Equoterapia Aplicada Á Paralisia Cerebral

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EQUOTERAPIA APLICADA Á PARALISIA CEREBRAL

Maísa dos Santos *


Fabiana da Silveira Bianchi Perez**

RESUMO

Introdução: A paralisia cerebral (PC) também conhecida como encefalopatia crônica


não progressiva da infância (ECNP), é uma doença crônica de caráter não
progressivo, ocasionada por uma lesão no cérebro imaturo, que gera desordens do
movimento e da postura. Existem vários recursos terapêuticos para tratar os
portadores de PC, e dentre eles podemos enfatizar a equoterapia por ser um método
que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de
educação, saúde e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de
portadores de necessidades especiais. A equoterapia colabora para o
aperfeiçoamento da conscientização corporal, da força muscular, relaxamento e
principalmente na melhora do equilíbrio e da coordenação motora. Objetivo: Analisar
a empregabilidade e os efeitos da equoterapia para tratar portadores de PC. Método:
Foi realizado uma revisão de literatura com estudos publicados entre 2009 a 2014
nas bases de dados LILACS, BVS E GOOGLE ACADÊMICO, os descritores
utilizados para pesquisar os artigos foram: paralisa cerebral, equoterapia e
reabilitação, o conectivo escolhido para melhorar associar os descritores foi and,
foram encontrados 147 artigos publicados nos últimos 10 anos, 127 foram excluídos
e 21 selecionados. A pesquisa foi realizada de fevereiro a maio de 2016. Conclui- se
que a equoterapia proporciona melhora da postura, do equilíbrio e do tônus
muscular, portanto é considerado um método terapêutico que apresenta uma
relevância no tratamento de portadores de PC.

Palavras- chave: Paralisia cerebral. Equoterapia. Reabilitação.

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1. INTRODUÇÃO

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), existem no mundo


aproximadamente 600 milhões de pessoas com deficiência, sendo que 80% moram
em países emergentes. De acordo com o Senso Demográfico de 2000, no Brasil
24,5 milhões de pessoas apresentam algum tipo de deficiência, onde 48% são
portadores de deficiência física e 22,9% motora. Formando um grupo heteróclito que
integra pessoas com PC. Patologia essa que exibe propensão ao aumento global,
principalmente pela maior supervivência de prematuros (TÔRRES, SARINHO,
FELICIANO, KOVACS, 2011)

A paralisia cerebral é uma desordem encefálica não evolutiva, gerada por um


dano no cérebro em desenvolvimento, que acomete os movimentos e a postura
(TYBA, et al., 2011) e (TELES, MELLO, 2011). Além das alterações motoras, ainda
podem apresentar distúrbios de sensação, comunicação, percepção,
comportamento, cognição e crises convulsivas. Sendo assim, os indivíduos com PC
podem apresentar restrição no desenvolvimento das atividades de vida diária, como
locomoção, higiene, alimentação e convívio social. Todas essas limitações podem
diminuir a qualidade de vida dos portadores de PC e dos seus cuidadores
(CAMARGOS et al., 2012).

Segundo Espindula et. al. (2011), a PC é classificada de acordo com o tônus,


podendo apresentar a forma espástica, hipotônica, atetósica e atáxica. Quanto a
topografia é classificada em tetraparesia, diparesia ou hemiparesia. O diagnóstico da
PC é realizado através da somatória do tipo de tônus, topografia, período em que
ocorreu a lesão, extensão das lesões encefálicas, bem como do quadro clínico
exposto.

Ressalta Dantas, Pontes, Assis, Collet (2012), que os indivíduos com PC necessitam
de assistência e instruções de uma equipe multiprofissional, para que os mesmos e
seus cuidadores compreendam a importância do tratamento, para integrar- se com
confiabilidade à terapia e na tomada de decisões quanto aos procedimentos
terapêuticos.

Várias são as técnicas fisioterapêuticas utilizadas para reabilitar os pacientes


com PC, e dentre elas podemos destacar a equoterapia. Segundo Espindula et. al.

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(2011), a equoterapia é um método que utiliza o cavalo em uma intervenção
terapêutica e educacional. O praticante submetido à essa terapêutica, assimila
protótipos de movimentos coordenados de domínio da postura para manter o centro
gravitacional sobre a base dinâmica de amparo, que é gerada pelo movimento do
animal, com isso o indivíduo participa de forma ativa na terapia (SILVEIRA,
WIBELINGER, 2011).

