(Modelo) Memoriais Crime de Estelionato - Jusbrasil

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Felipe Serigato 

[Modelo] Memoriais Crime de Sobre o autor

Estelionato Felipe Serigato

Publicações
Modelo de Memoriais Escritos da Defesa. Teses de Coação Moral 13
Irresistível e subsidiariamente Resistível; Princípio da Seguidores
Insignificância; Estelionato Privilegiado. Subsidiariedade, 15

atenuante da confissão; regime aberto; substituição da pena


Detalhes da publicação
privativa de liberdade por restritiva de direitos.
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Modelo
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Publicado por Felipe Serigato há 3 anos

AO DOUTO JUÍZO DA ____ VARA FEDERAL DA ___ SUBSEÇÃO


JUDICIÁRIA DE ______/___ (Atenção no Endereçamento)
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XXXXXXXXXXXX, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por


Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma conta.
seu procurador nomeado, conforme fls.xxx, que abaixo subscreve, na ação
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penal promovida pelo MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, que alega a


suposta consumação do crime previsto no artigo 171, § 3º, c.c art. 29, do
Código Penal, vêm respeitosamente a presença de Vossa Excelência,
apresentar tempestivamente, MEMORIAIS ESCRITOS DA DEFESA,
com base nos artigos 403, § 3º e 404, ambos do Código de Processo Penal,
nos seguintes termos:

I) DOS FATOS

Em breve síntese dos fatos, consta em inicial denunciatória que o réu


XXXXXXXXX em concurso de agentes com XXXXXXXXXXX,
supostamente teria praticado o crime de estelionato contra a Caixa
Econômica Federal, sendo acusado de no dia 21 de Outubro de 2010, estar
utilizando documentos falsos em nome de XXXXXXXXXXX, abriu a conta
corrente de nº XXXXXXXXXXXX, e utilizando-se do limite de cheque
especial, e, no dia 03 de Dezembro de 2010, realizou um empréstimo CDC,
contratou cartão de crédito para realizar compras, por fim, realizou
transferência bancária para a empresa XXXXXX, de titularidade de
XXXXXXXXXXX, gerando prejuízo à Caixa Econômica Federal no valor
total de R$6.606,19 (seis mil seiscentos e seis reais e dezenove centavos).

A denúncia e seu aditamento foram recebidos no dia 15 de Junho de 2018,


conforme fls. XXX.

Durante a instrução, ficou apontado pelos documentos enviados pela Caixa


Econômica Federal, que a fotografia dos documentos fls. XXX, condiz com o
registro fotográfico que se tem nos autos do réu XXXXX.

Houve audiência de instrução e julgamento no dia 03 de dezembro de 2020 e


a defesa foi intimada a apresentar os respectivos memoriais escritos.

II – DO DIREITO

II.1. DA COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL

Ante a declaração do réu em audiência sobre as ameaças em que ele e sua


família sofreram, podemos com a mais absoluta clareza concluirmos que fora
coagido a executar o delito, objeto da acusação. Diante dessa coação, o
Código Penal em seu art. 22, dispõe o seguinte:

“Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência


de ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é
punível o autor da coação ou da ordem.” Grifei.

A interpretação jurisprudencial desse artigo, encontra-se na obra de Alberto


Silva Franco, na qual relata o seguinte:

“A coação moral irresistível é uma das hipóteses da exclusão da


culpabilidade, na qual o coacto, em razão de constrangimento
moral que sobre ele é exercido, atua em condições anormais, de
forma que não se lhe pode exigir um comportamento, de acordo
com a ordem jurídica. O constrangimento moral deve ser
irresistível e por irresistível, segundo o Des. Cunha Camargo
(JUTACRIM 44/412), se entende o constrangimento “inevitável,
insuperável ou inelutável”, “uma força de que o coacto não se
pode subtrair, tudo sugerindo situação à qual ele não pode se opor,
recusar-se ou fazer face, mas tão somente sucumbir, ante o decreto
do inexorável”. Se a coação moral for, no entanto, resistível,
limitará em favor do agente uma atenuante (art. 65, III, c, do Cód.
Penal)”.

