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CONHECENDO A JESUS E OS SEUS ENSINOS

O período intertestamentário: Sabe-se que pelo menos quatrocentos anos se


passaram desde o último livro do antigo testamento até o primeiro do novo
testamento. O último livro seguindo a cronologia real dos acontecimentos seria
o livro de Neemias e seu antecessor seria Malaquias.

Sendo assim, precisamos entender o que estava acontecendo em Neemias 13, e


qual foi a última profecia de Malaquias 1:1 e 4:6. Após isto, não se teve mais
nenhuma profecia. Por isso, alguns chamam este período intertestamentário de
“período do silencio” ou “quatrocentos anos de silencio”, pois, nenhum profeta
foi chamado pra falar ao povo até João Batista e o próprio Jesus, que já são
encontrados no novo testamento.

No entanto, a história desses anos é predita por Daniel e são cumpridas


exatamente como Deus o mostrou (Daniel 2:24,25; 7:1-28; 8:1-27; 11:1-35). E
pode parecer que Deus estivesse ausente, mas, Deus jamais deixou de trabalhar
e direcionar o rumo da história para culminar em algo que mudaria a história e
o mundo. Deus estava ativamente trabalhando para que se Filho, na plenitude
dos tempos, viesse a terra.

 Como Daniel profetizou (Daniel 2:39-40; 7:5-7), o império Medo-Persa


perdeu o controle de Israel para a Grécia e depois para Roma.

Durante aproximadamente duzentos anos, os Judeus foram governados pelos


Persas, os quais deixaram que retornassem e reconstruíssem o templo, como
visto em Esdras 1:1-4. O governo não interferia na adoração dos Judeus, e os
deixavam com liberdade para prestar cultos e observar as crenças que tinham
como o sábado, a dieta e o sacerdócio.

1. Alexandre o Grande derrotou o império Persa, porém, continuou dando


liberdade aos Judeus. No entanto, começou a introduzir o “helenismo”,
que é a cultura grega, buscando unificar a língua e os pensamentos das
nações.
2. Com a morte de Alexandre, seus generais começaram a disputar sobre o
controle das terras (Daniel 8:22; 11-4). Sendo eles Ptolomeu I e Seleuco
I, isso causou grande disputa como descrito por Daniel 11:5. E quem
ficou com o governo dos Judeus foram os ptolomeus, eles ainda
permitiram que o povo cultuasse a Deus, porém, cobravam muitos
impostos e assim, os oprimiam economicamente.
3. Após toda essa trajetória, o imperador Antioco Epífanes IV (Selêucida)
tomou conta do povo Judeu e derrotou o imperador Ptolomeu V. Ao
contrário dos demais, ele obrigou que o povo Judeu aderisse a cultura
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grega. Sendo assim, ordenou a helenização dos judeus, proibiu que


seguissem suas próprias leis, os sacrifícios, as circuncisões e saqueou e
profanou o templo fazendo sacrifício de um porco e obrigando os judeus
a comerem carne de porco sobre seu reinado. Ele ordenou que as copias
da bíblia fossem queimadas, sendo assim, ele foi o primeiro monarca
pagão a perseguir os judeus por conta da sua fé.
4. Neste reinado, um sacerdote idoso e seus filhos se revoltaram contra
toda essa opressão e isso ficou conhecido como “A revolta dos
Macabeus” pois Judas Macabeu foi o primeiro líder dentre os filhos deste
idoso. Após 24 anos de guerra, conseguiram sua independência da Síria
por conta da grande pressão dos Romanos no império Selêucida (grego).
5. Em 63 A. C. a terra prometida passou a ser governada pelos Romanos
que tomaram o poder do império grego, cumprindo a visão de Daniel
2:40 e 7:7. A constante pressão dos judeus fez com que Herodes que era
adepto do Judaísmo (mas não era judeu) fosse proclamado rei da Judeia.
Este foi o “rei dos judeus” na época em que Jesus nasceu (Mateus 2:1-2).

