Cetro - Centro de Especialização E Treinamento de Odontologia
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ODONTOLOGIA
Belo Horizonte
2022
Belo Horizonte
2022
CETRO – CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO E TREINAMENTO DE
ODONTOLOGIA
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– Centro de especialização e treinamento de Odontologia - (CETRO) –Orientador
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Nome do examinador -Instituição a qual pertence
25 F.
SIGLA – SIGNIFICADO
1 – INTRODUÇÃO----------------------------------------------------------------------------------8
2 – PROPOSIÇÃO---------------------------------------------------------------------------------10
3 - REVISÃO DE LITERATURA ---------------------------------------------------------------11
3.1 - Variáveis para o tratamento da classe II --------------------------------------11
3.2 - Tratamento com duas extrações ------------------------------------------------12
3.3 - Extrações assimétricas ------------------------------------------------------------13
3.4 - Extrações apoiadas em mini-implantes ---------------------------------------16
3.5 Extrações Atípicas --------------------------------------------------------------------18
3.6 Estabilidade ----------------------------------------------------------------------------20
4 – DISCUSSÃO-----------------------------------------------------------------------------------23
5 – CONCLUSÃO----------------------------------------------------------------------------------24
5 – REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS -----------------------------------------------------25
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1 INTRODUÇÃO
A cada dia, mais e mais pessoas desejam um sorriso harmonioso, e um dos
métodos mais aplicados para isso é o tratamento ortodôntico, que tenta individualizar
cada má oclusão para que seja escolhido o tratamento mais eficaz. A classificação de
Angle é definida como a posição de uma arcada em relação à outra no sentido
anteroposterior. Tem-se tradicionalmente a classificação da má oclusão como um
instrumento de grande importância para um bom diagnóstico, planejamento e
tratamento ortodôntico. (CAMARA; 2010)
A má-oclusão de classe II é descrita como uma projeção dos molares em
sentido anteroposterior, podendo ou não estar associada à uma diferença entre as
bases ósseas. De todos os diagnósticos de má-oclusão dentaria, a classe II é a mais
comum nos casos tratados pelos ortodontistas, exigindo do profissional, o
conhecimento das características importantes para seu diagnóstico e
consequentemente para o tratamento, como por exemplo, o fato da Classe II estar
associada a uma questão dental ou esquelética, e, ainda, se o problema tem seu foco
na maxila, na mandíbula ou na sua junção das duas. Vale ainda levar em consideração
que a correção da má oclusão de Classe II, embora não seja a mais frequente na
população, constitui a maior prevalência dos casos de pacientes que procuram
tratamentos ortodônticos. (GIMENEZ et al 2007)
Entende-se que geralmente a má oclusão de Classe II tem como etiologia o
retrognatismo mandibular, a protusão maxilar ou a combinação de ambos tendo sua
predominância de origem genética que afeta a harmonia facial em vários graus. Deste
modo, um ortodontista é frequentemente confrontado com uma variedade de
ferramentas, técnicas e protocolos de tratamento projetados para corrigir o mesmo
tipo de má-oclusão. (FREITAS; 2008)
Essa gama de variedades corriqueiramente gera duvidas principalmente entre
os profissionais menos experientes, ocasionando dúvidas e hesitações sobre a
escolha da abordagem mais adequada para cada caso, levando em consideração que
a taxa de sucesso do tratamento da má oclusão de classe II pode ser notavelmente
afetada por fatores como o protocolo de tratamento, a gravidade da má oclusão, a
idade do paciente e seu nível de adesão ao tratamento.
O protocolo com extrações consiste, basicamente, em extrair quatro pré-
molares ou apenas dois pré molares no arco superior, enquanto o tratamento sem
extrações pode ser realizado utilizando-se a ancoragem extrabucal, aparelhos
9
2 PROPOSIÇÃO
Este estudo teve como objetivo, em uma revisão de literatura, fazer uma síntese
sobre o tratamento da má oclusão de classe II com extrações dentarias.
11
3 REVISÃO DE LITERATURA
BRUSOLA publicou um artigo ainda 1989, que já dizia que as extrações de pré-
molares, como forma de tratamento, para diminuir o apinhamento dos dentes
anteriores e corrigir a protrusões dentárias são recomendadas desde o século XVIII.
