Fundamentos de Quimica
Fundamentos de Quimica
Fundamentos de Quimica
Fundamentos de Química
Guarapuava - 2011
1 - Matéria e Energia
1.1 – Introdução
A Química está voltada para o estudo da matéria, qualquer que seja sua origem.
Estuda a composição da matéria, suas transformações e a energia envolvida nesses
processos.
Matéria é tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço. A matéria pode ter
dimensões limitadas, neste caso será um corpo. Se o corpo possui uma finalidade
específica, teremos então um objeto.
A seguir, temos alguns exemplos de matéria, corpo e objeto:
- A madeira, o vidro e o ferro são matérias;
- Um pedaço de madeira, um caco de vidro, uma barra de ferro são corpos;
- Uma cadeira de madeira, um copo de vidro, uma balanço de ferro são objetos.
Energia é a capacidade de realizar trabalho, podendo se apresentar na forma de
energia calorífica, mecânica, elétrica, cinética, luminosa, potencial, nuclear e química.
- Antoiene Laurent de Lavoisier (1743-1794): “Na natureza nada se cria, nada se
perde, tudo se transforma”. Diante dessa afirmação, podemos dizer que matéria e energia
estão intimamente ligadas. E o estudo da química depende tanto da matéria quanto da
energia.
Exemplos:
- Queima da madeira aquecimento dos corpos energia calorífica
- Carga e descarga da bateria energia química energia elétrica
- Explosão do núcleo atômico energia nuclear
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e) Volume: É a ocupação espacial da matéria.
As principais unidades de volume são: m3 (metro cúbico); L (litro); dm3 (decímetro
cúbico); ml (mililitro) e cm3 (centímetro cúbico).
d) Paladar: Sabor
Estados físicos da matéria correspondem às três formas que pode tomar a matéria:
sólida, líquida ou gasosa.
1.4.1 – Sólido
Sólido, estado físico da matéria, em que a matéria conserva sua forma e tamanho.
Os sólidos apresentam uma distribuição regular das partículas atômicas. Os sólidos se
caracterizam por sua resistência a qualquer mudança de forma, e suas principais
características estão listadas a seguir:
a) Maior agregação de partículas;
b) Maior organização das partículas;
c) Menor energia e movimento de partículas;
d) Forma e volume definidos.
1.4.2 – Líquido
Substâncias em um estado da matéria intermediário entre os estados sólido e
gasoso. As moléculas dos líquidos não estão tão próximas quanto as dos sólidos, mas estão
menos separadas que as moléculas dos gases No estado líquido, a matéria cede às forças
tendentes a modificar sua forma. Suas principais características são:
a) Grande agregação de partículas;
b) Organização intermediaria de partículas;
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c) Energia intermediaria e movimentação relativa de partículas;
d) Forma variável e volume definido.
1.4.3 – Gasoso
Os gases se expandem livremente até encher o recipiente que os contém, e sua
densidade é muito menor que a dos sólidos e a dos líquidos. As moléculas têm certa
liberdade de movimentos no espaço. Esses graus de liberdade microscópicos estão
relacionados com o conceito macroscópico de ordem. As moléculas de um sólido estão
dispostas em uma rede e sua liberdade está restrita a pequenas vibrações em torno dos
pontos dessa rede. Entretanto, um gás não tem uma ordem espacial macroscópica. Suas
moléculas se movem aleatoriamente e só estão limitadas pelas paredes do recipiente que
as contém. Em temperaturas baixas e pressões altas (ou volumes reduzidos), as moléculas
de um gás passam a ser influenciadas pela força de atração das outras moléculas e todo o
sistema entra em um estado de alta densidade e adquire uma superfície limite. Isso acarreta
a entrada no estado líquido. O processo é conhecido como transição de fase ou mudança
de estado. Os gases não oferecem nenhuma resistência à mudança de forma e muito pouca
às alterações no seu volume.
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Quando uma substancia pura é aquecida a pressão constante ela pode sofrer
variação na temperatura ou mudança de estado, podemos perceber a passagem pelos três
estados na curva de aquecimento abaixo que ilustra a variação da temperatura de uma
substância em função do calor absorvido pela mesma.