 Escribas: Eles acreditavam que Deus tinha os castigado por não lerem e
estudarem a lei, sendo assim, se dedicaram a estudar o antigo
testamento e eram considerados mestres e autoridades na interpretação
das escrituras.
 Septuaginta: A tradição judaica afirma que, como a língua predominante
da época era o grego, o rei, Ptolomeu Filadelfo reuniu 72 estudiosos
rabinos para traduzirem o antigo testamento para o grego em 72 dias.
Assim, a palavra grega “septuaginta” significa a tradução dos setenta.
 Fariseus: Provavelmente surgiram com a revolta dos Macabeus, o nome
fariseu indica “separaram-se” assim como os Macabeus queriam fazer
com o império grego de Antioco Epífanes. Eles interpretavam a lei
rigorosamente de acordo com a tradição oral e obrigava os demais a
seguirem seus ensinos. Embora não fosse alto o número de fariseus,
muitos tinham extrema simpatia por eles.
 Saduceus: Esses judeus consumiram bastante da cultura grega e se
tornaram políticos no meio do povo. Eles rejeitavam o antigo testamento
como palavra de Deus, e apenas criam no pentateuco/Torá e por isso
rejeitavam crenças como a ressurreição (Atos 23:6-8).
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Introdução aos evangelhos: Conhecer o contexto histórico é muito


importante, pois muitas coisas que talvez para nós não façam tanta diferença,
para o povo do período em que as escrituras foram escritas pode influenciar e
muito. Um exemplo disso é o exorcismo (expulsão de demônios). Isso era
realizado pelo povo da época, os próprios judeus faziam exorcismos com
algumas ervas amargas ou com “fórmulas mágicas”, então quando eles veem
Jesus expulsando os demônios apenas com as suas palavras eles ficam muito
admirados. Lendo por exemplo o evangelho de Marcos 3.1-4, podemos ver que
ele explica o contexto histórico aos seus leitores a fim de que entendam
exatamente o que aconteceu e o porquê aquilo aconteceu. Então, não podemos
negligenciar o contexto e a cultura da época em que a bíblia foi escrita. Só
assim, saberemos com melhor precisão o motivo disso ter sido registrado na
bíblia.

O que é contextualizar? É um exercício de aproximação da época em que a


bíblia foi escrita, ou seja, é como se a gente tentasse ler ou escutar aquilo que
Jesus e os discípulos escreveram para aquelas pessoas da época. Sendo assim,
devemos embarcar em uma viagem de pelo menos 2 mil anos até os tempos de
Cristo e nos colocar no lugar dos leitores da própria época, a fim de realmente
compreender o significado de cada linha colocada e inspirada por Deus.

O Evangelho de Mateus: Inteirados nisso, devemos começar nos perguntando.


Quem escreveu o evangelho de Mateus? Bom, a tradição aponta que o escritor
deste evangelho foi Mateus, também chamado de Levi, irmão de Tiago e filhos
de Alfeu, muito embora as listas dos apóstolos não tenham o nome Levi
(Mateus 10:2-4). No evangelho de Marcos 2:14 e Lucas 5:27 vemos Jesus
mandando alguém segui-lo, muito semelhante ao que é feito em Mateus 9:9,
comprovando esse fato.

Qual a intenção? A intenção de Mateus é demonstrar que Jesus Cristo, é o rei


prometido, o Filho de Deus. Dando assim o direito legal de Jesus ao trono de
Davi.

Para quem foi escrito este evangelho? Este evangelho muito provavelmente
foi escrito para a igreja de Antioquia, composta por Judeus e gentios. Conforme
podemos observar em Atos 15.

Algumas considerações a serem feitas sobre o livro:

O evangelho de Mateus cita muitas das promessas feitas no antigo


testamento sobre a vinda do Messias.

