Diur-07 2018 Região-Sul Sudeste DF140
Diur-07 2018 Região-Sul Sudeste DF140
Diur-07 2018 Região-Sul Sudeste DF140
Este documento pode ser verificado no endereço eletrônico http://www.in.gov.br/autenticidade.html, Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2 de 24/08/2001, que institui a
pelo código 50012018081700007 Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
SECRETARIA DE ESTADO DE GESTÃO DO TERRITÓRIO E HABITAÇÃO – SEGETH
COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE APOIO A GESTÃO, AUDITORIA E
CONTROLE - COINST
SUBSECRETARIA DE GESTÃO URBANA – SUGEST
Brasília
Junho de 2018
Diretrizes Urbanísticas
REGIÃO SUL/SUDESTE
SUMÁRIO
EQUIPE TÉCNICA – Dezembro/2013 ...................................................................................... v
EQUIPE TÉCNICA – Junho/2018 ........................................................................................... vii
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................... 1
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 3
2. DIRETRIZES PARA OS SISTEMAS ESTRUTURANTES DO ESPAÇO URBANO ....... 8
2. 1. SISTEMA VIÁRIO E DE CIRCULAÇÃO ....................................................................... 9
2. 2. SISTEMA DE CENTRALIDADES ................................................................................ 14
2. 3. SISTEMA DE ESPAÇOS VERDES ............................................................................... 19
3. DIRETRIZES DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ........................................................... 22
3.1. USO DO SOLO ................................................................................................................. 23
3.1.1. Centralidades ............................................................................................................. 24
3.1.2. Zona de ocupação na Via de Atividades ................................................................... 27
3.1.3. Zona de ocupação na Via de Circulação Nível 1 e DF-140 ...................................... 28
3.1.4. Zona A ....................................................................................................................... 29
3.1.5. Zona B ....................................................................................................................... 31
3.1.6. Zona C ....................................................................................................................... 32
3.1.7. Parque Tororó e APP ................................................................................................. 33
3.2. OCUPAÇÃO DO SOLO ............................................................................................... 33
3.2.1. Áreas Públicas ........................................................................................................... 33
3.2.2. Unidades imobiliárias (lotes) ..................................................................................... 39
3.2.3. Subsolo ...................................................................................................................... 45
3.2.4. Tratamento de divisas das unidades imobiliárias ...................................................... 45
3.2.5. População e Densidade Demográfica ........................................................................ 46
4. DIRETRIZES PARA O SISTEMA DE TRANSPORTE URBANO ............................... 52
5. DIRETRIZES DE DRENAGEM URBANA SUSTENTÁVEL....................................... 56
6. APLICAÇÃO DE INSTRUMENTOS URBANÍSTICOS ............................................... 58
7. RECOMENDAÇÕES RELATIVAS AO SANEAMENTO AMBIENTAL E ENERGIA
ELÉTRICA............................................................................................................................... 59
7.1. Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário ........................................................ 59
7.2. Drenagem Pluvial .......................................................................................................... 60
7.3. Tratamento dos Resíduos Sólidos ................................................................................. 60
7.4. Distribuição de Energia Elétrica ................................................................................... 60
8. DISPOSIÇÕES GERAIS .................................................................................................. 60
Lista de Quadros
Elaboração:
Chefe de Núcleo de Estudos e
GETER/DIPLU/SUPL
Paula Anderson Métodos para Diretrizes (até abril de
AN
Urbanísticas - 2013)
Coordenação Técnica:
Cláudia Varizo Cavalcante Gerente de Estudos Territoriais GETER/DIPLU/SUPLAN
Coordenação Geral:
Diretora de Planejamento
Moema Pereira Rocha de Sá
Urbano DIPLU/SUPLAN
Supervisão:
Subsecretário de Planejamento
Rômulo Andrade de Oliveira
Urbano SUPLAN/SEDHAB
Colaboração:
Chefe de Núcleo de
Angélica dos Santos Sales Estudos e Métodos para GETER/DIPLU/SUPLAN
Reestruturação Territorial
Analista de Planejamento e
Giovanna de O. Cardoso GETER/DIPLU/SUPLAN
Gestão Urbana
Especialista em Políticas
Hermínio Medeiros de
Pública e Gestão GETER/DIPLU/SUPLAN
Oliveira
Governamental
Analista de Planejamento e
Michel Silva de Oliveira DIPLU/SUPLAN
Gestão Urbana
Gerente de Monitoramento
Heloísa Pereira Azevedo GEMOT/DIPLU/SUPLAN
Territorial
Chefe do Núcleo de Estratégias
Camila de Carvalho P. de Estruturação Viária
GEMOT/DIPLU/SUPLAN
Lammers Transporte e Mobilidade
Urbana –
Chefe do Núcleo de Estratégias
Glauco Cezar de Souza
de Dinamização e GEMOT/DIPLU/SUPLAN
Ferreira
Requalificação Urbana
Analista de Planejamento e
Mônica Lobo Burle GEESP/DIPLU/SUPLAN
Gestão Urbana
Analista de Planejamento e
Yara Lucia Belo P. Barbosa GEESP/DIPLU/SUPLAN
Gestão Urbana
Revisão:
Estagiária
Coordenação Técnica:
Supervisão
APRESENTAÇÃO
Nessa perspectiva, as Diretrizes visam ordenar o Uso e Ocupação dessa região, de forma
a constituir uma área urbana completa, com oferta habitacional, comércio, serviços, indústrias,
lazer, e qualidade de vida para a população. Visam, também, orientar a formação de um espaço
urbano integrado, composto por parcelamentos articulados e que se completam na oferta de
1
Art. 7º - A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, indicará, nas plantas apresentadas junto com o
requerimento, de acordo com as Diretrizes de planejamento estadual e municipal:
Salienta-se, ainda, que para a elaboração destas Diretrizes foram realizadas consultas à
órgãos do Governo do Distrito Federal e diversas reuniões - com órgãos do GDF, demais
Diretorias e Gerências da Subsecretaria de Planejamento Urbano SUPLAN/SEDHAB,
interessados (proprietários de gleba e empreendedores), Universidades e Faculdades –
conforme documentação constante do processo.
I - as ruas ou estradas existentes ou projetadas, que compõem o sistema viário da cidade e do Município relacionadas com o loteamento
pretendido e a serem respeitadas;
II - o traçado básico do sistema viário principal;
III - a localização aproximada dos terrenos destinados a equipamento urbano e comunitário e das áreas livres de uso público;
IV - as faixas sanitárias do terreno necessárias ao escoamento das águas pluviais e as faixas não edificáveis;
V - a zona ou zonas de uso predominante da área, com indicação dos usos compatíveis. Em conformidade com o PDOT, compete às Diretrizes
Urbanísticas definir. (Lei Federal nº 6766/79)
A concepção urbana para a Região Sul/Sudeste parte do princípio de que esta grande
área virá a conformar um espaço urbano completo com: malha viária permeável e articulada;
modais de transporte conferindo mobilidade à população; áreas de polarização e concentração
de atividades diversificadas de comércio, serviços e habitação que contribuam para a ordenação
da ocupação; distribuição equilibrada de usos e atividades ao longo do tecido urbano;
valorização e integração de espaços ambientalmente sensíveis no contexto urbano; e espaços
públicos qualificados. Nessa perspectiva, foram definidas relativamente à região Diretrizes para
os elementos considerados estruturantes da cidade.
Segundo Villaça (2001, p. 21), a estrutura urbana pode ser caracterizada a partir dos
seguintes elementos: o centro principal (a maior aglomeração diversificada de empregos, ou de
comércio e serviços), os subcentros de comércio e serviços (réplicas menores do centro
principal), os bairros residenciais e as áreas industriais. Esta classificação relaciona-se com os
usos urbanos, que, segundo o PDOT (art. 44) são: residencial, comercial de bens e prestação de
serviços, institucional ou comunitário, industrial e misto (combinação dos anteriores).
2
O próprio Villaça (2001, p. 12) acrescenta que aquela estrutura inicial (vinculada aos usos urbanos) está imbricada a outras estruturas
territoriais.
A proposta das Diretrizes para o sistema viário da região reconhece o papel da DF-140
como principal eixo viário condutor da ocupação. Considerando a dimensão da área urbana, são
então traçadas alternativas à DF-140, de ligação entre essa área urbana e outras áreas do DF e
Entorno, bem como vias transversais de atividades, com intuito de propiciar integração e coesão
do tecido urbano interno à região. O objetivo é criar uma malha urbana permeável, tanto em
suas ligações externas como internas, capaz de dar suporte à ocupação (Figura 6).
Com base nessa concepção, a proposta de traçado viário estruturante buscou atender aos
seguintes critérios:
Com a função de circulação e ligação da região com áreas urbanas consolidadas como
a área Central de Brasília, São Sebastião e Jardim Botânico, Santa Maria e Gama, assim como
com a região do Entorno do DF, são previstas Vias de Circulação paralelas à DF-140. As
Vias de Circulação também atendem ao objetivo de integração dos diversos parcelamentos
na própria região, responsáveis por criar articulação interna do tecido urbano e acesso às
diversas áreas, em especial às centralidades e Vias de Atividades. As Vias de Circulação
foram classificadas conforme ocupação lindeira e fluidez, sendo Nível 1 a de maior fluidez
com ocupação mais diversificada, e Nível 2 a de menor fluidez e ocupação menos
concentrada e diversificada, conforme Item 3 destas Diretrizes.
2. 2. SISTEMA DE CENTRALIDADES
A formação de novas centralidades é enfatizada no PDOT, que tem como um dos seus
objetivos gerais a “promoção do desenvolvimento de novas centralidades no território do
Distrito Federal” (PDOT, art. 8º, inciso XII). A consolidação de novas centralidades são
propostas como forma de “reduzir a segregação sócio espacial e a estabelecer relações com
os municípios limítrofes” (PDOT, art. 104, inciso II). As novas centralidades podem constituir
em alternativa para uma melhor distribuição de atividades, serviços e de empregos no tecido
urbano, diminuindo inclusive as necessidades de deslocamentos diários, os custos e o tempo
despendidos com eles.
Villaça (2001, p. 239) define o centro urbano como o ponto que otimiza os
deslocamentos socialmente condicionados da comunidade como um todo, que são os
deslocamentos da população como força de trabalho (mão-de-obra) e como consumidores de
produtos e serviços. Com base nesse conceito, buscou-se identificar as áreas com vocação para
a formação de um equivalente a centro urbano para a região, por meio de metodologia
explicitada no Apêndice A. A localização desse centro de comércio e serviços se aproxima do
centro geográfico da região, local que é acessível igualmente a todas as demais áreas da grande
mancha urbana, e está conectado à DF-140, principal eixo indutor da ocupação nessa porção
territorial e principal corredor de transporte urbano previsto.
ELEMENTOS DIRETRIZES
Os espaços que compõem este sistema estruturante dividem-se em duas categorias, com
características e objetivos diferenciados:
4
São consideradas áreas de sensibilidade ambiental ao parcelamento do solo nessa região as bordas de chapada, encostas íngremes, áreas com
solos hidromórficos, mananciais destinados ao abastecimento público (APM), e áreas de risco à erosão, conforme levantamentos preliminares
elaborados no âmbito destas Diretrizes com base nos mapas do ZEE/DF e SITURB – Apêndice A.
