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Caso Clínico

Maio/Junho 2010

Tratamento da Má Oclusão
de Classe II com Extração
de Pré-Molares Superiores
Adriano César Trevisi Zanelato Resumo mediana, com aproximadamente 3 a 4 mm, associada a
Coordenador do curso de especialização um tipo facial braqui ou mesofacial, de preferência com
em Ortodontia pela Escola de Odontologia Devido à alta incidência da má oclusão de Classe II, mordida profunda anterior. Para a realização deste tra-
– Cuiabá (MT). Professor do curso de os ortodontistas devem ter pleno controle das diversas tamento, possivelmente o paciente terá a necessidade de
especialização em Ortodontia da INAPÓS condutas de tratamento ao tratar esta má oclusão. As- realizar as extrações dos terceiros molares, finalizando
– Presidente Prudente (SP). Professor do sim, a proposta de realizar um plano de tratamento com assim, o tratamento com 28 dentes permanentes.
curso de pós-graduação em Ortodoncia da extrações de pré-molares superiores parece bastante ra- O tratamento da má oclusão de Classe II realizado
Universidad del Desarrollo – Concepción zoável. Para tanto o profissional deve estar consciente de por meio de um tratamento extracionista, realizado por
– Chile. Professor do curso de Ortodontia que este plano de tratamento depende de eficiente con- meio das extrações dos segundos molares superiores,
da Consolidar e Validar – Porto – Portugal. trole da ancoragem posterior superior a fim de retrair os deve obedecer a um protocolo como definido por ZA-
Professor do curso de ortodontia do Centro dentes anteriores. Considerando-se os dentes anteriores NELATO15. Apesar da necessidade de se extrair os se-
Clínico SAMS – Lisboa – Portugal. superiores, os mesmos devem ser retraídos com ótimo gundos molares superiores, este protocolo de tratamen-
controle de torque, diminuindo o trespasse horizontal e to é muito semelhante ao mencionado acima, ocorrerá
Reginaldo César Trevisi Zanelato posicionando os caninos superiores em Classe I. apenas uma troca nas extrações realizadas. Ao invés, do
Coordenador do curso de especialização em paciente extrair os quatros terceiros molares, extrairá
Ortodontia pela INAPOS – Presidente Prudente Palavras-chave: Classe II; Ancoragem posterior supe- os dois segundos molares superiores e os dois terceiros
(SP). Professor do curso de especialização em rior; Retração anterior superior. molares inferiores, terminando também o tratamento
Ortodontia da Escola de Odontologia – Cuiabá ortodôntico com 28 dentes permanentes.
(MT). Professor do curso de pós-graduação 01. Introdução E, o tratamento ortodôntico realizado com extração
em Ortodoncia da Universidad del Desarollo somente de pré-molares superiores, para a camuflagem
– Concepción – Chile. Professor do curso de A má oclusão de Classe II está presente em aproxima- da Classe II, necessita de um protocolo de tratamento
Ortodontia da Consolidar e Validar – Porto – damente 40% (SILVA FILHO; FREITAS; CAVASSAN) preciso e eficiente, atentando para o controle de ancora-
Portugal. Professor do curso de ortodontia do da população e, a sua correção representa um desafio gem, além de ser necessário o completo conhecimento
Centro Clínico SAMS – Lisboa – Portugal para os ortodontistas, visto que se diferem bastante no do aparelho ortodôntico utilizado para a obtenção de
que diz respeito à etiologia, diagnóstico e plano de trata- um ajuste ideal no final da mecânica ortodôntica com
André Trevisi Zanelato mento, segundo SILVA; FREITAS e CAVASSAN14 . os molares posicionados em Classe II. Sendo assim, as
Professor do curso de especialização em O plano de tratamento da má oclusão de Classe II extrações de pré-molares superiores, com o objetivo de
Ortodontia da INAPÓS – Presidente Prudente varia conforme a fase de crescimento que o paciente se tratar ou camuflar a má oclusão de Classe II significativa
(SP). Professor do curso de pós-graduação encontra e, em qual base óssea expressa a discrepância torna-se um meio viável, com um plano de tratamento
em Ortodoncia da Universidad del Desarollo ântero-posterior. Diversos mecanismos podem ser utili- fundamentado nos recursos de ancoragem posterior.
– Concepción – Chile. Professor do curso de zados para a correção desta má oclusão como: aparelhos
Ortodontia da Consolidar e Validar – Porto – ortopédicos, distalizadores, elásticos intermaxilares de 02. Revisão da literatura
Portugal. Professor do curso de ortodontia do Classe II, extrações de quatro pré-molares ou apenas
Centro Clínico SAMS – Lisboa – Portugal dois pré-molares superiores, extrações de segundos De acordo com BRUSOLA1 as extrações de pré-
molares e até mesmo cirurgias ortognáticas, em casos -molares, como um meio de tratamento, para aliviar o
Mércia Dantas Wu extremos. apinhamento dos dentes anteriores e corrigir a protru-
Professora do curso de ortodontia do Centro Sempre que possível, procura-se idealizar um trata- são dentária são recomendadas desde o século XVIII.
Clínico SAMS – Lisboa – Portugal. mento conservador, ou seja, realizar o tratamento da má Para SALZMANN11 embora alguns autores, como
oclusão de Classe II por meio da distalização do primei- Angle, alertassem que a obtenção de resultados satisfa-
João Coimbra ro molar, seguido da retração dos dentes anteriores. O tórios somente seria possível mediante a manutenção de
Professor do curso de Ortodontia da plano de tratamento destes pacientes fundamenta-se no todos os dentes na cavidade bucal, outros, advogavam
Consolidar e Validar – Porto – Portuga diagnóstico de uma má oclusão de Classe II pequena ou uma opinião contrária, passando a utilizar essa prática

