Ranieri Sousa Ioc Mest 2020
Ranieri Sousa Ioc Mest 2020
Ranieri Sousa Ioc Mest 2020
TERESINA- PI
Maio de 2020
INSTITUTO OSWALDO CRUZ
TERESINA - PI
Maio de 2020
Ficha catalográfica elaborada pelo sistema de geração automática de ficha
catalográfica da Biblioteca de Manguinhos/ICICT com dados fornecidos pelo
autor.
INSTITUTO OSWALDO CRUZ
EXAMINADORES:
Dra Beatriz Fátima Alves de Oliveira (Presidente) Instituto Oswaldo Cruz
(IOC/Fiocruz)
Drª Vanessa Salete de Paula (Membro) Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz)
Drª Adriana Kelly Santos (Membro) Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz)
Drª Martha Cecilia Suarez Mutis (Suplente) Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz)
Drº Antonio Luiz Gomes Junior (Suplente) Centro Universitário UNINOVAFAPI
(Ranieri Flávio)
RESUMO
INTRODUÇÃO: Nos últimos anos as Infecções Sexualmente Transmissíveis
(IST) vem aumentando em todo o mundo, principalmente entre os jovens e
adolescentes. Portanto, os adolescentes e jovens são considerados um grupo
prioritário nas campanhas de prevenção devido ao alto risco de adquirir uma IST.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), as IST estão entre as causas
mais comuns de doenças no mundo e podem ser consideradas um problema de
saúde pública. Sendo assim, o ambiente escolar configura-se como um local onde
os jovens podem esclarecer suas dúvidas, conversar e aprender sobre inúmeros
temas, inclusive sobre as IST. OBJETIVO: Investigar o conhecimento e as
atitudes que os adolescentes escolares têm em relação as infecções sexualmente
transmissíveis. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, descritivo,
interpretativo, com uma abordagem quanti-quali realizado em uma escola de
Ensino Médio profissionalizante do estado do Piauí. Os dados foram coletados por
meio de questionário estruturado online e entrevistas semiestruturadas abordando as
características sociodemográficas, culturais, comportamentais e os conhecimentos
sobre questões relacionadas às IST. O perfil quantitativo foi descrito por meio de
questionário online com 595 estudantes e a abordagem qualitativa através de
interações face a face individual com 34 estudantes, perfazendo um total de 629
alunos de todos os cursos profissionalizantes da escola, com faixa etária
compreendida entre 14 e 24 anos de idade, sendo o estudo realizado de maio a
dezembro de 2019. Na análise bivariada, as variáveis que apresentaram associação
ao nível de 10% foram incluídas na análise multivariada para calcular estimativas
ajustadas de razão de chances. A identificação das variáveis associadas ao
conhecimento dos adolescentes sobre as IST foi realizada por meio da análise
multivariada através do programa IBM SPSS Statistics, com intervalo de confiança
(IC%) de 95%. Já a dimensão qualitativa foi analisada a luz do método de
interpretação de sentidos, com base em princípios hermenêuticos-dialéticos.
RESULTADOS: A maioria dos estudantes (81,8%) não sabiam quais eram os
principais sinais e sintomas das IST. As estudantes do sexo feminino sabiam mais
informações em comparação ao sexo masculino (72,6% vs 27,4%). Os estudantes
da área da saúde sabiam menos sobre as sintomatologias das IST quando
comparados a estudantes de outras áreas. Outro dado importante é que o(a)s
estudantes que não foram capazes de identificar os sinais e sintomas das IST,
quando questionados, 63,9% afirmaram saber o que é IST, revelando o
desconhecimento de parte do público estudado. Vale ressaltar que quanto maior o
grau de instrução da mãe (13 ou mais anos de estudo) e quanto maior o acesso aos
meios de informação, maiores são as chances de conhecer os principais sinais e
sintomas das IST. CONCLUSÃO: A maioria do(a)s aluno(a)s não sabiam quais
eram os principais sinais e sintomas das IST, isso é preocupante, pois esses jovens
estão na fase de iniciação sexual. Assim, são necessárias ações educativas que
visem o fornecimento de informações fidedignas, especificas e com amplo acesso
direcionado a população de adolescentes e jovens com o intuito de favorecer a
promoção da saúde uma vez que esta tem como finalidade influenciar
positivamente a escolha e manutenção de práticas saudáveis e dificultar as práticas
de risco.
Palavras-chave: Infecções Sexualmente Transmissíveis; Adolescência; Juventude;
Conhecimento; Sinais e Sintomas.
ABSTRACT
NTRODUCTION: In recent years, Sexually Transmitted Infections (STIs) have been
increasing worldwide, especially among young people and adolescents. Therefore,
adolescents and young people are considered a priority group in prevention campaigns
due to the high risk of acquiring an STI. According to WHO (World Health
Organization), STIs are among the most common causes of disease in the world and
can be considered a public health problem. Thus, the school environment is configured
as a place where young people can clarify their doubts, talk and learn about countless
themes, including STIs. OBJECTIVE: To investigate the knowledge and attitudes that
adolescent students have in relation to sexually transmitted infections. METHODS:
This is a cross-sectional, descriptive, interpretive study, with a quanti-quali approach
carried out at a vocational high school in the state of Piauí. Data were collected through
a closed online questionnaire and semi-structured interviews addressing
sociodemographic, cultural, behavioral characteristics and knowledge about STI-
related issues. The quantitative profile was described through an online questionnaire
with 595 students and the qualitative approach through face-to-face interactions with
34 students, making a total of 629 students from all vocational courses at the school,
aged between 14 and 24 years old, the study being carried out from May to December
2019. In the bivariate analysis, the variables that showed an association at the level of
10% were included in the multivariate analysis to calculate adjusted estimates of odds
ratios. The identification of variables associated with the adolescents' knowledge about
STIs was performed through multivariate analysis using the IBM SPSS Statistics
program, with a 95% confidence interval (CI%). The qualitative dimension was
analyzed in the light of the method of interpretation of meanings, based on
hermeneutic-dialectic principles. RESULTS: Most students (81.8%) did not know what
the main signs and symptoms of STIs were. Female students knew more information
compared to male students (72.6% vs 27.4%). Students in the health field knew less
about the symptoms of STIs when compared to students in other areas. Another
important fact is that students who were not able to identify the signs and symptoms of
STIs, when questioned, 63.9% said they knew what STI is, revealing the lack of
knowledge on the part of the public studied. It is worth mentioning that the higher the
mother's level of education (13 or more years of schooling) and the greater the access
to the means of information, the greater the chances of knowing the main signs and
symptoms of STIs. CONCLUSION: Most of the students did not know what the main
signs and symptoms of STIs were, this is worrying, as these young people are in the
sexual initiation phase. Thus, educational actions are needed to provide reliable,
specific information with wide access directed to the population of adolescents and
young people in order to favor health promotion, since it aims to positively influence
the choice and maintenance of practices and hinder risky practices.
Figura 10. Mapa do estado do Piauí, com destaque para cidade de Teresina ............... 54
Figura 13. Tecnologia Social: Jogo Interativo Sobre as ISTs em Forma de Tabuleiro
sobre sinais e sintomas das IST dos adolescentes estudantes de uma escola pública
sinais e sintomas das IST dos adolescentes estudantes de uma escola pública
conhecimento dos sinais e sintomas das IST dos adolescentes estudantes de uma escola
CMV - Citomegalovírus
CV - Carga Viral
IC – Intervalo de Confiança
VZV - Varicela-Zoster
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 17
1.1 Considerações gerais sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) ...... 17
1.2 HIV/aids ..................................................................................................................... 18
1.2.1 Agente etiológico ................................................................................................ 19
1.2.2 Formas de transmissão ........................................................................................ 20
1.2.3 Apresentação clínica ........................................................................................... 20
1.2.4 Diagnóstico.......................................................................................................... 21
1.3 HPV ............................................................................................................................ 22
1.3.1 Agente etiológico ................................................................................................ 23
1.3.2 Formas de transmissão ........................................................................................ 24
1.3.3 Apresentação clínica ........................................................................................... 25
1.3.4 Diagnóstico.......................................................................................................... 28
1.4 Herpes Genital ........................................................................................................... 28
1.4.1 Agente etiológico ................................................................................................ 29
1.4.2 Formas de transmissão ........................................................................................ 29
1.4.3 Apresentação clínica ........................................................................................... 30
1.4.4 Diagnóstico.......................................................................................................... 32
1.5 Hepatites B e C .......................................................................................................... 32
1.5.1 Agente etiológico ................................................................................................ 33
1.5.2 Formas de transmissão ........................................................................................ 34
1.5.3 Apresentação clínica ........................................................................................... 35
1.5.4 Diagnóstico.......................................................................................................... 35
1.6 Sífilis ........................................................................................................................... 36
1.6.1 Agente etiológico ................................................................................................ 37
1.6.2 Formas de transmissão ........................................................................................ 38
1.6.3 Apresentação clínica ........................................................................................... 38
1.6.4 Diagnóstico.......................................................................................................... 40
1.7 Gonorreia ................................................................................................................... 41
1.7.1 Agente etiológico ................................................................................................ 41
1.7.2 Formas de transmissão ........................................................................................ 42
1.7.3 Apresentação clínica ........................................................................................... 42
1.7.4 Diagnóstico.......................................................................................................... 44
1.8 Adolescência, juventude e sexualidade .................................................................... 46
1.9 Ambiente escolar ....................................................................................................... 47
1.10 IST prevenção e promoção da saúde ....................................................................... 47
2. JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 50
3. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 52
3.1 Geral ........................................................................................................................... 52
3.2 Específicos .................................................................................................................. 52
4. METODOLOGIA ............................................................................................................. 53
4.1 Desenho do estudo ..................................................................................................... 53
4.1 Área de estudo ........................................................................................................... 53
4.2 População ................................................................................................................... 54
4.3 Critérios de inclusão.................................................................................................. 54
4.4 Critérios de exclusão ................................................................................................. 55
4.5 Análise quantitativa .................................................................................................. 55
4.5.1 População ................................................................................................................ 55
4.5.2 Critérios de seleção ................................................................................................. 55
4.5.3 Instrumento de coleta .............................................................................................. 55
4.5.4 Período da coleta ..................................................................................................... 56
4.5.5 Discriminação das variáveis estudadas ................................................................... 57
4.5.5.1 Definição do desfecho ............................................................................................. 57
4.5.5.2 Fatores associados ................................................................................................... 57
4.5.6 Validação do questionário ....................................................................................... 58
4.5.7 Análise estatística .................................................................................................... 58
4.6 Análise qualitativa ..................................................................................................... 58
4.6.1 População ................................................................................................................ 58
4.6.2 Critérios de seleção ................................................................................................. 58
4.6.3 Instrumento de coleta .............................................................................................. 59
4.6.4 Período da coleta ..................................................................................................... 59
4.6.5 Análise dos dados .................................................................................................... 59
4.7 Tecnologia Social ....................................................................................................... 60
4.8 Aspectos éticos ........................................................................................................... 60
5. RESULTADOS .................................................................................................................. 61
5.1 Análise Quantitativa ................................................................................................. 61
5.2 Análise Qualitativa .................................................................................................... 71
6. DISCUSSÃO ...................................................................................................................... 78
7. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 93
8. PERSPECTIVAS .............................................................................................................. 94
9. AGRADECIMENTO ........................................................................................................ 95
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 96
APÊNDICE A- QUESTIONÁRIO DA PESQUISA QUANTITATIVA PARA OBTENÇÃO
DE DADOS SOCIODEMOGRÁFICAS .................................................................................. 112
APÊNDICE B-ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMIESTRUTURADO ................................ 137
APÊNDICE C: ARTIGO QUALITATIVO SUBMETIDO NA REVISTA
SEXUALIDAD, SALUD Y SOCIEDAD ................................................................................. 138
APÊNDICE D: ARTIGO QUANTITATIVO SUBMETIDO NA REVISTA SEXUALLY
TRANSMITTED DISEASES ................................................................................................... 158
ANEXO A-O PARECER DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA .... 178
ANEXO B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) PARA
MAIORES DE 18 ANOS .......................................................................................................... 179
ANEXO C- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) DE 14 A
17 ANOS DE IDADE ............................................................................................................... 180
17
1. INTRODUÇÃO
1.1 Considerações gerais sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)
1.2 HIV/aids
1.2.4 Diagnóstico
1.3 HPV
A infecção pelo HPV é uma das IST mais frequentes no mundo. Estima-se que
entre 75 a 80% da população será acometida por pelo menos um dos tipos do HPV
ao longo da vida e que mais de 630 milhões de homens e mulheres (1:10 pessoas)
estão infectados. No Brasil existem aproximadamente 9 a 10 milhões de pessoas
infectadas por esse vírus e a cada ano cerca de 700 mil novos casos ocorrem
(ABREU et al., 2018).
