PGRS Pescarina
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PLANO MUNICIPAL DE
GERENCIAMENTO INTEGRADO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS
Votorantim/SP
2014
APRESENTAÇÃO
2
Sumário
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 6
2. OBJETIVOS ............................................................................................................... 7
2.1 OBJETIVOS PRELIMINARES .............................................................................. 8
2.3 OBJETIVOS ESPECIFICOS ................................................................................... 9
2.4 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES ............................................................................... 10
3. Metodologias adotadas ............................................................................................ 11
3.1 Classificações dos Resíduos Sólidos .................................................................... 12
3.1.1 Doméstico ou Residencial: ................................................................................ 13
3.1.2 Comerciais: ....................................................................................................... 13
3.1.2.1. Relação das Empresas Consideradas como Grande Geradoras de Resíduos
Sólidos em Votorantim....................................................................................................14
3.1.3. Público ............................................................................................................. 14
3.1.4. Domiciliar Especial .......................................................................................... 15
3.1.5 Fontes Especiais ................................................................................................ 16
4. CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS............................................. 20
4.1. Quanto às características físicas ......................................................................... 20
4.2. Quanto às características químicas .................................................................... 21
4.3. Quanto às características biológicas ................................................................... 21
5. O PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS23
5.1. Interação do Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos
Sólidos com o Plano Diretor Municipal ...................................................................... 23
6. DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE
RESIDUOS SOLIDOS ................................................................................................ 26
6.1. CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS DE RESÍDUOS CONTEMPLADOS ...... 27
6.1.1. Resíduos Sólidos Urbanos .................................................................................. 27
6.1.1.1. Resíduos domiciliares....................................................................................... 27
6.1.1.2. Tipos de coleta e transportes .......................................................................... 29
6.1.2. Coleta Seletiva .................................................................................................... 32
6.1.2.1. Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável de Votorantim -
COOPERVOT ............................................................................................................... 33
6.1.3. Outros Serviços ................................................................................................... 36
6.1.3.1. Serviços de roçada e capinação ....................................................................... 36
6.1.4. Aterro sanitário .................................................................................................. 36
6.1.4.1. Estudo investigatório de águas subterrâneas ................................................ 37
6.1.4.2. Resultados do Estudo Investigatório de Águas Superficiais ........................ 38
6.1.4.3. Plano de Monitoramento das Águas Superficiais do córrego Machadinho 39
6.1.4.4. Estudo investigatório de solos ......................................................................... 40
6.1.5. Resíduos dos Serviços de Saúde ......................................................................... 40
6.1.5.1. Tipos/Classes de Resíduos Coletados ............................................................. 41
6.2. UNIDADES DE TRANSBORDO, TRATAMENTO, RECICLAGEM E
DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS ...................................................................... 42
6.2.1. Área de Transbordo ............................................................................................ 42
7. PROGNÓSTICOS .................................................................................................... 43
7.1. DEMOGRAFIA ..................................................................................................... 43
7.2. GERAÇÃO DE RESÍDUOS DOMICILIARES.................................................. 45
3
7.3. GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA SAÚDE ............................................................ 48
7.4. Geração de Resíduos da Construção Civil
(RCC)..............................................................................................................................49
7.5. Geração de Resíduos da Coleta Seletiva .............................................................. 50
8. PLANO DE METAS E AÇÕES ............................................................................. 52
8.1 ASPECTOS SÓCIO-PARTICIPATIVO .............................................................. 52
8.2. COLETA CONVENCIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS .......... 54
8.2.1. Resíduos Domiciliares ......................................................................................... 54
8.2.2. Resíduos da Varrição e Serviços Complementares .......................................... 55
8.2.3. Coleta Seletiva e Valorização dos Recicláveis .................................................. 57
8.3. COLETA CONVENCIONAL DE RESÍDUOS DE SAÚDE ............................ 58
8.4. COLETAS DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - RCC ...................... 60
8.4.1. Pontos de Descarte de Resíduos Inertes em Votorantim ................................. 65
8.5. NOVAS TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO E DESTINAÇÃO FINAL DE
RESÍDUOS .................................................................................................................... 66
9. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL E INFORMAL ....... 69
9.1. Programas e ações de capacitação técnica ........................................................... 71
9.2. LOGÍSTICA REVERSA (RESÍDUOS ESPECIAIS) ........................................ 73
9.3. ÁREAS DE PASSIVOS AMBIENTAIS .............................................................. 74
10. ESCOPO DOS SERVIÇOS PARA 20 ANOS ...................................................... 78
10.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 78
10.2. ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DOS SERVIÇOS ............................................ 81
10.2.1. Resíduos Domiciliares e Comerciais ................................................................ 81
10.2.1.1. Coleta Manual e Transporte de Resíduos Sólidos Domiciliares e
Comerciais ..................................................................................................................... 81
10.2.1.2. Varrição Manual de Vias e Logradouros Públicos .................................... 82
10.2.1.3. Coleta domiciliar Conteinerizada ................................................................. 82
10.2.1.4. Serviços Diversos ........................................................................................... 82
10.2.1.5. Coleta Seletiva ................................................................................................ 83
10.2.1.6. Coleta Seletiva Especificada ......................................................................... 85
10.2.2. Resíduos da Saúde ............................................................................................ 99
10.2.3. Recolhimento de Animais Mortos ................................................................. 100
10.2.4. Resíduos Inertes ............................................................................................. 101
10.2.4.1. Unidade de beneficiamento ......................................................................... 101
10.2.4.2. Aterro de inertes .......................................................................................... 101
10.2.4.3. Ecopontos – operação e manutenção .......................................................... 102
