Aula 3

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Processo Penal

- Delatio Criminis: ocorre quando alguém leva ao delegado a informação sobre a


ocorrência de um crime. Existem duas espécies de Delatio Criminis:

a) Delatio Criminis simples: ocorre quando a delação do crime é realizada por qualquer
pessoa. Qualquer cidadão pode fazer a denúncia de um crime;
b) Delatio Criminis postulatória: ocorre quando a delação é feita pela vítima ou cônjuge,
ascendente, descendente ou irmão, ou pelo seu advogado;

- Diligências a serem realizadas no Inquérito Policial:

Pode ocorrer durante a investigação a reprodução simulada dos fatos.


Porém, nem todo delito admite a reprodução, ela não pode ser realizada quando ofender
a moralidade ou a ordem pública. O investigado não é obrigado a participar da
reprodução simulada dos fatos.
Atenção: o STJ entende que o delegado pode realizar a reprodução
simulada dos fatos ainda que exista ação penal em curso.
O delegado ou MP podem requisitar diretamente à órgão público ou
empresa privada informações cadastrais de suspeitos ou da vítima.
O delegado não pode decretar medida protetiva na Lei Maria da Penha. Ele
deve fazer o encaminhamento do requerimento ao juiz. Porém, existe uma exceção:
medida protetiva de afastamento do lar quando a cidade não for comarca, nesse caso,
o delegado pode decretar a medida protetiva e na ausência do delegado, qualquer
policial. O juiz deverá ratificar essa decretação de medida protetiva.

- Indiciamento:

É ato privativo do delegado de polícia, e significa que para o delegado os


indícios de autoria recaem sobre determinado investigado.
É pacífico na jurisprudência que o juiz e o MP não podem determinar o
indiciamento do investigado.
Atenção: o indiciamento não vincula o titular da ação penal, como por
exemplo o MP, por essa razão o MP pode oferecer denúncia contra pessoa não
indiciada pelo delegado, bem como pode promover o arquivamento do inquérito em
face de pessoa indiciada pelo delegado.
O STJ entende que, mesmo com o inquérito arquivado, a pessoa pode
continuar indiciada no inquérito, até que ocorra a extinção da punibilidade.
O desindiciamento também é ato privativo do delegado, porém, o
investigado poderá através de Habeas Corpus buscar o reconhecimento da ilegalidade
do seu indiciamento.
Existem duas espécies de indiciamento:
a) Indiciamento direto: é o realizado na presença do investigado;
b) Indiciamento indireto: é o realizado na ausência do investigado;

Não podem ser indiciados: presidente da república, juízes e promotores,


pessoas com imunidade diplomática e os menores de 18 anos.
O indiciamento significa que o investigado será identificado criminalmente,
sendo realizado o pregressamento e o interrogatório do investigado.
Identificação criminal significa que será retirada a fotografia do indiciado e
realizada a colheita das suas digitais, porém, cuidado o art. 5º, inciso LVIII, da CF: o
civilmente identificado não poderá ser submetido a identificação criminal.
Essa regra constitucional não é absoluta. A lei n. 12.037/2009, prevê
hipóteses em que o delegado irá realizar a identificação criminal mesmo que a pessoa
possua identificação civil, exemplo: documento antigo ou rasurado.

- Conclusão do Inquérito:

O inquérito termina com um relatório. Esse relatório é feito pelo delegado,


devendo ser encaminhado ao Poder Judiciário (juiz).
O cartório faz uma triagem para prosseguir, em caso de ação penal privada
deverá ser realizada a queixa crime, pela vítima, para assim prosseguir. Quando se trata
de ação penal pública, é encaminhado para o MP, onde poderá ser feito o seguinte:
oferecimento da denúncia, requisição de novas diligências, requerer arquivamento
(promoção de arquivamento).
Quando é promovido o arquivamento, os autos retornam ao juiz, onde ele
pode concordar ou discordar com o arquivamento. Em caso de concordância o juiz
arquiva o inquérito.
Arquivamento do inquérito não faz coisa julgada, ou faz coisa julgada
formal. Caso surjam novos indícios poderá ser reaberto. Existem 03 hipóteses que o
arquivamento do inquérito fará coisa julgada material, são elas: fato atípico, excludente
de culpabilidade (exceto a inimputabilidade) e extinção da punibilidade.
Obs.: A excludente de ilicitude gera divergência jurisprudencial.
A decisão que arquiva o inquérito é irrecorrível, porém, existem exceções,
vejamos:
1 – Lei n. 1.521/51 (crimes contra a economia popular e contra a saúde
pública): recurso de ofício, o juiz homologou, mas é obrigado a remeter os autos ao
Tribunal para que seja feira a ratificação. Reexame necessário;
2 – Contravenção de jogo do bicho e contravenção de aposta em corrida de
cavalo: recurso em sentido estrito;

Em situações teratológicas (flagrante ilegalidade) a vítima poderá impetrar


mandado de segurança.
Quando o juiz discordar do arquivamento proposto pelo MP, fará a remessa
para o Procurador Geral (chefe do MP), por sua vez, o Procurador Geral pode concordar
com o promotor ou com o juiz. Caso ele concorde com o promotor, o próprio
procurador irá oferecer a denúncia, bem como poderá escolher algum promotor para
oferecer a denúncia em seu nome.
Arquivamento implícito não é admitido no Brasil, esse tipo ocorre quando o
MP deixa de incluir na denúncia fato investigado no Inquérito ou pessoa investigada no
Inquérito.
O arquivamento indireto é admitido. Ocorre quando o membro do MP
entende que o juiz, onde possui atribuição, não é competente para a ação penal. Se o
juiz discordar, haverá a remessa ao procurador geral.
Obs.: quando o investigado possui prerrogativa de função, se o procurador
promove o arquivamento, o desembargador ou o ministro são obrigados a homologar.

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