5
Unidade de conservação é o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais
relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração,
ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
6
As Áreas de Proteção de Mananciais (APM) pertencem à categoria dos espaços especialmente protegidos, afetadas à proteção e ao manejo
adequado das áreas de captação de água do Distrito Federal.
7
Definição da Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, art. 1º, inciso XX.
8
SILVA, José Afonso da. Direito Urbanístico Brasileiro. São Paulo, Ed. Maleiros, 2ª edição, 1995. p. 247
Os parques e outras áreas verdes devem ser integrados ao tecido urbano por meio de
vias Parque, ciclovias e transporte coletivo, de forma a favorecer o acesso da população a essas
áreas.
9
Nas áreas destinadas a Parques Urbanos, ao se proceder o método do planejamento ambiental (que envolve levantamentos das características
do espaço geográfico), são definidas inicialmente duas grandes zonas:
Zona intangível- destinada a conservação e preservação, tais como: Áreas de Preservação Permanente (APP), Áreas de Proteção de
Mananciais (APM), Áreas com solos hidromórficos, áreas com remanescentes de flora ou fauna nativas conservadas ou preservadas;
Zona de uso intensivo - áreas já antropizadas, destinada ao uso público, equipadas para atividades tais como: recreação, cultura,
esporte, lazer ativo e contemplativo ao ar livre.
O planejamento da ocupação nas áreas que são limítrofes à APP deve considerar a
proximidade com essas áreas sensíveis do território e a necessidade de medidas que visem a
sua proteção, tais como clara delimitação entre a área a ser ocupada e aquelas a serem protegidas
e conservadas em seus atributos naturais.
3.1.1. Centralidades
10
Estudo da Centralidade – Apêndice A
11
Tendo como base Decreto do Licenciamento de Atividades (Decreto N° 36.948, de 04 de dezembro de 2015, em especial o Anexo XIII.), as
exceções ou usos e atividades não admitidos deverão ser avaliadas pelo Órgão competente.
A Zona corresponde aos usos e ocupação de lotes lindeiros e voltados para a Via de
Atividades. As Vias de Atividades, eixos de comércio e serviços, visam propiciar a distribuição
de atividades na Região Sul/Sudeste, possibilitando a integração e coesão do tecido urbano.
Esses espaços, também, se caracterizam pela escala gregária, onde deve ser promovida maior
diversidade de usos, densidade populacional e de ocupação, e verticalização. No caso de uso
misto, é admitido acessos distintos para uso residencial e os demais usos (comércio, serviços,
institucional), podendo, o acesso ao uso residencial ser efetuado por vias laterais ou paralelas à
Via de Atividades.
As Vias de Circulação Nível 1 são caracterizadas por permitir maior fluidez ao trânsito,
de maneira que as atividades lindeiras devem ser compatíveis com sua capacidade, evitando-se
o comércio e serviços de pequeno porte, de abrangência local. Os acessos a lotes residenciais,
também, devem ser evitados ao longo dessas vias.
3.1.4. Zona A
A Zona situa-se, em sua grande parte, entre a DF-001 e a DF-251, sendo limítrofe na
porção norte à Estação Ecológica do Jardim Botânico e Reserva Ecológica do IBGE, unidades
de conservação de proteção integral, e na porção sul ao Parque Tororó. Porção nordeste da Zona
situa-se na Área de Proteção Ambiental do Rio São Bartolomeu, para a qual está sujeito ao
zoneamento ambiental, estabelecido pela Lei Distrital nº 5.344 de 19 de maio de 2014. A
ocupação da zona deverá ser compatibilizada com a proteção dessas Unidades de Conservação.
Tendo em vista sua localização, de fácil acesso, a zona tem potencial para a implantação
de equipamentos regionais de grande porte, como campus universitário, hospital, centro cultural
USOS/ATIVIDADES
DIRETRIZES ESPECÍFICAS
ADMITIDOS
• Prever área de transição, cinturão verde, ao longo da DF-
001, limítrofe à Reserva Ecológica do IBGE e Estação
Ecológica do Jardim Botânico- mínimo de 300m
(trezentos metros);
• Associar os usos previstos para a zona a uma ocupação
mais densa e verticalizada, compatível com a maior
Comércio de bens e densidade demográfica conferida para a área;
prestação de serviços; • Incentivar fachadas integradas ao ambiente urbano
mediante usos comerciais no térreo com acessos direto
Institucional ou pela calçada;
Comunitário; • Garantir a constituição das vias por meio da abertura das
fachadas das edificações para esses espaços;
Residencial – habitação • Restringir as fachadas cegas (muros, cercas ou paredes
coletiva; sem janelas) bem como acessos de garagens, que
ZONA A
prestação de serviços;
• Admitir o parcelamento no formato de condomínio
Institucional ou urbanístico; e
Comunitário; • Garantir permeabilidade na malha urbana, tendo como
Industrial; referência uma dimensão de quarteirão(*) de até
60.000m². Não será exigida essa permeabilidade para os
Misto; casos em que houver impedimento decorrente das
EPC, EPU, ELUP. características físicas do terreno, e para atividades de
grande porte, conforme dispuser Diretrizes Urbanísticas
Específicas ao Parcelamento do Solo – DIUPE.
(*) porção do parcelamento circundada por elementos que propiciem a circulação por meios motorizados ou não.
A Zona é constituída das áreas que contornam ou estão nas proximidades dos espaços
ambientalmente protegidos – encostas e APP – e inclui áreas de sensibilidade ambiental ao
parcelamento do solo12, com risco de erosão, onde o uso e ocupação deverão ser compatíveis
com a proteção do meio ambiente e em especial do solo e dos recursos hídricos, observadas as
recomendações e restrições provenientes do procedimento do licenciamento ambiental.
12
Análise efetuada no âmbito destas Diretrizes Urbanísticas a partir de informações do diagnóstico do ZEE/DF.
Nas APP e no Parque Tororó não é admitido o uso direto dos recursos naturais, estando
sujeitas à legislação específica. Portanto, essas áreas não são passíveis de parcelamento.
Nos Espaços Livres de Uso Público - como praças, jardins públicos, áreas de lazer e
de recreação - deverão ser garantidos o mínimo de 50% (cinquenta por cento) de áreas
permeáveis.
Os lotes indicados no projeto de urbanismo para EPC terão sua destinação específica
para educação, saúde, cultura, lazer, esportes, segurança, assistência social e administração
pública, efetivada na medida da demanda dos órgãos públicos.
Deverão ser destinadas áreas nos novos parcelamentos para a EPU de saneamento
(abastecimento de água, esgotamento sanitário e drenagem) e de energia elétrica. Nessas
Diretrizes são apresentadas indicações gerais, de planejamento, dos EPU de abastecimento
de água e esgotamento sanitário encaminhados pela CAESB; e de distribuição de energia
elétrica conforme apresentado pela CEB. O dimensionamento e a localização precisa desses
equipamentos devem ser confirmados em consulta às Concessionárias de Serviços Públicos
correspondentes.
13
Coordenadas geográficas de localização aproximada para implantação de equipamentos de saneamento constam da Carta nº 086/2013-DE
da CAESB (777.000.029/2013) anexada ao processo destas Diretrizes.
14
De acordo com informações contidas na Carta nº 040/2013-DE, da CEB (777.000.068/2013).
PONTE DE TERRA, ARNIQUEIRA, REGIÃO DOS LAGOS, GRANDE COLORADO, ALTO DA BOA VISTA,
NOVA COLINA, ALTIPLANO LESTE, SÃO BARTOLOMEU, BERNARDO SAYÃO, TORORÓ, JARDIM
BOTÂNICO, DOM BOSCO E TAQUARI
Tamanho dos USOS
lotes residenciais Coeficiente de
(m²) Coeficiente de aproveitamento básico
Área de Regularização aproveitamento máximo
Máxi
Mínimo R≤400m² R>400m² C I Ind M C M R
mo
Área de Reg. Interesse
Específico – ARINE
(2.E-1 ;4.E-1; 7.E-1;9.E-
1;13.E-1;14.E-1;14.E-2;
19.E-1; 19.E-2;20.E-1;
2.500 125 1 0,8 1 1 1 1 2 4 2
22.E-1;25.E-1; 25.E-2;
25.E-3; 25.E-4; 25.E-5;
25.E-6; 26.E-1;28.E-
1;28.E-2; 29.E-1;29.E-
2;29.E-3)
Legenda: R – Residencial; C – Comercial; I – Institucional; M – Mista; CH – Chácara; Ind – Industrial; EU –
Equipamento Urbano; EC – Equipamento Comunitário; ELUP – Espaço Livre de Uso Público
OBS: 01 – Lotes destinados à produção agrícola poderão ter área superior a 2.500m², com coeficiente de
aproveitamento básico de 0,3.
Nº de pavimentos
aproveitamento
Uso/Atividade
Coeficiente de
ZONA
máximo
máximo
Comércio Bens/Prestação de Serviços
(CENTRO URBANO)
Institucional ou Comunitário (CENTRO
URBANO)
Indústria de baixa incomodidade 1 4 15 55,5
(CENTRO URBANO)
Residencial – habitação coletiva
(CENTRO URBANO)
Misto (CENTRO URBANO)
Centralidades Comércio Bens/Serviços (OUTRAS
CENTRALIDADES)
Institucional ou Comunitário (OUTRAS
CENTRALIDADES)
Indústria de baixa incom.
1 3,5 12 45
(OUTRAS CENTRALIDADES)
Residencial – habitação coletiva
(OUTRAS CENTRALIDADES)
Misto
(OUTRAS CENTRALIDADES)
Comércio Bens/Prestação de Serviços
Institucional ou Comunitário
Vias de Atividades 1 3 8 30,5
Indústria de baixa incomodidade
Misto
aproveitamento máximo
Nº de pavimentos
ZONA
Coeficiente de
Uso/Atividade
máximo
Residencial – habitação Unifamiliar 1 1,5 -- 10
Misto
Indústria 1 2 -- 23,5
Misto
Indústria 1 2 -- 30,5
Residencial – habitação Unifamiliar 1 1 -- 10
3.2.3. Subsolo
É permitida a construção de subsolo nos lotes dos parcelamentos da Região desde que
Estudo Ambiental não apresente objeção.
Nas divisas de unidades imobiliárias (lotes) voltadas para vias e outros logradouros
públicos, deve ser garantida a permeabilidade visual mínima de 70% (setenta por cento), de
forma a promover a integração, a visibilidade, a qualidade estética e a segurança do espaço
Ao longo das divisas dos lotes com as vias principais (vias de circulação, de atividades
e coletoras) e praças e outros espaços livres de uso público devem ser evitadas fachadas cegas,
de forma a garantir a integração, a visibilidade, a qualidade estética do parcelamento e a
segurança dos usuários.
Para a área total abrangida por estas Diretrizes, de 17.054,6ha, a população máxima
admitida, considerando as densidades máximas das faixas de baixa e média densidade, é de
956.677 habitantes. Tendo em vista a média de 3,3 moradores por domicílio, calculada para o
Distrito Federal (IBGE, censo de 2010), a área comportaria no máximo 289.902 unidades
habitacionais, conforme Tabela 4, a seguir.