10.2.5. Limpeza de bocas de lobo ............................................................................... 104
10.2.6. Lavagem de vias, feiras livres, praças e logradouros ................................... 104
10.2.7. Logradouros Especiais - Cemitérios, Praças, Parques e Várzeas ............... 105
10.2.8. Operação da Unidade de Triagem do Aterro Sanitário .............................. 105
10.2.9. Aterro Sanitário Atual .................................................................................... 106
10.2.9.1. Serviços de Operação ................................................................................... 106
10.2.9.2. Obras de Ampliação..................................................................................... 107
10.2.9.3. Projeto, Licenciamento e Implantação ....................................................... 107
11. ASPECTOS LEGAIS ........................................................................................... 108
11.1. ÂMBITO FEDERAL ......................................................................................... 108
11.2. ÂMBITO ESTADUAL ...................................................................................... 112
4
11.3.ÂMBITO MUNICIPAL ..................................................................................... 113
12. SISTEMA MUNICIPAL DE REGULAÇÃO DA PRESTAÇÃO DOS
SERVIÇOS PÚBLICOS DE MANEJO E DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS ..................................................................................................................... 113
12.1. A Atividade Regulatória e de Fiscalização: Conceito e Características do
Sistema Municipal de Regulação dos Serviços Públicos de Manejo de Resíduos
Sólidos Urbanos e de Limpeza Urbana ..................................................................... 113
12.1.1. A delimitação da abrangência e intensidade da regulação.......................... 116
12.1.1.1. Regulação interna, a abranger....................................................................117
12.1.1.2. Regulação externa, a abranger ................................................................... 118
12.1.2. A questão da alocação institucional de competências regulatórias ............ 118
12.1.3. Modelo institucional da entidade de regulação a ser constituída ............... 122
13. ASPECTOS FINANCEIROS............................................................................... 124
13.1. INVESTIMENTOS PREVISTOS NO PLANO .............................................. 124
13.1.1. Premissas consideradas para as simulações dos valores ............................. 125
13.2. Fluxo de Caixa dos Resíduos ............................................................................. 126
13.3. ASPECTOS REGULATÓRIOS E MODELOS .............................................. 128
13.4. CONTEXTO SETORIAL ................................................................................. 132
13.5. MODELO PARA A GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM
VOTORANTIM .......................................................................................................... 136
14. PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES ............................................................. 141
14.1. PLANO DE AÇÕES PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL ............ 141
14.2. ESTRUTURAS A SEREM IMPLANTADAS ................................................. 142
14.2.1. Central para o Recebimento dos Resíduos Sólidos Provenientes da Coleta
Domiciliar/Sistema de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos ......................... 142
14.2.2. Transbordo de Resíduos Sólidos Domiciliares ............................................ 143
14.2.3. Sistemas de Transbordo, Tratamento e Disposição Final de Resíduos de
Serviços de Saúde ........................................................................................................ 144
14.2.4. Usina de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição ......... 145
14.3. PRAZOS PARA O PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL .. 145
14.4. UTILIZAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS NO TRATAMENTO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS................................................................................................146
15. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO, CONTROLE E MONITORAMENTO
COM MODELO E PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE
PARA A GESTÃO DE RSU. ..................................................................................... 147
16. AÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIAS ........................................ 153
17. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 157
18. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 158
19. ANEXOS ................................................................................................................ 160
5
1. INTRODUÇÃO
Os Serviços de Limpeza Urbana são de responsabilidade do Município
conforme o inciso V do artigo 30 da Constituição Federal, e a Lei Federal nº 11.445, de
5 de janeiro de 2007.
Nos últimos anos a Prefeitura Municipal de Votorantim, através do extinto
Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), de 1999 a 2013, e de outros órgãos da
Administração Direta vem desempenhando essa função da melhor maneira possível,
garantindo a realização desses serviços vitais para a limpeza, embelezamento e saúde
pública da cidade. A referência para execução desses serviços é o Plano Diretor de
Resíduos Sólidos de Votorantim, elaborado em 2002, cujo conteúdo serviu de base de
informações para o presente estudo.
Os serviços de limpeza urbana são considerados complexos e tem gerado
despesas e investimentos ao longo do tempo por parte da Prefeitura.
O histórico e a complexidade desses serviços exigem planejamento de longo
prazo para que a articulação dos recursos orçamentários ocorra uniforme e
constantemente e de forma coerente com as demandas da cidade.
É certo que a Administração Municipal não detém, em seu quadro, todos os
recursos técnicos, operacionais e humanos para o desempenho de todas as funções que
lhe são atribuídas na legislação local e federal vigente, como as de coleta e transporte e
principalmente a destinação final dos resíduos sólidos. Por isso, a Prefeitura tem
recorrido à contratação de particulares, em regime de empreitada.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS - Lei 12.305, de 2 de
agosto de 2010, reafirma a definição da Lei 11.145/2007 sobre a obrigatoriedade de
elaboração de Planos de Resíduos Sólidos para todos os municípios brasileiros.
Em seu Art. 14 a Lei 12.305 define como planos de resíduos sólidos:
(i) O Plano Nacional de Resíduos Sólidos; os planos estaduais de resíduos
sólidos;
(ii) os planos microrregionais de resíduos sólidos e os planos de resíduos
sólidos de regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas;
(iii) os planos intermunicipais de resíduos sólidos;
(iv) os planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos; e
(v) os planos de gerenciamento de resíduos sólidos.
6
A referida Política Nacional de Resíduos Sólidos condiciona a elaboração
de plano de gestão integrada de resíduos sólidos pelos municípios e o Distrito Federal
para acessar recursos da União, ou por ela controlados, destinado a empreendimentos e
serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem
beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou
fomento para tal finalidade.
Ainda para acesso a recursos federais, a Lei 11.445/2007 prioriza
municípios que implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou
outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis. Estas
devem ser formadas por pessoas físicas de baixa renda e que trabalharem de forma
consorciada. Define ainda em seu Art. 19 as etapas e o conteúdo mínimo obrigatório
para a elaboração do Plano.
A Lei 11.445/2007 também define que a prestação dos serviços públicos de
saneamento básico observará plano, que são indispensáveis e obrigatórios para a
contratação ou concessão dos serviços. Em seu Art. 3º inciso II a lei define a gestão
associada como uma associação voluntária de entes federados, por convênio de
cooperação ou consórcio público, conforme disposto no art. 241 da Constituição
Federal.
O plano deve ser elaborado pelos municípios individualmente ou de forma
regionalizada realizado por meio de consórcio público. O processo de elaboração do
Plano obrigatoriamente deve contar com a participação da comunidade através de
consulta pública e audiências públicas.
2. OBJETIVOS
7
perda da qualidade de vida da população que, direta ou indiretamente tenha contato com
o material descartado, desde o momento da geração até seu destino final.
