Ranieri Sousa Ioc Mest 2020

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MINISTÉRIO DA SAÚDE

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ


INSTITUTO OSWALDO CRUZ

Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical

INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS: PERCEPÇÃO DE


ADOLESCENTES E JOVENS EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO PÚBLICO
DE REFERÊNCIA NO ESTADO DO PIAUÍ

RANIERI FLÁVIO VIANA DE SOUSA

TERESINA- PI
Maio de 2020
INSTITUTO OSWALDO CRUZ

Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical

RANIERI FLÁVIO VIANA DE SOUSA

INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS: PERCEPÇÃO DE


ADOLESCENTES E JOVENS EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO PÚBLICO
DE REFERÊNCIA NO ESTADO DO PIAUÍ

Dissertação apresentada ao Instituto Oswaldo


Cruz como parte dos requisitos para obtenção do
título de Mestre em Ciências pelo curso de pós-
graduação em Medicina Tropical, área de
concentração: Diagnóstico, epidemiologia e
controle de doenças infeciosas e parasitárias.

Orientadora: Profª. Drª. Jacenir Reis dos Santos Mallet

Co-orientadora: Profª. Drª. Elaine Ferreira do Nascimento

TERESINA - PI

Maio de 2020
Ficha catalográfica elaborada pelo sistema de geração automática de ficha
catalográfica da Biblioteca de Manguinhos/ICICT com dados fornecidos pelo
autor.
INSTITUTO OSWALDO CRUZ

Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical

AUTOR: RANIERI FLÁVIO VIANA DE SOUSA

INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS: PERCEPÇÃO DE


ADOLESCENTES E JOVENS EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO PÚBLICO
DE REFERÊNCIA NO ESTADO DO PIAUÍ

ORIENTADORA: Profª. Drª. Jacenir Reis dos Santos Mallet

CO-ORIENTADORA: Profª. Drª. Elaine Ferreira do Nascimento

Aprovada em: 08/05/2020

EXAMINADORES:
Dra Beatriz Fátima Alves de Oliveira (Presidente) Instituto Oswaldo Cruz
(IOC/Fiocruz)
Drª Vanessa Salete de Paula (Membro) Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz)
Drª Adriana Kelly Santos (Membro) Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz)
Drª Martha Cecilia Suarez Mutis (Suplente) Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz)
Drº Antonio Luiz Gomes Junior (Suplente) Centro Universitário UNINOVAFAPI

Teresina, 08 de maio de 2020


Dedico este trabalho aos meus pais
Ivanilde e Luiz.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus por todas as oportunidades oferecidas durante esta longa e árdua jornada
no mundo científico.
Aos meus pais Ivanilde Silva Viana e Luiz Ambrósio de Sousa por serem meus principais
alicerces durante toda vida e por propiciarem as condições necessárias para o meu
desenvolvimento tanto como profissional quanto ser humano.
As minhas irmãs Ana e Daniely pelo apoio, ajuda e carinho.
Ao meu amigo Darwin Cardoso pelo total suporte e incentivo desde à graduação até a
realização deste sonho.
As minhas amigas Kerla e Brenda por sempre me encorajarem a ser o melhor e me fazerem
feliz.
A Dra Liana Maria Ibiapina do Monte por sempre me proferir palavras de incentivo e ser
amparo nos momentos difíceis.
A Dra Beatriz Fátima Alves de Oliveira pela confiança, suporte, disponibilidade e
engajamento no meio científico.
À minha co-orientadora Dra. Elaine Ferreira do Nascimento por sempre encontrar a solução
em meio a tantos obstáculos, pelo amor depositado à pesquisa, pela dedicação e por todo
conhecimento repassado.
À minha querida orientadora, Dra. Jacenir Reis dos Santos Mallet por toda a humildade,
serenidade, companheirismo, simplicidade e conhecimento transmitido.
À toda equipe da Fiocruz-PI, em especial Filipe, Giorge, Guilherme, Hérida, Jéssica,
Mauricio e Simone que para mim representa uma grande família do mundo científico.
Obrigado pela dedicação de cada um de vocês, pela compreensão nos momentos difíceis e
pelo incentivo.
Aos meus colegas de mestrado e doutorado Aika, Aline, Braz, Camila, Conceição,
Darlesson, Enéas, Erlane, Fabiano, Isabel, Jessica, Mario, Mayron, Polyanna, Roberto,
Wesllany pelo companheirismo, amizade, carinho e respeito durante esses anos de
convivência.
Aos amigos de pesquisa Alba, Brenna, Daniela, Denilson e Mariana por sempre serem
prestativos e me fazerem feliz.
Ao Armano Lenon, por sempre ser disponível e atencioso com toda equipe da Fiocruz.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) pelo
financiamento da pesquisa.
À todas as pessoas que direta ou indiretamente torceram pela concretização desse sonho .
Eu sempre tive a convicção que as
pessoas entram nas nossas vidas por
um propósito, por uma
probabilidade que nós nunca
poderemos entender. Aprendi, que
mais cedo ou tarde os destinos, os
fatos, as ideais, a vida uni o
invisível.

(Ranieri Flávio)
RESUMO
INTRODUÇÃO: Nos últimos anos as Infecções Sexualmente Transmissíveis
(IST) vem aumentando em todo o mundo, principalmente entre os jovens e
adolescentes. Portanto, os adolescentes e jovens são considerados um grupo
prioritário nas campanhas de prevenção devido ao alto risco de adquirir uma IST.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), as IST estão entre as causas
mais comuns de doenças no mundo e podem ser consideradas um problema de
saúde pública. Sendo assim, o ambiente escolar configura-se como um local onde
os jovens podem esclarecer suas dúvidas, conversar e aprender sobre inúmeros
temas, inclusive sobre as IST. OBJETIVO: Investigar o conhecimento e as
atitudes que os adolescentes escolares têm em relação as infecções sexualmente
transmissíveis. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, descritivo,
interpretativo, com uma abordagem quanti-quali realizado em uma escola de
Ensino Médio profissionalizante do estado do Piauí. Os dados foram coletados por
meio de questionário estruturado online e entrevistas semiestruturadas abordando as
características sociodemográficas, culturais, comportamentais e os conhecimentos
sobre questões relacionadas às IST. O perfil quantitativo foi descrito por meio de
questionário online com 595 estudantes e a abordagem qualitativa através de
interações face a face individual com 34 estudantes, perfazendo um total de 629
alunos de todos os cursos profissionalizantes da escola, com faixa etária
compreendida entre 14 e 24 anos de idade, sendo o estudo realizado de maio a
dezembro de 2019. Na análise bivariada, as variáveis que apresentaram associação
ao nível de 10% foram incluídas na análise multivariada para calcular estimativas
ajustadas de razão de chances. A identificação das variáveis associadas ao
conhecimento dos adolescentes sobre as IST foi realizada por meio da análise
multivariada através do programa IBM SPSS Statistics, com intervalo de confiança
(IC%) de 95%. Já a dimensão qualitativa foi analisada a luz do método de
interpretação de sentidos, com base em princípios hermenêuticos-dialéticos.
RESULTADOS: A maioria dos estudantes (81,8%) não sabiam quais eram os
principais sinais e sintomas das IST. As estudantes do sexo feminino sabiam mais
informações em comparação ao sexo masculino (72,6% vs 27,4%). Os estudantes
da área da saúde sabiam menos sobre as sintomatologias das IST quando
comparados a estudantes de outras áreas. Outro dado importante é que o(a)s
estudantes que não foram capazes de identificar os sinais e sintomas das IST,
quando questionados, 63,9% afirmaram saber o que é IST, revelando o
desconhecimento de parte do público estudado. Vale ressaltar que quanto maior o
grau de instrução da mãe (13 ou mais anos de estudo) e quanto maior o acesso aos
meios de informação, maiores são as chances de conhecer os principais sinais e
sintomas das IST. CONCLUSÃO: A maioria do(a)s aluno(a)s não sabiam quais
eram os principais sinais e sintomas das IST, isso é preocupante, pois esses jovens
estão na fase de iniciação sexual. Assim, são necessárias ações educativas que
visem o fornecimento de informações fidedignas, especificas e com amplo acesso
direcionado a população de adolescentes e jovens com o intuito de favorecer a
promoção da saúde uma vez que esta tem como finalidade influenciar
positivamente a escolha e manutenção de práticas saudáveis e dificultar as práticas
de risco.
Palavras-chave: Infecções Sexualmente Transmissíveis; Adolescência; Juventude;
Conhecimento; Sinais e Sintomas.
ABSTRACT
NTRODUCTION: In recent years, Sexually Transmitted Infections (STIs) have been
increasing worldwide, especially among young people and adolescents. Therefore,
adolescents and young people are considered a priority group in prevention campaigns
due to the high risk of acquiring an STI. According to WHO (World Health
Organization), STIs are among the most common causes of disease in the world and
can be considered a public health problem. Thus, the school environment is configured
as a place where young people can clarify their doubts, talk and learn about countless
themes, including STIs. OBJECTIVE: To investigate the knowledge and attitudes that
adolescent students have in relation to sexually transmitted infections. METHODS:
This is a cross-sectional, descriptive, interpretive study, with a quanti-quali approach
carried out at a vocational high school in the state of Piauí. Data were collected through
a closed online questionnaire and semi-structured interviews addressing
sociodemographic, cultural, behavioral characteristics and knowledge about STI-
related issues. The quantitative profile was described through an online questionnaire
with 595 students and the qualitative approach through face-to-face interactions with
34 students, making a total of 629 students from all vocational courses at the school,
aged between 14 and 24 years old, the study being carried out from May to December
2019. In the bivariate analysis, the variables that showed an association at the level of
10% were included in the multivariate analysis to calculate adjusted estimates of odds
ratios. The identification of variables associated with the adolescents' knowledge about
STIs was performed through multivariate analysis using the IBM SPSS Statistics
program, with a 95% confidence interval (CI%). The qualitative dimension was
analyzed in the light of the method of interpretation of meanings, based on
hermeneutic-dialectic principles. RESULTS: Most students (81.8%) did not know what
the main signs and symptoms of STIs were. Female students knew more information
compared to male students (72.6% vs 27.4%). Students in the health field knew less
about the symptoms of STIs when compared to students in other areas. Another
important fact is that students who were not able to identify the signs and symptoms of
STIs, when questioned, 63.9% said they knew what STI is, revealing the lack of
knowledge on the part of the public studied. It is worth mentioning that the higher the
mother's level of education (13 or more years of schooling) and the greater the access
to the means of information, the greater the chances of knowing the main signs and
symptoms of STIs. CONCLUSION: Most of the students did not know what the main
signs and symptoms of STIs were, this is worrying, as these young people are in the
sexual initiation phase. Thus, educational actions are needed to provide reliable,
specific information with wide access directed to the population of adolescents and
young people in order to favor health promotion, since it aims to positively influence
the choice and maintenance of practices and hinder risky practices.

Keywords: Sexually Transmitted Infections; Adolescent; Youth; Knowledge; Signs


and Symptoms.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Condiloma acuminado (verrugas genitais) no pênis ...................................... 54

Figura 2. Condiloma acuminado (verrugas) anal. ......................................................... 27

Figura 3. I Condiloma acuminado (verrugas genitais) na vulva. .................................. 27

Figura 4. Herpes no pênis .............................................................................................. 31

Figura 5. Herpes na vulva .............................................................................................. 31

Figura 6. Ulceração de estágio primário (cancro) dentro da abertura vaginal .............. 39

Figura 7. Ulceração de estágio primário (cancro) na glande do pênis .......................... 40

Figura 8. Corrimento causando pela uretrite gonocócica .............................................. 43

Figura 9. Cervicite gonocóccica .................................................................................... 44

Figura 10. Mapa do estado do Piauí, com destaque para cidade de Teresina ............... 54

Figura 11. Desenvolvimento e execução das etapas do projeto quali-quantitativo no

Ceep José Pacífico De Moura Neto, Teresina, Piauí ...................................................... 56

Figura 12. Interação entre a quantidade de meios de informação relacionados ao nível

de escolaridade da mãe do(a)s adolescentes estudantes de uma escola pública

profissionalizante de Teresina– PI.................................................................................. 70

Figura 13. Tecnologia Social: Jogo Interativo Sobre as ISTs em Forma de Tabuleiro

Intitulado CkecklIST Apresentado na Feira de Soluções de Saúde, Fortaleza-Ceará ..... 77


LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Resumo das IST em relação ao seu agente etiológico, formas de transmissão,

principais sinais e sintomas e diagnóstico. ..................................................................... 45

Tabela 2. Características sociodemográficas e culturais associado ao conhecimento

sobre sinais e sintomas das IST dos adolescentes estudantes de uma escola pública

profissionalizante de Teresina– PI. ................................................................................. 63

Tabela 3.Atitudes e características comportamentais associadas ao conhecimento sobre

sinais e sintomas das IST dos adolescentes estudantes de uma escola pública

profissionalizante de Teresina– PI. ................................................................................. 67

Tabela 4. Seleção detalhada das variáveis estatisticamente significantes associadas ao

conhecimento dos sinais e sintomas das IST dos adolescentes estudantes de uma escola

pública profissionalizante de Teresina– PI. .................................................................... 69

Tabela 5. Distribuição dos estudantes em relação ao estado civil associados à

prevalência do uso de preservativos nas relações sexuais do(a)s adolescentes estudantes

de uma escola pública profissionalizante de Teresina– PI. ............................................ 71

Tabela 6. Perfil do(a)s adolescentes estudantes de uma escola pública profissionalizante

do ensino médio de Teresina-Piauí................................................................................. 72

Tabela 7 Discrição dos diálogos das estudantes sobre aspectos relacionados ao

conhecimento, prevenção e informação das IST de uma escola pública

profissionalizante do ensino médio de Teresina-Piauí. .................................................. 73

Tabela 8 Discrição dos diálogos dos estudantes sobre aspectos relacionados ao

conhecimento, prevenção e informação das IST de uma escola pública

profissionalizante do ensino médio de Teresina-Piauí ................................................... 75


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Aids - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

antiHBV - Anticorpos específicos para o vírus da hepatite B

antiHCV - Anticorpos específicos para o vírus da hepatite C

CDC - Centros de Controle e Prevenção de Doenças

CEEP - Centro Estadual de Educação Profissional

CMV - Citomegalovírus

CV - Carga Viral

DNA - Ácido Desoxirribonucléico

DST - Doenças Sexualmente Transmissíveis

EBV – Vírus Epstein-Bar

ELISA – Ensaio Imunienzimático do Inglês EIA-Enzyme-linked immunosorbent


assay

FACEMA - Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão

Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz

FTA-Abs- Fluorescente Treponemal Antibody-Absorption

gp 120 - Glicoproteína 120

HBV - Vírus da hepatite B

HCV - Vírus da hepatite C

HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana

HPV - Papilomavírus Humano

HSV-1 - Herpes humano tipo 1

HSV-2 - Herpes humano tipo 2

IC – Intervalo de Confiança

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano

IST – Infecções Sexualmente Transmissíveis


NAT - Teste de Amplificação de Ácidos Nucléicos

OMS - Organização Mundial de Saúde

ONU - Organização das Nações Unidas

PCR - Reação em Cadeia da Polimerase

PeNSE - Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar

PIB – Produto Interno Bruto

PrEP – Profilaxia Pré-Exposição

RNA - Ácido Ribonucléico

SIDA - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

Sinan - Sistema de Informação de Agravos de Notificação

TARV - Terapia Antirretroviral

TPHA - Treponema pallidum Hemaglutination

UNAIDS - Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV / AIDS

VDRL- Veneral Diseases Research Laboratory

VZV - Varicela-Zoster

HHV -7 - Herpes vírus do humano 7

HHV -8 - Herpes vírus do humano 8

HHV-6 - Herpes vírus do humano 6


ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 17
1.1 Considerações gerais sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) ...... 17
1.2 HIV/aids ..................................................................................................................... 18
1.2.1 Agente etiológico ................................................................................................ 19
1.2.2 Formas de transmissão ........................................................................................ 20
1.2.3 Apresentação clínica ........................................................................................... 20
1.2.4 Diagnóstico.......................................................................................................... 21
1.3 HPV ............................................................................................................................ 22
1.3.1 Agente etiológico ................................................................................................ 23
1.3.2 Formas de transmissão ........................................................................................ 24
1.3.3 Apresentação clínica ........................................................................................... 25
1.3.4 Diagnóstico.......................................................................................................... 28
1.4 Herpes Genital ........................................................................................................... 28
1.4.1 Agente etiológico ................................................................................................ 29
1.4.2 Formas de transmissão ........................................................................................ 29
1.4.3 Apresentação clínica ........................................................................................... 30
1.4.4 Diagnóstico.......................................................................................................... 32
1.5 Hepatites B e C .......................................................................................................... 32
1.5.1 Agente etiológico ................................................................................................ 33
1.5.2 Formas de transmissão ........................................................................................ 34
1.5.3 Apresentação clínica ........................................................................................... 35
1.5.4 Diagnóstico.......................................................................................................... 35
1.6 Sífilis ........................................................................................................................... 36
1.6.1 Agente etiológico ................................................................................................ 37
1.6.2 Formas de transmissão ........................................................................................ 38
1.6.3 Apresentação clínica ........................................................................................... 38
1.6.4 Diagnóstico.......................................................................................................... 40
1.7 Gonorreia ................................................................................................................... 41
1.7.1 Agente etiológico ................................................................................................ 41
1.7.2 Formas de transmissão ........................................................................................ 42
1.7.3 Apresentação clínica ........................................................................................... 42
1.7.4 Diagnóstico.......................................................................................................... 44
1.8 Adolescência, juventude e sexualidade .................................................................... 46
1.9 Ambiente escolar ....................................................................................................... 47
1.10 IST prevenção e promoção da saúde ....................................................................... 47
2. JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 50
3. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 52
3.1 Geral ........................................................................................................................... 52
3.2 Específicos .................................................................................................................. 52
4. METODOLOGIA ............................................................................................................. 53
4.1 Desenho do estudo ..................................................................................................... 53
4.1 Área de estudo ........................................................................................................... 53
4.2 População ................................................................................................................... 54
4.3 Critérios de inclusão.................................................................................................. 54
4.4 Critérios de exclusão ................................................................................................. 55
4.5 Análise quantitativa .................................................................................................. 55
4.5.1 População ................................................................................................................ 55
4.5.2 Critérios de seleção ................................................................................................. 55
4.5.3 Instrumento de coleta .............................................................................................. 55
4.5.4 Período da coleta ..................................................................................................... 56
4.5.5 Discriminação das variáveis estudadas ................................................................... 57
4.5.5.1 Definição do desfecho ............................................................................................. 57
4.5.5.2 Fatores associados ................................................................................................... 57
4.5.6 Validação do questionário ....................................................................................... 58
4.5.7 Análise estatística .................................................................................................... 58
4.6 Análise qualitativa ..................................................................................................... 58
4.6.1 População ................................................................................................................ 58
4.6.2 Critérios de seleção ................................................................................................. 58
4.6.3 Instrumento de coleta .............................................................................................. 59
4.6.4 Período da coleta ..................................................................................................... 59
4.6.5 Análise dos dados .................................................................................................... 59
4.7 Tecnologia Social ....................................................................................................... 60
4.8 Aspectos éticos ........................................................................................................... 60
5. RESULTADOS .................................................................................................................. 61
5.1 Análise Quantitativa ................................................................................................. 61
5.2 Análise Qualitativa .................................................................................................... 71
6. DISCUSSÃO ...................................................................................................................... 78
7. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 93
8. PERSPECTIVAS .............................................................................................................. 94
9. AGRADECIMENTO ........................................................................................................ 95
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 96
APÊNDICE A- QUESTIONÁRIO DA PESQUISA QUANTITATIVA PARA OBTENÇÃO
DE DADOS SOCIODEMOGRÁFICAS .................................................................................. 112
APÊNDICE B-ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMIESTRUTURADO ................................ 137
APÊNDICE C: ARTIGO QUALITATIVO SUBMETIDO NA REVISTA
SEXUALIDAD, SALUD Y SOCIEDAD ................................................................................. 138
APÊNDICE D: ARTIGO QUANTITATIVO SUBMETIDO NA REVISTA SEXUALLY
TRANSMITTED DISEASES ................................................................................................... 158
ANEXO A-O PARECER DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA .... 178
ANEXO B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) PARA
MAIORES DE 18 ANOS .......................................................................................................... 179
ANEXO C- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) DE 14 A
17 ANOS DE IDADE ............................................................................................................... 180
17

1. INTRODUÇÃO
1.1 Considerações gerais sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)

O Ministério da Saúde, por meio do Decreto nº 8.901 de 2016, alterou a


nomenclatura de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) para Infecções
Sexualmente Transmissíveis (IST), pois no entendimento clínico o termo “doenças”
denota o surgimento de sintomas e sinais visíveis no organismo, enquanto
“infecções” referem-se a períodos sem sintomatologia aparente, sendo esse termo
usado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 2001 (ROCHA et al.,
2019).
As IST continuam sendo uma das doenças agudas mais comuns em todo o
mundo, principalmente entre os jovens e adolescentes, pelo fato de ser uma idade de
transformações biopsicossocias, da escassez de conhecimento acerca da sexualidade
e sua implicação na saúde física e emocional no desenvolvimento por parte desse
grupo (LIMA; JÚNIOR; MESSIAS, 2018; SENTÍS et al., 2019).
A juventude é descrita pelo Estatuto da Juventude como a fase da vida de um
indivíduo que compreende dos 14 aos 24 anos de idade. Neste período o jovem
vivencia a puberdade, a adolescência e o início da vida adulta sendo considerado
como um momento de transição. Na ocasião são percebidas mudanças externas
advindas da puberdade e a formação de identidade que vão refletir na saúde sexual e
reprodutiva (SPINDOLA et al., 2018).
Os adolescentes e jovens são considerados um grupo prioritário nas campanhas
de prevenção devido ao alto risco de adquirir uma IST (LIEBERMAN et al., 2019).
Estas infecções são causadas por vírus, bactérias e outros microrganismos que são
transmitidas principalmente por meio do contato sexual (oral, vaginal e anal) sem o
uso do preservativo masculino e/ou feminino com uma pessoa que esteja infectada
(BRASIL, 2016a).
Segundo a OMS, as IST estão entre as causas mais comuns de doenças no
mundo e podem ser consideradas um problema de saúde pública, com vastas
consequências de natureza sanitária, social e econômica, devido à dificuldade de
diagnóstico e tratamento precoce das mesmas, resultando como prognóstico, graves
sequelas como infertilidade, perda fetal, gravidez ectópica, cancro anogenital e
morte prematura, bem como infecções em recém-nascidos e lactentes (SILVA et al.,
2014; WI et al., 2019).
18

Algumas IST não apresentam notificação compulsória, de acordo com os


Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), entretanto outras exigem
notificação como: a gonorreia, sífilis, hepatite B e C e o Vírus da Imunodeficiência
Humana (HIV). Já infecções por herpesvírus, e Papilomavírus Humano (HPV) não
são condições relatáveis (SIEVING et al., 2019).
As IST mais comuns que encontramos são as infecções por gonorreia, sífilis e
hepatites B e C que podem ser curadas e outras infecção como o HIV, herpes genital
e HPV, que não podem ser curadas, mas podem ser tratadas (ALLEN, 2017). As
IST são um importante agravo de saúde pública, pois são responsáveis por causar
impacto na qualidade de vida das pessoas, nas relações pessoais, familiares e sociais
e no custo dos serviços de saúde (HIRANSUTHIKUL et al., 2019).

1.2 HIV/aids

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids) foi identificada como uma


nova doença pelo CDC no início da década de 80, quando houve um grande número
de casos de jovens homossexuais que adquiriram infecções oportunistas e formas
raras de câncer, tornando-se uma das mais perigosas epidemias da história ao redor
do mundo (MALDONADO et al., 2015).
A aids é adquirida através do vírus HIV. O HIV e a aids são temas discutidos,
mundialmente, cuja gênese apresenta transformações epidemiológicas ascendentes
que requer um aprofundamento nos aspectos sociodemográficos, políticos e de
saúde. Desde a sua descrição original a aids se tornou uma epidemia mundial
(AGRAWAL et al., 2019).
Ao longo dos anos, a infecção pelo HIV tem apresentado diversas
transformações, tanto no que se refere à evolução clínica quanto ao perfil
epidemiológico das pessoas infectadas, como por exemplo a elevação do número de
casos entre mulheres, jovens e pessoas com menor grau de escolaridade, além de
heterossexualização e interiorização da epidemia. A maior parte (mais de 80%) dos
portadores contrai o vírus por contato sexual, sendo assim uma IST (AFFELDT;
SILVEIRA; BARCELOS, 2015; ALVES et al., 2015).
Uma estatística relevante é levantada pelo Programa Conjunto das Nações
Unidas sobre HIV / AIDS (UNAIDS) no ano de 2018, em que estima que mais de
74,9 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV, das quais mais de 35 milhões
morreram, já no Brasil o número de pessoas vivendo com HIV é de mais de 300 mil
19

casos (UNAIDS, 2019). De acordo com o Boletim Epidemiológico HIV/aids de


2018, no Piauí houve aumento no número de casos de mortalidade por HIV entre os
anos de 2008 e 2018 em torno de 30% (BRASIL, 2019a). Outro dado alarmante é
que todas as semanas, cerca de 6.000 jovens entre 15 e 24 anos são infectadas pelo
HIV no mundo (BOSH; BROOKS; HALL, 2019).
Sendo assim, em 2014, a UNAIDS divulgou a intenção da busca contínua do 90-
90-90 para controlar a epidemia do HIV, que estipula que até 2020, 90% das pessoas
vivendo com HIV devem ter conhecimento de seu estado sorológico, 90% dessas
pessoas devem estar em tratamento e 90% devem ter carga viral (CV) indetectável
(UNAIDS, 2014). Esse objetivo se estrutura na ideia de cuidado em cascata, que
estimula promover benefícios para as pessoas que estejam infectados com o HIV,
além de perspectiva de saúde pública, pois quanto maior a quantidade de pessoas
com CV indetectável menor a probabilidade de transmitir o vírus (PERDIGÃO et
al., 2020).

1.2.1 Agente etiológico

A aids tem como agente etiológico o HIV, um microrganismo que pertence à


classe dos retrovírus, família Retroviridae, subfamília Lentiviridae (lentivírus), que
infecta o sistema imunológico e ataca preferencialmente os linfócitos T, no qual são
células que estão envolvidas diretamente na defesa do organismo deixando o
indivíduo propenso a infecções oportunistas, sendo associada em muitos casos a
Tuberculose Pulmonar e neoplasias (BARRE-SINOUSSI et al., 1983; CARNEIRO;
ELIAS, 2018; GALVÃO; COSTA; GALVÃO, 2017; QUEIROZ et al., 2018).
O HIV possui em sua área externa, uma proteína denominada glicoproteína 120
(gp 120), que se liga ao receptor CD4 do linfócito T, ajudando a sua penetração na
célula. Tem também como importante característica a presença de três enzimas:
transcriptase reversa, protease e integrase. A transcriptase reversa é responsável pela
transcrição do ácido ribonucleico (RNA) viral em ácido desoxirribonucleico (DNA)
no interior do linfócito; a integrase promove a integração do DNA viral ao genoma
da célula hospedeira, fazendo, assim, parte de seu material genético; a protease tem,
por função, realizar a maturação dos vírus, tornando-os capazes de infectar novas
células (LIMA, 2018).
20

Ao se analisar os tipos existentes do HIV temos os seguintes sorotipos: o HIV-1


que é o sorotipo mais presente em todo o mundo, enquanto o HIV-2 ocorre mais
comumente na África Ocidental. Ambos causam aids e as maneiras de transmissão
são as mesmas. No entanto, a transmissão do HIV-2 é relativamente mais
complicada e o mesmo causa uma evolução mais demorada das infecções
relacionadas com o HIV e com a aids (ALVES et al., 2015).

1.2.2 Formas de transmissão

A transmissão do HIV é um problema de saúde pública no mundo e no Brasil e


caracteriza-se como uma pandemia. Sua concepção de crescimento e alastramento
em todos os continentes está relacionada a vulnerabilidades individuais, sociais e
programáticas (HOFFMANN et al., 2014; MENDES et al., 2017).
São conhecidos até o momento alguns meios de transmissão do HIV, como:
sangue, contato sexual, compartilhamento de seringa ou pela transmissão vertical
que corresponde a infecção de mãe para filho, seja através da placenta, durante a
gravidez e/ou pelo leite materno. Entretanto a introdução do vírus não representa a
manifestação da aids (doença) (DANTAS et al., 2015). Deste modo, o Boletim
Epidemiológico HIV/aids de 2019 indica que as pessoas com 13 anos ou mais de
idade tem como principal forma de transmissão a via sexual, tanto em homens
(78,9%) quanto em mulheres (86,9%) (BRASIL, 2019b).
Sempre existe na sociedade certas dúvidas em relação a transmissão do HIV e é
importante destacar que o vírus pode ser encontrado em pequenas quantidades na
saliva, no entanto, não representa um mecanismo de transmissão. Também não
existe evidências de que o HIV seja transmitido como resultado do contato com
lágrimas, suor ou urina (GUTIÉRREZ-SANDÍ; BLANCO-CHAN, 2016).
No Brasil, apesar dos empenhos estabelecidos à interrupção da cadeia de
transmissão, oferecidos por meio da adoção de uma terapia antirretroviral eficiente,
ainda se possui uma grande quantidade de pessoas vivendo com HIV que não
alcançou CV indetectável, o qual é um dos fatores considerados mais importantes
para a redução da transmissão sexual do HIV (PATEL et al., 2014).

1.2.3 Apresentação clínica

O Brasil é mencionado como referência mundial no combate da epidemia do


HIV, sobretudo em razão da implementação de políticas públicas com qualidade e
21

da disponibilidade universal e gratuita à profilaxias e tratamento da infecção pelo o


vírus (BICK, 2019). É importante salientar que a infecção pelo HIV pode ser
dividida em quatro fases clínicas: 1) infecção aguda; 2) fase assintomática, também
conhecida como latência clínica; 3) fase sintomática inicial ou precoce; e 4) aids
(PEREIRA et al., 2018).
Deste modo, a infecção aguda que também pode ser chamada de infecção
primária, ocorre em cerca de 50% a 70% dos pacientes em torno da quarta semana
após o contágio pelo HIV até o aparecimento dos anticorpos anti-HIV
(soroconversão). Essa fase é caracterizada por sintomas inespecíficos como
odinofagia, febre, mialgia e, às vezes, erupção cutânea. Esse estágio é caracterizado
por uma alta taxa de replicação viral, viremia, disseminação para os tecidos
linfáticos e diminuição nos linfócitos CD4 +. No entanto, ocorre uma resposta
imune ao vírus (3 a 17 semanas), permitindo que a viremia diminua e a contagem de
CD4 + volte ao normal (Silva et al., 2018).
Já na fase assintomática, o estado clínico básico é ínfimo ou nulo e dura em
média de 7 a 10 anos com a presença de linfadenopatia persistente ou infecções
oportunistas leves. Esta fase é caracterizada pelo confinamento e replicação
silenciosa do vírus nos tecidos (BRASIL, 2016b).
Em relação a fase sintomática pode ser classificada em precoce e tardia, a
precoce caracteriza-se pelo surgimento de manifestações clinicas que parecem mais
comuns naqueles com imunodeficiência inicial, entretanto podem ocorrer em
pessoas imunocompetentes, e na fase tardia verifica-se infecções e/ou neoplasias
que afetam indivíduos imunocompetentes (DIAS et al., 2019). A aids já é
considerada o desenvolvimento da doença que pode vir seguida por várias
patologias oportunistas, levando inclusive a morte (BEZERRA et al., 2017).
Um fator importante são as inovações científicas e tecnológicas no que diz
respeito à saúde das pessoas vivendo com HIV, especialmente na área terapêutica
com o surgimento da terapia antirretroviral (TARV), que provocaram modificações
na expectativa e na perspectiva de vida destes indivíduos (Reis, et al., 2019).

1.2.4 Diagnóstico

O desconhecimento sobre a situação do HIV é um problema de saúde pública,


em especial nas nações em desenvolvimento. Muitas pessoas portadoras do HIV,
não sabem a sua carga viral, abrangendo 60% das pessoas que moram em países
22

com recursos limitados. Desse modo, detectar o HIV precocemente simboliza um


grande desafio, pois evita a transmissão do vírus a outras pessoas, pode diminuir a
prevalência da doença e concede o início da terapia antirretroviral de forma precoce
dando qualidade de vida ao indivíduo (OLIVEIRA; FIGUEIREDO; ADRIANO,
2019).
Na infecção pelo HIV é importante conhecer o período de janela imunológica,
que é o intervalo de tempo entre o momento da infecção viral e a detecção do RNA
viral e/ou aparecimento de anticorpos específicos anti-HIV (SOARES; ARMINDO;
ROCHA, 2014).
Sendo assim, as pessoas que comparecem para os cuidados do HIV, em uma
unidade de serviço de saúde, em que a contagem de células CD4 estão abaixo de
350 células /ml3 e/ou abaixo de 200 células/ml3 ou com um fato estabelecido de
aids, independentemente da contagem de células CD4, são classificadas no grupo de
apresentadores tardios e no subgrupo de apresentadores com doença avançada por
HIV respectivamente (CRUZ et al., 2019).
Os testes para detecção da infecção pelo HIV podem ser divididos basicamente
em quatro grupos: detecção de anticorpos; detecção de antígenos; cultura viral; e
amplificação do genoma do vírus (MELLO, 2019; RIBEIRO; JACOCIUNAS,
2016).
É importante frisar que as técnicas que são utilizadas na rotina laboratorial para
o diagnóstico da infecção pelo HIV são fundamentadas na detecção de anticorpos
contra o vírus. São técnicas que apresentam bons resultados e são menos caras,
sendo de escolha para toda e qualquer triagem inicial. Entretanto essas técnicas
identificam a resposta do hospedeiro contra o vírus, e não o próprio vírus
diretamente. Assim, as outras três técnicas identificam imediatamente o vírus ou
suas partículas (BRASIL, 2018).

1.3 HPV

A infecção pelo HPV é uma das IST mais frequentes no mundo. Estima-se que
entre 75 a 80% da população será acometida por pelo menos um dos tipos do HPV
ao longo da vida e que mais de 630 milhões de homens e mulheres (1:10 pessoas)
estão infectados. No Brasil existem aproximadamente 9 a 10 milhões de pessoas
infectadas por esse vírus e a cada ano cerca de 700 mil novos casos ocorrem
(ABREU et al., 2018).
23

Embora a infecção seja transitória na maioria dos casos, é comum e significativa


no grupo de mulheres que já tiveram relações sexuais, sendo detectada em
aproximadamente 10 a 40% da população feminina sexualmente ativa entre 15 e 49
anos de idade. O HPV também é associado ao câncer cervical, outro grande
problema de saúde pública que é um dos principais responsáveis por mortes nas
mulheres, depois do câncer de mama (FERREIRA et al., 2017).
Em todo o mundo, o HPV é responsável por 5,1% dos casos de câncer e está
presente em quase 100% dos tumores cervicais, 88% dos tumores anais e 50% dos
tumores penianos. Como o Brasil é um país de grandes proporções territoriais e
diversidade socioeconômica significativa, a epidemiologia da infecção pelo HPV
pode ser impactada por essas variáveis (COLPANI et al., 2020).

