Politic As
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TRABALHO DO IDOSO
RESUMO
ABSTRACT
The elderly's right to work needs public policies that stimulate their permanence or
reintegration into the labor market, the learning of skills for new occupations, the
access to technological development and a dignified and non-prejudiced treatment
1
Doutoranda no Programa de Família na Sociedade Contemporânea. Mestre em Família na Sociedade
Contemporânea (UCSAL). Bacharel em Direito (Estácio/FIB) e Licenciada em Letras Vernáculas (UCSAL).
Professora do Centro Universitário Estácio da Bahia/FIB. Integrante do Grupo de Pesquisa Direitos Humanos,
Direito à Saúde e Família (CNPq/UCSal). E-mail:[email protected].
2
Dra. (PhD) em Ciências Sociais pela Haute École de Paris/France. Doutora em Sociologia Organizacional pela
UnB/Brasília. Mestre em Administração. Coordenadora de Pesquisa e Iniciação Científica do Curso de Direito
do Centro Universitário Estácio da Bahia. Professora de Pós-Graduação em Diversidade, Sociedade
Contemporânea e Metodologia da Pesquisa. Professora do Centro Universitárioj Estácio da Bahia. E-
mail:[email protected].
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towards age. This issue is raised in this article, following the field survey carried out
with two hundred and fifty-four elders working in Bahia between January and July
2012 and lacking public policies that enable the right to work. The epistemological
framework was undertaken in relation to the elderly who still work. To this end, the
methodology implemented consists in a qualitative approach regarding the interview
data collected, and in a survey on Brazilian-government labor websites. Researches
under this perspective are still very incipient in Brazil, despite occurrences of this
issue since the 90s. This article kindles the discussion on public policies for the
elderly in the labor market.
INTRODUÇÃO
idoso seja o principal destinatário dessas ações, e o princípio da isonomia, para que
as diferenças socioeconômicas entre os idosos que vivem nos meios urbano e rural
sejam observadas por todos os atores sociais envolvidos e diminuídas para
estimular a permanência na zona rural.
As políticas públicas com características próprias se materializam em
categorias, como as estabilizadoras – que são voltadas para a implantação de
políticas fiscais e monetárias, as alocadoras – que constituem o objeto de todas as
programações, as reguladoras – que objetivam regular a atividade econômica
através de leis, as distributivas – que transferem renda e as compensatórias - que
preveem renda mínima e distribuição de bens (QUEIROZ, 2009, p. 87-8). Assim, a
política nacional do idoso é uma política pública compensatória, que admite a
fragilidade da pessoa idosa para buscar recursos próprios para o auto-sustento, na
medida em que estabelece diretrizes diferenciadas para a pessoa idosa.
As diretrizes traçadas pela Política Nacional do Idoso privilegiam o convívio, o
atendimento, a participação do idoso nas discussões das políticas públicas, a
qualificação de pessoal para a área de saúde voltada para o atendimento à pessoa
idosa, a informação desses programas e pesquisa sobre envelhecimento. Logo, o
governo, em todas as suas esferas, estaria viabilizando formas alternativas de
participação, ocupação e convívio do idoso com as demais gerações; promovendo a
participação do idoso em sindicatos, associações, clubes, na formulação,
implementação e avaliação das políticas, planos, programas e projetos a serem
executados.
O planejamento e a sistematização dessas políticas ocorrem no âmbito das
três esferas do Poder Executivo, conforme sua competência e interesse nacional,
regional ou local. Como órgãos fiscalizadores das políticas de atendimento à pessoa
idosa foram criados os Conselhos Federal, Estadual e Municipal de Proteção à
Pessoa Idosa, que na alçada de sua competência não legislativa ou administrativa
traça metas e planos de ações para que o Estado possa atuar sob a coordenação da
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, que
também viabilizará a integração com os Ministérios da Saúde, Educação e Cultura,
Trabalho, Previdência Social, Esporte e Lazer, no sentido de elaborar proposta
orçamentária, a fim de financiar os programas nacionais compatíveis com a política
nacional do idoso. Para esta pesquisa, ao Ministério do Trabalho e ao Ministério da
Previdência Social caberia a responsabilidade de criação de uma política que
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permitisse o idoso, depois de aposentado, a ter uma segunda atividade laboral, sem
discriminação pela idade, nem pelo sexo, bem como sem descontos de INSS, nem
de Imposto de Renda, que incidissem sobre essa renda complementar; além de
qualificá-lo, numa atividade integrada com o Ministério da Educação e Cultura e do
Ministério de Ciência e Tecnologia, para esse novo trabalho. Por outro lado, às
empresas privadas caberia um incentivo fiscal para a empregabilidade da pessoa
idosa.
As políticas públicas estão sujeitas ao controle social, ligado ao conceito de
accountabillity, sem tradução para a língua portuguesa, diz respeito à avaliação dos
resultados e à responsabilização dos governantes. (QUEIROZ, 2009, p. 92-3) O
texto constitucional prevê dois tipos de controle econômico dessas políticas: interno,
pelo próprio órgão, e externo, pelo Legislativo, auxiliado pelo órgão técnico –
Tribunal de Contas e ainda pela fiscalização do Ministério Público. Mas não há um
trabalho efetivo com análise dos resultados depois de realizada efetivamente uma
política pública.
