Entrelinhas Impressas
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ENTRELINHAS IMPRESSAS:
Amazônia de Sergio Bernardes em magazines e jornais
RESUMO
O presente ensaio busca apresentar achados preliminares sobre o registro da atuação do arquiteto
Sergio Bernardes (Rio de Janeiro/RJ, 1919-2002) em revistas especializadas em arquitetura e
urbanismo, jornais e magazines, contemporâneos às suas obras, com especial interesse aos projetos
pouco conhecidos e, especialmente, os desenvolvidos na região amazônica. A necessidade de
identificar, a partir de fontes diversas, as contribuições de Sergio Bernardes na Amazônia se faz pela
ausência de informações e dados na bibliografia e principais fontes que têm como foco a arquitetura
moderna brasileira. Desta forma, o procedimento metodológico parte da prospecção em publicações
correntes à época – com destaque ao Jornal do Commércio (AM) e Revista Manchete (RJ) – pela
proximidade com a região e com o arquiteto, respectivamente. A facilidade de acesso a essas fontes,
através da Hemeroteca da Biblioteca Nacional, favoreceu a pesquisa no tempo de pandemia. A
estrutura do artigo apresenta breve biografia e o discurso sobre a perspectiva da arquitetura moderna
brasileira, a partir de uma das fontes comumente utilizadas, o livro Arquitetura Contemporânea
Brasileira, de Yves Bruand (1926-2011), para compor os cenários do recorte temporal, isso é, até a
década de 1970. Sobre as revistas, magazines e jornais, foram acrescidas notas explicativas sobre o
escopo editorial específico dessas publicações. Por fim, ao identificarmos a partir desse pequeno
estudo que compõe parte da pesquisa documental de projeto de tese em Arquitetura e Urbanismo do
Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Pará, projetos e edifícios que não constam
nas referências primevas da produção de Bernardes, apontamos para a riqueza dos veículos de
comunicação impressa na definição de um direcionamento investigativo. Os elementos indiciais
encontrados levantados nas fontes até o momento - como a autoria de dois edifícios em Belém/PA -
nos permitem identificar achados e ausências e apontam para a necessidade de pesquisas mais
aprofundadas, ampliando as abordagens necessárias para o registro da contribuição de Bernardes
para o desenvolvimento da região norte, a partir de sua práxis projetual e das discussões do
Laboratório de Investigações Conceituais (LIC) pertencente ao seu escritório de arquitetura.
Sergio Wladimir Bernardes (Rio de Janeiro, 1919-2002) foi um dos arquitetos mais
relevantes da segunda geração modernista brasileira, posteriormente denominada Escola
Carioca. Em seu tempo, entre discussões sobre a validade ou não de se configurar uma
arquitetura nacional, com embates entre historicistas e futuristas, Bernardes exercitou a
liberdade de dialogar com todos os que pudessem somar ao seu ideário. Podemos antecipar
às conclusões desse texto que a presença dele nas páginas impressas dos meios de
comunicação – jornais e magazines – possuem densidades diferenciais ao longo das
décadas. Contudo o Damnatio memoriæ1, a que foi submetido Bernardes pelos críticos de
seu tempo merece de uma revisão, diante de suas contribuições, ainda válidas.
1 Termo forjado no Direito romano, “danação da memória”, a busca pelo apagamento de uma memória, como
ação oficial deliberada de condenação à destruição das referências de sua existência. Prática comum no Império
Romano que, em sentido contrário, levava à deificação dos imperadores.
2 Esse ensaio é parte de pesquisa de doutoramento e busca identificar a contribuição de arquitetos modernistas
– especialmente Sergio Bernardes – entre as décadas de 1960 a 1980, na região amazônica.
3 Seu livro registra a arquitetura brasileira no século XX até o ano de 1969. Quando retorna à França em 1971,
apresenta seu trabalho na Université de Paris IV, publicado em português apenas em 1981. Até então, sobre
Arquitetura Moderna Brasileira, a referência era o livro de Henrique Mindlin (1956), publicado em inglês sob o
título “Modern Architecture in Brazil” por Reihold Publishing Corporation, e o catálogo da exposição “Brazil Builds:
architecture new and old. 1652-1942” ocorrida no MOMA (Nova York, 1943). O panorama da historiografia da
arquitetura moderna brasileira possui, direta ou indiretamente, o protagonismo de Lucio Costa e uma linhagem
lecorbusiana. ”São textos distintos, como distintos são os seus autores – em formato, objetivos, influência e
amplitude – e vão participar desse processo de formação e consolidação de uma versão historiográfica canônica
da arquitetura moderna brasileira, que pode ser identificado, a partir de uma visão retrospectiva, percorrendo
todas as etapas do modelo de interpretação historiográfica” (TINEM, 2006, grifo nosso).