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2 – Misturas e Substâncias
2.1- Introdução
Você sabe caracterizar a água quanto ao sabor, a cor e ao cheiro? E o sal? Quais
são as características do açúcar? Agora, tente caracterizar o vinagre quanto à cor. Será que
todas as laranjas têm o mesmo sabor? As perguntas acima explicitam a diferença entre as
substâncias e as misturas. A água, o sal e o açúcar são materiais que conservam suas
propriedades, independentemente da quantidade de matéria analisada. Esta manutenção de
características é o que determina uma substância.
Material Característica
Água Líquido incolor, inodoro e insípido
Sal Sólido branco, inodoro e salgado
açúcar Sólido branco inodoro e doce
Material Característica
Vinagre Tinto ou branco
Laranja Doce, amarga ou azeda
Na natureza é muito difícil encontrarmos uma substância pura, na maioria das vezes
o que encontramos são misturas. Por exemplo, o sal de cozinha que compramos no
supermercado vem aditivado de iodo (I) para combater o bócio, então o que compramos não
é o sal como substância pura, e sim, uma mistura de sal e iodo. A água que bebemos ou
usamos nos afazeres diários é uma mistura, pois há outras substâncias dissolvidas na água
dos nossos rios, mares ou torneiras.
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Água
Composto líquido, incolor e inodoro e de fórmula H2O. Contribui com cerca de 70%
da matéria formadora da crosta terrestre e é fundamental para a vida dos animais e
vegetais. A água reage com muitas substâncias e tem ainda a propriedade de dissolver uma
ampla variedade de compostos. Por esse motivo é conhecida como solvente universal. Água
natural: denominação dada à água dos rios,
lagos, mares, chuvas, etc.
Água potável: denominação dada à água própria para ser consumida pelo homem.
Para ser potável, deve apresentar as seguintes condições: ser límpida, fresca e incolor,
conter ar e sais minerais dissolvidos, não conter germe patogênicos (causadores de
doenças) e não apresentar dureza. Água dura: denominação dada à água que contém alta
porcentagem de cálcio e magnésio dissolvidos. Esta água não é recomendada para a
preparação de alimentos, limpeza, nem para fins industriais. Água mineral: denominação
dada à água que apresenta propriedades terapêuticas, em virtude da presença de
determinadas substâncias nela dissolvidas.
Substância Fórmula
Gás hidrogênio H2
Gás oxigênio O2
Gás ozônio O3
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Observando a tabela acima, notamos que o gás oxigênio e o ozônio são formados
pelo mesmo elemento químico, porém formam moléculas diferentes. Este fenômeno é
chamado de alotropia.
Alotropia: fenômeno onde um único elemento químico forma duas ou mais
substâncias diferentes, denominadas variedades alotrópicas do elemento. Portanto, O2 e O3
são denominados alótropos do oxigênio.
Outro exemplo importante é o carbono, que é um dos elementos que apresenta uma
grande variedade de alótropos. Na figura abaixo, temos representados alguns desses
alótropos.
Substância Fórmula
Água H2O
Sal de cozinha NaCl
Açúcar C12H22O11
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Na figura abaixo temos um exemplo de uma mistura homogênea em (a). E exemplos
de misturas heterogêneas podem ser vistos em (b) e (c).
MISTURAS HETEROGÊNEAS
Filtração Simples: separa misturas de solido-liquido e sólido-gás, utilizando-se um
filtro.
a) Solido-liquido :Areia de água ; café do liquido ou partículas solidas de água.
b) Sólido-gás: Ar de poeira atmosférica
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3 – Elementos Químicos
1803 – Dalton
A primeira teoria sobre o modelo atômico com bases cientifica, foi apresentada por
Dalton e constava de:
a) Toda matéria e constituída por átomos
b) Os átomos são indivisíveis, maciços e esféricos.
c) Os átomos de um mesmo elemento são todos iguais em tamanho, forma e massa.
d) Toda transformação química consiste na união ou separação de átomos.
1898 - Thomson
O físico Thomson baseado na descoberta de que o átomo tinha uma parte positiva e
outra negativa, para explicar que o conjunto e neutro, propôs que o átomo seria uma esfera
formada por uma capa positiva na qual estavam incrustados os elétrons como passas em
um pudim. Esse modelo ficou conhecido como “pudim de passas.”