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como um instrumento de correção das biprotrusões e perfis faciais antiestéticos e
também, com o intuito de minimizar as recidiva. Dentre eles, destaca-se TWEED13,
discípulo de Angle, que após resultados clínicos insatisfatórios, passou a indicar as ex-
trações e idealizou o preparo de ancoragem.
FINK e SMITH3 relataram que quando opta-se pelo protocolo de tratamento com
quatro extrações pode-se esperar uma maior duração da terapia ortodôntica, visto que
esta alternativa torna maiores as exigências mecânicas. Já o tratamento com duas extra-
ções superiores, proporciona uma menor duração do tratamento, o que incide numa
maior colaboração do paciente.
Para GRABER4, o tratamento com extrações de dois primeiros pré-molares supe-
riores deve ser considerado quando o paciente apresenta um bom arco inferior e não
possui mais crescimento.
É importante ressaltar que a decisão do dente a ser extraído deve ser cuidadosa-
mente analisada. Segundo DEWEL2, como parâmetros deve-se avaliar o grau de dis-
crepância entre a massa dentária e a óssea e a quantidade de espaço a ser fechado após
o correto posicionamento dos incisivos inferiores. Os primeiros pré-molares devem ser
escolhidos em casos de apinhamentos severos, em contrapartida, nos casos limítrofes,
opta-se geralmente pela extração dos segundos pré-molares, visto que o fechamento de – controle do trespasse horizontal entre os incisivos e,
espaços nestes casos pode ser obtido por meio da mesialização do segmento posterior. – versatilidade do aparelho ortodôntico MBT™.
Outro fator a ser considerado é a relação entre as extrações de pré-molares e as
desordens têmporo-mandibulares. McLAUGHLIN e BENNETT6 salientaram que não 3.1 Sistemas de Ancoragem
há uma incidência maior de desordens têmporo-mandibulares em pacientes submeti-
dos à tratamentos com extrações de pré-molares comparados àqueles não submetidos O tratamento ortodôntico desta má oclusão deve sempre necessitar de ancoragem
a nenhum tipo de terapia ou tratados sem extração. Ressaltaram ainda que análises superior posterior, pois o erro intermaxilar (erro molar) normalmente é considerável
de casos de extrações de pré-molares revelam que não ocorre colapso na dimensão (4mm ou >). Assim torna-se explicável a necessidade da ancoragem superior posterior,
vertical, pelo contrário, a dimensão vertical é mantida ou suavemente aumentada. E, visto que os molares encontram-se significantemente mesializados, já estando prati-
interferências anteriores excessivas resultam num possível deslocamento posterior do camente posicionados em sua posição de término do tratamento ortodôntico. Entre-
côndilo podendo isto, ser atribuídas às mecânicas de tratamento. tanto, na extração de pré-molares somente superiores numa má oclusão de Classe II
Em relação aos resultados, JANSON5 et al. concluíram que o tratamento da má oclu- menor que 4 mm, o tratamento ortodôntico deverá ser realizado com um sistema de
são de Classe II com duas extrações de pré-molares acarreta em um índice de sucesso ancoragem mínima (recíproca). Sendo assim, parece ser mais indicado o tratamen-
oclusal melhor que o tratamento com quatro extrações de pré-molares. Além de apre- to por meio de distalização, a não ser que a extração possua também indicação para