De acordo com o PDOT, a densidade demográfica pode variar dentro de uma mesma
porção territorial de acordo com as Diretrizes Urbanísticas estabelecidas pelo Órgão Gestor do
A variação de densidade, conforme admitida no PDOT, para a Região Sul/Sudeste deverá atender
aos limites estabelecidos pelo Plano e às disposições destas Diretrizes, conforme discriminado nos Quadro
1 e Quadro 2 e na Figura 16, para as seguintes porções territoriais: da Zona Urbana de Uso Controlado II
– ZUUC II (Setor Habitacional Tororó) e da Zona Urbana de Expansão e Qualificação - ZUEQ.
Esse procedimento se aplica igualmente a todas as glebas situadas nas porções territoriais ZUUC II
(Setor Habitacional Tororó) e ZUEQ na Região Sul/Sudeste. O cálculo da densidade demográfica da gleba
é efetuado aplicando-se o limite superior da faixa de densidade, de 50 hab/ha, à área parcelável da gleba
(área parcelável = área total da gleba – APP legal e ambiental). Obtém-se, desse cálculo, o limite máximo
de população admitido na gleba a ser considerado nos projetos de urbanismo.
Esse procedimento se aplica apenas às glebas que apresentam em sua poligonal Via de Atividades
e/ou Via de Circulação Nível 1 e/ou Centralidade. A Densidade demográfica nesses casos está associada a
um maior potencial de ocupação dessas áreas admitido nas Diretrizes, onde se pretende maior diversidade
e concentração de usos. Os usos residencial e misto (com residência nos pavimentos superiores) visam
conferir maior vitalidade a esses espaços, além de estar vinculado ao planejamento do transporte urbano. A
densidade populacional acrescida está diretamente associada ao maior potencial construtivo (coeficiente de
Nas Zonas de Centralidade e ao longo das Vias de Atividades e Vias de Circulação nível 1 é admitido
o acréscimo de densidade demográfica. A densidade acrescida se aplica exclusivamente às áreas
correspondentes a essas categorias de uso e ocupação, não sendo admitida sua distribuição no restante da
gleba. Ressalta-se que não há obrigação quanto à utilização dessa densidade, o projeto de urbanismo poderá
prever nessas áreas usos exclusivamente de atividades econômicas sem residência.
A densidade a ser acrescida, nesse processo de variação de densidade, provém do saldo referente às
áreas de APP na região, conforme mapeadas a partir de dados do Sistema de Informações Territoriais e
Urbanas do Distrito Federal – SITURB. A distribuição do saldo de densidade foi efetuada em planilha,
preservando, como média para as porções territoriais, o valor de referência estipulado pelo Plano Diretor,
de 50 habitantes por hectare, conforme Tabela VII constante do Apêndice A.
O cálculo da densidade acrescida deverá ser efetuado utilizando os valores discriminados no Quadro
2 a seguir por porção territorial e Zoneamento de Uso das Diretrizes.
O Quadro 3 a seguir deverá ser utilizado para cálculo de densidade demográfica por gleba,
acompanhado de mapa, onde deverão estar assinaladas as áreas onde a densidade acrescida será aplicada no
projeto.
UH máximo
População
CÁLCULO DE Zonas de uso Densidade admitido
Área máxima
DENSIDADE e ocupação admitida (3,3
admitida
hab/domic.)
Densidade da área Área
50hab/ha
parcelável da gleba parcelável
Via de
atividades
Via de
Densidade acrescida
circulação
nível 1
Centralidade
TOTAL
O controle de densidade demográfica por porção territorial será efetuado pelo Órgão Gestor do
Desenvolvimento Territorial e Urbano do Distrito Federal, que fará registro da densidade conferida para
cada gleba, de acordo com Diretrizes Urbanísticas Específicas do Parcelamento do Solo – DIUPE, em
planilha de monitoramento do processo de variação de densidade, específica para cada porção territorial,
conforme exemplo a seguir.
População total
Populaç. máx.
Área variação
Parcelamento
Populaç.máx
Data DIUPE
(A’ x D’=P’)
Densidade
Nº DIUPE
(P+P’=Pt)
Área total
(A x D=P)
densidade
acrescida
Nome do
(A’)
(D’)
(A)
(D)
50
hab/ha
Subtotal dos
parcelamentos
Total porção
14.792 745.039
territorial
A’ – área do projeto destinada a centro urbano ou faixas lindeiras de 100 m das Vias de Atividades ou Vias de
Circulação nível 1.
Rede primária: vias utilizadas para o transporte coletivo de alta capacidade, destinadas
à articulação de grandes núcleos urbanos e do entorno imediato, incluindo-se nesta
classificação o sistema metroviário;
Rede secundária: vias utilizadas para o transporte coletivo de alta e média capacidade,
destinadas à integração dos núcleos urbanos no território, interligando-se à rede viária
primária;
Rede terciária: vias utilizadas para o transporte coletivo de média capacidade,
destinadas à integração de localidades internas aos núcleos urbanos, interligando-se à
rede secundária.
Além do apelo ambiental, é importante que as áreas utilizadas para a locação dos
dispositivos de controle de escoamento e as tecnologias aplicadas tenham, na medida do
Com destaque para a questão econômica, no âmbito das medidas de retenção na fonte,
o reuso da água pluvial é o procedimento mais recomendável a ser adotado. O procedimento é
baseado num processo pelo qual a água possa ser utilizada novamente, podendo haver ou não
um tratamento da água dependendo da finalidade para a qual vai ser reutilizada. Um exemplo
prático de reuso da água numa residência é utilizar a água captada para lavagem de quintal,
descarga em vasos sanitários, rega de jardins e lavagem de automóveis. Já existem sistemas
simplificados no mercado que fazem a captação, armazenamento e filtragem deste tipo de água.
Os dispositivos de percolação dentro de lotes permitem, também, aumentar a recarga e reduzir
o escoamento superficial. O armazenamento depende da porosidade e da percolação.
Outra medida de controle que deve ser implantada é aumento da infiltração e diminuição
da capacidade de escoamento através de dispositivos como pavimentos permeáveis, valas e
planos de infiltração, rugosidade da seção de escoamento, declividades, entre outros. Estas
medidas contribuem para a melhoria ambiental, reduzindo o escoamento superficial das áreas
impermeabilizadas.
O manejo das águas pluviais para a área compreende a captação, a coleta, o transporte,
a reserva ou contenção para amortecimento de vazões de cheias, o tratamento e o lançamento
final das águas pluviais. O projeto urbanístico deve considerar os princípios do Plano Diretor
de Drenagem Urbana do Distrito Federal - PDDU, em especial o Manual de Drenagem Urbana
(Distrito Federal, 2009) e a Resolução da ADASA nº 009, de 08 de abril de 2011, devendo ser
aprovado pela NOVACAP ou pela ADASA.
8. DISPOSIÇÕES GERAIS
O Setor Habitacional Tororó foi tratado nestas Diretrizes em conjunto com a área de
estudo, contudo, para ele, continua vigente Decreto nº 30.067, de 18 de fevereiro de 2009, que
aprova Projeto de Urbanismo de Regularização de Parcelamento – URB-RP 047/08 e respectivo
Memorial Descritivo – MDE-RP 047/08. As Diretrizes ora elaboradas poderão se aplicar ao
Setor Habitacional Tororó mediante revogação do referido Decreto.
Os casos omissos nestas Diretrizes deverão ser analisados pela Secretaria de Estado de
Gestão do Território e Habitação - SEGETH.
Brasília
Junho de 2018
Diretrizes Urbanísticas
REGIÃO SUL/SUDESTE
SUMÁRIO
EQUIPE TÉCNICA – Dezembro/2013 .......................................................................................... vi
APÊNDICE A: ................................................................................................................................ 2
ii
LISTA DE FIGURAS
iii
Figura 30: Simulação da ocupação das diferentes zonas previstas. .............................................. 52
Figura 31: Simulação dos parâmetros de ocupação no perfil do terreno. ..................................... 52
Figura 32: Simulação dos parâmetros de ocupação na Via de Atividades e Centro Urbano
perspectiva do terreno. .................................................................................................................. 52
iv
LISTA DE TABELAS
v
EQUIPE TÉCNICA – Dezembro/2013
Elaboração:
Chefe de Núcleo de Estudos
GETER/DIPLU/SUP
Paula Anderson e Métodos para Diretrizes (até abril de
LAN
Urbanísticas - 2013)
(até
Auditor de Atividades
Bey Ayres da Silva GETER/DIPLU/SUP setembro de
Urbanas
LAN 2013)
Chefe de Núcleo de Estudos
Yamila Khrisna O. do GETER/DIPLU/SUP
e Métodos de Análise da
Nascimento LAN
Paisagem Natural
Coordenação Técnica:
Gerente de Estudos
Cláudia Varizo Cavalcante
Territoriais GETER/DIPLU/SUPLAN
Coordenação Geral:
Moema Pereira Rocha de Diretora de Planejamento
Sá Urbano DIPLU/SUPLAN
Supervisão:
Rômulo Andrade de Subsecretário de
Oliveira Planejamento Urbano SUPLAN/SEDHAB
Colaboração:
Chefe de Núcleo de
Estudos e Métodos para
Angélica dos Santos Sales GETER/DIPLU/SUPLAN
Reestruturação
Territorial
Analista de Planejamento e
Giovanna de O. Cardoso GETER/DIPLU/SUPLAN
Gestão Urbana
Especialista em Políticas
Hermínio Medeiros de
Pública e Gestão GETER/DIPLU/SUPLAN
Oliveira
Governamental
Analista de Planejamento e
Michel Silva de Oliveira DIPLU/SUPLAN
Gestão Urbana
Gerente de Monitoramento
Heloísa Pereira Azevedo GEMOT/DIPLU/SUPLAN
Territorial
Chefe do Núcleo de
Camila de Carvalho P. Estratégias de Estruturação
GEMOT/DIPLU/SUPLAN
Lammers Viária Transporte e
Mobilidade Urbana –
Chefe do Núcleo de
Glauco Cezar de Souza
Estratégias de Dinamização e GEMOT/DIPLU/SUPLAN
Ferreira
Requalificação Urbana
vi
Analista de Planejamento e
Mônica Lobo Burle GEESP/DIPLU/SUPLAN
Gestão Urbana
Analista de Planejamento e
Yara Lucia Belo P. Barbosa GEESP/DIPLU/SUPLAN
Gestão Urbana
Diretoria de Análise de
Tereza da Costa Ferreira
Parcelamento Urbano do DIPAR/SUPLAN
Lodder
Solo
Cristina Maria Correia de Gerência de Análise do
DIPAR/SUPLAN
Mello Parcelamento do Território II
Diretoria de Análise de
Dione Pinto da Silveira
Parcelamento Urbano do DIPAR/SUPLAN
Fico
Solo
Diretoria de Análise de
Alessandra Leite Marques Parcelamento Urbano do DIPAR/SUPLAN
Solo
Diretoria de
Maria das Graças Medeiros
Desenvolvimento Urbano DIDUL II/SUPLAN
de Oliveira
Local II
Diretoria de
Eni Wilson de Barros
Desenvolvimento Urbano DIDUL I/SUPLAN
Gabriel
Local I
Gerência de Unidade de GESUL/DIDUL
Marcio Brito Silva Ferreira
Planejamento Territorial Sul II/SUPLAN
vii
EQUIPE TÉCNICA – Junho/2018
Revisão:
Yamila Khrisna O. do N. Cunha – Assessora de Diretrizes Urbanísticas
(SEGETH/SUGEST/COINST/DIRUR)
Bruno Rodrigues de Oliveira – Assessor de Auditoria e Controle
(SEGETH/SUGEST/COINST/DICON)
Estagiária
Mariana Mariano da Silva – Estagiária de Diretrizes Urbanísticas
(DIRUR/COINST/SUGEST/SEGETH)
Coordenação Técnica:
Denise Mara Guarieiro e Carvalho – Diretora de Diretrizes Urbanísticas
(SEGETH/SUGEST/COINST/DIRUR)
Moema Pereira Rocha de Sá – Coordenadora de Instrumentos de Apoio a Gestão, Auditoria e
Controle (SEGETH/SUGEST/COINST)
Supervisão
Claudia Varizo - Subsecretária de Gestão Urbana (SUGEST/SEGETH)
viii
INTRODUÇÃO
1/58
DIRETRIZES URBANÍSTICAS – REGIÃO SUL/SUDESTE
APÊNDICE A:
2/58
Capítulo IV, Seção IV, considerando-se a questão urbanística, ambiental, de salubridade
ambiental, edilícia e fundiária;
IV – qualificar e recuperar áreas degradadas ocupadas por assentamentos informais de
modo a minimizar danos ambientais;
V – adotar medidas de controle ambiental voltadas para o entorno imediato das Unidades
de Conservação de Proteção Integral e as Áreas de Relevante Interesse Ecológico inseridas
nessa zona, visando à manutenção de sua integridade ecológica;
VI – adotar medidas de controle da propagação de doenças de veiculação por fatores
ambientais.