1.3.1 Agente etiológico

O HPV pertence à família Papillomaviridae, trata-se de um vírus de DNA


circular de fita dupla com aproximadamente 7.200 a 8.000 pares de bases. São vírus
pequenos, não envelopados, como capsídeo icosaédrico com um diâmetro de 52-55
nm, não revestido por um envelope lipídico, possuindo 72 capsômeros e
determinantes antigênicos espécies-específicos na superfície externa e internamente
(GISSMANN; PFISTER; HAUSEN, 1977; SANTOS; FONSECA, 2016)

Este vírus possui mais de 200 tipos identificados que são classificados em alto
ou baixo risco, conforme sua capacidade em induzir a transformação neoplásica.
Dentre os HPV de alto risco são encontrados os tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51,
52, 56, 59, 66, 68, 13, 73 e 82, sendo os tipos 16 e 18 os mais frequentes em
neoplasias malignas de colo uterino (70% dos casos). Dentre os diferentes tipos de
HPV são considerados os de baixo risco os tipos 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72
e 81 (ENGIDA SADO, 2019; SOUSA et al., 2019).
O HPV é incapaz de penetrar através de epitélio escamoso intacto. Este
microrganismo infecta, in-vivo, a camada celular basal da pele ou mucosa
mitoticamente ativa, por meio de micro abrasões ou feridas no epitélio. Dissemina-
se pelo contato direto célula-célula sem uma viremia clássica. No entanto, grande
parte das infecções é eliminada pelo sistema imune, não resultando em doença
clínica. Quando o sistema imunológico não consegue frear a invasão, o vírus penetra
na célula do hospedeiro, liberando seu DNA, replicando-se e podendo permanecer
24

em estado latente por vários anos, sem provocar manifestações clínicas ou


subclínicas (CARLA; SOARES; PEREIRA, 2018).

1.3.2 Formas de transmissão

A disseminação do HPV tende a ser universal em indivíduos sexualmente ativos,


sendo o homem um importante fator propagador deste vírus. A transmissão viral
acontece por contato direto com a pele infectada por meio das relações sexuais,
podendo causar lesões na vagina, no colo do útero, no pênis e ânus. Também
existem estudos que demonstram a presença rara dos vírus na pele, na laringe
(cordas vocais) e no esófago (SOUZA; COSTA, 2015).
Esta IST é altamente contagiosa, sendo possível a contaminação com uma única
exposição através de qualquer tipo de atividade sexual, incluindo o contato genital
que pode favorecer a transmissão do HPV. Embora seja menos frequente, o vírus
também pode propagar-se por meio de contato com a mão, pele, objetos, toalhas e
roupas íntimas (GALVÃO et al., 2017). Como muitas pessoas portadoras do HPV
são assintomáticas, elas não sabem que têm o vírus, mas podem transmiti-lo
(Oliveira et al., 2017)
A infecção decorre principalmente do contato sexual sem proteção, que permite,
por meio de microabrasões, a penetração do vírus na camada profunda do tecido
epitelial. Entretanto pode-se dar pelo contato direto ou indireto com as lesões em
outras partes do corpo. Ainda é descrita a transmissão vertical durante a gestação ou
no momento do parto (ZOURIDIS et al., 2018).
Os fatores de risco conhecidos que propiciam a infeção por HPV centram-se
amplamente na susceptibilidade individual que modula a resposta imunológica do
hospedeiro, o início precoce de atividade sexual, relações sexuais desprotegidas,
grande número de parceiros sexuais, má higiene íntima e ser portador de outra IST
(BRIANTI; DE FLAMMINEIS; MERCURI, 2017; VAN DE LAAR; RICHEL,
2017). Por outro lado, a transmissão do HPV em crianças geralmente ocorre através
de três vias: transmissão não sexual, a partir da mãe (pré-natal e perinatal / pós-
natal) e através de abuso sexual (CHATZISTAMATIOU; SOTIRIADIS;
AGORASTOS, 2016).
25

1.3.3 Apresentação clínica

Quando ocorre o contágio, o vírus normalmente fica adormecido por alguns


anos, sem causar nenhuma alteração no organismo, e assim é comum os pacientes
assintomáticos. Com o tempo e devido a uma baixa resistência do indivíduo, iniciará
o aparecimento de verrugas em diversas partes do corpo tais como mãos, boca, pés,
órgãos genitais e outros, além de favorecer o desenvolvimento também do câncer de
colo do útero, cérvix, vulva, vagina, ânus ou pênis (REIS et al., 2019).
Em geral, a procura do atendimento médico é realizada mediante o aparecimento
de sinais e sintomas, como: pequenos inchaços de pele ou escurecimento da área
genital, verrugas genitais que apresentam aspecto de couve-flor podendo ser
pequenas ou grandes em homens e mulheres, prurido ou desconforto na área genital
e sangramento na relação sexual. Elas podem aparecer dentro de semanas ou meses
depois do contágio, ou podem demorar anos para se manifestar (MEDRADO;
SANTOS; FILHO, 2017).
A lesão recorrente do HPV é considerada pré-neoplásica, na forma de verruga
apresentando coilocitose, e caracteriza-se por lesões vegetantes, não ceratósicas,
úmidas, com núcleo central em tecido conjuntivo e aspecto de couve-flor. A lesão
pode ter algumas alterações malignas, atingindo, muitas vezes, proporções
alarmantes. Isoladas ou agrupadas, manifestam proliferações fibrosas cobertas por
epitélio espesso de cor rósea, sem cronificação, localizando-se principalmente nos
genitais externos na região perianal, bem como na membrana mucosa (PELIZZER
et al., 2016).
O papiloma escamoso oral é um tumor benigno, cuja patogênese tem sido
associada à infecção pelo HPV. A apresentação clínica clássica do papiloma
escamoso oral pode ser descrita como um crescimento exofítico com superfície
rugosa, que se assemelha à couve-flor e, dependendo do grau de queratinização da
lesão, pode ser branco, rosa e/ou avermelhada. A lesão pode afetar a região oral,
sendo mais comum na língua, nos lábios, na úvula e no palato duro (ANDRADE et
al., 2019; TESTI et al., 2015).
Outra manifestação clínica do HPV é condiloma acuminado ou verruga
anogenital (Figuras 1,2 e 3), a grande maioria destas lesões é causada pelos tipos de
baixo risco 6 e 11 do vírus, chegando a cerca de 90% dos casos (VEASEY;
CAMPANER, 2019). Ainda que este tipo de lesão seja histopatologicamente
26

benigno, exibe propriedades clinicamente malignas devido ao crescimento local, que


cria pressão sobre o tecido circundante, falta de regressão espontânea e uma alta
taxa de recorrência, apesar do tratamento. Ademais, exibe o potencial de se
transformar em carcinoma de células escamosas (FONSECA et al., 2016).
O câncer de colo de útero, também chamado de câncer cervical, é o terceiro tipo
de tumor maligno de maior ocorrência e a quarta causa de morte de mulheres
causada por câncer na população feminina brasileira, estando atrás apenas do câncer
de mama e do câncer colorretal, havendo estimativa de aproximadamente 16.000
novos casos no Brasil e aproximadamente 5.000 óbitos (SIMÕES; JUNIOR, 2019).

Figura 1. Condiloma acuminado (verrugas genitais) no pênis. Fonte: CDC. Centers


for Disease Control and Prevention.
27

Figura 2. Condiloma acuminado (verrugas) anal. Fonte: CDC. Centers for Disease
Control and Prevention.

Figura 3. Condiloma acuminado (verrugas genitais) na vulva. Fonte: CDC. Centers


for Disease Control and Prevention.
28

1.3.4 Diagnóstico

O diagnóstico das lesões causadas pelo HPV é realizado através de métodos


morfológicos que vão desde o exame clínico, citologia oncótica, colposcopia e
histopatologia ou biópsia. O exame citopatológico é um teste não molecular que
detecta as alterações celulares macroscópicas e microscópicas causadas pelo vírus,
mas não é capaz de confirmar a presença do agente. A acurácia varia de acordo com
a experiência do profissional que coleta e analisa o material, com a adequação da
amostra coletada e com o instrumento com que é feita a coleta (MACHADO et al.,
2017).
Sabe-se que o exame citopatológico, também conhecido como Papanicolau ou
exame preventivo, é aplicado como meio mais adequado, simples e barato para o
rastreamento do câncer cervical. É realizado através de um esfregaço ou raspado de
células esfoliadas do epitélio cervical e vaginal, tendo seu valor tanto para
prevenção secundária quanto para diagnóstico de lesões pré-neoplásicas,
influenciando na redução da incidência do câncer e de sua morbimortalidade
(LIBERA et al., 2016).
Quando não são observadas lesões à olho nu, torna-se necessário diagnóstico por
histopatologia ou uso de instrumentos com poder de aumentar a sua visualização
após a aplicação de reagentes químicos para contraste como ocorre na colposcopia,
peniscopia e anuscopia. Os testes específicos e confirmatórios para o vírus tratam-se
de técnicas de biologia molecular que consistem na identificação do DNA viral
como hibridizações moleculares de ácidos nucléicos, tipo Southern Blot, captura
hibrida, hibridização in situ e reação em cadeia de polimerase (SÁ; SÁ; JÚNIOR,
2016).

1.4 Herpes Genital

As lesões causadas pelo herpesvírus foram documentadas pela primeira vez na


Grécia antiga por Hipócrates, que os chamou de "herpes", uma palavra derivada de
répteis, como referência à formação de vesículas na pele, sendo lesões que surgiam
próximas umas das outras. Ainda que a origem vesicular das lesões relacionadas
com infecções herpéticas tenha sido bem definidas previamente, só em 1893 foi
reconhecida a transmissão interpessoal das infecções causadas pelo herpes
(RONALDI VARIANI et al., 2017).
29

Os herpes tipo 1 e 2 são uma infecção que acomete grande quantidade de


pessoas ao redor do mundo, sendo a segunda IST mais prevalente (21,9%),
representando um sério problema de saúde pública (AHMED et al., 2020). O vírus
age de diferentes formas no organismo e afeta diversos sistemas do corpo humano.
Os vírus mais disseminadas entre os seres humanos são: herpes humano tipo 1 e 2
(HHV-1, HHV-2), Epstein-Bar (EBV) e o citomegalovírus (CMV)
(SATHIYAMOORTHY et al., 2017).
Vale ressaltar que o HHV-1 e está associado a infecções não genitais e genitais,
e o HHV-2, a lesões abaixo da cintura, principalmente na área genital, sendo assim
considerada uma IST (RAMCHANDANI et al., 2017). Alguns estudos sugerem que
a prevalência do HHV-1 em lesões genitais não apenas aumentou nos últimos anos,
mas pode até exceder a do HHV-2 (CALDEIRA et al., 2013).

1.4.1 Agente etiológico

Os herpesvírus são esféricos envoltos em DNA de fita dupla com um tamanho


de 150 a 200 nm de diâmetro, que pertence à família Herpesviridae. Ele contém
cerca de 150.000 pares de bases que codificam 70 genes envolvidos em uma cápsula
icosaédrica de 125 nm de diâmetro, coberta por um tegumento composto por 20
proteínas virais. O tegumento, por sua vez, é coberto por uma bicamada lipídica que
contém glicoproteínas do lado de fora do virion. Até o momento, onze
glicoproteínas foram identificadas, das quais dez participam da replicação viral
(ORTEGA, 2019; SAMIES; JAMES, 2020).
Nove espécies diferentes que afetam seres humanos foram identificadas na
família do vírus do herpes: Herpes Humano tipo 1 (HHV-1 ou HSV-1) que causa o
herpes labial, Herpes Humano tipo 2 (HHV-1 ou HSV-2) responsável pelo herpes
genital, Varicela-Zoster (VEZ) causador da catapora e herpes-zóster, Vírus Epstein -
Barr (EBV) que causa a mononucleose, citomegalovírus (CMV), vírus do herpes
humano 6 (VHH-6), vírus do herpes humano 7 (VHH -7) e sarcoma de Kaposi do
vírus do herpes humano 8 (VHH -8) (MARTÍNEZ et al., 2017).

1.4.2 Formas de transmissão

Os herpes genitais (HHV-1 e HHV-2) são transmitidos por meio de relação


sexual (oral, anal ou vaginal) sem camisinha com uma pessoa que possua o vírus.
Nas mulheres, durante o parto, o vírus pode ser transmitido para o bebê se a gestante
30

manifestar lesões por herpes. Desta forma, o vírus do herpes genital não tem cura,
mas tem tratamento, e tem como características marcantes o surgimento de pequenas
bolhas agrupadas, situadas na região genital e anal, que se rompem e originam
feridas (FERRAZ; MARTINS, 2014; KHAMENEH; SEPEHRVAND;
MOHAMMADIAN, 2020).
Após a primo-infecção (primeira vez que a doença aparece), os sintomas podem
voltar conforme alguns fatores como: estresse, cansaço, esforço exagerado, febre,
exposição ao sol, traumatismos, uso prolongado de antibioticoterapia e período
menstrual (MOURA et al., 2017).

1.4.3 Apresentação clínica

O herpes genital pode ser assintomático ou apresentar-se com diferentes


características clínicas (LOOKER et al., 2017). Pessoas com sintomas podem
apresentar bolhas ou feridas dolorosas no local da infecção (Figuras 4 e 5). Os vírus
são transmitidos através do contato com a lesão, superfície mucosa ou secreções
genitais ou orais de uma pessoa infectada (MCQUILLAN et al., 2018;
RODRIGUEZ-HERRERA; PATIÑO-GIRALDO, 2019) .
Muitas recorrências e apresentações atípicas de lesões cutâneas por HHV foram
relatadas em indivíduos co-infectados pelo HIV. Por outro lado, a infecção pelo
HSV aumenta o risco de transmissão do HIV e progressão da doença. As úlceras de
herpes genital podem ser maiores nesses pacientes e, em casos raros, podem se
tornar hipertróficas e vegetativas (SIQUEIRA et al., 2019).
Assim, o HHV é conhecido com uma epidemia sem precedentes, espalhando-se
por todo o mundo. Pesquisas soroepidemiológicos demonstram que
aproximadamente 90% da população mundial, possui anticorpos séricos contra ao
menos um herpesvírus. Um dado importante é que a infecção pelo HHV-1 está cada
vez mais precoce nas pessoas, ficando recorrente na forma latente em indivíduos
cada vez mais jovens. O crescente número de infecção herpética genital pelo HSV-1
é, também, tendência mundial, entretanto o HHV-2 continua sendo o agente
prevalente nas formas perigenitais, com aumento cumulativo depois da puberdade É
importante destacar que a infecção pelo HHV é vitalícia, devido à capacidade de o
vírus do herpes entrarem em um estado latente com reativações periódicas
(MCELWEE et al., 2018; VILLARROEL-TORRICO et al., 2018).
31

Figura 4. Herpes no pênis. Fonte: CDC. Centers for Disease Control and
Prevention.

Figura 5. Herpes na vulva. Fonte: CDC. Centers for Disease Control and
Prevention.
32

1.4.4 Diagnóstico

Esse tipo de vírus geralmente é diagnosticado com um exame físico. O médico


pode verificar feridas no corpo e perguntar sobre alguns dos principais sintomas. O
Herpesvírus do tipo 1 e 2 vem sofrendo alterações na prática do diagnóstico
laboratorial com o aparecimento das técnicas moleculares (MAGDALENO-
TAPIAL et al., 2019). Entretanto, o diagnóstico clínico do HSV ainda continua
sendo realizado pela identificação das lesões vesiculares agrupadas, eritematosas,
que possuem pápulas crostosas durante 1 a 3 dias (ROIZMAN; ZHOU; DU, 2011).
Com isso os métodos de diagnósticos mais utilizados para a detecção do herpes
vírus são: exame clínico, técnicas laboratoriais que incluem a reação em cadeia da
polimerase (PCR), a sorologia, a cultura viral, citologia obtida por swab e Um
método muito mais preciso de sensibilidade e especificidade elevadas é a sorologia
das imunoglobulinas (IgG) especificas que permite a diferenciação entre os HHV-1
e HHV-2 para Elisa e Imunocromatografia. (GELLER et al., 2012).

1.5 Hepatites B e C

As hepatites virais são doenças que afetam todo o planeta e são consideradas
como as principais doenças hepáticas, podendo levar a quadros mais graves, como a
cirrose e o carcinoma hepatocelular, tornando-se um importante problema de saúde
pública devido à realização de transplantes de fígado e grande morbimortalidade
associada a essas infecções (GONÇALVES et al., 2019). Sabe-se que 400 milhões
de pessoas em todo o mundo estão infectadas com o vírus da hepatite B (HBV) e
aproximadamente 175 milhões de pessoas infectadas com vírus da hepatite C (HCV)
(BERTACO; PEREIRA; FILHO, 2017; PEREIRA et al., 2019).
Segundo o Ministério da Saúde, no período de 1999 a 2018, foram notificados
no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 632.814 casos
confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 233.027 (36,8%) são referentes
aos casos de hepatite B e 228.695 (36,1%) aos de hepatite C (BRASIL, 2019c).
A evolução crônica da infecção pelo HBV ocorre em aproximadamente 5 a 10%
dos adultos infectados e em 90% das infecções ocorridas em menores de cinco anos
de idade. A particularidade especial da infecção crônica por este vírus é a
possibilidade de evoluir para câncer hepático, independentemente da ocorrência de
cirrose, fato considerado pré-requisito para o surgimento de carcinoma hepatocelular
33

nas demais infecções virais crônicas. Por outro lado, a maioria dos pacientes (80-
85%) que se tornam infectados agudamente pelo HBC não consegue se curar
completamente da infecção e, portanto, progridem para infecção crônica. Diante
disso, a OMS classifica o Brasil como área intermediária de endemicidade
(ROMANELLI et al., 2015).

1.5.1 Agente etiológico

O microrganismo causador da hepatite B, simplificadamente chamado HBV


(hepatitis B virus), pertence à família Hepadnaviridae e configura-se como um vírus
envelopado com genoma de DNA que possui tropismo pelas células hepáticas e
apresenta-se em uma estrutura circular com aproximadamente 47 nm de diâmetro e
3,2 kilobases, constituída por um invólucro externo e uma disposição interna
conhecida como core ou núcleo. O HBV é considerado um vírus bastante infectivo e
sabe-se que uma única partícula viral é capaz de infectar o ser humano
(FIGUEIREDO et al., 2016).
O HBV é considerado oncogênico e apresenta dez genótipos classificados de A a
J, que são diferenciados entre si pela patogenicidade e sequência de nucleotídeo,
sendo alguns classificados ainda em subgenótipos. Os mais comuns no Brasil são
A1, A2, F2a e F4 (MELLO et al., 2019).
O vírus da Hepatite C (HCV) pertence à família Flaviviridae, ao gênero
Hepacivirus e sua morfologia contempla um tamanho entre 30 e 40 nanômetros
contando com a presença de envelope. O material genético do HBC é constituído
por um RNA de fita simples, o qual irá ser introduzido à célula hepática no
momento da infecção (ROCHA; BALLASSONI; FERREIRA, 2018).
O HBC possui uma grande variedade de genótipos de 1 a 7, com diferentes
subtipos, apresentando distribuição mundial de acordo com a população e fatores de
transmissão viral envolvidos na infecção. A nível global, o genótipo 1 é o mais
comum, com 46,2% de todos os casos de hepatite C, predominando os subtipos 1a e
1b, seguido do genótipo 3, correspondendo a 30,1%. Os genótipos 2, 4 e 6
apresentam prevalência de 9,1%, 8,3% e 5,4%, respectivamente; enquanto o
genótipo 5 corresponde a menos de 1% de todos os casos de hepatite C no mundo.
No Brasil, os genótipos 1 e 3 são os mais prevalentes, sendo que de 50 a 70% dos
34

casos de hepatite C são causados pelo tipo 1 (OLIVEIRA et al., 2018; OZARAS;
LEBLEBICIOGLU, 2019).

1.5.2 Formas de transmissão

As hepatites virais do tipo B e C são transmitidas pelo sangue (via parenteral,


percutânea e vertical), esperma e secreção vaginal (via sexual). A transmissão pode
ocorrer pelo compartilhamento de objetos contaminados, como lâminas de barbear e
de depilar, escovas de dente, alicates e acessórios de manicure e pedicuro, materiais
para colocação de piercing e para confecção de tatuagens. Ou ainda por acidentes
com exposição a material biológico, procedimentos cirúrgicos, odontológicos,
hemodiálise, transfusão, endoscopia, entre outros, quando as normas de
biossegurança não são aplicadas (BARBOSA; FERRAZ, 2019).
As três principais formas de transmissão, considerados fatores de risco para
infecção pelo HBV e HCV são a percutânea, a sexual e a vertical. Indivíduos
expostos às diversas formas de contágio e transmissão são considerados de alto risco
para adquirir a hepatite B. Entre esses, os pacientes submetidos à hemodiálise e
aqueles institucionalizados e, também, os profissionais que atendem a esses setores,
são considerados indivíduos de alto risco para contrair hepatite B (CELLA et al.,
2015).
Nesta mesma perspectiva, também são múltiplos e semelhantes os fatores de
risco para a aquisição do HCV, ficando em destaque: os usuários de drogas
injetáveis; indivíduos que realizaram transfusão sanguínea sem controle prévio de
doador; relações sexuais desprotegidas com portadores do vírus HCV; contatos
domiciliares com portadores da doença; realização de tatuagens e colocação de
piercings em estabelecimentos não regulamentados; escova de dente e lâmina de
barbear de uso coletivo; procedimento invasivo com material contaminado; contato
com secreções e fluidos corporais; ambiente de trabalho no caso dos profissionais de
saúde e indivíduos hemodializados (SILVA et al., 2017).
Durante a gestação, a transmissão do HBV por via transplacentária, leite
materno ou após o nascimento é rara, podendo, no entanto, ocorrer durante o parto,
pelo contato com sangue, líquido amniótico ou secreções maternas. A prevalência
de transmissão vertical do HCV tem sido estimada em 5%, com taxas mais altas em
35

mulheres com infecção por HCV co-infectadas pelo vírus HIV, sendo um fator de
risco importante o parto vaginal (AMARAL et al., 2015).

1.5.3 Apresentação clínica

Geralmente, as hepatites virais não apresentam sinais e sintomas evidentes,


contudo, quando estes estão presentes, vale destacar os quadros de cansaço, tontura,
enjoo e/ou vômito, febre, dor abdominal, urina escura, olhos e pele amarelados e
fezes claras. O tempo de surgimento dos sinais e sintomas varia de acordo com o
tipo de vírus infectante e as características imunológicas dos hospedeiros.
Normalmente, ocorrem durante um período entre 15 dias e 6 meses, mas a doença
também pode tornar-se crônica, fato relacionado, sobretudo, à hepatite C
(MARQUES et al., 2019).
A hepatite crônica geralmente é assintomática. Febre, fadiga, diminuição do
apetite, náuseas, vômitos, dor abdominal, urina escura, fezes de coloração cinza, dor
nas articulações e icterícia são sintomas relacionados à fase aguda da hepatite C
(VICENTIM; BERETTA, 2019). A progressão para a cronicidade da doença pode
favorecer o desenvolvimento de cirrose e carcinoma hepatocelular (PERLIN et al.,
2019).
A apresentação clínica da hepatite B pode variar de quadros assintomáticos, ou
oligossintomáticos a situações com evolução para insuficiência hepática fulminante,
marcada por alta taxa de letalidade. Na maioria dos casos, a infecção aguda e
crônica são pouco sintomáticas (GARBINA et al., 2017). As suas manifestações
iniciais são inespecíficas em geral com o paciente apresentando quadro semelhante à
gripe, abrangendo astenia, mal-estar, anorexia, náuseas e/ou vômitos e febre baixa,
com duração de três a 10 dias (TEIXEIRA et al., 2016). Pode instalar-se icterícia e a
forma mais grave da doença aguda consiste na hepatite fulminante. Na fase crônica
a evolução ocorre de forma silenciosa e o diagnóstico é tardio (NAKANO et al.,
2018).

1.5.4 Diagnóstico

O diagnóstico das hepatites virais se baseia na detecção de marcadores


encontrados no fluido oral, soro, plasma ou sangue da pessoa infectada, utilizando
métodos de imunoensaio e/ou identificação do DNA ou RNA viral pautados pela
36

biologia molecular (BARBOSA et al., 2019). A crescente evolução tecnológica no


campo diagnóstico possibilitou o avanço das técnicas de imunoensaio
cromatográfico utilizadas nos chamados testes rápidos, que são de efetuação
simples, não requerem uma infraestrutura laboratorial para a sua realização, os
resultados são fornecidos em até 30 minutos, assim facilitando o acesso ao
diagnostico (VIANA et al., 2017).
Duas classes de ensaios são utilizadas no diagnóstico da infecção por HCV e
HBV: ensaios sorológicos que detectam anticorpos específicos para o vírus das
hepatites B (antiHBV) e C (antiHCV) e testes moleculares, que em suma detectam a
presença de ácido nucleico viral. Os ensaios sorológicos para diagnóstico
rotineiramente utilizados são testes imunoenzimáticos (ELISA) (PINTO;
OLIVEIRA, 2018).

1.6 Sífilis

A sífilis é uma doença infeciosa sistêmica, que possui evolução crônica,


altamente contagiosa e sexualmente transmissível que tem como agente causador a
bactéria espiroqueta Treponema pallidum (treponema). A bactéria foi identificada
pela primeira vez depois de exploradores europeus voltarem das Américas no final
do século XV, desde então, a sífilis tem sido apontada como uma das causas mais
frequentes de morbidade e mortalidade no mundo e caracteriza-se como um grave
problema de saúde pública (AOYAMA et al., 2018; CLEMENT; OKEKE; HICKS,
2014).
É importante ressaltar que a sífilis é uma das sete ISTs que possuem cura.
Entretanto, estima-se que cerca de 12 milhões de novos casos de sífilis ocorram
anualmente na população mundial e que pelo menos meio milhão de crianças
nasçam com a forma congênita da doença. Desse modo, esta infecção continua
sendo um significante problema de saúde pública em diversos países que tem baixa
renda, onde é endêmica e ressurgiu em muitos países com alta renda (SILVA et al.,
2019; STAMM, 2016).
No Brasil, a sífilis congênita é um agravo de notificação compulsória desde
1986, sendo essa medida importante para o controle dessa doença (LOPES et al.,
2019). Entretanto, a sífilis em gestante e a sífilis adquirida (transmitida pela relação
37

sexual) se tornaram agravos de notificação compulsória somente em 2005 e 2010,


respectivamente (LUPPI et al., 2018).
Dados do Ministério da Saúde revelam que os números de casos notificados de
sífilis adquirida no Brasil passaram de 1.249 em 2010 para 650.258 em 2019, um
aumento bastante expressivo, onde a região Nordeste ocupa a terceira posição em
casos de sífilis no país. Ao se analisar, a taxa de detecção no Brasil de sífilis
adquirida entre os anos 2017 a 2018, verificou-se que no país houve um aumento de
28,3% (BRASIL, 2019d).

1.6.1 Agente etiológico

A bactéria responsável pela transmissão da sífilis é o T. pallidum e sua infecção


acontece principalmente por via sexual, podendo, também, acontecer a transmissão
por via congênita, objetos contaminados e transfusão sanguínea. T. pallidum é uma
bactéria gram-negativa do grupo das espiroquetas, e tem elevada patogenicidade. No
tocante ao gênero possui quatro espécies patogênicas, entretanto a sífilis endêmica é
atribuída à variante T. pallidum endemicum (ROCHA et al., 2014; SCHAUDINN,
1905; ZONDAG et al., 2020).
T. pallidum é uma bactéria exclusiva do ser humano que possui grande
capacidade de invasão e evasão imunológica e que, quando não tratada rapidamente,
pode se tornar uma enfermidade crônica com graves sequelas às vezes irreversíveis
em longo prazo (BINHARDI et al., 2018). A bactéria tem aproximadamente 10
micrômetros de comprimento, com apenas 0,2 micrômetros de largura, não é capaz
de ser cultivável in vitro, sendo extremamente frágil, sensível à temperatura e à
umidade, possuindo como habitat preferencial a mucosa urogenital do humano
(KUBANOV; RUNINA; DERYABIN, 2017). Uma característica marcante é a
porção externa da membrana deste microrganismo, pois possui poucas proteínas,
esse aspecto facilita escapar das respostas imunes do hospedeiro e assim, causar a
doença por anos e até décadas (ARORA et al., 2016).
A sífilis adquirida se desenvolve após os treponemas serem introduzidos na
mucosa ou na pele durante o ato sexual. Essas bactérias espiroquetas invadem as
membranas das mucosas ou penetram através de lesões na pele que são originadas
como consequência da prática sexual. Quando essas baterias estão abaixo do
38

epitélio, elas se multiplicam localmente e se propagam através do sistema linfático e


da corrente sanguínea (RADOLF et al., 2011).
O formato flexível do T. pallidum possibilita que ele invada os tecidos e as
barreiras vasculares em todo o organismo. Embora não se saiba ao certo como o T.
pallidum se beneficia penetrando os tecidos profundos viscerais e músculos
esqueléticos, sabe-se que sobreviver na pele distal e locais da mucosa eleva as
oportunidades de transmissão subsequente (WOLGEMUTH, 2015).

1.6.2 Formas de transmissão

A transmissão do T. pallidum ocorre, predominantemente, por contato sexual,


mas também, pode acontecer por via transplacentária para o feto ou pela
contaminação durante o parto, quando se tem lesões genitais não tratadas. Uma
outra forma de transmissão é através da transfusão de sangue ou então de
componentes sanguíneos de doadores com sífilis ativa (ADEGOKE; AKANNI;
DIRISU, 2011; CONCEIÇÃO; CÂMARA; PEREIRA, 2017).
Dependendo da via de transmissão, a sífilis pode ser classificada em adquirida
ou sífilis congênita. Em relação a sífilis adquirida, ela é mais comum e ocorre
quando existe a penetração do treponema por pequenos ferimentos decorrentes do
ato sexual. Em seguida a bactéria atinge o sistema linfático e, por propagação
hematogênica, alcança outras partes do corpo. Assim a resposta imune local provoca
uma ulceração típica no sítio de inoculação, enquanto a propagação sistêmica é
devido a produção de complexos imunes circulantes que podem depositar-se em
qualquer órgão (PEELING et al., 2018).
Enquanto a sífilis congênita ocorre quando o T. pallidum, presente na corrente
sanguínea da gestante infectada, passam as barreiras transplacentária e invadem a
corrente sanguínea do feto. É importante destacar que a transmissão pode ocorrer
em qualquer momento da gestação, sendo a infecção mais grave quando ocorre nos
primeiros trimestres da gravidez (CESAR et al., 2020).

1.6.3 Apresentação clínica

A sífilis tem um período de incubação em torno de 10 a 90 dias, com uma média


de 21 dias, depois da relação sexual infectante. Esta infecção se manifesta em
consonância com os seguintes estágios clínicos: sífilis primária, secundária, latente e
terciária. É importante lembrar que os dois primeiros estágios expressam as
39

características mais notáveis da infecção, quando se analisa os principais sintomas e


quando a doença é mais transmissível (KENYON et al., 2014).
A pessoa está infectada com a sífilis primária, quando possui uma ferida
ulcerada com as bordas endurecidas no local da penetração do treponema. Esta
etapa da infecção é denominada cancro duro (Figura 6 e 7). A fase secundária é
identificada entre duas a três semanas depois da cicatrização do cancro duro com
sintomas de mal-estar, cefaleia, artrite, febre baixa e adenopatia indolor. Nesta etapa
pode se desenvolver lesões cutâneas características com as roséolas sifilíticas. Já na
sífilis terciaria ou tardia pode levar ao comprometimento cardiovascular e
neurológico, que pode se manifestar entre 20 a 30 anos depois da infecção inicial. É
relevante destacar que o período de latência geralmente se inicia entre as fases
secundária e terciária, e pode levar vários anos (NORBERG et al., 2019).
Na sífilis congênita, o T. pallidum invade a barreira placentária e isso acontece
geralmente entre a 9ª e a 16ª semanas de gestação, ou então ao nascer o bebê entra
em contato com lesões genitais infecciosas da mãe. Desse modo, a transmissão
materna na maioria das vezes resulta em aborto, natimorto ou criança com
malformações congênita (KALININ; PASSARELLI NETO; PASSARELLI, 2015).

Figura 6. Ulceração de estágio primário (cancro) dentro da abertura vaginal. Fonte.


CDC. Centers for Disease Control and Prevention.
40

Figura 7. Ulceração de estágio primário (cancro) na glande do pênis. Fonte. CDC.


Centers for Disease Control and Prevention.

1.6.4 Diagnóstico

O diagnóstico laboratorial da sífilis é realizado através de alguns métodos que


incluem os testes não-treponêmicos, como por exemplo, a sorologia VDRL (Veneral
Diseases Research Laboratory) e, os testes treponêmicos, como por exemplo, a
sorologia por imunofluorescência indireta FTA-Abs (Fluorescente Treponemal
Antibody-Absorption) ou Imunoblot. Um teste que é bastante usado no Brasil por ter
baixo custo e ser de fácil execução é o VDRL, esse teste possui alta sensibilidade na
sífilis do adulto, e alta especificidade na sífilis congênita, podendo ser usada para o
acompanhamento dos casos tratados, sendo avaliador de cura sorológica (JUNG;
BECKER; RENNER, 2014).
Os testes não-treponêmicos são testes de floculação que tem como princípio se a
detecção de anticorpos contra a cardiolipina. São na sua grande maioria
quantitativos, com alta sensibilidade, baixo custo e eficiente para acompanhamento
da terapêutica. Um dos pontos negativos é que esse teste pode exibir resultados
falso-positivos (pelo fato de o antígeno ser uma cardiolipina e não o treponema), em
casos de coinfecções ou doenças autoimunes, ou então falso negativos, quando
41

acontece o Fenômeno Pró-zona (alta taxa de anticorpos em amostra não diluída),


característica comum na gestação (FEITOSA; ROCHA; COSTA, 2016).
Enquanto os testes treponêmicos, que são conhecidos como testes
confirmatórios, são necessariamente qualitativos e identificam anticorpos
específicos contra antígenos da parede dos treponemas. Na prática clínica os testes
treponêmicos mais usados para a confirmação diagnóstica são o FTA-Abs e o TPHA
(Treponema pallidum Hemaglutination). Podem diferenciar anticorpos IgG e IgM e
devem ser solicitados quando houver diagnóstico reagente de VDRL pra
confirmação da sífilis adquirida do adulto (RODRÍGUEZ-CERDEIRA; SILAMI-
LOPES, 2012).

1.7 Gonorreia

A gonorreia, causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, continua sendo uma


das IST mais comuns no mundo. Em 2012, a OMS estimou 27 milhões de casos
prevalentes e 78 milhões de casos incidentes desta infecção entre pessoas de 15 a 49
anos (YIN et al., 2018). Desse modo, a gonorreia configura-se como um importante
problema de saúde pública em todo o mundo onde, a maioria de novos casos
ocorrem em países em desenvolvimento. Nesses países, dados epidemiológicos
sobre IST são escassos e de difícil acesso (RODRIGUES; OLIVEIRA; GARCIA,
2018).
Somado a isso, ainda existe uma preocupação mundial devido ao
desenvolvimento de resistência antimicrobiana da bactéria causadora desta IST,
dificultando, deste modo, as medidas de tratamento (DICKSON et al., 2017). Nos
últimos 100 anos, N. gonorrhoeae estabeleceu resistência a todas as classes de
agentes antimicrobianos clinicamente testados (GEORGE et al., 2019).