sentar, no término do tratamento, trespasse horizontal e vertical menores e, maiores fechamento da mordida aberta anterior, por ação da retração dos dentes anteriores.
ganhos com a terapia que aqueles obtidos com quatro extrações de pré-molares. Vejamos o exemplo abaixo com um erro intermaxilar significante de 5mm bilateral.
Como demonstrado, há uma grande heterogeneidade dos protocolos de tratamen-
tos da má oclusão de Classe II, no que diz respeito à decisão ou não de extração, os Analisando o VTO dentário9 fica mais claro a necessidade de se utilizar ancoragem
dentes a serem extraídos e o número de extrações realizadas. Diante disso, a decisão superior posterior, onde a movimentação dos molares para mesial é consideravelmente
do protocolo de tratamento a ser seguido deve levar em consideração os benefícios menor quando comparada com a movimentação de retração dos caninos. Observa-se
mecânicos obtidos com o tratamento, a obtenção dos três princípios fundamentais da também pelo VTO dentário que o dente a ser extraído deve ser o primeiro pré-molar
Ortodontia: função, estética e estabilidade e principalmente, o respaldo científico e a por estar mais próximo do canino que sofrerá maior movimentação.
habilidade em conduzir a mecanoterapia do ortodontista.
Neste artigo, será descrito, passo a passo, a condução de um tratamento com extra- 3.2 Escolha do pré-molar a ser extraído
ção de dois pré-molares superiores finalizando assim, os molares em Classe II.
Avaliando pela óptica do sistema de ancoragem, no tratamento da má oclusão Clas-
03. Descrição do protocolo de tratamento se II significativa com extrações de pré-molares superiores deve-se sempre optar pela
extração dos primeiros pré-molares. Esta manobra enfraquece a ancoragem dos dentes
Embora a Ortodontia ainda persista em ser um especialidade de alta complexidade anteriores, que necessitam de retração e, a presença dos segundos pré-molares fortale-
exigindo de quem a exerce uma dedicação diária em busca de novos conhecimentos ce a ancoragem posterior, onde o movimento mesial dos molares deve ser controlado.
técnicos e científicos, atualmente graças aos esforços de grandes pesquisadores esta Concluí-se assim, que a escolha do pré-molar a ser extraído também é determinada
Ciência tem-se tornado muito compreendida. Assim como em outros protocolos de pelo sistema de ancoragem do tratamento ortodôntico.
tratamento, a má oclusão de Classe II significativa, com extrações de pré-molares supe- O que ocorre com relativa frequência é que os segundos pré-molares podem apre-
riores, por meio da Filosofia MBT™, ficou assim definida e o sucesso deste tratamento sentar uma largura mésiodistal menor que os primeiros pré-molares. E, sendo assim,
atribui-se ao cuidado com todas as fases do tratamento: deve-se optar pela extração dos segundos pré-molares, sabendo que este procedimento
compromete a ancoragem posterior. No entanto, quando ambos os pré-molares apre-
– sistemas de ancoragem, sentarem a mesma largura mesiodistal a opção de extração sempre deve ser a do pri-
– escolha do pré-molar a ser extraído, meiro pré-molar.
– sistema de colagem de braquete, Quando os segundos pré-molares apresentarem uma largura menor e por descui-
– momento da extração, do ou por hábito remove-se os primeiros pré-molares, teremos problema na fase de