O objetivo geral deste documento é consolidar e apresentar os diferentes
aspectos (técnicos, institucionais, administrativos, legais, sociais e econômicos) do
sistema de limpeza urbana, manejo e gestão integrada de resíduos sólidos do município
de Votorantim. Ressaltando que, nos termos da legislação federal, a elaboração do plano
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do município atende aos preceitos legais da
Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010),
Assim, a mencionada Lei prevê que o Município formulará a respectiva
política pública de Gestão dos seus resíduos entre outras medidas, deverá elaborar o
plano de Gestão integrada de Resíduos sólidos, observando parâmetros para a eficiência
nos processos de não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos
resíduos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
8
Criar mecanismos de geração de trabalho e de renda promovendo a inclusão
social dos catadores de materiais recicláveis;
Promover a capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;
Incentivar as parcerias do governo com organizações que permitam aperfeiçoar a
gestão integrada de resíduos sólidos;
Garantir a recuperação de áreas degradadas pela disposição inadequada de
resíduos sólidos e de rejeitos, pela própria municipalidade ou pelo autor da
degradação, quando identificado;
Garantir o acesso da população à informação, à participação e ao controle social
nas questões relativas à gestão integrada de resíduos sólidos;
Garantir a regularidade, a continuidade, a funcionalidade e a universalidade dos
serviços públicos de manejo de resíduos sólidos.
9
implementação e operacionalização dos planos de gerenciamento de
resíduos sólidos dos sistemas de logística reversa/responsabilidade
compartilhada;
(iv) Propor instrumentos de avaliação, controle e monitoramento voltados
ao estabelecimento de indicadores de desempenho operacional e ambiental
dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.
(v) Propor ações de emergência e contingências embasadas em ações
preventivas e corretivas, incluindo programas de monitoramento, em
especial para aquelas áreas com consolidado passivo ambiental relacionado
aos diferentes tipos de resíduos sólidos;
(vi) Apresentar a hierarquização das áreas de intervenção prioritária, tendo
por base todo o diagnóstico socioambiental realizado e os aspectos
financeiros decorrentes.
10
A consequência direta dessa participação popular poderá se traduzir, de fato,
na real possibilidade de se dar pleno atendimento às determinadas diretrizes
previamente estabelecidas pelos gestores públicos, quais sejam:
(i) redução da geração de lixo;
(ii) manutenção dos logradouros limpos;
(iii) acondicionamento e disposição para a coleta adequados, e, como
resultado final,
(iv) operações dos serviços menos onerosas.
Também de encontro ao que recomenda IBAM (2001), entende-se que a
base para a ação política está na satisfação da população com os serviços de limpeza
urbana, cuja qualidade se manifesta na universalidade, regularidade e pontualidade dos
serviços de coleta e limpeza de logradouros, dentro de um padrão de produtividade que
denota preocupação com custos e eficiência operacional.
3. METODOLOGIAS ADOTADAS
11
objetivando a solução de um problema ou a melhoria de uma condição presente
indesejável ou insatisfatória”.
3.1.2. Comercial
13
3.1.2.1. Relação das Empresas Consideradas como Grande Geradoras
de Resíduos Sólidos em Votorantim:
• FIBRIA;
3.1.3. Público
15
- De processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em
concreto (blocos, tubos, meios fios, entre outros) produzidas nos canteiros
de obras.
Classe B: são materiais recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos,
papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros.
Classe C: são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou
aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais
como os produtos oriundos do gesso.
Classe D: são os resíduos “perigosos” oriundos do processo de construção, tais como:
tintas, solventes, óleos, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e
reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais.
17
18
19
4. CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
Composição Gravimétrica
A composição gravimétrica traduz o percentual de cada componente em relação ao
peso total da amostra de lixo analisada.
Teor de Umidade
O teor de umidade representa a quantidade de água presente no lixo, medida em
percentual do seu peso. Este parâmetro se altera em função das estações do ano e da
incidência de chuvas, podendo-se estimar um teor de umidade variando em torno de 40 a
60%.
20
Compressividade
A compressividade é o grau de compactação ou a redução do volume que uma massa
de lixo pode sofrer quando compactada. Submetido a uma pressão de 4kg/cm², o volume
do lixo pode ser reduzido de um terço (1/3) a um quarto (1/4) do seu volume original.
Poder Calorífico
Esta característica química indica a capacidade potencial de um material desprender
determinada quantidade de calor quando submetido à queima. O poder calorífico médio do
lixo domiciliar se situa na faixa de 5.000kcal/kg.
Composição Química
A composição química consiste na determinação dos teores de cinzas, matéria
orgânica, carbono, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, resíduo mineral total, resíduo
mineral solúvel e gorduras.
21
O conhecimento das características biológicas dos resíduos tem sido muito utilizado
no desenvolvimento de inibidores de cheiro e de retardadores/aceleradores da
decomposição da matéria orgânica, normalmente aplicados no interior de veículos de
coleta para evitar ou minimizar problemas com a população ao longo do percurso dos
veículos.
Da mesma forma, estão em desenvolvimento processos de destinação final e de
recuperação de áreas degradadas com base nas características biológicas dos resíduos.
Apenas a título ilustrativo, apresenta-se a seguir mostrando a importância da plena
caracterização dos resíduos sólidos em relação ao planejamento de um sistema de limpeza
urbana ou sobre o projeto de determinadas unidades que compõem tal sistema.
22
5. O PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
25
6. DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS
26
6.1. CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS DE RESÍDUOS
CONTEMPLADOS
Em geral, as pessoas consideram lixo tudo aquilo que se joga fora e que não
tem mais serventia. Mas, se olharmos com cuidado, veremos que o lixo não é uma
massa indiscriminada de materiais. Ele é composto de vários tipos de resíduos que
precisam de manejo diferenciado. Assim, para efeito de coleta e tratamento, o lixo pode
ser classificado de várias maneiras.
Com base em sua natureza física, o lixo pode ser “seco” ou “molhado”. O
lixo seco é composto por materiais recicláveis (papel, vidro, lata e plástico). Alguns,
porém, não são reciclados por falta de mercado, como é o caso de papéis sujos e vidros
planos. O lixo molhado corresponde à parte orgânica dos resíduos, como as sobras de
alimentos, cascas de frutas, restos de poda, etc., que pode ser usada para compostagem.