“A coação moral irresistível de que cuida a Lei Penal, consiste no


emprego de grave ameaça contra alguém, no sentido de que
realize um ato ou não (Damásio, Direito Penal, 1º/444)”

Passamos a exibir o comentário doutrinário da obra Princípios Básicos do


Direito Penal, de Francisco de Assis Toledo:

“...na coação moral, o coagido tem suas possibilidades de


opção bastante restringidas pelo temor de sofrer algum
mal, não obstante age ou omite, impelido pelo medo,
valendo-se de suas próprias forças. Se essa forma de coação,
ou seja, a vis compulsiva, for igualmente irresistível à vis absoluta,
exclui-se a culpabilidade do coagido, por não lhe ser exigida,
nas circunstâncias, conduta diversa que realizou.”

Pode, ainda, o Ilustre Representante do Ministério Público, em seu papel de


acusador, indagar o seguinte:

“Mas, se o réu ora Defendente é inocente, ou foi coagido, por que


não mencionou aludida coação nas fases anteriores do
processo?”

É claro que o réu não tinha como provar tal alegação, até porque, quando
seus familiares estão sendo de alguma forma ameaçados, não tem controle
de suas atitudes e reflexos. Veja Excelência, o réu mudou-se diversas vezes,
passando por vários Estados do Brasil, somente nisso, já se comprova o
tamanho do medo das ameaças e perseguições sofridas pelo outro Corréu
XXXXXXXXX.

Por outro lado, em momento algum o réu XXXXX se escondeu de suas


obrigações perante a justiça, quando finalmente encontrado, poderia ter
fugido ou se mudado, ou poderia ter omitido o seu endereço, entretanto,
informou o endereço e os meio em que poderia ser encontrado para os atos
processuais, demonstrando assim, cooperação com a justiça para que se
resolva o quanto antes essa pendência. Comprovando-se assim, que as
diversas mudanças de Estado juntamente com sua família se deram pelas
ameaças do corréu conforme dito pelo réu em audiência realizada no dia 3 de
dezembro de 2020, quando fora perguntado a ele se essas mudanças de
Estado tiveram relação com o medo causado pelo corréu, e a resposta foi
positiva.

Diante dessa linha de raciocínio, se o réu fora coagido, não é autor do crime,
e sim mais uma vítima da violência que circunda nossa população. Portanto,
não agiu com vontade própria.

Conforme já o disse, na pior das hipóteses, se a coação for considerada


resistível, e o Defendente for condenado, a pena deverá ser aplicada em
seu mínimo, com as devidas atenuantes delineados no art. 65, III,
c, do Código Penal.

Diante de todo o exposto e da clareza dos fatos que demonstram ato


coercitivo que envolveu o réu, vem com a mais enaltecida reverência, pedir à
V. Exa. a absolvição do réu. E se o MM. Juiz, entender que o mesmo não seja
merecedor da Absolvição, que julgue-o de forma que tenha sua pena
atenuada, para que se cumpra o verdadeiro papel do Poder Judiciário, a
justiça.

II.2 DA ATIPICIDADE MATERIAL – PRINCÍPIO DA


INSIGNIFICÂNCIA

É sobremodo importante assinalar que este Princípio está intimamente


ligado com a Tipicidade do fato e com o Princípio da Ofensividade. Com a
evolução jurídica nacional, a Tipicidade, como elemento do Fato Típico,
passou a ser abordada não apenas sob o aspecto formal (juízo de subsunção),
considerando um fato típico pelo simples fato de a conduta praticada se
encaixar com o modelo descrito pelo tipo penal, como outrora era efetuado.
Mas também sob a ótica Material, que ao seu turno, avalia se a conduta
realizada realmente apresenta lesão ao bem jurídico penalmente tutelado, ou
seja, se realmente é relevante para o Direito Penal, eis mais precisamente
neste ponto que se apresenta o Princípio da Insignificância.

No caso em análise, é imputado ao Acusado que este através de suposto


estelionato praticado contra a Caixa Econômica Federal, teria obtido de
lucro, para si, um valor de R$ 1.000,00 (mil reais), conforme dito no
interrogatório do acusado.