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Modelo atômico de Thomson: “Modelo do pudim de passas”
1911 - Rutherford
O físico Ernest Rutherford fez experiências com bombardeamento de partículas alfa
em uma lamina de ouro, concluindo que:
a) O átomo e um sistema onde a maior parte do espaço e vazio, possuindo um núcleo
central.
b) O núcleo tem carga elétrica positiva e concentra praticamente toda a massa do átomo.
Modelo Atual
O modelo atual considera o elétron situado em uma região em torno do núcleo
denominada orbital e não como propôs Bohr, girando em orbitas circulares.
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Modelo atômico de Bohr: “Modelo planetário”
a) Numero Atômico - Z
É o numero de prótons existentes no núcleo do átomo. Cada elemento químico tem o
seu numero atômico próprio, correspondente a sua carga nuclear positiva . Os átomos estão
organizados na Tabela Periódica em ordem crescente de seus números atômicos.
b) Numero de Massa - A
É a soma do numero de prótons com o numero de nêutrons encontrados no núcleo
do átomo.
A=Z+N
c) Numero de Elétrons - e-
Em um átomo natural, o numero de elétrons e sempre igual ao numero de prótons,
fazendo com que sua carga elétrica seja nula.
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d) Numero de Neutrons - n
O numero de nêutrons existente no núcleo do átomo altera apenas a sua massa
nuclear e atômica, sem alterar a natureza dele e as suas propriedades químicas.
a) Isótopos são átomos com o mesmo numero atômico e diferentes números de massa,
devido aos diferentes números de nêutrons nos seus núcleos. Como se trata de mesmo
numero atômico, temos o mesmo elemento químico, com propriedades muito parecidas.
Como exemplo temos as seguintes representações:
b) Isóbaros são átomos que possuem o mesmo numero de massa (A) e diferentes
números atômicos. Por exemplo:
c) Isótonos são átomos que possuem igual numero de nêutrons, diferentes números de
prótons e diferentes números de massas, por exemplo:
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A indicação de um elemento especifico e feita utilizando-se o símbolo do elemento
ao inves do X , como por exemplo :
São conhecidos atualmente 112 elementos diferentes, que estão ordenados numa
tabela por ordem de números atômicos e por propriedades, chamada CLASSIFICAÇÃO
PERIÓDICA DOS ELEMENTOS.
Íon
É um átomo que deixou de ser neutro porque ganhou ou perdeu elétrons. Assim todo
íon tem sua carga elétrica, que pode ser:
- Positiva, portanto é um Cátion, pois o átomo original perdeu elétrons;
- Negativa, portanto é um Anion, pois o átomo original ganhou elétrons.
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Em cada camada os elétrons se distribuem em sub-níveis (orbitas) representados
por letras minúsculas s, p, d e f. A quantidade máxima de elétrons em cada orbita e a
seguinte:
Convém notar que a quantidade máxima de elétrons em cada subnível e o dobro dos
números impares naturais, 1, 3, 5 e 7.
Dentro de cada orbita os elétrons ainda se distribuem em orbitais, normalmente
representados por quadrinhos com indicação de seu sentido de rotação (spin).
O diagrama de Linus Pauling é um gráfico que facilita a distribuição dos elétrons por
níveis de energia, fazendo-se a distribuição deles seguindo as linhas inclinadas, sempre de
cima para baixo.
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3.7 – A tabela periódica dos elementos
16
3.7.1 - Organização da Tabela Periódica
Cada grupo constitui uma família de elementos, às quais se atribui, por vezes, uma
designação própria. Por exemplo, o grupo 1 é o grupo dos metais alcalinos, o grupo 2 o dos
metais alcalino-terrosos, o grupo 16 o dos calcogênios, o grupo 17 o dos halogênios e o
grupo 18 é chamado o grupo dos gases nobres ou inertes. As características das várias
famílias serão exploradas mais à frente.
O hidrogênio, primeiro elemento de Tabela Periódica, é aquele que tem menor
número atômico. No entanto, não é fácil decidir a sua posição, porque ele tem
características individuais que não podem ser comparadas com os elementos dos outros
grupos. Ele aparece muitas vezes colocado no grupo 1, embora não seja um metal.
Recentemente, ele tem sido muitas vezes, posicionado de forma solitária, ou seja, sem
pertencer a nenhum dos grupos, tal como se encontra na figura 2.5.
Na Tabela Periódica, esquematizada na figura 2.6, observa-se uma linha quebrada.