1.7.1 Agente etiológico

N. gonorrhoeae, também denominada de gonococo, é uma bactéria Gram-


negativa com tamanho média de 0,8μm de diâmetro, que se apresenta em pares
(diplococos) e possui faces adjacentes achatadas (semelhantes aos grãos de café). A
estrutura deste microrganismo é a típica para bactérias Gram-negativas, com uma
fina camada de peptidoglicano entre as membranas citoplasmáticas internas e
externas. Possui pili, proteínas Por, proteínas Opa e proteínas Rmp no exterior da
membrana, bem como lipooligossacarídeos (HEYDARIAN et al., 2019).
42

Os gonococos são altamente infecciosos e se aderem às membranas mucosas,


especialmente o epitélio escamoso colunar da uretra e do colo do útero, e podem
infectar as glândulas de Bartholin e o reto. Na mucosa do trato vaginal, olhos, reto e
garganta, eles produzem supuração aguda e invasão tecidual, causando inflamação
crônica e fibrose. Uma vez aderidos às membranas mucosas, os gonococos penetram
nas células epiteliais por endocitose e se multiplicam para depois passar pelas
células para o espaço subepitelial, onde ocorre a infecção (RICE et al., 2017).

1.7.2 Formas de transmissão

N. gonorrhoeae é um patógeno humano obrigatório, transmitido principalmente


a partir de um indivíduo infectado por contato direto humano-humano entre as
membranas mucosas do trato urogenital, canal anal e orofaringe, geralmente durante
atividades sexuais. Os neonatos podem ser infectados durante a passagem pelo canal
do parto, se a mãe tiver gonorreia urogenital (MENDES-BASTOS et al., 2015;
UNEMO; RIO; SHAFER, 2016)
As mulheres são mais propensas a serem infectadas pelo gonococo que os
homens por várias razões. Primeiro, a transmissão é mais eficaz de homens para
mulheres devido a diferenças entre suscetibilidade feminina e masculina do trato
genital à infecção. Segundo a desigualdade de gênero é especialmente comum em
ambientes com poucos recursos e coloca as mulheres numa posição mais vulnerável,
por negociar uso de preservativo ou coação. Finalmente, a infecção nas mulheres
ocorre mais frequentemente sem sintomas e, portanto, é mais deixada sem
tratamento (DUBBINK et al., 2018).

1.7.3 Apresentação clínica

A gonorreia é altamente contagiosa e causa, em 90% dos casos, nos homens,


uretrite aguda altamente sintomática, com secreção uretral purulenta, quase sempre
amarelo esverdeado, mas às vezes meatite edematosa e disúria acentuada (Figura 8).
Não há febre, mas pode haver linfadenopatia inguinal. Em menos de 10% dos casos,
não há secreção uretral, apenas sinais funcionais e, em menos de 1% dos casos, os
pacientes são completamente assintomáticos (CHAINE; JANIER, 2020).
Nas mulheres a infecção gonocócica geralmente é assintomática. Este fato
baseia-se na sintomatologia masculina que é mais fácil de diagnosticar devido a um
exsudato purulento de pênis e dor ao urinar resultante. As manifestações clínicas em
43

mulheres têm maior probabilidade de passar despercebidas, pois a inflamação não


ocorre no mesmo nicho que a micção e, portanto, é menos provável que seja
dolorosa. Além disso, sintomas de infecção da gonorreia nas mulheres são mais
inespecíficos, como o corrimento vaginal que pode ser confundido com vaginose
bacteriana, infecção por fungos ou variação hormonal nas secreções vaginais
(QUILLIN; SEIFERT, 2018).
Os recém-nascidos de mães infectadas podem adquirir a infecção nos olhos, o
que produz conjuntivite (oftalmia neonatal), caracterizada por uma lesão bilateral
com exsudato purulento que às vezes deixa consequências graves, como
opacificação de córnea e cegueira. O compromisso ocular por N. gonorrhoeae
geralmente se apresenta entre 24 a 48 horas de vida, embora possa acontecer em até
3 semanas após o parto (PETOUR et al., 2016).
A gonorreia também causa cervicite, faringite e infecção anal (Figura 9). Se não
tratada, pode resultar em complicações como doença inflamatória pélvica em
mulheres, infertilidade em ambos sexos, aborto no primeiro trimestre, gravidez
ectópica, morte materna, aumenta o risco de adquirir e transmitir o HIV e danos
graves à saúde neonatal. A infecção gonocócica disseminada é uma complicação
incomum da infecção gonorréia, embora seja raro, isso pode levar a artrite,
meningite, endocardite e a morte (VIGUÉ; EYRE-WALKER, 2019; WESTON et
al., 2018).

Figura 8. Corrimento causando pela uretrite gonocócica. Fonte. CDC. Centers for
Disease Control and Prevention.
44

Figura 9. Cervicite gonocóccica. Fonte. CDC. Centers for Disease Control and
Prevention.

1.7.4 Diagnóstico

O diagnóstico da gonorreia é estabelecido pela identificação de N. gonorrhoeae


nas secreções genitais, retais, faríngeas ou oculares. Esta bactéria pode ser detectada
por cultura ou através de testes de amplificação de ácidos nucleicos (NAT) e, em
alguns casos, coloração de Gram. A detecção de N. gonorrhoeae na cultura é um
método mais tradicional de diagnóstico, mas a implementação de NAT para
identificação desse patógeno aumentou sua detecção em amostras retais e faríngeas
(CORNELISSE et al., 2017).
Uma desvantagem dos NAT comerciais disponíveis é sua incapacidade de
fornecer informações sobre a suscetibilidade a antimicrobianos. As culturas devem
ser empregadas paralelamente aos NAT para permitir o teste de suscetibilidade.
Amostras de todos casos de suspeita de infecção gonocócica devem ser coletadas
para avaliação microbiológica. O diagnóstico, geralmente, também é feito
clinicamente, com base na presença de sintomas como corrimento vaginal e uretral
(GUY et al., 2017).
45

Tabela 1. Resumo das IST em relação ao seu agente etiológico, formas de transmissão, principais
sinais e sintomas e diagnóstico.

Agente
IST Formas de transmissão Sinais e sintomas Diagnóstico
etiológico
Relação sexual,
Febre, diarreia, Exames
Vírus sangue,compartilhamento de
Aids suores noturnos e laboratoriais e os
(Retroviridae) seringa ou pela transmissão
emagrecimento testes rápidos
vertical
Pequenos inchaços de
pele ou Exames
escurecimento da laboratoriais,
Contato direto com a pele
Vírus área genital, verrugas papanicolau,
HPV infectada por meio das relações
(Papillomaviridae) genitais, prurido ou peniscopia,
sexuais
desconforto na área captura híbrida,
genital e sangramento colposcopia
na relação sexual
Exame clínico,
Vírus Relação sexual (oral, anal ou Bolhas ou feridas técnicas
Herpes genital
(Herpesviridae) vaginal) dolorosas laboratoriais
(PCR, ELISA)
Sangue (via parenteral, Cansaço, tontura, Testes rápidos,
percutânea e vertical), esperma enjoo e/ou vômito, ELISA, Métodos
Vírus e secreção vaginal (via sexual). febre, dor abdominal, de imunoensaio
Hepatite B
(Hepadnaviridae) A transmissão pode ocorrer pelo urina escura, olhos e e/ou identificação
compartilhamento de objetos pele amarelados e do DNA ou RNA
contaminados fezes claras. viral
Sangue (via parenteral, Cansaço, tontura, Testes rápidos,
percutânea e vertical), esperma enjoo e/ou vômito, ELISA, Métodos
e secreção vaginal (via sexual). febre, dor abdominal, de imunoensaio
Hepatite C Vírus (Flaviviridae)
A transmissão pode ocorrer pelo urina escura, olhos e e/ou identificação
compartilhamento de objetos pele amarelados e do DNA ou RNA
contaminados fezes claras. viral
Testes rápidos,
Sífilis primária: Testes não-
Contato sexual, via
ferida ulcerada treponêmicos
transplacentária para o feto ou
Bactéria (cancro duro). Fase (VDRL),
pela contaminação durante o
Sífilis (Treponema secundária: mal-estar, Testes
parto, quando se tem lesões
pallidum) cefaleia, artrite, febre treponêmicos
genitais não tratadas e
baixa e adenopatia (imunofluorescên
transfusão de sangue
indolor cia indireta ou
Imunoblot)
Cultura ou através
Secreção uretral
Contato direto humano-humano de testes de
purulenta (amarelo
entre as membranas mucosas do amplificação de
Bactéria (Neisseria esverdeado), mas às
Gonorreia trato urogenital, canal anal e ácidos nucleicos
gonorrhoeae) vezes meatite
orofaringe, geralmente durante (NAT) e
edematosa e disúria
atividades sexuais Coloração de
acentuada
Gram.
Fonte: Elaborado pelo autor.
46

1.8 Adolescência, juventude e sexualidade

A adolescência é um período complexo, com modificações físicas, cognitivas,


sociais, psicológicas e emocionais decorrentes de ajustamentos às construções
históricas e sociais. Em relação às transformações físicas a puberdade distingue-se
como um importante acontecimento biológico, que começa por transformações
hormonais dando início a um novo ciclo de vida e experiências, traduzidas na
sociabilidade, na afetividade e nos comportamentos sexuais (AMORAS, CAMPOS
E BESERRA, 2015)
Desse modo, a sexualidade provoca implicações no desenvolvimento
reprodutivo e na própria saúde do adolescente, pois a sexualidade é uma construção
social e cultural, sendo marcada, na adolescência, por descobertas e
experimentações (CAMPOS et al., 2018). Nessa fase da vida, as pessoas assumem
comportamentos para os quais na maioria das vezes não estão preparados, como a
iniciação de uma relação sexual e a vontade de viver de maneira frenética e intensa,
razão pela qual refletem sobre suas atitudes. Atentar para a sexualidade dos
adolescentes é uma necessidade que pode contribuir para reduzir problemas no que
diz respeito a vulnerabilidade às IST, à gravidez na adolescência e outros riscos, o
que interfere em suas metas de vida (FROTA CARNEIRO; CHRIS; SILVA, 2015).
Durante a adolescência muitos indivíduos se envolvem em sua primeira
experiência sexual que podem levar a infecções agudas e a condições que perduram
até a idade adulta (GABSTER et al., 2016). Considera-se que os jovens na faixa
etária de 14 a 24 anos correm mais risco de contrair uma IST comparado com outros
grupos etários. A OMS estima que 20% das pessoas que vivem com HIV/AIDS
estão na faixa dos 20 anos e que 1 em cada 20 adolescentes contrai alguma IST a
cada ano (ESPINOSA, 2018).
É importante destacar que os adolescentes e jovens são um grupo-alvo crítico
para a vigilância de IST, pois são vulneráveis por várias razões, principalmente
relacionadas a fatores sociais e de comportamento, e também porque muitos jovens
em risco de sofrer alguma infecção não são adequadamente rastreados (KASSIE et
al., 2019).
O conhecimento sobre as IST na adolescência desempenha um papel importante
na prevenção da transmissão de infecções, muitas vezes entendido como um fator
necessário, mas insuficiente, na complexa determinação da conduta sexual. Suas
47

complicações e atitudes da geração jovem em relação à saúde sexual são


importantes no planejamento de estratégias de prevenção e promoção da saúde
(DALRYMPLE et al., 2016).

1.9 Ambiente escolar


O ambiente escolar configura-se como um local onde os jovens podem
esclarecer suas dúvidas, conversar e aprender sobre inúmeros temas, inclusive sobre
as IST. As instituições de ensino são primordiais para o desenvolvimento de
conhecimento e habilidades junto à comunidade, objetivando na possível garantia de
mudanças de comportamento (ALMEIDA et al., 2017).
Os adolescentes têm começado a vida sexual cada vez mais cedo, na maioria das
vezes sem informações sobre sexualidade e associada ao sexo desprotegido, o que
pode levar a aquisição das IST, gravidez na adolescência e outros importantes
agravos à saúde. Assim, é importante assegurar assistências educativas
emancipatórias para adolescentes e jovens, o que pode ajudar na tomada de decisões
conscientes e criar responsabilidades individuais e coletivas (MARANHÃO et al.,
2017).
Desta forma, a educação em saúde é um relevante esforço que visa despertar a
mudança de comportamento diante de situações de risco e a consciência crítica do
indivíduo por meio da informação pertinente a esta temática. Quando o conceito de
educação em saúde se articula com o conceito de Promoção da Saúde como
paradigma de cuidado, as práticas educativas se ampliam, com vistas a favorecer a
participação da população e a considerar as necessidades das comunidades e sua
vida cotidiana e não apenas envolver pessoas sob o risco de adoecer (CORTEZ;
SILVA, 2017)
Diante deste cenário, ações educativas voltadas para o conhecimento sobre as
ISTs podem subsidiar novas discussões, vindo contribuir em uma nova sociabilidade
afetiva sexual entre os jovens, que também por falta de informações acabam se
envolvendo em diversas práticas de risco a sua saúde e vida (PICCIN et al., 2017).

1.10 IST prevenção e promoção da saúde

As ISTs são disseminadas pelo contato sexual sem preservativo com pessoas
portadoras de vírus, bactérias ou fungos causadores de infecções. São consideradas
48

um dos problemas de saúde pública mais comum em todo o mundo e geram prejuízo
na economia de países em desenvolvimento (TAYLOR et al., 2017).
Dessa maneira, é importante destacar que as IST não fazem parte do cotidiano
dos jovens, que frequentemente não estão atentos ao risco de infecção e não adotam
medidas protetoras, portanto, se acometidos por uma IST, a falta de diagnóstico
precoce impede que o tratamento seja iniciado, contribuindo para as complicações
advindas do agravo, além de perpetuar a transmissão da infecção (PINTO et al.,
2018).
Embora mais de 95% da população brasileira saiba que o uso do preservativo é a
melhor maneira de prevenir uma IST, o seu uso está longe de atingir níveis
satisfatórios, e mesmo que os jovens apresentem as maiores proporções de uso, a
queda observada nesta faixa etária é preocupante (CHAVES et al., 2014).
De acordo com a OMS, a relação sexual sem proteção foi avaliada como um
comportamento de risco importante à transmissão das IST em todo o mundo. O
preservativo masculino continua sendo a profilaxia mais divulgada pelas políticas de
saúde, devido ao seu elevado alcance de proteção decorrente ao risco de
contaminação por alguma IST, sobretudo o HIV/AIDS, pois ele pode reduzir os
ciclos de contaminações (Santos et al., 2018).
Muitas IST têm fases assintomáticas ou quando apresentam sinais e sintomas,
estes podem surgir muito tempo depois da infecção inicial. A carência na instrução
de grande parte do(a)s estudantes no que se refere a esse tema faz com que as
pessoas só busquem os serviços de saúde quando desenvolvem alguma manifestação
clínica. Estas atitudes podem possibilitar com que os adolescentes sejam fontes de
disseminação desses tipos de infecções sem conhecerem seus verdadeiros quadros
clínicos (CIRIACO et al., 2019)
Para controlar o ciclo de transmissão das IST, a estratégia básica é a prevenção e
a promoção da saúde através de atividades sócio educativas que problematize a
mudança de comportamento e atitude. Para que essa estratégia seja eficaz, torna-se
necessário conhecer o pensamento das pessoas, em particular os adolescentes e
jovens, suas realidades, mitos e interdições com respeito a sua sexualidade para que
se possa abordá-la de modo que contribua para seu desenvolvimento e crescimento
sexual saudável (MALTA; MARTINS; ALMEIDA, 2013)
A promoção da saúde é um fator essencial para a mudança de comportamentos e
de atitudes, necessários ao estabelecimento de estilos de vida mais saudáveis. A
49

promoção da saúde tem como finalidade influenciar positivamente a escolha e


manutenção de práticas saudáveis e dificultar as práticas de risco (MADEIRA et al.,
2018).
50

2. JUSTIFICATIVA

Estima-se que, a cada dia, um milhão de pessoas adquira alguma IST. Adultos,
jovens e adolescentes são responsáveis por quase a metade de todos os casos novos. Na
literatura, identifica-se a população de adolescentes e jovens como um primordial grupo
populacional em termos de risco epidemiológico de IST e, portanto, como grupo
prioritário das campanhas de prevenção (ALVES et al., 2017).
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) a iniciação sexual
de adolescentes ocorre na faixa etária de 13 a 15 anos, especialmente no sexo masculino
(Oliveira et al., 2017). Estes jovens sofrem fortes influências, diretas e indiretas, da
liberdade sexual e da mídia, tornando-se vulneráveis às IST, devido à falta de
informação e experiência, tendo, assim, que assumir, por muitas vezes, um
comportamento de risco para sua saúde, e se reafirmarem em um grupo ou como
“senhores” de sua vida (NASCIMENTO et al., 2019).
Com base nesse panorama, assinalamos que a importância deste estudo está na
possibilidade de investigar qual o conhecimento que os alunos tem em relação aos
principais sinair e sintomas das IST? E assim, compreender a maneira como os jovens
escolares, numa perspectiva de gênero, simbolizam a questão da sexualidade a partir da
socialização das informações que vivenciam e dos sentidos atribuídos aos modelos de
sexualidade culturalmente construídos. Esse investimento investigativo pode trazer
ganhos para ações em saúde centradas no acolhimento das demandas sexuais de
adolescentes e jovens.
Assim, apesar de a maioria dos adolescentes e jovens apresentarem informações
básicas sobre as IST, ainda necessitam de uma educação eficaz e contínua que envolva o
tema, pois só assim irão adquirir conhecimentos que promovam mudanças no seu
comportamento e desenvolver responsabilidades na saúde sexual e reprodutiva. Para a
conscientização dos adolescentes e jovens sobre a prevenção e a promoção da saúde,
não é satisfatório apenas conhecer os métodos, mas também saber sua importância,
eficácia e o acesso a eles, além da forma correta de sua utilização.
No Piauí também foi revelado esse mesmo perfil com a problemática da
gravidez na adolescência, o que aponta para a escassez de políticas públicas
direcionadas não só a atender as demandas sexuais e reprodutivas da população jovem
vulneráveis aos riscos oriundos da prática sexual desprotegida, como também à sua
51

família, escola e comunidade. A elaboração e implementação de tais políticas poderia


reduzir os indicadores de ISTs entre os jovens (SANTOS et al., 2018)
O diálogo sobre assuntos relacionados às IST, ao sexo e a sexualidade de um
modo geral, na sociedade moderna ainda é uma interdição devido aos estigmas
envolvidos, associados principalmente à cultura e às crenças da população, assim a
sexualidade mesmo atualmente ainda é um tema pouco discutido. Tal fato dificulta que
o assunto seja abordado tanto nas escolas como dentro do ambiente familiar, o que pode
resultar em um déficit no conhecimento dos adolescentes sobre as IST (FERREIRA et
al., 2019).

As IST são uma área de grande importância dentro da medicina tropical, pois
permanecem subnotificadas na prática clínica e na investigação científica por serem na
sua grande maioria assintomáticas e isso tem consequências de longo alcance para a
saúde pública, bem como os custos e assistência à saúde a longo prazo para a
comunidade (WORKOWSKI; BOLAN, 2015).
Diante destes aspectos, este estudo está em consonância com a Agenda 2030
para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), que
define um conjunto de metas e objetivos ambiciosos de saúde global. De particular
interesse, a estratégia proposta baseia-se no objetivo 3 que visa garantir uma vida
saudável e promover o bem-estar para todo(a)s em todas as idades, incluindo seu foco
em áreas relacionadas à saúde.
Essa estratégia global do setor da saúde para IST descreve um componente
importante de contribuição para a execução desse objetivo. Se implementadas, essas
ações vão acelerar e intensificar a resposta às IST, para que o progresso no sentido de
acabar com a epidemia se torne realidade. Além disso, a implementação da estratégia do
setor de saúde global sobre IST, uma vez adotada, exigirá comprometimento e recursos
políticos para acelerar rapidamente a resposta nos próximos cinco anos e sustentar ações
até 2030 e além.
A maioria dos adolescentes e jovens escolares apresentam informações básicas
sobre as IST, portanto, é imprescindível a adoção de medidas de educação em saúde
mais eficazes e contínuas que envolvam o tema, pois só assim irão adquirir
conhecimento crítico que possam promover mudanças no seu comportamento gerando
atitudes de responsabilidades no campo da saúde sexual e reprodutiva.
52

3. OBJETIVOS

3.1 Geral
Avaliar o conhecimento sobre os principais sinais e sintomas e as atitudes que os
adolescentes escolares têm em relação as Infecções Sexualmente Transmissíveis.
3.2 Específicos
 Identificar o conhecimento do(a)s adolescentes e jovens escolares em relação
aos principais sinais e sintomas clínicos sobre as IST;
 Caracterizar o perfil sociodemográfico e cultural do(a)s adolescentes e
jovens pesquisados e associar a vulnerabilidade para as IST;
 Descrever as atitudes e aspectos comportamentais do(a)s adolescentes e
jovens estudados e associar a vulnerabilidade às IST;
 Identificar como os meios de informação influenciam o conhecimento sobre
as IST entre o(a)s adolescentes e jovens escolares;
 Verificar os fatores associados à adoção de práticas sexuais de exposição e
de risco entre os adolescentes e jovens.
53

4. METODOLOGIA
A utilização de duas abordagens (quantitativa e qualitativa) diferentes para a
pesquisa foi importante para se ter uma dimensão mais ampla do que o(a)s
estudantes sabem sobre as IST. Enquanto que na pesquisa quantitativa foi possível
realizar uma análise comparativa do conhecimento do(a)s aluno(a)s sobre os
principais sinais e sintomas das IST com diferentes variáveis. Na análise qualitativa
conseguimos compreender mais profundamente os comportamentos do(a)s
adolescentes frente a informações sobre às IST.

4.1 Desenho do estudo

Trata-se de um estudo transversal, descritivo, interpretativo, com uma


abordagem quanti-qualitativa. A pesquisa de caráter descritivo tem como objetivo
observar e descrever um determinado evento, sem interferência do pesquisador e
assume caráter quantitativo quando se dispõe de dados numéricos para compor sua
base de resultados e retrospectiva quando dispõe a explora fatos transcorridos
(LAKATOS; MARCONI, 2007).
Já a dimensão qualitativa foi analisada a luz do método de interpretação de
sentidos, com base em princípios hermenêuticos-dialéticos para a interpretação do
contexto, das razões e das lógicas dos depoimentos que giraram em torno das
temáticas do estudo (GOMES, 2016).
Em ambas as abordagens, os dados foram coletados por meio de um conjunto de
técnicas envolvendo questionário estruturado e entrevistas semiestruturadas
abordando as características sociodemográficas e os conhecimentos sobre questões
relacionadas às IST. As abordagens quanti-qualitativa foram detalhadas nos tópicos
seguintes.

4.1 Área de estudo

A pesquisa foi realizada no Centro Estadual de Educação Profissional-CEEP


José Pacífico de Moura Neto, que fica situado na região sudeste de Teresina,
localizada na região nordeste, no estado do Piauí que faz divisa com os estados do
Maranhão, Ceará, Bahia, Pernambuco e Tocantins. O Piauí tem como capital a
cidade Teresina e possui área total de 251.577,738 km², a população de 3.118.360 de
habitantes, o produto interno bruto (PIB) R$ 25.721.000 e índice de
desenvolvimento humano (IDH) 0,646 (Figura 10).
54

Figura 10. Mapa do estado do Piauí,


com destaque para cidade de Teresina.

4.2 População

A população desse estudo foi composta por 629 alunos na faixa etária entre 14 a
24 anos, de ambos os sexos, matriculados no Centro Estadual de Educação
Profissional-CEEP José Pacífico de Moura Neto em diversos cursos técnicos
(Análises Clínicas, Farmácia, Enfermagem, Saúde Bucal, Informática, Manutenção
e Suporte de Informática, Edificações, Segurança do Trabalho e Manutenção
Automotiva).

4.3 Critérios de inclusão

Foram considerados como critérios de inclusão: estar regularmente matriculado


e frequentando a escola, ter a idade de 14 a 24 anos (período que a Organização
Mundial de Saúde define como adolescência e jovem, respectivamente) e que aceitar
participar da pesquisa e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
55

4.4 Critérios de exclusão

Foram considerados critérios de exclusão: alunos que foram transferidos de


instituição no período da coleta dos dados.

4.5 Análise quantitativa


4.5.1 População

Essa análise foi composta por 595 estudantes de ambos os sexos (masculino e
feminino) sendo 310 do sexo feminino e 285 do masculino abrangendo todos os
cursos profissionalizantes (Análises Clínicas, Farmácia, Enfermagem, Saúde Bucal,
Informática, Manutenção e Suporte de Informática, Edificações, Segurança do
Trabalho e Manutenção Automotiva) matriculados na instituição.

4.5.2 Critérios de seleção

Os critérios de seleção do(a)s aluno(a)s para participação na pesquisa foram


feitos aleatoriamente através da análise da quantidade do(a)s estudantes que a escola
tinha. A escola possuía 700 alunos no qual foram selecionados 85% para a análise
quantitativa, 5% para análise qualitativa e 10% para os pilotos (testes do
questionário e entrevista). É importante destacar que houve a desistência de 2 alunos
na abordagem qualitativa.

4.5.3 Instrumento de coleta

A abordagem quantitativa foi feita por meio de um questionário online,


totalmente anônimo com 115 perguntas utilizando o google forms aplicado no
laboratório de informática da própria escola. Os alunos eram convidados na sala de
aula para participarem dos questionários e era explicado o intuito da pesquisa e
como ela seria realizada. Cada estudante levou em média 15 minutos para responder
o questionário, sendo que o laboratório tinha capacidade para 15 pessoas. O(a)s
participantes da pesquisa foram selecionados por meio de amostragem aleatória.

Para validação do instrumento de coleta foi realizado, inicialmente, um estudo


piloto para adequação do questionário online da análise quantitativa no qual contou
com a participação de 60 aluno(a)s de ambos os sexos.
56

4.5.4 Período da coleta


As coletas de dados tiveram início no mês de maio de 2019 com término em
agosto de 2019, por meio da aplicação de questionário online (Figura 11).

(a) (b)

(c) (d)

(e) (f
)

(g) (h)
Figura 11. Desenvolvimento e execução das etapas do projeto quali-quantitativo no Ceep
José Pacífico De Moura Neto, Teresina, Piauí. (a) Apresentação da pesquisa para parte
do(a)s aluno(a)s da escola. (b) Aplicação do projeto piloto na escola. (c) Aplicação do
questionário online no laboratório de informática I da escola. (d) Equipe da pesquisa em
visita a escola. (d) Aplicação do questionário online na biblioteca. (f) Interação com o(a)s
aluno(a)s da instituição de ensino para explicar como funciona a pesquisa. (g) e (h)
Aplicação do questionário online no laboratório de informática II da escola.
57

Discriminação das variáveis estudadas

Para identificação dos fatores associados ao conhecimento dos adolescentes


sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) foram investigadas a associação
com diversas variáveis. A variável desfecho e os fatores foram descritos a seguir:

4.5.4.1 Definição do desfecho

Conhecer os sinais e sintomas das IST - definição foi conhecer os principais


sintomas das IST (feridas genitais, corrimento, coceira, verrugas genitais e/ou
anais).

4.5.4.2 Fatores associados


Os fatores investigados foram divididos em 3 dimensões:
1) Sociodemográficos e culturais que incluem
Gênero, religião, idade, cor, escolaridade, escolaridade do pai,
escolaridade da mãe, curso atual, tipo de família, renda, trabalha, aplicativos que
usam;
2) Atitudes e características comportamentais que incluem
Se sabe o que são IST, se tem diferença entre DST e IST, se sabe se
prevenir, quais IST tem conhecimento, se já foi ao ginecologista ou urologista,
principais meios que usam para se informar;
3) Atitudes associadas ao relacionamento que incluem
Status atual de relacionamento, se já teve e/ou tem relação sexual.

4.5.5 Validação do questionário


Para a validação do instrumento foi utilizado um questionário baseado/adaptado
do Ministério da Saúde intitulado” Questionário para avaliação de programas de
prevenção das DST/aids”. Essas adaptações foram avaliadas por meio de um pré-
teste realizado com 60 aluno(a)s da escola.
4.5.6 Análise Estatística

A análise descritiva da população foi realizada através da distribuição percentual


das categorias e as diferenças percentuais avaliadas usando a estatística do Qui-
quadrado (Chi-square). Quando as frequências esperadas atingiram valores
inferiores a 5% nas categorias, foi considerado o Teste Exato de Fischer
(Fischer’sExact Test). A associação dos fatores sociodemográficos culturais,
58

atitudes e características comportamentais e atitudes associadas ao relacionamento


em relação ao conhecimento dos sinais e sintomas das IST foi realizada por meio do
modelo de regressão logística, usado para desfechos com distribuição binomial. Na
análise bivariada, as variáveis que apresentaram associação ao nível de 10% foram
incluídas na análise multivariada para calcular estimativas ajustadas de razão de
chances. Foram mantidas no modelo ajustado as variáveis que apresentaram nível de
significância estatística (P<0.05). O ajuste do modelo foi avaliado pelo critério de
Akaike (AIC - AkaikeInformationCriteria) e método ANOVA. Todas as análises
estatísticas foram realizadas com suporte do programa Microsoft Excel® e
Linguagem R.

4.6 Análise qualitativa


4.6.1 População

Essa análise foi composta por de 34 estudantes de ambos os sexos devidamente


matriculados na instituição estudada. Sendo 30 alunos do sexo feminino e 4 alunos
do sexo masculino englobando todos os cursos profissionalizantes (Análises
Clínicas, Farmácia, Enfermagem, Saúde Bucal, Informática, Manutenção e Suporte
de Informática, Edificações, Segurança do Trabalho e Manutenção Automotiva)
matriculados na instituição.

4.6.2 Critérios de seleção

Os critérios de seleção do(a)s aluno(a)s para participação na pesquisa foi feito


aleatoriamente através da análise da quantidade de aluno(a)s que a escola tinha. A
escola possuía 700 alunos no qual foram selecionados 5% para a análise qualitativa.
Os alunos que participaram dessa abordagem não fizeram parte da abordagem
qualitativa, pois poderia causar um viés na pesquisa ao se realizar as entrevistas.
Nesta abordagem, houve maior participação de meninas devido à grande adesão
dessas estudantes, tendo em vista que as entrevistas individuais tinham caráter
voluntário. Acredita-se que por se tratar de um tema de interdição, os meninos se
sentiram ‘envergonhados’ em aderir, diferentemente das meninas que culturalmente
se sentem à vontade em tratar a temática. É significativo destacar que para a
abordagem qualitativa a quantidade de participantes não interfere na análise dos
dados.
59

4.6.3 Instrumento de coleta

A abordagem qualitativa foi realizada através de entrevistas individuais


semiestruturadas com 9 perguntas sobre a temática estudada. As entrevistas foram
agendadas e ocorreram na própria instituição em sala reservada cedida pela
diretoria.

Foi solicitada aos adolescentes a permissão para o uso de aparelho gravador de


voz durante a entrevista, a fim de possibilitar o registro fiel dos depoimentos,
permitindo a transcrição na íntegra e posterior análise. Cada estudante levou em
média 20 minutos para finalização das entrevistas.

Vale ressaltar que para o anonimato do(a)s estudantes pesquisado(a)s, foi


colocado para o sexo feminino letra “F” e para o masculino a letra “M”, e um
número arábico que indica a sequência da entrevista realizada: (F01; M01), (F02;
M02), (F03; M03), e assim sucessivamente.

4.6.4 Período da coleta

As coletas de dados tiveram início no mês de setembro de 2019 com término em


dezembro de 2019, por meio de entrevistas individuais semiestruturadas.

4.6.5 Análise dos dados

A análise dos dados foi operacionalizada, inicialmente, através da leitura


repetida e atentiva das transcrições das entrevistas realizadas, de acordo com os
objetivos do estudo. Os dados foram organizados a partir das ideias principais
contidas nos depoimentos dos entrevistados e analisados conforme método de
interpretação de sentidos. Os conteúdos foram agrupados considerando-se os temas
que emergiram da fala dos entrevistados sobre os aspectos relacionados ao
conhecimento, prevenção e informação sobre as IST.
Desse modo, os dados foram analisados através da modalidade analítica-
interpretativa das falas que foi feito da seguinte maneira: (1º) leitura para identificar
a concepção geral e identificação da abordagem de estudo; (2º) detecção da ideia
principal; (3º) análise e problematização das ideias explícitas e implícitas nos
discursos; (4º) interpretação mais ampla dos sentidos e subjacentes às falas dos
atores da pesquisa; (5º) discussão entre as ideias analisadas provenientes de outros
60

estudos acerca do assunto; (6º) descrição das sínteses interpretativas, articulando o


tema do estudo, dados empíricos e a base teórica adotada.

4.7 Tecnologia Social

No estudo foi confeccionado um jogo do tipo tabuleiro denominado “CheklIST”


(Figura 4), como metodologia inovadora de ensino e com o intuito de aproximar os
jovens dessa temática. O jogo é composto por 1 tabuleiro, 1 dado, 1 ampulheta, 150
cards (quiz), 5 pinos para identificação dos jogadores, 1 caixa para armazenamento.
Para verificar a aplicabilidade e aceitação desta metodologia de ensino, o
instrumento educativo foi apresenta na Feira de Soluções no Ceará. O jogo pode ser
utilizado por até 10 pessoas simultaneamente em duplas, através de um quiz com
perguntas referentes às IST nas modalidades de múltipla escolha, verdadeiro ou
falso, mímica e leitura labial, tendo como base a referência cientifica. Cada pergunta
tem que ser respondida em 1 minuto, medido através da ampulheta. Caso o
participante acerte ele avança os espaços no tabuleiro conforme o dado, vence quem
atingir primeiro a linha de chegada.