23
Este vírus possui mais de 200 tipos identificados que são classificados em alto
ou baixo risco, conforme sua capacidade em induzir a transformação neoplásica.
Dentre os HPV de alto risco são encontrados os tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51,
52, 56, 59, 66, 68, 13, 73 e 82, sendo os tipos 16 e 18 os mais frequentes em
neoplasias malignas de colo uterino (70% dos casos). Dentre os diferentes tipos de
HPV são considerados os de baixo risco os tipos 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72
e 81 (ENGIDA SADO, 2019; SOUSA et al., 2019).
O HPV é incapaz de penetrar através de epitélio escamoso intacto. Este
microrganismo infecta, in-vivo, a camada celular basal da pele ou mucosa
mitoticamente ativa, por meio de micro abrasões ou feridas no epitélio. Dissemina-
se pelo contato direto célula-célula sem uma viremia clássica. No entanto, grande
parte das infecções é eliminada pelo sistema imune, não resultando em doença
clínica. Quando o sistema imunológico não consegue frear a invasão, o vírus penetra
na célula do hospedeiro, liberando seu DNA, replicando-se e podendo permanecer
24
Figura 2. Condiloma acuminado (verrugas) anal. Fonte: CDC. Centers for Disease
Control and Prevention.
1.3.4 Diagnóstico
manifestar lesões por herpes. Desta forma, o vírus do herpes genital não tem cura,
mas tem tratamento, e tem como características marcantes o surgimento de pequenas
bolhas agrupadas, situadas na região genital e anal, que se rompem e originam
feridas (FERRAZ; MARTINS, 2014; KHAMENEH; SEPEHRVAND;
MOHAMMADIAN, 2020).
Após a primo-infecção (primeira vez que a doença aparece), os sintomas podem
voltar conforme alguns fatores como: estresse, cansaço, esforço exagerado, febre,
exposição ao sol, traumatismos, uso prolongado de antibioticoterapia e período
menstrual (MOURA et al., 2017).
Figura 4. Herpes no pênis. Fonte: CDC. Centers for Disease Control and
Prevention.
Figura 5. Herpes na vulva. Fonte: CDC. Centers for Disease Control and
Prevention.
32
1.4.4 Diagnóstico
1.5 Hepatites B e C
As hepatites virais são doenças que afetam todo o planeta e são consideradas
como as principais doenças hepáticas, podendo levar a quadros mais graves, como a
cirrose e o carcinoma hepatocelular, tornando-se um importante problema de saúde
pública devido à realização de transplantes de fígado e grande morbimortalidade
associada a essas infecções (GONÇALVES et al., 2019). Sabe-se que 400 milhões
de pessoas em todo o mundo estão infectadas com o vírus da hepatite B (HBV) e
aproximadamente 175 milhões de pessoas infectadas com vírus da hepatite C (HCV)
(BERTACO; PEREIRA; FILHO, 2017; PEREIRA et al., 2019).
Segundo o Ministério da Saúde, no período de 1999 a 2018, foram notificados
no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 632.814 casos
confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 233.027 (36,8%) são referentes
aos casos de hepatite B e 228.695 (36,1%) aos de hepatite C (BRASIL, 2019c).
A evolução crônica da infecção pelo HBV ocorre em aproximadamente 5 a 10%
dos adultos infectados e em 90% das infecções ocorridas em menores de cinco anos
de idade. A particularidade especial da infecção crônica por este vírus é a
possibilidade de evoluir para câncer hepático, independentemente da ocorrência de
cirrose, fato considerado pré-requisito para o surgimento de carcinoma hepatocelular
33
nas demais infecções virais crônicas. Por outro lado, a maioria dos pacientes (80-
85%) que se tornam infectados agudamente pelo HBC não consegue se curar
completamente da infecção e, portanto, progridem para infecção crônica. Diante
disso, a OMS classifica o Brasil como área intermediária de endemicidade
(ROMANELLI et al., 2015).
casos de hepatite C são causados pelo tipo 1 (OLIVEIRA et al., 2018; OZARAS;
LEBLEBICIOGLU, 2019).
mulheres com infecção por HCV co-infectadas pelo vírus HIV, sendo um fator de
risco importante o parto vaginal (AMARAL et al., 2015).
1.5.4 Diagnóstico
1.6 Sífilis
1.6.4 Diagnóstico
1.7 Gonorreia
Figura 8. Corrimento causando pela uretrite gonocócica. Fonte. CDC. Centers for
Disease Control and Prevention.
44
Figura 9. Cervicite gonocóccica. Fonte. CDC. Centers for Disease Control and
Prevention.
1.7.4 Diagnóstico
Tabela 1. Resumo das IST em relação ao seu agente etiológico, formas de transmissão, principais
sinais e sintomas e diagnóstico.
Agente
IST Formas de transmissão Sinais e sintomas Diagnóstico
etiológico
Relação sexual,
Febre, diarreia, Exames
Vírus sangue,compartilhamento de
Aids suores noturnos e laboratoriais e os
(Retroviridae) seringa ou pela transmissão
emagrecimento testes rápidos
vertical
Pequenos inchaços de
pele ou Exames
escurecimento da laboratoriais,
Contato direto com a pele
Vírus área genital, verrugas papanicolau,
HPV infectada por meio das relações
(Papillomaviridae) genitais, prurido ou peniscopia,
sexuais
desconforto na área captura híbrida,
genital e sangramento colposcopia
na relação sexual
Exame clínico,
Vírus Relação sexual (oral, anal ou Bolhas ou feridas técnicas
Herpes genital
(Herpesviridae) vaginal) dolorosas laboratoriais
(PCR, ELISA)
Sangue (via parenteral, Cansaço, tontura, Testes rápidos,
percutânea e vertical), esperma enjoo e/ou vômito, ELISA, Métodos
Vírus e secreção vaginal (via sexual). febre, dor abdominal, de imunoensaio
Hepatite B
(Hepadnaviridae) A transmissão pode ocorrer pelo urina escura, olhos e e/ou identificação
compartilhamento de objetos pele amarelados e do DNA ou RNA
contaminados fezes claras. viral
Sangue (via parenteral, Cansaço, tontura, Testes rápidos,
percutânea e vertical), esperma enjoo e/ou vômito, ELISA, Métodos
e secreção vaginal (via sexual). febre, dor abdominal, de imunoensaio
Hepatite C Vírus (Flaviviridae)
A transmissão pode ocorrer pelo urina escura, olhos e e/ou identificação
compartilhamento de objetos pele amarelados e do DNA ou RNA
contaminados fezes claras. viral
Testes rápidos,
Sífilis primária: Testes não-
Contato sexual, via
ferida ulcerada treponêmicos
transplacentária para o feto ou
Bactéria (cancro duro). Fase (VDRL),
pela contaminação durante o
Sífilis (Treponema secundária: mal-estar, Testes
parto, quando se tem lesões
pallidum) cefaleia, artrite, febre treponêmicos
genitais não tratadas e
baixa e adenopatia (imunofluorescên
transfusão de sangue
indolor cia indireta ou
Imunoblot)
Cultura ou através
Secreção uretral
Contato direto humano-humano de testes de
purulenta (amarelo
entre as membranas mucosas do amplificação de
Bactéria (Neisseria esverdeado), mas às
Gonorreia trato urogenital, canal anal e ácidos nucleicos
gonorrhoeae) vezes meatite
orofaringe, geralmente durante (NAT) e
edematosa e disúria
atividades sexuais Coloração de
acentuada
Gram.
Fonte: Elaborado pelo autor.
46
As ISTs são disseminadas pelo contato sexual sem preservativo com pessoas
portadoras de vírus, bactérias ou fungos causadores de infecções. São consideradas
48
um dos problemas de saúde pública mais comum em todo o mundo e geram prejuízo
na economia de países em desenvolvimento (TAYLOR et al., 2017).
Dessa maneira, é importante destacar que as IST não fazem parte do cotidiano
dos jovens, que frequentemente não estão atentos ao risco de infecção e não adotam
medidas protetoras, portanto, se acometidos por uma IST, a falta de diagnóstico
precoce impede que o tratamento seja iniciado, contribuindo para as complicações
advindas do agravo, além de perpetuar a transmissão da infecção (PINTO et al.,
2018).
Embora mais de 95% da população brasileira saiba que o uso do preservativo é a
melhor maneira de prevenir uma IST, o seu uso está longe de atingir níveis
satisfatórios, e mesmo que os jovens apresentem as maiores proporções de uso, a
queda observada nesta faixa etária é preocupante (CHAVES et al., 2014).