Esta permite classificar os elementos em metais e não-metais. Através desta divisão,
verifica-se que a maior parte dos elementos da TP são metais.
Ainda é possível estabelecer outra classificação com base na Tabela Periódica:
elementos representativos, grupo 1, 2, 13, 14, 15, 16 e 17, e elementos de transição, do
17
grupo 3 ao 11. No grupo 18, como já foi referido, encontram-se os gases nobres e o grupo
12 não tem designação específica. Os elementos zinco, cádmio e mercúrio, nem são
elementos representativos, nem metais de transição.
Ainda é possível estabelecer outra classificação com base na Tabela Periódica:
elementos representativos, grupo 1, 2, 13, 14, 15, 16 e 17, e elementos de transição, do
grupo 3 ao 11. No grupo 18, como já foi referido, encontram-se os gases nobres e o grupo
12 não tem designação específica. Os elementos zinco, cádmio e mercúrio, nem são
elementos representativos, nem metais de transição.
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3 – Compostos Químicos
Mas, como será que ocorre a formação desses íons? Na molécula de HCl, os átomos
de hidrogênio e de cloro estão unidos por uma ligação covalente (H–Cl). Em solução
aquosa, a ligação covalente é rompida, com a conseqüente formação de íons H+(aq) e Cl-
(aq). Esse processo é chamado de ionização. Como a ionização do HCl leva à formação de
íons H+(aq), ele é um ácido, segundo o conceito de Arrhenius. Já o hidróxido de sódio,
NaOH, é um sólido iônico. Nele, a ligação não é entre átomos, mas entre os íons Na+ e
OH-. Ao contrário das moléculas de HCl que sofrem ionização em solução aquosa, os íons
do NaOH se dissociam. Observe o esquema abaixo:
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A tabela a seguir resume as principais propriedades dos ácidos e das bases:
Ácidos Bases
Sabor azedo Sabor adstringente
Condutividade elétrica Condutividade elétrica
Reagem com bases produzindo água Reagem com ácidos produzindo água
3.2.2 - Os sais
A maioria das pessoas, quando ouve a palavra sal, pensa no sal de cozinha. Mas, se
você disser a palavra sal para um químico, ele provavelmente irá lhe perguntar de que sal
você está falando. Pois, o sal de cozinha (cloreto de sódio, NaCl) é apenas um exemplo
dessa enorme classe de substâncias.
Sais são compostos iônicos que, em solução aquosa, se dissociam, formando pelo menos
um cátion diferente do hidrogênio, H+(aq), e um ânion diferente da hidroxila, OH-(aq), e do
oxigênio, O2-(aq). Os sais podem ser obtidos através de reações de neutralização, que são
as que ocorrem entre um ácido e uma base e que têm como produto um sal e água. A
reação entre o ácido clorídrico, HCl, e o hidróxido de sódio, NaOH, por exemplo, forma o sal
cloreto de sódio, NaCl, e água:
O NaCl é formado pelo cátion Na+, vindo da base NaOH, e pelo anion Cl-, vindo do
ácido HCl. Isso irá acontecer em todos os casos, ou seja, o ácido sempre irá formar o ânion
do sal e a base o cátion do sal.
Existe uma infinidade de sais conhecidos pelo homem. Alguns são produzidos
artificialmente, em reações de neutralização. Outros, como o cloreto de sódio, são obtidos
de fontes naturais, ou seja, já se encontram disponíveis na natureza.
3.2.3 - Os Óxidos
Óxidos são compostos binários, ou seja, formados por dois elementos distintos, dos
quais o mais eletronegativo é o oxigênio. Apenas o elemento flúor é mais eletronegativo
que o oxigênio. Assim, qualquer outro elemento, com a exceção do flúor, reage com
oxigênio formando óxidos.
Dizer que qualquer elemento reage com o oxigênio não é exagero. Como o oxigênio
é muito reativo, é difícil encontrar um elemento que não seja capaz de reagir com ele. Desse
modo, esta classe de compostos engloba um número muito grande de substâncias.
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Óxido de lítio (Li2O), óxido de sódio (Na2O), óxido de potássio (K2O), óxido de rubídio
(Rb2O), óxido de césio (Cs2O) e óxido de francio (Fr2O) são formados com elementos do
grupo 1A da tabela periódica. Óxido de berilo (BeO), óxido de magnésio (MgO), óxido de
cálcio (CaO), óxido de estrôncio (SrO), óxido de bário (BaO) e óxido de radio (RaO) são
formados com elementos do grupo 2A.