4.8 Aspectos éticos

O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da


Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão – FACEMA, sendo aprovado com
o registro CAAE: 84487918.6.0000.8007, sob o de Número do Parecer: 2.555.605.
A pesquisa faz parte de um projeto institucional da Fiocruz Piauí, sendo o estudo
sobre as IST analisado nessa dissertação.
61

5. RESULTADOS
Participaram da pesquisa 629 alunos de ambos os sexos, sendo 595 da
abordagem quantitativa e 34 da qualitativa de todos os cursos profissionalizantes da
escola.
5.1 Análise Quantitativa

A Tabela 2 foi dividida entre os indivíduos que conheciam (sim) e


desconheciam (não) as principais sintomatologias das IST com diferentes variáveis
sociodemográficas e culturais (sexo, faixa etária, cor, religião, tipo de família, série,
curso, escolaridade (mãe), escolaridade (pai), renda, trabalho e uso de redes sociais).
Quando analisado os indivíduos que conheciam os principais sinais e sintomas
das IST permitiu-se identificar que parte dessa população de estudantes do sexo
feminino tinham mais conhecimento sobre esse assunto com frequência de 72,6%
em relação ao público do sexo masculino (27,4%). Em contramão, os estudantes que
desconhecem sobre a sintomatologia ocasionada pelas IST, 55,3% era do sexo
masculino e 44,7% do feminino com p-valor < 0,001.
Quando associado com a faixa etária, os adolescentes que mais sabiam sobre os
sinais e sintomas estavam entre 16 a 17 anos (58%), seguidos pelos que tem mais de
18 anos (29,3%) e 14 a 15 anos (12,7%) respectivamente e os entre os que
desconheciam também estão nessa mesma faixa etária de 16 a 17 anos (59,3%), 18
anos (24,7%) e 14 a 15 anos (16%), por essa ordem.
Em relação à cor, as pessoas pardas (58%) demonstraram conhecem mais sobre
os principais sinais e sintomas das IST, seguidas pelos estudantes de cor de pele
indígena/amarelos/outros (15,3%), pretos (14%) e brancos (10,2%) respectivamente.
Do(a)s estudantes desconheciam as sintomatologias, esse percentual foi 53,4%
pardos, 15,3% foram brancos, 16% de pretos e 10,5% de indígena/amarelos/outros.
Ao se tratar da religião, os que mais tinham conhecimento sobre o conteúdo
tratado eram indivíduos protestantes (43,3%) seguidos dos católicos (32,5%), os que
não tem religião (14,6%) e outras religiões (9,6%). Em contrapartida, em relação aos
que desconheciam as sintomatologias das infecções eram católicos (41,3%),
protestantes (35,2%), os que não tinham religiões (15,1%) e outras religiões (8,4%).
Quando relacionado ao grupo de pessoas que sabiam sobre a sintomatologia, as
famílias biparentais eram a maioria (61,1%) seguidas das monoparentais (23,3%), e
as que menos conheciam também eram biparentais (63,9) e monoparentais (23,3%).
62

Quando analisado a série em que o(a)s aluno(a)s estudam relacionado com os


que conheciam os sinais e sintomas das IST, os estudantes do 3º ano (56,7%) eram
os que mais tinham compreensão sobre o assunto, depois vem os do 2º ano (31,2%)
e 1º ano (12,1%) e entre os que desconheciam o tema tratado eram também do 3º
ano do ensino médio (49,1%) seguidos do 2º ano (30,6) e 1º ano (20,3%).
Entre os adolescentes que conheciam as sintomatologias das IST, os que
possuem cursos fora da área de saúde (56,7%) são os que mais sabem sobre esse
tema em comparação aos que tem cursos dentro da área de saúde (43,3%). Quando
analisado os que não conheciam os sinais e sintomas os cursos fora da área de saúde
(73,7%) continuam sendo o de maior percentual em relação aos cursos da área de
saúde (26,3%) com p-valor < 0,001.
Um outro dado analisado foi o nível de escolaridade da mãe, em que foi
observado que entre os adolescentes que tem mães com 10 a 12 anos de estudo
(55,4%) tem mais chances de saber sobre as sintomatologias das infecções no que
diz respeito aos que tem mães com 0 a 9 anos de estudo (22,3%), e 13 ou mais anos
de estudo (18,5%). E, também foi visto que o(a)s estudantes que mais desconheciam
sobre esse assunto, tinham mães com nível de escolaridade de 10 a 12 anos (49,1%),
seguidas dos que tinham mães com 0 a 9 anos de estudo (30,6%) e 13 ou mais anos
de estudo (13,5%).
Em relação ao nível de escolaridade do pai, o estudo mostra que o(a)s
adolescentes que mais tinham conhecimento sobre os principais sinais e sintomas
das IST eram os que tinham pais de 0 a 9 anos de estudo (38,9%) depois os que
tinham de 10 a 12 anos de estudo (33,8%). Quando analisado o(a)s estudantes que
não tinham conhecimento sobre o tema proposto os pais que tinham nível de
escolaridade de 10 a 12 anos (38,4%) eram os mais preponderantes em comparação
aos que tinham 0 a 9 anos de estudo (35,4%).
O(a)s adolescentes que tinham a renda de 1 a 2 salários (59,2%) eram os que
mais conheciam as sintomatologias das IST em contraste aos que ganhavam menos
de 1 salário mínimo (24,8%) e de 3 ou mais salários (15,9%), respectivamente.
Segue a mesma ordem aqueles que desconheciam esse tema, em que os ganhavam
de 1 a 2 salários mínimos (60%) eram mais prevalentes do que os que ganhavam
menos de 1 salário mínimo (26,5%) e de 3 ou mais salários (13,5%).
No que se refere a variável trabalho, o(a)s adolescentes que mais conhecem os
sinais e sintomas são aqueles que não trabalham (76,4%) em comparação àqueles
63

que trabalham (23,6%). Os dados permanecem parecidos ao analisar os que


desconhecem sobre as sintomatologias em que o(a)s estudantes que não trabalham
(76,5%) são mais prevalentes do que os que trabalham (23,5%).
Foi possível também se analisar o uso dos meios de comunicação (aplicativos)
associadas ao conhecimento do(a)s estudantes referente aos conhecimento sobre os
principais sinais e sintomas das IST, em que o(a)s adolescentes que mais sabem
sobre esse assunto utilizam com mais frequência o Whatsapp (98,7%) e com menos
frequência o Tinder (97,5%) como ferramenta de comunicação e entre os que mais
desconheciam sobre as sintomatologias das IST usavam com mais regularidade o
Youtube (95,2%) e menos frequência o Tinder (1,6%).

Tabela 2. Características sociodemográficas e culturais associado ao conhecimento sobre


sinais e sintomas das IST dos adolescentes estudantes de uma escola pública
profissionalizante de Teresina– PI.

Conhece os sintomas de IST


Não Sim Total p-
N % N % N % valor
Sexo Feminino 196 44,7 114 72,6 310 52,1 <0,001
Masculino 242 55,3 43 27,4 285 47,9
Faixa etária 14 a 15 70 16,0 20 12,7 90 15,2 0,409
16 a 17 259 59,3 91 58,0 350 58,9
18 ou+ 108 24,7 46 29,3 154 25,9
Cor Branca 67 15,3 16 10,2 83 13,9 0,163
Preta 70 16,0 22 14,0 92 15,5
Parda 234 53,4 91 58,0 325 54,6
Indígena/Amarela/Outros 46 10,5 24 15,3 70 11,8
Não soube informar 21 4,8 4 2,5 25 4,2
Religião Não tem 66 15,1 23 14,6 89 15,0 0,208
Catolicismo 181 41,3 51 32,5 232 39,0
Protestantismo 154 35,2 68 43,3 222 37,3
Outras 37 8,4 15 9,6 52 8,7
Tipo de família Família biparental 280 63,9 96 61,1 376 63,2 0,822
Família monoparental 102 23,3 39 24,8 141 23,7
Avós ou familiares 56 12,8 22 14,0 78 13,1
Série 1° ano ensino técnico 89 20,3 19 12,1 108 18,2 0,060
2° ano ensino técnico 134 30,6 49 31,2 183 30,8
3° ano ensino técnico 215 49,1 89 56,7 304 51,1
Curso Fora da área de saúde 323 73,7 89 56,7 412 69,2 <0,001
Área de saúde 115 26,3 68 43,3 183 30,8
Escolaridade (mãe) 0 a 9 anos 134 30,6 35 22,3 169 28,4 0,060
10 a 12 anos 215 49,1 87 55,4 302 50,8
13 ou+ 59 13,5 29 18,5 88 14,8
Não soube informar 30 6,8 6 3,8 36 6,1
Escolaridade (pai) 0 a 9 anos 155 35,4 61 38,9 216 36,3 0,766
10 a 12 anos 168 38,4 53 33,8 221 37,1
13 ou+ 45 10,3 16 10,2 61 10,3
Não soube informar 70 16,0 27 17,2 97 16,3
Renda < 1 salário 116 26,5 39 24,8 155 26,1 0,732
1 a 2 salários 263 60,0 93 59,2 356 59,8
3 ou+ salários 59 13,5 25 15,9 84 14,1
Trabalha Não 335 76,5 120 76,4 455 76,5 0,990
Sim 103 23,5 37 23,6 140 23,5
Meios de Comunicação
64

Facebook Não 171 39,0 75 47,8 246 41,3 0,057


Sim 267 61,0 82 52,2 349 58,7
Não 67 15,3 18 11,5 85 14,3 0,239
Instagram
Sim 371 84,7 139 88,5 510 85,7
Não 23 5,3 2 1,3 22 3,7 0,061
WhatsApp
Sim 415 94,7 155 98,7 573 96,3
Não 431 98,4 153 97,5 584 98,2 0,492
Tinder
Sim 7 1,6 4 2,5 11 1,8
Não 327 74,7 108 68,8 435 73,1 0,155
Snapchat
Sim 111 25,3 49 31,2 160 26,9
Não 21 4,8 12 7,6 33 5,5 0,181
Youtube
Sim 417 95,2 145 92,4 562 94,5
Não 381 87,0 128 81,5 509 85,5 0,095
Twitter
Sim 57 13,0 29 18,5 86 14,5
Fonte: Elaborado pelo autor.

A Tabela 3 demonstra as atitudes e características comportamentais frente ao


conhecimento sobre sinais e sintomas das IST da população adolescente estudada.
Na Tabela 3 é possível verificar o percentual de estudantes que, verdadeiramente,
reconhecem (Sim) e desconhecem (Não) os sinais e sintomas das IST e possibilita
uma associação quantitativa conforme as respostas dos adolescentes coletadas
através do questionário online, que foram agrupadas nas seguintes variáveis: Sabe o
que é IST? Existe diferença entre DST e IST? Sabe como prevenir IST? Métodos
de prevenção que conhece; Quais IST conhece? Quais meios usa para se informar?
Quantos meios usa para se informar? Procurou médico? Tipo de relacionamento;
Tempo de relação; Já teve relação sexual? Tem relação sexual atual?
Conforme os dados obtidos, constatou-se que 86% dos adolescentes que
assinalaram “Sim” quando questionados se “Sabe o que é IST?”, de fato,
conseguem reconhecer a sintomatologia clínica causada por estas infecções,
seguidos por 11,5% e 2,5% dos estudantes que assinalaram “Talvez” e “Não”
(respectivamente). Contudo, entre os estudantes que não foram capazes de
identificar os sinais e sintomas das IST, quando questionados, 63,9% afirmaram
saber o que é IST, revelando o desconhecimento de parte do público estudado.
No que diz respeito à diferença entre IST e DST, verificou-se que 73,2% dos
estudantes avaliados conseguiram distinguir estas terminologias e demonstraram ter
conhecimento sobre as manifestações clínicas destas infecções. Enquanto, 82 % dos
adolescentes apesar de acreditarem que também existe uma distinção entre os
termos, não foram capazes de reconhecer os sinais e sintomas das IST.
Quando questionados sobre “Sabe como prevenir IST?” 81,5% dos jovens que
assinalou “Sim” também conseguiram identificar os indícios clínicos destas
infecções. Evidenciando, deste modo, que grande parte do público pesquisado
65

detém de certo grau de conhecimento sobre as IST e os métodos profiláticos. Por


outro lado, 51,4% dos estudantes que não são capazes de reconhecer os sinais e
sintomas destas enfermidades julgam saber como preveni-las.
Quanto aos métodos de prevenção que conhecem, os estudantes apontaram
majoritariamente a camisinha e o menos relatado por eles foi o Prep. Diante do
grupo de adolescentes que tem conhecimento sobre os sinais e sintomas das IST,
96,2% indicaram a camisinha, 50,3% a vacinação e 9,6% o Prep como métodos
preventivos. 29,9% destes estudantes afirmam conhecerem todos os métodos
citados. Na mesma perspectiva, os estudantes que desconhecem a sintomatologia
das IST apresentam dados semelhantes. Dentre estes adolescentes, 78, 8%
assinalaram a camisinha, 25, 8% a vacinação e 3% o Prep como meios de
profilaxia. 14,4% desse público informou conhecer todos os métodos de prevenção.
No que se refere às IST que conhecem, a aids foi a infecção mais elencada e as
hepatites B e C foram as menos citadas pelo público estudado. No que tange aos
estudantes que possuem conhecimento sobre as manifestações clínicas das IST,
89,8% marcaram a aids, 80,9% a sífilis, 70,1% a gonorréia, 69,4% o HPV, 66,9% a
herpes e 38,9% as hepatites B e C. Ainda neste grupo avaliado, 31,8% dos
adolescentes estudados afirmaram reconhecer as IST mais prevalentes, 27, 4%
declararam conhecer todas e 1, 3% não conhece nenhuma das infecções citadas. Em
relação aos estudantes que desconhecem os sinais e sintomas das IST, 74, 9%
assinalaram a aids, 58% a sífilis, 46, 3% o HPV, 42% a herpes, 40, 6% a gonorréia
e 24,4% as hepatites B e C. Em referência a este grupo, 14, 4% alegaram
conhecerem as IST mais prevalentes, 11,9% relataram conhecer todas as IST e
9,6% não reconhece nenhuma.
Em relação aos meios de informação utilizados pelos adolescentes, eles foram
divididos nas seguintes variáveis: internet; amigos/familiares/professores; outros
meios (livros, panfletos, televisão e rádio) e não procurar informação sobre as IST.
A variável “internet e outros meios” foi a mais frequente nesta avaliação. Entre os
estudantes que conhecem a sintomatologia das IST, o percentual identificado para
esta variável foi de 77,1%. Entretanto, a menor frequência (3,2%) dos estudantes
não procura se informar. No tocante aos adolescentes que não conhecem os sinais e
sintomas das IST, a maioria (54,6%) relata utilizar “internet e outros meios” e a
minoria (5,7%) usa só “outros meios”.
66

De acordo com a quantidade de meios de informação que utilizam, tanto o


público que reconhece as manifestações clínicas (82,8%) quanto o que desconhece
a sintomatologia aparente (61,4%) informaram empregar “2 ou + meios”.
No que concerne ao atendimento médico (ginecologista e urologista), ambos os
grupos estudados relataram não procurar assistência clínica. Em relação ao grupo
de estudantes que conseguiram observar os aspectos clínicos das IST, 58%
declararam não buscar o atendimento ginecológico ou urológico. Assim como os
adolescentes que não conhecem os sinais e sintomas destas infecções, onde 73,7 %
não procuram serviços clínico-hospitalares.
Quanto ao tipo de relacionamento, os dados obtidos foram similares entre os
estudantes que conhecem e desconhecem os sinais e sintomas das IST com aumento
crescente nas variáveis “casado”, “ficando”, “namorando” e “solteiro”
(respectivamente). É importante ressaltar, que o percentual da variável “casado” foi
maior entre os estudantes que conhecem as manifestações clínicas destas infecções
(3,8%) quando comparado ao grupo de casados que desconhecem (1,6%). Enquanto
para os adolescentes “solteiros” observou-se o inverso, o percentual desses
adolescentes foi maior entre aqueles que não são capazes de identificar os aspectos
clínicos das IST (62,1%), quando associado aos estudantes solteiros que conseguem
fazer esta identificação (52,2%).
No que diz respeito ao tempo de relação, tanto o público que reconhecem os
sinais e sintomas das IST (35,7%) quanto o que desconhece os indícios clínicos
(42,7%) relataram não estar em um relacionamento. Os dados obtidos estão em
conformidade com o percentual de estudantes que se intitulam como solteiros.
No que tange a iniciação sexual, a maioria dos estudantes que conhecem os
sinais e sintomas das IST (51%) já tiveram relação. Em contrapartida, a maioria dos
adolescentes que desconhecem os aspectos clínicos ocasionados pelas IST (57,5%)
não tiveram atividade sexual.
Ao analisar se o(a)s adolescentes praticavam algum tipo de relação sexual
atualmente, foi possível observar que o(a)s aluno(a)s que mais conheciam as
sintomatologias das infecções eram aqueles que estavam praticando relação sexual
atualmente (36,3%) em comparação àqueles que não estavam (13,4%). É
importante também destacar que 58,1 % do(a)s estudantes que nunca praticaram
nenhuma relação sexual não sabiam quais eram os principais sinais e sintomas das
IST.
67

Tabela 3. Atitudes e características comportamentais associados ao conhecimento sobre


sinais e sintomas das IST dos adolescentes estudantes de uma escola pública
profissionalizante de Teresina– PI.

Conhece os sintomas de IST


Não Sim Total p-valor
N % N % N %
Sabe o que é IST Não 75 17,1 4 2,5 79 13,3 <0,001
Sim 280 63,9 135 86,0 415 69,7
Talvez 83 18,9 18 11,5 101 17,0
Diferença entre Não 79 18,0 42 26,8 121 20,3 0,020
IST e DST Sim 359 82,0 115 73,2 474 79,7
Sabe com prevenir Não 82 18,7 5 3,2 87 14,6 <0,001
IST Sim 225 51,4 128 81,5 353 59,3
Talvez 131 29,9 24 15,3 155 26,1
Método de Camisinha 345 78,8 151 96,2 496 83,4 <0,001
prevenção PreP 13 3,0 15 9,6 28 4,7 0,001
(%sim) Vacinação 113 25,8 79 50,3 192 32,3 <0,001
Conhece todos 63 14,4 47 29,9 110 18,5 <0,001
IST que conhece Aids 328 74,9 141 89,8 469 78,8 <0,001
(% sim) Sífilis 254 58,0 127 80,9 381 64,0 <0,001
HepatiteBeC 107 24,4 61 38,9 168 28,2 0,001
Herpes 184 42,0 105 66,9 289 48,6 <0,001
HPV 203 46,3 109 69,4 312 52,4 <0,001
Gonorreia 178 40,6 110 70,1 288 48,4 <0,001
Nenhuma 42 9,6 2 1,3 44 7,4 0,001
Conhece todas 52 11,9 43 27,4 95 16,0 <0,001
Mais prevalentes 63 14,4 50 31,8 113 19,0 <0,001
Meios para se Não procura se informar 67 15,3 5 3,2 72 12,1 <0,001
informar Família/amigos/ professores 47 10,7 10 6,4 57 9,6
Somente internet 60 13,7 12 7,6 72 12,1
Internet e outros meios 239 54,6 121 77,1 360 60,5
Outros meios 25 5,7 9 5,7 34 5,7
Quantos meios usa Não procura se informar 67 15,3 5 3,2 72 12,1 <0,001
para se informar Usa apenas 1 meio 102 23,3 22 14,0 124 20,8
2 ou+ meios 269 61,4 130 82,8 399 67,1
Procurou médico Não respondeu 6 1,4 2 1,3 8 1,3 <0,001
(ginecologista e Não 323 73,7 91 58,0 414 69,6
urologista) Sim 109 24,9 64 40,8 173 29,1
Relacionamento Ficando 55 12,6 20 12,7 75 12,6 0,071
Namorando 104 23,7 49 31,2 153 25,7
Solteiro 272 62,1 82 52,2 354 59,5
Casado 7 1,6 6 3,8 13 2,2
Tempo de relação Nunca teve 91 20,8 28 17,8 119 20,0 0,030
Não está em um 187 42,7 56 35,7 243 40,8
Menos de 2 meses 53 12,1 19 12,1 72 12,1
6 meses a 1 anos 47 10,7 15 9,6 62 10,4
Mais de 1 anos 60 13,7 39 24,8 99 16,6
Já teve relação Não 252 57,5 77 49,0 329 55,3 0,066
sexual Sim 186 42,5 80 51,0 266 44,7
Relação sexual Nunca teve 250 58,1 79 50,3 336 56,5 0,027
atual Não 78 17,8 21 13,4 92 15,5
Sim 110 25,1 57 36,3 167 28,1
Fonte: Elaborado pelo autor.

Na Tabela 4 é possível observar a seleção de variáveis estatisticamente


significativas quanto ao conhecimento dos sinais e sintomas das IST entre estudantes
jovens oriundos de uma Escola Técnica Profissionalizante de referência do estado do
68

Piauí. No que diz respeito ao sexo, identificou-se que o público masculino tem 64%
(IC95%: 0,23-0,55) menos chance de conhecer os sinais e sintomas das IST que o
feminino, ajustado às demais variáveis descritas na Tabela 03 (Escolaridade da mãe;
Sabe o que é IST; Camisinha; Vacinação; AIDS; Gonorreia; Meios de se informar;
Relação sexual) e com p-valor < 0, 001. Além disso, dos estudantes que responderam
saber o que é IST, apresentam 5,44 (OR: 5,44 IC95%: 1,8-16,45), vezes maior
chance de reconhecer os sinais e sintomas destas infecções comparado ao grupo que
relatou não conhecer IST.
Embora não estatisticamente significativo, a maior escolaridade da mãe
apresentou associação positiva com o conhecimento sobre IST, ou seja, quanto
maiores os anos de estudo das mães maiores as chances de os estudantes saberem
identificar os sinais e sintomas das IST.
Entre os fatores associados com o conhecimento dos sinais e sintomas das IST,
aqueles estudantes que citaram camisinha e vacinação como método de prevenção
apresentaram 2,59 (OR: 2,59; IC95%: 1,05-6,4) e 1,89 (OR: 1,89; IC95%: 1,23-2,91)
vezes maior chance de conhecer os sinais e sintomas comparados aqueles que não
citaram esses métodos, respectivamente. Em relação às infecções, estudantes que
reconhecem a AIDS e a gonorreia como IST apresentaram, nessa ordem, 1,94 (OR:
1,94; IC95%: 1,04-3,61) e 2,32 (IC95%: 1,5-3,58) vezes maior chance de conhecer
os sinais e sintomas em relação aqueles que não reconhecem essas doenças como
IST. Além disso, observou-se que a cada meio de informação houve um incremento
de 20% na chance de os estudantes conhecerem os sinais e sintomas das IST
(OR:1,2; IC95% 1,07 – 1,33) e que ter tido relação sexual aumentou em 43% a
chance de conhecer os sinais e sintomas da IST (OR: 1,43; IC95% 0,94-2,18). Essas
associações foram ajustadas com as variáveis descritas na Tabela 4.

Tabela 4. Seleção detalhada das variáveis estatisticamente significantes associadas ao


conhecimento dos sinais e sintomas das IST dos adolescentes estudantes de uma
escola pública profissionalizante de Teresina– PI.

OR OR
(bruta) 95%CI (ajustada) 95%CI p-valor
Sexo
Feminino 1,0 1,0
Masculino 0,31 (0,21-0,45) 0,36 (0,23-0,55) < 0,001
Escolaridade (mãe) (anos de estudo)
0 a 9 anos 1,0 1,0
10 a 12 anos 1,55 (0,99-2,42) 1,67 (1-2,79) 0,049
13 ou+ 1,88 (1,05-3,36) 1,71 (0,89-3,3) 0,107
Não soube informar 0,77 (0,3,1,98) 0,91 (0,32,2,62) 0,868
Sabe o que é IST
69

Não 1,0 1,0


Talvez 4,07 (1,32-12,56) 3,37 (1,1-1,38) 0,05
Sim 9,04 (3,24-25,23) 5,44 (1,8-16,45) 0,003
Método prevenção (Camisinha)
Não 1,0 1,0
Sim 6,78 (2,91-15,83) 2,59 (1,05-6,4) 0,039
Método prevenção (Vacinação)
Não 1,0 1,0
Sim 2,91 (1,99-4,26) 1,89 (1,23-2,91) 0,004
Conhece IST (AIDS)
Não 1,0 1,0
Sim 2,96 (1,69-5,18) 1,94 (1,04-3,61) 0,036
Conhece IST (Gonorreia)
Não 1,0 1,0
Sim 3,42 (2,31-5,06) 2,32 (1,5-3,58) < 0,001
Meios de se informar
Quantidade de meios 1,36 (1,24-1,5) 1,2 (1,07-1,33) 0,001
Relação sexual
Não 1,0 1,0
Sim 1,41 (0,98-2,03) 1,43 (0,94-2,18) 0,092

Fonte: Elaborado pelo autor.

A Figura 12 demonstra a interação entre a quantidade de meios que os


estudantes utilizam como fonte de pesquisa para se informar acerca da sintomatologia
das IST e o nível de escolaridade de suas mães. Neste gráfico, observou-se que a
probabilidade de os adolescentes conhecerem os principais sinais e sintomas das IST
aumenta conforme a quantidade de meios de informação usados e que esta relação é
mais acentuada quando o grau de instrução da mãe é maior (13 ou mais anos de estudo).
Dessa forma, estudantes que tem mães com níveis de escolaridade elevados (13
ou mais anos de estudo) e usam até 8 meios de informação tem, aproximadamente, 70%
de probabilidade de reconhecer as manifestações clínicas destas infecções, enquanto,
naqueles que tem mães com 0-9 anos de estudo, essa probabilidade é cerca de 30%.
70

Sinais e
Sintomas
Nível de Escolaridade
da Mãe
0 a 9 anos

10 a 12 anos

13 ou + anos

Figura 12. InteraçãoQuantidade de Meios de


entre a quantidade deInformação
meios de informação relacionados ao
nível de escolaridade da mãe do(a)s adolescentes estudantes de uma escola pública
profissionalizante de Teresina– PI.

A Tabela 5 mostra a distribuição dos estudantes em relação ao estado civil e o


uso de preservativos durante as relações sexuais. Essa análise foi feita somente com
os estudantes que declararam ter praticado relação sexual. O percentual de
adolescentes e jovens com estado civil “ficando”, namorando e outros (casado ou
união estável) que usavam preservativo somente “às vezes” foi de 50%, 49,6% e
63,6% respectivamente. Já 54,2% dos solteiros demonstram” sempre” usar
preservativos durante a relação sexual.
71

Tabela 5. Distribuição dos estudantes em relação ao estado civil associados à


prevalência do uso de preservativos nas relações sexuais do(a)s adolescentes
estudantes de uma escola pública profissionalizante de Teresina– PI.

Às vezes Nunca Sempre Total


Variáveis
n % n % n % n %
Ficando 23 50 5 11 18 39 46 17,6

Namorando 53 49,6 19 17,7 35 32,7 107 40,8

Solteiro 32 32,6 13 13,2 53 54,2 98 37,4


Outros 7 63,6 4 36,4 0 0 11 4,2
Total 115 43,8 41 15,6 106 40,6 262 100
Fonte: Elaborado pelo autor.

5.2 Análise Qualitativa

Já a abordagem qualitativa foi realizada por interações face a face, através de


entrevistas individuais semiestruturadas, essa análise foi composta por 34 estudantes
tanto do sexo feminino quanto masculino, sendo composto por 30 meninas e 4
meninos de todos os cursos profissionalizantes. Para manter o anonimato, foi
acrescido para o sexo feminino letra “F” e para o masculino a letra “M”, e um
número arábico que indica a sequência da entrevista realizada: (F01; M01), (F02;
M02), (F03; M03), e assim sucessivamente.
Na tabela 6 foi analisado o perfil do(a)s estudantes, sendo o estudo composto
por 34 adolescentes, do Ensino Médio profissionalizante, na faixa etária entre 15 e
20 anos. Eram estudantes de ambos os sexos, sendo a predominância de aluno(a)s
com 18 anos, cor parda, cisgênero, heterossexuais do curso de informática. A
pesquisa trata sobre o conhecimento e as atitudes que o(a)s estudantes têm em
relação as IST.
72

Tabela 6. Perfil do(a)s adolescentes estudantes de uma escola pública profissionalizante


do ensino médio de Teresina-Piauí.

Variáveis n° %
Idade
15 1 2,9
16 9 26,5
17 10 29,4
18 12 35,3
19 2 5,9
Total 34 100
Cor
Parda 23 67,6
Preta 4 11,8
Branca 7 20,6
Total 34 100
Identidade de Gênero
Cisgênero 34 100
Total 34 100
Orientação Sexual
Heterossexual 30 88,2
Bissexual 2 5,9
Lésbica 2 5,9
Total 34 100
Curso
Análises Clínicas 2 5,9
Edificações 4 11,8
Enfermagem 3 8,8
Farmácia 3 8,8
Informática 12 35,3
Manutenção Automotiva 1 2,9
Saúde Bucal 2 5,9
Segurança do Trabalho 7 20,6
Total 34 100

Fonte: Elaborado pelo autor.


Na Tabela 7 é possível identificar os diálogos das adolescentes do sexo
feminino e na Tabela 8 os adolescentes do sexo masculino. Nessas tabelas se
analisam o conhecimento dele(a)s em relação às IST, as conversas foram
divididas em categorias para melhor compreensão e análise, são elas: “O que
a(o)s estudantes sabem sobre IST?”; “Qual o sentido de se prevenir das IST?”; e
73

“O ambiente escolar é um meio importante de informação para se ter


conhecimento sobre as IST?”.
Tabela 7. Discrição dos diálogos das estudantes sobre aspectos relacionados ao
conhecimento, prevenção e informação das IST de uma escola pública
profissionalizante do ensino médio de Teresina-Piauí.

...eu me lembro de quase nada [das aulas sobre as ISTs]. Eu


não lembro de quase nada, praticamente de nada... eu não
tenho assim um entendimento (F06, F07, F08, F09, F10,
F11, F13, F15, F27).

O que as Acho que a saliva [transmite uma IST], o ar... não sei se
estudantes todas [ISTs] são...algumas são contagiosas, por conta de
um “toque”, outras não. Eu lembro que é bem perigoso, só
sabem sobre
lembro disso... (F01, F19, F20, F28, F29).
IST?

Ah! É a doença transmissível, não é? Pode se transmitir,


através de...relação sexual, com uma pessoa que tá
infectada. E...acho que com contato com o sangue da
pessoa [infectada], né? (F18, F24).

Às vezes, é porque deve doer ou machucar [usar


preservativo]... uma amiga minha, já me disse uma vez que
machuca a camisinha nela, e no caso quando a mulher diz,
tipo assim, quando a mulher é apertada, fala uma coisa
assim... Aí machuca, dizem que machuca com a camisinha,
sem a camisinha, não tanto (F01, F04, F05, F09, F11, F13,
F14, F19, F21, F23, F26, F27).

Bom...transar sem camisinha, não usar pílula, não se


prevenir, não saber se a outra pessoa tem doenças desse
porte (...) pode causar infecção, essas coisas e tal (F03,
F28).

Qual o sentido Não é a mesma coisa sexo com camisinha e sexo sem
camisinha, atrapalha na hora de sentir prazer (F19, F24).
de usar
preservativo nas
Tem gente que não [pensa], assim pensa nas consequências
relações sexuais?
direito [fazer sexo sem preservativo], mesmo as pessoas
falando muito, tem gente que...mesma assim, não se
importam com isso. Acho que é, que nunca vai acontecer
com ela só pode acontecer com os outros, com ela nunca
vai acontecer (F07, F15, F20, F22, F30).

A gente conversa sobre isso [usar preservativos na relação


sexual] com as amigas, uma delas disse que porque é uma
coisa muito artificial [preservativo], e aí nem sempre usa,
porque aí, não é a mesma coisa com ou sem [preservativo],
não é a mesma coisa (F10, F11, F24).
74

Bom, a pessoa não usar [preservativo]...eu nem sei o que


explicar, porque vai de cada casal... sei lá ou de cada pessoa
o motivo de não querer usar, tipo assim um ponto de
interrogação na cabeça, até porque se usa-se não aparecia
tantas meninas novas [grávidas], né? (F02, F13, F22, F25,
F26).

Ah! Em relação...de prevenir...na...relação sexual, explicou


um pouco sobre DSTs, e foi o básico mesmo (F04, F27,
F30)

Uma grande parte [de informação] eu adquiri mais


conhecimento das questões dessas doenças, foi mais aqui
na escola do que em casa. Porque em casa você tem um
tipo de conversa. A escola ela tem um papel muito
importante nisso (F26).

Aqui na escola, foi onde eu conheci, na verdade assim,


porque como eu te falei, que minha família não é muito de
falar sobre relação sexual comigo, praticamente com
ninguém, porque tipo eu vim descobrir, eu vim entender
O ambiente sobre relação...é DST, aqui na escola. (F13)
escolar é um
meio importante
de informação Ah! O meu curso é saúde, é da área da saúde, então eu
aprendi bastante sobre isso, só que tipo assim, eu não
para se ter
foquei para lhe falar a verdade, nisso. Não foquei, não sei
conhecimento
por quê, não sei se nunca me interessou... (F01)
sobre as IST?

Eu não sabia de algumas [ISTs], eu achei engraçado,


porque quando a gente sabe de uma doença, e que pode
superar daquele jeito. A gente começar a fazer modos
[estratégias] que não possa “pega” a doença. (F12)

....a sociedade vê isso [ISTs] como um tabu, falar sobre


ISTs, porque ISTs só dar [contrai] com quem faz coisas
erradas, e para a sociedade coisas erradas, é você ter mais
que um parceiro, então é! Precisa ser falado muito [sobre as
ISTs]. (F16)

Na maioria das vezes...A mulher é que sofre com tudo, tipo


lá...alguma doença. É sempre a culpa é da mulher, porque a
mulher...o órgão dela é mais visível. (F04, F17)

Fonte: Elaborado pelo autor.


75

Tabela 8 Discrição dos diálogos dos estudantes sobre aspectos relacionados ao


conhecimento, prevenção e informação das IST de uma escola pública
profissionalizante do ensino médio de Teresina-Piauí.

São doenças que são “pegas”, através do sexo [IST], e eu


acho que pela boca também [transmite IST], acho que pode
“pegar”. (M01).
É...por meio do contato sexual? [transmissão do HIV] Eu
acho que também, não sei se é ela é transmitido pelo...suor
O que os (M02, M04).
estudantes Você tenha [alguma IST], mas não saiba, e você tem que
sabem sobre saber identificar como, como seu corpo ‘tá’ (M02).
IST?
DSTs eu confundo, toda vez eu me confundo entre DSTs e
ISTs (M03).

A AIDS é mais prejudicial, porque a AIDS ainda não foi


encontrado a cura 100%, mas a sífilis tem cura (M03).

Acho que tem a pílula, também [prevenir contra as IST].


Não acho que a pílula é ‘pra’ mulher, né? (M01).

Não sei, acho que é por falta de...conhecimento [que as


pessoas não se previnem] (M01).

Na escola eles mostram que...é possível você se prevenir


[das IST], e ter como você saber as doenças (M04).

...quando você tem relações sexuais, se for com o parceiro


que é como namorado ou esposo. E vai ganhando aquela
confiança...confiança. Aí não, hoje nós vamos não usar
Qual o sentido
[preservativo], aí vamos fazer isso [sexo], sem
de usar preservativo. (M02).
preservativo nas
relações sexuais?
As pessoas se sentem mais à vontade sem preservativo, ou
então não gostam de usar [no sexo] (M03).

Eu acho que é algo muito pessoal, usa quem quer, todos nós
temos o direito de escolher, mas acho que seja muito
importante se prevenir porque essas doenças são
transmitidas pela relação sexual (M04).
76

Meu conhecimento é médio sobre as doenças, não conheço


quase nada (M01).

O ambiente Na escola eles mostram que...é possível você se prevenir


escolar é um [em todas relações sexuais]...E ter como você saber sobre
as doenças (M02)
meio importante
de informação
Professor do curso da área de saúde, já falou[sobre IST], e
para se ter
professor do nosso curso [curso de informática], também já
conhecimento falou, e isso é muito importante (M03)
sobre as IST?