De acordo com a OMS, a relação sexual sem proteção foi avaliada como um
comportamento de risco importante à transmissão das IST em todo o mundo. O
preservativo masculino continua sendo a profilaxia mais divulgada pelas políticas de
saúde, devido ao seu elevado alcance de proteção decorrente ao risco de
contaminação por alguma IST, sobretudo o HIV/AIDS, pois ele pode reduzir os
ciclos de contaminações (Santos et al., 2018).
Muitas IST têm fases assintomáticas ou quando apresentam sinais e sintomas,
estes podem surgir muito tempo depois da infecção inicial. A carência na instrução
de grande parte do(a)s estudantes no que se refere a esse tema faz com que as
pessoas só busquem os serviços de saúde quando desenvolvem alguma manifestação
clínica. Estas atitudes podem possibilitar com que os adolescentes sejam fontes de
disseminação desses tipos de infecções sem conhecerem seus verdadeiros quadros
clínicos (CIRIACO et al., 2019)
Para controlar o ciclo de transmissão das IST, a estratégia básica é a prevenção e
a promoção da saúde através de atividades sócio educativas que problematize a
mudança de comportamento e atitude. Para que essa estratégia seja eficaz, torna-se
necessário conhecer o pensamento das pessoas, em particular os adolescentes e
jovens, suas realidades, mitos e interdições com respeito a sua sexualidade para que
se possa abordá-la de modo que contribua para seu desenvolvimento e crescimento
sexual saudável (MALTA; MARTINS; ALMEIDA, 2013)
A promoção da saúde é um fator essencial para a mudança de comportamentos e
de atitudes, necessários ao estabelecimento de estilos de vida mais saudáveis. A
49
2. JUSTIFICATIVA
Estima-se que, a cada dia, um milhão de pessoas adquira alguma IST. Adultos,
jovens e adolescentes são responsáveis por quase a metade de todos os casos novos. Na
literatura, identifica-se a população de adolescentes e jovens como um primordial grupo
populacional em termos de risco epidemiológico de IST e, portanto, como grupo
prioritário das campanhas de prevenção (ALVES et al., 2017).
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) a iniciação sexual
de adolescentes ocorre na faixa etária de 13 a 15 anos, especialmente no sexo masculino
(Oliveira et al., 2017). Estes jovens sofrem fortes influências, diretas e indiretas, da
liberdade sexual e da mídia, tornando-se vulneráveis às IST, devido à falta de
informação e experiência, tendo, assim, que assumir, por muitas vezes, um
comportamento de risco para sua saúde, e se reafirmarem em um grupo ou como
“senhores” de sua vida (NASCIMENTO et al., 2019).
Com base nesse panorama, assinalamos que a importância deste estudo está na
possibilidade de investigar qual o conhecimento que os alunos tem em relação aos
principais sinair e sintomas das IST? E assim, compreender a maneira como os jovens
escolares, numa perspectiva de gênero, simbolizam a questão da sexualidade a partir da
socialização das informações que vivenciam e dos sentidos atribuídos aos modelos de
sexualidade culturalmente construídos. Esse investimento investigativo pode trazer
ganhos para ações em saúde centradas no acolhimento das demandas sexuais de
adolescentes e jovens.
Assim, apesar de a maioria dos adolescentes e jovens apresentarem informações
básicas sobre as IST, ainda necessitam de uma educação eficaz e contínua que envolva o
tema, pois só assim irão adquirir conhecimentos que promovam mudanças no seu
comportamento e desenvolver responsabilidades na saúde sexual e reprodutiva. Para a
conscientização dos adolescentes e jovens sobre a prevenção e a promoção da saúde,
não é satisfatório apenas conhecer os métodos, mas também saber sua importância,
eficácia e o acesso a eles, além da forma correta de sua utilização.
No Piauí também foi revelado esse mesmo perfil com a problemática da
gravidez na adolescência, o que aponta para a escassez de políticas públicas
direcionadas não só a atender as demandas sexuais e reprodutivas da população jovem
vulneráveis aos riscos oriundos da prática sexual desprotegida, como também à sua
51
As IST são uma área de grande importância dentro da medicina tropical, pois
permanecem subnotificadas na prática clínica e na investigação científica por serem na
sua grande maioria assintomáticas e isso tem consequências de longo alcance para a
saúde pública, bem como os custos e assistência à saúde a longo prazo para a
comunidade (WORKOWSKI; BOLAN, 2015).
Diante destes aspectos, este estudo está em consonância com a Agenda 2030
para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), que
define um conjunto de metas e objetivos ambiciosos de saúde global. De particular
interesse, a estratégia proposta baseia-se no objetivo 3 que visa garantir uma vida
saudável e promover o bem-estar para todo(a)s em todas as idades, incluindo seu foco
em áreas relacionadas à saúde.
Essa estratégia global do setor da saúde para IST descreve um componente
importante de contribuição para a execução desse objetivo. Se implementadas, essas
ações vão acelerar e intensificar a resposta às IST, para que o progresso no sentido de
acabar com a epidemia se torne realidade. Além disso, a implementação da estratégia do
setor de saúde global sobre IST, uma vez adotada, exigirá comprometimento e recursos
políticos para acelerar rapidamente a resposta nos próximos cinco anos e sustentar ações
até 2030 e além.
A maioria dos adolescentes e jovens escolares apresentam informações básicas
sobre as IST, portanto, é imprescindível a adoção de medidas de educação em saúde
mais eficazes e contínuas que envolvam o tema, pois só assim irão adquirir
conhecimento crítico que possam promover mudanças no seu comportamento gerando
atitudes de responsabilidades no campo da saúde sexual e reprodutiva.
52
3. OBJETIVOS
3.1 Geral
Avaliar o conhecimento sobre os principais sinais e sintomas e as atitudes que os
adolescentes escolares têm em relação as Infecções Sexualmente Transmissíveis.
3.2 Específicos
Identificar o conhecimento do(a)s adolescentes e jovens escolares em relação
aos principais sinais e sintomas clínicos sobre as IST;
Caracterizar o perfil sociodemográfico e cultural do(a)s adolescentes e
jovens pesquisados e associar a vulnerabilidade para as IST;
Descrever as atitudes e aspectos comportamentais do(a)s adolescentes e
jovens estudados e associar a vulnerabilidade às IST;
Identificar como os meios de informação influenciam o conhecimento sobre
as IST entre o(a)s adolescentes e jovens escolares;
Verificar os fatores associados à adoção de práticas sexuais de exposição e
de risco entre os adolescentes e jovens.
53
4. METODOLOGIA
A utilização de duas abordagens (quantitativa e qualitativa) diferentes para a
pesquisa foi importante para se ter uma dimensão mais ampla do que o(a)s
estudantes sabem sobre as IST. Enquanto que na pesquisa quantitativa foi possível
realizar uma análise comparativa do conhecimento do(a)s aluno(a)s sobre os
principais sinais e sintomas das IST com diferentes variáveis. Na análise qualitativa
conseguimos compreender mais profundamente os comportamentos do(a)s
adolescentes frente a informações sobre às IST.
4.2 População
A população desse estudo foi composta por 629 alunos na faixa etária entre 14 a
24 anos, de ambos os sexos, matriculados no Centro Estadual de Educação
Profissional-CEEP José Pacífico de Moura Neto em diversos cursos técnicos
(Análises Clínicas, Farmácia, Enfermagem, Saúde Bucal, Informática, Manutenção
e Suporte de Informática, Edificações, Segurança do Trabalho e Manutenção
Automotiva).
Essa análise foi composta por 595 estudantes de ambos os sexos (masculino e
feminino) sendo 310 do sexo feminino e 285 do masculino abrangendo todos os
cursos profissionalizantes (Análises Clínicas, Farmácia, Enfermagem, Saúde Bucal,
Informática, Manutenção e Suporte de Informática, Edificações, Segurança do
Trabalho e Manutenção Automotiva) matriculados na instituição.
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f
)
(g) (h)
Figura 11. Desenvolvimento e execução das etapas do projeto quali-quantitativo no Ceep
José Pacífico De Moura Neto, Teresina, Piauí. (a) Apresentação da pesquisa para parte
do(a)s aluno(a)s da escola. (b) Aplicação do projeto piloto na escola. (c) Aplicação do
questionário online no laboratório de informática I da escola. (d) Equipe da pesquisa em
visita a escola. (d) Aplicação do questionário online na biblioteca. (f) Interação com o(a)s
aluno(a)s da instituição de ensino para explicar como funciona a pesquisa. (g) e (h)
Aplicação do questionário online no laboratório de informática II da escola.
57
5. RESULTADOS
Participaram da pesquisa 629 alunos de ambos os sexos, sendo 595 da
abordagem quantitativa e 34 da qualitativa de todos os cursos profissionalizantes da
escola.
5.1 Análise Quantitativa
Piauí. No que diz respeito ao sexo, identificou-se que o público masculino tem 64%
(IC95%: 0,23-0,55) menos chance de conhecer os sinais e sintomas das IST que o
feminino, ajustado às demais variáveis descritas na Tabela 03 (Escolaridade da mãe;
Sabe o que é IST; Camisinha; Vacinação; AIDS; Gonorreia; Meios de se informar;
Relação sexual) e com p-valor < 0, 001. Além disso, dos estudantes que responderam
saber o que é IST, apresentam 5,44 (OR: 5,44 IC95%: 1,8-16,45), vezes maior
chance de reconhecer os sinais e sintomas destas infecções comparado ao grupo que
relatou não conhecer IST.
Embora não estatisticamente significativo, a maior escolaridade da mãe
apresentou associação positiva com o conhecimento sobre IST, ou seja, quanto
maiores os anos de estudo das mães maiores as chances de os estudantes saberem
identificar os sinais e sintomas das IST.
Entre os fatores associados com o conhecimento dos sinais e sintomas das IST,
aqueles estudantes que citaram camisinha e vacinação como método de prevenção
apresentaram 2,59 (OR: 2,59; IC95%: 1,05-6,4) e 1,89 (OR: 1,89; IC95%: 1,23-2,91)
vezes maior chance de conhecer os sinais e sintomas comparados aqueles que não
citaram esses métodos, respectivamente. Em relação às infecções, estudantes que
reconhecem a AIDS e a gonorreia como IST apresentaram, nessa ordem, 1,94 (OR:
1,94; IC95%: 1,04-3,61) e 2,32 (IC95%: 1,5-3,58) vezes maior chance de conhecer
os sinais e sintomas em relação aqueles que não reconhecem essas doenças como
IST. Além disso, observou-se que a cada meio de informação houve um incremento
de 20% na chance de os estudantes conhecerem os sinais e sintomas das IST
(OR:1,2; IC95% 1,07 – 1,33) e que ter tido relação sexual aumentou em 43% a
chance de conhecer os sinais e sintomas da IST (OR: 1,43; IC95% 0,94-2,18). Essas
associações foram ajustadas com as variáveis descritas na Tabela 4.
