Gonçalves
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TEMAS EM DEBATE
A RELEVÂNCIA DA PESQUISA
NA FORMAÇÃO INICIAL
DE PROFESSORES*
Resumo: o presente artigo tem por objetivo investigar as percepções de formandos no curso
de Pedagogia de uma Faculdade particular situada em João Pinheiro (MG), no que tange à
importância da prática da pesquisa em seu trabalho de final de curso (TCC), assim como,
avaliar a internalização da importância da mesma na atuação do professor. Para a coleta de
dados foi realizada uma pesquisa na modalidade qualitativa, utilizando como instrumento
um questionário aplicado aos trinta e cinco alunos da turma do oitavo período do referido
curso. Nesse interim, realiza-se breve cotejo com a teoria de Freire (2006), Demo (2001, 2007,
2014, 2018, 2019) e Síveres (2006, 2015, 2016). Os resultados sinalizam que esses alunos
entenderam a pesquisa como busca, criação e processo de emancipação, tanto do educando
quanto do professor, uma vez que possibilita a aquisição de novos conhecimentos. Todos
os participantes da pesquisa foram categóricos em defender essa prática na formação do
pedagogo e, para eles, ela é responsável pela formação continuada do professor. Os alunos
pesquisados demostraram, ainda, terem lido teóricos de referência na sua formação e terem
internalizado os conceitos concernentes ao exercício da pesquisa.
É o ato que compreende aquilo que talvez esteja ao seu lado sempre
e você não se deu conta do que significa, pois não teve ainda quem o
instigasse para que você notasse tal objeto ou contexto. Até que um
dia você encontra sentido para aquele objeto e passa a compreender
e querer buscar cada vez mais, pois começa a ver com outros olhos,
e assim, dentro daquele tema você encontra outros motivos para
pesquisar e sua sede de pesquisa inicia e nunca limita quando parar
(Entrevistado 01).
Sim, porque ele sempre poderá trazer para sala de aula novas ver-
sões, contextos diferentes, inovações que servirão de subsídio a ou-
tros professores, para manter-se atualizado tem que ter pesquisa
constante (Entrevistado 01).
Porque quando você vai a campo você acaba aprendendo mais, pois
você está lidando com a realidade e acaba descobrindo coisas inte-
ressantes (Entrevistado 04).
Ele faz muita diferença, uma vez que traz vários desafios, obstá-
culos e ir além da pesquisa e buscar. Falar de pesquisa é ir além, é
vencer obstáculos, para o curso de Pedagogia de início para mim foi
assustador, mas quem pesquisa está ligado direto ao seu mundo, a
sua vida. E depois de um certo tempo, me apaixonei, foi algo que
ainda mexe comigo, que mesmo com todas as diversidades estar
pesquisando. Gostaria muito que essa aula tivesse sido desde o iní-
cio do curso para aproveitar um pouco mais. [...]. Para o pedagogo
é muito importante, isso faz mostrar a ele o quanto é capaz, claro
que mesmo com tantas dificuldades em relação a algumas dúvidas,
foi maravilhoso, como é encantador conhecer a educação mais a
fundo. E como me fortaleceu como pessoa, me fez acreditar que
sou capaz de ir além, e hoje posso falar do meu tema com clareza
e confiança, pois afinal foi algo que senti, que vivi, amei pesquisar.
Eu sou uma pesquisadora com muito orgulho (Entrevistado 09).
Sim, a pesquisa de campo para mim foi uma forma de descobrir mais
sobre o universo de trabalho que escolhi e quais seriam as minhas
dificuldades enfrentadas neste setor e quais as melhores maneiras e
métodos que amenizassem os meus anseios e me ajudassem a lidar
com a realidade existente (Entrevistado 13).
No começo foi muito grande a dificuldade era tudo, até porque não
tinha noção do que era uma pesquisa, hoje eu vi o que é uma pes-
quisa e graças a Deus vou fazer novas pesquisa a respeito do tema
que eu abordei, porque gostei muito e eu notei que existe uma ca-
rência grande de pesquisador na escola. Eu pretendo levar a minha
pesquisa, em frente. Quero fazer a diferença na vida de algumas
pessoas (Entrevistado 01).
Considerações Finais
Notas
1 Portaria MEC nº 3.247/2002, publicada em 28/ 11/ 2002. O curso desenvolveu-se
conforme diretrizes curriculares e Projeto Político Pedagógico. Em 2005 o curso foi
avaliado pelo MEC, obtendo uma nota 3,0 numa escala de 1 a 5.
2 Criado por meio da Portaria nº 942 de 22 de novembro de 2006, publicada no Diário
Oficial da União seção 1, página 9 em 23 de novembro de 2006. Foi avaliado pelo
MEC em 2013, obtendo uma nota quatro, numa escala de 1 a 5.
Referências
BARDIN, L. Análise de conteúdo.São Paulo: Edições 70, 2011.