Geolinguistica
Geolinguistica
Geolinguistica
Campo Grande | MS
Vol. 18 | Nº 35 | 2014
Percurso historiográfico e
metodológico da Geolinguística
Historiographical and methodological course of
Geolinguistics
Valter Pereira Romano*
Resumo: Originalmente inserida no âmbito dos estudos históricos da língua, como um método
da Dialetologia, a Geografia linguística, modernamente denominada Geolinguística, pode ser
considerada como uma área de interesse que, atualmente, reclama status de subdisciplina,
uma vez que não se confunde com a Dialetologia, embora se valha do método cartográfico
para representação diatópica dos dialetos e expressões linguísticas. Desse modo, o artigo
apresenta, com base na revisão da literatura, o percurso histórico e metodológico dos
principais trabalhos basilares da Geolinguística, área de investigação em franco
desenvolvimento tanto no Brasil quanto no exterior. Assume-se, portanto, que o fazer
geolinguístico ultrapassa a representação cartográfica, envolvendo outros aspectos
metodológicos que devem ser considerados na elaboração dos atlas linguísticos.
*
Universidade Federal de Lavras. [email protected]
Percurso historiográfico e metodológico da Geolinguística
Introdução
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O xurdimento da sociolinguística respondia así ó auxe que cobran a partir dos anos 60
os estúdios de corte social. Por outra banda, historicismo e excepcionalismo impedían
unha análise sincrónica da variación a nível espacial, esta só se describía. A
sociolingüística axiña se ocupou de abordar de vez esta análise, pero obviando, como
lóxico, as variables espaciais e centrándose nas sociais. Así, mentres a sociolinguística
ía desenvolvendo rapidamente unha metodoloxía e unha teoria propias, a
xeolingüística ficou acantoada na súa tradición, limitada por ela a uns enfoques parciais
e descritivos (VALCÁRCEL RIVEIRO, 1998, p. 393).
[...] as palavras mudam continuamente; não só do ponto de vista fônico, mas também
do ponto de vista semântico, uma palavra nunca é exatamente a mesma; diríamos
melhor que uma palavra, considerada em dois momentos sucessivos de sua
continuidade de emprego numa comunidade, não é ni tout à fait une autre, ni tout à fait
la même [nem totalmente uma outra, nem totalmente a mesma] [...] em nenhum
momento se pode fixar um sistema estático concreto, porque em cada momento o
sistema se quebra para constituir-se e romper-se novamente – essa mudança contínua
é, precisamente, o que chamamos a realidade da linguagem.
1
As informações históricas sobre as obras e autores clássicos mencionados no texto foram
embasadas, fundamentalmente, em Iordan (1962), Miazzi (1972) e Câmara Jr. (1975),
constantes das referências.
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“Processo que conduz a descrever e a instrumentar uma língua na base de duas tecnologias,
que são ainda hoje os pilares de nosso saber metalinguístico: a gramática e o dicionário”
(AUROUX, 1992, p. 65)
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4. O caminho da pluridimensionalidade
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Disponível em: http://www.atlantelinguistico.it/home.html
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Assim, hoje, torna-se imperativo, por exemplo, incluir, entre os critérios de escolha dos
indivíduos que servirão de informantes para a formação do corpus de um atlas
linguístico, variáveis como idade, sexo, nível de instrução, ou mesmo situação
socioeconômica, a fim de que se revelem ao máximo as particularidades do sistema
dialetal focalizado e se possam melhor conhecer os condicionamentos socioculturais
que presidem à distribuição geográfica dos fenômenos linguísticos (BRANDÃO, 1991,
p. 26).
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Sobre a Geolinguística na América Latina, confira Contini (2001-2002). Para uma visão
panorâmica da Geolinguística brasileira, confira Romano (2013).
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Confira Romano (2013).
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Algumas considerações
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Referências Bibliográficas
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KURATH, Hans et al.. Linguistic Atlas of New England (LANE). 3 vol. Brown
University Press, 1939-1943.
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