OR OR
(bruta) 95%CI (ajustada) 95%CI p-valor
Sexo
Feminino 1,0 1,0
Masculino 0,31 (0,21-0,45) 0,36 (0,23-0,55) < 0,001
Escolaridade (mãe) (anos de estudo)
0 a 9 anos 1,0 1,0
10 a 12 anos 1,55 (0,99-2,42) 1,67 (1-2,79) 0,049
13 ou+ 1,88 (1,05-3,36) 1,71 (0,89-3,3) 0,107
Não soube informar 0,77 (0,3,1,98) 0,91 (0,32,2,62) 0,868
Sabe o que é IST
69
Sinais e
Sintomas
Nível de Escolaridade
da Mãe
0 a 9 anos
10 a 12 anos
13 ou + anos
Variáveis n° %
Idade
15 1 2,9
16 9 26,5
17 10 29,4
18 12 35,3
19 2 5,9
Total 34 100
Cor
Parda 23 67,6
Preta 4 11,8
Branca 7 20,6
Total 34 100
Identidade de Gênero
Cisgênero 34 100
Total 34 100
Orientação Sexual
Heterossexual 30 88,2
Bissexual 2 5,9
Lésbica 2 5,9
Total 34 100
Curso
Análises Clínicas 2 5,9
Edificações 4 11,8
Enfermagem 3 8,8
Farmácia 3 8,8
Informática 12 35,3
Manutenção Automotiva 1 2,9
Saúde Bucal 2 5,9
Segurança do Trabalho 7 20,6
Total 34 100
O que as Acho que a saliva [transmite uma IST], o ar... não sei se
estudantes todas [ISTs] são...algumas são contagiosas, por conta de
um “toque”, outras não. Eu lembro que é bem perigoso, só
sabem sobre
lembro disso... (F01, F19, F20, F28, F29).
IST?
Qual o sentido Não é a mesma coisa sexo com camisinha e sexo sem
camisinha, atrapalha na hora de sentir prazer (F19, F24).
de usar
preservativo nas
Tem gente que não [pensa], assim pensa nas consequências
relações sexuais?
direito [fazer sexo sem preservativo], mesmo as pessoas
falando muito, tem gente que...mesma assim, não se
importam com isso. Acho que é, que nunca vai acontecer
com ela só pode acontecer com os outros, com ela nunca
vai acontecer (F07, F15, F20, F22, F30).
Eu acho que é algo muito pessoal, usa quem quer, todos nós
temos o direito de escolher, mas acho que seja muito
importante se prevenir porque essas doenças são
transmitidas pela relação sexual (M04).
76
6. DISCUSSÃO
os principais sinais e sintomas das IST e em uma pesquisa feita em São Paulo
mostrou que 81% dos estudantes tinham dúvidas sobre a sintomatologia das
IST(CARVALHO et al., 2015; DE CASTRO et al., 2016; FERREIRA; MIRANDA;
BARONI, 2016).
Esses dados vão na contramão de um estudo realizado no Goiás com 105
adolescentes, no qual 97,1% destes tinham conhecimentos satisfatório sobre os sinais
e sintomas das IST (corrimento, úlceras genitais, coceira, dor ao urinar, feridas)
(CARVALHO et al., 2015). Resultado equivalente foi encontrado por CRUZ;
PAIXÃO, 2018, em um estudo com 185 adolescentes, em que mais da metade dos
jovens citaram úlceras e feridas, coceira, corrimento, e dor ao urinar como possíveis
sinais e sintomas das IST.
O conhecimento de adolescentes sobre os sintomas apresentados pelas IST
facilita a procura espontânea pelos serviços de saúde. No entanto, é importante
também expandir a difusão sobre a assintomatologia das IST que são responsáveis
pela maior parte das infecções prevalentes e incidentes e, assim podem ter o
diagnóstico retardado levando a sérias consequências negativas à saúde (ELIAS et
al., 2017)
As informações sociodemográficas são de suma importância no processo de
planejamento e tomada de decisão. Identificar o perfil dos adolescentes em relação
ao conhecimento sobre as IST é essencial para delinear e elaborar políticas voltadas
para o atendimento das demandas sociais.
Sendo assim, na presente pesquisa foi possível identificar o perfil
sociodemográfico do(a)s adolescentes relacionado ao seu nível de conhecimento
sobre os principais sinais e sintomas das IST. As adolescentes do sexo feminino
(72,6%) tinham mais conhecimento sobre as sintomatologias das IST em relação ao
sexo masculino (27,4%) com diferença estatisticamente significante (P<0,0001), e
ainda no que diz respeito ao sexo, identificou-se na análise de regressão logística
multinominal que o público masculino tem em 64% das vezes (IC95%: 0,23-0,55)
menos chances de conhecer as sintomatologias das IST que o grupo feminino, o que
está em consonância com outro estudo realizado no Rio de Janeiro com 768
estudantes em que as mulheres tinham 9% mais chances de conhecer sobre as IST
que os homens (FONTE et al., 2018).
Desse modo, ao se analisar esses dados através do estudo qualitativo permitiu-se
indiciar que apesar das meninas demonstrarem terem mais instruções sobre os sinais
80
7. CONCLUSÃO
A maioria do(a)s aluno(a)s não sabiam quais eram os principais sinais e
sintomas das IST, isso é preocupante, pois esses jovens estão na fase de
iniciação sexual;
O HIV é a principal IST reconhecida pelo(a)s estudantes, em face de uma vasta
gama de ações publicitárias em torno dessa infecção;
A promoção da saúde precisa ser mais bem incorporada uma vez que esta tem
como finalidade influenciar positivamente a escolha e manutenção de práticas
saudáveis e dificultar as práticas de risco;
A prevenção é uma das principais formas de inibir as IST e o estudo demonstra
que ainda existe um grande desconhecimento em relação a esse tópico em ambos
os sexos;
Só utilizar “às vezes” o preservativo durante o ato sexual pode ser um agravante
para a transmissão das ISTs entre o(a)s adolescentes;
São necessárias ações educativas que visem o fornecimento de informações
fidedignas e especificas e com amplo acesso direcionadas a população de
adolescentes e jovens;
Foi observado que o nível de escolaridade da mãe associado a quantidade de
meios de informação que o(a)s aluno(a)s utilizam está intrinsicamente
relacionado ao conhecimento dos principais sinais e sintomas das IST. Quanto
maior o nível de escolaridade das mães e meios de informação que o(a)s
aluno(a)s usam mais chances vai ter deles saberem sobre as sintomatologias das
IST.
94
8. PERSPECTIVAS
9. AGRADECIMENTO
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QUESTIONÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO
*Obrigatório
Feminino
Masculino
Transgênero
Prefiro não dizer
Sim
Não
Casado(a)
Separado(a)
Divorciado(a)
Solteiro(a)
União estável
Namorando(a)
"Ficando"
De 3 a 6 mesês
Mais de 1 ano
6 Se você não está em um relacionamento, há quanto tempo foi seu último
relacionamento?
*
Marcar apenas uma oval.
Estou em um relacionamento
Nunca tive um relacionamento
A menos de 1 mês
De 1 a 2 mês
De 3 a 6 mesês
Mais de 1 ano
Análises clínicas
Farmácia
Enfermagem
Saúde bucal
Informática
Manutenção e Suporte em Informática
Edificações
Segurança do Trabalho
Manutenção Automotiva
EJA
Avós
Abrigos públicos
Sozinho(a)
Filhos
República
Outro familiares (tios e / ou primos)
10 Qual foi o curso mais elevado que a sua mãe
completou? * Marcar apenas uma oval.
Analfabeto(a)
Ensino fundamental incompleto
Ensino fundamental completo
Ensino médio incompleto
Ensino médio completo
Superior incompleto
Superior completo
Não sei informar
Analfabeto(a)
Ensino fundamental incompleto
Ensino fundamental completo
Ensino médio incompleto
Ensino médio completo
Superior incompleto
Superior completo
Não sei informar
1
2
3
4
5
Mais de 5
Moro sozinho
14 Quantas pessoas dormem no mesmo cômodo que
você? * Marcar apenas uma oval.
1
2
3
Mais de 3
Durmo sozinho
1
2
3
4
5
Mais de 5
Branca
Preta
Amarela
Parda
Indígena
Outra
Não sei responder
Sim
Não
Sim
Não
Não trabalho
Sim
Não
Sim
Sim. Mas já parei
Nunca
Sim
Sim. Mas já parei
118
Nunca
Sim
Sim. Mas já parei
Nunca
Sim
Não
Talvez
Sim
Não
Talvez
Sim
Não
Feridas genitais
Câncer
Vômitos
Corrimentos
Palpitação
Verrugas genitais
Vício
Verrugas anais
Coceira
Inflamações
Diarreia
Não sei informar
Sim
Não
Talvez
37 Qual ou quais maneiras você pode se prevenir das
ISTs? * Marque todas que se aplicam.
Aids
Sífilis
Hepatite B e C
120
Herpes genital
HPV
Gonorreia
Nenhuma destas
Sim
Não
Talvez
Não sei responder
Sim
Não
Talvez
Não sei responder
42 Se sim, qual ou quais ISTs seu
conhecido teve ou tem? *
Se não conhece alguém escrever " Não
conheço ninguém"
Sim
Não
Sim
Não
Aids
Sífilis
Hepatite B e C
Herpes genital
HPV
Gonorreia
Nenhuma destas
Não sei dizer
Aids
Sífilis
Hepatite B e C
Herpes genital
HPV
Gonorreia
Nenhuma
destas Não sei
dizer
Sim
Não
Talvez
Não sei dizer
Internet
Livros
Amigos
Familiares
Panfletos
Professores
Televisão
Rádio
Eu não procuro me informar sobre as ISTs
Outros
Sim
Não
Talvez
Sim
Não
Talvez
Sim
Não
Talvez
54 Como você procuraria esclarecer suas dúvidas sobre as ISTs? *
Marque todas que se aplicam.
Médico
Farmecêutico
Enfermeiro
Familiar
Amigos
Professores
Internet
Eu não procuro me informar sobre as ISTs
123
Outros
Sim
Não
𝐒𝐎𝐔 𝐇𝐎𝐌𝐄𝐌
Sim
Não
𝐒𝐎𝐔 𝐇𝐎𝐌𝐄𝐌
Eu já fui ao ginecologista
Vergonha
Medo
Não teve nenhuma relação sexual
Não tem idade para ir
Não tem nenhum parceiro(a)
Não tem tempo livre
Sempre faz uso de camisinha nas relações
Nunca teve nenhum problema
58 Quando foi a última vez que você fez um exame ginecológico? *
Marcar apenas uma oval.