4 Nessa época, Bruno Zevi (Roma, 1918-2000) e outros críticos se reunirão no Congresso Internacional dos
Críticos de Arte, ocorrido entre as cidades de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, em 1959.
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Como objetivo visamos apresentar discursos silenciados que surgem nos impressos,
digamos populares, em detrimento da imagem que se constituiu em torno de Sergio
Bernardes. Nesse caminho, prospectaremos algumas obras e projetos publicados nesses
meios, visando ampliar a perspectiva de sua contribuição na Amazônia.
PERSPECTIVAS DE MODERNIDADE
Filho do jornalista Wladimir Bernardes, aos treze anos abre uma oficina de maquetes
e inicia experimentações, que percorreram da carpintaria e marcenaria aos motores de
automóveis. Com quinze anos já havia projetado uma residência para um amigo dos pais.
No ano de sua graduação em Arquitetura, em 1948, seu projeto para o Country Club de
Petrópolis foi publicado em número especial da revista L’Architecture d’Aujourd’hui,
dedicado à nova arquitetura brasileira (BERNARDES ARQUITETURA, s/d).
Por seu turno, Henrique Minldlin (1999)8 já havia antecipado algumas dessas
residências, como a casa de Jadir de Souza (1951), casas de campo de Guilherme Brandi
(1952) e a icônica residência de Lota de Macedo Soares (1953). Bruand reafirma Bernardes
como arquiteto de casas e ignora em sua produção algumas obras relevantes, como o
Sanatório de Curicica/RJ (1952), o projeto urbanístico da Cidade Jardim Eldorado, em
Contagem/MG9 (1954), os pavilhões de Volta Redonda, em São Paulo (1954), o de São
6 “The Architectural Forum began in 1892 as The Brickbuilder. (Volumes under that name are listed separately.) It
was renamed The Architectural Forum in 1917 with Volume 26, continuing the Brickbuilder's volume numbering.
The first copyright-renewed issue is April 1932 (v. 56 no. 4). The first copyright-renewed contribution is from
November 1932. It ceased publication in 1974 ” (OCKERBLOOM, s/d), se caracterizando como a mais antiga
revista de Arquitetura, entre as citadas, porém, não a mais longeva.
7 “Zodiac: Rivista Internazionale dell’architettura contemporanea”, não foi possível encontrar outros dados
referentes a esta publicação.
8 Na nota do autor, ele destaca que o livro foi concebido “como um suplemento ao livro Brazil Builds (...) decidiu-
se mais tarde incluir aqui alguns dos exemplos mais importantes ali mostrados anteriormente” (MINDLIN, 1999,
p. 21).
9 Bairro construído para a Companhia Importação, Exportação e Vendas S.A (COMPAX), localizado no
município de Contagem/MG, à época, Belo Horizonte. Em 1912, sob o mesmo parâmetro concebido por
Ebenezer Howard, foi implantado em São Paulo a empresa "City of São Paulo Improvements and Freehold Land
Company Limited", responsável pela urbanização de importantes bairros paulistanos, como Jardim América,
Anhangabau, Pacaembu, Alto de Pinheiros, Bela Aliança, Lapa, Pirituba e City Butantã. Alguns destes, inclusive,
foram projetados pelos urbanistas ingleses Barry Parker e Raymond Unwin (Fonte:
https://saopauloantiga.com.br). No Rio de Janeiro, em 1930, Alfred Agache propôs que fossem construídas duas
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Cristóvão (1957) e Pavilhão Brasileiro da Feira Internacional de Bruxelas (1958), registradas
em suas fontes, como parte do seu processo10. Na clara opção discursiva, percebemos que
a desatenção a Bernardes é reveladora, em um rasgo de sinceridade que surge na escrita
de Bruand.
claro que realizamos essa seleção com a máxima objetividade, mas seria
presunçoso admiti-Ia como inteiramente justificável num futuro mais ou
menos remoto, pois temos consciência de que os conceitos por nós
emitidos estão muito influenciados por nossas preferências pessoais
(BRUAND, 2012, p. 8).