Notório apresenta-se ser de pequeno valor o objeto da incursão delituosa.


Este entendimento é observado com base na doutrina e jurisprudência, as
quais convencionaram que por pequeno valor deve ser entendido aquele que
gira em torno de um salário mínimo. Vejamos a respeito:

“Atualmente, são dois os principais critérios usados na aferição do


“pequeno valor”: a) Refere-se ao prejuízo. b) É relativo ao
valor da coisa e não ao prejuízo. Quanto à quantidade que se
considera como “pequeno valor”, tem-se em vista, geralmente,
valor igual ou inferior ao salário mínimo... ”(Celso Dalmato,
Código Penal Comentado, p.299). Grifei.

Conclui-se, pois, tratar-se de valor ínfimo quando comparado com


a liberdade de alguém, e que por si só não é capaz de lesar o bem
jurídico penalmente tutelado, devendo, neste caso, ser aplicado o
Princípio da Bagatela.

MM. Juiz, deve-se analisar diversas questões, o réu foi coagido a cometer tal
crime pelo corréu que é contumaz e conhecido estelionatário, chefe de grupo
de criminoso. Desse crime, restou demonstrado que o réu teria recebido
apenas R$1.000,00 dos R$6.606,19 que foram recebidos pelo corréu. Não
resta dúvidas que o réu não enriqueceu com os mil reais recebidos. Também
em audiência restou demonstrado que o corréu fez todo o trâmite, criação de
documentos falsos, alugava residência no local onde ocorreu o crime, pagou
passagem aérea, levou o réu até a CEF. Sendo assim, certamente os gastos do
corréu eram altos para efetuar os golpes.

Em audiência, no interrogatório do réu, também restou demonstrado que o


foco do corréu era obter mediante fraude o CONSTRUCRED, crédito para
financiamento de obras, onde tais valores seriam maiores. Entretanto, não
conseguiu.

Deve ser analisado o potencial econômico da Caixa Econômica Federal,


certamente a quantia levada em prejuízo, seja de 6 mil ou 1 mil reais, não
levou o Banco a falência, muito menos causou enormes prejuízos, sendo que
este fator comparativo entre o valor em prejuízo e o potencial econômico da
instituição bancária, também deve ser levada em conta quanto a absolvição
ou aplicação de pena mais severa.

No que se refere a primariedade e antecedeste ao Acusado, cabe destacar que


a posição que vem se acentuado cada vez mais na doutrina e na
jurisprudência, é que se apresenta irrelevante à concessão do Princípio da
Insignificância as condições pessoais do Acusado, tal como a sua
reincidência, uma vez que se trata de causa de exclusão da tipicidade.

À guisa de exemplo podemos citar algumas decisões que expressão o


posicionamento que vem tomando corpo no STJ e STF:

O Supremo Tribunal Federal postulou em seu Informativo 610 que:


“admite a aplicação do princípio da insignificância,
mesmo para o agente que pratica o delito reiteradamente.”
Grifei.

No mesmo liame o Superior Tribunal de Justiça vem decidindo que:

O ora paciente subtraiu um boné avaliado em R$ 50,00, o qual foi


devolvido à vítima. Porém, diante da comprovação de seus maus
antecedentes e de sua reincidência, foi condenado, por furto
simples, à pena de um ano e seis meses de reclusão. Diante disso, é
certo não se lhe aplicar a benesse do furto privilegiado. Conduto, o
delido pode ser considerado como de reduzido potencial
ofensivo, a merecer a incidência do princípio da
insignificância, que não pode ser obstado por sua
reincidência ou maus antecedentes, visto que apenas
jungido ao bem jurídico tutelado e ao tipo injusto. (HC
XXXXX/MS - Informativo 351). Grifei.

Demonstra-se, pois, que se firmou jurisprudência no STJ no sentido de que:

“condições pessoas desfavoráveis, maus antecedentes,


reincidência e ações penais em curso não impedem a
aplicação desse princípio”. (Informativo 441 – HC
XXXXX/MG).