Essa classificação é muito usada nos programas de coleta seletiva, por ser de fácil
entendimento para a população.
Outra forma de classificar o lixo é de acordo com sua composição química.
Nesse caso, é denominada matéria orgânica, ou seja, procedente de organismos vivos,
27
como plantas e animais, ou matéria inorgânica, que inclui os minerais, materiais
sintéticos e outros.
Quando se leva em conta os riscos potenciais ao meio ambiente, o lixo pode
ser classificado como perigoso ou tóxico; inerte; não inerte; e radioativo.
A Amostra Seletiva realizada no período de 22 a 24 de setembro de 2008,
tendo como origem o lixo colhido nos seguintes bairros: Dia 22 - Partes do Pq Bela
Vista, Vossoroca e Jd Clarice. Dia 23 - Rio Acima, Jd Archila e Vl Irineu. Dia 24 -
Parte do Pq Bela Vista, Paraiso, Jd Icatu, Vl Albertina e Centro, está descrita em
seguida e pode ser considerada realista para o ano de 2014, já que as configurações e as
populações destes bairros pouco se alteraram.
Em média, para o ano de 2014, a cidade de Votorantim envia 77,6 toneladas
de resíduos sólidos por dia para o aterro sanitário municipal. Esse montante representa
os resíduos domésticos e comerciais gerenciados pela prefeitura por meio das viagens
diárias dos caminhões de lixo.
28
6.1.1.2. Tipos de coleta e transportes:
29
bairros onde serão coletados os RSDV (Resíduo Sólido Domiciliar e Varrição) é de 35
(trinta e cinco) bairros.
30
A coleta dos resíduos sólidos domiciliares e de varrição do município de
Votorantim é efetuada por veículos coletores compactadores de diversas capacidades,
conforme Tabela abaixo.
31
Os serviços de varrição são efetuados diariamente, sendo que os resíduos
varridos são acondicionados em sacos plásticos que são disponibilizados para coleta
pelos caminhões compactadores, em dias alternados. São utilizados 12 funcionários que
se utilizam de carrinhos tipo caçamba e ferramentas complementares.
A foto abaixo mostra a atividade de varrição dos logradouros do município de
Votorantim.
32
necessitando para isso a ampliação da abrangência da coleta de material reciclável por
toda a cidade.
33
computadores e mesas, além da Central de Triagem com barracão de aproximadamente
500 m2 na Vila Garcia.
O Programa Municipal de Coleta Seletiva mantida pela Prefeitura de
Votorantim está cada vez mais ganhando adesão da população. O trabalho é executado
pelos integrantes da Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável de Votorantim
(Coopervot). A meta da Prefeitura é fazer com que o Programa Municipal de Coleta
Seletiva passe a atender toda a cidade e com isso aumentar a quantidade coletada
mensalmente, que nos últimos meses chegou a média de 100 toneladas. Quanto mais
recicláveis forem coletados juntos às residências, menos material será encaminhado
para o aterro sanitário do município, que passa a contar com maior tempo de vida útil.
Além disso, há geração de renda no município, combatendo o desemprego e auxiliando
o meio ambiente em diversos aspectos.
Diariamente os catadores passam de casa em casa recolhendo o material,
conforme pode ser observado na tabela abaixo.
34
Para efeito informativo dos materiais comercializados pela Coopervot, no ano de
2010, a cooperativa contava com 42 cooperados e comercializou de maio a julho do mesmo ano
cerca de 143 toneladas de materiais, tal como ilustra a tabela abaixo.
35
6.1.3. Outros Serviços
36
• 6,1 a 8,0 - Condições Controladas;
• 8,1 a 10,0 - Condições Adequadas.
O Aterro Sanitário de Votorantim recebeu a nota de 7,2 (Condições
Controladas), segundo o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares – Ano
2014, elaborado pela CETESB.
Para o ano de 2014, em média, o aterro sanitário recebeu cerca de 28.324,2
toneladas de resíduos sólidos.
38
A jusante da gleba está o córrego Machadinho à distância de aproximadamente
145m do vazadouro, declividade de 10-25% em relação ao atual aterro. Este córrego é
afluente do ribeirão Jurupará, ambos enquadrados como classe 2, de acordo com o
Decreto Estadual Nº 10.755/77. O empreendimento encontra-se na Unidade de
Gerenciamento de Recursos Hídricos no. 10 - Sorocaba/Médio Tietê. O córrego
Machadinho dista 15km (ao sul) da malha urbana do município de Votorantim. Os
resultados das análises das águas do córrego Machadinho apresentados por ocasião do
PRAD, 2003, indicam a influência do empreendimento sobre o mesmo por valores
elevados em relação aos parâmetros para as seguintes substâncias: condutividade, óleos
e graxas, mercúrio, bário, cloretos, ferro solúvel, manganês, nitrato, nitrogênio
amoniacal, índice de fenóis, e coliformes totais.
Os pontos de coleta foram escolhidos de tal forma a permitir uma avaliação
precisa da influência atual do empreendimento sobre o córrego Machadinho. Foram
coletadas: uma amostra à montante próxima à nascente do córrego (amostra AG1 -
431AG1) e duas à jusante (duas amostras AG2 - 431AG2 e AG3 - 431AG3). A escolha
dos pontos de coleta foi feita considerando os pontos estratégicos desde a nascente do
córrego (amostra de montante AG1 - 431AG1), e ponto de saída das águas pluviais no
corpo d’água - ponto de maior influência do vazadouro AG2 - 431AG2 no córrego e o
terceiro ponto mais ao sul do empreendimento AG3 - 431AG3, conforme mostrados em
mapa de localização das amostras e discriminados na tabela abaixo.
39
encontram em níveis de qualidade bons e a eficácia das medidas mitigadoras irão
melhorar ainda mais a qualidade das águas do córrego. As características a serem
analisadas serão completas quanto aos aspectos físicos, biológicos e químicos,
conforme feito nesta primeira campanha. O monitoramento deverá ser feito durante os
próximos 20 anos, ou seja, até o ano de 2028.