Sabemos que o número de oxidação dos elementos do grupo 1A é +1 e do grupo
2A é +2. Já o número de oxidação do oxigênio nos óxidos é -2. Por isso, o oxigênio
combina-se com os elementos do grupo 1 da tabela periódica formando óxidos do tipo „E2O‟
e com elementos do grupo 2 formando „EO‟.
Os óxidos são, portanto, substâncias do tipo ExOy, em que x é o número de
oxidação do oxigênio e y é o número de oxidação do elemento que está combinado com ele.
Na coluna 14, as coisas começam a ficar um pouco diferentes, pois os elementos
podem apresentar mais de um número de oxidação. O carbono, por exemplo, pode
combinar-se com o oxigênio formando dois compostos bastante conhecidos: o monóxido de
carbono (CO) e o dióxido de carbono (CO2), nos quais o seu número de oxidação é +2 e +4,
respectivamente. O enxofre, que pertence ao grupo 16 da tabela periódica, combina-se com
o oxigênio formando o trióxido de enxofre (SO3) e o dióxido de enxofre (SO2), nos quais o
seu número de oxidação é +6 e +4, respectivamente.
Como esta classe de compostos é muito grande, suas propriedades também podem
variar muito. Por isso, os óxidos são divididos em quatro grupos, de acordo com seu
comportamento em solução aquosa. São eles: óxidos ácidos, óxidos básicos, óxidos
neutros e óxidos anfóteros.
Agora que conhecemos um pouco mais sobre cada uma das funções inorgânicas,
vamos resumir alguns pontos importantes. Vimos que as substâncias químicas são
classificadas em categorias chamadas funções químicas, de acordo com suas propriedades
e com suas reações com outras substâncias.
As funções inorgânicas são: ácidos, bases, sais e óxidos. Os ácidos reagem com
as bases formando sal e água. Esta reação é denominada reação de neutralização. Alguns
óxidos reagem com água formando ácidos ou bases. Há também óxidos que se
comportam como ácidos na presença de base e como base na presença de ácidos.
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5 – Transformações Químicas
5.1.1 - Características
Um aspecto importante sobre uma reação química é a conservação da massa e o
número de espécies químicas microscópicas (átomos e íons) presentes antes e depois da
ocorrência da reação. Essas leis de conservação se manifestam macroscopicamente sob a
forma das leis de Lavoisier, de Proust e de Dalton.
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A Lei de Lavoisier: Antoine Laurent Lavoisier, um cientista francês, fez pesquisas
que levaram-no a dizer que, quando ocorre uma reação química, a massa dos reagentes é
igual à massa dos produtos. Ou seja, quando uma reação ocorre, a massa das substâncias
que reagiram não muda após virarem produtos. Essa observação é chamada de Lei da
Conservação da Matéria, ou Lei de Lavoisier. Provavelmente você já ouviu uma frase do
tipo “Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. É justamente por causa dessa lei
que surgiu essa frase, que foi pronunciada primeiramente pelo próprio Lavoisier.
De fato, essas leis, no modelo atômico de Dalton, se justificariam pelas leis de
conservação acima explicitadas e pelo fato de os átomos apresentarem valências bem
definidas. Ao conjunto das características e relações quantitativas dos números de espécies
químicas presente numa reação se dá o nome de estequiometria.
Deve-se salientar que uma ligação química ocorre devido a interações entre as
nuvens eletrônicas dos átomos, e que então reação química apenas envolve mudanças nas
eletrosferas. No caso de ocorrer mudanças nos núcleos atômicos teremos uma reação
nuclear. Ao passo que nas reações químicas a quantidade e os tipos de átomos sejam os
mesmos nos reagentes e produtos, na reação nuclear, as partículas subatômicas são
liberadas, o que causa redução de sua massa, sendo este um fato relacionado à existência
de elementos isóbaros, isótonos e isótopos entre si.
Um exemplo de uma reação química é (ambos os regentes em solução aquosa):
NaCl + AgNO3 → NaNO3 + AgCl
Nesta reação química, ao passo que o NaNO3 permanece em solução, formou-se
uma ligação entre a prata (Ag) e o cloro (Cl) o que resultou em um produto sólido de cloreto
de prata (AgCl), pode-se então dizer que houve uma reação química.