𝐒𝐎𝐔 𝐇𝐎𝐌𝐄𝐌
No último ano
Nos últimos 3 anos
4-5 anos atrás
Mais de 5 anos atrás
Nunca fez
Não sabe
59. Pensando nessa última vez que você fez o exame ginecológico,
você fez o exame chamado papanicolaou? * Marcar apenas uma
oval.
𝐒𝐎𝐔 𝐇𝐎𝐌𝐄𝐌
124
Sim Não
Corrimento na vagina
Feridas na vagina
Pequenas bolhas na vagina
Verrugas (berrugas) na vagina
Sim
Não
𝐒𝐎𝐔 𝐌𝐔𝐋𝐇𝐄𝐑
Sim
Não
63 Se a resposta for não, porquê você não foi ao
urologista? * Marque todas que se aplicam.
𝐒𝐎𝐔 𝐌𝐔𝐋𝐇𝐄𝐑
Eu já fui ao urologista
Vergonha
Medo
Não teve nenhuma relação sexual
Não tem idade para ir
Não tem nenhum parceiro(a)
Não tem tempo livre
Sempre faz o uso de camisinha
Não é coisa de homem
Nunca tive nenhum problema
64 SOMENTE HOMEM RESPONDE: Você já teve, alguma vez na vida, algum dos seguintes
problemas?
125
Sim Não
Corrimento no canal da urina
Feridas no pênis
Pequenas bolhas no pênis
Verrugas (berrugas) no pênis
Aids
Sífilis
Hepatite B e C
Herpes genital
HPV
Gonorreia
Doença de Chagas
Nenhuma destas
Não sei dizer
66 Qual ou quais das doenças descritas abaixo uma pessoa pode ser infectada
ao usar banheiros públicos? * Marque todas que se aplicam.
Aids
Sífilis
Hepatite B e C
Herpes genital
HPV
Gonorreia
Nenhuma destas
Não sei dizer
67. Qual ou quais das doenças descritas abaixo uma pessoa pode ser infectada
ao compartilhar seringa ou agulha com outras pessoas? * Marque todas que se
aplicam.
Aids
Sífilis
Hepatite B e C
Herpes genital
HPV
126
Gonorreia
Doença de Chagas
Nenhuma destas
Não sei dizer
68. Qual ou quais das doenças descritas abaixo uma pessoa pode ser infectada
ao não usar preservativos em relações sexuais? * Marque todas que se
aplicam.
Aids
Sífilis
Hepatite B e C
Herpes genital
HPV
Gonorreia
Nenhuma destas
Não sei dizer
69 E para qual ou quais das doenças descritas abaixo existe cura? *
Marque todas que se aplicam.
Aids
Sífilis
Hepatite B e C
Herpes
genital HPV
Gonorreia
Nenhuma destas
Não sei dizer
70. O risco de transmissão das ISTs pode ser reduzido se uma pessoa tiver relações
sexuais sem o uso do preservativo somente com um(a) parceiro(a). * Marcar apenas
uma oval.
Concorda
Discorda
Não sabe
71. Uma pessoa com aparência saudável pode estar infectada por qualquer ISTs. *
Marcar apenas uma oval.
Concorda
Discorda
127
Não sabe
Concorda
Discorda
Não sabe
73. Uma pessoa pode ser infectada com o vírus HIV compartilhando talheres, copos ou
refeições. *
Marcar apenas uma oval.
Concorda
Discorda
Não sabe
74. Uma mulher grávida que esteja com o vírus do HIV e recebe um tratamento
específico durante a gravidez no momento do parto diminui o risco de transmitir o
vírus do HIV para o seu filho. *
Marcar apenas uma oval.
Concorda
Discorda
Não sabe
75 Você sabe o que é a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP)? *
Marcar apenas uma oval.
Sim
Não
76. Para qual ou quais ISTs se pode usar a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP)? *
Marque todas que se aplicam.
Aids
Sífilis
Hepatite B e C
Herpes genital
HPV
Gonorreia
Nenhuma destas
Não sei dizer
Concorda
Discorda
Não sabe
Concorda
Discorda
Não sabe
79. O leite materno pode ser uma forma de transmissão da sífilis. * Marcar
apenas uma oval.
Concorda
Discorda
Não sabe
80. A herpes genital pode ser transmitida pelo beijo na boca. * Marcar apenas
uma oval.
Concorda
Discorda
Não sabe
81 A herpes genital pode ser transmitida pelo sexo oral. *
Marcar apenas uma oval.
Concorda
Discorda
Não sabe
82. A gonorreia pode ser transmitida somente por contato vaginal ou anal. *
Marcar apenas uma oval.
Concorda
Discorda
Não sabe
SEXO/SEXUALIDADES
83. Você se sente à vontade em conversar sobre
relação sexual com outras pessoas? * Marcar
apenas uma oval.
Sim
129
Não
Talvez
1
2a3
4 a 10
130
Mais de 10
Nenhum
Penetração vaginal
Masturbação
Penetração anal
Sexo oral
Beijo na boca
Não sei
131
93. Caso você não tenha realizado nenhuma relação sexual ainda, para você
quais os motivos para o adiamento do início da vida sexual? * Marque todas
que se aplicam.
94. Você faz ou já fez uso de bebida alcoólica antes das relações sexuais? *
Marcar apenas uma oval.
95. Você faz ou já fez uso de drogas ilícitas antes das relações sexuais? *
Marcar apenas uma oval.
96. Com que frequência você faz uso de preservativo durante a relação
sexual? * Marcar apenas uma oval.
Anticoncepcional oral
Coito interrompido (é o método em que o homem retira o pênis da vagina antes da
ejaculação)
Plástico filme
Injeção
Uso da tabelinha
DIU (Dispositivo Intrauterino)
Uso do PrEP
Outros métodos
Nunca usei contracepção/proteção nas minhas relações sexuais
101. Se você é mulher ao praticar relação sexual com um homem você faz o uso de
preservativo? * Marcar apenas uma oval.
𝐄𝐔 𝐒𝐎𝐔 𝐇𝐎𝐌𝐄𝐌
Nunca pratiquei uma relação sexual
Não faço sexo com homem, somente com mulher
Em todas as relações
sexuais Em algumas
relações sexuais
Nunca usa
102. Se você é mulher ao praticar relação sexual com outra mulher você faz o uso
de alguma proteção? *
Marcar apenas uma oval.
𝐄𝐔 𝐒𝐎𝐔 𝐇𝐎𝐌𝐄𝐌
Nunca pratiquei uma relação sexual
Nunca fiz sexo com outra mulher, somente com homem
Em todas as relações
sexuais Em algumas
relações sexuais
Nunca usa
103 Se você é homem ao praticar relação sexual com uma mulher você faz o
uso de preservativo? * Marcar apenas uma oval.
𝐄𝐔 𝐒𝐎𝐔 𝐌𝐔𝐋𝐇𝐄𝐑
Nunca pratiquei uma relação sexual
Nunca fiz sexo com uma mulher, somente com homens
Em todas as relações
sexuais Em algumas
relações sexuais
Nunca usa
𝐄𝐔 𝐒𝐎𝐔 𝐌𝐔𝐋𝐇𝐄𝐑
Nunca fiz sexo com outro homem, somente com mulher
Nunca pratiquei uma relação sexual
Em todas as relações
sexuais Em algumas
relações sexuais
Nunca usa
107 Com quem você obteve as primeiras informações sobre como se proteger na relação
sexual? *
Marque todas que se aplicam.
Mãe
Pai
Irmãos
Algum parente
Professores ou educadores
Médico
Enfermeiro
Farmacêutico
Outros
Nunca conversei com ninguém sobre isso
109. Onde você mais pratica relação sexual? * Marque todas que se
aplicam.
111. Você acha normal um homem ter relação sexual com outro
homem? * Marcar apenas uma oval.
Sim
Não
Talvez
112 Você acha normal uma mulher ter relação sexual com outra mulher? *
Marcar apenas uma oval.
Sim
Não
Talvez
113. Você acha normal uma mulher ter relação sexual com um
homem? * Marcar apenas uma oval.
Sim
Não
136
Talvez
Sim
Não
Sim
Não
Cor:
Idade:
Sexo:
Identidade de gênero:
Orientação sexual:
Curso:
Tempo de duração:
1) Sobre o que você conversa com os seus amigos? E, sobre sexo, você conversa com quem?
Porque não conversa?
2) Você acha importante falar sobre sexo e sexualidade?
3) Você já ouviu falar sobre Infecções Sexualmente Transmissível- ISTs? Se não, e você sabe
que é Doença Sexualmente Transmissível –DST? Você sabe me dizer como se pega uma IST?
Você sabe o nome de alguma? Se falar só uma. Além dessa sabe de outra?
4) Em sala de aula algum (a) professor (a) já falou sobre isso? Você lembra o que foi dito?
5) Você acha possível alguém usar preservativo em todas as relações? Por que você acha que
uma pessoa não usa preservativo?
6) Quando a gente está namorando uma pessoa, durante o namoro pode ocorrer alguns
problemas, quais seriam esses problemas?
7) Você conhece alguém que já sofreu algum tipo de violência no namoro? (Qual era o tipo de
violência? Se, sim, como essa violência acontece? Ela é física? É de xingamento? É questionar
as (os) amigas (os)? É impedir de usar alguma roupa? Se não, e quando você vê uma situação de
violência entre namorados (as) na televisão? O que você acha disso?
8) Quando uma pessoa está namorando e tem violência envolvida, você acha que ela consegue
conversar com alguém da família dela? Ela conseguiu falar com alguma amiga? Você acha que
ela consegue falar com alguém na escola? Para você quem sofre mais violência homem ou
mulher? Porque?
9) Você gostaria de falar alguma coisa que eu não perguntei?
138
RESUMO
O artigo analisou o conhecimento e atitudes que as estudantes de uma escola
profissionalizante de referência de uma capital do Nordeste brasileiro possuem em
relação as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). O estudo foi realizado de
agosto a dezembro de 2019 com 30 estudantes através de entrevistas individuais com
estudantes de uma escola profissionalizante de referência do Ensino Médio do Nordeste
brasileiro. O artigo foi dividido nas seguintes categorias: É uma coisa que dá por dentro
e ninguém vê; Prevenir para quê?; A BELA E A FERA: informação versus instituição.