É...acho que na escola com os amigos [conversam sobre


sexo], em casa eu acho que...acho que não. Assim, tem
muito respeito com os pais, então o medo [de conversar]
(M3 e M04)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Na Figura 13 é possível observar o jogo interativo sobre as IST em forma de


tabuleiro intitulado “CkecklIST” desenvolvido como tecnologia social e ferramenta
inovadora para disseminação de conhecimento sobre esta temática entre jovens
estudantes. Este instrumento de inovação científica foi apresentado na Feira de
Soluções de Saúde em Fortaleza - Ceará para população presente no evento, em que
observou-se a aceitação do jogo pelo público como metodologia ativa e eficiente de
disseminação de conhecimento, tendo em vista que a maioria dos participantes da
experiência ainda tinham dúvidas referentes à sintomatologia das IST.
Quando questionados sobre suas impressões à respeito da tecnologia, grande
parte do público refutou a importância da associação entre o conhecimento e
diversão como uma ferramenta mais atrativa e eficaz de aprendizado, com uma
linguagem simples e de fácil execução. Desse modo, o jogo pode ser implementado
como modelo alternativo de ensino sobre a temática em diversas instituições.
77

Figura 13.Tecnologia Social: Jogo Interativo Sobre as ISTs em Forma de Tabuleiro


Intitulado CkecklIST Apresentado na Feira de Soluções de Saúde, Fortaleza-Ceará
78

6. DISCUSSÃO

A adolescência é caracterizada por marcantes modificações anatômicas,


fisiológicas e psicossociais, sendo destacada como um período de transição entre a
infância e a idade adulta. Nessa fase, acontecem transformações significativas no
corpo, com o surgimento da afetividade, do interesse sexual e de muitos conflitos
comportamentais, dentre eles a ansiedade, a vergonha, a aflição, a insegurança, a
vulnerabilidade, possibilitando, por exemplo, o desenvolvimento da personalidade
(CABRAL; SANTOS; OLIVEIRA, 2015; RAMOS; MOURA; SOUSA, 2015).
Dessa forma, os adolescentes têm 2 a 3 vezes mais chances de serem infectados
por alguma IST do que os adultos, com a maior prevalência entre as idades de 15 a
19 anos. A relação sexual cada vez mais cedo, a curiosidade e a necessidade de
afirmação em grupos são os principais fatores que levam os adolescentes a se
envolverem em comportamentos sexuais de risco e não aderirem a medidas
preventivas, fato que os torna mais suscetíveis a adquirir IST (CUFFE et al., 2020;
PEDER et al., 2020).
As IST são uma epidemia encontrada em todo mundo e essas infecções são
transmitidas por contato sexual por uma pessoa que esteja infectada e não use
preservativos. O contato sexual inclui sexo oral, vaginal e anal. Essas infecções
englobam uma serie de vírus, fungos, protozoários e bactérias (ŚLUSARZ et al.,
2019).
Conhecer os sinais e sintomas mais comuns decorrentes de contaminação por
IST pode contribuir para o autocuidado e percepção das infecções pelos
adolescentes, pois o reconhecimento da sintomatologia representa um alerta para a
procura por serviços de saúde para a realização do diagnóstico e tratamento. O
conhecimento equivocado aliado à falta de informação e às condições biológicas
aumenta a vulnerabilidade para a transmissão de ISTs na adolescência (MARTINS et
al., 2013).
Na presente pesquisa ao se analisar o nível de conhecimento dos adolescentes
sobre as IST foi possível notar que a maioria do(a)s adolescentes de ambos os sexos
(73,6%) tinham entendimento mínimo ou nulo sobre as infecções (P<0,0001). Em
um estudo semelhante realizado na região Centro-Oeste e Sudeste com 109 e 360
adolescentes, respectivamente, mostrou que de fato apesar dos inúmeros meios de
divulgação, o(a)s estudantes tinham conhecimento insuficiente ou insatisfatório sobre
79

os principais sinais e sintomas das IST e em uma pesquisa feita em São Paulo
mostrou que 81% dos estudantes tinham dúvidas sobre a sintomatologia das
IST(CARVALHO et al., 2015; DE CASTRO et al., 2016; FERREIRA; MIRANDA;
BARONI, 2016).
Esses dados vão na contramão de um estudo realizado no Goiás com 105
adolescentes, no qual 97,1% destes tinham conhecimentos satisfatório sobre os sinais
e sintomas das IST (corrimento, úlceras genitais, coceira, dor ao urinar, feridas)
(CARVALHO et al., 2015). Resultado equivalente foi encontrado por CRUZ;
PAIXÃO, 2018, em um estudo com 185 adolescentes, em que mais da metade dos
jovens citaram úlceras e feridas, coceira, corrimento, e dor ao urinar como possíveis
sinais e sintomas das IST.
O conhecimento de adolescentes sobre os sintomas apresentados pelas IST
facilita a procura espontânea pelos serviços de saúde. No entanto, é importante
também expandir a difusão sobre a assintomatologia das IST que são responsáveis
pela maior parte das infecções prevalentes e incidentes e, assim podem ter o
diagnóstico retardado levando a sérias consequências negativas à saúde (ELIAS et
al., 2017)
As informações sociodemográficas são de suma importância no processo de
planejamento e tomada de decisão. Identificar o perfil dos adolescentes em relação
ao conhecimento sobre as IST é essencial para delinear e elaborar políticas voltadas
para o atendimento das demandas sociais.
Sendo assim, na presente pesquisa foi possível identificar o perfil
sociodemográfico do(a)s adolescentes relacionado ao seu nível de conhecimento
sobre os principais sinais e sintomas das IST. As adolescentes do sexo feminino
(72,6%) tinham mais conhecimento sobre as sintomatologias das IST em relação ao
sexo masculino (27,4%) com diferença estatisticamente significante (P<0,0001), e
ainda no que diz respeito ao sexo, identificou-se na análise de regressão logística
multinominal que o público masculino tem em 64% das vezes (IC95%: 0,23-0,55)
menos chances de conhecer as sintomatologias das IST que o grupo feminino, o que
está em consonância com outro estudo realizado no Rio de Janeiro com 768
estudantes em que as mulheres tinham 9% mais chances de conhecer sobre as IST
que os homens (FONTE et al., 2018).
Desse modo, ao se analisar esses dados através do estudo qualitativo permitiu-se
indiciar que apesar das meninas demonstrarem terem mais instruções sobre os sinais
80

e sintomas das IST vistos na abordagem quantitativa da pesquisa, este conhecimento


ainda pode ser insuficiente para o desenvolvimento de atitudes seguras e a
manutenção da saúde sexual destas jovens. Esses conceitos são possíveis de se
identificar nos seguintes diálogos:
...eu me lembro de quase nada [sobre as IST].
Eu não lembro de quase nada, praticamente de
nada... eu não tenho assim um entendimento
[Sobre as IST] (F6, F7, F08, F09, F10, F11,
F13, F15, F27).
Acho que a saliva [transmite uma IST], o ar...
não sei se todas [IST] são...algumas são
contagiosas, por conta de um “toque”, outras
não. Eu lembro que é bem perigoso, só lembro
disso... (F1, F19, F20, F28, F29).

É também possível observar que os meninos tinham um baixo conhecimento


sobre as IST e essa perspectivas é vista em face dos diálogos aqui descritos:

São doenças que são “pegas”, através do sexo


[IST], e eu acho que pela boca também
[transmite IST], acho que pode “pegar”. (M01).
É...por meio do contato sexual? [Transmissão
do HIV] Eu acho que também, não sei se é ela é
transmitido pelo...suor (M02, M04).
DSTs eu confundo, toda vez eu me confundo
entre DSTs e ISTs (M03).

As diferenças encontradas entre os sexos, caracterizando o sexo feminino como


maior detentor de conhecimento podem ser esclarecidos devido à nossa cultura que
na maioria das vezes preconizam somente à mulher o cuidado com a saúde e bem
estar da família, assim como pelas consequências da vivencia da sexualidade, como
riscos à aquisição de infecções transmitidas pela via sexual e possível gravidez
(TRONCO; DELL’AGLIO, 2012).
As IST, de um modo geral, não tem tanta evidência por ser algo invisível, pois
o (a)s adolescentes acreditam ser algo distante da sua realidade e assim considera
ser baixo ou não existir nenhum risco de contrair uma IST, uma vez que essas
infecções parecem ou não são vistas relevantes para o público juvenil (FONTES et
al., 2017).
Em conformidade com os dados obtidos, quanto à escolaridade dos estudantes
que participaram da pesquisa, foi evidenciado uma predominância de conhecimento
81

sobre a sintomatologia das IST entre os adolescentes do 3º ano do Ensino Médio


(56,7%). Em consonância com este estudo, uma pesquisa realizada entre
adolescentes de uma escola da rede pública revelou que o maior grau de
escolaridade implica em um menor grau de vulnerabilidade às estas infecções
(RODRIGUES et al., 2014). Contudo, os dados descritos neste estudo apontam
ainda que esse grupo deva ser prioritariamente, alvo de medidas preventivas e
campanhas educacionais, isto antes que possam ocorrer o abandono da escola e o
início da atividade sexual.
Segundo Gonçalves et al., (2013), outro aspecto importante é que pouco se
sabe sobre como os mais jovens entendem está temática, especialmente os menores
de 15 anos que são aqueles que se encontram nos anos iniciais do ensino médio e
em processo de iniciação sexual. O conhecimento inapropriado sobre as IST pode
levar a práticas que podem comprometer a saúde deste público, motivo pelo qual a
oferta e a qualidade das informações antes da primeira relação sexual devem ser
investigadas.
Em relação ao tipo de curso profissionalizante que os estudantes frequentam,
constatou-se que os adolescentes que não integram cursos da área da saúde
desconhecem mais sobre manifestações clínicas das IST (73,7%) do que aqueles
que estão inseridos neste campo de estudo (26,3%). Resultados semelhantes foram
descritos por Fonte et al., (2018), onde o nível de conhecimento dos estudantes
matriculados nos cursos de saúde é 10% maior que os estudantes oriundos de outras
áreas.
Em contrapartida, os achados encontrados em uma pesquisa sobre o
comportamento sexual de risco e conhecimento sobre IST/SIDA em universitários
da saúde revelaram que 52% do público estudado apresentou comportamento de
risco e conhecimento insuficiente sobre IST (SALES et al., 2016). Essa pesquisa
corrobora com dados de Spindola et al., (2019), sinalizando que os jovens que
estudam cursos de saúde também carecem de conhecimento sobre estas infecções,
não adotam condutas sexuais seguras e possuem baixa percepção de risco em suas
práticas sexuais.
No que tange ao reconhecimento sobre os sinais e sintomas das IST, deve-se
considerar também que os estudantes dos cursos de saúde, serão os futuros
profissionais que além de cuidar da saúde da população, serão formadores de
82

opinião, responsáveis por multiplicar ações educativas e, assim, carregam grandes


responsabilidades para com a sociedade (TEIXEIRA et al., 2018).
Na presente pesquisa também foi observado que 86% dos adolescentes que
assinalaram “Sim” quando questionados se “Sabe o que é IST?”, efetivamente, tem
capacidade de reconhecer os sinais e sintomas característicos destas infecções. O(a)s
estudantes que responderam saber o que é IST, eles tem 5,44 vezes maior chance, de
reconhecer os sinais e sintomas destas infecções comparados aqueles que disseram
não saber o que é IST (OR: 5,44; IC95%: 1,8-16,45).
Os resultados verificados são similares aos de um estudo realizado em Caxias
– Maranhão, que investigou o conhecimento sobre as IST por estudantes
adolescentes de escolas públicas. Conforme a investigação, 87,7% dos participantes
da análise responderam que têm entendimento sobre a temática abordada,
destacando que 81,5% destes tinham conhecimentos corretos sobre as IST e as
formas de transmissão (CARVALHO; PINTO; SANTOS, 2018).
Segundo uma avaliação efetuada por Garbin et al., (2010) sobre percepção de
adolescentes em relação as IST, 98,5% dos jovens relataram que em algum
momento já ouviram falar que estas infecções podem ser transmitidas durante a
relação sexual. Nesta perspectiva, outro estudo realizado no sul do Brasil
demonstrou que os adolescentes têm conhecimento sobre as IST, os riscos de
transmissão na relação sexual, a necessidade do uso de preservativo para a proteção
e que algumas delas não têm cura. Porém, são encontradas dúvidas e desinformação
quanto às formas de transmissão sem o contato sexual e o tratamento (SILVA;
JACOB; HIRDES, 2015).
Desse modo, diversas pesquisas sobre essa temática apontam que os
adolescentes possuem informações sobre as IST, contudo, este conhecimento é
insuficiente para promover mudanças nos comportamentos e condutas, por diversos
fatores, tais como a qualidade duvidosa e a restrita acessibilidade dessa informação,
que se mostra escassa e superficial, sendo assim, o simples fato de se ter
conhecimento sobre essas enfermidades não implica necessariamente na adoção de
medidas preventivas que serão essenciais a um autocuidado responsável
(ALBUQUERQUE et al., 2012; SYCHAREUN et al., 2013).
No que se refere à diferença entre os termos IST e DST, verificou-se que 82 %
dos adolescentes que assinalaram existir uma distinção entre as terminologias não
foram capazes de perceber os sinais e sintomas das IST de forma satisfatória. A alta
83

taxa de acertos em relação à distinção das siglas mostra que campanhas de


informação têm conseguido atingir o público jovem. Entretanto, estas campanhas
ainda se revelam insuficientes para identificação das manifestações clínicas destas
infecções entre os adolescentes.
Em face ao exposto, Santos et al., (2017) observou dados divergentes entre
adolescentes escolares. Neste estudo foi verificado que o termo IST ainda não é de
amplo conhecimento entre a população estudantil quando comparado ao termo DST
que é mais, notadamente, compreendido pelos estudantes. Desse modo, no
ambiente escolar existe a necessidade de desenvolvimento de estratégias que
possibilitem o acesso de informações atualizadas e seguras ao público adolescente.
Visto que, desde o início do ano de 2016, o Ministério da Saúde adotou o
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: Atenção Integral às Pessoas com
Infecções Sexualmente Transmissíveis, onde o termo DST passou a ser substituído
por IST, em consonância com a terminologia adotada mundialmente e recomendada
pela OMS. Com a alteração do termo, passa-se a ideia de que indivíduos podem ter
e transmitir a infecção através de atos sexuais inseguros, ainda que sem apresentar
sinais e sintomas, e que uma vez detectada pode e deve ser tratada e sempre
prevenida (Silva et al., 2018).
No que tange às IST que conhecem, a aids (89,8%) foi a infecção mais
mencionada e as hepatites B e C (38,9%) foram as menos reportadas pelo público
estudado que detém entendimento sobre os sinais e sintomas destas infecções. Em
concordância com os dados obtidos nesta análise, os adolescentes que afirmam
conhecer a aids tiveram 1,94 (IC95%: 1,04-3,61) vezes maior chances de identificar
as manifestações clínicas das IST do que aqueles que declararam o
desconhecimento desta infecção, isto é, quando associado às variáveis “sexo”,
“escolaridade da mãe”, “sabe o que é IST?”, “prevenção com camisinha”,
“prevenção com vacinação”, “Conhece gonorreia?”, “meios de informar” e “relação
sexual”. Nesta pesquisa, também foi evidenciado que os adolescentes que declaram
reconhecer a gonorreia como IST, apresentam 2,32 (IC95%: 1,5-3,58) maior chance
de perceber os sinais e sintomas destas infecções quando ajustado às demais
variáveis descritas anteriormente.
Os resultados constatados nesta pesquisa se assemelham aos achados descritos
na literatura entre as avaliações voltadas para o entendimento dos adolescentes
sobre as IST. Nestes estudos, a aids também configura-se como a IST mais
84

conhecida entre os jovens brasileiros, conforme demonstrado por Padilha et al.,


(2015), onde 100% declararam reconhecer a síndrome da imunodeficiência
adquirida. Similarmente, Carleto et al., (2010); Costa et al., (2013); Jardim et al.,
(2013) e Malta, Martins e Almeida, (2013) também verificaram que a aids é
infecção mais identificada pelos escolares.
Os dados aqui apresentados retratam o desafio de se pensar em prevenção com
a atual resposta em educação em saúde que tem sido empregada. As IST sempre
foram tratadas de forma generalizada e abrangente, com exceção da aids que obteve
maior destaque nas políticas de prevenção. A falta de visibilidade das infecções, das
suas respectivas formas de transmissão, da incidência, dos sintomas e das
consequências para a saúde, suscita a luta com o desconhecido e demanda incerteza
e dúvida entre os jovens que não conseguem identificar o perigo que os circunda
(ARAUJO et al., 2012).
No tocante ao atendimento médico (ginecologista e urologista), 73,7% dos
adolescentes que não procuram os serviços de saúde, também não conseguem
identificar as manifestações clínicas das IST. Este fato ocorre, segundo Gomes et
al., (2011), porque durante a adolescência, pouco ou nada se fala acerca da consulta
ginecológica/urológica como procedimento de promoção de saúde, necessário antes
mesmo da iniciação sexual. Assim, inúmeros são os adolescentes que a percebem
apenas como um procedimento constrangedor, capaz de detectar patologias ou de
revelar sua própria intimidade.
Na prática médica, para lidar com pacientes adolescentes o profissional
necessita sempre ponderar para definir os limites da confidencialidade frente aos
riscos aos quais são expostos os jovens nesta faixa etária. Com este cuidado e a
atenção direcionada ao desenvolvimento de uma relação pautada na confiança e
empatia, pode estabelecer uma relação médico-paciente voltada a assegurar a saúde
e a qualidade de vida dos adolescentes que assiste (KROGH et al., 2012).
Portanto, conforme Arozqueta et al., (2011) os serviços que prestam
atendimento aos adolescentes também devem levar em considerações as
características próprias desta faixa etária, diferenciando-as das demais. Desta
forma, a abordagem e a orientação dos adolescentes devem ser pautadas nos
aspectos culturais, psicossociais e biológicos que os envolvem. Contribuindo, desse
modo, para o aumento das possibilidades de sucesso dos serviços de saúde e
conhecimento seguro dos adolescentes sobre esta temática.
85

Neste estudo, tendo em consideração ao tipo de relacionamento dos


participantes da pesquisa, verificou-se que os adolescentes solteiros desconhecem
mais sobre os aspectos clínicos das IST (62,1%). Este dado é preocupante, tendo
em vista que algumas pesquisas apontam que os jovens solteiros são mais
propensos a realizar prática sexual desprotegida e com múltiplos parceiros,
aumentando, desta maneira as chances de exposição às IST (AMARAL et al., 2017;
SILVA et al., 2016).
Em relação à atividade sexual, através desta pesquisa, observou-se que ter tido
relação sexual aumentou em 43% as chances do(a)s adolescentes de reconhecer a
sintomatologia aparente das IST, quando comparado aqueles que não vivenciaram
estas relações (OR: 1,43; IC95% 0,94-2,18). Entretanto, embora as tendências do
comportamento sexual dos adolescentes sexualmente ativos sejam mais positivas
nos últimos anos, quanto mais tarde eles iniciarem a vida sexual, mais protegidos
estão das suas consequências negativas, como a gravidez indesejada, as IST e o
impacto psicológico negativo das relações precoces (FERREIRA; TORGAL,
2011).
Em face do exposto, o início da relação sexual adiantada entre os adolescentes
é um fator decisivo para que se tenha um aumento no índice de jovens com IST, e
uma das causas disso é devido à ausência de informações sobre a vida sexual e
como se prevenir contra essas patologias (SOARES et al., 2015). Assim como, a
mudança psicológica comum nessa fase da vida modifica o pensar e o agir dos
adolescentes na medida em que o novo surge, e com isso iniciam cada vez mais
cedo as relações sexuais, sem o devido conhecimento sobre as IST (GONÇALVES
et al., 2016).
Diante disso, no presente estudo foi possível notar que os adolescentes que já
haviam praticado alguma relação sexual e com estado civil “ficando”, namorando e
outros (casado ou união estável) usavam preservativo somente “às vezes” em 50%,
49,6% e 63,6% respectivamente dos casos. Enquanto 54,2% dos solteiros
demonstram” sempre” usar preservativos durante a relação sexual. Em
contrapartida um estudo realizado no Rio de Janeiro com 89 jovens constatou que
74% usaram preservativo na última relação com parceiro eventual. Na relação com
parceiro fixo, apenas 38,8 % dos jovens usam o preservativo (D’AMARAL et al.,
2015). Plutarco et al., (2019) discutem que relacionamentos de longa duração,
podem ocasionar dificuldades na promoção de comportamentos sexuais saudáveis e
86

seguros. Acredita-se que existe associação entre o envolvimento afetivo e a


desvalorização dos comportamentos de prevenção face à doença.
Sendo assim, apesar do conhecimento sobre as IST e o uso do preservativo
entre os jovens, ainda é relativamente alto o número daqueles que não usam o
preservativo durante as relações sexuais, o que aumenta a prevalência de pessoas
infectadas com o HIV e outras IST como mostra um estudo feito em São Paulo com
191 estudantes (BRUM; CARRARA, 2012)
Têm sido um fenômeno global as IST entre os adolescentes, sendo na
atualidade como um dos mais importantes problemas de saúde pública. Entre os
jovens, a não adesão às formas de prevenção, correlacionada ao início da vida
sexual, tornam esta parcela da população mais passível a estas infecções (MORAES
et al., 2019).
A pesquisa revelou que a parcela dos adolescentes que quando questionados
sobre “Sabe como se prevenir de uma IST?” 81,5% dos jovens que assinalaram
“Sim” também conseguiram identificar os indícios clínicos destas infecções.
Sugerindo assim, que esse público pesquisado possui certo grau de conhecimento
sobre as IST e os métodos profiláticos. Esses dados corroboram com estudo
realizados na Bahia e no Paraná com 185 e 397 estudantes em que 68,2% e 91,6%
dos estudantes, respectivamente, sabiam somo se prevenir das IST (CRUZ;
PAIXÃO, 2018; SILVA; MELLO, 2019).
Em contrapartida, 51,4% dos estudantes que não são capazes de reconhecer os
sinais e sintomas destas enfermidades julgam saber como preveni-las. Apesar da
maior parte da população brasileira saber que o uso do preservativo é a melhor
maneira de prevenir as IST, o seu uso está longe de atingir níveis satisfatórios
(DOURADO et al., 2015).
No Brasil, observa-se uma série de campanhas de prevenção às IST, com o
estímulo ao uso do preservativo masculino. No entanto, o simples repasse de
informações de modo verticalizado, sem reflexão crítica e participação ativa do
adolescente nesse processo, tem dissociado a informação da adoção de práticas
preventivas (RUSSO; ARREGUY, 2015).
É possível também se observar nos diálogos do(a)s estudantes quando feita as
entrevistas individuais, que os mesmos acham importante utilizar o preservativo,
mas que de certo modo a utilização causa desconforto na relação sexual e isso faz
com que ocorra a desistência do uso durante o sexo.
87

Às vezes, é porque deve doer ou machucar


[usar preservativo] ... uma amiga minha, já me
disse uma vez que machuca a camisinha nela, e
no caso quando a mulher diz, tipo assim,
quando a mulher é apertada, fala uma coisa
assim... Aí machuca, dizem que machuca com a
camisinha, sem a camisinha, não tanto (F01,
F04, F05, F09, F11, F13, F14, F19, F21, F23,
F26, F27).
Não é a mesma coisa sexo com camisinha e
sexo sem camisinha, atrapalha na hora de sentir
prazer (F19, F24).
As pessoas se sentem mais à vontade sem
preservativo, ou então não gostam de usar [no
sexo] (M03).

A principal maneira de se prevenir uma IST é através da utilização do


preservativo (masculino ou feminino). Ele é de fácil alcance e a sua
disponibilização é gratuita pelos serviços de saúde pública brasileira. Entretanto,
nota-se que existe uma resistência por parte dos adolescentes para adotá-lo nas
relações sexuais, devido a inúmeros fatores dentre eles temos: o medo do seu uso,
ou negociar o uso com parceiro ou parceira, vergonha em comprar ou pega-lo,
confiança no parceiro e a falta de conhecimento sobre a sua finalidade e benefício
(SOUZA; MUÑOZ; VISENTIN, 2020).
Desse modo, na presente pesquisa foi possível observar que o método de
prevenção que o(a)s adolescentes mais conhecem são os preservativos masculino e
feminino (camisinhas) e o que eles menos relatam é o PrEP. Quando analisado a
parcela dos ínvidos que sabiam sobre as sintomatologias das infecções 96,2%
indicaram a camisinha, 50,3% a vacinação e 9,6% o Prep como métodos
preventivos, sendo que destes 29,9% estudantes afirmaram conhecerem todos os
métodos citados (p<0,001).
Esses dados vão de consonância com achados de estudos com 615 e 360
aluno(a)s, no qual 73% e 95,2% afirmaram que a camisinha seria o principal
método preventivo (ANJOS et al., 2012; KRABBE et al., 2017). A PrEP é um
método de prevenção contra o HIV que ainda é pouco discutido no meio juvenil
devido ele ainda não ser muito divulgado, e de certo modo recente, mas dados
mostram que existem a diminuição em até 95% dos casos de HIV em países que
adotam o uso desse medicação em larga escala e uma possível elevação nas taxas
88

de outras IST (HARAWA et al., 2017; HILL et al., 2020; MAYAUD;


LMCCARTNEY; MABEY, 2020).
Assim, o preservativo masculino é o método contraceptivo mais utilizado no
segmento jovem, tanto entre os homens quanto entre as mulheres. Contudo uma
pesquisa realizada na Espanha com 151 alunos levantou que a principal razão para
o uso do preservativo masculino seria para evitar uma gravidez (56,9%) e uma
minoria seria para prevenir alguma IST (9,5%) (RODRÍGUEZ; MUÑOZ;
SÁNCHEZ, 2016).
É importante destacar, que o uso de preservativo é um método eficaz para
prevenir as IST e a análise de regressão logística da presente pesquisa demonstra
que saber que a camisinha é um método de prevenção aumenta em até 2,59 vezes a
chance do adolescente conhecer os principais sinais e sintomas das IST (OR=2,59;
IC95%: 1,23-2,91) (MESQUITA et al., 2017). Além disso, várias infecções podem
ser prontamente prevenidas através da vacinação (Hepatite B, HPV) assim como é
possível ressaltar neste estudo que os adolescentes que reconheciam a vacinação
como método de prevenção tinham 89% maior chance de conhecer as
sintomatologias dessas infecções (OR=1,89; IC95%: 1,23-2,91) (HERWEIJER et
al., 2016; NALEWAY et al., 2020; VIEGAS et al., 2019). Outras, como a gonorreia
ou sífilis, são curáveis com regimes antibióticos apropriados, permitindo assim a
prevenção de sequelas a longo prazo (HOOK, 2016; KERANI et al., 2015). No
entanto, a conscientização da existência e do risco de diferentes IST são pré-
requisitos para a utilização efetiva de opções preventivas e curativas.
Alguns adolescentes veem o risco de não se utilizar o preservativo e poder
contrair alguma infecção e isso é um fator positivo, pois assim eles têm consciência
crítica da situação em que se encontram.
Tem gente que não [pensa], assim pensa nas
consequências direito [fazer sexo sem
preservativo], mesmo as pessoas falando muito,
tem gente que...mesma assim, não se importam
com isso. Acho que é, que nunca vai acontecer
com ela só pode acontecer com os outros, com
ela nunca vai acontecer (F07, F15, F20, F22,
F30).

Na escola eles mostram que...é possível você se


prevenir [das IST], e ter como você saber as
doenças (M04).
89

Eu acho que é algo muito pessoal, usa quem quer


[preservativo], todos nós temos o direito de
escolher, mas acho que seja muito importante se
prevenir porque essas doenças são transmitidas
pela relação sexual (M04).

O uso da camisinha citado pelos adolescentes participantes da pesquisa é um


fator positivo de proteção, mas deve-se levar em conta o seu uso em todas as
relações sexuais, caso contrário, o adolescente torna-se vulnerável às IST (ROSEN
et al., 2018). No entanto, seu uso requer motivação. Pesquisas mostram que os
adolescentes consideram o uso do preservativo principalmente como um método
para prevenir a gravidez e não uma IST (KRABBE et al., 2017; ROSEN et al.,
2018).
A adolescência é um momento da vida em que o indivíduo está em processo de
aprendizagem, nessa fase ele se encontra mais aberto que os adultos para adotar
novos comportamentos, por isso que pessoas com menos de 20 anos são escolhidas
como parte do público prioritário para a educação em saúde. É importante destacar
que o nível de conhecimento sobre as IST não é suficiente para que uma pessoa
assumir ações de proteção, entretanto a falta de informações básicas acarreta no
aumento da vulnerabilidade. A construção do conhecimento não está limitada a
questões informativas, mas envolve a percepção individual do problema, a
compreensão e a capacidade de interpretar informações (PETRY et al., 2019)
A informação é primordial para a possível mudança de comportamento de risco
que o(a)s adolescentes podem desenvolver. Nesta pesquisa, os meios de informação
que o(a)s estudantes usam para obter conhecimento sobre as IST são diversos.
Porém, é possível observar que utilizar a internet junto com outros meios de
informação é importante para os jovens terem mais referências sobre o assunto.
Desse modo, usar “internet e outros meios” foi a fonte de conhecimento mais
elencada pelos adolescentes que demonstraram conhecer os sinais e sintomas das
IST (77,1%). Ainda assim, observou-se que a quantidade de meio acessada foi
mais importante, sendo que a cada meio de informação a mais usado pelos
estudantes havia incremento de 20% na chance de os estudantes conhecerem os
sinais e sintomas das IST (OR:1,2; IC95% 1,07 – 1,33).
Neste contexto, conforme Albuquerque et al., (2012), com o advento das redes
sociais, a juventude tem utilizado a internet rotineiramente, possibilitando o diálogo
entre pessoas da mesma idade para falar sobre diversos assuntos, tais como relações
90

afetivas, incluindo o sexo, envolvendo também o tema relativo às IST. Portanto, o


que se observa é que essa ferramenta de comunicação pode não somente ser uma
fonte de informação, mas também de troca de experiências entre esses adolescentes.
Considerando este cenário, as tecnologias da informação e comunicação podem
ser importantes aliadas no processo de aprendizagem dos adolescentes, uma vez
que podem tornar os conteúdos disponíveis mais atrativos. O interesse que os
adolescentes possuem por tecnologias produzem automotivações que repercutem
positivamente no aprendizado e em suas escolhas na sua trajetória de vida. Isso
remete a necessidade de incorporá-las no ambiente escolar, no contexto familiar e
comunitário e também com vistas à promoção de sua saúde e prevenção de doenças
(CAVALCANTE et al., 2017).
Por outro lado, é preciso que os adolescentes desenvolvam habilidades para
utilizar destas tecnologias para acessar, selecionar as melhores fontes de
informação e apropriar-se delas para intervir sobre a sua própria saúde, bem como
transformar sua realidade (SEHNEMA et al., 2015). O acesso à informação
qualificada sobre essa temática é um direito do adolescente, que precisa ser provido
no âmbito da escola e dos serviços de saúde que atendam a população na referida
faixa etária (SEHNEM et al., 2018).
O(a) adolescentes encontram na escola um lugar onde podem interagir e trocar
informações. O ambiente escolar é um importante espaço em que o(a)s estudantes
podem trocar ideias e aprender sobre as IST.
Uma grande parte [de informação] eu adquiri
mais conhecimento das questões dessas doenças,
foi mais aqui na escola do que em casa. Porque
em casa você tem um tipo de conversa. A escola
ela tem um papel muito importante nisso (F26).
Aqui na escola, foi onde eu conheci, na verdade
assim, porque como eu te falei, que minha
família não é muito de falar sobre relação sexual
comigo, praticamente com ninguém, porque tipo
eu vim descobrir, eu vim entender sobre
relação...é DST, aqui na escola. (F13).
....a sociedade vê isso [IST] como um tabu, falar
sobre ISTs, porque ISTs só dar [contrai] com
quem faz coisas erradas, e para a sociedade
coisas erradas, é você ter mais que um parceiro,
então é! Precisa ser falado muito [sobre as ISTs].
(F16)
91

É...acho que na escola com os amigos


[conversam sobre IST], em casa eu acho
que...acho que não. Assim, tem muito respeito
com os pais, então o medo [de conversar] (M3 e
M04)
Professor do curso da área de saúde, já falou
[sobre IST], e professor do nosso curso [curso de
informática], também já falou, e isso é muito
importante (M03)

Diferentemente dos achados obtidos nesta pesquisa, um estudo sobre


conhecimentos de adolescentes de uma escola pública sobre a transmissão sexual
do HIV desenvolvido por Chaves et al., (2014) verificou que este público obtém
mais informações por meio da televisão e da escola. Fato que reforça a ideia que a
aids tem maior destaque nas políticas de prevenção quando comparado às demais
IST. Apesar da ampla divulgação de informações acerca desta temática no país,
muitos jovens ainda não adotam práticas seguras, o que aponta uma dissociação
entre o acesso à informação desse saber em condutas no cotidiano dos adolescentes.
Em face do exposto, muitos adolescentes também procuram os familiares para
se informar sobre a temática abordada. Desse modo, o grau de instrução adequado
dos pais é fundamental para o esclarecimento das dúvidas destes jovens. Neste
estudo, foi evidenciado que a maior escolaridade das mães aumenta as chances dos
estudantes reconhecerem os sinais e sintomas das IST, isto é, quando ajustada às
demais variáveis descritas na Tabela 3.0. A presente pesquisa também demonstrou,
estudantes que tem mães com níveis de escolaridade elevados (13 ou mais anos de
estudo) e usam até 8 meios de informação tem, aproximadamente, 70% de
probabilidade de reconhecer as manifestações clínicas destas infecções, enquanto,
naqueles que tem mães com 0-9 anos de estudo, essa probabilidade é cerca de 30%
(Figura 12).
Em consonância com este estudo, uma pesquisa realizada por Malta et al.,
2011, revelou que quanto maior a escolaridade materna, menor o percentual de
escolares que já tiveram relação sexual alguma vez na vida. Esses números podem
propor que os jovens que moram com seus pais ainda apresentam talvez mais
instrução, sendo levados a uma iniciação sexual mais tardia, em sua maioria. Daí a
importância da família como um ambiente primário de educação sexual, mas que
infelizmente nem sempre ocorre e que é por vezes transferido para a escola
(LINHARES; ASSIS; MANGIAVACCHI, 2018).
92

Entretanto, em muitos casos, os pais transferem a responsabilidade da educação


sexual para a escola. Nesse contexto, a escola e o Estado devem caminhar juntos
em busca de uma educação que contemple essa temática na sua transversalidade. É
importante que os pais não deleguem a outros a tarefa de falar com os filhos sobre
sexo e sexualidade, também é fundamental saber qual a forma mais adequada para
abordar o assunto (SANTOS et al., 2017). Em vista disso, o incentivo ao diálogo
com os pais bem instruídos e o incremento da educação no país para que os
adolescentes qualifiquem as relações familiares poderão apresentar reflexos
imediatos na saúde sexual e reprodutiva da população (GENZ et al., 2017).
É fundamental a adoção de medidas educativas mais eficientes para
transmissão de informações sobre IST com isso o uso de tecnologias sociais tem o
intuito de ajudar o(a)s estudantes a desenvolverem mais conhecimento sobre os
assuntos. O jogo é uma metodologia inovadora e eficaz de ensino e disseminação
de conhecimento para população juvenil. Nessa perspectiva, o jogo aparece como
ferramenta para modificar o paradigma de ação educativa no cuidado e promoção à
saúde, pois o lúdico contempla critérios de uma aprendizagem efetiva e pode
promover aquisição de conhecimentos e estímulo à ações de prevenção, controle
dos agravos à saúde e atitudes transformadoras para a modificação de hábitos por
meio de um ambiente (MARIANO et al., 2013).
Este estudo teve como limitações alguns pontos, dentre eles podemos citar: um
fator limitante foi a adesão dos alunos do sexo masculino as entrevistas individuais
(abordagem qualitativa), provavelmente por se tratar de um assunto interditado os
meninos não se sentem à vontade em dialogar sobre esses assuntos e o período
letivo da escola, pois as escolas tem momentos de férias e assim a pesquisa de
campo acompanha essas etapas.
93

7. CONCLUSÃO
 A maioria do(a)s aluno(a)s não sabiam quais eram os principais sinais e
sintomas das IST, isso é preocupante, pois esses jovens estão na fase de
iniciação sexual;
 O HIV é a principal IST reconhecida pelo(a)s estudantes, em face de uma vasta
gama de ações publicitárias em torno dessa infecção;
 A promoção da saúde precisa ser mais bem incorporada uma vez que esta tem
como finalidade influenciar positivamente a escolha e manutenção de práticas
saudáveis e dificultar as práticas de risco;
 A prevenção é uma das principais formas de inibir as IST e o estudo demonstra
que ainda existe um grande desconhecimento em relação a esse tópico em ambos
os sexos;
 Só utilizar “às vezes” o preservativo durante o ato sexual pode ser um agravante
para a transmissão das ISTs entre o(a)s adolescentes;
 São necessárias ações educativas que visem o fornecimento de informações
fidedignas e especificas e com amplo acesso direcionadas a população de
adolescentes e jovens;
 Foi observado que o nível de escolaridade da mãe associado a quantidade de
meios de informação que o(a)s aluno(a)s utilizam está intrinsicamente
relacionado ao conhecimento dos principais sinais e sintomas das IST. Quanto
maior o nível de escolaridade das mães e meios de informação que o(a)s
aluno(a)s usam mais chances vai ter deles saberem sobre as sintomatologias das
IST.
94

8. PERSPECTIVAS

 A capacitação dos professores é uma prerrogativa imprescindível para a


melhoria do conhecimento do(a)s jovens e adolescentes sobre a temática;
 Intervenções educacionais poderão ser foco de investimentos ao passo que
estudiosos, profissionais de saúde e sobretudo o(a)s jovens compreendam as
expressões da sexualidade na juventude e a abordem nos contextos em que
vivem. As percepções contribuirão no planejamento de ações e implementação
de políticas que proporcionem o desenvolvimento físico e social saudável dos
adolescentes e dos jovens.
 Ressalta-se a importância de exercer a educação em saúde como instrumento
facilitador para a mudança do comportamento sexual, devendo ser promovida
para além dos serviços de saúde, incluindo o âmbito escolar, de modo que os
jovens consigam refletir sobre seus conhecimentos e incorporá-los às práticas
sexuais, podendo exercê-las de forma segura;
 Dessa forma, como profissionais da saúde devemos estar atentos a promover
saúde de forma integral e respeitadora das diferenças, contextos e de percursos
de vida, condições objetivas e subjetividades dos adolescentes, abordá-los
individualmente e como sujeito social, trazê-los para o sistema de saúde e
adquirir a confiança deles, a fim de trabalhar ao lado da saúde em geral e a saúde
sexual, tendo em vista o atual quadro epidemiológico, para diminuir as
vulnerabilidades nas experiências sexuais e em face do risco de contrair alguma
IST;
 Estes resultados podem auxiliar as autoridades de saúde no desenvolvimento de
novos estudos e de estratégias de prevenção e tratamento destas infecções, bem
como na promoção da saúde da população jovem.
95

9. AGRADECIMENTO

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de


Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
96

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112

APÊNDICE A- QUESTIONÁRIO DA PESQUISA QUANTITATIVA PARA


OBTENÇÃO DE DADOS SOCIODEMOGRÁFICAS

QUESTIONÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO
*Obrigatório

1. Qual é o seu gênero? * Marcar apenas uma


oval.