Outras posições são bem definidas para o historiador, como sua perspectiva sobre
“moderno”, que levará à escolha de “contemporâneo” para sua publicação.
cidades-jardim, uma na Ilha do Governador e outra em Paquetá. Nas conferências que fez no Rio, em 1927,
discorreu sobre o modelo.
10 A exemplo do Tropical Hotel Tambaú, João Pessoa/PB, em fase de finalização à época.
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uma versão moderna, em algumas das residências que projetou” (BRUAND, 2012, p. 13), e
prossegue afirmando que a “falta de preconceitos teóricos e de uma linha bem definida, fruto
de uma abertura de espírito e uma disponibilidade tão completas que às vezes beiravam a
utopia e a dispersão” (IDEM, ibidem, p. 289). A insubordinação a um padrão, a
experimentação, que foram elementos caros para Sergio Bernardes, eram vistos de forma
frágil pelo historiador, independentemente do alcance do resultado, e sempre utilizando
como parâmetro comparativo a arquitetura paradigmática positivista. Bruand segue sobre
Bernardes:
11 A Escola dos Annales surge a partir do período entre-guerras e se propunha à produção de uma historiografia
não positivista, registrada nos escritos dos Annales d'histoire économique et sociale. Marcam as três gerações
da Escola dos Annales a inserção dos processos de longa duração e o estudo das mentalidades; a geração
intermediária vai se destacar pela compreensão do tempo como um agente intrínseco da História, não dela
dependente: a História como filha do seu tempo; a terceira geração, a partir do fim da década de 1960, também
conhecida como Nova História, possui como ícones Jacques Le Goff e Pierre Nora, estabelecendo fortes nexos
com outros campos do conhecimento.
12 Oscar Niemeyer, em 1983, reafirma essa relação entre os arquitetos modernos brasileiros no seguinte trecho:
“Era um ponto de reunião e a ele compareciam constantemente o Joaquim Cardoso, Vinícius de Moraes, Luiz
Jardim e outros. Tínhamos o escritório ao lado do Sergio Bernardes e com ele, Helio Uchoa, Reidy, José Reis,
Jorge Moreira, Walter Lopes, Galdino Duprat, com Di Cavalcanti, repartíamos como irmãos nossas alegrias e
tristezas. Mas o problema da arquitetura sempre nos empolgava. Era a nossa pequena cruzada de arquitetos. ”,
Revista Manchete, edição 1629, 1983, p. 46.
13 Archigram, grupo de arquitetos ingleses formado por Peter Cook, Ron Herron, Warren Chalk, Dennis
Crompton, David Greene e Mike Webb.
14 Em 1960 é criado o Grupo Metabolistas, com Kisho Kurokawa, Kiyonori Kikutake, Fumihiko Maki, Masato
Otaka entre outros. Rubem Braga, comentando sobre a Bienal de São Paulo de 1957 aponta: “Assistindo, outro
dia, à projeção de fotografias coloridas de um grande arquiteto japonês que nos visitou, Sergio Bernardes
comentou baixinho, a certa altura: ‘Ih, esse cara aí vai dar muita cria no Brasil...’” (BRAGA, Rubem. A pintura
começa aos 60 e outras reflexões entre goteiras. In Revista Manchete, ed. 286, p. 56, 1957).
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DOCUMENTOS E NOTÍCIAS
Pretendo dedicar minha vida, à minha obra, pela minha terra, pela minha
gente! A escala do que pretendo fazer é muito grande, o que torna
meus problemas muito pequenos. Representei muitos anos, no mesmo
teatro a mesma peça com os mesmos cenários, com o mesmo público, com
os mesmos artistas, com a mesma estrela. Estou farto de representar. Serei
autenticamente eu e minha sensibilidade. Nego que o passado participe do
presente. Rompo num estado de absoluta coerência comigo mesmo, com a
instituição do casamento. Ninguém é imprescindível a ninguém, só a si
mesmo. (BERNARDES, 2014)
Figura 1: Edição Especial “Rio do Futuro”, 1965
15 Carta de despedida para sua ex-esposa, enviada de Nova York, datada de 2 de novembro de 1968, lida no
filme “Bernardes” (2014), de onde foi transcrito o trecho.
