantando:

Egan po po gbo a yeye


Egan po po gbo awo
Egan po po gbo a yeye
Egan po po gbo

Esses bichos ficaram pelados pois todas as penas irão sobre essa
cabaça no interior da terra. Após cobrir toda a matança com
penas, entoe cantigas a Íyámí:

4.Apaki yeye /Apaky yeye Osorongá


Iya moki oma
A mapani
Iyá moki omã
A ma soro
Ba w’agba
De w’ajo
Omi gbomi awo
Nesta cantiga acima põe-se os 07 ovos imersos no dendê para
aplacar a ira de Iyami Ajé.

5.Eku male o
Igba ina
Aru ma reo
Ni komo olorun
E ma ma si lê nise ipade
O leye o o
Odile odi
Otun a t’i otá
Odile agbibo
Ma ma r’unbo
E ye ye e e e e

6. Atunka o o
O gulutu Atunka o o
O gulutu
o Igbain gba gbale e e
A a agba

Após terminarem de entoar todas as cantigas e todos terem batido


pawó para o assentamento, duas mulheres escolhidas pelo
Babalorisá jogaram água para cima da árvore louvando o
seguinte: Ibá Iyámi Ibá Iyámí o !!! E a cabaça então é coberta por
barro vermelho. Sobre essa terra ficará sempre o ebó ajé da casa,
ovos imersos em dendê, ovos imersos em água de canjica, 1
moringa com água e outra com dendê ficarão sempre neste lugar
aos pés da árvore para Iyamí.

Os axés dos animais serão preparados e postos ali também

Cantiga de Iyámí :

E kúnl è o , e Kúnl è f’obinrin o


E f’obinrin f’obinrin a k’àwa tó d’enia
E kúnl è f’obinrin f’obinrin f’obinrin o
Tradução:

(Ajoelhem-se para as mulheres


A mulher nos colocou no mundo, nós somos
seres humanos
A mulher é a inteligência da terra
A mulher nos colocou no mundo,nós somos seres humanos).

Ebós

1. Para Ìyá Mí defender a casa da pessoa contra feitiços


01 Frango arrepiado
01 Ovo de pata
07 Penas de Coruja escura
07 Ekurus
½ Litro de dendê
02 pedras de efum africano moídas
01 Alguidar número 04

*Fazer saraye na casa toda com o frango até chegar no portão, ali chegando,
sacrifique o frango dentro do alguidar, sem separar o ori do corpo, escorrendo
todo o sangue quebre patas e asas, cubra o ejé com um pouco de dendê em
seguida jogue bastante efun por cima, ponha o frango no chão ao lado. Siga
com o sacudimento, desta vez com as penas de coruja, passando-as
somente nos cantos da casa, chegando no portão abra o frango pelas costas
e arrume a penas dentro dele. Agora será a vez dos Ekurus, passando-os
somente no chão de cada cômodo, chegando no portão coloque os ekurus
dentro do alguidar, deixando o centro do alguidar livre.Por último passe o ovo
de pata por todas as pessoas da casa chegando no portão introduza o ovo de
pata dentro do frango pelas costas, arrume o frango dentro do alguidar
sentado.Cubra com o resto do dendê e despeje o restante de efun sobre o
ebó. Despacho numa encruzilhada de T (Ikoritá meta), longe de sua
residência ou ilê. Durante todo o ritual deste ebó cante o seguinte:

SARAYÉ YÉ OSORONGÁ
SARAYÉ YÉ OSORONGÁ
SARAYÉ YÉ OSORONGÁ
OSORONGÁ SAGALAÔ.
Ebó quizilas provocadas por OSORONGÁ
01 Alguidar n. 5 pintado de preto
01 Alguidar n. 5 crú sem pintar
01 Efum africano
07 Bruxinhos tecido branco (no sexo da pessoa)
07 Ovos caipiras
07 Ekurus
01 Eku (preá)
07 Moedas antigas
01 Punhado grande de pasta de dendê
01 Litro de dendê
03 Metros morim preto
02 Metros de morim branco
01 Punhado grande de bejerekun / lelekun / aridan ralada.

Esse ebó só poderá ser feito à noite na companhia de uma


pessoa de Osun e o respectivo zelador (a) A pessoa é posta de
frente para o alguidar pintado no tempo, o outro alguidar ficará nas
costas dele, enrola-se a mesma no morim preto, deixando livre
apenas a mão direita,entrega-se nesta mão a preá, para que o
cliente vá estrangulando durante todo o ritual. Passe os bruxinhos
esfregando com força na pessoa pedindo pra sair o ajé, arrumar
no alguidar colocando-os de barriga para baixo encostando-os na
parede do alguidar. Passe os ovos, arrume-os intercaladamente
entre os bruxinhos, passe os ekurus com a palha sem desenrolar,
ponha no chão, pegue a preá da mão do cliente que já deverá ter
cufado, e ponha no meio do alguidar, antes, quebre suas patas.
Agora, comece a passar a pasta de dendê na pessoa toda ainda
coberta pelo morim preto, terminado, abra os ekurus e com a
palha enrole a preá, use a palha toda, ponha a preá de volta ao
centro do alguidar, então esfarele os ekurus todo em cima da
preá.desenrole a pessoa e ponha o morim preto sujo de dendê no
alguidar das costas, ponha fogo neste morim sujo, dê ao cliente o
efum moído para que ele cubra todo o ebó da frente com esse
atin, e esfregue bastante nele também, a pessoa que estiver
passando o ebó deverá esfregar efum em si também, para que
não fique com a resma. Despeje 1 litro de dendê no alguidar das
costas, cobrindo todo o morim queimado, enrole-o no morim
branco. O ebó da frente irá para uma ikoritá meta, o ebó das
costas irá para uma caverna, ou toca (buraco) que dê para uma
pessoa morar ou entrar. Enquanto o ebó está sendo levado, todos
permanecem em silêncio no ilê, e o cliente sendo banhado por
alguém com banho cozido de bejerekun / lelekun / aridan ralada.

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