Para a implantação da política nacional do idoso, a lei prevê algumas ações
de competência dos órgãos públicos nas áreas: de promoção e assistência social;
saúde; educação; trabalho e previdência social; habitação e urbanismo; justiça;
cultura, esporte e lazer. Especificamente na área de trabalho, a legislação traça
norma geral em que as políticas públicas devem garantir mecanismos que impeçam
a discriminação à pessoa idosa, na participação no mercado de trabalho tanto no
setor público quanto no setor privado. O como fazer essa política protecionista, a
exemplo da ocupação do andar térreo para o exercício laborativo; o tempo de
jornada até seis horas; a inclusão digital com cursos direcionados para o trabalhador
idoso; o redirecionamento do trabalho quando braçal para eminentemente
intelectual; os espaços heterogêneos de convivência para o seu pertencimento nas
redes sociais; dentre outras ações mais específicas e rotineiras, fazendo parte do
seu cotidiano.
Mais tarde, no governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, foi publicada a
Lei 10.741-03, mais conhecida como Estatuto do Idoso, que amplia os direitos
fundamentais da pessoa idosa, além de trazer mais especificadamente o exercício
laborativo, no capítulo VI, nos artigos, 26 a 28. Há na lei um cuidado maior com suas
condições físicas, intelectuais e psíquicas, que devem ser respeitadas.
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64% dos idosos são autônomos ou empregadores. Outra diretriz traçada pelo plano
foi ajudar idosos que estejam realizando atividades no setor informal para melhorar
seus rendimentos, sua produtividade e suas condições de trabalho; além de eliminar
os obstáculos por razões de idade no mercado de trabalho formal, incentivando a
contratação de pessoas idosas e impedindo que trabalhadores que vão
envelhecendo comecem a experimentar desvantagens em matéria de emprego.
Para o planejamento, realização, fiscalização e execução das políticas
públicas, a administração pública brasileira realizou três Conferências Nacionais dos
Direitos da Pessoa Idosa: a primeira, em 2006, teve como tema "Construindo a Rede
Nacional de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa"; a segunda, em 2009, “Avaliação
da Rede Nacional de Proteção e Defesa dos Direitos da Pessoa idosa: Avanços e
Desafios”; e a terceira Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, em 2011,
“O compromisso de todos por um envelhecimento digno no Brasil”; objetivando a
atualização da Política Nacional do Idoso e a realização do Plano de Ação
Internacional para o Envelhecimento no Brasil.
Assim, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Republica
responsável pela gestão nacional da política de proteção à pessoa idosa, publicou
em 09/01/2012 um documento enumerando vinte e seis prioridades para a Política
Nacional do Idoso que foram aprovadas e deliberadas durante a etapa nacional da
III Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNDPI), realizada em
Brasília, de 23 a 25 de novembro de 2011. As prévias ficaram sob a
responsabilidade de cada Conselho Estadual da Pessoa Idosa, em selecionar as
prioridades para que fossem discutidas durante a conferência nacional.
Para viabilizar com eficiência a efetivação desses direitos, segundo a Lei
12.213/2010, que instituiu o Fundo Nacional do Idoso, de onde os recursos virão da
articulação de todas as esferas de governo e da sociedade civil para a
regulamentação e implantação dos fundos municipais, estaduais, distrital e nacional
do idoso Para esses fundos, é preciso garantir a participação dos municípios,
estados, Distrito Federal e a União para que destinem, no mínimo, 1% da
arrecadação prevista em seus respectivos orçamentos, e 2% da arrecadação das
loterias federais e estaduais e a totalidade dos recursos arrecadados com as multas
previstas nos artigos 56 a 58 do Estatuto do Idoso para investimento com foco no
envelhecimento ativo e saudável, devendo a utilização dos recursos ocorrer por
deliberação dos seus respectivos conselhos, pautada pela transparência, ampla
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Constatou-se que 48% dos idosos que estão no mercado de trabalho são
autônomos, 34% empregados, 16% empregadores e 1% terceirizado. Em sua
grande maioria não exigiu uma nova qualificação e o trabalho desempenhado não é
complexo.
A exclusão do idoso em relação ao mercado de trabalho está enraizada,
segundo (NERI et al 2007, 69) na crença de que “os idosos são incompetentes para
o trabalho, porque estão desatualizados, são improdutivos devido à lentidão e a
confusão mental e, por isso, são dependentes”. O quê, segundo os dados desta
pesquisa, não corresponde à realidade.
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
______. Relações Familiares, Trabalho e Renda entre Idosos. In: JÚNIOR, Juarez
Correia Barros (Org.). Empreendedorismo, Trabalho e Qualidade de Vida na
Terceira Idade. São Paulo: Editora Edicon, 2009.
CARAMUTO, Maria Isolina Dabove. Los Derechos de los Ancianos. Buenos Aires:
Ciudad Argentina, 2002.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa Social. 29. ed. Petrópolis: Editora
Vozes, 2010.
ROCHA, Sheila Marta Carregosa; LIMA, Isabel Maria Sampaio de Oliveira. O idoso
no Mercado de Trabalho. In.: Anais do I Seminário Interdisciplinar em Sociologia e
Direito. Universidade Federal Fluminense, 2011.
SIQUEIRA, Maria Eliane Catunda de. Velhice e Políticas Públicas. In: NERI, Anita
Liberalesso (Org.). Idosos no Brasil: vivências, desafios e expectativas na terceira
idade. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2007.