Este estudo teve como objetivo analisar de forma criteriosa na literatura


recente, a empregabilidade e os efeitos da equoterapia em portadores de PC.

2. METODOLOGIA

Foi realizada uma revisão sistemática na literatura atual, com o intuito de


verificar o emprego da equoterapia para reabilitar portadores de PC. Foram
utilizados artigos publicados no período de 2009 a 2014, nos idiomas português e
inglês, cujos descritores utilizados foram: paralisia cerebral, equoterapia e
reabilitação. Para melhor associar os descritores, o conectivo utilizado foi “and”. As
bases de dados escolhidas para realização da pesquisa foram: Biblioteca Virtual da
Saúde (BVS), Centro Latino- Americano em Saúde (LILACS) e GOOGLE
ACADÊMICO. A busca dos artigos ocorreu entre fevereiro a maio de 2016. Foram
encontrados 147 artigos publicados nos últimos dez anos, embora foram excluídos
127 por não corresponderem ao critério de inclusão como singularidade ao tema,
sendo assim, a este trabalho foi composto por 20 artigos.

3. PARALISIA CEREBRAL

A paralisia cerebral denota um conjunto de afecções do sistema nervoso


central (SNC), ocorridas nos períodos pré, peri ou pós natal, ou seja, são lesões no
cérebro imaturo de caráter não progressivo (MIRANDA, et al. 2011). Caracteriza- se
também por alterações da postura e dos movimentos coordenados, estando
geralmente acompanhado de fraqueza muscular, encurtamento muscular e

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hipertonia, o que causa dificuldades nas atividades funcionais do cotidiano
(BORGES, 2011; SCHMIDT, BRIESEMEISTER, RIES, 2014). Pode estar associado
a PC distúrbios de sensação, percepção, comportamento, comunicação, cognição,
epilepsia e desordens musculoesqueléticas de origem secundária (PRADO, et al.
2013).
Quanto as causas da PC, são várias, e dentre elas podemos destacar a
prematuridade, asfixia neonatal e infecções do SNC. Temos ainda as de origem
materna como histórico familiar de malformações neurológicas, abortos anteriores,
diabetes, pré-eclâmpsia, perda de sangue durante a gestação, gestação múltipla,
tentativa de aborto, desnutrição fetal, infecção congênita e apresentação fetal
anormal são fatores predisponentes no período pré natal. Já os fatores perinatais
são prematuridade, deslocamento prematuro de placenta, dificuldade respiratória,
lesões hipóxico- isquêmicas (agudas). Podemos citar como fatores pós- natais mais
comumente registrados, encefalites, meningites, anóxia por acidentes (afogamentos,
aspiração), e traumatismo crânio- encefálicos (BORGES, 2011).
Segundo Borges, os achados clínicos dependem da área, do tipo de lesão,
da extensão da lesão e da capacidade de reestruturação local após o dano
neurológico, sendo assim, quanto mais extensa mais grave será o quadro clínico
apresentado. A PC pode ser classificada de acordo com o envolvimento motor, a
topografia e a gravidade da lesão (BORGES, 2011).
Quanto ao envolvimento motor, a PC pode ser classificada em; a)
Espástica; há um aumento na resistência dos movimentos passivos, ocorre devido
lesões na área piramidal, córtex motor giro (pré- central). Além da espasticidade
pode apresentar também hiperreflia, Babinski e clônus. É o tipo mais comum de PC;
b) Movimentos involuntários: é gerado devido lesões nos núcleos da base, local
responsável pelos movimentos voluntários e controle postural, ocorre por meio de
uma atividade motora involuntária, acentuada por um episódio psicoemocioal; c)
Rigidez: que também é causada por lesões em regiões de núcleos da base,
provocando uma espasticidade grave; d) Ataxia: apresenta marcha com base
alargada proporcionada pela falta de equilíbrio decorrente de lesões cerebelares ou
tratos cerebelares; e) Hipotonia: geralmente acompanhada de uma hiporreflexia
caracterizada por uma diminuição da resistência aos movimentos passivos, é o tipo
mais raro de PC.Tardiamente a criança poderá apresentar coreoatetose, ataxia e até