Espera-se a auto-depuração completa do córrego com o passar dos anos após a
implantação definitiva das medidas mitigadoras.
Quando os resultados das análises semestrais nos dois primeiros anos
apresentarem maior depuração, em relação à esta primeira campanha, a partir de então
as coletas e as análises passarão a ser feitas anualmente durante o período de estiagem.
40
patogênicas. A operação de coleta é necessária e deve ser realizada diariamente em
todos os estabelecimentos de prestação de serviços de saúde, tais como: hospitais,
farmácias, ambulatórios, clinicas, laboratórios e demais estabelecimentos congêneres.
Os RSS devem ser tratados antes de seu descarte sobre o solo, conforme
estabelece a Resolução 05/93 do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA, o
que não ocorre no município de Votorantim. Portanto, deverá ser exigido dos
estabelecimentos de prestação de serviços de saúde a segregação dos seus resíduos, de
forma a separá-los em resíduos infectados e não infectados.
A coleta dos resíduos hospitalares é feita em Votorantim sob a
responsabilidade da Secretaria da Saúde (SESA), que terceirizou junto a empresa
especializada a coleta de RSS, que no ano de 2014 soma 56 toneladas por ano ou 4,6
toneladas por mês, sendo que o valor para o gerenciamento dos RSS é de R$2.190/ton.
Deve-se atentar que a coleta de animais mortos é feita pelo Setor de
Controle de Zoonoses da Secretaria de Saúde.
41
Resumidamente, observa-se que o grupo A, nessa legislação, reúne os
resíduos com risco biológico. Os resíduos químicos (soluções diversas e medicamentos)
encontram-se no grupo B e no grupo C os resíduos nucleares. Os resíduos do grupo D
são muito similares aos resíduos domiciliares (resíduos comuns) e o grupo E abrange
materiais perfuro cortantes e os escarificantes, como agulhas e bisturis.
Os resíduos dos grupos A, B e E devem sempre ser encaminhados para uma
estação de tratamento para que seja reduzida a sua periculosidade ao mínimo.
Posteriormente, ao processo de tratamento que elimina os microorganismos por meio do
calor, pressão, ondas ou destruição térmica.
42
O resíduo é depositado na frente de trabalho, onde é espalhado, compactado e
coberto com camadas de terra. As “células” de resíduos encerradas são cobertas com
argila e terra.
A manutenção das estruturas do aterro sanitário é realizada de forma contínua e
sistemática, consistindo na verificação da eficiência do sistema de drenagem interna de
efluentes líquidos e gases, verificação e manutenção da drenagem de águas pluviais,
manutenção do sistema de tratamento de efluentes e manutenção das vias de acesso e
instalações prediais e de apoio operacional.
O sistema de monitoramento das condições ambientais do aterro inclui:
• Monitoramento do sistema de tratamento de efluentes;
• Monitoramento topográfico e geotécnico;
• Monitoramento da qualidade das águas superficiais;
• Monitoramento da qualidade das águas subterrâneas.
7. PROGNÓSTICOS
7.1. DEMOGRAFIA
43
demográfico de uma dada parcela de solo cresce tão mais rapidamente quanto menos
adensada for esta parcela.
A definição das Zonas Homogêneas que compõe o território do município de
Votorantim foi realizada com o apoio de imagens obtidas de satélites, complementadas
por minuciosas observações de campo, e obedecendo às indicações do Plano Diretor do
Município de Votorantim, elaborado por Jorge Wilheim Consultores Associados, ora
em discussão na Câmara Municipal. De acordo com o referido Plano, percebe-se que o
município de Votorantim conta com uma ampla área de expansão dos seus limites
urbanos, fato que conduziu a um alto número de saturação populacional. As áreas em
zona rural com loteamentos já aprovados ou solicitados foram consideradas de expansão
urbana e portanto, foram incluídas na delimitação das zonas homogêneas.
A tabela a seguir apresenta a população estimada para o município de Votorantim
até o ano de 2042, de acordo com o modelo de crescimento populacional adotado:
44
7.2. GERAÇÃO DE RESÍDUOS DOMICILIARES
Para estimativa da quantidade de resíduos a ser gerada nos próximos anos, dentro do
horizonte do plano, se considerou a projeção populacional estimada para o município de
Votorantim e a geração per capita de resíduos, entendendo que a geração per capita é a
quantidade média de resíduos gerados por habitante por dia. Tal metodologia foi
baseada segundo o Manual Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólido Urbano
45
elaborado pela Secretária Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da
República.
O cálculo de estimativa da demanda futura foi realizado em função do aumento da
população do município até o horizonte de 20 anos e a quantidade de resíduos
produzidos pelo município.
A partir da determinação da projeção populacional, e da taxa média de geração per
capita de resíduos, usando o ano de 2013 como ano base, calculou-se a quantidade de
resíduos sólidos urbanos a ser gerada em anos futuros. Para tanto, foram consideradas as
seguintes premissas:
- Composição dos resíduos sólidos urbanos não variando com os anos;
- Taxa média de geração per capita de resíduos constante para cenários futuros, igual
à taxa observada para o ano de 2010; neste caso 0,762kg/hab/dia; e
- Projeção populacional estimada com base na metodologia do IBGE.
Multiplicou-se o valor da taxa pela população estimada para cada ano futuro e obteve
a quantidade de resíduos a ser gerada em cada respectivo ano.
46
47
7.3. GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA SAÚDE
48
7.4. Geração de Resíduos da Construção Civil (RCC)
49
7.5. Geração de Resíduos da Coleta Seletiva
50
51
8. PLANO DE METAS E AÇÕES
53
8.2. COLETA CONVENCIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
54
8.2.2. Resíduos da Varrição e Serviços Complementares
A execução dos serviços de limpeza urbana atinge, atualmente, 52% dos bairros da cidade
de Votorantim, com frequência variável que vai de uma vez por semana a diária, dependendo da
região da cidade.
A “varrição com calçada”, que abrange todas as avenidas e praças, soma 2.421 km/ano e é
realizada com periodicidade média de 03 vezes por semana. A varrição do “quadrilátero central”
é realizada diariamente e em dois turnos.