As adolescentes entrevistadas demonstraram ter baixo ou até mesmo nenhum nível de
conhecimento sobre as IST. As jovens acham importante utilizar o preservativo, mas a
utilização causa desconforto na relação sexual. A escola é o local onde elas notadamente
aprendem sobre as ISTs. Por fim é importante existir a conversa e o divulgação de
informação sobre as IST principalmente no meio escolar.
139
ABSTRACT
The article analyzed the knowledge and attitudes that students of a reference
professional school in a capital of Northeastern Brazil have in relation to Sexually
Transmitted Infections (STIs). The study was carried out from August to December
2019 with 30 students through individual interviews with students from a reference
vocational school in Northeast Brazil. The article was divided into the following
categories: It is something that comes from inside and nobody sees it; Prevent for what
?; BEAUTIFUL AND BEAST: information versus institution. The interviewed
adolescents demonstrated to have low or even no level of knowledge about STIs. Young
women think it is important to use condoms, but the use causes discomfort in sexual
intercourse. The school is the place where they notably learn about STIs. Finally, it is
important to have a conversation and disseminate information about STIs, especially in
the school environment.
Keywords: Sexually Transmitted Infection, Adolescence, Knowledge and Attitudes.
140
INTRODUÇÃO
A adolescência é um período complexo, com modificações físicas, cognitivas,
sociais, psicológicas e emocionais decorrentes de ajustamentos às construções históricas
e sociais, aqui com destaque para as regras. Em relação às transformações físicas a
puberdade distinguir-se como um importante acontecimento biológico, que começa por
transformações hormonais dando início a um novo ciclo de vida e experiências,
traduzidas na sociabilidade, na afetividade e nos comportamentos sexuais(Oliveira et al.
2017; Spindola et al.
2018).
As ISTs mais comuns que encontramos são as infecções por gonorréia, sífilis e
clamídia que podem ser curadas e outras infecção como o HIV, herpes genital, HPV e
hepatite B que não podem ser curadas, mas podem ser tratadas (Allen 2017). As ISTs
são um importante agravo de saúde pública, pois são responsáveis por causar impacto na
qualidade de vida das pessoas, nas relações pessoais, familiares e sociais e no custo dos
serviços de saúde (Wi et al. 2019).
De acordo com a OMS, a relação sexual sem proteção foi avaliada como um
comportamento de risco importante à transmissão das ISTs em todo o mundo. O
preservativo masculino continua sendo a profilaxia mais divulgada pelas políticas de
saúde, devido ao seu elevado alcance de proteção decorrente ao risco de contaminação
141
por alguma IST, sobretudo o HIV/AIDS, pois ele pode reduzir os ciclos de
contaminações (Santos et al. 2018).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo do tipo exploratório e analítico-interpretativo com
abordagem qualitativa. O estudo qualitativo foi realizado de agosto a dezembro de 2019
através de interações face a face individual com estudantes de uma escola
profissionalizante de referência do Ensino Médio do Nordeste-Brasil.
Esclarecido, e para manter o anonimato, foi acrescido a letra ‘E’, e um número arábico
que indica a sequência da entrevista realizada: (E01), (E02), (E03), e assim
sucessivamente.
RESULTADO E DISCUSSÃO
As participantes do estudo foram 31 adolescentes, do Ensino Médio
profissionalizante, na faixa etária entre 15 e 20 anos. Todas as participantes eram do
sexo feminino, sendo a predominância de meninas com 18 anos, cor parda, cisgênero,
heterossexuais do curso de informática (Tabela 01). A pesquisa trata sobre o
conhecimento e as atitudes que as alunas têm em relação as ISTs.
143
Variáveis n° %
Idade
15 1 3,4
16 9 31,1
17 8 27,6
18 10 34,5
19 2 3,4
Total 30 100
Cor
Parda 20 69,0
Preta 4 13,8
Branca 6 17,2
Total 30 100
Identidade de Gênero
Cisgênero 30 100
Total 30 100
Orientação Sexual
Heterossexual 26 86,2
Bissexual 2 6,9
Lésbica 2 6,9
Total 30 100
Curso
Análises Clínicas 2 6,9
Edificações 4 13,8
Enfermagem 3 10,3
Farmácia 3 10,3
Informática 8 27,6
Manutenção Automotiva 1 3,4
Saúde Bucal 2 6,9
Segurança do Trabalho 7 20,8
Total 30 100
Muitas ISTs têm fases assintomáticas ou quando apresentam sinais e sintomas, estes
podem surgir muito tempo depois da infecção inicial. A carência na instrução de grande
parte do(a)s estudantes no que se refere a esse tema faz com que as pessoas só busquem
os serviços de saúde quando desenvolvem alguma manifestação clínica. Estas atitudes
podem possibilitar com que os adolescentes sejam fontes de disseminação desses tipos
de infecções sem conhecerem seus verdadeiros quadros clínicos (Ciriaco et al. 2019).
A elaboração da categoria “É uma coisa que dá por dentro e ninguém vê” foi criada em
referência aos acometimentos que as ISTs provocam, pois para se ter uma IST não
necessariamente o portador irá possuir sinais e sintomas visíveis. As adolescentes
entrevistadas demonstraram ter baixo ou até mesmo nenhum nível de conhecimento
sobre as infecções, evidenciando uma lacuna existente entre a informação e as atitudes.
No que diz respeito ao desconhecimento sobre as ISTs esta colocação foi lembrada
pelas entrevistadas (E6, E7, E08, E09, E10, E11, E13, E15, E27).
...eu me lembro de quase nada [das aulas sobre as ISTs]. Eu não lembro
de quase nada, praticamente de nada... eu não tenho assim um
entendimento (E6, E7, E08, E09, E10, E11, E13, E15, E27).
Em contrapartida um estudo realizado com 360 meninas revela que as adolescentes que
estudavam nas escolas estaduais de uma cidade do Sudeste não apresentavam
conhecimento satisfatório sobre as ISTs, ficando mais vulneráveis aos riscos e
transmissões dessas infecções. Além disso, as adolescentes estudadas apresentam
lacunas importantes no conhecimento dos sinais precoces das ISTs (J. P. T. Ferreira,
Miranda, and Baroni 2016).
Algumas estudantes desconhecem o modo de transmissão das ISTs, fato que pode ser
elucidado pela forma de como as informações são repassadas para o público juvenil. Por
consequência, o(a)s adolescentes podem vivenciar práticas sexuais desprotegidas devido
à falta de entendimento, pela ausência de comunicação com familiares, pela existência
de interdições ou por medo de assumir uma relação sexual perante a família. As
entrevistadas (E1, E19, E20, E28, E29 e E30) mostraram que não tinham informações
confiáveis sobre como uma IST pode ser transmitida, sendo esse um conhecimento
importante para não se contrair uma infecção.
Acho que a saliva [transmite uma IST], o ar... não sei se todas
Em uma pesquisa realizada por FREITAS et al. (2013) foi possível identificar que os
adolescentes tinham um conhecimento substancial sobre as ISTs. Entretanto, esses
adolescentes possuíam muitas dúvidas e incertezas. Esse estudo se alinha a uma
146
pesquisa feita por GENZ et al. 2017, em que aponta a existência de dúvidas entre os
estudantes quanto à definição sobre IST, reiterando a importância de se debruçar sobre
este tema, pois alguns imaginam que estas infecções podem ser transmitidas pelo
contato de mãos, beijos, abraços, compartilhamento de objetos e uso do mesmo vaso
sanitário de pessoas infectadas.
As IST são causadas por microrganismos, cujo principal meio de transmissão é através
do contato sexual desprotegido, seja por via oral, anal ou vaginal (Taylor et al. 2017).
Os crescentes índices de transmissão das infecções estão intrinsecamente ligados à falta
ou à utilização errada do preservativo (a camisinha), seja ela masculina ou feminina. Tal
acontecimento pode estar relacionado à fragilidade dos serviços de saúde e à
precariedade da educação sexual divulgadas tanto pelas escolas quanto pelos pais, além
de contar com outras maneiras utilizadas pelos jovens para conseguir informações,
como por exemplo a internet ou até mesmo por trocas de experiências entre eles(Ciriaco
et al. 2019).
Desse modo, têm sido um fenômeno global as ISTs entre os adolescentes, sendo na
atualidade como um dos mais importantes problemas de saúde pública. Entre os jovens,
a não adesão às formas de prevenção para IST, correlacionada ao início da vida sexual,
tornam esta parcela da população mais passível a estas infecções. A principal maneira
de se prevenir de uma IST é através da utilização do preservativo (masculino ou
feminino). Ele é de fácil alcance e a sua disponibilização é gratuita pelos serviços de
147
saúde pública brasileira. Entretanto, nota-se que existe uma resistência por parte dos
adolescentes para adotá-lo nas relações sexuais, devido a inúmeros fatores dentre eles
podemos citar: o medo do seu uso, ou negociar o uso com parceiro ou parceira,
vergonha em comprar ou pega-lo, confiança no parceiro e a falta de conhecimento sobre
a sua finalidade e benefício (Moraes et al. 2019; Rios et al. 2019; Souza, Muñoz, and
Visentin 2020)
A categoria “Prevenir para quê?”, é uma alusão aos depoimentos das adolescentes em
relação ao uso do preservativo nas relações sexuais. Nela é possível observar que as
jovens acham importante utilizar o preservativo, mas que de certo modo a utilização
causa desconforto na relação sexual e isso faz com que ocorra a desistência do uso
durante o sexo. Nas falas das entrevistadas (E1, E3, E4, E5, E9, E13, E14, E21, E23,
E26, E27) foi possível notar as atitudes das adolescentes diante da não utilização do
preservativo durante a relação sexual.
Bom...transar sem camisinha, não usar pílula, não se prevenir, não saber
se a outra pessoa tem doenças desse porte (...) pode causar infecção,
essas coisas e tal (E3, E28).
Não é a mesma coisa sexo com camisinha e sexo sem camisinha (E19).
Um estudo realizado em uma capital do Nordeste com 133 estudantes que já praticaram
sexo, desses 120 (90%) afirmaram ter pelo menos uma relação sexual sem usar
148
camisinha. Além disso, 7 (5%) relataram que nunca usam preservativo durante a relação
sexual (Lima et al. 2013). Corroborando com o estudo de MACIEL et al. (2017)
também observou em um estudo com 185 estudantes que entre aqueles que utilizaram
algum método de prevenção na primeira relação sexual, 66 (67%) relataram o uso do
preservativo. Os jovens têm um auto percepção de que não serão infectados por alguma
IST ou então que existe uma baixa ameaça para si próprio. Já quando comparando com
outras pessoas, os adolescentes acham que existem uma maior susceptibilidade de
contrair uma IST. Ou seja, o jovem acredita na crença que nunca acontecerá consigo,
mas sim com os outros (da Fonte et al. 2018).