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mesmo hipertonia; f) Por último temos a forma mista, ocorre devido a associação de
duas ou mais alterações do movimento (BORGES, 2011).
Quanto a definição segundo a topografia, os protótipos clínicos
apresentados na PC abrangem o tipo: extra-piramidal que corresponde a atetose, a
ataxia, a mista e o tipo piramidal, entre elas podemos citar a monoplegia
(envolvimento de apenas um membro), diplegia (envolvimento de dois membros,
mais comum em membros inferiores e raramente em membros superiores),
hemiplegia (envolvimento de um hemicorpo podendo ser o direito ou esquerdo),
quadriplegia (acometimento dos quatro membros) e triplegia (estado raro em que
apresenta acometimento de três membros) (BORGES, 2011).
A classificação quanto a gravidade é subjetiva, pois depende do avaliador a
capacidade para discernir onde o mais importante é o grau de comprometimento
motor: a) Leve: caracterizada por apresentar apenas pequenas alterações finas do
movimento; b) Moderada: caracteriza- se por dificuldades mutáveis em relação a fala
e aos movimentos grosseiros, porém as atividades do cotidiano são realizadas sem
prejuízos; c) Grave: a criança apresenta inaptidão para realizar as tarefas de vida
diária, dificuldade na marcha, na comunicação e linguagem oral (BORGES, 2011).
A PC tem sido classificada quanto a funcionalidade por meio de várias
escalas, entre elas O Gross Motor Function Classification System (GMFCS) que é
muito utilizada internacionalmente para classificar portadores de PC (BORGES,
2011). O GMFCS é fundamentada no conceito de inabilidade e restrição funcional
determinada pela International Classification of Impairments, Disabilities, and
Handcarps, que foi desenvolvida pela necessidade de um sistema padrão para a
classificação da austeridade do comprometimento das funções dos portadores de
PC. O GMFCS delimita 5 níveis de funcionalidade, para quatro grupos etários: até 2
anos, de 2 a 4 anos, de 4 a 6 anos e de 6 a 12 anos (SIQUEIRA, 2013). A criança
que apresenta nível I apresenta menor comprometimento da função motora grossa e
o nível V apresenta maior escassez no controle dos movimentos voluntários
(BORGES, 2011).
A principal consequência da PC é o comprometimento integral do
desenvolvimento, pincipalmente na mobilidade e na aprendizagem (SIQUEIRA,
2013). Embora a PC seja caracterizada por desordens motoras, é sempre
acompanhada por outras afecções da função cerebral. Entre elas déficit visual,
auditivo, cognitivo, comportamental, linguagem e sensorial, podendo ainda evoluir

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para crises convulsivas, distúrbios do sono, visomotores, perceptivos, deformidades
ortopédicas, distúrbios do crescimento, problemas orais e odontológicos (BORGES,
2011).
A falta de atividades pode gerar uma diminuição da massa óssea, o que
favorece fraturas. Os portadores de PC estão susceptíveis a diversas deformidades
como a luxação de quadril que é a principal deformidade encontrada nos mesmos,
além de cifose, escoliose, contraturas musculares, pé equino, valgo ou varo. A
luxação de quadril se não for tratada de maneira correta pode causar dor intensa,
dificuldade para realizar a higiene, contribui para a formação de escoliose, e
dificuldade para sentar de maneira correta. As alterações motoras encontradas na
PC, podem interferir nas tarefas do cotidiano como, frequentar escola, se alimentar,
realizar higiene pessoal, se vestir, dentre outras (BORGES, 2011).
Em países desenvolvidos a incidência é de 2,0 a 2,5 para cada 1000
nascidos vivos (CESA et al. 2014). Nos países em desenvolvimento a incidência da
PC é de 2 em cada 1000 nascidos vivos (ROTHSTEIN, BELTRAME, 2013).
Analisando essa incidência e as consequências da PC para o indivíduo,
abordaremos o tratamento da equoterapia, que tem a finalidade de amenizar as
sequelas da PC e melhorar a qualidade de vida de pacientes com PC.