Feminino
Masculino
Transgênero
Prefiro não dizer

2. Qual é a sua idade? *

3. Você está se relacionando com alguém? *


Marcar apenas uma oval.

Sim
Não

4. Qual é o status do seu relacionamento? *


Marcar apenas uma oval.

Casado(a)
Separado(a)
Divorciado(a)
Solteiro(a)
União estável
Namorando(a)
"Ficando"

5. A quanto tempo você está no seu mais


novo relacionamento? * Marcar apenas uma
oval.

Não estou em nenhum tipo de relacionamento no momento


Nunca tive um relacionamento
A menos de 1 mês
De 1 a 2 mês
113

De 3 a 6 mesês
Mais de 1 ano
6 Se você não está em um relacionamento, há quanto tempo foi seu último
relacionamento?

*
Marcar apenas uma oval.

Estou em um relacionamento
Nunca tive um relacionamento
A menos de 1 mês
De 1 a 2 mês
De 3 a 6 mesês
Mais de 1 ano

7. Qual o seu grau de escolaridade? *


Marcar apenas uma oval.

1 º ano do Ensino técnico


2 º ano do Ensino técnico
3 º ano do Ensino técnico EJA

8. Qual curso você estuda? * Marcar


apenas uma oval.

Análises clínicas
Farmácia
Enfermagem
Saúde bucal
Informática
Manutenção e Suporte em Informática
Edificações
Segurança do Trabalho
Manutenção Automotiva
EJA

9. Você mora com que tipo de família?


* Marcar apenas uma
oval.

Família biparental (formado por 2 pessoas mãe e pai)


Família Monoparental ( formado só por um pai ou só uma mãe)
Família homoparental (formado por dois pais ou duas mães)
Companheiro (a)
114

Avós
Abrigos públicos
Sozinho(a)
Filhos
República
Outro familiares (tios e / ou primos)
10 Qual foi o curso mais elevado que a sua mãe
completou? * Marcar apenas uma oval.

Analfabeto(a)
Ensino fundamental incompleto
Ensino fundamental completo
Ensino médio incompleto
Ensino médio completo
Superior incompleto
Superior completo
Não sei informar

11. Qual foi o curso mais elevado que o seu


pai completou? * Marcar apenas uma
oval.

Analfabeto(a)
Ensino fundamental incompleto
Ensino fundamental completo
Ensino médio incompleto
Ensino médio completo
Superior incompleto
Superior completo
Não sei informar

12. Qual é a renda média de sua família? *


Marcar apenas uma oval.

Menos de 1 salário mínimo


1 a 2 salários mínimos
3 a 4 salários mínimos
Mais de 5 salários mínimos

13. Quantas pessoas moram com você? *


Marcar apenas uma oval.
115

1
2
3
4
5
Mais de 5
Moro sozinho
14 Quantas pessoas dormem no mesmo cômodo que
você? * Marcar apenas uma oval.

1
2
3
Mais de 3
Durmo sozinho

15. Quantos cômodos tem sua casa? * Marcar


apenas uma oval.

1
2
3
4
5
Mais de 5

16. Qual bairro você mora? *

17. Como você se classifica em relação à sua cor


ou raça? * Marcar apenas uma oval.

Branca
Preta
Amarela
Parda
Indígena
Outra
Não sei responder

18. Você têm alguma religião? * Marcar apenas uma


oval.
116

Sim
Não

19. Você segue a mesma religião da sua família? *


Marcar apenas uma oval.

Não tenho religião/doutrina


Sim
Não
20 Qual religião/doutrina você segue? *
Marcar apenas uma oval.

Não tenho religião


Budismo (templos Budistas)
Catolicismo (igrejas Católicas)
Protestantismo (igrejas Evangélicas)
Adventismo (igrejas Adventistas)
Mormonismo (igrejas Mórmons)
Testemunhas de Jeová (salões de assembléias)
Espiritismo (templos Espiritas)
Candomblé (terreiros)
Umbanda (terreiros)
Islamismo (mesquitas)
Outras

21. Você trabalha? * Marcar apenas


uma oval.

Sim
Não

22. Você tem carteira assinada? * Marcar


apenas uma oval.

Não trabalho
Sim
Não

23. Qual é a sua profissão? *


Se você não tem uma profissão escreva
"Eu não trabalho"
117

24. Quais e quantos dos itens abaixo existem


na casa onde você mora? * Marcar apenas
uma oval por linha.

25 Qual ou quais aplicativos você usa no dia a dia? *


Marcar apenas uma oval por linha.
Sim Não
Facebook
Instagram
Whatsapp
Tinder
Snapchat
Youtube
Twitter
Grindr
Outros
Usa aplicativos?

26. Você faz ou já fez uso de fumo (tabaco)? *


Marcar apenas uma oval.

Sim
Sim. Mas já parei
Nunca

27. Se sim, com que idade você iniciou? * Se


não usa ou usava escrever " Eu nunca fumei"

28. Você faz ou já fez uso de bebida alcoólica? *


Marcar apenas uma oval.

Sim
Sim. Mas já parei
118

Nunca

29. Se sim, com que idade você iniciou? * Se


não usa ou usava escrever " Eu nunca bebi
álcool"

30. Você faz ou já fez uso de drogas ilícitas


(maconha, crack, cocaína, lança perfume e
outros)? *
Marcar apenas uma oval.

Sim
Sim. Mas já parei
Nunca

31. Se sim, com que idade você iniciou? *


Se não usa ou usava escrever " Eu nunca
usei"

INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS


32 Você sabe o que são Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)? *
Marcar apenas uma oval.

Sim
Não
Talvez

33. Você sabe o que são Doenças Sexualmente


Transmissíveis (DST). * Marcar apenas uma
oval.

Sim
Não
Talvez

34. Você acha que existe alguma diferença entre DST e


IST? * Marcar apenas uma oval.

Sim
Não

35. Qual ou quais são os principais sintomas das ISTs? *


Marque todas que se aplicam.
119

Feridas genitais
Câncer
Vômitos
Corrimentos
Palpitação
Verrugas genitais
Vício
Verrugas anais
Coceira
Inflamações
Diarreia
Não sei informar

36. Você sabe como se prevenir das ISTs? *


Marcar apenas uma oval.

Sim
Não
Talvez
37 Qual ou quais maneiras você pode se prevenir das
ISTs? * Marque todas que se aplicam.

Não praticando sexo


Uso de camisinhas (masculina/feminina)
Fazendo somente sexo anal
Fazendo somente sexo vaginal
Fazendo somente sexo oral
Com o uso do PrEP (Profilaxia Pré-Exposição)
Usando anticoncepcional
Vacinação
Conversar acerca das IST com o parceiro(a)
Nenhuma opção
Não sei informar

38. Qual ou quais dessas ISTs você tem


conhecimento? * Marque todas que
se aplicam.

Aids
Sífilis
Hepatite B e C
120

Herpes genital
HPV
Gonorreia
Nenhuma destas

39. Você já teve alguma IST? * Marcar apenas uma


oval.

Sim
Não
Talvez
Não sei responder

40. Se sim, qual ou quais ISTs você já teve? *


Caso não teve escrever " Nunca tive IST".

41. Você conheceu alguém que já teve alguma


IST? * Marcar apenas uma oval.

Sim
Não
Talvez
Não sei responder
42 Se sim, qual ou quais ISTs seu
conhecido teve ou tem? *
Se não conhece alguém escrever " Não
conheço ninguém"

43. Você sabe como é feito o diagnóstico das ISTs? *


Marcar apenas uma oval.

Sim
Não

44. Você já fez algum teste para descobrir se tem alguma


IST? * Marcar apenas uma oval.

Sim
Não

45. Se sim, para qual ou quais ISTs? * Se não fez algum


teste indicar "Nunca fiz nenhum teste"
121

46. Qual ou quais ISTs se previne usando preservativo? *


Marque todas que se aplicam.

Aids
Sífilis
Hepatite B e C
Herpes genital
HPV
Gonorreia
Nenhuma destas
Não sei dizer

47. Qual e quais dessas ISTs se previne tomando vacina?


* Marque todas que se aplicam.

Aids
Sífilis
Hepatite B e C
Herpes genital
HPV
Gonorreia
Nenhuma
destas Não sei
dizer

48 Você já tomou a vacina contra o HPV? *


Marcar apenas uma oval.

Sim
Não
Talvez
Não sei dizer

49. Se sim, com que idade você tomou a vacina do HPV? *


Se você não tomou a vacina indicar "Não
tomei a vacina"

50. Qual ou quais os principais meios pelo qual você se informa


ou tem conhecimento sobre as ISTs? *
Marque todas que se aplicam.
122

Internet
Livros
Amigos
Familiares
Panfletos
Professores
Televisão
Rádio
Eu não procuro me informar sobre as ISTs
Outros

51. Você sabe como é feito o tratamento contra as ISTs? *


Marcar apenas uma oval.

Sim
Não
Talvez

52. Se você soubesse que tem alguma IST você procuraria


tratamento? * Marcar apenas uma oval.

Sim
Não
Talvez

53. Você desconfia ter alguma IST? * Marcar apenas uma


oval.

Sim
Não
Talvez
54 Como você procuraria esclarecer suas dúvidas sobre as ISTs? *
Marque todas que se aplicam.

Médico
Farmecêutico
Enfermeiro
Familiar
Amigos
Professores
Internet
Eu não procuro me informar sobre as ISTs
123

Outros

55. Você sabe o que faz um ginecologista? *


Marcar apenas uma oval.

Sim
Não

56. Você já foi a um ginecologista? * Marcar


apenas uma oval.

𝐒𝐎𝐔 𝐇𝐎𝐌𝐄𝐌
Sim
Não

57. Se não, porquê não foi ao ginecologista?


* Marque todas que se aplicam.

𝐒𝐎𝐔 𝐇𝐎𝐌𝐄𝐌
Eu já fui ao ginecologista
Vergonha
Medo
Não teve nenhuma relação sexual
Não tem idade para ir
Não tem nenhum parceiro(a)
Não tem tempo livre
Sempre faz uso de camisinha nas relações
Nunca teve nenhum problema
58 Quando foi a última vez que você fez um exame ginecológico? *
Marcar apenas uma oval.

𝐒𝐎𝐔 𝐇𝐎𝐌𝐄𝐌
No último ano
Nos últimos 3 anos
4-5 anos atrás
Mais de 5 anos atrás
Nunca fez
Não sabe

59. Pensando nessa última vez que você fez o exame ginecológico,
você fez o exame chamado papanicolaou? * Marcar apenas uma
oval.

𝐒𝐎𝐔 𝐇𝐎𝐌𝐄𝐌
124

Eu nunca fui ao ginecológista


Sim
Não
Não Lembra

60. SOMENTE MULHER RESPONDE: Você já teve, alguma vez na vida,


algum dos seguintes problemas?
Marcar apenas uma oval por linha.

Sim Não
Corrimento na vagina
Feridas na vagina
Pequenas bolhas na vagina
Verrugas (berrugas) na vagina

61. Você sabe o que faz um urologista? * Marcar apenas


uma oval.

Sim
Não

62. Você que é homem já foi alguma vez ao urologista? * Marcar


apenas uma oval.

𝐒𝐎𝐔 𝐌𝐔𝐋𝐇𝐄𝐑
Sim
Não
63 Se a resposta for não, porquê você não foi ao
urologista? * Marque todas que se aplicam.

𝐒𝐎𝐔 𝐌𝐔𝐋𝐇𝐄𝐑
Eu já fui ao urologista
Vergonha
Medo
Não teve nenhuma relação sexual
Não tem idade para ir
Não tem nenhum parceiro(a)
Não tem tempo livre
Sempre faz o uso de camisinha
Não é coisa de homem
Nunca tive nenhum problema

64 SOMENTE HOMEM RESPONDE: Você já teve, alguma vez na vida, algum dos seguintes
problemas?
125

Marcar apenas uma oval por linha.

Sim Não
Corrimento no canal da urina
Feridas no pênis
Pequenas bolhas no pênis
Verrugas (berrugas) no pênis

FORMAS DE TRANSMISSÃO DE ALGUMAS INFECÇÕES


SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
65. Qual ou quais das doenças descritas abaixo uma pessoa pode ser infectada ao ser
picado por um mosquito ou pernilongo? * Marque todas que se aplicam.

Aids
Sífilis
Hepatite B e C
Herpes genital
HPV
Gonorreia
Doença de Chagas
Nenhuma destas
Não sei dizer
66 Qual ou quais das doenças descritas abaixo uma pessoa pode ser infectada
ao usar banheiros públicos? * Marque todas que se aplicam.

Aids
Sífilis
Hepatite B e C
Herpes genital
HPV
Gonorreia
Nenhuma destas
Não sei dizer

67. Qual ou quais das doenças descritas abaixo uma pessoa pode ser infectada
ao compartilhar seringa ou agulha com outras pessoas? * Marque todas que se
aplicam.

Aids
Sífilis
Hepatite B e C
Herpes genital
HPV
126

Gonorreia
Doença de Chagas
Nenhuma destas
Não sei dizer

68. Qual ou quais das doenças descritas abaixo uma pessoa pode ser infectada
ao não usar preservativos em relações sexuais? * Marque todas que se
aplicam.

Aids
Sífilis
Hepatite B e C
Herpes genital
HPV
Gonorreia
Nenhuma destas
Não sei dizer
69 E para qual ou quais das doenças descritas abaixo existe cura? *
Marque todas que se aplicam.

Aids
Sífilis
Hepatite B e C
Herpes
genital HPV
Gonorreia
Nenhuma destas
Não sei dizer

70. O risco de transmissão das ISTs pode ser reduzido se uma pessoa tiver relações
sexuais sem o uso do preservativo somente com um(a) parceiro(a). * Marcar apenas
uma oval.

Concorda
Discorda
Não sabe

71. Uma pessoa com aparência saudável pode estar infectada por qualquer ISTs. *
Marcar apenas uma oval.

Concorda
Discorda
127

Não sabe

72. O uso da camisinha (masculina ou feminina) em todas as relações sexuais (orais,


anais e vaginais) é o método mais eficaz para evitar a transmissão das ISTs. *
Marcar apenas uma oval.

Concorda
Discorda
Não sabe

73. Uma pessoa pode ser infectada com o vírus HIV compartilhando talheres, copos ou
refeições. *
Marcar apenas uma oval.

Concorda
Discorda
Não sabe

74. Uma mulher grávida que esteja com o vírus do HIV e recebe um tratamento
específico durante a gravidez no momento do parto diminui o risco de transmitir o
vírus do HIV para o seu filho. *
Marcar apenas uma oval.

Concorda
Discorda
Não sabe
75 Você sabe o que é a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP)? *
Marcar apenas uma oval.

Sim
Não

76. Para qual ou quais ISTs se pode usar a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP)? *
Marque todas que se aplicam.

Aids
Sífilis
Hepatite B e C
Herpes genital
HPV
Gonorreia
Nenhuma destas
Não sei dizer

77. A principal forma de transmissão do HPV é por meio de relações sexuais


sem uso de preservativos. * Marcar apenas uma oval.
128

Concorda
Discorda
Não sabe

78. As pessoas podem se contaminar com o HPV usando roupa íntima ou


toalhas de alguém infectado. *
Marcar apenas uma oval.

Concorda
Discorda
Não sabe

79. O leite materno pode ser uma forma de transmissão da sífilis. * Marcar
apenas uma oval.

Concorda
Discorda
Não sabe

80. A herpes genital pode ser transmitida pelo beijo na boca. * Marcar apenas
uma oval.

Concorda
Discorda
Não sabe
81 A herpes genital pode ser transmitida pelo sexo oral. *
Marcar apenas uma oval.

Concorda
Discorda
Não sabe

82. A gonorreia pode ser transmitida somente por contato vaginal ou anal. *
Marcar apenas uma oval.

Concorda
Discorda
Não sabe

SEXO/SEXUALIDADES
83. Você se sente à vontade em conversar sobre
relação sexual com outras pessoas? * Marcar
apenas uma oval.

Sim
129

Não
Talvez

84. Você já teve relação sexual? * Marque todas


que se aplicam.

Nunca tive relação sexual


Oral
Vaginal
Anal

85. Com que idade você teve sua primeira


relação sexual? *
Caso você não tenha iniciado sua vida
sexual escrever "Nunca pratiquei relação
sexual"

86. Como aconteceu sua primeira relação


sexual? * Marcar apenas uma
oval.

Não tive ainda relação sexual


Espontâneo
Forçado(a)
Por pressão
87 Qual foi seu parceiro(a) na primeira relação sexual? *
Marcar apenas uma oval.

Não tive relação sexual ainda


Namorado(a)
Esposo(a) ou pessoa com a qual você vive junto
Amigo(a)
Alguém da familia
Desconhecido
Outra pessoa

88. Qual os números de parceiros sexuais que


você teve durante a vida? * Marcar apenas
uma oval.

1
2a3
4 a 10
130

Mais de 10
Nenhum

89. Você pratica sexo atualmente? * Marcar


apenas uma oval.

Não tive relação sexual na vida ainda


Sim
Não

90. Qual é a sua orientação sexual? * Marcar


apenas uma oval.

Heterossexual (atração sexual entre indivíduos de sexo oposto)


Homossexual (atração sexual entre indivíduos do mesmo sexo)
Bissexual (atração sexual entre indivíduos tanto do mesmo sexo como do oposto)
Pansexual (relação sexual com outra independente do gênero)
Assexual (falta de atração sexual a qualquer
pessoa) Outro

91. Quais os tipos de experiências sexuais você


já vivenciou? * Marque todas que se
aplicam.

Não tive relação sexual ainda


Sexo com profissional do sexo (mulher/homem)
Sexo em troca de dinheiro
Sexo em troca de drogas
Com pessoa que usa droga injetáveis
Com pessoa do mesmo sexo
Com pessoas do sexo oposto
Com várias pessoas ao mesmo tempo
Nenhuma alternativa
92 Para você o que é o ato sexual? *
Marque todas que se aplicam.

Penetração vaginal
Masturbação
Penetração anal
Sexo oral
Beijo na boca
Não sei
131

93. Caso você não tenha realizado nenhuma relação sexual ainda, para você
quais os motivos para o adiamento do início da vida sexual? * Marque todas
que se aplicam.

𝐉Á 𝐓𝐈𝐕𝐄 𝐑𝐄𝐋𝐀ÇÃ𝐎 𝐒𝐄𝐗𝐔𝐀𝐋


Não me sinto preparado(a)
Ainda não surgiu a oportunidade
Acho que não deve haver relações sexuais antes do casamento
Tenho medo de engravidar alguém/ficar grávida
Tenho medo de contrair alguma IST
Acho que sou muito novo(a)
Tenho medo de ficar mal visto(a) perante a sociedade
Não encontrei a pessoa certa
Outros

94. Você faz ou já fez uso de bebida alcoólica antes das relações sexuais? *
Marcar apenas uma oval.

𝐍𝐔𝐍𝐂𝐀 𝐓𝐈𝐕𝐄 𝐑𝐄𝐋𝐀ÇÃ𝐎 𝐒𝐄𝐗𝐔𝐀𝐋


Sim
Sim. Mas já parei
Não

95. Você faz ou já fez uso de drogas ilícitas antes das relações sexuais? *
Marcar apenas uma oval.

𝐍𝐔𝐍𝐂𝐀 𝐓𝐈𝐕𝐄 𝐑𝐄𝐋𝐀ÇÃ𝐎 𝐒𝐄𝐗𝐔𝐀𝐋


Sim
Sim. Mas já parei
Não

96. Com que frequência você faz uso de preservativo durante a relação
sexual? * Marcar apenas uma oval.

𝐍𝐔𝐍𝐂𝐀 𝐓𝐈𝐕𝐄 𝐑𝐄𝐋𝐀ÇÃ𝐎 𝐒𝐄𝐗𝐔𝐀𝐋


Sempre
Às vezes
Nunca
97 Se você pratica ou já praticou relação sexual que tipo de contracepção/proteção
você usa ou usava? *
Marque todas que se aplicam.

𝐍𝐔𝐍𝐂𝐀 𝐓𝐈𝐕𝐄 𝐑𝐄𝐋𝐀ÇÃ𝐎 𝐒𝐄𝐗𝐔𝐀𝐋


Preservativo (camisinha masculina e feminina)
132

Anticoncepcional oral
Coito interrompido (é o método em que o homem retira o pênis da vagina antes da
ejaculação)
Plástico filme
Injeção
Uso da tabelinha
DIU (Dispositivo Intrauterino)
Uso do PrEP
Outros métodos
Nunca usei contracepção/proteção nas minhas relações sexuais

98. Você fez uso de preservativo na última relação


sexual? * Marcar apenas uma oval.

𝐍𝐔𝐍𝐂𝐀 𝐓𝐈𝐕𝐄 𝐑𝐄𝐋𝐀ÇÃ𝐎 𝐒𝐄𝐗𝐔𝐀𝐋


Sim
Não

99. Você usa que tipo de preservativo? * Marcar


apenas uma oval.

𝐍𝐔𝐍𝐂𝐀 𝐓𝐈𝐕𝐄 𝐑𝐄𝐋𝐀ÇÃ𝐎 𝐒𝐄𝐗𝐔𝐀𝐋


Somente camisinha feminina
Somente camisinha masculina
Camisinha feminina e masculina
Somente plástico filme
Plástico filme e camisinhas (feminina/ masculina)
Nunca usei preservativo
100 Quais as razões para o não uso de preservativo nas relações sexuais? *
Marque todas que se aplicam.

𝐍𝐔𝐍𝐂𝐀 𝐓𝐈𝐕𝐄 𝐑𝐄𝐋𝐀ÇÃ𝐎 𝐒𝐄𝐗𝐔𝐀𝐋


Sempre faço uso de preservativos durante minhas relações sexuais
Diminui o prazer
Faço uso do PrEP
Confia no parceiro(a)
Quebra o clima
Difícil e embaraçoso de usar
Vergonha de pedir para usar
Parceiro(a) não aceita
Tem vergonha de comprar
133

Não sabe onde comprar


Custa muito caro
Medo de magoar o(a) parceiro(a)
Medo de ser mal compreendido(a)
Religião proíbe
Outros

101. Se você é mulher ao praticar relação sexual com um homem você faz o uso de
preservativo? * Marcar apenas uma oval.

𝐄𝐔 𝐒𝐎𝐔 𝐇𝐎𝐌𝐄𝐌
Nunca pratiquei uma relação sexual
Não faço sexo com homem, somente com mulher
Em todas as relações
sexuais Em algumas
relações sexuais
Nunca usa

102. Se você é mulher ao praticar relação sexual com outra mulher você faz o uso
de alguma proteção? *
Marcar apenas uma oval.

𝐄𝐔 𝐒𝐎𝐔 𝐇𝐎𝐌𝐄𝐌
Nunca pratiquei uma relação sexual
Nunca fiz sexo com outra mulher, somente com homem
Em todas as relações
sexuais Em algumas
relações sexuais
Nunca usa
103 Se você é homem ao praticar relação sexual com uma mulher você faz o
uso de preservativo? * Marcar apenas uma oval.

𝐄𝐔 𝐒𝐎𝐔 𝐌𝐔𝐋𝐇𝐄𝐑
Nunca pratiquei uma relação sexual
Nunca fiz sexo com uma mulher, somente com homens
Em todas as relações
sexuais Em algumas
relações sexuais
Nunca usa

104. Se você é homem ao praticar relação


sexual com outro homem você faz o
134

uso de preservativo? * Marcar apenas


uma oval.

𝐄𝐔 𝐒𝐎𝐔 𝐌𝐔𝐋𝐇𝐄𝐑
Nunca fiz sexo com outro homem, somente com mulher
Nunca pratiquei uma relação sexual
Em todas as relações
sexuais Em algumas
relações sexuais
Nunca usa

105. SOMENTE MULHER RESPONDE: Como


mulher ao praticar relação sexual com
outra mulher que maneira você se
previne das ISTs?
Só responder se você praticar relação
sexual com outra mulher

106. SOMENTE HOMEM RESPONDE: Como


homem ao praticar relação sexual com
outro homem de que maneira você se
previne das ISTs?
Só responder se você praticar relação
sexual com outro homem

107 Com quem você obteve as primeiras informações sobre como se proteger na relação
sexual? *
Marque todas que se aplicam.

Mãe
Pai
Irmãos
Algum parente
Professores ou educadores
Médico
Enfermeiro
Farmacêutico
Outros
Nunca conversei com ninguém sobre isso

108. Você já praticou relação sexual com mais de uma pessoa ao


mesmo tempo? * Marcar apenas uma oval.
135

Nunca pratiquei uma relação sexual


Sim
Não

109. Onde você mais pratica relação sexual? * Marque todas que se
aplicam.

𝐍𝐔𝐍𝐂𝐀 𝐏𝐑𝐀𝐓𝐈𝐐𝐔𝐄𝐈 𝐔𝐌𝐀 𝐑𝐄𝐋𝐀ÇÃ𝐎 𝐒𝐄𝐗𝐔𝐀𝐋


Casa
Motel
Espaço publico
Casa de amigos
Carro
Escola
Cinema
Banheiro
Outros

110. Sua religião lhe proíbe de praticar alguma relação sexual? *


Marcar apenas uma oval.

Não tenho religião


Sim
Não

111. Você acha normal um homem ter relação sexual com outro
homem? * Marcar apenas uma oval.

Sim
Não
Talvez
112 Você acha normal uma mulher ter relação sexual com outra mulher? *
Marcar apenas uma oval.

Sim
Não
Talvez

113. Você acha normal uma mulher ter relação sexual com um
homem? * Marcar apenas uma oval.

Sim
Não
136

Talvez

114. Esse questionário contribuiu para seu aprendizado? *


Marcar apenas uma oval.

Sim
Não

115. Você teve dúvidas sobre as ISTs ao responder o


questionário? * Marcar apenas uma oval.

Sim
Não

116. Se sim, qual ou quais foram suas dúvidas?


137

APÊNDICE B-ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMIESTRUTURADO

Caracterização do(a)s participantes

Cor:
Idade:
Sexo:
Identidade de gênero:
Orientação sexual:
Curso:
Tempo de duração:

1) Sobre o que você conversa com os seus amigos? E, sobre sexo, você conversa com quem?
Porque não conversa?
2) Você acha importante falar sobre sexo e sexualidade?
3) Você já ouviu falar sobre Infecções Sexualmente Transmissível- ISTs? Se não, e você sabe
que é Doença Sexualmente Transmissível –DST? Você sabe me dizer como se pega uma IST?
Você sabe o nome de alguma? Se falar só uma. Além dessa sabe de outra?
4) Em sala de aula algum (a) professor (a) já falou sobre isso? Você lembra o que foi dito?
5) Você acha possível alguém usar preservativo em todas as relações? Por que você acha que
uma pessoa não usa preservativo?
6) Quando a gente está namorando uma pessoa, durante o namoro pode ocorrer alguns
problemas, quais seriam esses problemas?
7) Você conhece alguém que já sofreu algum tipo de violência no namoro? (Qual era o tipo de
violência? Se, sim, como essa violência acontece? Ela é física? É de xingamento? É questionar
as (os) amigas (os)? É impedir de usar alguma roupa? Se não, e quando você vê uma situação de
violência entre namorados (as) na televisão? O que você acha disso?
8) Quando uma pessoa está namorando e tem violência envolvida, você acha que ela consegue
conversar com alguém da família dela? Ela conseguiu falar com alguma amiga? Você acha que
ela consegue falar com alguém na escola? Para você quem sofre mais violência homem ou
mulher? Porque?
9) Você gostaria de falar alguma coisa que eu não perguntei?
138

APÊNDICE C: ARTIGO QUALITATIVO SUBMETIDO NA REVISTA


SEXUALIDAD, SALUD Y SOCIEDAD

O CONHECIMENTO MUDA MINHA ATITUDE? ERA UMA VEZ AS


IST NO CAMINHO DA JUVENTUDE

DOES KNOWLEDGE CHANGE MY ATTITUDE? ONCE UPON A


TIME THE STI IN THE PATH OF YOUTH

RESUMO
O artigo analisou o conhecimento e atitudes que as estudantes de uma escola
profissionalizante de referência de uma capital do Nordeste brasileiro possuem em
relação as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). O estudo foi realizado de
agosto a dezembro de 2019 com 30 estudantes através de entrevistas individuais com
estudantes de uma escola profissionalizante de referência do Ensino Médio do Nordeste
brasileiro. O artigo foi dividido nas seguintes categorias: É uma coisa que dá por dentro
e ninguém vê; Prevenir para quê?; A BELA E A FERA: informação versus instituição.
As adolescentes entrevistadas demonstraram ter baixo ou até mesmo nenhum nível de
conhecimento sobre as IST. As jovens acham importante utilizar o preservativo, mas a
utilização causa desconforto na relação sexual. A escola é o local onde elas notadamente
aprendem sobre as ISTs. Por fim é importante existir a conversa e o divulgação de
informação sobre as IST principalmente no meio escolar.
139

Palavras-chaves: Infecção Sexualmente Transmissível, Adolescência, Conhecimento e


Atitudes.

ABSTRACT
The article analyzed the knowledge and attitudes that students of a reference
professional school in a capital of Northeastern Brazil have in relation to Sexually
Transmitted Infections (STIs). The study was carried out from August to December
2019 with 30 students through individual interviews with students from a reference
vocational school in Northeast Brazil. The article was divided into the following
categories: It is something that comes from inside and nobody sees it; Prevent for what
?; BEAUTIFUL AND BEAST: information versus institution. The interviewed
adolescents demonstrated to have low or even no level of knowledge about STIs. Young
women think it is important to use condoms, but the use causes discomfort in sexual
intercourse. The school is the place where they notably learn about STIs. Finally, it is
important to have a conversation and disseminate information about STIs, especially in
the school environment.
Keywords: Sexually Transmitted Infection, Adolescence, Knowledge and Attitudes.
140

INTRODUÇÃO
A adolescência é um período complexo, com modificações físicas, cognitivas,
sociais, psicológicas e emocionais decorrentes de ajustamentos às construções históricas
e sociais, aqui com destaque para as regras. Em relação às transformações físicas a
puberdade distinguir-se como um importante acontecimento biológico, que começa por
transformações hormonais dando início a um novo ciclo de vida e experiências,
traduzidas na sociabilidade, na afetividade e nos comportamentos sexuais(Oliveira et al.
2017; Spindola et al.

2018).

Durante a adolescência muitos indivíduos se envolvem em sua primeira


experiência sexual que podem levar a infecções agudas e a condições que perduram até
a idade adulta(Gabster et al. 2016). Considera-se que jovens na faixa etária de 14 a 24
anos correm mais risco de contrair uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST)
comparado com outros grupos etários. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima
que 20% das pessoas que vivem com HIV / AIDS estão na faixa dos 20 anos e 1 em
cada 20 adolescentes contrai uma IST a cada ano (Espinosa 2018).