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A opção de realizar as extrações no final da fase de nivelamento é utilizada para


os tratamentos das más oclusões de Classe II divisão 1°, com os incisivos superiores
vestibularizados e, sem apinhamento anterior. Todavia, se esta má oclusão apresen-
finalização, no que diz respeito a intercuspidação, pois vamos ter o molar em uma Clas- tar apinhamento anterior opta-se pela extração do pré-molar no início do tratamento,
se II maior que a Classe II completa, ou o canino tem que ser mais retraído, para fechar visto que a utilização dos espaços das extrações será utilizada para o alinhamento dos
completamente o espaço da extração. Porém, em ambas situações vão ocorrer recidi- incisivos.
vas motivadas pela função mastigatória e, um pequeno espaço da extração deve voltar Na má oclusão de Classe II divisão 2°, com os incisivos verticalizados a extração
abrir. Segundo YAMAGUTO14 o tamanho mesiodistal médio do primeiro pré-molar deverá ser no início do tratamento, já que o posicionamento dos incisivos encontra-se
superior em uma amostra de 60 indivíduos de oclusão normal é de 7,17 mm e do praticamente em sua posição final desejada do tratamento ortodôntico. Visto que, o
segundo pré-molar é de 6,72 mm. O exemplo abaixo mostra com clareza este detalhe.

3.3 Sistema de Colagem de Braquetes


Tão importante quanto o diagnóstico e o plano de tratamento corretos é a monta-
gem do aparelho ortodôntico já que temos como objetivo finalizar todos os tratamen-
tos com excelência em Ortodontia, daí a necessidade de individualização na monta-
gem do aparelho ortodôntico. Engana-se quem acredita que a filosofia de aparelhos
pré-ajustados trata seus pacientes de maneira robotizada.
Quando tratamos uma má oclusão de Classe II significativa e realizamos as extra-
ções dos primeiros pré-molares, devemos proceder da seguinte maneira o sistema de
colagem de braquetes. A altura dos braquetes é previamente determinada no ato do
planejamento ortodôntico e deve ser mantida sem alterações nos incisivos e nos cani-
nos. Entretanto, a altura da colagem no segundo pré-molar e nos molares, deve ser alte-
rada. Assim, a colagem do braquete do segundo pré-molar é realizada com a altura do
primeiro pré-molar. E a justificativa para este procedimento é a seguinte, quando não
houver mais o espaço da extração, os segundos pré-molares estarão em contato proxi- CL II divisão 1
mal com os caninos e então, se comportarão como primeiros pré-molares. Os molares,
logicamente, também sofrerão alterações em seus sistemas de colagem de braquetes. O
primeiro molar terá a altura do braquete do segundo pré-molar e o segundo molar terá
a altura do braquete do primeiro molar. A explicação para estes procedimentos segue a
mesma orientação da relação do segundo pré-molar com o canino.
No entanto, quando realizamos o tratamento com extrações dos segundos pré-
-molares a alteração das alturas das colagens dos braquetes acontecerá somente para
os molares, pois no término do tratamento ortodôntico, o primeiro molar irá fazer
contato proximal com o primeiro pré-molar, então o primeiro molar receberá a altura
do braquete do segundo pré-molar e o segundo molar terá a altura do braquete do pri-
meiro molar10. As altura das colagens dos braquetes nos incisivos, caninos e primeiros
pré-molares deverão ser a mesma definidas no planejamento ortodôntico.