4. EQUOTERAPIA

A Equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo como


fomentador para propiciar aos praticantes ganhos físicos e psicológicos. As
prováveis aquisições a serem adquiridas com a equoterapia incluem a melhora do
equilíbrio e da postura, a consciência corporal, o ajuste tônico, o alinhamento
corporal, a função motora, a força muscular e a organização espacial e temporal
(SOUSA, NAVEGA 2012).
Apesar da equoterapia ser uma modalidade que vem sendo praticada há
muito tempo, só passou a ser descrita no Brasil a partir da década de 70, onde os
iniciadores dessa prática criaram a Associação Nacional de Equoterapia (ANDE,
Brasil), localizada em Brasília- DF, foi validado pelo Conselho Federal como método
terapêutico em Sessão Plenária de 09 de abril de 1997, através do Parecer de

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06/97, e como método educacional pela Divisão de Ensino Especial da Secretaria de
Educação do Distrito Federal, Instituição conveniada a ANDE- Brasil (VALLE,
NISHIMORI, NEMR, 2014).
Sousa, Navega (2012) em concordância com Corrêa (2009) dizem que a
equoterapia é indicada para portadores de sequelas provocadas por lesões motoras
cerebrais ou medulares como a PC, acidente vascular encefálico (AVE),
traumatismo crânio encefálico (TCE), lesão medular adquirida ou de origem
congênita como por exemplo a mielomeningocele, síndromes genéticas como a de
down, rett, soto, West e outras, distúrbios sensoriais, patologias ortopédicas
congênitas ou acidentais, evolutivos e comportamentais, atraso no desenvolvimento
neuropsicomotor, disfunções sensório- motoras, dificuldades de aprendizagem,
atraso maturativo, casos de ansiedade e psicoses infantis.
Para Corrêa (2009), existem diversas contra- indicações, sendo elas
relativas e absolutas para a prática de equoterapia. E dentre as relativas podemos
citar a fibromialgia, labirintopatias, crianças com menos de dois anos de idade,
extensão cruzada de membros inferiores, pós- operatório com fixação, subluxações
de quadril e ombros, praticante com excesso de ansiedade, baixa cognição ou com
muito medo, entre outras. Existem diversas contra- indicações absolutas, dentre elas
podemos destacar as distrofias musculares, hidrocefalia com válvula, alergia ao pêlo
do cavalo, tumores ósseos, osteoporose severa, quadros inflamatórios ou
infecciosos, epilepsia ou ataxia não controlada.
Salienta Silveira, Wibeling, (2011), que a equoterapia exibe três propostas
de execução, sendo elas: Dependência ou hipoterapia (quando o praticante
necessita do auxílio de guia para reger o cavalo, pois o mesmo não apresenta
capacidades físicas e mentais para tal feito); Semi- autonomia ou reabilitação-
reeducação (deve ser utilizado quando o praticante demonstra ser capaz de atuar
alguma influência sobre o animal); e autonomia ou pré- esportiva (nesta fase do
programa o indivíduo se mostra apto a comandar o animal de forma independente,
ser capaz de realizar exercícios de hipismo e voltar a se reinserir na vida social).
Deve- se observar também na equoterapia o cavalo. O cavalo tem uma
andadura similar a marcha humana, que compõe-se de movimentos em três eixos,
vertical para a direita e esquerda e no sentido anteroposterior (ESPÍNDULA et al.,
2014). O cavalo pode mover- se de três modos: a passo, a trote e a galope. Nessas
diferentes andaduras, o cavalo não movimenta os membros da mesma forma, os