As ISTs, são geralmente causadas por bactérias ou vírus e são transmitidas de


pessoa para pessoa durante o contato sexual com o pênis, vagina, ânus ou boca. A
disseminação das ISTs está aumentando, apesar de várias tentativas de reduzir a
morbimortalidade. Segundo a OMS, estima-se que mais de 1 milhão de casos de ISTs
sejam adquiridos todos os dias em todo o mundo e metade desses casos são de
adolescentes (Rodrigues et al. 2014; Nwatu et al. 2017).

As ISTs mais comuns que encontramos são as infecções por gonorréia, sífilis e
clamídia que podem ser curadas e outras infecção como o HIV, herpes genital, HPV e
hepatite B que não podem ser curadas, mas podem ser tratadas (Allen 2017). As ISTs
são um importante agravo de saúde pública, pois são responsáveis por causar impacto na
qualidade de vida das pessoas, nas relações pessoais, familiares e sociais e no custo dos
serviços de saúde (Wi et al. 2019).
De acordo com a OMS, a relação sexual sem proteção foi avaliada como um
comportamento de risco importante à transmissão das ISTs em todo o mundo. O
preservativo masculino continua sendo a profilaxia mais divulgada pelas políticas de
saúde, devido ao seu elevado alcance de proteção decorrente ao risco de contaminação
141

por alguma IST, sobretudo o HIV/AIDS, pois ele pode reduzir os ciclos de
contaminações (Santos et al. 2018).

O conhecimento sobre as ISTs desempenha um papel importante na prevenção


da transmissão de infecções, muitas vezes entendido como um fator necessário, mas
insuficiente, na complexa determinação da conduta sexual. Suas complicações e atitudes
da geração jovem em relação à saúde sexual são importantes no planejamento de
estratégias de prevenção e promoção da saúde (Dalrymple et al. 2016).

Esta pesquisa trabalha em consonância com a Agenda 2030 para os Objetivos do


Desenvolvimento Sustentável (ODS) que define um conjunto de metas ambiciosos de
saúde global. De particular interesse para o estudo proposto é analisado objetivo 3 que
busca garantir uma vida saudável e promover o bem-estar para todos em todas as idades,
incluindo seu foco em áreas relacionadas à saúde.

Desse modo, o ambiente escolar configura-se como um local onde os jovens


podem esclarecer suas dúvidas, conversar e aprender sobre inúmeros temas, inclusive
sobre as ISTs. As instituições de ensino são primordiais para o desenvolvimento de
conhecimento e habilidades junto à comunidade, objetivando a garantia de mudanças de
comportamento(Almeida et al. 2017). Portanto o objetivo desse trabalho foi de analisar
o conhecimento e atitudes que as estudantes de uma escola profissionalizante de
referência do Ensino Médio de uma capital do Nordeste brasileiro possuem em relação
as ISTs.

METODOLOGIA
Trata-se de um estudo do tipo exploratório e analítico-interpretativo com
abordagem qualitativa. O estudo qualitativo foi realizado de agosto a dezembro de 2019
através de interações face a face individual com estudantes de uma escola
profissionalizante de referência do Ensino Médio do Nordeste-Brasil.

A população desse estudo foi composta de 30 alunas na faixa etária entre 15 a 19


anos, que estão matriculadas na instituição em diversos cursos técnicos (Análises
Clínicas, Farmácia, Enfermagem, Saúde Bucal, Informática, Edificações, Segurança do
Trabalho e Manutenção Automotiva).

Foram considerados critérios de inclusão: estar regularmente matriculada e


estudando na escola, ter a idade de 14 a 24 anos (período que a OMS define como
142

adolescência e jovem, respectivamente) e que aceitarem a participar da pesquisa com o


Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

E, entre os critérios de exclusão: alunas que forem transferidas de instituição no


período da coleta, que solicitarem sair do estudo, e as que não quiserem responder as
questões.

Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas abordando os


conhecimentos e atitudes sobre questões relacionadas a Infecções Sexualmente
Transmissíveis (ISTs). A dimensão qualitativa foi analisada a luz do método de
interpretação de sentidos, com base em princípios hermenêuticos-dialéticos para a
interpretação do contexto, das razões e das lógicas dos depoimentos que giraram em
torno das temáticas do estudo (GOMES, 2016).

Os dados foram realizados através da modalidade analítica-interpretativa das


falas que foi feito da seguinte maneira: (1º) leitura para identificar a concepção geral e
identificação da abordagem de estudo; (2º) detecção da ideia principal; (3º) análise e
problematização das ideias explícitas e implícitas nos discursos; (4º) interpretação mais
ampla dos sentidos e subjacentes às falas dos atores da pesquisa; (5º) discussão entre as
ideias analisadas provenientes de outros estudos acerca do assunto; (6º) descrição das
sínteses interpretativas, articulando o tema do estudo, dados empíricos e a base teórica
adotada (Gomes 2016).

Todas as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido, e para manter o anonimato, foi acrescido a letra ‘E’, e um número arábico
que indica a sequência da entrevista realizada: (E01), (E02), (E03), e assim
sucessivamente.

RESULTADO E DISCUSSÃO
As participantes do estudo foram 31 adolescentes, do Ensino Médio
profissionalizante, na faixa etária entre 15 e 20 anos. Todas as participantes eram do
sexo feminino, sendo a predominância de meninas com 18 anos, cor parda, cisgênero,
heterossexuais do curso de informática (Tabela 01). A pesquisa trata sobre o
conhecimento e as atitudes que as alunas têm em relação as ISTs.
143

Tabela 1. Perfil das adolescentes estudantes de uma escola pública profissionalizante do


Ensino Médio do Brasil.

Variáveis n° %
Idade
15 1 3,4
16 9 31,1
17 8 27,6
18 10 34,5
19 2 3,4
Total 30 100
Cor
Parda 20 69,0
Preta 4 13,8
Branca 6 17,2
Total 30 100
Identidade de Gênero
Cisgênero 30 100
Total 30 100
Orientação Sexual
Heterossexual 26 86,2
Bissexual 2 6,9
Lésbica 2 6,9
Total 30 100
Curso
Análises Clínicas 2 6,9
Edificações 4 13,8
Enfermagem 3 10,3
Farmácia 3 10,3
Informática 8 27,6
Manutenção Automotiva 1 3,4
Saúde Bucal 2 6,9
Segurança do Trabalho 7 20,8
Total 30 100

Fonte: Elaborado pelos autores.

Nesta pesquisa foi possível conhecer e atribuir os significados que as


adolescentes dão as ISTs a partir das seguintes categorias: É uma coisa que dá por
dentro e ninguém vê; Prevenir para quê?; A BELA E A FERA: informação versus
instituição.
144

É UMA COISA QUE DÁ POR DENTRO E NINGUÉM VÊ


Em 2016, por meio do Decreto nº 8.901/2016, o Ministério da Saúde alterou a
nomenclatura de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) para Infecções

Sexualmente Transmissíveis (IST), em face do conceito de “doenças” que inclui o


aparecimento de sintomas e sinais visíveis no organismo. Em contrapartida, o termo
“infecções” refere-se a períodos sem sintomatologia aparente, em vista disso, é o termo
empregado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 2001(Fontana,
Schwiderke, and Trindade 2018; Rocha et al. 2019).

Muitas ISTs têm fases assintomáticas ou quando apresentam sinais e sintomas, estes
podem surgir muito tempo depois da infecção inicial. A carência na instrução de grande
parte do(a)s estudantes no que se refere a esse tema faz com que as pessoas só busquem
os serviços de saúde quando desenvolvem alguma manifestação clínica. Estas atitudes
podem possibilitar com que os adolescentes sejam fontes de disseminação desses tipos
de infecções sem conhecerem seus verdadeiros quadros clínicos (Ciriaco et al. 2019).

A elaboração da categoria “É uma coisa que dá por dentro e ninguém vê” foi criada em
referência aos acometimentos que as ISTs provocam, pois para se ter uma IST não
necessariamente o portador irá possuir sinais e sintomas visíveis. As adolescentes
entrevistadas demonstraram ter baixo ou até mesmo nenhum nível de conhecimento
sobre as infecções, evidenciando uma lacuna existente entre a informação e as atitudes.
No que diz respeito ao desconhecimento sobre as ISTs esta colocação foi lembrada
pelas entrevistadas (E6, E7, E08, E09, E10, E11, E13, E15, E27).

...eu me lembro de quase nada [das aulas sobre as ISTs]. Eu não lembro
de quase nada, praticamente de nada... eu não tenho assim um
entendimento (E6, E7, E08, E09, E10, E11, E13, E15, E27).

Ter conhecimento sobre as ISTs é importante pois ajuda a desenvolver no (a)


adolescente uma conduta de prevenção, pois as infecções se constituem em um grave
problema de saúde pública, em especial na adolescência, essas infecções podem deixar
sérias sequelas, curáveis ou não, dentre elas temos: a infertilidade, gravidez ectópica,
câncer genital, doença hepática crônica, entre outras, podendo levar inclusive à
morte(Almeida et al. 2017; Pinto et al. 2018), interrompendo precocemente a trajetória
de vida que mal começou.
145

A promoção da saúde é um fator essencial para a mudança de comportamentos e de


atitudes, necessários ao estabelecimento de estilos de vida mais saudáveis. A promoção
da saúde tem como finalidade influenciar positivamente a escolha e manutenção de
práticas saudáveis e dificultar as práticas de risco (Madeira et al. 2018).

Em um estudo realizado por CARVALHO; PINTO; SANTOS (2018) em uma


capital do Nordeste brasileiro os autores demonstraram que as meninas (87%) tinham
maior conhecimento sobre as IST do que os meninos, com diferença estatisticamente
significante corroborando o estudo de BRÊTAS et al., 2009 realizado em uma cidade do
Sudeste, com 1.087 estudantes de escolas públicas, onde verificaram que as meninas
mostraram mais conhecimento sobre as IST do que os meninos.

Em contrapartida um estudo realizado com 360 meninas revela que as adolescentes que
estudavam nas escolas estaduais de uma cidade do Sudeste não apresentavam
conhecimento satisfatório sobre as ISTs, ficando mais vulneráveis aos riscos e
transmissões dessas infecções. Além disso, as adolescentes estudadas apresentam
lacunas importantes no conhecimento dos sinais precoces das ISTs (J. P. T. Ferreira,
Miranda, and Baroni 2016).

Algumas estudantes desconhecem o modo de transmissão das ISTs, fato que pode ser
elucidado pela forma de como as informações são repassadas para o público juvenil. Por
consequência, o(a)s adolescentes podem vivenciar práticas sexuais desprotegidas devido
à falta de entendimento, pela ausência de comunicação com familiares, pela existência
de interdições ou por medo de assumir uma relação sexual perante a família. As
entrevistadas (E1, E19, E20, E28, E29 e E30) mostraram que não tinham informações
confiáveis sobre como uma IST pode ser transmitida, sendo esse um conhecimento
importante para não se contrair uma infecção.

Acho que a saliva [transmite uma IST], o ar... não sei se todas

[ISTs] são...algumas são contagiosas, por conta de um “toque”, outras


não. Eu lembro que é bem perigoso, só lembro disso... (E1, E19, E20,
E28, E29).

Em uma pesquisa realizada por FREITAS et al. (2013) foi possível identificar que os
adolescentes tinham um conhecimento substancial sobre as ISTs. Entretanto, esses
adolescentes possuíam muitas dúvidas e incertezas. Esse estudo se alinha a uma
146

pesquisa feita por GENZ et al. 2017, em que aponta a existência de dúvidas entre os
estudantes quanto à definição sobre IST, reiterando a importância de se debruçar sobre
este tema, pois alguns imaginam que estas infecções podem ser transmitidas pelo
contato de mãos, beijos, abraços, compartilhamento de objetos e uso do mesmo vaso
sanitário de pessoas infectadas.

Em consonância, torna-se necessário o desenvolvimento de trabalhos preventivos


fundamentados na concepção de como o (a)s estudantes compreendem e conduzem sua
vida sexual, pois a ausência dessa concepção tem levado a planos de prevenção que ou
trazem uma linguagem simbólica, dificultando sua compreensão, ou, em outros casos,
vulgarizam as informações aumentando os preconceitos de ordens diversas(Ciriaco et
al. 2019)
As ISTs, de um modo geral, não tiveram tanta evidência por ser algo invisível, pois o
(a)s adolescentes acreditam ser algo distante da sua realidade e assim considera ser
baixo ou não existir nenhum risco de contrair uma IST, uma vez que essas infecções
parecem ou não são vistas relevantes para o público juvenil (Fontes et al. 2017).

PREVENIR PARA QUÊ?

As IST são causadas por microrganismos, cujo principal meio de transmissão é através
do contato sexual desprotegido, seja por via oral, anal ou vaginal (Taylor et al. 2017).
Os crescentes índices de transmissão das infecções estão intrinsecamente ligados à falta
ou à utilização errada do preservativo (a camisinha), seja ela masculina ou feminina. Tal
acontecimento pode estar relacionado à fragilidade dos serviços de saúde e à
precariedade da educação sexual divulgadas tanto pelas escolas quanto pelos pais, além
de contar com outras maneiras utilizadas pelos jovens para conseguir informações,
como por exemplo a internet ou até mesmo por trocas de experiências entre eles(Ciriaco
et al. 2019).

Desse modo, têm sido um fenômeno global as ISTs entre os adolescentes, sendo na
atualidade como um dos mais importantes problemas de saúde pública. Entre os jovens,
a não adesão às formas de prevenção para IST, correlacionada ao início da vida sexual,
tornam esta parcela da população mais passível a estas infecções. A principal maneira
de se prevenir de uma IST é através da utilização do preservativo (masculino ou
feminino). Ele é de fácil alcance e a sua disponibilização é gratuita pelos serviços de
147

saúde pública brasileira. Entretanto, nota-se que existe uma resistência por parte dos
adolescentes para adotá-lo nas relações sexuais, devido a inúmeros fatores dentre eles
podemos citar: o medo do seu uso, ou negociar o uso com parceiro ou parceira,
vergonha em comprar ou pega-lo, confiança no parceiro e a falta de conhecimento sobre
a sua finalidade e benefício (Moraes et al. 2019; Rios et al. 2019; Souza, Muñoz, and
Visentin 2020)

A categoria “Prevenir para quê?”, é uma alusão aos depoimentos das adolescentes em
relação ao uso do preservativo nas relações sexuais. Nela é possível observar que as
jovens acham importante utilizar o preservativo, mas que de certo modo a utilização
causa desconforto na relação sexual e isso faz com que ocorra a desistência do uso
durante o sexo. Nas falas das entrevistadas (E1, E3, E4, E5, E9, E13, E14, E21, E23,
E26, E27) foi possível notar as atitudes das adolescentes diante da não utilização do
preservativo durante a relação sexual.

Às vezes, é porque deve doer ou machucar [usar preservativo]... uma


amiga minha, já me disse uma vez que machuca a camisinha nela, e no
caso quando a mulher diz, tipo assim, quando a mulher é apertada, fala
uma coisa assim... Aí machuca, dizem que machuca com a camisinha,
sem a camisinha, não tanto (E1, E4, E5, E9, E11, E13, E14, E19, E21,
E23, E26, E27).

Bom...transar sem camisinha, não usar pílula, não se prevenir, não saber
se a outra pessoa tem doenças desse porte (...) pode causar infecção,
essas coisas e tal (E3, E28).

A gente conversa sobre isso [usar preservativos na relação sexual] com


as amigas, uma delas disse que porque é uma coisa muito artificial
[preservativo], e aí nem sempre usa, porque aí, não é a mesma coisa com
ou sem [preservativo], não é a mesma coisa (E11).

Não é a mesma coisa sexo com camisinha e sexo sem camisinha (E19).

Um estudo realizado em uma capital do Nordeste com 133 estudantes que já praticaram
sexo, desses 120 (90%) afirmaram ter pelo menos uma relação sexual sem usar
148

camisinha. Além disso, 7 (5%) relataram que nunca usam preservativo durante a relação
sexual (Lima et al. 2013). Corroborando com o estudo de MACIEL et al. (2017)
também observou em um estudo com 185 estudantes que entre aqueles que utilizaram
algum método de prevenção na primeira relação sexual, 66 (67%) relataram o uso do
preservativo. Os jovens têm um auto percepção de que não serão infectados por alguma
IST ou então que existe uma baixa ameaça para si próprio. Já quando comparando com
outras pessoas, os adolescentes acham que existem uma maior susceptibilidade de
contrair uma IST. Ou seja, o jovem acredita na crença que nunca acontecerá consigo,
mas sim com os outros (da Fonte et al. 2018).

Corroborando com outros estudos OLIVEIRA et al. (2017) mostraram que as meninas
tinham mais conhecimento sobre métodos contraceptivos, e a diferença foi
estatisticamente significativa. Entretanto, apesar das adolescentes apresentarem melhor
conhecimento em relação às IST e métodos de prevenção/contracepção, as mesmas
encontram-se em uma situação de grande vulnerabilidade em decorrência de seu
comportamento sexual desprotegido, creditando confiança nos parceiros sexuais.

Embora mais de 95% da população brasileira saiba que o uso do preservativo é a melhor
maneira de prevenir a infecção pelo HIV, o seu uso está longe de atingir níveis
satisfatórios, e mesmo que os jovens apresentem as maiores proporções de uso, a queda
observada nesta faixa etária é preocupante (Chaves et al. 2014).

As adolescentes (E7, E8, E15, E16, E20, E22, E29 e E30) também falaram sobre a
possibilidade de os adolescentes acharem que nunca irão contrair alguma IST, pois
acreditam que as infecções estão distantes da sua realidade e assim apresentam
comportamentos de riscos diante de algumas circunstâncias.

Tem gente que não [pensa], assim pensa nas consequências direito [fazer
sexo sem preservativo], mesmo as pessoas falando muito, tem gente
que...mesma assim, não se importam com isso. Acho que é, que nunca
vai acontecer com ela só pode acontecer com os outros, com ela nunca
vai acontecer (E7, E15, E20, E22, E30).
Acho que vai do gosto da pessoa, que tem pessoas que gostam [usar
preservativos], e tem pessoas que não gostam, mas tem aquela
149

questão...se você confia no seu parceiro, se você ‘tá’ com [ele] muito
tempo, e …conhece bem, então acho que não tem necessidade (E8, E16).

As IST não fazem parte do cotidiano dos jovens, que frequentemente não estão atentos
ao risco de infecção e não adotam medidas protetoras, portanto, se acometidas por uma
IST, a falta de diagnóstico precoce impede que o tratamento seja iniciado, contribuindo
para as complicações advindas do agravo, além de perpetuar a transmissão da
infecção.(Pinto et al. 2018).

A primeira relação sexual geralmente não é um evento planejado, ocorrendo em algum


momento inesperado e sem preparação. A falta de conhecimento sobre a vulnerabilidade
deixa o jovem exposto a riscos. Desta forma se faz necessário adotar medidas de
conscientização e elaboração de planos de educação em saúde para abordar o jovem e
esclarecer sobre os riscos. (Costa et al. 2016).

A BELA E A FERA: INFORMAÇÃO VERSUS INSTITUIÇÃO

A adolescência é uma fase da vida em que o indivíduo está em processo de


aprendizagem, e portanto, pode estar mais aberto que o adulto a adotar novos
comportamentos, sendo as pessoas com menos de 20 anos consideradas um público
prioritário para a educação em saúde. O nível de conhecimento sobre as ISTs não é
suficiente para uma pessoa tomar atitudes protetivas em relação ao sexo, mas a falta de
informações básicas contribui para o aumento da vulnerabilidade. É importante salientar
que a construção do conhecimento não se limita somente às questões informacionais,
mas envolve a percepção individual do comportamento, a compreensão e a capacidade
de interpretar as informações acerca da prevenção de ISTs (Petry et al. 2019).

O início da vida sexual dos brasileiros ocorre, em geral, durante a adolescência. Dados
demonstram que 27% dos adolescentes de 13 a 15 anos entrevistados pela Pesquisa
Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), de 2015 (censo realizado a cada 08 anos), já
tiveram relação sexual, enquanto no grupo etário de 16 a 17 anos, mais da metade dos
alunos já tiveram relação sexual (54,7%). (Borges et al. 2016; IBGE 2016). Conforme
Gonçalves et al., (2015), a primeira relação sexual geralmente não é um evento
planejado, ocorrendo em algum momento inesperado e sem preparação. A falta de
conhecimento sobre a vulnerabilidade deixa o jovem exposto a riscos. Desta forma se
150

faz necessário adotar medidas de conscientização e elaboração de planos de educação


em saúde para abordar o jovem e esclarecer sobre os riscos.

Sabe-se hoje que, apesar da ampla divulgação sobre as formas de prevenção das ISTs
desenvolvidas no Brasil, muitos jovens ainda não adotam tais práticas, o que indica uma
dissociação entre o acesso à informação e a transformação desse saber em práticas no
cotidiano dos adolescentes. Para que essa dissociação diminua, faz-se necessário o
acesso à informação efetiva para que seja possível a aquisição de comportamentos
favoráveis à promoção de sua saúde, inclusive em sua dimensão sexual e reprodutiva
(Sehnem et al. 2014). Nessa perspectiva, para que os adolescentes e jovens possam
aumentar a capacidade de identificar quais seriam as situações de risco no campo da
sexualidade, é imprescindível que, além do conhecimento sobre formas de prevenção e
proteção, eles estejam livres, por exemplo, de todo e qualquer tipo de violência, seja ela
individual, institucional ou social e tenham autonomia em suas decisões. (Barreto et al.
2016).

O diálogo sobre assuntos relacionados às IST e ao sexo, e a sexualidade de um modo


geral, na sociedade moderna ainda é muito dificultado devido aos estigmas envolvidos,
associados principalmente à cultura e às crenças da população, assim a sexualidade
mesmo nos dias atuais ainda é um tema interditado. Tal fato dificulta que o assunto seja
abordado tanto nas escolas como dentro do ambiente familiar, o que pode resultar em
um déficit no conhecimento dos adolescentes. (Ciriaco et al. 2019)(E. Ferreira et al.
2019)
Na categoria, A BELA E A FERA: informação versus instituição, as entrevistadas
dialogaram sobre o papel da instituição de ensino como meio de transmitir informações
acerca das ISTs, pois a escola é um dos espaços que desempenha função primordial para
que as estudantes adquiram novos conhecimentos em relação a promoção da saúde. A
professora e o professor são os principais difusores de informações na escola em relação
a temática da sexualidade, incluindo aí às ISTs e eles possuírem conhecimento e
didáticas eficiente para transmitir aos alunos temáticas sobre as ISTs é importante para a
possível mudança de comportamentos de riscos que as adolescentes venham a
desenvolver.
As entrevistadas E1, E4, E12 E13, E26, E27, E29, E30 falam que na escola é o local
onde elas notadamente aprendem sobre as ISTs e na casa delas não existe um espaço de
diálogo permanente sobre as infecções. Mas é importante destacar que apesar de existir
151

esse local de trocas de experiências dentro da escola as alunas continuam com pouca
informação sobre as ISTs. Assim, as adolescentes se tornam um público vulnerável para
contrair essas infecções.

Algumas palestras aqui na escola, eles falam muito dessas coisas, já teve
palestra relacionada também a relação sexual, já foi muito falado sobre
isso, sobre como pega essas doenças, como prevenir, como elas são, o
que elas fazem no corpo, como a pessoa vai saber se tá doente ou não
(E29).

Ah! Em relação...de prevenir...na...relação sexual, explicou um pouco


sobre DSTs, e foi o básico mesmo (E4, E27, E30).

Uma grande parte [de informação] eu adquiri mais conhecimento das


questões dessas doenças, foi mais aqui na escola do que em casa. Porque
em casa você tem um tipo de conversa. A escola ela tem um papel muito
importante nisso (E26).

Aqui na escola, foi onde eu conheci, na verdade assim, porque como eu


te falei, que minha família não é muito de falar sobre relação sexual
comigo, praticamente com ninguém, porque tipo eu vim descobrir, eu
vim entender sobre relação...é DST, aqui na escola (E13).

Ah! O meu curso é saúde, é da área da saúde, então eu aprendi bastante


sobre isso, só que tipo assim, eu não foquei para lhe falar a verdade,
nisso. Não foquei, não sei por quê, não sei se nunca me interessou... (E1)

Eu não sabia de algumas [ISTs], eu achei engraçado, porque quando a


gente sabe de uma doença, e que pode superar daquele jeito. A gente
começar a fazer modos [estratégias] que não possa “pega” a doença.
(E12)

Um dos principais fatos decorrentes do grande número de jovens com IST é a falta de
percepção da própria vulnerabilidade. A população adolescente apresenta características
que geram risco à contaminação por IST. O jovem não está preparado para lidar com a
152

sexualidade, tem dificuldade na tomada de decisões, não possui identidade totalmente


definida, passa por conflitos entre razão e sentimento e é regido por uma necessidade de
se sentir inserido em algum grupo social. Todas essas dificuldades tornam a população
jovem suscetível às ISTs. (Vieira and Matsukura 2017).

Cabe ressaltar que de acordo com Chimeli et al., 2015 somente a informação não é
suficiente para promover a adoção de comportamentos preventivos, sendo importante
também promover a reflexão e sensibilização dos adolescentes quanto a essas questões.
Desta forma, podem-se produzir mudanças de comportamento, respeitando a
individualidade de cada um quanto à capacidade de receber e processar as informações
para utilizá-las adequadamente.

As participantes, muitas vezes as mulheres são marginalizadas quando adquirem alguma


infeção, sofrendo preconceitos da sociedade por esse acontecimento. Assim, elas
deixam frequentemente de procurar um acompanhamento profissional com medo de
serem julgadas por uma ação que fizeram. Isso fica claro na fala das entrevistadas. E na
escola as alunas aprendem que o respeito está acima de qualquer preconceito.

....a sociedade vê isso [ISTs] como um tabu, falar sobre ISTs, porque
ISTs só dar [contrai] com quem faz coisas erradas, e para a sociedade
coisas erradas, é você ter mais que um parceiro, então é! Precisa ser
falado muito [sobre as ISTs]. (E16)
Na maioria das vezes...A mulher é que sofre com tudo, tipo lá...alguma
doença. É sempre a culpa é da mulher, porque a mulher...o órgão dela é
mais visível. (E4, E17)

Nesse sentido Genz et al., 2017 explica que no Brasil vivem cerca de 21 milhões de
adolescentes e constata-se a necessidade de investimentos na área educacional a fim de
que estes adolescentes adquiram conhecimento, competências e habilidades,
desenvolvendo todo o seu potencial. Além disso, é necessário investimento quanto aos
cuidados em saúde e proteção dos adolescentes. É importante lembrar que a
adolescência é um período de transição em que acontece diversas modificações
biopsicossociais. O exercício da sexualidade na adolescência ainda continua sendo
153

tratado por muitos como uma atividade de vulnerabilidade pelo uso inadequado de
proteção, estando frequentemente associado às ISTs (Ciriaco et al. 2019).

Este artigo buscou contribuir para reflexões sobre o conhecimento e as atitudes que a
adolescente tem em relação as IST que é um assunto interditado no meio da juventude.
As percepções em relação a isso assunto ainda é pouco desenvolvida nas escolas e as
informações como são passadas as alunas talvez não esteja sendo compreendida de
maneira eficiente.

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de


Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES).
154

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158

APÊNDICE D: ARTIGO QUANTITATIVO SUBMETIDO NA REVISTA


SEXUALLY TRANSMITTED DISEASES

O conhecimento sobre os principais sinais e sintomas das Infecções Sexualmente

Transmissível (IST) entre adolescentes de uma escolar pública de Ensino Médio do

Brasil

Introdução

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as IST estão entre as causas


mais comuns de doenças no mundo e podem ser consideradas um problema de saúde
pública (SILVA et al., 2014; WI et al., 2019). Estas infecções são causadas por vírus,
bactérias e outros microrganismos que são transmitidas principalmente por meio do
contato sexual (oral, vaginal e anal) sem o uso do preservativo masculino e feminino
com uma pessoa que esteja infectada (BRASIL, 2016a).

Os adolescentes e jovens são considerados um grupo prioritário nas campanhas


de prevenção devido ao alto risco de adquirir uma IST pelo fato de ser uma idade de
transformações biopsicossocias, da escassez de conhecimento acerca da sexualidade e
sua implicação na saúde física e emocional no desenvolvimento por parte desse grupo
(LIEBERMAN et al., 2019; LIMA; JÚNIOR; MESSIAS, 2018).

Desse modo, as instituições de ensino são primordiais para o desenvolvimento


de conhecimento e habilidades junto à comunidade, objetivando na possível garantia de
mudanças de comportamento. Assim, este estudo tem como objetivo investigar o
conhecimento que os adolescentes têm sobre os principais sinais e sintomas das IST.
159

Material e métodos

Trata-se de um estudo transversal, descritivo, interpretativo, com uma


abordagem quantitativa. O estudo foi realizado em uma escola pública de Ensino Médio
Profissionalizante no Nordeste do Brasil através de um questionário online, totalmente
anônimo com 115 perguntas.

Essa análise foi composta por 595 estudantes de todos os cursos


profissionalizantes da escola e levou em média 15 minutos para cada estudante
responder. As coletas de dados tiveram início no mês de maio de 2019 com termino em
dezembro de 2019.

A análise descritiva da população foi realizada através da distribuição percentual


das categorias e as diferenças percentuais avaliadas usando a estatística do Qui-
quadrado (Chi-square). Quando as frequências esperadas atingiram valores inferiores a
5% nas categorias, foi considerado o Teste Exato de Fischer (Fischer’sExact Test). A
associação dos fatores sociodemográficos culturais, atitudes e características
comportamentais e atitudes associadas ao relacionamento em relação ao conhecimento
dos sinais e sintomas das IST foi realizada por meio do modelo de regressão logística,
usado para desfechos com distribuição binomial. Na análise bivariada, as variáveis que
apresentaram associação ao nível de 10% foram incluídas na análise multivariada para
calcular estimativas ajustadas de razão de chances. Foram mantidas no modelo ajustado
as variáveis que apresentaram nível de significância estatística (P<0.05). O ajuste do
modelo foi avaliado pelo critério de Akaike (AIC - AkaikeInformationCriteria) e
método ANOVA. Todas as análises estatísticas foram realizadas com suporte do
programa Microsoft Excel® e Linguagem R.

A definição do desfecho foi reconhecer os sinais e sintomas das IST (feridas


genitais, corrimento, coceira, verrugas genitais e/ou anais). Os fatores associados a este
conhecimento foram divididos nos seguintes segmentos: sociodemográficos e culturais
(Gênero, religião, idade, cor, escolaridade, escolaridade do pai, escolaridade da mãe,
curso atual, tipo de família, renda, trabalha, aplicativos que usam); fatores associados ao
conhecimento sobre IST (Se sabe o que são IST’s, se tem diferença entre DST e IST, se
sabe se prevenir, quais IST tem conhecimento, se já foi ao ginecologista ou urologista,
principais meios que usam para se informar); fatores associados ao relacionamento
(Status atual do relacionamento e se já teve relação ou tem relação sexual).
160

O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos,


sendo aprovado com o registro CAAE: 84487918.6.0000.8007, sob o de Número do
Parecer: 2.555.605.

Resultados

Na Tabela 1.0 foi dividida entre os indivíduos que conheciam (sim) e


desconheciam (não) as principais sintomatologias das IST com diferentes variáveis
sociodemográficas e culturais (sexo, faixa etária, cor, religião, tipo de família, série,
curso, escolaridade (mãe), escolaridade (pai), renda, trabalho e uso de redes sociais).

Quando associado o conhecimento das IST as variáveis: sexo e tipo de curso


foram estatisticamente significantes. Já em relação às variáveis faixa etária, cor,
religião, tipo de família, série, escolaridade (mãe e pai), renda, trabalho, meios de
comunicação não foram estatisticamente significantes.

Quando analisado os indivíduos que conheciam os principais sinais e sintomas


das IST permitiu-se identificar que os estudantes do sexo feminino tinham mais
conhecimento sobre esse assunto com frequência de 72,6% em relação ao público do
sexo masculino (27,4%). Em contramão, os estudantes que desconhecem sobre a
sintomatologia ocasionada pelas IST, 55,3% era do sexo masculino e 44,7% do
feminino com p-valor < 0,001.

Entre os adolescentes que não conheciam a sintomatologia das IST, 73,7%


estudam cursos que não são da área da saúde (p-valor < 0,001).

Tabela 1.0 Características sociodemográficas e culturais associado ao


conhecimento sobre sinais e sintomas das IST dos adolescentes estudantes de uma
escola pública profissionalizante de Teresina– PI.

Conhece os sintomas de IST


Não Sim Total p-
N % N % N % valor
Sexo Feminino 196 44,7 114 72,6 310 52,1 <0,001
Masculino 242 55,3 43 27,4 285 47,9
Faixa etária 14 a 15 70 16,0 20 12,7 90 15,2 0,409
16 a 17 259 59,3 91 58,0 350 58,9
18 ou+ 108 24,7 46 29,3 154 25,9
Cor Branca 67 15,3 16 10,2 83 13,9 0,163
Preta 70 16,0 22 14,0 92 15,5
Parda 234 53,4 91 58,0 325 54,6
Indígena/Amarela/Outros 46 10,5 24 15,3 70 11,8
Não soube informar 21 4,8 4 2,5 25 4,2
Religião Não tem 66 15,1 23 14,6 89 15,0 0,208
Catolicismo 181 41,3 51 32,5 232 39,0
161

Protestantismo 154 35,2 68 43,3 222 37,3


Outras 37 8,4 15 9,6 52 8,7
Tipo de família Família biparental 280 63,9 96 61,1 376 63,2 0,822
Família monoparental 102 23,3 39 24,8 141 23,7
Avós ou familiares 56 12,8 22 14,0 78 13,1
Série 1° ano ensino técnico 89 20,3 19 12,1 108 18,2 0,060
2° ano ensino técnico 134 30,6 49 31,2 183 30,8
3° ano ensino técnico 215 49,1 89 56,7 304 51,1
Curso Fora da área de saúde 323 73,7 89 56,7 412 69,2 <0,001
Área de saúde 115 26,3 68 43,3 183 30,8
Escolaridade (mãe) 0 a 9 anos 134 30,6 35 22,3 169 28,4 0,060
10 a 12 anos 215 49,1 87 55,4 302 50,8
13 ou+ 59 13,5 29 18,5 88 14,8
Não soube informar 30 6,8 6 3,8 36 6,1
Escolaridade (pai) 0 a 9 anos 155 35,4 61 38,9 216 36,3 0,766
10 a 12 anos 168 38,4 53 33,8 221 37,1
13 ou+ 45 10,3 16 10,2 61 10,3
Não soube informar 70 16,0 27 17,2 97 16,3
Renda < 1 salário 116 26,5 39 24,8 155 26,1 0,732
1 a 2 salários 263 60,0 93 59,2 356 59,8
3 ou+ salários 59 13,5 25 15,9 84 14,1
Trabalha Não 335 76,5 120 76,4 455 76,5 0,990
Sim 103 23,5 37 23,6 140 23,5
Meios de Comunicação
Facebook Não 171 39,0 75 47,8 246 41,3 0,057
Sim 267 61,0 82 52,2 349 58,7
Não 67 15,3 18 11,5 85 14,3 0,239
Instagram
Sim 371 84,7 139 88,5 510 85,7
Não 23 5,3 2 1,3 22 3,7 0,061
WhatsApp
Sim 415 94,7 155 98,7 573 96,3
Não 431 98,4 153 97,5 584 98,2 0,492
Tinder
Sim 7 1,6 4 2,5 11 1,8
Não 327 74,7 108 68,8 435 73,1 0,155
Snapchat
Sim 111 25,3 49 31,2 160 26,9
Não 21 4,8 12 7,6 33 5,5 0,181
Youtube
Sim 417 95,2 145 92,4 562 94,5
Não 381 87,0 128 81,5 509 85,5 0,095
Twitter
Sim 57 13,0 29 18,5 86 14,5
Fonte: Elaborado pelo autor.