Posta assim a questão, é de se dizer que uma vez presentes os requisitos


objetivos e subjetivos que configuram o Princípio da Insignificância, não
prospera alegar que o passado do agente interfere em sua aplicação. Convém
ponderar que o seu passado, seja primário ou não, em nada influenciam
na análise do fato em tela, visto que estes elementos não interferem na
verificação se existe ou não tipicidade material na conduta.

II.3 DESCLASSIFICAÇÃO PARA ESTELIONATO PRIVILEGIADO –


Artigo 171, § 1º do Código Penal

Deve ser analisado que no caso em tela, pelos bons antecedentes do réu, até
mesmo pelo fato de ser um entendimento do STJ e STF que não deve ser
levado em conta os antecedentes para a aplicação do princípio da
insignificância, como também, o lucro auferido pelo réu foi menor que 1
(um) salário mínimo. Este juízo tem o poderá aplicar o disposto no o
disposto no artigo 155 § 2 CP. É a forma do estelionato privilegiado, previsto
no § 1 do artigo 171, in verbis:

“Art. 171, § 1º — Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o


prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155,
§ 2º.”

É necessário, desta forma, levar em conta que o prejuízo causado à vítima no


momento da consumação do delito, é de valor ínfimo comparado ao
potencial econômico da ofendida, devendo assim, caracterizar o crime de
estelionato privilegiado.

Caso Vossa Excelência não vislumbre a atipicidade material ou mesmo a


atipicidade formal apresentadas, requer que, diante pelo exposto, e caso seja
comprovada a primariedade do Acusado, seja aplicado o privilégio previsto
no § 2º, do artigo 155 do Código Penal, segundo o qual:

“se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada,


o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção,
diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de
multa”.

Segundo Celso Dalmato “atualmente, são dois os principais critérios usados


na aferição do ‘pequeno valor’: a) Refere-se ao prejuízo. b) É relativo ao valor
da coisa e não ao prejuízo. Quanto à quantidade que se considera
como ‘pequeno valor’, tem-se em vista, geralmente, valor igual ou
inferior ao salário mínimo...”.

Da analise detida em audiência, restou comprovado que o lucro auferido pelo


réu é menor que o salário mínimo, fazendo jus a desclassificação para o
estelionato privilegiado

II.4 DA SUBSIDIARIEDADE

a) Da atenuante da confissão

Faz mister elucidar que o Acusado, de forma espontânea, confessou a pratica


do delito, fazendo jus, desta feita, em caso de condenação, à atenuante da
confissão espontânea. Com supedâneo na doutrina do saudoso professor
Guilherme de Souza Nucci, temos que:

"Confessar, no âmbito do processo penal, é admitir contra si por


quem seja suspeito ou acusado de um crime, tendo pleno
discernimento, voluntária, expressa e pessoalmente, diante da
autoridade competente, em ato solene e público, reduzido a termo, a
prática de algum fato criminoso" (cf. Guilherme de Souza Nucci, O
valor da confissão como meio de prova no processo penal, p. 76).

Importante observar que o Acusado não está obrigado a responder as


perguntas feitas pelo magistrado, tendo este o direito de permanecer em
silêncio. Conclui-se, pois, estar a confissão espontânea compreendida como
ato íntimo do penalmente processado, refletindo assim característica do seu
comportamento, e, por conseguinte, atributo próprio de sua personalidade,
devendo ser devidamente valorada.

Não obstante o caráter íntimo, indiscutivelmente presente no ato da


confissão, observando que nossa lex pátria não se preocupa com
supramencionada situação, restringindo sua aplicação ao caráter prático-
objetivo. É o que se depreende do art. 65, III, alínea d, do Código Penal, o
qual preceitua que a confissão espontânea sempre atenuará a pena,
possuindo caráter meramente objetivo, posto que a lei, não limitou sua
aplicação com a imposição de critérios subjetivos ou fáticos.