Complementarmente aos serviços de varrição manual, também estão aqui incluídos os
serviços de roçada e capinação (média de 350.000 m2/mês); os serviços de limpeza das feiras
livres (média de 20 km/mês); os serviços de pintura de guias e os serviços de trituração de
galhos/resíduos vegetais.
55
56
8.2.3. Coleta Seletiva e Valorização dos Recicláveis
A coleta porta a porta seletiva oferecida pelo município de Votorantim possui uma
abrangência limitada e atinge 60% do território municipal de Votorantim.
57
8.3. COLETA CONVENCIONAL DE RESÍDUOS DE SAÚDE
58
59
8.4. COLETAS DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - RCC
60
Este é, portanto, um dos grandes desafios a ser enfrentado pelo município,
quando se fala no controle do RCC; ou seja, as propostas apresentadas para
desenvolvimento deste tema, deverão contemplar aspectos legais, institucionais,
organizacionais, operacionais, além do componente de educação ambiental, voltado a
informar, esclarecer e capacitar os diferentes atores envolvidos.
Para isso, a Prefeitura de Votorantim, por meio da Secretaria de Meio
Ambiente (SEMA) e Secretaria de Obras e Urbanismo (SOURB), projetaram 24
Ecopontos para toda a cidade. Até o final do ano de 2014 pretende-se instalar 04
Ecopontos nas áreas mais urgentes do município.
Diferentemente dos modelos ultrapassados de Ecopontos, que consistiam
apenas em contêineres isolados onde todo tipo de material era depositado, inclusive
animais mortos, sendo ainda muitas vezes incendiado pela própria população para
diminuir o grande volume acumulado naquele local, causando diversos tipos de
prejuízos ao meio ambiente e à comunidade.
O modelo atual da Prefeitura Municipal consiste em Ecopontos
monitorados, instalados nos locais onde costumeiramente há problemas com depósitos
irregulares de resíduos pela população. Terão uma área de aproximadamente 300 m2,
piso impermeabilizado, cobertura contra chuvas, guarita de monitoramento, iluminação
noturna e baias para acondicionamento de restos de resíduos de poda e jardinagem,
madeira, resíduos da construção civil (RCC), resíduos volumosos (colchão, geladeira,
sofá, etc), pneus inservíveis, lâmpadas fluorescentes, bitucas de cigarro, resíduos
eletrônicos, pilhas, baterias e materiais recicláveis.
Os restos de podas e de vegetação, após passarem pelo triturador de galhos,
serão encaminhados para as composteiras públicas localizadas no Viveiro Municipal e
no Parque do Matão. O excedente deste material deverá ser destinado ao aterro
sanitário. As madeiras serão destinadas às empresas que promovem a sua reciclagem
e/ou reutilização (ex: Empresa Salmeron Ambiental).
Os RCC e os resíduos volumosos serão encaminhados ao próprio aterro de
inertes para triagem, reutilização e devido acondicionamento.
Os resíduos volumosos que forem identificados como reaproveitáveis serão
restaurados pela marcenaria da prefeitura e/ou encaminhados para centros
especializados em reformas de mobília. Os resíduos volumosos elétricos, como
61
máquinas domésticas deverão ser encaminhados para a reciclagem ou para centros de
treinamento tecnológicos para serem utilizados como componentes de treinamento.
Por meio do Programa Municipal de Gerenciamento de Pneus Inservíveis,
implementado pela SEMA em parceria com a Empresa Reciclanip, este material será
transportado para o depósito de pneus da SEMA, quando atingido o número mínimo de
dois mil pneus, a empresa é contatada para realizar o transporte dos mesmos para a
devida reciclagem. Além disso, a SEMA trabalha com o reaproveitamento de pneus
para construir lixeiras públicas, brinquedos de playground, bicicletários e jardineiras,
lembrando que todos os pneus são previamente perfurados para impossibilitar o
acúmulo de água.
As lâmpadas fluorescentes deverão ser adequadamente descartadas,
enroladas em jornal, pano ou papelão para serem processadas pelas empresas de
gerenciamento deste material, a fim de separar os materiais recicláveis dos demais
componentes químicos presentes em sua constituição. Atualmente a SEMA estabelece
vínculo com a empresa Bulbless.
As bitucas de cigarro encaminhadas aos Ecopontos pelos munícipes serão
acondicionadas em caixas metálicas e coletadas pela empresa Poiato Recicla para serem
desintoxicadas e preparadas para servirem como constituinte de papel reciclado.
Os resíduos eletrônicos, pilhas e baterias deverão ser acondicionados em
caixas plásticas para serem encaminhadas ao centro municipal de recolhimento destes
materiais, sendo um local arejado, protegido e lacrado para que assim a cooperativa de
catadores possa coletá-lo para separação dos diversos componentes que seguirão para a
reciclagem.
Os materiais recicláveis serão coletados pela Cooperativa dos Catadores de
Material Reciclável de Votorantim (Coopervot) a fim de representarem maiores
possibilidades de renda aos cooperados.
Com isso, espera-se que sejam minimizados os inúmeros despejos
irregulares de entulho observados na cidade, principalmente em Áreas de Preservação
Permanente, pois a população poderá descartar seus rejeitos em locais apropriados e
licenciados, como é o caso dos Ecopontos e do Aterro de Inertes.
62
Figura: Modelo de Ecoponto a ser implementado pela Prefeitura Municipal de
Votorantim.
63
Figura: Planta do Ecoponto a ser implementado pela Prefeitura Municipal de Votorantim.
Fonte: Secretaria de Obras e Urbanismo (SOURB).
64
8.4.1. Pontos de Descarte de Resíduos Inertes em Votorantim
65
8.5. NOVAS TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO E DESTINAÇÃO FINAL DE
RESÍDUOS, CONSÓRCIOS INTERMUNICIPAIS E PARCERIAS PÚBLICO-
PRIVADAS (PPP)
66
67
68
9. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL E INFORMAL
69
(i) a necessidade do consumo consciente para a redução da geração de
resíduos,
(ii) a reutilização e encaminhamento para a reciclagem; e
(iii) a destinação ambientalmente adequada dos materiais inservíveis.
