Pré-Projeto de Pesquisa
Pré-Projeto de Pesquisa
Pré-Projeto de Pesquisa
Santa Maria, RS
2024
Guilherme Daros dos Santos
1 TEMA
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA
3 PROBLEMA
4 OBJETIVOS
5 JUSTIFICATIVA
6 METODOLOGIA
Ainda que hoje se enfrente o que muitos cunham como “crise do método”, o
presente projeto utilizará um raciocínio dedutivo, pois terá como base premissas
presentes nos dados jurídicos e pesquisas históricas referentes aos casos para
análise do fenômeno particular.
7 PLANO PROVISÓRIO
1 INTRODUÇÃO
2 DA RESPONSABILIDADE CIVIL E DO ERRO MÉDICO
2.1 O CONCEITO DOS INTITUTOS JURÍDICOS SOB A LUZ DA DOUTRINA
BRASILEIRA
3 PREVISÕES NO ÂMBITO JURÍDICO
4 COMO A JURISPRUDÊNCIA SE COMPORTA ACERCA DA TEMÁTICA
5 CONCLUSÃO
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
compreensão, ou a de seus próprios familiares, iria para uma sala de cirurgia sem nenhum tipo de
informação ou conhecimentos, principalmente quando seu mal é de certa gravidade ou de
conhecimento generalizado.
Duas coisas devem ficar bem claras em tais ocorrências quando da avaliação judicial: o
consentimento esclarecido não suprime nem ameniza a culpa médica por negligência ou imprudência;
e o que verdadeiramente legitima o ato médico é a sua indiscutível, imediata e inadiável intervenção.
Em suma: entender que mesmo tendo o médico um termo escrito de consentimento do paciente, isto,
por si só, não o exime de responsabilidade se provados a culpa e o dano em determinado ato
profissional.
Ter em conta, ainda, que um termo de consentimento mesmo por escrito, por si só, como muitos
pensam, não é bastante para garantir uma situação mais tranquila frente às demandas que venham
ocorrer diante de um mau resultado. Também não se deve simplesmente pensar que a mística da
profissão embasada no velho paternalismo vai isentar alguém de culpa ou torná-lo imune às queixas.
E o que fazer quando no transcurso de uma intervenção surge uma nova situação que exige conduta
emergencial ante a gravidade do caso, porém não conhecida pelo paciente? O médico não poderia ter
outra conduta senão intervir tendo em vista o indiscutível interesse do paciente. Estaria legitimado e
obrigado a intervir. Todavia, deve-se entender que a solução em tais casos é sempre caso a caso.(...)”
Não obstante, a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul
entende de forma semelhante em muitos casos. Em verdade, essa matéria não é
consolidada pelos códigos, cabendo aos próprios Tribunais formarem um
“direcionamento padronizado” que as lides deste mérito virão a ter. Cumpre destacar,
que como se trata de um pré-projeto de pesquisa, apenas será listado algumas
jurisprudências que demonstre o entendimento do Tribunal Gaúcho. Outrossin, em um
eventual artigo, será analisado detalhadamente os julgados visando identificar como
se desdobrará uma eventual lide e que medidas podem ser adotadas para proteção
do médico.
APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO. CIRURGIA DE
CATARATA. AUSÊNCIA DE TERMO DE CONSENTIMENTO. DANO
MATERIAL E DANO MORAL COMPROVADOS. DANO ESTÉTICO E
PENSIONAMENTO INOCORRENTES. SENTENÇA PARCIALMENTE
REFORMADA. 1. NÃO CONSTA NOS AUTOS PROVA QUE O AUTOR
TENHA SIDO EXPRESSAMENTE ESCLARECIDO DOS RISCOS
ENVOLVIDOS NA REALIZAÇÃO DA CIRURGIA OCULAR, O QUE DEVE
SER FEITO DE FORMA EXPRESSA, COM O DEVIDO CONSENTIMENTO
DO PACIENTE. 2. DEMONSTRADA A OCORRÊNCIA DE FALHA NA
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO MÉDICO, CONSUBSTANCIADA NO DEVER DE
INFORMAÇÃO AO AUTOR, HÁ DEVER DE INDENIZAR. 3. O AUTOR DEVE
SER RESSARCIDO DOS DANOS MATERIAIS TIDOS COM OS EXAMES
MÉDICOS E COM O ÓCULOS QUE NECESSITOU COMPRAR APÓS O
PROCEDIMENTO CIRÚRGICO, CONSUBSTANCIADOS NAS NOTAS
FISCAIS ANEXADAS À INICIAL. 4. IGUALMENTE RESTOU CONFIGURADO
O ABALO EXTRAPATRIMONIAL EM DECORRÊNCIA DO SOFRIMENTO,
DESCONFORTOS E TRANSTORNOS SOFRIDOS PELO AUTOR,
SUPERANDO OS MEROS ABORRECIMENTOS DO COTIDIANO. 5. NO QUE
TANGE AO DANO ESTÉTICO E À NECESSIDADE DE PENSIONAMENTO, A
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meio que seja, é eficiente. Todavia, o que se tem nestes autos é tão
somente o depoimento do médico que realizou a cirurgia no autor, no
sentido de que teria prestado os esclarecimentos necessários. Essa
prova, contudo, não pode embasar juízo de afastamento da
responsabilidade dos corréus, no caso, considerando-se que o depoente
possui interesse no resultado do julgamento da presente demanda, em
virtude de sua potencial responsabilidade na via regressiva. 4. Logo,
falhou, o réu, por não esclarecer pontualmente o risco possível de ocorrer
o decolamento de retina. Pela gravidade dessa intercorrência, o paciente
deveria ter sido cumpridamente informado sobre tal possibilidade, o que
aparentemente não ocorreu. Ao menos prova disso não há - e seu ônus
incumbia aos demandados. 5. Dano moral configurado, considerado in re
ipsa, diante da violação da sua autodeterminação, pois concordou com
determinado procedimento sem ter sido devidamente esclarecido sobre todos
os riscos implicados. 6. Quantum indenizatório fixado em R$ 30.000,00, quantia
que se tem como condizente com as circunstâncias do caso, especialmente
levando-se em conta que a responsabilização dos réus não tem como
fundamento algum erro médico propriamente dito, mas sim a ausência de
adequado esclarecimento sobre os riscos presentes, antes de obter o
consentimento do paciente. 7. Sentença de improcedência reformada.
APELAÇÃO PROVIDA.(Apelação Cível, Nº 50162345620138210001, Nona
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eugênio Facchini Neto,
Julgado em: 13-12-2023)
REFERÊNCIAS
FRANCA, Genival Veloso de. Direito Médico. Grupo GEN, 2020. E-book. ISBN
9788530992316. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530992316/. Acesso em:
22 abr. 2024.
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