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semanário carioca o insere, já em 195216, como um grande arquiteto brasileiro, ao lado de
Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Irmãos Roberto, Álvaro Vital Brasil, Jorge Moreira, Alcides
Rocha Miranda e Aldary Toledo. No artigo intitulado “Brasil potência arquitetônica” há um
trecho atribuído a Sergio Bernardes:
Nas várias edições desta revista é possível coletar grande número de projetos, no
mesmo período da pesquisa de Bruand, como aeroportos17, edifícios residenciais18 e
conjuntos residenciais19, galerias de arte20, clubes21, planos industriais22, conjunto hoteleiro23
e de turismo entre outros e tantos já citados anteriormente, ampliando a abrangência de sua
atuação.
Utopia é pensar que tal plano será realizado amanhã ou daqui a um século.
Realismo é saber que pode ser feito (Sergio Bernardes, 1965)
É preciso avançar para além do recorte temporal de Bruand para que possamos
identificar a presença de Bernardes na região Norte. Nesse período já vislumbramos obras
dele em Goiás, Bahia e Paraíba, sob o aporte financeiro das Superintendências de
Desenvolvimento (SUDECO e SUDENE), isso é, com efetivo vínculo com a política federal
de ocupação do Brasil Profundo. Cabe registro de que, em meados da década de 1970,
Sergio Bernardes constituirá o Laboratório de Investigações Conceituais/LIC, onde várias
temáticas desenvolvimentistas serão pautadas e desenvolvidas.
24 Se utiliza desse expediente o Touring Clube do Brasil, a Companhia Industrial de Filmes (DUFIL).
25 Jacques Martins, diretor-geral da Air France para a América do Sul, primeiro francês a receber a Ordem do
Rio Branco, em 1967, possui esse atributo em matéria da Manchete, entre outros.
26 Para exemplo, o Jornal do Commércio fixa como manchete principal da edição 20029, de 18 de fevereiro de
1969, “Determinação do Governo é de ocupar a Amazônia a todo custo”.
27 Destacamos entre esses Severiano Mário Vieira Porto e seu escritório com Mário Emílio Ribeiro, com sedes
em Manaus e Rio de Janeiro.
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projetos e/ou obras na região norte, nas cidades de Belém/PA, Manaus/AM, Boa Vista/RR e
Caracaraí/RR (Tabela 2), a partir do final da década de 1960.
O Hotel Tropical de Manaus (Figura 2) era um, dentre vários hotéis que constituiriam
a rede denominada Tropical, que possuía a Viação Aérea Riograndense (VARIG) como
principal acionista, que inicia com a implantação do Hotel Tambaú em João Pessoa/PB28
(1962-1971). Entre 1969 e 1971, destacamos as matérias do Jornal do Commércio:
Hotel na selva amazônica tem seguro financiamento
Ao retornar de Nova Iorque, o arquiteto Sergio Bernardes anunciou que o
seu revolucionário projeto de construção de um hotel em plena selva
amazônica, a 7 quilômetros de Manaus, já tem financiamento no valor de
US$ 15 milhões, devendo ficar pronto dentro de 27 meses. (...)
Segundo o arquiteto, o ‘Hotel de Manaus’ pertence a um consórcio brasileiro
lid[e]rado pela Varig, sendo o primeiro no mundo a não ter janelas, nem
equipamento de ar condicionado, com seus 432 quartos situados acima das
copas das árvores, numa altura de 150 metros.
O prédio ficará coberto por duas campânulas de vidro (uma de cristal
térmico, outra de vidro temperado) com um diâmetro de 300 metros. A luz
do sol é filtrada através dos vidros, deixando passar apenas os raios
infravermelhos, enquanto o calor será anulado pela reflexão de modo a
permitir a temperatura ambiente em torno de 20 graus. A refrigeração será
28 Sobre os outros hotéis da rede, tem-se que “o arquiteto carioca Sérgio Bernardes (1919-2002) responsável
por vários projetos, como o Tropical Hotel de Recife (1968-não construído), o Tropical Hotel Tambaú (1962) e o
Tropical Hotel de Manaus (1963-primeira proposta, 1970-segunda proposta).”; “A princípio, a Companhia passou
a arrendar hotéis já construídos, como foi o caso do Hotel da Bahia, em Salvador e o Hotel Internacional dos
Reis Magos em Natal, ambos com feições notadamente modernistas e projetados por arquitetos de formação
moderna.” (PAIVA, R. ; DE PAULA, P. ; MACIEL, V. 2016, p. 1 e 4, respectivamente).