Cumprimento Promessa Referência profética


Mateus 1:23 Nascimento virginal de Isaias 7:14
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Jesus
Mateus 2:6 Local de nascimento Miquéias 5:2
Mateus 2:15 Retorno do Egito Oséias 11:1
Mateus 8:17 Cura das enfermidades Isaias 53:4
Mateus 12:18-21 O mestre que se fez Isaias 42:1-4
servo
Mateus 13:34 As parábolas Salmos 78:2
Mateus 21:5 A entrada em Jerusalém Zacarias 9:9
Mateus 21:42 Sua rejeição Salmos 118:22
Mateus 22:44 Sua divindade Salmos 110:1
Mateus 26:31 O abandono Zacarias 13:7
Mateus 26:64 A sua segunda vinda Daniel 7:13
Mateus 27:34,48 A crucificação, o vinho Salmos 69:21
com fel e vinagre
Mateus 27:35 A divisão das suas Salmos 22:18
vestes
Mateus 27:39-40 A zombaria contra ele Salmos 22:7
Mateus 27:46 O clamor de Jesus ao Pai Salmos 22:1
Mateus 27:57-60 Seu sepultamento Isaias 53:9
Mateus 28:19-20 Seu anuncio entre as Isaias 66:18
nações

1. A Genealogia de Jesus é feita até Abraão apenas, enfatizando seus


precursores mais proeminentes.

2. Por conta do ponto dois, a expressão “Jesus filho de Davi” é


utilizada inúmeras vezes.

3. O evangelista enfatiza e muito o “reino dos céus” ao invés de


“Reino de Deus”.

Mateus descreve Jesus como o cumprimento das profecias do antigo


testamento. Então, podemos afirmar que os receptores deste evangelho
possivelmente já criam que Jesus realmente era O Cristo e através dele, o plano
de redenção através de seu reino (O reino dos céus) estava sendo cumprido.

Neste evangelho veremos que Cristo cumpriu as escrituras, designou seus


discípulos a espalhar o seu reino por toda a terra, advertiu seus seguidores que
na tarefa de evangelização sofreriam muito, mas assegurou que não os deixaria
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só. Por último, prometeu retornar com seu reino estabelecido com seus
seguidores fieis, afim de concretizar o plano da salvação de uma vez por todas.

A Genealogia do Rei: Nosso estudo agora se segue, baseado no texto


de Mateus 1.1-17. É muito fácil alguns cristãos dizerem que as genealogias não
são importantes, ler por exemplo o livro de 1 Crônicas até o capitulo 9 é um
sufoco. Mas a pergunta que deve ser feita é a seguinte: “As genealogias são
importantes?” E a resposta que espero de você é obviamente que sim! Elas são
importantes, a grande questão é que as entender é custoso e muitas vezes não
queremos ter o trabalho de examinar o conteúdo que está ali.

Porém, devemos lembrar que assim como todo o restante das escrituras, as
genealogias são também palavras inspiradas por Deus. Com isso não quero
dizer que devemos ficar discutindo sobre elas e perdendo muito tempo, pois
Paulo exorta: “Mas não entres em questões loucas, genealogias e contendas, e
nos debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs.” (Tito 3:9). Mas sugiro
que devemos dar o devido credito na medida em que o Espirito Santo nos
capacitar a observar e aprender tudo quanto for edificante para o nosso estudo.

Não é difícil notar a intenção de Mateus ao escrever a genealogia de Jesus


destacando alguns personagens em especifico, como Abraão e Davi. Sua
intenção como pode se perceber, é de destacar que Cristo é da descendência
legal de Davi, sendo assim, Rei por herança do trono de Davi e portador das
bençãos de Abraão, sendo assim o representante legal de Israel.

Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. Mateus 1:1

Começaremos com Abraão; entendemos que quando as escrituras


apontam para os patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó) é sinal que está se referindo
diretamente ao povo de Israel. E a promessa feita a Abraão foi a seguinte: “e em
ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Gênesis 12:3b). Isso quer dizer que
Cristo é o representante final da promessa de Deus à Abraão, o qual foi
concedido para abençoar todas as famílias da terra. Nisso é importante prestar
também atenção ao que Paulo nos diz:

“Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro da circuncisão, por causa da verdade de
Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais;” (Romanos 15:8)

Isso também fica explicito em Gálatas 3:16.

Sendo assim, Cristo é demonstrado como o representante final da aliança feita


com os patriarcas. Por isso o apostolo Paulo também diz que “...Ele [Cristo] é a
nossa paz, o qual a ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade,”
(Efésios 2:14)
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 Abraão foi o homem que gerou Israel, e Israel sempre foi representado
por reis, sacerdotes e profetas. Cristo representa a si mesmo, Ele é
quem é rei, sacerdote e profeta, sendo assim, a ultima representação de
Israel entre os homens e Deus. Cumprindo o papel que Deus teria
estabelecido ao seu povo.