Art. 42 (...)
III – na Zona Urbana de Uso Controlado II, o limite máximo a ser atingido pelos coeficientes
de aproveitamento é 4 (quatro);
[...]
V – na Zona Urbana de Expansão e Qualificação, o limite máximo a ser atingido pelos
coeficientes de aproveitamento é 6 (seis);
Parte da área, também, está inserida na Área de Proteção de Manancial - APM Cabeça
de Veado (Figura 2), para a qual o Plano define:
Art. 95. Ficam definidas as Áreas de Proteção de Manancial – APM como porções do
território que apresentam situações diversas de proteção em função da captação de água
destinada ao abastecimento público.
Pará grafo único. A APM é aquela destinada à recuperação ambiental e à promoção do uso
sustentável nas bacias hidrográficas a montante dos pontos de captação de água destinada
ao abastecimento público, sem prejuízo das atividades e ações inerentes à competência da
3/58
concessionária de serviço público autorizada a captar e distribuir água de boa qualidade e
em quantidade suficiente para o atendimento da população.
Art. 96. São as seguintes as APMs definidas na presente Lei Complementar: do Alagado, do
Bananal, do Barrocão (Brazlândia), do Brejinho, do Cabeça de Veado, do Cachoeirinha, do
Capão da Onça, do ribeirão do Gama (Catetinho), do Contagem, do Corguinho, do Crispim,
do Currais, do Engenho das Lages, do Fumal, do Mestre d’Armas, do Olho d’Água, do
Paranoazinho, do Pedras, do Pipiripau, do Ponte de Terra, do Quinze, do Santa Maria, do
São Bartolomeu (partes Norte e Sul), do Taquari e do Torto.
§ 1º As APMs encontram-se conFiguradas no Anexo I, Mapa 1A, desta Lei Complementar.
§ 2º Poderão ser definidas novas APMs mediante lei complementar específica, para proteção
de novas captações implantadas por concessionária autorizada, devendo o sistema de
abastecimento ser aprovado previamente pelos órgãos outorgantes e licenciadores.
§ 3º As APMs definidas por poligonal nesta Lei Complementar poderão ser extintas após a
desativação da captação por parte da concessionária de serviço público autorizada,
mediante lei específica.
§ 4º Nas APMs extintas, serão aplicadas as diretrizes de uso definidas para as respectivas
zonas em que se inserem, podendo ser estabelecidas diretrizes mais restritivas para sua
ocupação mediante estudos ambientais específicos.
Art. 97. São diretrizes para as APMs definidas nesta Lei Complementar:
I – manter preservadas as áreas com remanescentes de vegetação nativa, admitida a
supressão mediante estudo prévio a ser avaliado pelo órgão gestor;
II – recuperar, prioritariamente, as áreas degradadas localizadas em Áreas de Preservação
Permanente e em áreas destinadas à reserva legal;
III – incentivar a implantação de sistemas agroflorestais e a ampliação da área de vegetação
nativa, cujo manejo favoreça a conservação do solo e a proteção dos corpos hídricos;
IV – proibir o parcelamento do solo urbano e rural, exceto os parcelamentos com projetos
já registrados em cartório, aqueles incluídos na Estratégia de Regularização Fundiária de
que trata o Título III, Capítulo IV, Seção IV, aqueles em que haja necessidade de adequação
em parcelamentos regulares já existentes e parcelamentos ou assentamentos rurais
consolidados pendentes de regularização até a data de publicação desta Lei Complementar;
V – implantar obras de saneamento básico e drenagem de águas pluviais, de coleta e
varrição de lixo e atividades mitigadoras dos impactos causados pelo processo de
urbanização;
VI – proibir o lançamento de sistemas de drenagem de águas pluviais a montante do ponto
de captação de água do manancial, à exceção das APMs do São Bartolomeu e do Engenho
das Lages;
VII – exigir, nas áreas com atividades agropecuárias, a utilização de tecnologias de controle
ambiental para a conservação do solo e para a construção de estradas;
VIII – proibir a instalação de indústrias poluentes e postos de combustíveis, sendo que os
postos de combustíveis já instalados e devidamente licenciados devem adotar tecnologias
para controle de poluição;
IX – proibir as atividades de forte impacto sobre os recursos hídricos, tais como suinocultura
em escala comercial, matadouros e abatedouros, à exceção das APMs do Pipiripau e do
Engenho das Lages, onde tais empreendimentos podem ser aprovados mediante processo de
licenciamento ambiental;
X – proibir a exploração de minerais;
XI – proibir, nos corpos hídricos, práticas potencialmente poluidoras ou geradoras de risco
à captação;
XII – promover programas específicos de educação ambiental.
4/58
Parágrafo único. As Áreas de Regularização e Parcelamentos Urbanos Isolados sujeitas aos
critérios a serem definidos conforme este artigo são:
I – na APM Mestre d’Armas: ARIS Mestre d’Armas I;
II – na APM Cachoeirinha: ARINE La Font, ARIS Itapoã e ARINE Itapoã;
III – na APM Brazlândia: ARIS Expansão da Vila São José;
IV – nas APMs Olho d’Água e Ponte de Terra: ARINE Ponte de Terra;
V – na APM São Bartolomeu: ARIS Aprodarmas III e ARIS Vale do Amanhecer.
5/58
Apenas na porção ao longo da DF-001 é prevista média densidade demográfica, de 50 a 150
habitantes por hectare, em Zona de Uso Controlado II.
Sendo a área total de aproximadamente 17.054ha, a população máxima admitida é de
956.677 habitantes. Tendo em vista a média de 3,3 moradores por domicílio apurada para o
Distrito Federal (IBGE, censo de 2010), a área comporta o máximo de 289.902 unidades
habitacionais.
Vale ressaltar que este cálculo de população e de unidades habitacionais considera
apenas a densidade prevista no PDOT, podendo este valor ser alterado devido à capacidade de
suporte do território, no que se refere ao abastecimento de água, esgotamento sanitário e
drenagem de águas pluviais, como também outros aspectos urbanísticos e ambientais que
vierem a ser identificados.
6/58
Na Região Sul/Sudeste está situado o Setor Habitacional Tororó que integra a Estratégia
de Regularização Fundiária Urbana do PDOT como Setor de Regularização, para o qual o
PDOT/2009 definiu baixa densidade populacional (de 15 a 50 habitantes por hectare) e o
percentual mínimo de 10% de áreas destinadas à implantação de equipamentos urbanos e
comunitários e de espaços livres de uso público (PDOT, Anexo II, Tabela 2A). Para fins de
regularização, as áreas ocupadas por parcelamentos informais no Setor foram definidas como
Áreas de Regularização de Interesse Específico/ARINE Tororó I, II, III, IV, V e VI. (Figura 3).
Por meio do Decreto nº 30.067, de 18 de fevereiro de 2009, foi aprovado o Projeto de
Urbanismo de Regularização – URB-RP Nº 047/08 e respectivo Memorial Descritivo MDE-
RP Nº 047/08 do Setor Habitacional Tororó. O Órgão Gestor do Desenvolvimento Territorial e
Urbano do Distrito Federal também emitiu Diretrizes Urbanísticas Complementares para o
Setor Habitacional Tororó – DIUR 03/2012, que define parâmetros complementares de
ocupação para o parcelamento do solo. Alguns parcelamentos inseridos em ARINE tiveram sua
aprovação junto ao Grupo de Análise e Aprovação de Parcelamento do Solo e Projetos
Habitacionais – GRUPAR. Ocorre, ainda, na Região a Área de Regularização de Interesse
Específico – ARINE Mônaco, fora de Setor de Regularização, também com aprovação do
projeto de regularização junto ao GRUPAR.
Figura 3: Estratégia de Regularização Fundiária Urbana do PDOT.
7/58
1.3.2. Estratégias de Integração Ambiental.
Dentre as definições do PDOT 2009 para a área em estudo destacam-se dois conectores
ambientais, do PDOT (ver Figura 8 no documento das Diretrizes Urbanísticas), que “consistem
em um conjunto de espaços lineares que, por seus atributos naturais, tais como vales fluviais e
fragmentos de vegetação nativa, favorecem a interligação de sistemas naturais”. Os dois
conectores ambientais existentes na gleba possuem como eixo os ribeirões Santana e
Cachoeirinha, englobando as respectivas de Áreas de Preservação Permanente – APP. Esta
estratégia de integração ambiental do território comporta, dentre outras, as seguintes ações.
Devido a sua configuração geográfica, dispersa ao longo da DF-001 e tendo como uma
barreira natural o Lago Paranoá, a demanda se distribui por vários acessos, como a ligação com
Plano Piloto através das Pontes Presidente Médici, Costa e Silva e Juscelino Kubitschek,
Estrada Parque Dom Bosco (EPDB) e pela Estrada Parque Paranoá (EPPR). Para as demais
regiões do Distrito Federal, utiliza-se a DF-001, que interliga, de maneira perimetral, a todos
os eixos, conforme ilustrado na Figura 4.
8/58
Figura 4: PDTU – Eixo Leste.