A Tabela 2.0 demonstra as atitudes e características comportamentais frente ao


conhecimento sobre sinais e sintomas das IST da população adolescente estudada. Na
Tabela 2.0 é possível verificar o percentual de estudantes que, verdadeiramente,
reconhecem (Sim) e desconhecem (Não) os sinais e sintomas das IST e possibilita uma
associação quantitativa conforme as respostas dos adolescentes coletadas através do
questionário online, que foram agrupadas nas seguintes variáveis: Sabe o que é IST?
Existe diferença entre DST e IST? Sabe como prevenir IST? Quais métodos de
prevenção você conhece? Quais IST conhece? Quais meios usa para se informar?
Quantos meios usa para se informar? Procurou médico? Tipo de relacionamento. Tempo
de relação. Já teve relação sexual? Tem relação sexual atual?
162

Conforme os dados obtidos, constatou-se que 86% dos adolescentes que


assinalaram “Sim” quando questionados se “Sabe o que é IST?”, de fato, conseguem
reconhecer a sintomatologia clínica causada por estas infecções, seguidos por 11,5% e
2,5% dos estudantes que assinalaram “Talvez” e “Não” (respectivamente).

No que diz respeito à diferença entre IST e DST, verificou-se 82 % dos


adolescentes apesar de acreditarem que existe uma distinção entre os termos, não foram
capazes de reconhecer os sinais e sintomas das IST. Quando questionados sobre “Sabe
como prevenir IST?” 81,5% dos jovens que assinalou “Sim” também conseguiram
identificar os indícios clínicos destas infecções.

Quanto aos métodos de prevenção que conhecem, os estudantes apontaram


majoritariamente a camisinha e o menos relatado por eles foi o PrEP. Diante do grupo
de adolescentes que tem conhecimento sobre os sinais e sintomas das IST, 96,2%
indicaram a camisinha, 50,3% a vacinação e 9,6% o PrEP como métodos preventivos.
29,9% destes estudantes afirmam conhecerem todos os métodos citados.

No que se refere às IST que conhecem, a aids foi a infecção mais elencada e as
hepatites B e C foram as menos citadas pelo público estudado. No que tange aos
estudantes que possuem conhecimento sobre as manifestações clínicas das IST, 89,8%
marcaram a aids, 80,9% a sífilis, 70,1% a gonorréia, 69,4% o HPV, 66,9% a herpes e
38,9% as hepatites B e C. Ainda neste grupo avaliado, 31,8% dos adolescentes
estudados afirmaram reconhecer as IST mais prevalentes, 27, 4% declararam conhecer
todas e 1,3% não conhece nenhuma das infecções citadas.

Em relação aos meios de informação utilizados pelos adolescentes, a variável


“internet e outros meios” foi a mais frequente nesta avaliação. Entre os estudantes que
conhecem a sintomatologia das IST, o percentual identificado para esta variável foi de
77,1%. Entretanto, a menor frequência (3,2%) dos estudantes não procura se informar.

De acordo com a quantidade de meios de informação que utilizam, tanto o


público que reconhece as manifestações clínicas (82,8%) quanto o que desconhece a
sintomatologia aparente (61,4%) informaram empregar “2 ou + meios”.

No que concerne ao atendimento médico (ginecologista e urologista), ambos os


grupos estudados relataram não procurar assistência clínica. Em relação ao grupo de
163

adolescentes que não conhecem os sinais e sintomas destas infecções, 73,7 % não
procuram estes serviços clínico-hospitalares.

Quanto ao tipo de relacionamento, os dados obtidos foram similares entre os


estudantes que conhecem e desconhecem os sinais e sintomas das IST com aumento
crescente nas variáveis “casado”, “ficando”, “namorando” e “solteiro”
(respectivamente). É importante ressaltar, que na variável “solteiro” o percentual foi
maior entre os adolescentes que não são capazes de identificar os aspectos clínicos das
IST (62,1%), quando associado aos estudantes solteiros que conseguem fazer esta
identificação (52,2%).

No que diz respeito ao tempo de relação, tanto o público que reconhecem os


sinais e sintomas das IST (35,7%) quanto o que desconhece os indícios clínicos (42,7%)
relataram não estar em um relacionamento. Os dados obtidos estão em conformidade
com o percentual de estudantes que se intitulam como solteiros.

No que tange a iniciação sexual, a maioria dos estudantes que conhecem os


sinais e sintomas das IST (51%) já tiveram relação. Em contrapartida, a maioria dos
adolescentes que desconhecem os aspectos clínicos ocasionados pelas IST (57,5%) não
tiveram atividade sexual.

Ao analisar se o(a)s adolescentes praticavam algum tipo de relação sexual


atualmente, foi possível observar que o(a)s aluno(a)s que mais conheciam as
sintomatologias das infecções eram aqueles que estavam praticando relação sexual
atualmente (36,3%) em comparação àqueles que não estavam (13,4%).

Tabela 2.0 Atitudes e características comportamentais associados ao


conhecimento sobre sinais e sintomas das IST dos adolescentes estudantes de uma
escola pública profissionalizante de Teresina– PI.

Conhece os sintomas de IST


Não Sim Total p-valor
N % N % N %
Sabe o que é IST Não 75 17,1 4 2,5 79 13,3 <0,001
Sim 280 63,9 135 86,0 415 69,7
Talvez 83 18,9 18 11,5 101 17,0
Diferença entre Não 79 18,0 42 26,8 121 20,3 0,020
IST e DST Sim 359 82,0 115 73,2 474 79,7
Sabe com prevenir Não 82 18,7 5 3,2 87 14,6 <0,001
IST Sim 225 51,4 128 81,5 353 59,3
Talvez 131 29,9 24 15,3 155 26,1
Método de Camisinha 345 78,8 151 96,2 496 83,4 <0,001
prevenção PreP 13 3,0 15 9,6 28 4,7 0,001
164

(%sim) Vacinação 113 25,8 79 50,3 192 32,3 <0,001


Conhece todos 63 14,4 47 29,9 110 18,5 <0,001
IST que conhece Aids 328 74,9 141 89,8 469 78,8 <0,001
(% sim) Sífilis 254 58,0 127 80,9 381 64,0 <0,001
HepatiteBeC 107 24,4 61 38,9 168 28,2 0,001
Herpes 184 42,0 105 66,9 289 48,6 <0,001
HPV 203 46,3 109 69,4 312 52,4 <0,001
Gonorreia 178 40,6 110 70,1 288 48,4 <0,001
Nenhuma 42 9,6 2 1,3 44 7,4 0,001
Conhece todas 52 11,9 43 27,4 95 16,0 <0,001
Mais prevalentes 63 14,4 50 31,8 113 19,0 <0,001
Meios para se Não procura se informar 67 15,3 5 3,2 72 12,1 <0,001
informar Família/amigos/ professores 47 10,7 10 6,4 57 9,6
Somente internet 60 13,7 12 7,6 72 12,1
Internet e outros meios 239 54,6 121 77,1 360 60,5
Outros meios 25 5,7 9 5,7 34 5,7
Quantos meios usa Não procura se informar 67 15,3 5 3,2 72 12,1 <0,001
para se informar Usa apenas 1 meio 102 23,3 22 14,0 124 20,8
2 ou+ meios 269 61,4 130 82,8 399 67,1
Procurou médico Não respondeu 6 1,4 2 1,3 8 1,3 <0,001
(ginecologista e Não 323 73,7 91 58,0 414 69,6
urologista) Sim 109 24,9 64 40,8 173 29,1
Relacionamento Ficando 55 12,6 20 12,7 75 12,6 0,071
Namorando 104 23,7 49 31,2 153 25,7
Solteiro 272 62,1 82 52,2 354 59,5
Casado 7 1,6 6 3,8 13 2,2
Tempo de relação Nunca teve 91 20,8 28 17,8 119 20,0 0,030
Não está em um 187 42,7 56 35,7 243 40,8
Menos de 2 meses 53 12,1 19 12,1 72 12,1
6 meses a 1 anos 47 10,7 15 9,6 62 10,4
Mais de 1 anos 60 13,7 39 24,8 99 16,6
Já teve relação Não 252 57,5 77 49,0 329 55,3 0,066
sexual Sim 186 42,5 80 51,0 266 44,7
Relação sexual Nunca teve 250 58,1 79 50,3 336 56,5 0,027
atual Não 78 17,8 21 13,4 92 15,5
Sim 110 25,1 57 36,3 167 28,1
Fonte: Elaborado pelo autor.

Na Tabela 3.0 é possível observar a seleção de variáveis estatisticamente


significativas quanto ao conhecimento dos sinais e sintomas das IST entre estudantes
jovens oriundos de uma Escola Técnica Profissionalizante de referência do estado do
Piauí. No que diz respeito ao sexo, identificou-se que o público masculino tem em 64%
das vezes (IC95%: 0,23-0,55) menos chance de conhecer os sinais e sintomas das IST
que o feminino, ajustado às demais variáveis descritas na Tabela 03 (Escolaridade da
mãe; Sabe o que é IST; Camisinha; Vacinação; AIDS; Gonorreia; Meios de se informar;
Relação sexual) e com p-valor < 0, 001. Além disso, dos estudantes que responderam
saber o que é IST, eles tem 5,44 (OR: 5,44 IC95%: 1,8-16,45), efetivamente, mais
chance de reconhecer os sinais e sintomas destas infecções.

Embora não estatisticamente significativo, a maior escolaridade da mãe


apresentou associação positiva com o conhecimento sobre IST, ou seja, quanto maiores
os anos de estudo das mães maiores as chances dos estudantes saberem identificar os
sinais e sintomas das IST.
165

Entre os fatores associados com o conhecimento dos sinais e sintomas das IST,
aqueles estudantes que citaram camisinha e vacinação como método de prevenção
apresentaram 2,59 (OR: 2,59; IC95%: 1,05-6,4) e 1,89 (OR: 1,89; IC95%: 1,23-2,91)
vezes maior chance de conhecer os sinais e sintomas comparados aqueles que não
citaram, respectivamente. Em relação às infecções, estudantes que reconhecem a AIDS
e a gonorreia como IST apresentaram, nessa ordem, 1,94 (OR: 1,94; IC95%: 1,04-3,61)
e 2,32 (IC95%: 1,5-3,58) vezes maior chance de conhecer os sinais e sintomas em
relação aqueles que não reconhecem essas doenças como IST. Além disso, observou-se
que a cada meio de informação houve um incremento de 20% na chance de os
estudantes conhecerem os sinais e sintomas das IST (OR:1,2; IC95% 1,07 – 1,33) e que
ter tido relação sexual aumentou em 43% a chance de conhecer os sinais e sintomas da
IST (OR: 1,43; IC95% 0,94-2,18). Essas associações foram ajustadas com as variáveis
descritas na Tabela 4.

Tabela 3.0 Seleção detalhada das variáveis estatisticamente significantes associadas ao


conhecimento dos sinais e sintomas das IST dos adolescentes estudantes de uma escola
pública profissionalizante de Teresina– PI.

OR
(bruta) 95%CI OR (ajustada) 95%CI p-valor
Sexo
Feminino 1,0 1,0
(0,23-
Masculino
0,31 (0,21-0,45) 0,36 0,55) < 0,001
Escolaridade (mãe) (anos de estudo)
0 a 9 anos 1,0 1,0
10 a 12 anos 1,55 (0,99-2,42) 1,67 (1-2,79) 0,049
13 ou+ 1,88 (1,05-3,36) 1,71 (0,89-3,3) 0,107
Não soube informar 0,77 (0,3,1,98) 0,91 (0,32,2,62) 0,868
Sabe o que é IST
Não 1,0 1,0
Talvez 4,07 (1,32-12,56) 3,37 (1,1-1,38) 0,05
Sim 9,04 (3,24-25,23) 5,44 (1,8-16,45) 0,003
Método prevenção (Camisinha)
Não 1,0 1,0
Sim 6,78 (2,91-15,83) 2,59 (1,05-6,4) 0,039
Método prevenção (Vacinação)
Não 1,0 1,0
Sim 2,91 (1,99-4,26) 1,89 (1,23-2,91) 0,004
Conhece IST (AIDS)
Não 1,0 1,0
Sim 2,96 (1,69-5,18) 1,94 (1,04-3,61) 0,036
Conhece IST (Gonorreia)
Não 1,0 1,0
Sim 3,42 (2,31-5,06) 2,32 (1,5-3,58) < 0,001
Meios de se informar
Quantidade de meios 1,36 (1,24-1,5) 1,2 (1,07-1,33) 0,001
Relação sexual
Não 1,0 1,0
Sim 1,41 (0,98-2,03) 1,43 (0,94-2,18) 0,092
166

Fonte: Elaborado pelo autor.

A Figura 1.0 demonstra a interação entre a quantidade de meios que os


estudantes utilizam como fonte de pesquisa para se informar acerca da sintomatologia
das IST e o nível de escolaridade de suas mães. Neste gráfico, observou-se que a
probabilidade de os adolescentes conhecerem os principais sinais e sintomas das IST
aumento conforme a quantidade de meio de informação usados e que esta relação é mais
acentuada quando o grau de instrução da mãe é maior (13 ou mais anos de estudo).

Dessa forma, estudantes que tem mães com níveis de escolaridade elevados (13 ou mais
anos de estudo) e usam até 8 meios de informação tem, aproximadamente, 70% de
probabilidade de reconhecer as manifestações clínicas destas infecções, enquanto,
naqueles que tem mães com 0-9 anos de estudo, essa probabilidade é cerca de 30%.

Sinais e
Sintomas
Nível de Escolaridade
da Mãe
0 a 9 anos

10 a 12 anos

13 ou + anos

Quantidade de Meios de Informação


167

Figura 1.0 Interação entre a quantidade de meios de informação relacionados ao nível


de escolaridade da mãe do(a)s adolescentes estudantes de uma escola pública
profissionalizante de Teresina– PI

A Tabela 4.0 mostra a distribuição dos estudantes em relação ao estado civil e o


uso de preservativos durante as relações sexuais. Essa análise foi feita somente com os
estudantes que declararam ter praticado relação sexual. Diante disso foram avaliadas as
seguintes variáveis do estado civil “ficando”, namorando e outros (casado ou união
estável) que usavam preservativo somente “às vezes” em 50%, 49,6% e 63,6%
respectivamente dos casos. Já 54,2% dos solteiros demonstram” sempre” usar
preservativos durante a relação sexual.

Tabela 4.0 Distribuição dos estudantes em relação ao estado civil associados à


prevalência do uso de preservativos nas relações sexuais do(a)s adolescentes estudantes
de uma escola pública profissionalizante de Teresina– PI.

Às vezes Nunca Sempre Total


Variáveis
n % n % n % n %
Ficando 23 50 5 11 18 39 46 17,6

Namorando 53 49,6 19 17,7 35 32,7 107 40,8

Solteiro 32 32,6 13 13,2 53 54,2 98 37,4


Outros 7 63,6 4 36,4 0 0 11 4,2
Total 115 100 41 100 106 100 262 100
Fonte: Elaborado pelo autor.

Discussão
Os adolescentes têm 2 a 3 vezes mais chances de serem infectados por alguma
IST do que os adultos. A relação sexual cada vez mais cedo, a curiosidade e a
necessidade de afirmação em grupos são os principais fatores que levam os adolescentes
a se envolverem em comportamentos sexuais de risco e não aderirem a medidas
preventivas, fato que os torna mais suscetíveis a adquirir IST (CUFFE et al., 2020;
PEDER et al., 2020).
Conhecer os sinais e sintomas mais comuns decorrentes das IST pode contribuir
para o autocuidado e percepção das infecções pelos adolescentes. O conhecimento
equivocado aliado à falta de informação e às condições biológicas aumenta a
vulnerabilidade para a transmissão de ISTs na adolescência (MARTINS et al., 2013).
Na presente pesquisa ao se analisar o nível de conhecimento dos adolescentes
sobre as IST foi possível notar que a maioria do(a)s adolescentes de ambos os sexos
168

(73,2%) tinham entendimento mínimo sobre as infecções (P<0,0001). Porém, um estudo


semelhante realizado na região Centro-Oeste e Sudeste do Brasil mostrou que o(a)s
estudantes tinham conhecimento insuficiente sobre os principais sinais e sintomas das
IST e uma pesquisa feita em São Paulo mostrou que 81% dos estudantes tinham dúvidas
sobre a sintomatologia das IST(CARVALHO et al., 2015; DE CASTRO et al., 2016;
FERREIRA; MIRANDA; BARONI, 2016).
Neste estudo também foi possível identificar que os adolescentes do sexo
feminino (72,6%) tinham mais conhecimento sobre as sintomatologias das IST em
relação ao sexo masculino (27,4%) com diferença estatisticamente significante
(P<0,0001 e ainda no que diz respeito ao sexo, identificou-se na análise de regressão
logística multinominal que o público masculino tem em 64% das vezes (IC95%: 0,23-
0,55) menos chances de conhecer as sintomatologias das IST que o grupo feminino, o
que está em consonância com outro estudo realizado no Rio de Janeiro com 768
estudantes em que as mulheres tinham 9% mais conhecimento sobre as IST que os
homens (FONTE et al., 2018).
As diferenças encontradas entre os sexos, caracterizando o sexo feminino como
maior detentor de conhecimento podem ser esclarecidas devido à nossa cultura que na
maioria das vezes preconizam somente à mulher o cuidado com a saúde e bem estar da
família, assim como pela aquisição de infecções transmitidas pela via sexual e possível
gravidez (TRONCO; DELL’AGLIO, 2012).
Em relação ao tipo de curso profissionalizante que os estudantes frequentam,
constatou-se que os adolescentes que não integram cursos da área da saúde
desconhecem mais sobre manifestações clínicas das IST (73,7%) do que aqueles que
estão inseridos neste campo de estudo (26,3%). Resultados semelhantes foram descritos
por Fonte et al. (FONTE et al., 2018), em que o nível de conhecimento dos estudantes
matriculados nos cursos de saúde é 10% maior que os estudantes oriundos de outras
áreas.
Na presente pesquisa também foi observado que 86% dos adolescentes que
assinalaram “Sim” quando questionados se “Sabe o que é IST?”, efetivamente, tem
capacidade de reconhecer os sinais e sintomas característicos destas infecções. Além
disso, do(a)s estudantes que responderam saber o que é IST, eles tem 5,44 mais
chances, efetivas de reconhecer os sinais e sintomas destas infecções (OR: 5,44; IC95%:
1,8-16,45).
169

Nesta perspectiva, outro estudo realizado no sul do Brasil demonstrou que os


adolescentes têm conhecimento sobre as IST, os riscos de transmissão na relação sexual,
a necessidade do uso de preservativo para a proteção e que algumas delas não têm cura.
Porém, são encontradas dúvidas e desinformação quanto às formas de transmissão sem
o contato sexual e o tratamento (SILVA; JACOB; HIRDES, 2015).
No que se refere à diferença entre os termos IST e DST, verificou-se que 82 %
dos adolescentes que assinalaram existir uma distinção entre as terminologias não foram
capazes de perceber os sinais e sintomas das IST de forma satisfatória. A alta taxa de
acertos em relação à distinção das siglas mostra que campanhas de informação têm
conseguido atingir o público jovem. Entretanto, estas campanhas ainda se revelam
insuficientes para identificação das manifestações clínicas destas infecções entre os
adolescentes.
No que tange às IST que conhecem, a aids (89,8%) foi a infecção mais
mencionada pelo público estudado que detém entendimento sobre os sinais e sintomas
destas infecções. Em relação às infecções, estudantes que reconhecem a aids e a
gonorreia como IST apresentaram, nessa ordem, 1,94 (OR: 1,94; IC95%: 1,04-3,61) e
2,32 (IC95%: 1,5-3,58) vezes maior chance de conhecer os sinais e sintomas em relação
aqueles que não reconhecem essas doenças como IST. Similarmente, Costa et al.
(COSTA et al., 2013), Carleto et al.(CARLETO et al., 2010), Malta et al. (MALTA;
MARTINS; ALMEIDA, 2013) e Jardim et al. (JARDIM et al., 2013) também
verificaram que a aids é infecção mais identificada pelos escolares.
No tocante ao atendimento médico (ginecologista e urologista), 73,7% dos
adolescentes que não procuram os serviços de saúde, também não conseguem identificar
as manifestações clínicas das IST. Este fato ocorre, segundo Gomes et al. (GOMES et
al., 2011), porque durante a adolescência, pouco ou nada se fala acerca da consulta
ginecológica/urológica como procedimento de promoção de saúde, necessário antes
mesmo da iniciação sexual.
Neste estudo, tendo em consideração ao tipo de relacionamento dos participantes
da pesquisa, verificou-se que os adolescentes solteiros desconhecem mais sobre os
aspectos clínicos das IST (62,1%). Este dado é preocupante, tendo em vista que
algumas pesquisas apontam que os jovens solteiros são mais propensos a realizar prática
sexual desprotegida e com múltiplos parceiros, aumentando, desta maneira as chances
de exposição às IST (AMARAL et al., 2017; SILVA et al., 2016).
170

Em relação à atividade sexual, observou-se que os escolares que já tiveram


iniciação sexual possuem 43% (OR: 1,43; IC95% 0,94-2,18) mais chances de
reconhecer a sintomatologia aparente das IST, quando comparado aqueles que não
vivenciaram estas relações. Entretanto, embora as tendências do comportamento sexual
dos adolescentes sexualmente ativos sejam mais positivas nos últimos anos, quanto
mais tarde eles iniciarem a vida sexual, mais protegidos estão das suas consequências
negativas, como a gravidez indesejada, as IST e o impacto psicológico negativo das
relações precoces (FERREIRA; TORGAL, 2011).
Diante disso, no presente estudo foi possível notar que os adolescentes que já
haviam praticado alguma relação sexual e com estado civil “ficando”, namorando e
outros (casado ou união estável) usavam preservativo somente “às vezes” em 50%,
49,6% e 63,6% respectivamente dos casos. Enquanto 54,2% dos solteiros demonstram”
sempre” usar preservativos durante a relação sexual. Em contrapartida um estudo
realizado no Rio de Janeiro constatou que 74% usaram preservativo na última relação
com parceiro eventual. Na relação com parceiro fixo, apenas 38,8 % dos jovens usaram
o preservativo (D’AMARAL et al., 2015). Plutarco et al. (PLUTARCO et al., 2019)
discutem que relacionamentos de longa duração, podem ocasionar dificuldades na
promoção de comportamentos sexuais saudáveis e seguros. Acredita-se que existe
associação entre o envolvimento afetivo e a desvalorização dos comportamentos de
prevenção face à doença.
A pesquisa revelou que quando questionados sobre “Sabe como se prevenir de
uma IST?” 81,5% (p<0,001) dos jovens que assinalou “Sim” também conseguiram
identificar os indícios clínicos destas infecções. Comprovando, assim, que esse público
pesquisado possui certo grau de conhecimento sobre as IST e os métodos profiláticos.
Esses dados corroboram com estudo realizados na Bahia e no Paraná com 185 e 397
estudantes em que 68,2% e 91,6% dos estudantes, respectivamente, sabiam somo se
prevenir das IST (CRUZ; PAIXÃO, 2018; SILVA; MELLO, 2019).
Desse modo, na presente pesquisa foi possível observar que o método de
prevenção que o(a)s adolescentes mais conhecem são os preservativos masculino e
feminino (camisinhas) e o que eles menos relatam é o PrEP. Quando analisado a parcela
dos ínvidos que sabiam sobre as sintomatologias das infecções 96,2% indicaram a
camisinha, 50,3% a vacinação e 9,6% o Prep como métodos preventivos, sendo que
destes 29,9% estudantes afirmaram conhecerem todos os métodos citados (p<0,001).
171

Esses dados vão de consonância com achados de estudos com 615 e 360
aluno(a)s, no qual 73% e 95,2% afirmaram que a camisinha seria o principal método
preventivo (ANJOS et al., 2012)(KRABBE et al., 2017)(222,223). O PrEP é um método
de prevenção contra o HIV que ainda é pouco discutido no meio juvenil devido ele
ainda não ser muito divulgado e A PrEP pode reduzir muito o risco de adquirir o HIV
em até 92% (HILL et al., 2020; MAYAUD; LMCCARTNEY; MABEY, 2020).
É importante destacar, que o uso de preservativo é um método eficaz para
prevenir as IST e a análise de regressão logística multinominal da presente pesquisa
demonstra que saber que a camisinha é um método de prevenção aumenta em até 2,59
(OR: 2,59; IC95%: 1,05-6,4) vezes a chance do adolescente conhecer os principais
sinais e sintomas das IST (MESQUITA et al., 2017). Além disso, várias infecções
podem ser prontamente prevenidas através da vacinação (Hepatite B, HPV) assim como
é possível ressaltar neste estudo que os adolescentes que reconheciam a vacinação como
método de prevenção tinham 1,89 (OR: 1,89; IC95%: 1,23-2,91) vezes mais chance de
conhecer as sintomatologias dessas infecções (NALEWAY et al., 2020; VIEGAS et al.,
2019).
Outras, como a gonorreia ou sífilis, são curáveis com regimes antibióticos
apropriados, permitindo assim a prevenção de sequelas a longo prazo (HOOK, 2016;
KERANI et al., 2015). No entanto, a conscientização da existência e do risco de
diferentes IST são pré-requisitos para a utilização efetiva de opções preventivas e
curativas.
Nesta pesquisa, usar “internet e outros meios” foi a fonte de conhecimento mais
elencada pelos adolescentes que demonstraram conhecer os sinais e sintomas das IST
(77,1%). Ainda assim, observou-se que a cada meio de informação que os estudantes
usam há um incremento de 20% na chance de os estudantes conhecerem os sinais e
sintomas das IST (OR:1,2; IC95% 1,07 – 1,33).
Neste contexto, conforme Albuquerque et al. (ALBUQUERQUE et al., 2012),
com o advento das redes sociais, a juventude tem utilizado a internet rotineiramente,
possibilitando o diálogo entre pessoas da mesma idade para falar sobre diversos
assuntos, tais como relações afetivas, incluindo o sexo, envolvendo também o tema
relativo às IST.
Por outro lado, é preciso que os adolescentes desenvolvam habilidades para
utilizar destas tecnologias para acessar, selecionar as melhores fontes de informação e
172

apropriar-se delas para intervir sobre a sua própria saúde, bem como transformar sua
realidade (SEHNEMA et al., 2015).
Em face do exposto, muitos adolescentes também procuram os familiares para se
informar sobre a temática abordada. Desse modo, o grau de instrução adequado dos pais
é fundamental para o esclarecimento das dúvidas destes jovens. Neste estudo, foi
evidenciado que a maior escolaridade das mães aumenta as chances dos estudantes
reconhecerem os sinais e sintomas das IST, isto é, quando associado às demais variáveis
descritas na Tabela 3.0. A presente pesquisa também demonstrou, estudantes que tem
mães com níveis de escolaridade elevados (13 ou mais anos de estudo) e usam até 8
meios de informação tem, aproximadamente, 70% de probabilidade de reconhecer as
manifestações clínicas destas infecções, enquanto, naqueles que tem mães com 0-9 anos
de estudo, essa probabilidade é cerca de 30% (Figura 01).
Em consonância com este estudo, uma pesquisa realizada por Malta et al.
(MALTA et al., 2011) revelou que quanto maior a escolaridade materna, menor o
percentual de escolares que já tiveram relação sexual alguma vez na vida. Esses
números podem propor que os jovens que moram com seus pais ainda apresentam
talvez mais instrução, sendo levados a uma iniciação sexual mais tardia, em sua maioria.
Daí a importância da família como um ambiente primário de educação sexual
(LINHARES; ASSIS; MANGIAVACCHI, 2018).
Em conclusão, o artigo demonstra que os alunos não tem conhecimento
adequado sobre os principais sinais e sintomas das IST e isso é preocupante pois eles
estão na fase de iniciação sexual e conhecer essas sintomatologias é importante para se
ter uma vida sexual saudável.
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES).

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178

ANEXO A-O PARECER DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM


PESQUISA

FACULDADE DE CIÊNCIAS E
TECNOLOGIA DO MARANHÃO
FACEMA

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA


Título da Pesquisa: SAÚDE, GÊNERO, SEXUALIDADE E JUVENTUDE: um
estudo de representações no Piauí
Pesquisador: ELAINE FERREIRA DO NASCIMENTO
ÁREA TEMÁTICA:
Versão: 1
CAAE: 84487918.6.0000.8007
Instituição Proponente: FACULDADE DE CIENCIAS E TECNOLOGIA DO
MARANHAO LTDA - ME
Patrocinador Principal: Financiamento Próprio
DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 2.555.605

Situação do Parecer:
Aprovado
NECESSITA APRECIAÇÃO DA CONEP:
Não
CAXIAS, 21 de Março de 2018

ASSINADO POR:
FRANCISCO BRAZ MILANEZ OLIVEIRA
(Coordenador)
179

ANEXO B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)


PARA MAIORES DE 18 ANOS

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA PARTICIPANTE ACIMA DE 18 ANOS


DE IDADE

Caro(a) participante:

Gostaríamos de obter o seu consentimento para participar como voluntário da pesquisa intitulada SAÚDE,
GÊNERO, SEXUALIDADE E JUVENTUDE: um estudo de representações no Piauí coordenado pela pesquisadora
Elaine Ferreira do Nascimento - FIOCRUZ PIAUÍ. Com aprovação no Comitê de Ética com o CAAE nº
84487918.6.0000.8007.
O(s) objetivo(s) deste estudo é investigar qual o conhecimento e a atitude que os adolescentes e jovens têm
em relação a sexo e sexualidade enfatizando responsabilidades na saúde sexual e reprodutiva. Os resultados
contribuirão para traçar um perfil sociodemográfico dos adolescentes e jovens assim como articular junto à
comunidade acadêmica à educação em saúde, muito importante para a promoção da saúde dos jovens e adolescentes.

A forma de participação consiste na interação entre pesquisador e aluno(a), em que serão aplicados um
questionário online, além de entrevista individual e coletiva em que os alunos responderão questões relacionadas a
Sexualidades, Aborto, Infecções Sexualmente Transmissíveis – ISTs, Métodos Contraceptivos, Gravidez não
Planejada, Orientação Sexual, Conversas sobre Sexo e Sexualidade, Gênero e Violência nas relações afetivo sexuais.

O seu nome não será utilizado em qualquer fase da pesquisa o que garante o anonimato. A divulgação dos
resultados será feita de forma a não identificar os participantes. A participação é gratuita e não haverá nenhum tipo de
cobrança. Considerando que toda pesquisa oferece algum tipo de risco, nesta pesquisa o risco pode ser avaliado como
mínimo, do tipo constrangimento, ficando o(a) participante livre para interromper a sua participação.

São esperados os seguintes benefícios da participação: informações que podem ser usadas para ajudar em
políticas públicas para a melhoria da educação em saúde de jovens e adolescentes; elucidar possíveis dúvidas dos
alunos em relação aos assuntos que serão tratados; contribuir com informações para a comunidade científica; produzir
conhecimento que poderá ser compartilhado no meio familiar e comunitário e empoderar os(a) alunos(a) sobre os
seus direitos e deveres como cidadãos. Gostaríamos de deixar claro que a participação é voluntária e que pode ser
interrompida a qualquer momento, sem penalização alguma ou sem prejuízo de qualquer natureza.

Desde já, agradecemos a atenção e a participação e colocamo-nos à disposição para maiores informações:
(99) 982442659 – (86) 999979948.

Eu, ___________________________________________________________________, confirmo que


Elaine Ferreira do Nascimento, explicou-me os objetivos desta pesquisa, bem como, a forma de participação. Eu li e
compreendi este Termo de Consentimento, portanto, eu concordo em participar como voluntário desta pesquisa.

Teresina, _______ de _________ de 2019

_______________________________________

_________________________________________________

Elaine Ferreira do Nascimento


180

ANEXO C- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)


DE 14 A 17 ANOS DE IDADE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) de 14 a 17 anos de Idade

Caro(a) participante:

Gostaríamos de obter o seu consentimento para participar como voluntário da pesquisa intitulada SAÚDE,
GÊNERO, SEXUALIDADE E JUVENTUDE: um estudo de representações no Piauí coordenado pela pesquisadora
Elaine Ferreira do Nascimento - FIOCRUZ PIAUÍ. Com aprovação no Comitê de Ética com o CAAE nº
84487918.6.0000.8007.
O(s) objetivo(s) deste estudo é investigar qual o conhecimento e a atitude que os adolescentes e jovens têm
em relação a sexo e sexualidade enfatizando responsabilidades na saúde sexual e reprodutiva. Os resultados
contribuirão para traçar um perfil sociodemográfico dos adolescentes e jovens assim como articular junto à
comunidade acadêmica à educação em saúde, muito importante para a promoção da saúde dos jovens e adolescentes.

A forma de participação consiste na interação entre pesquisador e aluno(a), em que serão aplicados um
questionário online, além de entrevista individual e coletiva em que os alunos responderão questões relacionadas a
Sexualidades, Aborto, Infecções Sexualmente Transmissíveis – ISTs, Métodos Contraceptivos, Gravidez não
Planejada, Orientação Sexual, Conversas sobre Sexo e Sexualidade, Gênero e Violência nas relações afetivo sexuais.

O seu nome não será utilizado em qualquer fase da pesquisa o que garante o anonimato. A divulgação dos
resultados será feita de forma a não identificar os participantes. A participação é gratuita e não haverá nenhum tipo de
cobrança. Considerando que toda pesquisa oferece algum tipo de risco, nesta pesquisa o risco pode ser avaliado como
mínimo, do tipo constrangimento, ficando o(a) participante livre para interromper a sua participação.

São esperados os seguintes benefícios da participação: informações que podem ser usadas para ajudar em
políticas públicas para a melhoria da educação em saúde de jovens e adolescentes; elucidar possíveis dúvidas dos
alunos em relação aos assuntos que serão tratados; contribuir com informações para a comunidade científica; produzir
conhecimento que poderá ser compartilhado no meio familiar e comunitário e empoderar os(a) alunos(a) sobre os
seus direitos e deveres como cidadãos. Gostaríamos de deixar claro que a participação é voluntária e que pode ser
interrompida a qualquer momento, sem penalização alguma ou sem prejuízo de qualquer natureza.

Desde já, agradecemos a atenção e a participação e colocamo-nos à disposição para maiores informações:
(99) 982442659 – (86) 999979948.

Eu, ___________________________________________________________________, confirmo que


Elaine Ferreira do Nascimento, explicou-me os objetivos desta pesquisa, bem como, a forma de participação. Eu li e
compreendi este Termo de Consentimento, portanto, eu concordo em participar como voluntário desta pesquisa.

Teresina, _______ de _________ de 2019

_______________________________________

_________________________________________________

Elaine Ferreira do Nascimento

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