Em 2 Samuel 7.12 também vemos a promessa feita a Davi; conhecemos sua


história e trajetória. Davi não foi um homem perfeito, mas Deus quis estabelecer
seu reino através de sua linhagem. Mas se analisarmos a fundo tal arvore
genealógica, veremos que as “fotos do álbum de família” possuem algumas
pessoas muito improváveis.

Façamos uma digressão até seus parentes:

1. Abraão – Um homem que contou meias verdades por medo de morrer


(Genesis 20:2-12)
2. Isaque – Um pai que amou mais um filho do que o outro por conta da
barriga (Genesis 25:28), causando intrigas. Também cometeu o mesmo
erro do pai (Genesis 26:7)
3. Jacó – Um mentiroso completo, enganador como o próprio nome diz
(Genesis 27:36)
4. Judá (Tamar) – Um homem que enganou sua nora e uma mulher que se
fingiu de prostituta e teve filhos com o próprio sogro (Genesis 38:6-30)
5. Raabe – A prostituta de Jericó (Josué 6:25)
6. Rute – Bisavó do rei Davi (Rute 4:13, 17) era Moabita e sujeita a uma
maldição especial da parte do próprio Deus (Deuteronômio 23:4)
7. Bate-Seba – Mãe de Salomão, mulher com quem Davi cometeu adultério
(2 Samuel 11)
8. Maria – Mãe de Jesus, que não teve relações com seu marido e aparece
grávida. E que está presente agora na história em que lemos para
cumprir Isaias 11:1-2.

Claro que estamos cortando muitos personagens bíblicos da linhagem de


Jesus, como os reis ruins que Israel teve. Mas estes destacados servem para
ilustrar um pouco da mensagem que Mateus está querendo passar aos seus
leitores.

Em geral, as mulheres não deveriam ser mencionadas na genealogia, mas Deus


demonstra que elas também faziam parte de seu propósito na linhagem de
Jesus Cristo, o Rei. Isso nos ensina algumas coisas sobre Jesus que devemos
destacar:
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 Jesus Cristo realmente veio em carne e foi um homem, seus


descendentes são homens e mulheres assim como eu e você.
 Jesus não viveu na realeza, nasceu de maneira humilde, em uma
manjedoura, mas é O Rei dos Reis.
 A genealogia de Jesus é também uma genealogia da graça, pois quebra
os preconceitos de uma família perfeita e conta pecadores (assim como
eu e você) na sua descendência. Também demonstra que não é uma
genealogia inventada.

Talvez o ensino principal que Mateus está querendo enfatizar aos seus
leitores é o de que, Deus muda gerações os mais improváveis descendentes
fazem parte dessa lista de familiares do Messias. Mentirosos, idolatras, reis
infiéis, prostitutas e todos os tipos de pecadores. Através disso, Deus envia o
Seu Filho amado.

O versículo 17 traz consigo uma curiosidade, é improvável (segundo os


estudos) que as gerações até Jesus realmente fossem 14. O que acontece aqui é
que as letras hebraicas também são utilizadas como números, sendo assim, o
nome Davi corresponde ao número 14. Portanto, o que Mateus quer enfatizar
aqui é que Davi é o correspondente direto de Jesus, fazendo jus ao seu nome
Filho de Davi o qual tem como direito legal o trono de Davi.

O nascimento do Rei: Vimos até aqui como o Senhor conduziu a história


do seu povo, e, como ele coordenou o rumo das coisas para que Cristo fosse
enviado. A grande verdade é que todas essas coisas que já faziam parte dos
propósitos de Deus culminaram em algo espetacular, Deus se fez carne. Isso é
realmente extraordinário, pois, o próprio dono da história agora estaria
participando dela e de maneira física e real. Esse mistério deve ser adorado.

