Atuação Do Homem No Bem Estar Animal

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ATUAÇÃO DO HOMEM

NO BEM ESTAR ANIMAL

Introdução - Ester

Historicamente, os animais e o homem possuem uma relação estreita, baseada em


sobrevivência, subsistência e proteção. A domesticação dos animais de produção teve início
no período Neolítico, onde o ser humano deixou de ser nômade e começou a praticar
atividades pastoris e agrícolas. Mesmo que esta interação homem-animal seja antiga, o
reconhecimento destes últimos como seres sencientes é recente e, muitas vezes, ignorado.
Portanto, visando mudar isso, foi criado o Comitê de Brambell que, entre outras medidas,
determinou as “Cinco Liberdades” do bem-estar animal:

• Liberdade nutricional: o animal deve ter acesso a comida e água na quantidade, qualidade
e frequência ideais para manter sua saúde e vigor.

• Liberdade sanitária: a saúde do animal deve ser preservada. Além da prevenção, ele deve
receber um rápido diagnóstico e tratamento adequado quando necessário.

• Liberdade ambiental: o ambiente em que eles vivem deve ser adequado a cada espécie,
com condições de abrigo e descanso adequados.

• Liberdade comportamental: o animal deve ter a liberdade para se comportar naturalmente,


o que exige espaço suficiente, instalações adequadas e a companhia da sua própria espécie.

• Liberdade psicológica: engloba as liberdades anteriores e expande a liberdade


comportamental, incluindo outros estados mentais negativos, como o tédio. O animal não
deve ser protegido apenas do sofrimento físico, mas também a sua saúde emocional e
mental precisa ser preservada.

Senciência Animal - Carol

A senciência é a capacidade de sentir. Isso inclui estados e emoções positivos e negativos que
são bastante complexos, como mágoa, empatia, medo, prazer e alegria.

O conhecimento científico sobre a senciência animal tem avançado nos últimos 20 anos. Os
animais são seres sencientes, entender como eles podem sofrer e quais emoções
experimentam é fundamental para melhorar seu bem-estar, a legislação e as práticas que os
afetam.

Embora as leis brasileiras não reconheçam explicitamente a senciência, são considerados


aspectos essenciais da senciência animal, como garantir as necessidades fisiológicas, uso de
ambientes onde possam respirar, mover-se ou descansar adequadamente ou que tenham
acesso à luz natural.

A legislação brasileira para animais de criação também reconhece sua capacidade de sentir
dor e sofrimento, além de algumas necessidades comportamentais.

Porco: Assim como nós, os porcos também respondem emocionalmente à música,


podem sentir medo, calma e felicidade. Usam expressões faciais para sinalizar intenções
agressivas, incluindo encurtar o focinho e apontar as orelhas para a frente. Eles abanam o
rabo quando gostam de alguma brincadeira e ficam ansiosos quando assistem a uma
luta entre membros da mesma espécie.
Frangos: Os frangos que têm o crescimento acelerado são mais medrosos, demonstram
um comportamento menos exploratório e brincam menos em comparação com frangos
de crescimento natural. Já o sofrimento pode ser notado desde pequenos, isso porque a
temperatura dos animais varia de acordo com o nível de estresse.
Elefante: Os elefantes vivem o luto. Mudanças comportamentais e de personalidades
indicam que cada um enfrenta a perda de uma maneira diferente. Os elefantes também
são ótimos comunicadores, amam brincar e são empáticos. E pasme: eles formam fortes
laços com outros da espécie. Os elefantes, inclusive, preferem descansar juntos. São tão
sociáveis que são dos poucos animais selvagens que parecem gostar da companhia de
seres humanos.

Dever do médico veterinário com a população - Junior

Os profissionais da área de Medicina Veterinária desempenham um papel fundamental na


promoção da saúde pública. O médico veterinário, por meio de sua formação e atuação,
contribui significativamente para o controle de doenças e para a segurança alimentar da
população. A saúde pública é um campo interdisciplinar que envolve diversas áreas, e a
Medicina Veterinária desempenha um papel essencial nesse contexto, garantindo a
prevenção e o controle de enfermidades que afetam tanto os animais quanto os seres
humanos.

