Procedimento Prático Bico de Bunsen e Teste de Chama

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BICO DE BUNSEN E TESTE DE CHAMA

Introdução
O Bico de Bunsen é um queimador muito utilizado em laboratórios de química para aquecimentos em
geral. É formado por um tubo que apresenta orifícios em suas laterais, os quais podem ser abertos e fechados,
o qual servirá como entrada de oxigênio na combustão. Recebe esse nome por ter sido aperfeiçoado por Robert
Wilhelm Bunsen, a partir de um protótipo feito por Michael Faraday.
Observando o bico de Bunsen mais atentamente, se poderá verificar que ele é constituído de três partes:
base, anel e tubo.

A chama produzida pelo bico de Bunsen varia em cor (amarelo-laranja à azul) e temperatura (300º C à
1600º C). Quando os orifícios de ar (oxigênio) são totalmente fechados na base do aparelho, o gás só irá se
misturar-se com o ar ambiente depois que ele saiu do tubo, na parte superior. Essa mistura produz uma chama
amarelo brilhante conhecida como "Chama de Segurança", pois é mais fácil de ser visualizada e menos quente.
Esta chama também é referida como chama “suja” pelo fato de deixar uma camada de carbono (fuligem) sobre o
que é aquecido. A temperatura atingida é de cerca de 300º C.
O tipo de chama mais usado para aquecimento é a chama azul, também referida como chama invisível,
dificilmente vista em um quarto bem iluminado, por exemplo. Esta chama atinge uma temperatura boa para
aquecimento. Para produzir esta chama azulada, deve-se regular a abertura dos os orifícios de ar na base do
bico de Bunsen, para que o oxigênio se misture com o gás, tornando a queima deste mais eficiente.

Partes da Chama
• Zona neutra da chama: região próxima da boca do tubo; nela não ocorre combustão do
gás. É considerada fria se comparada às outras regiões.
• Zona redutora da chama (zona 1): fica acima da zona neutra e forma um pequeno
“cone”, nela se inicia a combustão do gás. A temperatura é bem inferior à da zona oxidante.
• Zona oxidante da chama (zona 2): compreende toda a região acima e ao redor da zona
redutora; nela a combustão do gás é completa. É muito quente: a sua temperatura pode chegar a 1600
°C.

Teste de Chama
O Teste da Chama é um importante método de identificação, principalmente de cátions metálicos,
utilizado na análise química. Neste ensaio, ocorrem as interações atômicas através dos níveis e subníveis de
energia quantizada. “Quando um objeto é aquecido, ele emite radiação, que pode ser observada através da sua
cor. Um exemplo é o aquecimento de metais nas indústrias metalúrgicas, quando eles emitem uma cor
vermelha intensa”.
Consiste em se inserir uma amostra de determinado cátion metálico, geralmente em estado sólido, à
base da chama, com auxílio de um fio (denominado alça de platina), observando-se assim a mudança de
coloração apresentada pela chama, que será devido à influência da temperatura na estrutura atômica da amostra
catiônica.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:

1. Coloque o ácido clorídrico em um tubo de ensaio. Sempre trabalhe com HCl concentrado
em capela.
2. Acenda o bico de Bunsen e, com o auxílio da pinça de madeira, leve o fio de níquel-crômo
ao fogo até que a chama não mude mais de cor.
3. Caso haja presença de cor na chama, mergulhe a ponta do fio no ácido clorídrico.
4. Passe a ponta do fio no cloreto de potássio, leve-o à chama e observe.
5. Limpe o fio mergulhando-o novamente no ácido clorídrico.
6. Repita o processo com os demais sais.

As cores que devem ser obtidas nos ensaios são:

Amostra (Íon metálico) Teoria Procedimento Experimental


Sódio Amarelo-alaranjado Amarelo-alaranjado
Potássio Violeta-pálido Lilás
Cálcio Vermelho-alaranjado Vermelho-alaranjado
Estrôncio Vermelho-sangue Vermelho-sangue
Bário Verde-amarelado Verde-amarelado
Cobre Verde azulado Verde-piscina

Algumas considerações a respeito do teste da chama:


1° Quando os fabricantes desejam produzir fogos de artifício coloridos, eles misturam à pólvora
compostos de certos elementos químicos apropriados. A cor que um elemento confere aos fogos de artifício é a
mesma que ele possui no teste da chama.
2° Se usássemos o sulfato de bário em vez do cloreto de bário, por exemplo, o resultado do experimento do teste
da chama seria o mesmo, pois no teste da chama identificamos cátions, de modo que o ânion se torna
irrelevante.
3° Quando se queima palha de aço, verifica-se a presença de fagulhas amarelo alaranjadas e ouvem- se
estalidos. O comportamento esperado na queima de um sal de ferro é, portanto, o de apresentar coloração
amarela alaranjada.
4° Os vulcões emitem predominantemente luzes amarelo alaranjadas e vermelho alaranjadas devido a
composição das rochas fundidas, que se originam em profundidades abaixo da crosta terrestre, as quais dão
origem ao magma, sendo sua composição química de ferro e níquel derretidos.
5° O ensaio de chama pode ser utilizado na identificação de minerais. Sabe-se que esse simples teste teve
importância histórica como sendo um dos testes empregados na detecção de certos elementos em amostras
minerais. Atualmente há técnicas bem mais modernas, mas algumas delas ainda se baseiam em princípios
científicos relacionados ao teste da chama, como a alteração na camada de valência dos elétrons em átomos
quando em estado excitado.
6° Sempre que não há uma boa aproximação entre os resultados obtidos nas colorações catiônicas com os
teóricos, deve-se buscar uma maior pureza dos compostos em análise, estar atento para que o fio utilizado não
interfira nos resultados e limpar devidamente este fio, para que uma amostra não interfira na outra.
Recomenda-se ainda deixar o cátion sódio por último, pois ele contamina as demais amostras.

Referência
ATKINS, Peter; JONES, Loreta. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente.
Porto Alegre: Bookman, 2001.

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