O colunista social Ibrahim Sued registra, entre amenidades: “Por falar no arquiteto
Bernardes, ele fez uma conferência para colegas franceses e os deixou deslumbrados. Foi
sobre seu projeto de um hotel na selva amazônica. O projeto é ousadíssimo e os franceses
ficaram de boca aberta” (MANCHETE, 1971, p. 108). Nesse retorno ao Rio de Janeiro, após
o afastamento voluntário da família, traz na bagagem o esforço de Bernardes em viabilizar,
através de sua rede de conhecimentos, a implantação da referida rede de hotéis.
Esse edifício, inexistente nas referências documentais, surge como um enigma, visto
que a descrição de seus atributos e o registro taxativo de autoria indicam serem claramente
confiáveis29 e, verificado, numa visita breve in loco a existência dos itens listados na nota do
Jornal do Commércio, como o heliporto, algo improvável para as demandas de um projeto
na década de 1970 em Belém. Ademais, importante apontar, o Banco da Amazônia se
29 Para tanto já se iniciaram contatos com as instâncias referentes no Banco da Amazônia, em Belém/PA.
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constitui em uma instância de fomento e se insere como agente financiador das políticas
públicas para a região, desde os anos 194030, como instância de incentivo a um novo
capítulo da economia gomífera e na consolidação do papel de agente financeiro do Fundo
de Investimento da Amazônia (FINAM), administrado pela Superintendência do
Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM).
30 Trata do período da promoção de imigração nordestina, dos ditos Soldados da Borracha, em plena 2ª Guerra
Mundial, no cômputo dos Acordos de Washington. Criado pelo Decreto-Lei nº 4.451, de 9 de julho de 1942 com o
nome de Banco de Crédito da Borracha, passando a se chamar Banco de Crédito da Amazônia S.A, em 1950;
Banco da Amazônia, em 1966 e recuperando o uso da sigla BASA a partir de 2019. Dados disponíveis em
https://www.bancoamazonia.com.br.
31Inclusive documentais, do acervo de Sergio Bernardes, sob a guarda do Núcleo de Pesquisa e Documentação
da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NPD-FAU-UFRJ), tão logo
o arquivo esteja acessível, visto ter, o NPD, sofrido consequências de um sinistro de incêndio ocorrido em 20 de
abril de 2021. A jornalista Kykah Bernardes (2018) escreveu sobre o acervo de Bernardes no NPD-UFRJ.
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ENTRE LINHAS E TRAÇOS
É necessária atenção às linhas dos projetos e escritas nesse período, cientes que
muito há por descobrir. A contribuição de Sergio Bernardes foi além do que a arquitetura
que ele projetou, mas foi traçada a partir de mais de quarenta anos de estudos para a
proposição de nova divisão político-administrativa, baseada na hidrografia, a partir dos quais
planejou um novo modelo de desenvolvimento e preservação (BECKHEUSER, 2020),
denominado Modelo Hidráulico/Projeto Brasil, desenvolvido no LIC.
REFERÊNCIAS
ARQUITETURA E ENGENHARIA. Rio de Janeiro. Nº 31, 1954.
BECKHEUSER, João Pedro. Sergio Bernardes: sob o signo da aventura do humanismo. São Paulo:
Revista Projeto, 2 de abril de 2020. Disponível em https://revistaprojeto.com.br/acervo/sergio-
bernardes-sob-o-signo-da-aventura-e-do-humanismo-por-joao-pedro-backheuser/ Acesso jul 2021.
BERNARDES ARQUITETURA. Projeto Memória: Sergio Bernardes. (site). Disponível em
https://www.bernardesarq.com.br/projeto-memoria/ Acesso ago 2021.
BERNARDES, Kykah. Memória da arquitetura moderna brasileira. Sobre a conservação dos
acervos de Sergio Bernardes e outros arquitetos cariocas. Drops, São Paulo, ano 19, n. 132.02,
Vitruvius, set. 2018 Disponível em https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/19.132/7102.Acesso
jul 2021.
BERNARDES, Kykah. Sergio Bernardes-pesquisa sobre projetos em Roraima (mensagem
pessoal). Mensagem recebida por [email protected] em 18 set. 2017.
BERNARDES, Kykah; CAVALCANTI, Lauro(orgs). Sérgio Bernardes. Rio de Janeiro: Artviva Editora,
2010.