Pesquisa Pessoal Iyamin - Talytaa Duartte
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Iya Mì Ódu ÌYÀMÌ-ÒDU quando veio para ser o mundo recebeu diretamente de DEUS o
poder sobre todos os ÒRÌSÀS e todos os seres humanos. Poder este, simbolizado por
(Éyé) Pássaro residente no interior de uma grande cabaça, a qual é a imagem do mundo
contendo o poder existencial e sobrenatural, expressado pelo pássaro em seu conteúdo.
Por isso na cultura Yoruba, ÌYÀMÌ é chamada de ELEYE ( Poderosa Mãe Proprietária do
magnífico poder do Pássaro). Poder que metaforicamente abusou... dando motivos para
que Olodumare (Deus) retirasse a parte superior da cabaça, compartilhando com Òòrìsàn’là
(o Céu) seu companheiro, ou parte masculina, o qual é a própria e completa extensão
celestial. A Partir de então, cobrindo completamente ÌYÀMÌ (a Terra). Assim os dois vieram
ao mundo (criados juntos). Quando Olodumare literalmente visualizou, decretou e criou a
força masculina (Òòrìsàn’là) lhe otorgando a partir daquele momento exercer o Poder, do
qual, no entanto, Ela (ÌYÀMÌ) o conservará. Podemos então perceber na comparação entre
os mitos, uma perda de valores culturais e religiosos. Pois quem entender ou afirmar,
encarando ÌYÀMÌ simplesmente como agente maléfico, Egungun ou como uma Bruxa, isto é
simplesmente incorrer numa total falta de informação segura. Como também, é literalmente
negar todas as profundidades simbólicas e poéticas existentes no culto Yorubá. O poder de
ÌYÀMÌ é atribuído às mulheres possivelmente para que os homens administrem esse poder,
sendo que muitos aqui no Brasil desconhecem tal fato, enquanto outros deturpam a não
aceitação por uma completa e real falta de sabedoria. Este poder feminino é uma função
somente conferida às mulheres bem idosas, verdadeiras fêmeas-vivíparas ( Parideiras),
amamentadoras e protetoras de tudo que faz ou gera. Mas pensa-se, que em certos casos
este poder pode pertencer também a moças bem jovens. Isto vai desde gerar filhos até a
utilização dos poderes sobrenaturais. Poder este, recebido geralmente como herança de
seus entes queridos, seja para dar a luz, amparar, ensinar, etc. Tanto no aspecto material
como espiritual (psicológico), os quais, entre outros, são poderes sobrenaturais que seria
mais viável utilizá-los numa idade madura, esperando atingirem um melhor preparo na vida.
Muito raramente, mais acontece, é certas mulheres de qualquer idade adquirindo
voluntariamente o poder sobrenatural, até mesmo sem que o saiba... Desde as épocas mais
remotas manifestações do culto à ÌYÀMÌ foi apreciado por mulheres. Nas religiões: Yoruba,
egípcia e grega quando a alma “essência” era, e ainda é, representada através do pássaro,
o qual sempre acompanhou as mulheres numa referência do poder sobrenatural associadas
principalmente as grandes Deusas de vária culturas; Oxum na cultura Yoruba - Isis na
cultura Egípcia - Diana dos Éfesos, etc. Elas são paradigmas de fontes de vida elementares
e incontroláveis como a Liberdade. Possuidoras de força e sabedoria própria, o que
estimulavam as mulheres a não se submeterem a nenhuma organização ou lei nacionalista.
Em torno da parte feminina, Deus levanta o entusiasmo da humanidade, convidando
diferentemente todos os povos a uma experiência diretamente com o sagrado. A evolução
do Poderio Feminino. No século XIV, entretanto, marca o fim deste florescimento do
feminino, com as primeiras fogueiras acesas pela Inquisição, que arderam 500 anos. Esta
grande fogueira queima e difama os Templários e encabeça a caça às mulheres dotadas de
poderes sobrenaturais “Bruxas", numa tentativa de eliminar o princípio feminino de prazer,
liberdade e bonança propiciado pela Mãe-Terra. Na verdade, as fogueiras das bruxas só se
extinguiram na Era da Razão. Apesar de aparentemente não corresponderem ao ideal da
Era da Razão, quando as mulheres surgiam como um símbolo de uma Força sobrenatural,
muitas das vezes mais antiga e poderosa, do que a de um Rei ou Papa. Quando as
qualidades sublimes e sutis do feminino foram renegadas e um período de obscurantismo e
clandestinidade se abateu sobre o culto a ÌYÀMÌ (a grande Mãe Terra), ou seja, Mãe das
mães doadoras de vida, prazer e felicidade. No início da Era Cristã o culto das divindades
femininas de todos os Olimpo declinou. O culto à ÌYÀMÌ (Mãe-Terra) sofreu este mesmo
declínio e passou a ser clandestino. Chegando até nós somente os ecos de alguns vultos
como poucos fundamentos. Já os mistérios de Elêusis na cultura Grega e romana, as quais
cultuavam ÌYÀMÌ com o nome de Deméter e Perséfone. Artemisa em Éfeso, continuaram
por um bom tempo um culto inabalável. Nem mesmo o Apóstolo Paulo conseguiu impedir
seu Culto. Ela era Diana, a Hécate do mundo romano, a Deusa do ramo dourado
consequentemente proprietária da madeira, sendo este um traço característico da Mãe
Universal e sobrenatural, a qual foi muitas vezes encontrada em árvores, elemento
associado a Egun (ancestralidade masculina).