9/58
O plano recomenda adotar, no Distrito Federal, a solução de melhor resultado
econômico, ou seja, a Alternativa 1, e no Entorno a solução que promova a melhoria da
acessibilidade e da mobilidade daquela população. Isto é, implantar a Alternativa 1 no DF,
conforme especificado, e solução operacional e tarifária para as linhas do Entorno imediato,
conforme considerado na alternativa 2.
10/58
edificações ou parcelamentos. Para isto deve-se apresentar estudo que comprove
a situação;
Recomenda-se que o volume de detenção ou a medida compensatória necessária
à manutenção da vazão máxima citada no item anterior sejam fornecidos pelo
empreendedor. Sugere-se que todo novo loteamento reserve 1 a 2% da sua área,
que pode ser computada dentro da área verde do empreendimento, para retenção
ou detenção de acréscimos de vazão pluvial;
Estabelecer faixa de domínio e condicionantes para novos parcelamentos em torno
de cursos d’água naturais.
11/58
comparação da disponibilidade versus demanda hídrica; análise da geração de cargas
poluidoras; modelagem da qualidade da água para as bacias hidrográficas e o lago Paranoá; e
medidas mitigadoras para controle quantitativo e qualitativo dos recursos hídricos. O Plano
também propõe enquadramento dos corpos hídricos, com base na Resolução CONAMA
357/2005, alterada pelas Resoluções 410/2009 e 430/2011.
Na proposta de enquadramento dos corpos hídricos das sub-bacias, o PGIRH apresenta
as seguintes informações:
• Ribeirão Santana: Para o parâmetro fósforo, em metade das estações os valores
médios atendem os padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/2005 para corpos
d’água Classe 11, ou seja, abaixo de 0,1 mg P.L-1. Nas estações 60471185 (Mestre D’Armas),
60480550 (Papuda), 60492000 (Santana) e 60492200 (Bartolomeu - Faz. Recreio) os valores
médios atendem a Classe 32.
• Ribeirão Cachoeirinha: De um total de oito estações, somente as estações
60480550 (Papuda) e 6049100 (Cachoeirinha) tiveram valores médios de coliformes
termotolerantes ora dos padrões estabelecidos pelas Resoluções CONAMA 357/2005 e
CONAMA 274/2000 para corpos d’água classe 4 ou seja, acima de 4.000 NMP/100mL. Quanto
à análise deste parâmetro, a Resolução CONAMA 357/2005 determina que sejam avaliadas um
mínimo de 6 amostras, coletadas no período de um ano com frequência bimestral, no entanto
avaliaram aqui apenas os dados disponíveis. Nas demais estações, observaram-se em 4 das 8
estações valores médios abaixo de 1.000 NMP/100mL, ou seja, dentro dos limites estabelecidos
pela Resolução CONAMA 274/2000 para corpos d’água Classe 23 para uso de recreação de
contato primário e nas estações 60471185 (Mestre D’Armas) e 60480310 (Taboca) os valores
médios atendem a Classe 1.
1
Resolução CONAMA 357/2005 - Art. 4º
II - classe 1: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, apos tratamento simplificado;
b) a proteção das comunidades aquáticas;
c) a recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000;
d) a irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção
de película; e
e) a proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.
2
Resolução CONAMA 357/2005 - Art. 4º
IV - classe 3: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, apos tratamento convencional ou avançado;
b) a irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
c) a pesca amadora;
d) a recreação de contato secundário; e
e) a dessedentação de animais.
3
Resolução CONAMA 357/2005 - Art. 4º
III - classe 2: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, apos tratamento convencional;
b) a proteção das comunidades aquáticas;
c) a recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000;
d) a irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o publico possa vir a ter
contato direto; e
e) a aquicultura e a atividade de pesca.
Diretrizes Urbanísticas nº 07/2018 – Região Sul/Sudeste (DF-140)– SEGETH/SUGEST/COINST/DIUR
12/58
Sobre as Áreas de Proteção de Mananciais, o plano mostra que há certa sobreposição
com as Unidades de Conservação, principalmente com APAs. Como se supõe um maior
controle da ocupação dessas áreas, em função de sua importância para o abastecimento público
de água, devem, em tese, receber uma proteção equiparável às unidades de conservação de uso
sustentável, embora já haja, atualmente, grandes pressões demográficas sobre algumas das
APM, com algumas delas coincidindo com Áreas de Regularização, segundo o PDOT.
O fato de a área de estudo caracterizar-se como uma região de nascentes faz com que as
áreas verdes em geral apresentem extrema importância, principalmente quando se consideram
os efeitos da presença dessas áreas sobre a capacidade de infiltração da água da chuva, o que se
torna ainda mais significativo ao ter-se em conta a marcada sazonalidade que caracteriza o
regime pluviométrico da região. A própria ADASA adota como um dos critérios para a outorga
para a captação de água subterrânea, nos condomínios, a taxa de impermeabilização desses
empreendimentos, o que revela a relevância das áreas verdes para a gestão dos recursos hídricos
da área aqui considerada.
Com relação à captação de água e sistema de esgotamento sanitário do Distrito Federal,
o Plano informa que a bacia do rio São Bartolomeu possui 08 captações de água (Fumal,
Brejinho, Mestre D’Armas, Corguinho, Pipiripau, Quinze, Paranoazinho e Cachoeirinha) e 05
estações de tratamento de esgotos em operação (ETE Planaltina, Vale do Amanhecer, Paranoá,
São Sebastião e Sobradinho 1). E diz ainda, que existe a previsão de serem implantadas as ETEs
Tororó, na bacia do rio Santana, e Taboca na bacia do rio Paranoá.
3. ASPECTOS AMBIENTAIS
13/58
3.1. Unidades de Conservação
14/58
Essa APA foi criada por meio de Decreto Federal nº 88.940, de 07 de novembro de
1983, com o objetivo principal de proteção de mananciais para futuro abastecimento do Distrito
Federal. Destaca-se que esta represa foi pensada em 1981 quando o Decreto nº 13.869 definiu
as cotas de represamento com vistas à utilização de suas águas para abastecimento público. A
Lei nº 5.344, de 19 de maio de 2014 aprova o Rezoneamento e o Plano de Manejo da Área de
Proteção Ambiental da Bacia do Rio São Bartolomeu – APA da BRSB, criada pelo Decreto
Federal nº 88.940, de 7 de novembro de 1983, nos termos da Lei Federal nº 9.262, de 12 de
janeiro de 1996.
A seguir encontra-se descrita a caracterização do zoneamento ambiental proposto para
a APA do rio São Bartolomeu naquelas zonas que ocorrem na área de estudo, conforme Figura
6.
Figura 6: Zoneamento ambiental da APA do São Bartolomeu.
15/58
II. as áreas degradadas ocupadas por assentamentos informais devem ser qualificadas
e recuperadas de modo a minimizar danos ambientais;
III. devem ser adotadas medidas de:
a) controle ambiental voltado para o entorno imediato das unidades de
conservação, visando à manutenção de sua integridade ecológica;
b) controle da propagação de doenças de veiculação por fatores ambientais;
IV. para o licenciamento ambiental de empreendimentos, deve ser avaliada a
solicitação de exigências adicionais de mitigação e monitoramento de impactos
compatíveis com as fragilidades específicas da área de interesse;
V. os parcelamentos urbanos devem adotar medidas de proteção do solo, de modo a
impedir processos erosivos e assoreamento de nascentes e cursos d’água.
16/58
.
17/58
acidentes ambientais e medidas de contenção de poluentes de
veiculação hídrica;
o A ampliação e implantação de rodovias deverão prever
mecanismos e alternativas de redução de impactos ambientais
em remanescentes de vegetação nativa;
o A roçagem das faixas de domínio das rodovias é de
responsabilidade do gestor da rodovia. A roçagem não deverá
utilizar produtos químicos ou fogo, exceto nos casos de aceiros.
o Fica proibida a instalação de aterros sanitários, lixões e
qualquer outro tipo de depósito de resíduos sólidos.
Uso Rural da Terra
o O cultivo da terra deverá ser feito de acordo com as práticas de
conservação do solo.
o Fica proibido o armazenamento de produtos e resíduos químicos
em quantidade que traga risco significativo de contaminação dos
recursos naturais, sem autorização do ICMBio.
Turismo e Cultura
o Todo empreendimento turístico implantado ou a ser implantado
deverá ser licenciado pelos órgãos competentes, quando for
exigível o licenciamento ambiental, e atender às normas
sanitárias, bem como as de proteção dos recursos naturais e
considerar os corredores ecológicos em seu projeto. Todos os
bens de valor artístico, histórico e pré-histórico, bem como as
manifestações culturais ou etnológicas deverão ser valorizados.
o As atividades de turismo não poderão comprometer a
integridade dos recursos naturais da região.
Apicultura
o Deverá ser estimulada a instalação de apiários que utilizem
abelhas nativas (meliponicultura).
Indústrias
o Não será permitida a instalação de novas indústrias
potencialmente poluidoras ou degradadoras;
o As indústrias que não se enquadram no item acima deverão
possuir sistemas de tratamento, disposição de efluentes e de
resíduos sólidos adequados.
Reserva Legal
o As reservas legais das propriedades inseridas deverão ser
homologadas buscando a conectividade entre áreas
conservadas.
Uso Urbano
o O uso urbano será permitido exclusivamente na Macrozona
Urbana, assim definida pelo Plano Diretor de Ordenamento
Territorial do Distrito Federal Lei Complementar nº 803 de 25
de abril de 2009.
o As normas e diretrizes estabelecidas no PDOT (2009) para as
Macrozonas urbanas serão respeitadas.
o Não serão permitidas alterações de densidades de ocupação,
nem tampouco mudanças de gabarito de construções, daquelas
diretrizes definidas na Lei Complementar nº 803 de 25 de abril
de 2009.
o Não será permitida a implantação de prédios espelhados. Não
serão permitidas edificações com mais de 4 pavimentos.
o Os novos projetos urbanísticos deverão respeitar o limite
máximo de 50% de impermeabilização do solo.
18/58
Figura 8: Zoneamento ambiental da APA do Planalto Central.
b) Parque Tororó
O Parque Ecológico do Tororó, criado em 2005, teve sua origem no processo de
licenciamento ambiental do Setor Habitacional de mesmo nome no qual está inserido (Figura
7A). Sua poligonal foi posteriormente definida e publicada pelo Decreto nº 27.557-A, de 22 de
dezembro de 2006 (DODF de 29.12.2006 – republicação DODF de 09.05.2007) com uma área
de 370,01 hectares. A poligonal do Parque Ecológico do Tororó, na Região Administrativa de
Santa Maria - RA XIII foi redefinida pelo Decreto nº 38.900, de 02 de março de 2018 (Figura
9).
Os objetivos do Parque Tororó, como de outros parques ecológicos, são: conservar
amostras dos ecossistemas naturais; proteger paisagens naturais de beleza cênica notável, bem
como atributos excepcionais de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica e histórica;
proteger e recuperar recursos hídricos, edáficos e genéticos; promover a recuperação de áreas
degradadas e a sua revegetação com espécies nativas; incentivar atividades de pesquisa, estudos
e monitoramento ambiental; e estimular o desenvolvimento da educação ambiental e das
atividades de recreação e lazer em contato harmônico com a natureza.