Embora alguns autores, como Angle, alertassem que resultados satisfatórios somente
seriam possíveis mediante a manutenção de todos os dentes presentes, outros,
advogavam uma opinião contrária, passando a utilizar essa prática. Entre as principais
indicações de exodontias dentarias na má oclusão de Classe II estão: 1- a biprotrusão,
mais comumente aquelas que possuem protrusão do lábio superior, com os dentes
inferiores e a mandíbula bem posicionada, a presença de apinhamento; correção da
relação molar; crescimento vertical.
BRUNHARO et al. (2006) em um estudo, dizia sobre a classe II esquelética,
uma alteração que pode ocorrer devido a diferentes disposições dos ossos basais,
tais como, mandíbula retruida, maxila protuida e/ou uma combinação das duas
características ósseas. O protocolo com extrações consiste, basicamente em extrair
quatro pré-molares, sendo dois superiores e dois inferiores, ou apenas dois pre
molares no arco superior.
FINK e SMITH em 2002 publicaram uma revisão de literatura, onde falaram que
quando se opta pelo protocolo de tratamento com as quatro extrações, se espera uma
maior duração do tratamento ortodôntico, visto que esta forma de tratamento tem
maiores exigências mecânicas. Entretanto o tratamento com duas extrações
superiores ocasiona em uma menor duração do tratamento, o que incide numa maior
colaboração do paciente. Para GRABER (2000), que realizou um estudo sobre o
tratamento com extrações de dois primeiros pré-molares superiores, e disse só deve
ser considerado quando o paciente possui um bom arco inferior e não apresenta mais
crescimento.
JANSON et. al (2012) publicaram um artigo onde analisaram as variáveis
relevantes do tratamento da má oclusão de classe II. Vários fatores influenciam no
protocolo de tratamento como, por exemplo, a severidade da má oclusão, idade do
paciente, grau de colaboração com o tratamento. Estudos recentes têm demonstrado
12
ganchos dos molares deve se considerar a retração anterior direta no MPO tendo um
vetor de força mais intrusivo para os incisivos que a mecânica tradicional. Este vetor
de força pode ser controlado modificando a altura de instalação dos mini-implantes.
Em caso em que há necessidade de retração inicial de caninos os MPOs podem ser
instalados já no início no tratamento para auxiliar na melhora do alinhamento e
posteriormente o mesmo pode ser usado na retração. Na retração do arco superior os
locais de instalação em ordem de preferência são: Processo vestibular entre primeiro
molar e segundo pré-molar; Processo alveolar palatino entre os primeiros e segundos
molares utilizando barra palatina; Processo alveolar vestibular entre os primeiros e
segundos molares. Concluiu-se com o trabalho, que os MPOS podem contribuir de
modo significativo com a fase de retração anterior, no entanto os ortodontistas
precisam se familiarizar com as varias particularidades do uso nessa etapa.
OLIVEIRA em 2019 publicou um caso clinico sobre o tratamento de classe II
com extrações apoiado em MPOS. Uma paciente, sexo feminino, 12 anos e 8 meses,
procurou o Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico para
realização de tratamento ortodôntico. Foi diagnosticada no exame com uma má
oclusão de Classe II divisão 1 de Angle, relação de canino de Classe II, perfil
levemente convexo, padrão facial equilibrado, linhas médias coincidentes. O plano de
tratamento escolhido, após análise cefalométrica, análise de modelos, avaliação
intrabucal e extrabucal, foi a utilização de disjuntor palatino para corrigir a atresia
maxilar, realização de extração dos primeiros pré-molares superiores e retração em
massa dos dentes antero superiores utilizando mini implantes como ancoragem. A
finalidade do tratamento foi proporcionar uma sobremordida adequada, melhorar o
perfil facial, estética do sorriso, estabelecer a relação de Classe I de caninos, manter
a relação de Classe II dos molares e obter oclusão adequada. Para atingir esses
objetivos, foi instalado inicialmente um aparelho disjuntor palatino de Haas. Foi
realizada a instalação dos acessórios na arcada inferior com prescrição Edgewise e
iniciado o alinhamento e nivelamento. Na arcada superior, após quatro meses com o
disjuntor palatino, foram colados braquetes nos dentes anterosuperiores e segundos
pré-molares e inserido um fio 0,014 de aço inoxidável destemperado. No quinto mês,
foi removido o aparelho disjuntor palatino de Haas e iniciado alinhamento e
nivelamento da arcada superior. Foram solicitadas as exodontias dos primeiros pré-
molares superiores e a instalação de dois mini-implantes entre as raízes dos segundos
pré-molares e primeiros molares superiores como recurso de ancoragem para
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inferior direito, esse último dente foi eleito devido envolvimento pulpar. Seguiu-se com
fechamento dos espaços superiores e colocação de implante na região do 46. A
segunda opção foi a extração dos dentes 14, 25 e 46, seguido de fechamento dos
espaços superior e inferior e a instalação de mini implante para mesialização do dente