"Eleye com a boca redonda. Pássaro àtíòro que desce docemente. (Eles se
reúnem para beber o sangue) voam sobre o teto da casa. (Passando da rua)
colocou no mundo (Come desde a cabeça, eles estão contentes). (Come
desde a cabeça, eles estão contentes) colocou no mundo (Chora como uma
criança mimada). (Chora como uma criança mimada) colocou-me no mundo .
Quando ajé veio ao mundo ela colocou no mundo três filhos. Ela colocou no
mundo "Vertigem" Ela colocou no mundo "Troca e sorte" Ela colocou no
mundo "Esticou-se fortemente morrendo". Ela colocou no mundo estes três
filhos. Assim eles não têm plumas. O pássaro akó lhes deu as plumas. Nos
tempos antigos, elas dizem que elas não gratificam o mal No filho que tem o
bem. Eu sou vosso filho tendo o bem, não me gratifica o mal. Vento secreto
da Terra. Vento secreto do além. Sombra longa, grande pássaro que voa em
todos os lugares. Noz de coco de quatro olhos, proprietária de vinte ramos.
Obscuridade de quarenta flechas (É difícil que o dia se torne noite). Ela se
torna pássaro longo (que) sacode a cabeça. Ela se torna um pássaro untado
de osùn muito vermelho. Ela se torna pássaro, se torna irmã caçula da árvore
akòko. (A coroa sobe na cabeça) segredo de Ìdo. A rã se esconde em um
lugar fresco. Mata sem dividir, fama da noite. Ela voa abertamente para entrar
na cidade. Vai à vontade, anda à vontade, anda suavemente para entrar no
mercado. (Faz as coisas de acordo com sua própria vontade). Elegante
pássaro que voa no sentido invertido de barriga para cima. Ele tem o bico
pontudo como a conta esu Ele tem as pernas como as contas sègi. Ele come
a carne das pessoas começando pela cabeça. Ele come desde o fígado até o
coração. O grande caçador. Ele come desde o estômago até a vesícula biliar.
Ele não dá o frango para ninguém criar, mas ele toma o carneiro para junto
desta aqui." (Verger; 1992:90) O texto de Verger é hermético, simbólico,
truncado e reticente impedindo donos a adentrar na complexidade do
universo afro-descendente brasileiro O sistema religioso africano-brasileiro é
passado de geração a geração de forma oral, pois acreditam seus sacerdotes
que a palavra verbalizada possui o poder de transmitir o Axé, força contida
nos ensinamento herdados de seus ancestrais. Os sacerdotes utilizam dos
oráculos de Ifá e Jogo de Búzios para conhecer os odús, signos que contêm
itans: contos milenares que versam sobre a história da criação do mundo e
dos Orixás - divindades que simbolizam as forças da natureza, quando da
separação do mundo em Orum (mundo celeste) e Aiê (mundo material). O
texto de Verger traduz alguns destes itans relativos a Iyami Òsòròngà, cuja
tradução para a língua portuguesa é "Minha Mãe" Osoronga. Iyami Osoronga
é proprietária de um pássaro chamado Aragamago e de uma cabaça segundo
o odú Ìrété Ogbè. (Verger; 1992:80). Para os religiosos africanos e
afro-descendentes, a representação mais perfeita do Universo é a Cabaça:
Igbadu, onde estão contidos os segredos da criação do Aiê. Odùa, Odù
Lógbáje ou Iya Malé é o nome que Osoronga possui quando torna-se sua
proprietária: Mãe dos Orixás. Outra máscara de Iyami é como anciã, a mulher
sábia e respeitável, que pode também ser chamada de Àgbà ou Igba nla:
"Aos apelos que seus filhos fizerem, ela responderá do interior da cabaça,
pois ela tornou-se idosa". (Verger; 1994:67)
Reza de Iyamí
Mojúbà ènyin ÌYÁMÍ Ò SÒRÒNGÀ.
(Meus Respeitos a Vós Minha Mãe Osoronga!)