19/58
Figura 9: Parque Tororó.
20/58
ato legal para o reconhecimento de ambos os zoneamentos propostos para o manejo da UC
ainda não foram oficialmente publicados.
Figura 10: Zoneamento Ambiental proposto pelo Plano de Manejo para a ESEC Jardim Botânico.
21/58
A Reserva Ecológica do IBGE - RECOR possui uma área de 1.400 hectares e apresenta
os principais tipos de vegetação do Planalto Central. A área foi doada pelo governo do Distrito
Federal em 1961 e transformada em Reserva em 22 de dezembro de 1975. Essa Unidade de
Conservação firma-se como referência em pesquisas ecológicas de longa duração e possui
importante experiência acumulada na produção de conhecimento científico e na conservação
da biodiversidade do bioma Cerrado.
A área da Reserva possui cinco nascentes que formam a sub-bacia do Córrego Taquara,
tributário da Bacia do Ribeirão do Gama, e faz limites a noroeste com a Estação Ecológica do
Jardim Botânico de Brasília, a sudeste com a Fazenda Água Limpa - área de pesquisa e
experimentação da Universidade de Brasília - e a sul com a DF-001.
22/58
A análise integrada dos mapas de sensibilidade à erosão, geomorfológico, de declividade
e de restrições legais à ocupação resultou na elaboração de mapa síntese de sensibilidade
ambiental ao parcelamento do solo urbano e a análise particularizada dos mapas de sensibilidade
à recarga de aquíferos e de cobertura vegetal remanescente resultou em elementos norteadores
de parâmetros urbanos de ocupação do solo.
23/58
Figura 12: Declividade superior a 30%.
24/58
Figura 14: Sensibilidade dos solos à erosão ZEE/DF.
25/58
Figura 16: Mapa de sensibilidade ambiental ao parcelamento do solo.
Quanto aos aquíferos, observa-se que nas áreas mais elevadas de chapada da Região,
porção norte ao longo da DF-001 (Figura 17), onde há predomínio de latossolos (solos
permeáveis de maior condutividade hidráulica), ocorre maior fluxo vertical e infiltração das
águas e consequentemente maior sensibilidade à redução de recarga e produção hídrica.
Em áreas planas do vale dissecado, com declividade inferior a 8%, apesar da
presença de solos rasos, cambissolos, a infiltração das águas torna média a sensibilidade à
recarga e produção hídrica.
Entre a chapada e o vale dissecado, ocorre faixa de rampa íngreme onde, em
decorrência da maior declividade, predomina o escoamento superficial sobre a infiltração de
águas pluviais, resultando em baixa sensibilidade à recarga de aquíferos. Da mesma forma, na
porção leste da região, de relevo mais sinuoso, também o escoamento superficial prepondera.
26/58
Figura 17: Mapa de sensibilidade à recarga dos aquíferos (ZEE-DF).
27/58
Figura 18: Mapa de “Conectores ambientais” e cobertura vegetal remanescente.
Para evitar estes problemas as áreas não podem ocorrer sem a busca da
sustentabilidade do espaço após a ocupação da população. Para isso, devem ser definidas regras
de uso e ocupação que preservem condicionantes da natureza. Além disto, a ocupação deve
contemplar o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, o tratamento, a drenagem urbana
e a coleta, o processamento e a reciclagem dos resíduos.
O abastecimento de água deve ser realizado de fontes confiáveis que não são
contaminadas a partir de outras fontes de montante. O esgoto sanitário deve ser coletado e tratado
para que a água utilizada não esteja contaminada e o sistema hídrico tenha condições de se
28/58
recuperar. A drenagem urbana deve preservar as condições naturais de infiltração, evitar
transferência para jusante de aumento de vazão, volume e carga de contaminação no escoamento
pluvial e erosão do solo. Os resíduos sólidos devem ser reciclados na busca da sustentabilidade
e da renda econômica dessa riqueza, e a disposição do restante deve ser minimizada.
A ocupação tradicional não procura compreender como solo, água e plantas estão
integradas à natureza para buscar mitigar os efeitos adversos da introdução de superfícies
impermeáveis de telhados, passeios, ruas, entre outros. Na natureza, a precipitação que não se
infiltra tende a formar canais naturais, de acordo com a intensidade e a frequência da
precipitação, da cobertura e da resistência do solo. Assim, a água que percola em subsuperfície
e pelo aquífero até chegar aos rios. Com a destruição da drenagem natural, o novo sistema passa
a ser formado por ruas, bueiros, condutos e canais que aceleram o escoamento e aumentam as
vazões máximas, em várias vezes, além de lavar as superfícies, transportando o poluente gerado
pelas emissões de carros, caminhões, ônibus, indústrias e hospitais.
A visão integrada inicia no planejamento do desmembramento e da ocupação do
espaço na fase do loteamento, quando o projeto deve procurar preservar o canal natural existente.
Ao contrário do que se projeta atualmente, baseando-se apenas na maximização da exploração
do espaço independente da rede de drenagem natural, o projeto sustentável preserva o sistema
natural e distribui a ocupação em lotes menores, mantém uma maior área verde comum, retira o
meio-fio das ruas de menor movimento, integrando o asfalto a gramados ou a outros sistemas
naturais vegetais, para que toda a água se infiltre.
Um projeto dessa natureza retira a divisa das propriedades (como nas propriedades
rurais, no projeto de pequenas bacias e na conservação do solo). Dessa forma, é reduzido o
escoamento às condições preexistentes para as chuvas frequentes, e a água se infiltra, não
transferindo quantidade e qualidade para jusante. Essa é a característica de um projeto
residencial, enquanto áreas industriais e comerciais exigem projetos específicos de controle, mas
ainda conformes a uma integração conceitual dos projetistas.
Para buscar uma solução ambientalmente sustentável, é necessário o gerenciamento
integrado da infraestrutura urbana, iniciando-se pela definição da ocupação do espaço, com
preservação das funções naturais, como a infiltração e a rede natural de escoamento. Esse tipo
de desenvolvimento tem recebido a denominação de LID (Low Impact Development) nos
Estados Unidos.
Os princípios dos desenvolvimentos sustentáveis nas águas pluviais abrangem várias
iniciativas: recuperação ou manutenção das funções naturais do escoamento pluvial como a
infiltração, ravinamento natural desenvolvido pelo escoamento, redução das fontes de poluição
Diretrizes Urbanísticas nº 07/2018 – Região Sul/Sudeste (DF-140)– SEGETH/SUGEST/COINST/DIUR
29/58
difusas, como contaminação dos postos de gasolina, estacionamento de áreas industriais,
superfícies poluentes em geral.
Os empreendedores devem pensar na integração entre o projeto de implantação no
espaço, o projeto arquitetônico e as funções da infraestrutura de água em um ambiente
urbanizado, e não apenas a busca de espaço de infiltração dentro do design de um projeto.
Apesar de representar um projeto mais sofisticado e exigir maior qualificação
interdisciplinar, o custo final é inferior ao das medidas anteriores. A canalização tende a
representar custos de 6 a 10 vezes maiores que o amortecimento do escoamento quanto às
soluções corretivas. As medidas de infiltração tendem a ser ainda 25% inferiores ao
amortecimento. As dificuldades das soluções com infiltração ocorrem quando o lençol freático
é muito alto, o solo tem baixa capacidade de infiltração, ou as áreas drenadas são poluídas, o que
poderia contaminar o aquífero
É importante caracterizar que o desenvolvimento sustentável urbano envolve a
minimização do impacto da alteração natural do meio ambiente formado por clima, solo, ar,
água, biota, entre outros. Para atingir esse objetivo, é necessário compreender primeiro os
impactos que produzem cada uma das intervenções e buscar soluções em que tal impacto se
restrinja a um universo mínimo local, por meio da formulação de um projeto de intervenção
sustentável ao longo do tempo.
No âmbito do esgotamento sanitário, deve-se desenvolver a ligação de redes de
esgoto com padrão adequado, tarefa a ser executada por empresa de serviços de água e
saneamento. Dessa forma, evitam-se ligações inadequadas, mantém-se o tratamento de esgoto
segundo os padrões indicados e procede-se, regularmente, à avaliação desse tratamento e dos
sistemas hídricos que recebem efluentes.
Quanto aos resíduos sólidos, devem-se buscar aprimorar a coleta domiciliar e a
limpeza das ruas, a disposição automática de retenção de lixo e a educação da população com
sistemas de reciclagem economicamente eficientes.
No escoamento pluvial, o custo de uma infraestrutura sustentável tende a ser menor
que o custo de um sistema corretivo, e este ainda menor que o da infraestrutura tradicional, graças
à retirada de vários sistemas, como a eliminação de redes de condutos de drenagem, sarjetas,
entre outros, que seriam substituídos por gramados que infiltram, valos gramados e sistemas
naturais protegidos.
A atuação preventiva no desenvolvimento urbano reduz o custo da solução dos
problemas relacionados com a água. Planejando a cidade com áreas de ocupação e controle da
fonte da drenagem, a distribuição do espaço de risco e o desenvolvimento dos sistemas de
Diretrizes Urbanísticas nº 07/2018 – Região Sul/Sudeste (DF-140)– SEGETH/SUGEST/COINST/DIUR
30/58
abastecimento e esgotamento, os custos serão muito menores do que durante as crises, com
custos inviáveis para o DF.
A área é formada em sua maioria por terras particulares, no entanto existem glebas de
terras desapropriadas da TERRACAP (Figura 20).
31/58
Figura 20: Situação Fundiária (Fonte: TERRACAP/SIURB).
32/58
Figura 21: Sistema viário existente.
33/58
Figura 22: Mapa dos processos com pedido de parcelamento do solo.
4.4. População
4
Levantamento realizado pela Gerência de Monitoramento Territorial / DIPLU em 10.12.2013
Diretrizes Urbanísticas nº 07/2018 – Região Sul/Sudeste (DF-140)– SEGETH/SUGEST/COINST/DIUR
34/58
Tabela I: Dados demográficos do DF (PDAD 2011/CODEPLAN).