Corroborando com outros estudos OLIVEIRA et al. (2017) mostraram que as meninas
tinham mais conhecimento sobre métodos contraceptivos, e a diferença foi
estatisticamente significativa. Entretanto, apesar das adolescentes apresentarem melhor
conhecimento em relação às IST e métodos de prevenção/contracepção, as mesmas
encontram-se em uma situação de grande vulnerabilidade em decorrência de seu
comportamento sexual desprotegido, creditando confiança nos parceiros sexuais.
Embora mais de 95% da população brasileira saiba que o uso do preservativo é a melhor
maneira de prevenir a infecção pelo HIV, o seu uso está longe de atingir níveis
satisfatórios, e mesmo que os jovens apresentem as maiores proporções de uso, a queda
observada nesta faixa etária é preocupante (Chaves et al. 2014).
As adolescentes (E7, E8, E15, E16, E20, E22, E29 e E30) também falaram sobre a
possibilidade de os adolescentes acharem que nunca irão contrair alguma IST, pois
acreditam que as infecções estão distantes da sua realidade e assim apresentam
comportamentos de riscos diante de algumas circunstâncias.
Tem gente que não [pensa], assim pensa nas consequências direito [fazer
sexo sem preservativo], mesmo as pessoas falando muito, tem gente
que...mesma assim, não se importam com isso. Acho que é, que nunca
vai acontecer com ela só pode acontecer com os outros, com ela nunca
vai acontecer (E7, E15, E20, E22, E30).
Acho que vai do gosto da pessoa, que tem pessoas que gostam [usar
preservativos], e tem pessoas que não gostam, mas tem aquela
149
questão...se você confia no seu parceiro, se você ‘tá’ com [ele] muito
tempo, e …conhece bem, então acho que não tem necessidade (E8, E16).
As IST não fazem parte do cotidiano dos jovens, que frequentemente não estão atentos
ao risco de infecção e não adotam medidas protetoras, portanto, se acometidas por uma
IST, a falta de diagnóstico precoce impede que o tratamento seja iniciado, contribuindo
para as complicações advindas do agravo, além de perpetuar a transmissão da
infecção.(Pinto et al. 2018).
O início da vida sexual dos brasileiros ocorre, em geral, durante a adolescência. Dados
demonstram que 27% dos adolescentes de 13 a 15 anos entrevistados pela Pesquisa
Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), de 2015 (censo realizado a cada 08 anos), já
tiveram relação sexual, enquanto no grupo etário de 16 a 17 anos, mais da metade dos
alunos já tiveram relação sexual (54,7%). (Borges et al. 2016; IBGE 2016). Conforme
Gonçalves et al., (2015), a primeira relação sexual geralmente não é um evento
planejado, ocorrendo em algum momento inesperado e sem preparação. A falta de
conhecimento sobre a vulnerabilidade deixa o jovem exposto a riscos. Desta forma se
150
Sabe-se hoje que, apesar da ampla divulgação sobre as formas de prevenção das ISTs
desenvolvidas no Brasil, muitos jovens ainda não adotam tais práticas, o que indica uma
dissociação entre o acesso à informação e a transformação desse saber em práticas no
cotidiano dos adolescentes. Para que essa dissociação diminua, faz-se necessário o
acesso à informação efetiva para que seja possível a aquisição de comportamentos
favoráveis à promoção de sua saúde, inclusive em sua dimensão sexual e reprodutiva
(Sehnem et al. 2014). Nessa perspectiva, para que os adolescentes e jovens possam
aumentar a capacidade de identificar quais seriam as situações de risco no campo da
sexualidade, é imprescindível que, além do conhecimento sobre formas de prevenção e
proteção, eles estejam livres, por exemplo, de todo e qualquer tipo de violência, seja ela
individual, institucional ou social e tenham autonomia em suas decisões. (Barreto et al.
2016).
esse local de trocas de experiências dentro da escola as alunas continuam com pouca
informação sobre as ISTs. Assim, as adolescentes se tornam um público vulnerável para
contrair essas infecções.
Algumas palestras aqui na escola, eles falam muito dessas coisas, já teve
palestra relacionada também a relação sexual, já foi muito falado sobre
isso, sobre como pega essas doenças, como prevenir, como elas são, o
que elas fazem no corpo, como a pessoa vai saber se tá doente ou não
(E29).
Um dos principais fatos decorrentes do grande número de jovens com IST é a falta de
percepção da própria vulnerabilidade. A população adolescente apresenta características
que geram risco à contaminação por IST. O jovem não está preparado para lidar com a
152
Cabe ressaltar que de acordo com Chimeli et al., 2015 somente a informação não é
suficiente para promover a adoção de comportamentos preventivos, sendo importante
também promover a reflexão e sensibilização dos adolescentes quanto a essas questões.
Desta forma, podem-se produzir mudanças de comportamento, respeitando a
individualidade de cada um quanto à capacidade de receber e processar as informações
para utilizá-las adequadamente.
....a sociedade vê isso [ISTs] como um tabu, falar sobre ISTs, porque
ISTs só dar [contrai] com quem faz coisas erradas, e para a sociedade
coisas erradas, é você ter mais que um parceiro, então é! Precisa ser
falado muito [sobre as ISTs]. (E16)
Na maioria das vezes...A mulher é que sofre com tudo, tipo lá...alguma
doença. É sempre a culpa é da mulher, porque a mulher...o órgão dela é
mais visível. (E4, E17)
Nesse sentido Genz et al., 2017 explica que no Brasil vivem cerca de 21 milhões de
adolescentes e constata-se a necessidade de investimentos na área educacional a fim de
que estes adolescentes adquiram conhecimento, competências e habilidades,
desenvolvendo todo o seu potencial. Além disso, é necessário investimento quanto aos
cuidados em saúde e proteção dos adolescentes. É importante lembrar que a
adolescência é um período de transição em que acontece diversas modificações
biopsicossociais. O exercício da sexualidade na adolescência ainda continua sendo
153
tratado por muitos como uma atividade de vulnerabilidade pelo uso inadequado de
proteção, estando frequentemente associado às ISTs (Ciriaco et al. 2019).
Este artigo buscou contribuir para reflexões sobre o conhecimento e as atitudes que a
adolescente tem em relação as IST que é um assunto interditado no meio da juventude.
As percepções em relação a isso assunto ainda é pouco desenvolvida nas escolas e as
informações como são passadas as alunas talvez não esteja sendo compreendida de
maneira eficiente.
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157
Brasil
Introdução
Material e métodos
Resultados
No que se refere às IST que conhecem, a aids foi a infecção mais elencada e as
hepatites B e C foram as menos citadas pelo público estudado. No que tange aos
estudantes que possuem conhecimento sobre as manifestações clínicas das IST, 89,8%
marcaram a aids, 80,9% a sífilis, 70,1% a gonorréia, 69,4% o HPV, 66,9% a herpes e
38,9% as hepatites B e C. Ainda neste grupo avaliado, 31,8% dos adolescentes
estudados afirmaram reconhecer as IST mais prevalentes, 27, 4% declararam conhecer
todas e 1,3% não conhece nenhuma das infecções citadas.
adolescentes que não conhecem os sinais e sintomas destas infecções, 73,7 % não
procuram estes serviços clínico-hospitalares.
Entre os fatores associados com o conhecimento dos sinais e sintomas das IST,
aqueles estudantes que citaram camisinha e vacinação como método de prevenção
apresentaram 2,59 (OR: 2,59; IC95%: 1,05-6,4) e 1,89 (OR: 1,89; IC95%: 1,23-2,91)
vezes maior chance de conhecer os sinais e sintomas comparados aqueles que não
citaram, respectivamente. Em relação às infecções, estudantes que reconhecem a AIDS
e a gonorreia como IST apresentaram, nessa ordem, 1,94 (OR: 1,94; IC95%: 1,04-3,61)
e 2,32 (IC95%: 1,5-3,58) vezes maior chance de conhecer os sinais e sintomas em
relação aqueles que não reconhecem essas doenças como IST. Além disso, observou-se
que a cada meio de informação houve um incremento de 20% na chance de os
estudantes conhecerem os sinais e sintomas das IST (OR:1,2; IC95% 1,07 – 1,33) e que
ter tido relação sexual aumentou em 43% a chance de conhecer os sinais e sintomas da
IST (OR: 1,43; IC95% 0,94-2,18). Essas associações foram ajustadas com as variáveis
descritas na Tabela 4.
OR
(bruta) 95%CI OR (ajustada) 95%CI p-valor
Sexo
Feminino 1,0 1,0
(0,23-
Masculino
0,31 (0,21-0,45) 0,36 0,55) < 0,001
Escolaridade (mãe) (anos de estudo)
0 a 9 anos 1,0 1,0
10 a 12 anos 1,55 (0,99-2,42) 1,67 (1-2,79) 0,049
13 ou+ 1,88 (1,05-3,36) 1,71 (0,89-3,3) 0,107
Não soube informar 0,77 (0,3,1,98) 0,91 (0,32,2,62) 0,868
Sabe o que é IST
Não 1,0 1,0
Talvez 4,07 (1,32-12,56) 3,37 (1,1-1,38) 0,05
Sim 9,04 (3,24-25,23) 5,44 (1,8-16,45) 0,003
Método prevenção (Camisinha)
Não 1,0 1,0
Sim 6,78 (2,91-15,83) 2,59 (1,05-6,4) 0,039
Método prevenção (Vacinação)
Não 1,0 1,0
Sim 2,91 (1,99-4,26) 1,89 (1,23-2,91) 0,004
Conhece IST (AIDS)
Não 1,0 1,0
Sim 2,96 (1,69-5,18) 1,94 (1,04-3,61) 0,036
Conhece IST (Gonorreia)
Não 1,0 1,0
Sim 3,42 (2,31-5,06) 2,32 (1,5-3,58) < 0,001
Meios de se informar
Quantidade de meios 1,36 (1,24-1,5) 1,2 (1,07-1,33) 0,001
Relação sexual
Não 1,0 1,0
Sim 1,41 (0,98-2,03) 1,43 (0,94-2,18) 0,092
166
Dessa forma, estudantes que tem mães com níveis de escolaridade elevados (13 ou mais
anos de estudo) e usam até 8 meios de informação tem, aproximadamente, 70% de
probabilidade de reconhecer as manifestações clínicas destas infecções, enquanto,
naqueles que tem mães com 0-9 anos de estudo, essa probabilidade é cerca de 30%.