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movimentos do dorso são variados, e os dos praticantes serão moldados a qualquer
dessas modificações exigidas pela andadura. O passo é a andadura imprescindível
da equitação e denota por ser rolado ou marchado, com cadência a quatro tempos e
perfeição em relação ao seu eixo longitudinal. (SOUSA, NAVEGA, 2012).
De acordo com Valle, Nishimori, Nerm (2014), o passo é a andadura mais
indicada para a equoterapia, devido ser harmônico e simétrico. O passo transmite
uma porção de movimentos lineares e sincrônicos ao praticante, resultando em um
movimento tridimensional- eixo vertical (movimentos para cima e para baixo); plano
frontal (movimento para a direita e para a esquerda) e no plano sagital (movimento
para frente e para trás) - para concluir este movimento a pelve do praticante realiza
uma sucinta torção, que é causada pelas inflexões laterais do dorso do cavalo.
Já o trote e o galope são andaduras saltadas. O trote apresenta um tempo
de suspensão e o galope dois tempos de suspensão, isso ocorre devido o cavalo
não tocar com a pata no chão durante uma andadura e outra, e só devem ser
praticadas quando o indivíduo já se encontra em boas condições motoras, pois os
movimentos exigem mais do praticante por serem abruptos e velozes (VALLE,
NISHIMORI, NERM, 2014).
Ao ser colocado sobre o cavalo, a primeira demonstração realizada pelo
indivíduo é o ajuste tônico. O cavalo jamais fica totalmente estático, a mudança de
apoio das patas, a movimentação da cabeça ao olhar para os lados, o declinar e o
alongar da cabeça e a flexão da coluna, dentre outros, exigem que o praticante
ajuste o corpo com o intuito de reagir aos desequilíbrios gerados por esses
movimentos (SILVEIRA, WIBELINGER, 2011).
Salienta Corrêa (2009), que para o praticante ter uma boa resposta ao tônus
muscular, ou seja, o tônus adequado de acordo com suas necessidades, é
indispensável a escolha correta do animal. O cavalo que apresenta grande
frequência de passadas, resultando em uma pequena amplitude, o antepisar,
acionará os receptores proprioceptivos intrafusais (fuso muscular) que retruca aos
impulsos imediatamente e provoca um aumento do tônus muscular, sendo indicado
para pacientes hipotônicos. O cavalo que tem como característica um menor número
de passadas por minuto, apresenta uma maior amplitude de movimento, o
transpisar, irá minimizar os estímulos proprioceptivos sustentando um movimento
cadenciado e harmonioso, com isso os órgãos tendinosos de golgi (OTG), reduzirá o
tônus muscular, sendo apropriado para pacientes hipertônicos.

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A equoterapia é um método terapêutico que propicia grandes benefícios aos
portadores de PC, partindo desse princípio será verificado nas literaturas atuais o
emprego desta técnica para reabilitar esses indivíduos.

5. EQUOTERAPIA APLICADA À PARALISIA CEREBRAL

Os ganhos terapêuticos adquiridos por pacientes portadores de PC através


da equoterapia, foram descritos em meados da década de 70, e a investigação dos
seus impactos era feita de maneira subjetiva. Já a investigação quantitativa só foi
realizada no final da década de 80 (SOUSA, NAVEGA, 2012).
Menezes et. al (2013) e Sousa, Navega (2012) dizem que a equoterapia
provoca a dissociação das cinturas pélvicas e escapulares e contínuos ajustes
tônicos, assim que o praticante é colocado sobre o animal. Para obter a influência
gerada pelos movimentos, o praticante deve estar corretamente posicionado sobre o
cavalo. Subjetivamente atribui- se que os influxos geram um remodelamento no
cérebro, cerebelo e nos núcleos encefálicos (SOUSA, NAVEGA, 2012).
Para Espindula, et. al., (2012), e Galvão et. al., (2010), os ajustes tônicos
podem auxiliar no aperfeiçoamento do alinhamento biomecânico e do equilíbrio.
Galvão et. al., (2010) relata que a melhora do equilíbrio em praticantes de
equoterapia, é explicada através da posição sentada sobre o dorso do cavalo. Essa
posição gera novas informações proprioceptivas nas estruturas articulares,
musculares, periarticulares e tendinosas, promovendo a elaboração de novos
esquemas motores, o que contribui para a reabilitação neuromuscular.
Para que se obtenha uma aquisição motora e a fixação de qualquer função,
é de fundamental importância que seja realizado treinos repetitivos. A
neuroplasticidade é o resultado das experimentações e acomodações a condições
mutáveis e a estímulos repetitivos, capaz de provocar mudanças estruturais no

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cérebro, uma vez que o que o mapa cortical de uma pessoa adulta esta suscetível a
frequentes transformações (GALVÃO et. al., 2010).
Espindula et. al., (2012), subscreve Borges (2011), e Araújo, Ribeiro, Silva
(2010), que a equoterapia pode aumentar o controle postural de crianças com PC,
através da instigação das reações de equilíbrio regular e por impulsos repetitivos de
arranjo da postura. Isso é explicado devido o cavalo ter o seu centro de gravidade
deslocado em três dimensões, igual aos movimentos da pelve humana ao
deambular, com isso os grupos musculares são recrutados a trabalhar de forma
homogênea, proporcionando ao praticante um melhor controle da postura e dos
movimentos coordenados.