Indicadores Socioeconômicos – População – Distrito Federal – 2010/2011
Caracterização da População
Curs M
m
G
Nº C
médi A
T
P
Regiões
o de 2p
Pesso0u
o u
rior h
d
o
por 4a
do 2ã
DF( 0o
%) 1
abeto1
á
v
o
rais /ç
Com e
pleto r
(1) e
r
e
c
Grupos de Idade (%)
(%) s
s
t
as 0l
Supe l
í
l
i
Popul
Popul
mplet
Ensin
o (%)
Analf
amen
s (%)
Fund
domi
Natu
ação
ação
Inco
cílio
com
tal
Administrativas
o
60 ou
Abs. Taxa (% ) 0 a 9 10 a 14 15 a 24 25 a 59
mais
IV Brazlândia 53.874 2,9 3,8 56,2 3,2 38,8 4,7 34,5 14,2 10,1 18,1 47,7 9,9
IX Ceilândia 398.374 3,1 3,8 50,1 3,0 36,4 4,5 34,2 15,8 8,7 16,3 48,0 11,2
XII Samambaia 193.485 3,9 3,8 52,8 3,2 38,2 3,9 31,1 15,3 9,7 19,1 46,5 9,4
XV Recanto das Emas 125.206 2,9 4,0 52,9 2,0 39,3 2,1 32,2 17,5 10,1 20,9 45,6 5,9
XVII Riacho Fundo 30.809 2,4 3,9 50,9 2,4 28,1 9,1 36,4 12,9 7,0 18,9 50,0 11,2
XX Águas Claras 135.685 20,8 3,2 41,5 0,5 17,6 30,4 19,0 13,7 5,8 16,7 53,3 10,5
XXI Riacho Fundo II 38.936 12,2 3,9 49,9 2,5 35,7 3,9 28,2 13,6 9,7 21,2 48,0 7,5
XXX Vicente Pires 75.162 - 3,8 50,0 1,1 24,2 18,8 17,7 14,1 7,7 15,4 52,1 10,7
III Taguatinga 221.909 - 3,4 48,2 1,4 23,3 17,1 34,2 10,3 6,1 15,6 49,7 18,3
II Gama 127.121 1,8 3,6 55,2 2,9 28,8 10,3 32,0 12,5 7,9 16,1 45,0 18,5
XIII Santa Maria 115.607 3,7 3,8 53,2 2,4 35,7 6,2 29,5 13,9 9,3 20,5 48,3 8,0
XIX Candangolândia 16.196 2,5 3,8 51,3 2,6 29,3 9,1 28,8 11,8 7,7 18,4 48,0 14,1
Núcleo
11,1 7,1 15,8 49,6 16,4
VIII Bandeirante 26.086 2,2 3,3 45,8 1,2 22,1 19,0 36,4
XXV SCIA - Estrutural 25.732 8,5 4,1 47,6 2,2 52,6 0,5 28,6 20,9 14,3 20,7 40,9 3,2
XXVIII Itapoã 50.339 1,2 3,9 44,3 3,1 49,9 0,4 25,0 21,6 12,2 18,9 42,9 4,4
VII Paranoá 46.527 2,3 4,0 52,6 2,6 42,6 3,2 33,2 16,4 8,9 21,1 45,0 8,4
X Guará 125.703 1,5 3,3 48,1 0,9 18,6 23,7 35,7 10,0 5,7 15,8 50,9 17,6
XXIII Varjão 5.371 -1,4 3,7 49,5 2,9 46,0 1,8 33,4 17,7 11,9 20,5 44,9 5,0
XIV São Sebastião 71.779 - 3,8 42,3 2,4 42,7 2,4 26,1 16,1 10,3 21,7 46,5 5,2
V Sobradinho 85.491 4,9 3,4 51,2 1,1 23,5 18,4 33,9 10,8 6,5 15,7 49,8 17,2
XVI Sobradinho II 105.363 5,6 3,7 48,5 2,2 26,4 15,3 26,0 14,4 7,5 19,4 48,1 10,6
XXVII Jardim Botânico 22.726 - 3,6 44,5 0,6 12,3 47,3 19,9 11,6 5,9 13,2 55,4 13,9
VI Planaltina 164.939 2,3 3,7 52,4 3,2 40,6 4,5 29,7 14,1 9,8 20,0 45,2 10,9
Fonte: Codeplan – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - PDAD
2010/2011
( 1 ) Estão incluídos curso de especialização, mestrado e doutorado.
35/58
Com relação às perspectivas de ocupação da Região Sul/Sudeste, essas se conFiguram de
longo prazo, haja vista a previsão de crescimento populacional do Distrito Federal que tende a
crescer num ritmo mais lento nas próximas décadas, com estimativa de alcançar um acréscimo de
680.694 habitantes no período de 2010 a 2030, conforme dados de crescimento populacional
apresentados na Tabela II.
Tabela II: Crescimento populacional do Distrito Federal 1960 a 2010 e Projeções para 2020 e 2030.
Taxa Cresc. Taxa Cresc.
Ano População DF Cresc. Abs. Cresc. %
Anual % DF Anual % BR
1960 141.742 -- -- -- 3,06
1970 537.492 395.750 279 14,39 2,91
1980 1.176.908 639.416 119 8,22 2,50
1991 1.601.094 424.186 36 2,66 1,94
2000 2.051.146 450.052 28 2,82 1,64
2010 2.570.160 519.014 25 2,28 1,17
2020 3.016.507 446.347 17 1,59 --
2030 3.250.854 234.347 8 0,95 --
Fonte: Censo Demográfico IBGE - 1960 a 2010.
2020 - Projeções do Documento Técnico do PDOT - SEDHAB 2009.
2030 - Projeções dos Cenários Territoriais do DF - SEDHAB 2006.
O crescimento populacional dessas cidades tem ocorrido num ritmo bem mais acelerado
do que do Distrito Federal (Tabela III). Essa é uma tendência que deve se confirmar nos próximos
anos.
Tabela III: Crescimento populacional de Municípios do Entorno do DF/limite sul - Período 2000-2010.
Municípios População População Cresc. Taxa Cresc.
Cresc. %
RIDE – limite Sul Censo 2000 Censo 2010 Absoluto Anual %
Cidade Ocidental 40.377 55.915 15.538 38 3,31
Luziânia 141.082 174.531 33.449 24 2,15
Novo Gama 74.380 95.018 20.638 28 2,48
Valparaíso de Goiás 94.856 132.982 38.126 40 3,44
TOTAL 350.695 458.446 107.751 30 3,07
Fonte: Censo Demográfico IBGE - 2010.
36/58
Figura 23: Ocupações do entorno (GO).
5. ESTUDOS URBANÍSTICOS
37/58
o centro como o ponto que otimiza os deslocamentos socialmente condicionados da comunidade
como um todo, que são os deslocamentos da população como força de trabalho (mão-de-obra) e
como consumidores de produtos e serviços. A partir dessa concepção, ilustra o processo de
formação do centro no texto reproduzido a seguir:
O desenvolvimento da vida social faz com que surjam atividades que exigem o
deslocamento de muitos, para o mesmo ponto, às vezes ao mesmo tempo (governo,
religião, comércio). Para o atendimento ótimo da maioria dos membros da comunidade
(da totalidade, no caso do nosso exemplo hipotético), tais atividades devem localizar-se
no ponto que minimiza o somatório de todos os deslocamentos. O(s) terreno(s)
localizado(s) nesse ponto passa(m) a ter excepcional valor de uso. Ao mesmo tempo e
pelo mesmo processo dialético, a acessibilidade a esse ponto passa a ser disputada pelos
membros da comunidade, o que reforça o valor de uso do centro e, concomitantemente,
dos pontos que lhe são mais acessíveis.
A Figura 24 mostra simplificadamente uma aglomeração de n famílias. Vejamos
inicialmente todos os deslocamentos a partir do ponto P1, para todos os demais pontos,
até Pn. Suponhamos que nesse pequeno aglomerado não haja, ainda, custos de
deslocamentos.
t-1/2 é ônus (gasto de tempo e energia) associado ao deslocamento, pelos
meios usuais de transporte (a pé no nosso exemplo), do ponto P1 ao ponto
P2;
t-1/3 é ônus associado ao deslocamento do ponto P1 ao ponto P3;
t-1/4 idem entre os pontos P1 e P4;
t-1/n idem entre os pontos P1 e Pn.
38/58
O(s) terreno(s) em todos os “pontos” ou localizações da aglomeração têm
diferentes valores de uso, pois oferecem diferentes possibilidades de contato com todos
os demais pontos. Em P1 esse valor é máximo. Assim existe um ponto – e só um – que
minimiza o somatório dos ônus de deslocamento de todas as famílias da aglomeração
(Figura 24).
Para a Região Sul/Sudeste, com poucas ocupações urbanas, buscou-se uma adaptação do
modelo hipotético acima descrito. Diante da impossibilidade de se aferir o ônus dos deslocamentos
por meio de custos, utilizou-se de uma relação entre tempo e distância percorrida.
Os passos descritos foram seguidos para a construção do diagrama (Figura 25 e Tabela IV)
1. Distribuir pontos (P, P1, P2, P3, ...P7) como possíveis centros. O traçado viário, ainda
que insipiente, existente na região e seus entroncamentos foi base para a escolha da
localização desses pontos;
2. Traçar todos os deslocamentos de cada ponto para os demais;
3. Calcular distância entre os pontos – obtém ônus associado ao deslocamento (relativo
ao gasto de tempo e energia, supondo que ainda não há custo de deslocamento);
4. Calcular o somatório dos ônus de deslocamento relativo a cada ponto; e
5. Identificar o ponto que minimiza os ônus de todos os deslocamentos – o centro da
aglomeração.
39/58
Figura 25: Diagrama da formação do Centro.
40/58
Observa-se que o somatório das distâncias é menor em P, ponto que otimiza os ônus totais
com o deslocamento na região, e, portanto, acessível igualmente a todas as demais áreas dessa
grande mancha urbana. A localização de P está nas proximidades da DF 140, principal eixo indutor
da ocupação e corredor de transporte urbano.
41/58
Diante da dimensão da Região Sul/Sudeste, além do equivalente a centro urbano, outras
centralidades poderão se desenvolver. Considerando que a centralidade está associada diretamente
a maior acessibilidade urbana, a localização dessas centralidades deve ser proposta nas conexões
viárias, especialmente entre vias de atividades e vias de circulação.
42/58
produzirá um meio ambiente superpopuloso e inadequado ao desenvolvimento urbano”. De forma
que sempre há que se considerar no planejamento urbano as vantagens e desvantagens relacionadas
à alta e baixa densidade demográfica nas ocupações urbanas.
Por outro lado, a densidade por si só não revela a conFiguração urbana de um bairro ou
setor. É necessária a análise em paralelo de outros aspectos que incidem na área. Como os índices
urbanísticos (coeficiente de aproveitamento, taxa de ocupação, recuos, altura máxima, número de
pavimentos, taxa de permeabilidade), para entender as possíveis formas que um parcelamento
urbano pode apresentar. Uma densidade populacional específica pode ser distribuída de várias
maneiras no espaço urbano, através de densidades prediais diferentes, conforme ilustra a Figura
27.
Figura 27: Simulação de diferentes formas de ocupação de uma quadra em Porto alegre utilizando a mesma
densidade líquida – Fonte: VARGAS (2003)
A justificativa para o estudo é a necessidade de, por um lado, distribuir de forma equitativa
a densidade na região, respeitada a sensibilidade ambiental (sem a variação de densidade,
justamente nas áreas de maior sensibilidade ambiental, a densidade residencial seria maior em
comparação às áreas menos sensíveis); e por outro lado buscar adequada correspondência entre
potencial construtivo (coeficiente de aproveitamento) e concentração e diversidade de usos com a
43/58
densidade demográfica, evitando paradoxo de se admitir grandes quantitativos de área construída
incompatíveis com o número de unidades imobiliárias admitida.