Leitura do texto: Mateus 1:18-25 (A encarnação do Filho)

A chegada do Rei foi dessa forma, Mateus se interessa em deixar claro que o
nascimento de Jesus Cristo fosse compreendido plenamente. Os evangelhos
não falam muito sobre a infância de Jesus, mas retratam bem sobre seu
nascimento. Como já vimos no estudo anterior, as mulheres não tinham tanta
proeminência como os homens, e Deus fez questão de contar elas na
genealogia de seu filho, inspirando Mateus. Agora, Mateus novamente começa
por uma mulher e essa é a própria mãe do Messias. A história parece ser um
pouco complicada, pois precisamos avaliar alguns pontos do que ele cita no
primeiro versículo do nosso estudo.
CONHECENDO A JESUS E OS SEUS ENSINOS

“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Que estando Maria, sua mãe,
desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do
Espírito Santo.” (Mateus 1:18)

 Maria estava desposada com José: Esse ato consistia no seguinte, um


homem e uma mulher eram arranjados para se casar. Porém, diferente
do que os filmes retratam as mulheres e os homens conheciam seus
futuros cônjuges e consentiam com o casamento. Por tanto, eles
firmavam um contrato que durava cerca de 1 ano, e neste período ambos
já se consideravam casados, só não moravam juntos e por isso não
tinham relações sexuais. Maria e José se encontravam neste estado,
casados, mas sem ter consumado este compromisso morando juntos e
tendo contato físico.
 Antes de se juntarem: Como explicado acima, eles não moravam juntos,
apenas estavam com o contrato de casamento firmado. Mas ainda não
tinha tido contato físico ou relações sexuais.
 Achou-se ter concebido: Essa palavra também pode ser traduzida como
“Achou-se grávida” o que indica que Maria iria conceber um filho. “Do
Espírito Santo” aqui as coisas começam a ficar mais claras, pois, Mateus
deixa claro que o Filho que Maria esperava não tinha sido gerado por um
homem, mas pelo próprio Deus e por isso é chamado de “Filho de Deus”
cumprindo a profecia de Isaias 7:14. Mateus quer deixar claro uma coisa,
Maria era virgem!

Agora que a história começa a ficar complicada, pois, quando o texto diz que
Maria “achou-se gravida” quer dizer que sua gravidez estava começando a ficar
visível. Só que, José e Maria não haviam tido relações ainda, estavam com o
contrato firmado, mas não haviam consumado o casamento morando juntos e
possuindo intimidade física. José percebeu sua gravidez, e provavelmente, as
pessoas logo também perceberiam. Maria não contou nada para José,
provavelmente o Espirito Santo a compeliu a aguardar o momento oportuno,
então José não ficou sabendo de sua própria boca o que aconteceu, nisso, José
também se espantou com o estado qual ela se encontrava. Por isso vemos que
no versículo seguinte José tem uma atitude.

“Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou
deixá-la secretamente.” Mateus 1:19

José aqui é retratado como um homem justo, não porque ele era
realmente alguém nitidamente justo, mas porque buscava uma vida de piedade
através da lei, foi considerado assim um homem religioso e conhecedor das
escrituras uma vez que sua atitude é muito nobre em relação a sua época. Pela
CONHECENDO A JESUS E OS SEUS ENSINOS

lei ele poderia ter condenado Maria, segundo deuteronômio 22:23-24, mas
por conta da reputação de Maria, a qual ele provavelmente amava, decidiu
optar por outra parte da lei. A cláusula misericordiosa também punia o
pecado, pois como vimos, ele suspeitando que ela havia cometido fornicação e
sabendo que isso é uma transgressão a lei de Deus, algo então devia ser feito, o
que sucede então é que José em busca pela justiça e pelo amor decide tomar a
atitude particular de se divorciar de Maria, como permitido em Deuteronômio
24:1.