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Síntese ou adição: É quando uma ou mais substâncias reagentes produzem apenas
uma única substância. Se todos os reagentes forem substâncias simples, a síntese é total e
se tiver pelo menos uma substância composta, a síntese será parcial.
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Reação de dupla troca ou duplo deslocamento: Ocorre quando duas substâncias
compostas trocam entre si partes de suas estruturas, dando origem a duas substâncias
compostas, diferentes das anteriores.
Como exemplo temos a reação do cloreto de bário (BaCl2), com ácido sulfúrico (H2SO4)
obtendo-se como produtos sulfato de bário (BaSO4) e ácido clorídrico (HCl), segundo a
equação:
BaCl2 + H2SO4 → BaSO4 + 2 HCl
As reações de ácido com base (reação de neutralização) podem ser consideradas
um caso especial de reação de dupla troca como, por exemplo:
HCl + NaOH → NaCl + H2O
26
5.1 - Como Identificar uma reação Química?
É possível notar que várias das propriedades da fita de magnésio mudaram. Quando
as propriedades do sistema mudam, há uma grande chance de ter ocorrido uma reação
química. Propriedades que normalmente se alteram quando ocorre uma transformação
desse tipo são:
- Temperatura;
- Cor, Odor, ... (Propriedades Organolépticas);
- Formação de sólidos no interior de líquidos (Precipitação);
- Formação de Gases;
Entre várias outras. Normalmente, a mudança de apenas uma propriedade do
sistema não é suficiente para determinar se houve reação química. Em contrapartida,
quando mais de uma ocorre, a chance de que haja uma transformação química é grande.
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6 – Soluções
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considerada pequena. Porém, não existe um parâmetro rigoroso para estabelecer se uma
solução é diluída. Admite-se, geralmente, que soluções de concentração até 0,1 mol.L-1 são
diluídas.
- Soluções concentradas: são soluções onde a concentração do soluto é
considerada elevada, geralmente, superior a 0,1 mol.L-1.
29
6.2.3 – Expressões químicas de concentração
As expressões químicas de concentração são aquelas que dependem da massa
molar (MM) do soluto. Neste ponto devemos lembrar que a massa molar de uma substância
expressa à massa em gramas de um mol dessa substância. A quantidade de matéria (n)
pode ser calculada dividindo-se a massa de uma substância por sua massa molar:
Considerando que:
Temos que
30
Habitualmente, os químicos consideram como diluídas as soluções com
concentrações iguais ou menores que 0,1 mol.L-1. Deste modo, temos:
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7 – Química Orgânica
7.1 – Histórico
“Teoria da Força Vital” - teoria postulada por Berzeliu (1779-1848) na qual afirmava que
era necessária uma força especial, desconhecida, somente presentes nos organismos vivos
capaz de originar compostos orgânicos. Dessa maneira, os compostos orgânicos somente
poderiam ser extraídos da matéria viva, onde se acreditava que tais compostos eram
constituídos por uma “força vital” que impedia que fossem sintetizados fora de um
organismo vivo a partir da matéria inorgânica, isto é, preparadas artificialmente num
laboratório ou numa indústria.
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7.3 – Teoria estrutural do carbono
2º Postulado: as quatro ligações ou valências do Carbono são totalmente iguais ente si.
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outro átomo de carbono na cadeia carbônica;
b) Carbono Secundário - ocorre quando o átomo de carbono está ligado a dois
átomos de carbono na cadeia carbônica;
c) Carbono Terciário - ocorre quando o átomo de carbono está ligado a três átomos
decarbono na cadeia carbônica;
d) Carbono Quaternário - ocorre quando o átomo de carbono está ligado a quatro
átomos de carbono na cadeia carbônica.
Através do exemplo a seguir, poderemos observar a classificação do carbono em
primário, secundário, terciário ou quaternário ao longo de uma cadeia carbônica.
A fórmula estrutural é a maneira pela qual os átomos estão arrumados dentro das
moléculas ou compostos orgânicos.
, ,
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b) Fechada ou Cíclica - apresenta um ciclo, núcleo ou anel (não apresenta extremidade).
c) Homogênea - ocorre quando não possui qualquer átomo diferente entre carbonos.
h) Insaturada - possui pelo menos uma ligação dupla ou tripla entre átomos de
carbono.