3.4 Momento da extração


Existe a possibilidade de realizar as extrações dos pré-molares no inicio do trata-
mento bem como no final da fase de nivelamento, ou seja, no início da fase de fecha- CL II divisão 2
mento de espaços.

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inclinação, para isto existem três possibilidades de tor-
que para os braquetes dos caninos superiores 0°, -7° e
+7°. A retração dos caninos produz uma perda de in-
clinação, ou seja, uma tendência de inclinação lingual
e este efeito normalmente deve ser controlado. A outra
versatilidade diz respeito ao ajuste dos molares na Classe
II. Os molares superiores quando finalizados em Classe
II completa não devem apresentar angulação para dis-
alinhamento e o nivelamento sem as extrações provoca- 3.6 Versatilidade do aparelho tal nem rotação. Os molares posicionados em Classe
rão um aumento substancial na inclinação dos incisivos, ortodôntico MBT™ I devem ter 5° de angulação e uma rotação de 10°. Os
levando os incisivos para uma característica de Classe II molares terminados em Classe II completa devem ter 0°
divisão 1°, o que incidirá em preocupação com a anco- O aparelho ortodôntico MBT7 foi projetado para de angulação, para ocluirem com o segundo pré-molar
ragem posterior superior no momento da retração dos trabalhar dentro de um sistema denominado “versati- inferior e evitar o contato prematuro das cúspides distais
incisivos. lidade”. Isto é possível porque neste sistema de braque- com o primeiro molar inferior. O motivo da remoção da
tes foram removidos os controles de rotação, que estão rotação dos molares em Classe II é que com este proce-
3.5 Controle do trespasse presentes na filosofia dos aparelhos ortodônticos de dimento os molares ocupam mais espaço no arco dentá-
horizontal entre os incisivos Andrews e Roth. Quando optamos pelo tratamento da rio. Para isto, deve-se na fase de detalhes e acabamento
má oclusão de Classe II com extração de pré-molares trocar as bandas dos primeiros molares superiores pelos
Também denominado de controle de torque dos in- superiores temos que utilizar obrigatoriamente a versa- tubos dos segundos molares inferiores, porém sempre
cisivos. Quando tratamos uma má oclusão de Classe II tilidade porque o aparelho ortodôntico é idealizado para do lado oposto, para manter a inclinação negativa.
ou realizamos uma mecânica de fechamento de espaços terminar os tratamentos em Classe I, e como os molares
devemos ter um ótimo controle da inclinação dos in- terminarão em Classe II, estes necessitam serem ajusta- Descrição do Caso Clínico
cisivos. A mecânica realizada para o tratamento da má dos para ficarem bem posicionados fora do padrão da
oclusão de Classe II nos arcos retangulares com auxílio Classe I. O paciente E. S., sexo masculino iniciou o tratamento
dos elásticos intermaxilares, provoca retração dos incisi- O aparelho MBTTM dispõe de duas versati- ortodôntico com a idade de 16 anos e 3 meses, apresen-
vos superiores, porém estes incisivos não devem perder lidade8 para este tipo de tratamento. Os caninos como tando um diagnóstico de uma má oclusão de Classe II
muita inclinação. Quando a inclinação dos incisivos devem ser retraídos necessitam de um controle de divisão 1°, com o erro intermaxilar bilateral de 6 mm,
não é controlada o trespasse horizontal é consumido
impedindo a retração completa dos dentes anteriores
superiores. Assim, os incisivos superiores “tocam” nos
incisivos inferiores impedindo a retração dos dentes an-
teriores superiores. Os incisivos inferiores, também por
ação dos elásticos intermaxilares tendem a protruir e a
vestibularizar consumindo assim, também o trespasse
anterior.
Quando realizamos uma mecânica de fechamento de
espaço ocorre a mesma ação nos incisivos superiores,
uma tendência de verticalização, todavia, para o suces-
so do fechamento de espaço, a inclinação dos incisivos
também deve ser controlada.
A filosofia MBT™ apresenta em sua prescrição de
braquetes valores de inclinação que tendem à resistir a Três opções de torque para os caninos
essas mecânicas. Os braquetes dos incisivos centrais su-
periores apresentam 17° e dos incisivos laterais 10° de
inclinação. Para os incisivos inferiores a filosofia MBT™
apresenta braquetes com -6° de inclinação. Estes valores
de inclinação, tanto superior como inferior, visam resis-
tir a mecânica de Classe II, contudo ainda em algumas
más oclusões torna-se necessário introduzir torques nos
arcos retangulares, principalmente quando o paciente
apresenta os incisivos superiores bem posicionados ce-
falometricamente ou com inclinação menor que a incli-
nação padrão. Para os incisivos inferiores introduzimos
torque quando estes apresentam-se cefalometricamente
bem posicionados ou vestibularizados. Outra situação
que leva ao controle de torque nos incisivos inferiores é o
arco dentário inferior com a presença de curva de Spee. Versatilidade para posicionar os molares em Classe II