70
9.1. Programas e Ações de Capacitação Técnica
72
9.2. LOGÍSTICA REVERSA (RESÍDUOS ESPECIAIS)
73
9.3. ÁREAS DE PASSIVOS AMBIENTAIS
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76
77
10. ESCOPO DOS SERVIÇOS PARA 20 ANOS
10.1. INTRODUÇÃO
79
investimentos, que a Limpeza Urbana tanto exige e também não conseguem mais
resolver a questão de amortização desses investimentos.
A Prefeitura deve saber que nos próximos 20 anos deverá investir em
serviços de limpeza urbana valores vultosos, o que deverá comprometer os planos de
investimentos em outros setores carentes também, tais como obras de infraestrutura,
ampliação do saneamento básico, desenvolvimento industrial, educação, saúde,
assistência social, turismo, etc.
Foram escolhidos os serviços mais necessários que a Prefeitura de
Votorantim realiza atualmente, assim essa simulação é uma foto ampliada da
manutenção das necessidades atuais da Limpeza Urbana da cidade. No futuro poderão
surgir outras demandas ocasionadas pela evolução das atividades econômicas da cidade,
e também decorrentes do avanço da tecnologia dos equipamentos e veículos
relacionados a Limpeza Urbana, tais como exploração do biogás de aterro, etc.
Seguem os escopos de serviços:
1) Coleta Manual e Transporte de Resíduos Domiciliares e Comerciais;
2) Coleta e Transporte de Resíduos de Estabelecimento de Saúde;
3) Coleta e Transporte da Coleta Seletiva;
4) Varrição de Vias e Logradouros Públicos;
5) Equipe de Serviços Diversos;
6) Equipe de Coleta Manual de Resíduos Inertes em vias públicas;
7) Equipe de Limpeza de Boca de Lobo;
8) Implantação, operação, manutenção, de Aterro Sanitário;
9) Implantação de Unidade, Operação e Tratamento de Resíduos de Saúde;
10) Reforma, readequação, operação, manutenção da Usina de Triagem;
11) Implantação, operação, manutenção de Ecopontos;
12) Implantação de Usina de Beneficiamento de Resíduos Inertes (RCC);
13) Equipe de Lavagem de Feiras, Vias e Logradouros Públicos;
14) Equipe Especial para Cemitérios e Parques;
15) Implantação, operação, manutenção de Aterro de Inertes;
16) Equipe de recolhimento de animais mortos;
17) Coleta Domiciliar Conteinerizada.
80
10.2. ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DOS SERVIÇOS
81
10.2.1.2. Varrição Manual de Vias e Logradouros Públicos
84
Os pontos de coleta são:
• Eco-Ponto “Materiais Recicláveis” da Secretaria de Meio Ambiente de
Votorantim (SEMA), no Paço Dois, localizado na Avenida Moacir Oséias
Guitti, Nº 41, Centro;
• Parque do Matão. Rua Ângelo Delapasi, N° 117, Parque Bela Vista;
• Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável de Votorantim
(Coopervot), localizada na Avenida Jaziel de Azeredo Ribeiro, N° 680, Vila
Garcia;
Os pontos temporários de coleta são:
• Festa Junina de Votorantim, realizada do dia 14 ao dia 29 de junho;
• Demais eventos municipais.
O objetivo do presente Programa é diminuir ao máximo o lançamento de
resíduos no meio ambiente. A destinação dos materiais à reciclagem reduz
consideravelmente o descarte de resíduos em aterros sanitários, ampliando a vida útil
desses locais e reduzindo a contaminação ambiental. Além disso, a coleta seletiva
proporciona ganhos de importância social e econômica envolvidas na venda dos
materiais.
85
• Lâmpadas Fluorescentes:
O Programa se destina ao recolhimento e encaminhamento para o devido
gerenciamento de lâmpadas fluorescentes e similares, a fim de assegurar o destino
correto dos materiais depois de seu uso pelos consumidores, o seu recolhimento,
destinação correta e a reciclagem dos mesmos. Objetivando cada vez mais a
conscientização e a participação da população para o correto descarte deste resíduo.
Para isso, foi alocado na sede da Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) o
Ecoponto de Lâmpadas Fluorescentes, onde os munícipes de Votorantim pode descartar
este tipo de material.
Quando há uma considerável quantidade deste material, a SEMA de
Votorantim aciona a Empresa Bulbless, para promover a trituração, separação adequada
dos componentes e encaminhamento aos processos de reciclagem.
A máquina “papa lâmpada”, tritura os materiais vidro e metal das lâmpadas
e separa o elemento mercúrio que passa pelo carvão ativado, onde o mesmo é retirado.
Por meio do Programa de Coleta e Destinação de Lâmpadas Fluorescentes e
Similares, até o primeiro semestre de 2014, a SEMA encaminhou aproximadamente 12
mil lâmpadas fluorescentes para a devida destinação e reciclagem do material.
No Ecoponto de coleta de lâmpadas encontram-se os contêineres
devidamente identificados e adequados para o recebimento do material, que é embalado.
Além dos munícipes que entregam as lâmpadas no Ecoponto, a SEMA
ainda recebe dos departamentos da Prefeitura Municipal as lâmpadas descartadas.
Quando os contêineres encontram-se quase cheios, a Empresa Bulbless é
acionada para proceder aos primeiros processos de gerenciamento dos resíduos, para
depois realizar o transporte dos mesmos até a sede da empresa localizada no Município
de São José dos Campos, SP, onde é devidamente reciclado.
O Eco-Ponto “Lâmpadas Fluorescentes” da Secretaria de Meio Ambiente de
Votorantim (SEMA), localiza-se no Paço Dois, localizado na Avenida Moacir Oséias
Guitti, Nº 41, Centro.
86
• Resíduos Eletrônicos, Pilhas e Baterias:
O Programa se destina ao recolhimento e encaminhamento para o devido
gerenciamento de resíduos tecnológicos, pilhas e baterias, objetivando cada vez mais a
conscientização e a participação da população.
Além da sede da Secretaria de Meio Ambiente (SEMA), a Prefeitura
Municipal dispõe de mais outros 14 pontos de coleta de pilhas e baterias distribuídos em
locais estratégicos de fácil acesso e de grande circulação de público, tal como
supermercado, posto de combustível, terminal de ônibus, comércios, entre outros, além
de um Ecoponto para recebimento de materiais eletrônicos na sede da SEMA.