47. A paciente optou para correção da má oclusão da Classe lI pela segunda opção.
Foi instalado aparelho fixo metálico da prescrição Roth seguido da fase de
alinhamento e nivelamento com fios redondos de NT. Após quatro 14 meses de
tratamento foi instalado um mini-implante de 1.6 mm x 9 mm (Neodent) na distal do
dente 45. A mesialização do dente 47 foi realizada no fio de aço 019x. 025 com o uso
de elástico corrente de força média do dente ao mini-implante. Após o fechamento
dos espaços dos dentes com elástico corrente, foi realizada a intercuspidação. Ao final
do tratamento observou-se a correção da Má oclusão de Classe lI e do apinhamento
superior e inferior. O protocolo de extração assimétrica e atípica obteve como
resultado, a correção da má oclusão de Classe II e do apinhamento superior, com
melhor posicionamento dos caninos em infra-vestíbulo-versão e apinhamento inferior,
com diminuição do overjet e overbite.
3.6 Estabilidade
4 DISCUSSÃO
Como podemos ver, nos trabalhos de FINK e SMITH (2002) e JANSON et. al
(2012), existem muitos fatores que podem influenciar na indicação do tratamento da
má oclusão, dentre eles estão a idade, severidade do caso e até mesmo o grau de
comprometimento. Esses estudos nos dizem também que o tratamento com duas
extrações, é um tratamento com uma melhor eficiência, devido a uma possível maior
colaboração do paciente provindo de uma curta duração do tempo de tratamento, e
menos exigências mecânicas. ZANILATTO et. al (2013) e BIBIANO em 2012
concluíram, que por mais que o tratamento com duas extrações seja um efetivo para
a resolução da má oclusão da classe II, o arco dentário inferior deve estar de forma
estável e relação intermaxilar em classe II deve ser expressiva. Deve existir um grande
controle de ancoragem, para que não haja o fechamento do espaço sem a resolução
do problema. JACOME (2019) e JACOMIMI (2019) também mostraram em seus
trabalhos, que existem possibilidades de tratamentos com extrações assimétricas,
dependendo do diagnostico, como por exemplo, onde existam apinhamentos na
região inferior, em pacientes de classe II, com certo grau de severidade, e também a
possibilidade de extrações únicas quando a má oclusão é uni lateral, dando agilidade
e rapidez por menores movimentos mecânicos, como disse MATOS (2019). Os mini-
implantes se tornaram um grande aliado dos ortodontistas no tratamento da classe II
com extrações, como dito por OLIVEIRA (2019) e MARASSI et al. (2016),
principalmente na fase de retração da bateria anterior, fazendo com que assim não
exista a perda de ancoragem e uma maior eficiência na finalização de tratamento. O
pré-molar costuma ser o dente de predileção para extração no tratamento da má
oclusão de classe II, mas isso não é inalterado, como visto por REIGOTA (2017),
CELORIA et al., (2013) e CONTE (2017), que em seus estudos conseguiram concluir
que pode ser possível a extração de algum outro dente, e na finalização, gerando uma
oclusão funcional, estética satisfatória, diminuição do overjet e boa estabilidade. De
acordo com BRAGA et al. (2011), o tratamento da Classe II com extrações é realizado
mais freqüentemente no final da dentadura mista, ou já na permanente, e a
estabilidade e os resultados obtidos com relação a estabilidade são dependentes das
modificações compensatórias realizadas durante o tratamento.
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5 CONCLUSÃO
6 Referências bibliográficas
25
FREITAS, Jairo Curado de. Má oclusão Classe II, divisão 1, de Angle com
discrepância ântero-posterior acentuada. R Dental Press Ortodon Ortop Facial,
Maringa, v. 2, n. 14, p. 131-143, abr. 2008.