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As cadeias fechadas podem ainda ser subdivididas em Aromáticas e Alicíclicas:
- Aromáticas - são compostos de cadeia fechada que apresenta um ou mais anéis
benzênicos. O anel benzênico forma os denominados compostos aromáticos.
- Alicíclicas - são compostos de cadeia fechada que não apresentam o anel benzênico.
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8 – Química Nuclear
8.1 – Radioatividade
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8.1.1 – Partícula alfa
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8.1.3 – Partícula gama
- Unidade de atividade: A atividade de uma amostra com átomos radioativos (ou fonte
radioativa) é medida em:
Bq (Becquerel) = uma desintegração por segundo
Ci (Curie) = 3,7 x 1010 Bq
39
8.1.6 – Meia Vida
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núcleo de urânio (U 238), em um reator nuclear. Nas aplicações industriais e na medicina,
os mais conhecidos são o Cobalto 60 e o Césio 137.
Cobalto-60
O Cobalto (Co) é um metal duro, de cor cinza azulada, encontrado de forma estável
(não radioativo) na natureza. Tem características parecidas com o ferro, podendo, inclusive,
ser magnetizado. O isótopo radioativo mais conhecido é o Cobalto 60, descoberto por Glenn
T. Seaborg e John Livingood na Universidade da California - Berkeley na década de 30.
O Cobalto não radioativo ocorre em vários minerais, e foi utilizado durante centenas
de anos para dar coloração azulada à cerâmicas e ao vidro. O radionuclídeo Cobalto-60 é
produzido para uso comercial em aceleradores lineares, mas também surge como produto
da operação de reatores nucleares, quando materiais estruturais, como o aço, são expostos
à radiação. Sua meia-vida é de 5,27 anos e decai em Níquel-60 por emissão Beta e Gama.
O Cobalto-60 é utilizado em muitas aplicações, em radiografia (gamagrafia)
industrial, como medidores de nível, de espessura, esterilização de objetos e alimentos e em
radioterapia em hospitais. Nas aplicações médicas e industriais, o Cobalto-60 (assim como
outros radionuclídeos) é encapsulado em metal blindado, recebendo o nome de fontes de
radiação.
Césio-137
O público em geral costuma ter uma atitude muito negativa sobre a utilização de
substâncias radioativas, em especial no caso de aplicações em larga escala, como nas
usinas nucleares de geração de energia elétrica. De uma maneira geral, existe uma
oposição menor ao emprego médico de materiais radiativos.
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Quando uma célula absorve radiação, a energia da radiação faz mais do que
aquecer tal célula. Ela também pode quebrar moléculas em fragmentos. Moléculas são
eletricamente neutras, mas os seus fragmentos costumam apresentar carga elétrica. Estes
fragmentos com cargas são chamados de íons e a radiação que os produz é chamada de
radiação ionizante. Radiação de alta intensidade pode danificar várias moléculas de uma
célula, de modo a provocar sua morte. Células podem ser capazes de reparar os danos
causados por doses menores de radiação. Entretanto, se o DNA das células for danificado,
mesmo um pequeno dano pode ter conseqüências sérias.
Se genes que controlam o crescimento e multiplicação são alterados, as células
podem começar a se dividir incontrolavelmente para produzir tumores, ou o que se chama
de câncer. Pode haver um intervalo de tempo de muitos anos entre o dano inicial às células
e o desenvolvimento de um tumor. Existe uma teoria a partir da qual somos capazes de
descrever um mecanismo que permite à radiação produzir mutação genética e tumores.
Esta teoria, aliada à existência de uma correlação entre radiação ionizante e risco de
câncer, exceto para doses muito baixas de radiação, convenceu os cientistas de que a
radiação ionizante causa câncer.
Considerando-se que as partículas alfa são facilmente absorvidas por células e que
causam muita ionização em pequenas distâncias, pode parecer que elas são mais
propensas a danificar células do que partículas beta ou raios gama. Isto seria correto se os
átomos instáveis que emitem partículas alfa estiverem muito próximos de células vivas ou
mesmo dentro delas. No caso de fontes de radiação situadas fora de nosso corpo, todavia, a
radiação alfa é a menos perigosa. Uma fonte de radiação alfa, cuja distância seja maior do
que alguns centímetros, sequer alcançará nossa pele.
