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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS


CURSO DE DIREITO

Guilherme Daros dos Santos

PROTEÇÃO AO MÉDICO: UMA ANÁLISE SOBRE A RELEVÂNCIA DO TERMO


DE CONSENTIMENTO MÉDICO ASSISTIDO NA AFASTABILIDADE DA
RESPONSABILIDADE CIVIL E NA INOCORRÊNCIA DE ERRO MÉDICO.

Santa Maria, RS
2024
Guilherme Daros dos Santos

PROTEÇÃO AO MÉDICO: UMA ANÁLISE SOBRE A RELEVÂNCIA DO TERMO


DE CONSENTIMENTO MÉDICO ASSISTIDO NA AFASTABILIDADE DA
RESPONSABILIDADE CIVIL E NA INOCORRÊNCIA DE ERRO MÉDICO.

Projeto de Pesquisa apresentado à


disciplina de Estudos Interdisciplinares, do
curso de Direito da Universidade Federal
de Santa Maria (UFSM,RS), como
requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Direito.

Orientadora: Dra. Joséli Fiorin Gomes

Santa Maria, RS, Brasil


2024
SUMÁRIO
1 TEMA......................................................................................................... 04
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA......................................................................... 04
3 PROBLEMA............................................................................................... 04
4 OBJETIVOS............................................................................................... 04
4.1 OBJETIVO GERAL................................................................................. 04
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................... 04
5 JUSTIFICATIVA......................................................................................... 05
6 METODOLOGIA........................................................................................ 05
6.1 MÉTODO DE ABORDAGEM.................................................................. 05
6.2 MÉTODOS DE PROCEDIMENTO.......................................................... 05
6.3 TÉCNICAS DE PESQUISA..................................................................... 05
7 PLANO PROVISÓRIO............................................................................... 06
8 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................. 06
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 10
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1 TEMA

Proteção ao médico: uma análise sobre a responsabilidade do termo de


consentimento médico assistido na afastabilidade da responsabilidade civil e na
inocorrência de erro médico.

2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Uma análise jurisprudencial dos julgados do Tribunal de Justiça do Rio Grande


do Sul acerca de lides judiciais envolvendo responsabilidade civil e erro médico e de
que maneira o termo de consentimento pode servir para afastar a incidência de
condenações aos profissionais da saúde.

3 PROBLEMA

Indubitavelmente, os profissionais da saúde, sobretudo os médicos, sofrem


corriqueiramente com lides judiciais decorrentes do exercício de sua profissão.
Diante do exposto, quais as previsões jurídicas que tutelam a atuação do
médico? De que maneira estes profissionais podem se valer dos intrumentos jurídicos
adequados para afastar a incidência de responsabilidade civil?

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Analisar os julgados do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que versem


sobre a temática e verificar de que maneira é possível resguardar a atividade médica
como uma profissão meio e não fim.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Analisar os julgados do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul


b) Analisar quais normas jurídicas tutelam o exercício da Medicina no Brasil
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5 JUSTIFICATIVA

A presente pesquisa apresenta grande relevância social, visto que a área da


saúde é garantidora de um dos principais Direitos Fundamentais contemplados pela
Constituição Federal de 1988. Desta forma, pela grande responsabilidade que reside
no exercício da medicina, de que maneira os profissionais podem atuar sem se
preocupar com a possibilidade de serem citados em um processo figurando no polo
passivo da lide.

6 METODOLOGIA

6.1 MÉTODO DE ABORDAGEM

Ainda que hoje se enfrente o que muitos cunham como “crise do método”, o
presente projeto utilizará um raciocínio dedutivo, pois terá como base premissas
presentes nos dados jurídicos e pesquisas históricas referentes aos casos para
análise do fenômeno particular.

6.2 MÉTODO DE PROCEDIMENTO

Por sua vez, o método de procedimento adotado será o do comparativo, pois


se valerá da análise dos julgados do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e
verificar se existe uma visão consolidada acerca da temática.

6.3 TÉCNICAS DE PESQUISA

A técnica a ser adotada será a documentação indireta, desse modo, utilizando


uma pesquisa documental e bibliográfica.
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7 PLANO PROVISÓRIO

1 INTRODUÇÃO
2 DA RESPONSABILIDADE CIVIL E DO ERRO MÉDICO
2.1 O CONCEITO DOS INTITUTOS JURÍDICOS SOB A LUZ DA DOUTRINA
BRASILEIRA
3 PREVISÕES NO ÂMBITO JURÍDICO
4 COMO A JURISPRUDÊNCIA SE COMPORTA ACERCA DA TEMÁTICA
5 CONCLUSÃO

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Explicar o conceito de responsabilidade civil