Para o desenvolvimento do estudo foram considerados os seguintes conceitos:
Densidade demográfica: o número de habitantes e a área do território, geralmente
expressa em quilômetros quadrados ou habitantes por hectare;
Densidade habitacional (ou residencial): trata-se do número de unidades residenciais
de determinada área, dividida pela área em hectare;
Densidade residencial bruta: relação entre o número total de habitantes e o total da área
onde a população mora, trabalha, circula e descansa. Por área bruta entenda-se a área
total ocupada pelos lotes residenciais, pelas vias, áreas de estacionamento, áreas verdes
de uso diário, escolas e as áreas comerciais. Geralmente, excluem-se áreas verdes de
uso esporádico (jardim botânico, zoológico, etc.), lagos, rios e usos industriais.
Densidade residencial líquida: trata-se da mesma relação entre o número total de
habitantes e a área líquida na qual reside. Geralmente, entende-se por área líquida a
área realmente ocupada pelos lotes residenciais e, geralmente expressa em hab/ha,
considerando-se no cálculo da área apenas as porções territoriais destinadas a unidades
residenciais, podendo incluir lotes residenciais não edificados, bem como a área da vias
de acesso aos lotes. Quando os lotes residenciais não edificados são descontados no
cálculo, dá-se o nome de densidade imobiliária.
Faixa de densidade: intervalo de densidade bruta (mínima e máxima) definida pelo
PDOT/2009. Entende-se que a norma garante o limite mínimo, o limite máximo pode
ser facultado com base na variação de densidade prevista no Plano;
Porção territorial: refere-se à zona urbana para a qual o PDOT define faixa de densidade
bruta. Os Setores Habitacionais estabelecidos no PDOT também podem ser
considerados porção territorial para efeitos de cálculo de variação de densidade
demográfica;
Densidade demográfica bruta da gleba: refere-se à densidade calculada com base na
área total da gleba, incluídas as áreas de APP;
Área parcelável: refere-se à área total da gleba subtraídas as áreas de APP (legal e
ambiental). Corresponde à área passível de parcelamento do solo para fins urbanos; e
Densidade demográfica bruta da área parcelável: refere-se à densidade calculada com
base na área parcelável. Corresponde ao conceito de densidade residencial bruta, que
tem como base de cálculo a área do parcelamento, incluído os Espaços Livres de Uso
Público.
Diretrizes Urbanísticas nº 07/2018 – Região Sul/Sudeste (DF-140)– SEGETH/SUGEST/COINST/DIUR
44/58
Para o estudo de variação de densidade da região Sul/Sudeste foram consideradas as
porções territoriais indicadas na Tabela III.
A variação de densidade proposta nesse estudo foi calculada separadamente para a Zona
Urbana de Uso Controlado II – Setor Habitacional Tororó e a Zona Urbana de Expansão e
Qualificação, e preserva, para cada uma dessas porções territoriais, como média, o valor de
referência estipulado pelo PDOT. No entanto, deverão também ser observadas as condicionantes
ambientais que forem constatadas a partir de estudos que vierem a ser realizados para a região ou
no âmbito do licenciamento ambiental dos parcelamentos do solo.
Na Tabela VI, consta, para cada uma das porções territoriais, o cálculo de variação de
densidade. Foram dimensionadas as áreas (em hectare) das APP, do Parque Tororó, da área
parcelável, do buffer ao longo das vias de atividades (100m) e de vias de circulação nível 1 (100m);
e dimensionada a centralidade em uma área de 200 ha.
As densidades conferidas para cada área seguem a gradação do potencial construtivo do
zoneamento de usos para a região em ordem crescente: zonas C e B; via de circulação nível 1; via
de atividades; e centralidade. A densidade obtida para essas áreas é diferente em cada porção
territorial, uma vez que o balanço de densidade foi efetuado separadamente.
Para a definição da variação de densidade na área de centralidade, considerou-se estudo
realizado pela Secretaria de Planejamento de Porto Alegre (1995), que relaciona níveis
econômicos com densidades demográficas e aponta efeitos deles resultantes, apresentando como
limite economicamente aceitável 200 habitantes por hectare, que entre seus efeitos estão: serviços
públicos econômicos, transporte público eficiente e redução da circulação de carros particulares.
45/58
Tabela VI: Variação de Densidade Demográfica na Região Sul-Sudeste.
DF-140 - Estudo de compensação de densidades, com base no zoneamento x sistema viário (variando a
densidade estimada por zona) 19/06/2013*
Habitações
máximas:
Densidade População
DF-140: Zonas de Zoneamento (média
Densidade (hab./ha) Área (ha) máxima
densidades PDOT DF=3,3
variável* estimada
hab. por
domicílio)
Via de Atividades (buffer) Alta 130 65,0290 8.454 ZUUC 17 2562
1292
Rodovia DF-140 (buffer) Média 50 47,3739 4.737 ZUUC 17
Áreas de Preservação
Nenhuma 0 63,1157 0 ZUUC 17 0
Permanente - APP
Áreas residenciais ZUUC17 Baixa 50 1012,6621 50.633 ZUUC 17 15343
Parque Tororó no Setor
Nenhuma 0,00 194,1024 0 ZUUC 17 0
(exceto TERRACAP)
Somatório ZUUC-II
49 1269,8802 63.824 ZUUC 17 19197
(Tororó)
Habitações
Densidade Área máximas
DF-140: Zonas de População Zoneamento
Densidades (hab./ha) modificada (3,3 hab.
densidades estimada PDOT
variável* (ha) por
domicílio)
Vias de Atividades (buffer) Alta 120 430,2852 51.634 ZUEQ 14 15647
Vias Circulação Nível 1
Média 90 477,4834 60.224 ZUEQ 14 18250
(buffer)
Áreas de Preservação
Nenhuma 0 2929,1018 0 ZUEQ 14 0
Permanente - APP
Áreas residenciaisZUEQ14 11194,4514
Baixa 50 593.181 ZUEQ 14 179752
(bruta)
Centralidade Alta 200 290,0000 40.000 ZUEQ 14 12121
14123,5532
Somatório ZUEQ 50 745.039 ZUEQ 14 225769
A Figura 28, a seguir, exemplifica como se aplica a densidade bruta da área parcelável, ou
densidade residencial e na Figura 29 está ilustrada a densidade acrescida, no caso de interferência
com Via de Atividades.
46/58
Figura 28: Densidade da área parcelável.
REGRA ESPECÍFICA:
Avenida de Atividades = 1ha X 120
Densidade acrescida = 120 habitantes
TOTAL: 200+120 = 320 habitantes
O estudo realizado foi fundamentado em recentes consultas realizadas pelo Órgão Gestor
do Desenvolvimento Territorial e Urbano do Distrito Federal, em decorrência da implementação
do Programa Morar Bem de Habitação de Interesse Social, aos órgãos públicos do Governo do
47/58
Distrito Federal de saúde, educação, assistência social, segurança, esportes, cultura e
administrações regionais. A relação de EPC e das metragens de lotes estimada foi atualizada, bem
como alguns dados de saturação, como os de equipamentos de saúde, que estão vinculados à
política nacional de saúde (saúde da família que equivale às unidades básicas de saúde – UBS e às
UPA).
Para a esfera intermediária foi adotado o raio de influência de 3.000m (aplicado ao Centro
de Ensino Médio de acordo com a Norma Técnica nº 03), que resultou em uma cobertura de
aproximadamente 21 círculos na região. Na esfera local adotou-se o raio de influência de 800m,
cuja cobertura da região é alcançada com 71 círculos. Esses parâmetros foram aplicados aos casos
em que não há saturação de população indicada nas fontes consultadas para o equipamento. Na
Tabela VII estão discriminados os dados relacionados ao estudo.
48/58
Tabela VII: Estudo de dimensionamento de equipamentos públicos comunitários para a região Sul/Sudeste.
ÁREA TOTAL
Metragem do SATURAÇÃO RAIO DE QUANTIDADE
SECRETARIA EPC HIERARQUIA ESTIMADA
Lote (m2) (habitantes) INFLUÊNCIA (m) ESTIMADA
(m²)
49/58
Clínica da Família para 3 Equipes (SAPS) 2.600,00 LOCAL 9.000 800 106 274.733,33
Clínica da Família para 5 Equipes (SAPS) 4.800,00 LOCAL 15.000 3.000 63 304.320,00
Clínica da Família para 7 Equipes (SAPS) 6.200,00 LOCAL 21.000 3.000 45 280.771,43
4.996.813,93
50/58
5.4. Estudo de Parâmetros Urbanísticos
ZUUC 17
Zonas do PDOT 2009 ZUEQ 14
(Setor Habitacional Tororó)
Avenidas de atividades/Subcentros
Avenidas de atividades/Subcentros
Vias Circulação Nível 1 (buffer)
TERRACAP)
Centralidade
(buffer)
(buffer)
Densidade da área parcelável (sem
A 50,00 90,00 120,00 200,00 0,00 50,00 130,00
APP e Parques)
Área (ha) por Zona de Uso da
B DIUR 10.764,17 669,16 430,29 300,00 194,1024 1141,73 65,03
População máxima estimada por
C Zona-DIUR (Densidade PDOT x 538.208 60.224 51.634 60000 0 57087 8454
Área)
Nº de unidades habitacionais
D (População máxima estimada/3,3 163093 18250 15647 18182 0 17299 2562
habitantes por domicílio)
Área p/ Edificações (ha) = excluída
área pública -circulação, EPC,
E 5382,08 388,11 249,57 174,00 570,87 32,52
ELUP, EPU (50% da área por
Zona)
Área de comércio e serviços (30%
F da área para edificação) 1614,62 116,43 74,87 52,20 171,26 9,75
Área de habitação (70% da área
G para edificação) 3767,46 271,68 174,70 121,80 399,61 22,76
COEFICIENTE APROV.
H MÁXIMO DEFINIDO NAS 1,2(*) 2,5 3 4 1,5 3
DIRETRIZES - CA
I Nº MÁX. DE PAVIMENTOS 8 8 8 15 8 8
Potencial construtivo p/
J comércio/serviços = F*H*10000 19.375.498,80 2.910.846,00 2.246.088,74 2088000,00 2568892,50 292635,00
(m²)
Potencial construtivo p/ habitação:
L G*H*10000 (m²) 45209497,20 6791974,00 5240873,74 4872000,00 5994082,50 682815,00
51/58
Figura 30: Simulação da ocupação das diferentes zonas previstas.
Figura 32: Simulação dos parâmetros de ocupação na Via de Atividades e Centro Urbano perspectiva do terreno.
52/58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACIOLY Jr, Cláudio e DAVIDSON, Forbes. Densidade Urbana e Gestão Urbana. Mauad
Editora, Rio de Janeiro, 1998.
BRASÍLIA. Lei Distrital Nº 4.566, de 04 de maio de 2011. Plano Diretor de Transporte Urbano
e Mobilidade do Distrito Federal – PDTU/DF. 2011
JACOBS, Jane. Morte e vida das grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
TOURINHO, Andréa de Oliveira. Centro e centralidade: uma questão recente. In: CARLOS,
Ana Fani Alessandri; OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino (orgs). Geografias das metrópoles. São
Paulo: Contexto, 2006. p.277-299.
VARGAS, Júlio Celso. Densidade, Paisagem Urbana e Vida da Cidade: jogando um pouco de
luz sobre o debate porto-alegrense. Julho de 2003. Disponível em:
www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp195.asp
VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel: FAPESP:
Lincoln Institute, 2001.
53/58