Para medir o dano causado por qualquer radiação absorvida pelas células de um
organismo, a dose absorvida de radiação alfa é ampliada por um fator de 20 antes de ser
somada às doses absorvidas de radiações beta e gama. Por meio dessa soma, pode-se
obter a dose equivalente (medida em sievert, Sv).
Os diferentes tipos de células de diferentes tecidos e órgãos do corpo humano são
afetados de forma diferente pela radiação. Células germinativas em ovários e testículos, por
exemplo, são muito mais afetadas que as células presentes na matriz óssea. Quando o
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cálculo da dose de radiação absorvida também leva em consideração as diferenças de
sensibilidade de células, tecidos e órgãos, o valor resultante é chamado de dose efetiva,
também medida em sievert. Sempre que se mencionar um valor como “dose de radiação”,
está se referindo à dose efetiva.
A dose efetiva é uma medida importante por ser relacionada com diferentes riscos,
inclusive com o risco de se morrer de câncer. O risco, obviamente, é apenas a melhor
estimativa que se pode conseguir, face ao conhecimento estatístico atual. Quando este texto
foi escrito (março de 2000), a Comissão Internacional de Proteção Radiológica estimou a
probabilidade de morrer de câncer em 0,05 mSv-1.Em outras palavras, o risco anual de se
morrer com uma dose anual de radiação de 1 Sv é de 5%, ou seja, uma chance em 20. Para
uma dose de 1 mSv, a probabilidade e o risco anual de morte seria mil vezes menor.
Este método de cálculo de risco presume que exista uma relação proporcional entre
dose efetiva e risco de câncer, e que todas as doses de radiação, não importa quão
pequenas, têm um risco, ou seja, não há um limiar de dose necessário para causar câncer.
Apesar da proporcionalidade ser bem estabelecida para doses moderadas, a ausência de
um limiar é apenas presumida e não é aceita por todos os cientistas.
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9 – Fertilizantes e Biocidas
9.1 – Biocidas
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produção, como na armazenagem ou transporte destes produtos, provocando perdas
econômicas consideráveis.
Os biocidas são os principais poluentes do modelo agrícola industrial. Por seu vasto
espectro deletério, os venenos organosintéticos não se limitam a um determinado local,
apesar de serem aplicados numa área, deslocam-se por vários caminhos. A translocação
das substâncias tóxicas pode se realizar por meio biológico, pelos processos químicos e
físicos, através da atmosfera, do solo, das águas subterrâneas e superficiais.
O uso de venenos agrícolas não pode ser entendido como um problema
exclusivamente do meio rural, pois a irradiação desses produtos tóxicos, no meio urbano, é
em decorrência do crescente uso nas lavouras, como também, da expansão das áreas de
cultivo e áreas urbanas, com sua conseqüente aproximação de ambas. Por conseqüência
disso, as substâncias chegam muito facilmente à cidade, contidas nos alimentos, nas fontes
de água de abastecimento público, ou presentes no ar. A contaminação humana e dos
recursos naturais, pelo uso indevido e até excessivo de biocidas, constitui grave problema
de saúde pública, podendo levar a intoxicações e óbitos dos seres humanos, causados pela
falta de conhecimentos, de cuidados preventivos e manejo agrícola inadequado.
A questão dos biocidas no mundo subdesenvolvido, à margem do acesso à
educação, saúde e a políticas públicas voltadas ao cidadão, intensificam o sinergismo
degradador que possuem os biocidas. Ao agricultor cabe ressaltar o papel de utilizador
deste conjunto de produtos e técnicas, muitas vezes sem a real noção do perigo que
enfrenta todos os dias. São também vítimas de um modelo que perpetua dependência, no
campo financeiro e econômico, pelos financiamentos, pela necessidade de alta
produtividade, pelos passivos sociais e ambientais que cabem aos agricultores e a
sociedade administrarem.
A dimensão tempo-espacial do uso de biocidas é muito mais complexa do que
parece, porque possui diversas interações que se ligam a aspectos políticos, econômicos,
sociais, culturais e ambientais. Para entender esta detalhada trama, são necessários outros
trabalhos científicos que possam aprofundar a compreensão num determinado seguimento e
encaixá-los no todo.
9.2 – Fertilizantes
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