Durante os ensinamentos das antigas gerações de juristas o conceito do
instituto da Responsabilidade Civil era visualizado sobre o descumprimento
obrigacional de determinada relação jurídica sendo dividida entre Responsabilidade
Civil Contratual (aquelas oriúndas de um negócio jurídico contratual) e
Responsabilidade Civil Extracontratual (aquelas relacionadas as relações jurídicas
não particulares que são reguladas por normas jurídicas). Contudo, hodiernamente,
os juristas tem defendido que não é razoável a distinção haja vista que os princípios
e regramentos básicos são os mesmos como aponta Judith Martins-Costa:
“(...) pois não resiste à constatação de que, na moderna sociedade de massas,
ambas têm, a rigor, uma mesma fonte, o ‘contato social’, e obedecem aos mesmos
princípios, nascendo de um mesmo fato, qual seja, a violação de dever jurídico
preexistente” (MARTINS-COSTA. Judith. Comentários ao novo Código Civil. Do
Inadimplemento das Obrigações.)
Atualmente, os estudos acerca da Responsabilidade Civil buscam se atentar
para averiguar em que hipóteses um indivíduo pode ser responsabilizado por sua
conduta em sociedade. Surgem assim, dois alicerces no estudo da Responsabilidade
Civil, o ato ilícito e o abuso de Direito.
O ato ilícito é considerado aquele ato que vai em confronto o ordenamento
jurídico vigente de determinada sociedade, causando algum tipo de dano a
determinado (s) sujeito (s) de Direito. Ocorrendo tal ato, a legislação impõe a sanção
do ofensor em reparar o ofendido. Sua previsão normativa encontra-se no Art. 186 do
Código Civil de 2002 como vejamos:
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“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito”
Acerca do abuso de Direito, é ilegítimo o exercício de um direito, quando o
titular exceda manifestamente os limites impostos pela boa fé, pelos bons costumes
ou pelo fim social ou económico desse direito”.
Dentro do âmbito da Responsabilidade Civil Profissional, surge o erro médico.
No âmbito do Direito, o erro médico é uma área complexa que envolve questões de
responsabilidade civil, ética profissional e direitos do paciente. Ele ocorre quando um
profissional de saúde, como médico, enfermeiro ou outro membro da equipe, comete
uma ação negligente, imprudente ou imperita que resulta em danos ao paciente.
Esses danos podem ser físicos, psicológicos, financeiros ou uma combinação deles.
Como alternativa para evitar maiores riscos em uma lide judicial, surge o termo
de consentimento médico assistido. O termo de consentimento médico esclarecido é
um documento legal assinado pelo paciente ou seu representante legal, indicando que
ele ou ela compreende os procedimentos médicos propostos, os riscos associados,
as alternativas disponíveis e as possíveis consequências. Esse termo é fundamental
em situações onde um paciente está prestes a se submeter a tratamentos médicos,
cirúrgicos ou procedimentos diagnósticos que possam ter efeitos colaterais ou riscos
associados.
O objetivo principal do termo de consentimento informado é garantir que o
paciente tenha todas as informações necessárias para tomar uma decisão informada
sobre o seu tratamento. Isso envolve entender os benefícios esperados do tratamento,
bem como os possíveis riscos, e ter a oportunidade de fazer perguntas e buscar
esclarecimentos adicionais antes de concordar com o procedimento.
Esse documento é uma parte importante da ética médica e legal, pois protege
tanto o paciente quanto o profissional de saúde, estabelecendo um registro claro do
consentimento dado pelo paciente para o tratamento ou procedimento em questão.
Contudo, como veremos nos entendimentos jurisprudenciais dos Tribunais e na visão
de Genival Veloso de Franca, o termo de consentimento nem sempre é suficiente para