Mo júbà è nyin Ìyámí Ò sòròngà O Tònón Èjè enun O T ook ón èjè èdò Mo
júbà è nyin Ìyámí Òsòròngà O T ò n ó n È jè enun O T òok ón èjè èdò Èjè óyè
ní Kálè o Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò Èjè ó yè ní Kálè o Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò
Tradução (Meus respeitos a vós ,minha mãe Osoronga Vós que seguireis os
rastros do Sangue interior Vós que seguireis os rastros do sangue do coração
e do sangue do fígado Meus respeitos a vós minha mãe Osoronga Vós que
seguireis os rastros sangue interior Vós que seguireis os rastros do sangue
do coração e do fígado O sangue vivo que é recolhido pela terra cobre-se de
fungos, E ele sobrevive , sobrevive ó mãe muito velha o Sangue vivo que é
recolhido pela terra cobre-se de fungose ele sobrevive ,sobrevive, ó mãe
muito velha)..
Máscaras Gèlèdè
Segundo nos conta um ìtàn do Odù Ogbé Ò sá , diz que quando as Ìyámìs
chegaram do Ò run pousaram em sete árvores.Segundo um Ìtòn as árvores
das Ìyámìs seriam:
Porém outra ìtàn nos da outra apresenta uma relação diferente das sete
árvores estas seria as árvores sagradas das Mães Ancestrais:
Ose - Adansanonia Digitalia.
Iroko - Chlorophora Excelsis.
Ìyá - Daniellia Olivieri.
Asunrin - Erythrophelum Guineense.
Obobo - Não identificada.
Iwó - Não identificada .
Arere - Triplochiton Nigericum.
Conhecendo as Iyamí
O Assentamento
1. Onile kere
Onile kere o
Onile kere l’odo
3. Ago onile
Onile Onile madago
Ago onile Onile ago
Após depositado tudo jogue terra fértil por cima até que cubra os
axés e por cima da terra as seguintes folhas:
-Manjericão
- Erva de São João Maravilha
-Dama da noite
-Iroko
-Akoko
-Jaqueira
- Amendoeira
-Peregum
-Guiné Piu Piu
yá kéré gbo ìyámi o Ìyá kéré gbohùn mi Ìyá kéré gbo ìyámi o Ìyá
kéré gbohùn mi Gbogbo Eléye mo Ìgbàtí Ìgbàmú ile Ìyá kéré
gbohùn mi Gbogbo Eléye mo Ìgbàtí Ìgbàmú ile Ìyá kéré gbohùn
mi.
E pupa le awo
E pupa lé awo
E pupa lé lé lé léye ééé.
Esses bichos ficaram pelados pois todas as penas irão sobre essa
cabaça no interior da terra. Após cobrir toda a matança com
penas, entoe cantigas a Íyámí:
5.Eku male o
Igba ina
Aru ma reo
Ni komo olorun
E ma ma si lê nise ipade
O leye o o
Odile odi
Otun a t’i otá
Odile agbibo
Ma ma r’unbo
E ye ye e e e e
6. Atunka o o
O gulutu Atunka o o
O gulutu
o Igbain gba gbale e e
A a agba
Cantiga de Iyámí :
Ebós
*Fazer saraye na casa toda com o frango até chegar no portão, ali chegando,
sacrifique o frango dentro do alguidar, sem separar o ori do corpo, escorrendo
todo o sangue quebre patas e asas, cubra o ejé com um pouco de dendê em
seguida jogue bastante efun por cima, ponha o frango no chão ao lado. Siga
com o sacudimento, desta vez com as penas de coruja, passando-as
somente nos cantos da casa, chegando no portão abra o frango pelas costas
e arrume a penas dentro dele. Agora será a vez dos Ekurus, passando-os
somente no chão de cada cômodo, chegando no portão coloque os ekurus
dentro do alguidar, deixando o centro do alguidar livre.Por último passe o ovo
de pata por todas as pessoas da casa chegando no portão introduza o ovo de
pata dentro do frango pelas costas, arrume o frango dentro do alguidar
sentado.Cubra com o resto do dendê e despeje o restante de efun sobre o
ebó. Despacho numa encruzilhada de T (Ikoritá meta), longe de sua
residência ou ilê. Durante todo o ritual deste ebó cante o seguinte:
SARAYÉ YÉ OSORONGÁ
SARAYÉ YÉ OSORONGÁ
SARAYÉ YÉ OSORONGÁ
OSORONGÁ SAGALAÔ.
Ebó quizilas provocadas por OSORONGÁ
01 Alguidar n. 5 pintado de preto
01 Alguidar n. 5 crú sem pintar
01 Efum africano
07 Bruxinhos tecido branco (no sexo da pessoa)
07 Ovos caipiras
07 Ekurus
01 Eku (preá)
07 Moedas antigas
01 Punhado grande de pasta de dendê
01 Litro de dendê
03 Metros morim preto
02 Metros de morim branco
01 Punhado grande de bejerekun / lelekun / aridan ralada.