No entanto a história prossegue, e o texto (Vs. 20) diz que José sonhou
e um Anjo do Senhor apareceu para ele e contou toda a história da gravidez de
sua parceira. Isso demonstra que Deus continuou trabalhando de maneira
sobrenatural para que nada atrapalhasse a chegada de Jesus e sempre no exato
momento. O anjo do Senhor sempre apareceu no antigo testamento,
conectando as histórias e agora ele faz menção a José como Filho de Davi
autenticando a sua linhagem real, outra conexão é a do sonho. Deve-se notar
que quando Deus agiu de maneira sobrenatural na vida dessas pessoas pelo
Sonho, o testemunho do Espirito selou em seus corações (como neste caso) a
veracidade do que estava sendo dito. Provavelmente ao ouvir sobre sua
linhagem e conhecendo as escrituras, Deus fez com que se lembrasse da grande
promessa de que através de sua descendência é que o Reino de Deus seria
estabelecido.

Agora o que segue no versículo 21 é que o Anjo anuncia para José duas
coisas:

1. Maria não havia cometido adultério; O Espírito Santo que gerou


este filho.
2. Este filho era o Messias, seu nome deveria ser Jesus pois ele
salvaria o seu povo dos pecados deles.

As ordens dadas por este anjo estão no indicativo, isso quer dizer que eles
deveriam seguir as palavras que estavam sendo pregadas a eles pois faziam
parte dos propósitos de Deus. Jesus significa Jeová Salva e essa palavra tem
origem hebraica no nome de Josué e isso queria dizer que este filho seria o
enviado de Deus para salvar o seu povo dos pecados. Isto não significa que
Jesus veio apenas para o povo de Israel e no decorrer do livro veremos isto,
mas, como vimos na sua genealogia ele é o descendente que seria proclamado
entre todas as nações. Jesus possuía descendência israelita e gentílica, e isso
demonstra que o seu povo não é apenas Israel.

Os judeus podem ter achado que o anjo se referia ao estado político de Israel,
mas o que Mateus vai deixar claro no decorrer do seu livro é que Jesus veio
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salvar o seu povo não do império Romano, mas sim dos seus pecados. Isso faz
toda diferença na metanarrativa do plano da redenção. Embora Cristo
estabelecesse o reino de Deus para redimir seu povo dos seus pecados, na
frente veremos que a promessa de um Reino político ainda permanece de pé.

Nos versículos seguintes de 22 a 25, o anjo do Senhor trata de demonstrar que


Jesus é o cumprimento do antigo testamento. Pois ele mesmo disse “Ora isto
tudo aconteceu para que se cumprisse”. Isto indica que o plano de Deus de
habitar no meio do seu povo estava em curso, começou como conhecemos no
antigo testamento através do tabernáculo, e agora se cumpriu com o próprio
Deus vestido de carne. José creu nas palavras do Senhor e obedeceu ao que foi
ordenado pelo anjo, e até a concepção de Jesus não teve relações com Maria.

O nascimento do Rei em Belém: Muitos filmes tentam retratar o nascimento


de Jesus, provavelmente você já tenha visto alguns destes filmes ou desenhos. A
grande questão que fica é a seguinte: Será que os filmes e desenhos são leais
ao nascimento de Cristo? Vamos descobrir lendo agora a história do seu
nascimento.

1 Tendo Jesus nascido em Belém (Miquéias 5:2) da Judeia, nos dias do rei
Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém.

 O nascimento de Jesus aconteceu conforme as escrituras predisseram


 O Rei Herodes, o grande, viveu do período de 37 a. C. até 4 a. C.
provavelmente o nascimento de Jesus não aconteceu no ano “0”. Temos
pelo menos 5-6 anos de diferença no nosso calendário para a precisão
exata do nascimento dele.
 A mentira dos 3 reis magos agora é desmascarada. A bíblia não fala de
três reis magos, mas apenas de “uns magos” que na nossa época é o
equivalente aos astrólogos.

2 E perguntavam: — Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos


a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo.

 Os magos falaram para Herodes que O Rei dos judeus havia nascido e
que uma estrela indicava isso. Possa ser uma alusão à Números 24.17.

3 Ao ouvir isso, o rei Herodes ficou alarmado, e, com ele, toda a Jerusalém.

 Israel esperava o Messias, mas estava acomodado. O reino político de


Herodes havia instaurado a paz para os judeus daquele tempo.
CONHECENDO A JESUS E OS SEUS ENSINOS

4 Então Herodes convocou todos os principais sacerdotes e escribas do povo e


lhes perguntou onde o Cristo deveria nascer.