eximir o profissional da sua responsabilidade civil e evitar indenizar o paciente:
“(...)Outra coisa importante é saber se o paciente de fato não foi informado sobre determinados
riscos, levando em conta ter um grau de cultura capaz de entender razoavelmente os riscos inerentes
a determinada conduta ou enfermidade. Em situações muito raras, um paciente com mediana
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compreensão, ou a de seus próprios familiares, iria para uma sala de cirurgia sem nenhum tipo de
informação ou conhecimentos, principalmente quando seu mal é de certa gravidade ou de
conhecimento generalizado.
Duas coisas devem ficar bem claras em tais ocorrências quando da avaliação judicial: o
consentimento esclarecido não suprime nem ameniza a culpa médica por negligência ou imprudência;
e o que verdadeiramente legitima o ato médico é a sua indiscutível, imediata e inadiável intervenção.
Em suma: entender que mesmo tendo o médico um termo escrito de consentimento do paciente, isto,
por si só, não o exime de responsabilidade se provados a culpa e o dano em determinado ato
profissional.
Ter em conta, ainda, que um termo de consentimento mesmo por escrito, por si só, como muitos
pensam, não é bastante para garantir uma situação mais tranquila frente às demandas que venham
ocorrer diante de um mau resultado. Também não se deve simplesmente pensar que a mística da
profissão embasada no velho paternalismo vai isentar alguém de culpa ou torná-lo imune às queixas.
E o que fazer quando no transcurso de uma intervenção surge uma nova situação que exige conduta
emergencial ante a gravidade do caso, porém não conhecida pelo paciente? O médico não poderia ter
outra conduta senão intervir tendo em vista o indiscutível interesse do paciente. Estaria legitimado e
obrigado a intervir. Todavia, deve-se entender que a solução em tais casos é sempre caso a caso.(...)”
Não obstante, a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul
entende de forma semelhante em muitos casos. Em verdade, essa matéria não é
consolidada pelos códigos, cabendo aos próprios Tribunais formarem um
“direcionamento padronizado” que as lides deste mérito virão a ter. Cumpre destacar,
que como se trata de um pré-projeto de pesquisa, apenas será listado algumas
jurisprudências que demonstre o entendimento do Tribunal Gaúcho. Outrossin, em um
eventual artigo, será analisado detalhadamente os julgados visando identificar como
se desdobrará uma eventual lide e que medidas podem ser adotadas para proteção
do médico.
APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO. CIRURGIA DE
CATARATA. AUSÊNCIA DE TERMO DE CONSENTIMENTO. DANO
MATERIAL E DANO MORAL COMPROVADOS. DANO ESTÉTICO E
PENSIONAMENTO INOCORRENTES. SENTENÇA PARCIALMENTE
REFORMADA. 1. NÃO CONSTA NOS AUTOS PROVA QUE O AUTOR
TENHA SIDO EXPRESSAMENTE ESCLARECIDO DOS RISCOS
ENVOLVIDOS NA REALIZAÇÃO DA CIRURGIA OCULAR, O QUE DEVE
SER FEITO DE FORMA EXPRESSA, COM O DEVIDO CONSENTIMENTO
DO PACIENTE. 2. DEMONSTRADA A OCORRÊNCIA DE FALHA NA
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO MÉDICO, CONSUBSTANCIADA NO DEVER DE
INFORMAÇÃO AO AUTOR, HÁ DEVER DE INDENIZAR. 3. O AUTOR DEVE
SER RESSARCIDO DOS DANOS MATERIAIS TIDOS COM OS EXAMES
MÉDICOS E COM O ÓCULOS QUE NECESSITOU COMPRAR APÓS O
PROCEDIMENTO CIRÚRGICO, CONSUBSTANCIADOS NAS NOTAS
FISCAIS ANEXADAS À INICIAL. 4. IGUALMENTE RESTOU CONFIGURADO
O ABALO EXTRAPATRIMONIAL EM DECORRÊNCIA DO SOFRIMENTO,
DESCONFORTOS E TRANSTORNOS SOFRIDOS PELO AUTOR,
SUPERANDO OS MEROS ABORRECIMENTOS DO COTIDIANO. 5. NO QUE
TANGE AO DANO ESTÉTICO E À NECESSIDADE DE PENSIONAMENTO, A
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PARTE AUTORA NÃO LOGROU ÊXITO COMPROVAR QUE O