Sinais e
Sintomas
Nível de Escolaridade
da Mãe
0 a 9 anos
10 a 12 anos
13 ou + anos
Discussão
Os adolescentes têm 2 a 3 vezes mais chances de serem infectados por alguma
IST do que os adultos. A relação sexual cada vez mais cedo, a curiosidade e a
necessidade de afirmação em grupos são os principais fatores que levam os adolescentes
a se envolverem em comportamentos sexuais de risco e não aderirem a medidas
preventivas, fato que os torna mais suscetíveis a adquirir IST (CUFFE et al., 2020;
PEDER et al., 2020).
Conhecer os sinais e sintomas mais comuns decorrentes das IST pode contribuir
para o autocuidado e percepção das infecções pelos adolescentes. O conhecimento
equivocado aliado à falta de informação e às condições biológicas aumenta a
vulnerabilidade para a transmissão de ISTs na adolescência (MARTINS et al., 2013).
Na presente pesquisa ao se analisar o nível de conhecimento dos adolescentes
sobre as IST foi possível notar que a maioria do(a)s adolescentes de ambos os sexos
168
Esses dados vão de consonância com achados de estudos com 615 e 360
aluno(a)s, no qual 73% e 95,2% afirmaram que a camisinha seria o principal método
preventivo (ANJOS et al., 2012)(KRABBE et al., 2017)(222,223). O PrEP é um método
de prevenção contra o HIV que ainda é pouco discutido no meio juvenil devido ele
ainda não ser muito divulgado e A PrEP pode reduzir muito o risco de adquirir o HIV
em até 92% (HILL et al., 2020; MAYAUD; LMCCARTNEY; MABEY, 2020).
É importante destacar, que o uso de preservativo é um método eficaz para
prevenir as IST e a análise de regressão logística multinominal da presente pesquisa
demonstra que saber que a camisinha é um método de prevenção aumenta em até 2,59
(OR: 2,59; IC95%: 1,05-6,4) vezes a chance do adolescente conhecer os principais
sinais e sintomas das IST (MESQUITA et al., 2017). Além disso, várias infecções
podem ser prontamente prevenidas através da vacinação (Hepatite B, HPV) assim como
é possível ressaltar neste estudo que os adolescentes que reconheciam a vacinação como
método de prevenção tinham 1,89 (OR: 1,89; IC95%: 1,23-2,91) vezes mais chance de
conhecer as sintomatologias dessas infecções (NALEWAY et al., 2020; VIEGAS et al.,
2019).
Outras, como a gonorreia ou sífilis, são curáveis com regimes antibióticos
apropriados, permitindo assim a prevenção de sequelas a longo prazo (HOOK, 2016;
KERANI et al., 2015). No entanto, a conscientização da existência e do risco de
diferentes IST são pré-requisitos para a utilização efetiva de opções preventivas e
curativas.
Nesta pesquisa, usar “internet e outros meios” foi a fonte de conhecimento mais
elencada pelos adolescentes que demonstraram conhecer os sinais e sintomas das IST
(77,1%). Ainda assim, observou-se que a cada meio de informação que os estudantes
usam há um incremento de 20% na chance de os estudantes conhecerem os sinais e
sintomas das IST (OR:1,2; IC95% 1,07 – 1,33).
Neste contexto, conforme Albuquerque et al. (ALBUQUERQUE et al., 2012),
com o advento das redes sociais, a juventude tem utilizado a internet rotineiramente,
possibilitando o diálogo entre pessoas da mesma idade para falar sobre diversos
assuntos, tais como relações afetivas, incluindo o sexo, envolvendo também o tema
relativo às IST.
Por outro lado, é preciso que os adolescentes desenvolvam habilidades para
utilizar destas tecnologias para acessar, selecionar as melhores fontes de informação e
172
apropriar-se delas para intervir sobre a sua própria saúde, bem como transformar sua
realidade (SEHNEMA et al., 2015).
Em face do exposto, muitos adolescentes também procuram os familiares para se
informar sobre a temática abordada. Desse modo, o grau de instrução adequado dos pais
é fundamental para o esclarecimento das dúvidas destes jovens. Neste estudo, foi
evidenciado que a maior escolaridade das mães aumenta as chances dos estudantes
reconhecerem os sinais e sintomas das IST, isto é, quando associado às demais variáveis
descritas na Tabela 3.0. A presente pesquisa também demonstrou, estudantes que tem
mães com níveis de escolaridade elevados (13 ou mais anos de estudo) e usam até 8
meios de informação tem, aproximadamente, 70% de probabilidade de reconhecer as
manifestações clínicas destas infecções, enquanto, naqueles que tem mães com 0-9 anos
de estudo, essa probabilidade é cerca de 30% (Figura 01).
Em consonância com este estudo, uma pesquisa realizada por Malta et al.
(MALTA et al., 2011) revelou que quanto maior a escolaridade materna, menor o
percentual de escolares que já tiveram relação sexual alguma vez na vida. Esses
números podem propor que os jovens que moram com seus pais ainda apresentam
talvez mais instrução, sendo levados a uma iniciação sexual mais tardia, em sua maioria.
Daí a importância da família como um ambiente primário de educação sexual
(LINHARES; ASSIS; MANGIAVACCHI, 2018).
Em conclusão, o artigo demonstra que os alunos não tem conhecimento
adequado sobre os principais sinais e sintomas das IST e isso é preocupante pois eles
estão na fase de iniciação sexual e conhecer essas sintomatologias é importante para se
ter uma vida sexual saudável.
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES).
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Bom Jesus do Itabapoana-RJ. Múltiplos Acessos. 2018;3(1):44–62.
178
FACULDADE DE CIÊNCIAS E
TECNOLOGIA DO MARANHÃO
FACEMA
Situação do Parecer:
Aprovado
NECESSITA APRECIAÇÃO DA CONEP:
Não
CAXIAS, 21 de Março de 2018
ASSINADO POR:
FRANCISCO BRAZ MILANEZ OLIVEIRA
(Coordenador)
179
Caro(a) participante:
Gostaríamos de obter o seu consentimento para participar como voluntário da pesquisa intitulada SAÚDE,
GÊNERO, SEXUALIDADE E JUVENTUDE: um estudo de representações no Piauí coordenado pela pesquisadora
Elaine Ferreira do Nascimento - FIOCRUZ PIAUÍ. Com aprovação no Comitê de Ética com o CAAE nº
84487918.6.0000.8007.
O(s) objetivo(s) deste estudo é investigar qual o conhecimento e a atitude que os adolescentes e jovens têm
em relação a sexo e sexualidade enfatizando responsabilidades na saúde sexual e reprodutiva. Os resultados
contribuirão para traçar um perfil sociodemográfico dos adolescentes e jovens assim como articular junto à
comunidade acadêmica à educação em saúde, muito importante para a promoção da saúde dos jovens e adolescentes.
A forma de participação consiste na interação entre pesquisador e aluno(a), em que serão aplicados um
questionário online, além de entrevista individual e coletiva em que os alunos responderão questões relacionadas a
Sexualidades, Aborto, Infecções Sexualmente Transmissíveis – ISTs, Métodos Contraceptivos, Gravidez não
Planejada, Orientação Sexual, Conversas sobre Sexo e Sexualidade, Gênero e Violência nas relações afetivo sexuais.
O seu nome não será utilizado em qualquer fase da pesquisa o que garante o anonimato. A divulgação dos
resultados será feita de forma a não identificar os participantes. A participação é gratuita e não haverá nenhum tipo de
cobrança. Considerando que toda pesquisa oferece algum tipo de risco, nesta pesquisa o risco pode ser avaliado como
mínimo, do tipo constrangimento, ficando o(a) participante livre para interromper a sua participação.
São esperados os seguintes benefícios da participação: informações que podem ser usadas para ajudar em
políticas públicas para a melhoria da educação em saúde de jovens e adolescentes; elucidar possíveis dúvidas dos
alunos em relação aos assuntos que serão tratados; contribuir com informações para a comunidade científica; produzir
conhecimento que poderá ser compartilhado no meio familiar e comunitário e empoderar os(a) alunos(a) sobre os
seus direitos e deveres como cidadãos. Gostaríamos de deixar claro que a participação é voluntária e que pode ser
interrompida a qualquer momento, sem penalização alguma ou sem prejuízo de qualquer natureza.
Desde já, agradecemos a atenção e a participação e colocamo-nos à disposição para maiores informações:
(99) 982442659 – (86) 999979948.
_______________________________________
_________________________________________________
Caro(a) participante:
Gostaríamos de obter o seu consentimento para participar como voluntário da pesquisa intitulada SAÚDE,
GÊNERO, SEXUALIDADE E JUVENTUDE: um estudo de representações no Piauí coordenado pela pesquisadora
Elaine Ferreira do Nascimento - FIOCRUZ PIAUÍ. Com aprovação no Comitê de Ética com o CAAE nº
84487918.6.0000.8007.
O(s) objetivo(s) deste estudo é investigar qual o conhecimento e a atitude que os adolescentes e jovens têm
em relação a sexo e sexualidade enfatizando responsabilidades na saúde sexual e reprodutiva. Os resultados
contribuirão para traçar um perfil sociodemográfico dos adolescentes e jovens assim como articular junto à
comunidade acadêmica à educação em saúde, muito importante para a promoção da saúde dos jovens e adolescentes.
A forma de participação consiste na interação entre pesquisador e aluno(a), em que serão aplicados um
questionário online, além de entrevista individual e coletiva em que os alunos responderão questões relacionadas a
Sexualidades, Aborto, Infecções Sexualmente Transmissíveis – ISTs, Métodos Contraceptivos, Gravidez não
Planejada, Orientação Sexual, Conversas sobre Sexo e Sexualidade, Gênero e Violência nas relações afetivo sexuais.
O seu nome não será utilizado em qualquer fase da pesquisa o que garante o anonimato. A divulgação dos
resultados será feita de forma a não identificar os participantes. A participação é gratuita e não haverá nenhum tipo de
cobrança. Considerando que toda pesquisa oferece algum tipo de risco, nesta pesquisa o risco pode ser avaliado como
mínimo, do tipo constrangimento, ficando o(a) participante livre para interromper a sua participação.
São esperados os seguintes benefícios da participação: informações que podem ser usadas para ajudar em
políticas públicas para a melhoria da educação em saúde de jovens e adolescentes; elucidar possíveis dúvidas dos
alunos em relação aos assuntos que serão tratados; contribuir com informações para a comunidade científica; produzir
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seus direitos e deveres como cidadãos. Gostaríamos de deixar claro que a participação é voluntária e que pode ser
interrompida a qualquer momento, sem penalização alguma ou sem prejuízo de qualquer natureza.
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(99) 982442659 – (86) 999979948.
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