 Os escribas como vimos nos estudos anteriores, eram aqueles que liam e
estudavam a lei por crerem que seus antepassados sofreram por
negligenciarem a palavra de Deus. Herodes conhecia a história do
Messias que viria por ser um prosélito e foi consultar os especialistas
para tomar alguma atitude política.

5 Eles responderam: — Em Belém da Judeia, porque assim está escrito por meio
do profeta:

6 “E você, Belém, terra de Judá, de modo nenhum é a menor entre as principais


de Judá; porque de você sairá o Guia que apascentará o meu povo, Israel.”

 Os escribas demonstraram que conheciam as profecias acerca do


Messias, e isso deveria alegrar o povo de Jerusalém, mas isso causou
incomodo no povo.

7 Com isto, Herodes, tendo chamado os magos para uma reunião secreta,
perguntou-lhes sobre o tempo exato em que a estrela havia aparecido.

 Herodes como um homem cruel que era, começa a traçar um plano para
exterminar a possível ameaça do seu reinado.

8 E, enviando-os a Belém, disse-lhes:

— Vão e busquem informações precisas a respeito do menino; e, quando o


tiverem encontrado, avisem-me, para eu também ir adorá-lo.

 Herodes finge que a sua intenção é de adorar o rei que acabou de


nascer. Mas sabemos a sua real intenção de matar o menino Jesus,
buscando assim frustrar as profecias sobre o Messias e contendendo
contra o próprio Deus.

9 Depois de ouvirem o rei, os magos partiram; e eis que a estrela que viram no
Oriente ia adiante deles, até que, chegando, parou sobre onde o menino estava.

 Deus soberanamente guiou estes magos para que chegassem até Jesus e
lhes prestassem adoração.

10 E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo.

11 Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o


adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro,
incenso e mirra.
CONHECENDO A JESUS E OS SEUS ENSINOS

 Os magos prestaram culto para Jesus, demonstrando sua reverencia ao


que consideravam Rei dos Judeus.
 Eles não adoraram Maria, pois o pronome utilizado para a adoração é
masculino.
 A confusão dos “Três reis magos” está bem aqui: ouro, incenso e mirra. As
pessoas acreditam que por serem três presentes dados para Jesus, que
então seriam três pessoas que o adoraram, mas a bíblia não fala de
quantidade de pessoas. E também não diz que eram reis, porém, é valido
destacar que os presentes ofertados são realmente muito valiosos, então
é uma possibilidade apenas.

12 E, tendo sido avisados por Deus em sonho para não voltarem à presença de
Herodes, os magos seguiram por outro caminho para a sua terra.

 Deus providenciou um sonho para os magos afim de que não fossem se


encontrar com Herodes e falar do local em que Jesus estava. Novamente
vemos Deus agindo para preservar a vida de Jesus até que fosse o tempo
certo de manifestar o seu ministério.

Estes versículos nos ensinam algo muito valioso. Jesus deveria ser adorado
por aqueles magos que podem ilustrar os gentios, uma vez que a religião que
eles seguiam era falsa, e que suas práticas se baseavam em esperanças fúteis.
Deus quis por sua soberania guiar estes homens através do que acreditavam,
até o messias verdadeiro, até o menino Jesus. Isso demonstra que nós devemos
redirecionar toda nossa adoração a este mesmo Rei e Senhor sobre todos. Jesus
embora tenha nascido como um menino, ainda assim, era Rei e Senhor do
universo. Enquanto sua mãe o amamentava, ele a sustentava pelo seu poder
infinito. Enquanto seu pai trabalhava, ele providenciava os mantimentos para
sua casa. E enquanto seus inimigos buscavam formas de o matar, ele fazia com
que eles dormissem e acordassem com suas vidas intactas. Jesus embora
estivesse indefeso como um menino, ainda assim era o dono e retentor de toda
a criação. E isso demonstra para nós que a sua vulnerabilidade daquele
momento não deve ser levada com medo ou pena, mas com regozijo, pois não
havia e não há nada neste mundo que possa frustrar os planos de Deus para
cumprir os seus propósitos.

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