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com as linhas médias superior e inferior coincidentes O


arco dentário inferior apresentava-se estável, sem api-
nhamento, tanto anterior como posterior, porém apre-
sentava uma profundidade de curva de Spee de 3 mm
bilateral.
Cefalometricamente o paciente apresentava as se-
guintes medidas:

SNA = 91° ANFH = 3 mm


SNB = 85° PNFH = -2mm
ANB = 6° WITS = 6 mm
GnSN = 60° MM = 24°
1.PlMx = 120° IMPA = 100°
1-NA = 9 mm 1-NB = 7 mm

O paciente apresenta uma biprotrusão maxilar, as-


sociada a uma má oclusão de Classe II esquelética, tipo
braquifacial, com os incisivos superiores e inferiores ves-
tibularizados e protruídos.
O plano de tratamento constituiu-se das seguintes
etapas:

- Bandas nos dentes 17, 27, 37, 47, 16, 26, 36 e 46.
- Colagem indireta superior e inferior com os braquetes
dos caninos superiores com 0° de torque. Fotografias iniciais de frente e perfil direito
- Alinhamento arco .016” nitinol superior e inferior.
- Nivelamento arcos .018” e .020” de aço australiano. - Detalhes e acabamento (remoção da barra palatina e
- Barra Palatina – extração dos dentes 14 e 24 das bandas dos segundos molares superiores e cimen- CONSIDERAÇÕES FINAIS
- Arco retangular .019” X .025” + Aparelho extrabucal tação dos tubos dos segundos molares inferiores nos
- Telerradiografia e rx panorâmica intermediária primeiros e segundos molares superiores). Como demonstramos o tratamento da má oclusão
- Mecânica ortodôntica (fechamento de espaço – con- - Remoção superior – placa de Hawley. de Classe II com extrações de pré-molares superiores,
trole de ancoragem posterior superior e retração dos - Remoção inferior – 3X3. deve apresentar o arco dentário inferior estável e uma
dentes anteriores). Controle do trespasse anterior. - Documentação ortodôntica final. relação intermaxilar em Classe II significativa. Cabe ao
profissional muita destreza no controle da ancoragem

Vista inicial intrabucal (frontal lateral direita e esquerda).

Fase de Alinhamento – Arcos .014'' de nitinol. Preparo de ancoragem superior (bandas 17 e 27). Braquetes dos caninos superiores com 0º de torque.

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Fase de Alinhamento – Arcos .020'' de aço australiano. Extracção dos dentes 14 e 24.

Sistema de ancoragem posterior superior máxima. Bandas nos segundos molares, barra palatina e aparelho extrabucal, com uso de 12 horas/dia.

Arcos rectangulares 0.19'' X .025'' com conjugados passivos.

Mecânica Ortodôntica – Sistema de retracção 3 superior. Conjugado passivo inferior. Elástico intermaxilar para Classe II.

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Versatilidade – tubos dos segundos molares inferiores posicionados nos molares superiores.

Remoção superior e inferior.

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Rx panorâmica e telerradiografia final

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