Além disso, os médicos veterinários desempenham um papel importante na segurança


alimentar, atuando desde a produção até o consumo dos alimentos. Eles garantem que os
produtos de origem animal estejam dentro dos padrões de qualidade e segurança
estabelecidos pelos órgãos reguladores, evitando assim a contaminação por agentes
patogênicos que podem causar doenças transmitidas pelos alimentos.

Outra importante função do médico veterinário na saúde pública é a educação sanitária da


população. Esses profissionais têm o conhecimento necessário para orientar sobre os
cuidados com os animais, a manipulação adequada dos alimentos e as medidas de
prevenção de doenças. Através de campanhas de conscientização e programas educativos,
eles contribuem para a disseminação de informações que promovem a saúde e o bem-estar
coletivo.

Exemplos de ações do médico veterinário no controle de zoonoses:

Vacinação de animais: Ação crucial para prevenir a raiva, a leptospirose e outras doenças
zoonóticas.
Educação sanitária: Conscientização da população sobre os riscos de zoonoses e
medidas de prevenção.
Controle de vetores: Combate à proliferação de mosquitos, carrapatos e outros vetores de
doenças.

OIS (Organização Mundial de Saúde Animal) - Quesia

Em razão das necessidades mundiais de combater as doenças dos animais, em 1924 foi
fundado o Gabinete Internacional de Epizootias (“Office International des Epizooties”- OIE).
Em 2003, o escritório se transformou na Organização Mundial de Saúde Animal (“World
Organization for Animal Health”- OIE), mas ainda manteve-se a sigla original, OIE.

A OIE é uma organização intergovernamental responsável por melhorar a saúde animal em


todo o mundo, independentemente das práticas culturais ou das situações econômicas nos
países membros. É reconhecida como uma organização de referência pela Organização
Mundial do Comércio (OMC), contando com 180 países membros. A OIE mantém relações
permanentes com 45 outras organizações internacionais e regionais e possui escritórios
regionais e sub-regionais em todos os continentes.

As normas, orientações e recomendações em saúde animal emitidas pela OIE são designadas
como referência internacional sobre as doenças e zoonoses de animais e estas têm papel
significativo no comércio de animais e seus derivados.

Leis de bem estar animal - Ester

1. Constituição Federal de 1988: O artigo 225 inclui disposições sobre a proteção do meio
ambiente, incluindo a fauna, e veda práticas que coloquem em risco a função ecológica dos
animais, que provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade.

2. Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998): Estabelece sanções penais e administrativas


para condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. O artigo 32 dessa lei prevê punições
para abusos, maus-tratos, ferimentos ou mutilações de animais silvestres, domésticos ou
domesticados, nativos ou exóticos.
3. Decreto nº 24.645/1934: Promulgado por Getúlio Vargas, este decreto define práticas
abusivas e cruéis contra os animais, ainda em vigor para complementar outras legislações.

4. Lei nº 11.794/2008 (Lei Arouca): Regula o uso científico de animais, estabelecendo


procedimentos para a criação e utilização de animais em atividades de ensino e pesquisa
científica, visando garantir o bem-estar dos mesmos.

5. Política Nacional de Bem-Estar Animal: Embora não seja uma lei, é uma política
implementada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para promover o
bem-estar animal em diferentes setores, incluindo a agropecuária.

Essas leis buscam garantir que os animais sejam tratados com dignidade e respeito,
prevenindo abusos e promovendo condições adequadas de vida.

Conclusão - Carol

O principal encarregado em garantir o bem-estar animal é o médico veterinário, de tal forma


que o Conselho Federal de Medicina Veterinária determina os deveres do profissional e as
penalidades para atos de imperícia, imprudência e/ou negligência. Entretanto, o proprietário
também é responsável em manter uma boa saúde mental e física do rebanho e está sujeito a
penalidades quando não o faz. O BEA é uma característica própria do indivíduo e está
relacionado ao seu ambiente, sentimentos, comportamento, saúde e respostas fisiológicas.
Portanto, saber interpretar as manifestações de dor, medo ou raiva de um animal é a chave
para reverter situações estressantes e evitar casos de crueldade animal.

Referencias
Interferência humana no bem-estar dos grandes animais.pdf
https://www.biodiversidade.ciss.fiocruz.br/oie-organizacao-mundial-de-saude-animal

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