Para assegurar bons resultados no emprego da equoterapia, Espindula et.


al., (2014) diz que é necessário fazer a seleção correta do material de montaria
como a sela ou a manta para cada indivíduo, conforme a sua alteração e com a
finalidade terapêutica. Sendo assim, os praticantes de equoterapia vivenciam
situações repletas de estímulos que auxiliam para o desenvolvimento e o
aprimoramento de suas habilidades (SOUSA, NAVEGA, 2012).
Corrêa (2009) corrobora com Espindula et. al., (2012) ao se referirem que a
equoterapia realiza de maneira significante uma melhor ativação dos músculos reto
abdominal e paravertebral lombar, contribuindo para que o praticante tenha um
melhor alinhamento corporal, uma vez que essas alterações posturais estão
relacionadas de forma direta com o déficit de ativação muscular.
Araújo, Ribeiro, Silva (2009), realizaram um estudo, onde foi avaliado as
mudanças posturais de 27 crianças portadoras de PC, entre 2 a 12 anos de idade,
de ambos os sexos, antes e após participação de um programa de equoterapia ao
longo de um ano. Eles observaram que após o programa, as crianças apresentaram
melhora significativa no alinhamento postural, na coordenação, na mobilidade, e
apresentaram ainda diminuição da espasticidade, melhora do controle e rotação de
tronco e dissociação das cinturas pélvicas e escapulares.
Segundo Sousa, Navega (2012), e Santos et al., (2011), a equoterapia pode
causar diminuição da espasticidade, melhora do controle postural e
consequentemente da função motora. Sousa, Navega (2012), dizem que o controle
de rédea durante as sessões de equoterapia favorece para que os praticantes
obtenham uma melhor amplitude de movimento dos membros superiores. Já o

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aumento de amplitude de movimento dos membros inferiores é em consequência da
descarga de peso ser realizada no estribo, o que contribui para o aprimoramento da
marcha.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todos os autores dos artigos referenciados neste trabalho, concordam que a


equoterapia é um método terapêutico que fornece muitos estímulos sensoriais que
possibilita o ganho de novas habilidades e aquisições motoras aos portadores de
PC. A equoterapia proporciona alterações de padrões musculares, mobilidade
pélvica, regularidade corporal, aperfeiçoamento do equilíbrio e da função motora,
viabilizando aos portadores de PC uma melhor qualidade de vida.

Ao realizar a análise dos artigos supracitados, foi possível concluir que a


equoterapia colabora de forma significativa na reabilitação de portadores de PC,
embora ainda seja escasso estudos nesta área.

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VALLE, Lila Maria Ornelas, NISHIMORI, Aparecida Yumi, NEMR, Kátia. ATUAÇÃO
FONOAUDIOLÓGICA NA EQUOTERAPIA. Rev. CEFAC. 16(2):511-523. 2014.

ABSTRACT:

Introduction: Cerebral Palsy (CP) Also known as chronic encephalopathy NOT


progressive childhood (ECNP), AND A Chronic Disease character NO Progressive,
caused by an injury to the immature brain, que disorders generates the movement
and posture. There are several resources Terapeuticos paragraph TREAT PC
carriers, and among them we can emphasize by Sor hippotherapy hum method
which uses the horse Within An interdisciplinary approach in the areas of education,
health and RIDING, seeking the biopsychosocial development of Special Needs. The
hippotherapy collaborates for the Improvement of body awareness, muscle strength,
relaxation and especially in improving balance and motor coordination. Objective: To
analyze the Employability and the effects of hippotherapy paragraph TREAT PC
carriers. METHODS: We conducted a literature review to published between studies
2009 a 2014 in LILACS data bases, BVS AND ACADEMIC GOOGLE OS Descriptors
used Pará Search ARTICLES Were: cerebral paralyzes, hippotherapy and
Rehabilitation, connective chosen to improve associate OS Descriptors was and
were Found 147 ARTICLES published In the last 10 years, 127 were Deleted and
selected 21 of. The survey was conducted from February to May 2016. We conclude
that if the hippotherapy provides improved posture, making balance and muscle tone
do so and considered hum therapeutic method que has a relevance without PC
Holders treatment of CP patients.

Words- key: Paralysis cerebral, Hippotherapy e Rehabilitation

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