PROCEDIMENTO CIRÚRGICO CAUSOU MÁCULAS EM SUA APARENCIA
OU INTERFERIU GRAVEMENTE EM SUA AUTONOMIA, DE MODO QUE
DEVA SER INDENIZADO. NESSE PONTO, PORTANTO, A SENTENÇA DE
IMPROCEDÊNCIA DEVE SER MANTIDA. RECURSO PARCIALMENTE
PROVIDO.(Apelação Cível, Nº 50002574120158210005, Nona Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eduardo Kraemer, Julgado em: 27-03-2024)

APELAÇÕES CÍVEIS. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA.


CIRURGIA PLÁSTICA/ESTÉTICA. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO. DEVER
DE INDENIZAR NÃO CONFIGURADO. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS
MAJORADOS. - Preliminar recursal. Gratuidade de Justiça. Valores
incompatíveis com o benefício. Caso em que os atuais rendimentos da
autora/apelante são incompatíveis com a alegada hipossuficiência econômica:
ganhos superiores a cinco salários-mínimos brutos mensais. Incidência do
critério objetivo de concessão/revogação da gratuidade de justiça: 49ª
conclusão do centro de estudos jurídicos TJRS. Indeferida a gratuidade
pretendida. - Caso em que a autora procurou os réus a fim de realizar cirurgia
estética – blefaroplastia –, indicando erros no procedimento e ausência do
cumprimento do dever de informação. - A obrigação assumida na cirurgia
estética embelezadora é de resultado e sua responsabilidade é subjetiva, com
culpa presumida, sendo do médico profissional o ônus de comprovar que não
agiu com culpa em qualquer das modalidades. Aplicação do art. 14, § 4º, do
CDC. Precedentes. - Ciência e consentimento inequívocos da autora
quanto aos métodos cirúrgicos. Explicações acerca dos procedimentos e
termo de consentimento informado que continham referências de fácil
compreensão, cujo conteúdo apresenta-se dentro daquilo que se espera
para alertar a consumidora quanto às intervenções. - Prova pericial que
atestou para a correção das intervenções, afastando culpa do médico nos
procedimentos. Falha na prestação do serviço afastada. Dever de
indenizar inocorrente. Sentença de improcedência confirmada. - Honorários
sucumbenciais majorados. Tema 1076 do STJ. Fixação com base no valor da
causa. NEGARAM PROVIMENTO À APELAÇÃO DA AUTORA E PROVERAM
O RECURSO DOS RÉUS. UNÂNIME.(Apelação Cível, Nº
50043014920198210010, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Jorge Alberto Schreiner Pestana, Julgado em: 14-03-
2024)

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO


POR DANOS MORAIS. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO
CONFIGURADA. CONDUTA MÉDICA ADOTADA SEM O CONSENTIMENTO
ESCLARECIDO DO PACIENTE. 1. A solução da causa passa
substancialmente pela investigação da adequação da conduta médica, pela
qual o HOSPITAL e a UNIMED respondem na modalidade da
responsabilização transubjetiva, na conhecida expressão de Pontes de
Miranda. É que inexistindo culpa dos médicos que prestaram atendimento ao
autor, inviável a responsabilização do hospital e da operadora do plano de
saúde. 2. No caso dos autos, a prova pericial informa que não houve falha na
cirurgia de catarata realizada no autor, e que uma das complicações possíveis
desse tipo de cirurgia é o descolamento de retina, condição que o autor passou
a apresentar depois da cirurgia, do que resultou a perda de 90% da acuidade
visual do olho esquerdo. 3. Não consta dos autos nenhum termo de
consentimento informado assinado pelo autor - embora não haja
necessidade de ser realizado por escrito, pois o que importa é que fique
evidenciado, de maneira satisfatória, que foi observado o dever de
informar o paciente pontualmente sobre os riscos do procedimento
contratado, dele obtendo o consentimento devidamente esclarecido.
Qualquer prova convincente de que isso tenha ocorrido, por qualquer
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meio que seja, é eficiente. Todavia, o que se tem nestes autos é tão
somente o depoimento do médico que realizou a cirurgia no autor, no
sentido de que teria prestado os esclarecimentos necessários. Essa
prova, contudo, não pode embasar juízo de afastamento da
responsabilidade dos corréus, no caso, considerando-se que o depoente
possui interesse no resultado do julgamento da presente demanda, em
virtude de sua potencial responsabilidade na via regressiva. 4. Logo,
falhou, o réu, por não esclarecer pontualmente o risco possível de ocorrer
o decolamento de retina. Pela gravidade dessa intercorrência, o paciente
deveria ter sido cumpridamente informado sobre tal possibilidade, o que
aparentemente não ocorreu. Ao menos prova disso não há - e seu ônus
incumbia aos demandados. 5. Dano moral configurado, considerado in re
ipsa, diante da violação da sua autodeterminação, pois concordou com
determinado procedimento sem ter sido devidamente esclarecido sobre todos
os riscos implicados. 6. Quantum indenizatório fixado em R$ 30.000,00, quantia
que se tem como condizente com as circunstâncias do caso, especialmente
levando-se em conta que a responsabilização dos réus não tem como
fundamento algum erro médico propriamente dito, mas sim a ausência de
adequado esclarecimento sobre os riscos presentes, antes de obter o
consentimento do paciente. 7. Sentença de improcedência reformada.
APELAÇÃO PROVIDA.(Apelação Cível, Nº 50162345620138210001, Nona
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eugênio Facchini Neto,
Julgado em: 13-12-2023)

REFERÊNCIAS

MARTINS-COSTA. Judith. Comentários ao novo Código Civil. Do


Inadimplemento das Obrigações. Coord. Sálvio de Figueiredo Teixeira. Rio de
Janeiro: Forense, 2003. v. V, t. II, p. 97.

BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário


Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 139, n. 8, p. 1-74, 11 jan. 2002.

FRANCA, Genival Veloso de. Direito Médico. Grupo GEN, 2020. E-book. ISBN
9788530992316. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530992316/. Acesso em:
22 abr. 2024.
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