Ao ser interrogado, o réu confessou ter utilizado documentos falsos para


abrir conta junta a CEF. Logo, incide a atenuante da confissão espontânea,
prevista no artigo 65, inciso III, alínea d, do Código Penal.

b) Do regime carcerário aberto

O crime previsto tem pena máxima de 5 anos. Logo, levando em


circunstância as atenuantes apontadas e se tratando de crime sem violência
ou grave ameaça, este MM. Juízo deverá fixar o regime carcerário aberto, nos
termos do artigo 33, Parágrafo 2º, alínea c, do Código Penal.

Afinal, as circunstâncias judiciais e fáticas atuais são favoráveis, tendo em


vista que o réu não vem se dedicando a atividade criminal, pelo contrário, o
réu está empregado, trabalhando, com residência fixa, e ainda, é
responsável pela renda familiar de toda sua família, sendo sua
esposa e outros 6 (seis) filhos.

Não há óbice, portanto, de fixação da pena no mínimo legal, a qual poderá


ser cumprida em regime inicialmente aberto (art. 33, § 2º, alínea c, do CP,
permitindo, assim, que o acusado recorra em liberdade).

c) Da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de


direitos

Além disso, considerando que o crime de estelionato se trata de delito


praticado sem violência ou grave ameaça, cabe, no caso, a substituição
da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, nos termos do artigo
44 do Código Penal, in verbis:

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem


as privativas de liberdade, quando:

I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro


anos e o crime não for cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o
crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada


pela Lei nº 9.714, de 1998)

III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a


personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.

Em depoimento prestado pela testemunha XXXXXXXX, que conhece o réu a


muitos anos, desde a sua vinda para o município de XXXXXXXX, ficou
comprovado que o réu vem levando sua vida normalmente, não se dedicando
a atividade criminosa, trabalhando e sustentando a sua família. Ficou
claramente demonstrado no interrogatório do réu, o seu arrependimento
pelo ato praticado, o réu colaborou com a polícia, colaborou esclarecendo
fatos junto aos autos, assumiu espontaneamente a culpa e não se ocultou da
justiça. Não há dúvidas do bom comportamento do réu Excelência, sendo
assim, a medida mais justa, seria substituir a pena privativa de
liberdade pela restritiva de direitos.

III. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência:

1. A ABSOLVIÇÃO do Réu devido a COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL


que o mesmo sofreu por pelo corréu XXXXXXX, com base no artigo 386,
inciso VI, do Código de Processo Penal;

2. A ABSOLVIÇÃO do réu com a aplicação do PRINCÍPIO DA


INSIGNIFICÂNCIA, com fundamento no art. 386, inciso III do Código de
Processo Penal e, não sendo esse o entendimento de V.Exª, requer;

3. A DESCLASSIFICAÇÃO do crime do artigo 171, § 3º, c.c art. 29, do


Código Penal para o Estelionato Privilegiado previsto no artigo 171, § 1º
do Código Penal pelas circunstâncias expostas no item II.3;

4. Que seja reconhecida a ATENUANTE DA CONFISSÃO pelo fato de o


réu ter assumido a responsabilidade pelo ato cometido, com base no artigo
65, inciso III, alínea d, do Código Penal;

5. Se a coação for considerada resistível, que seja reconhecida a


ATENUANTE DA COAÇÃO MORAL RESISTÍVEL, com base no art. 65,
III, c, do Código Penal;

6. Em caso de condenação, que o REGIME CARCERÁRIO seja o


ABERTO, pelo fato de o réu preencher os pré-requisitos previstos no artigo
33, § 2º, alínea c, do Código Penal, ou;

7. Por preencher os requisitos necessários, que o réu tenha a substituição


da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, com base
no artigo 44 do Código Penal.

Por derradeiro, rende-se a homenagem devida ao Ilustre Magistrado, ao


Douto Representante do Parquet e a todos que, direta ou indiretamente,
prestam seus serviços nesta casa de justiça, objetivando, oferecer a cada um
o que é seu, em nome da carta de alforria desejada para a Ordem e Paz
Social.

Nestes termos,

Pede e aguarda deferimento.

Jundiaí, XX de Janeiro de 2021.

(assinatura eletrônica)

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