Contudo, é importante destacar que a SEMA, em parceria com a
Concessionária Águas de Votorantim, disponibilizou mais 50 coletores de pilhas e
baterias feitos com tubos de PVC reutilizados para o recebimento destes resíduos em
diversos pontos na cidade, além das Escolas Municipais inscritas no Programa
Municipal “Escola Sustentável”.
Por meio do Programa de Coleta e Destinação de Resíduos Tecnológicos e
do Programa de Coleta de Pilhas, Baterias e Similares, bem como para a devida
destinação e reciclagem destes materiais, a SEMA transportou aproximadamente 2.500
Kg de rejeitos eletrônicos (principalmente computadores e televisores), pilhas e baterias
advindos de cidadãos votorantinenses até o primeiro semestre de 2014.
Para o gerenciamento destes resíduos, a SEMA de Votorantim vem
estabelecendo parceria desde o início desta nova administração com o Núcleo de
Resíduos Eletroeletrônicos de Sorocaba, um projeto de criação da Secretaria Municipal
de Parcerias de Sorocaba, junto à Cooperativa de Coleta Seletiva Reviver e a empresa
Alliance, que faz o transporte dos componentes eletrônicos em quantidade, dando-lhes
tratamento e destinação ambientalmente adequada para outras empresas de reciclagem.
Após reunião realizada com o Núcleo de Sorocaba, representado por seu
sócio fundador o Sr. Júlio César de Andrade, a SEMA de Votorantim vem estudando a
instalação de um centro de triagem e separação de resíduos eletrônicos no município,
capacitando a mão-de-obra dos funcionários da Cooperativa dos Catadores de Material
Reciclável de Votorantim (Coopervot), para que parte do recurso financeiro da venda
deste tipo de resíduo seja repassada aos cooperados.
87
Portanto, quanto mais o cidadão evitar o descarte indevido dos rejeitos
eletrônicos, pilhas e baterias, mais estarão contribuindo para a preservação da natureza e
da saúde da população em geral, pois estes materiais possuem inúmeras substâncias
tóxicas, tais como os metais pesados que são biocumulativos e cancerígenos.
Nos pontos de coleta de pilhas e baterias encontram-se os contêineres
devidamente identificados e adequados para o recebimento do material.
Quando os contêineres encontram-se quase cheios, a SEMA é acionada para
proceder o transporte dos mesmos até a sede da Secretaria, que por sua vez armazena os
resíduos em volume considerável para que os funcionários da Cooperativa de Coleta
Seletiva Reviver de Sorocaba procedam sua retirada e o encaminhamento às empresas
de reciclagem envolvidas.
O público envolvido abrange os comerciantes e munícipes em geral que
entregam voluntariamente as pilhas e baterias nos Pontos Definitivos de Coleta e
aqueles que entregam na sede da SEMA os resíduos eletrônicos.
88
• Pneus Inservíveis:
A grande problemática que envolve o descarte de pneus vem exigindo cada
vez mais do Município de Votorantim projetos e ações que ofereçam soluções
adequadas a este tipo de resíduo. Nesse sentido, a Secretaria de Meio Ambiente
(SEMA) com o apoio da Secretaria da Saúde (SESA), por meio da Seção de Zoonoses,
estruturou ações no sentido de disponibilizar locais apropriados para que população
possa dispor os pneus que serão encaminhados para a devida reciclagem.
Para isso, são realizadas campanhas educativas permanentes por meio de
matérias para a imprensa e inserção do Programa na realização de palestras.
Estima-se que as ações da SEMA até o primeiro semestre de 2014 com o
Programa de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis resultaram na adequada
reciclagem de aproximadamente 22.000 pneus inservíveis, entre caminhões, carros,
motos e bicicletas, além de milhares de câmaras de ar e tapetes de borracha.
Para o gerenciamento destes resíduos, a SEMA de Votorantim firmou
convênio de cooperação mútua com a Associação Reciclanip, que faz o transporte dos
pneus, dando-lhes destinação ambientalmente adequada para outras empresas de
reciclagem.
Os pneus serão reutilizados ou transformados, em maior parte como
material constituinte de pavimentação para asfaltamento em algumas rodovias do país.
Este produto, conhecido por “asfalto-borracha”, possibilita grandes ganhos econômicos
e socioambientais. Isto porque, em comparação ao asfalto comum, o “asfalto-borracha”
utiliza menos energia em sua fabricação, reduz o uso de matérias-primas não renováveis
e reduz as intervenções e os custos para manutenção das vias, pois aumenta a
durabilidade do pavimento em até 40%, diminuindo ainda as rachaduras e aberturas de
buracos.
Além disso, a utilização deste material reduz a quantidade de pneus
indevidamente depositados em aterros sanitários, fato que aumenta a vida útil destes
locais, e reduz a quantidade de pneus descartados ao ar livre, colaborando para a
despoluição ambiental e diminuição de focos de proliferação do mosquito da dengue.
Nos pontos de coleta, que são a sede da SEMA e a sede do Departamento
Municipal de Zoonoses, encontram-se os locais devidamente cobertos e preparados para
o recebimento e estocagem dos pneus inservíveis.
89
A SEMA e a Zoonoses, além de receberem os pneus de munícipes e de
borracharias cadastradas, também procedem a coleta nas vias públicas e demais locais
do território municipal. Todos os pneus recolhidos são encaminhados para a sede da
SEMA e esta por sua vez aciona frequentemente a Empresa Reciclanip, que tem como
parceira a Empresa Policarpo que procede o transporte dos pneus ao centro de
reciclagem localizado no Município de Bragança Paulista para que sejam transformados
em asfalto-borracha.
Os pontos de coleta são:
• Eco-Ponto “Pneus” da Secretaria de Meio Ambiente de Votorantim
(SEMA), no Paço Dois, localizado na Avenida Moacir Oséias Guitti, Nº 41,
Centro;
• Departamento Municipal de Zoonoses, localizado na Avenida Santo
Antônio, s/n°, Bairro Santo Antônio II.
Com isso, objetiva-se diminuir ao máximo o descarte de pneus inservíveis
no meio ambiente, principalmente em Áreas de Preservação Permanente, evitando assim
a poluição física do meio ambiente, bem como auxiliar na redução dos criadouros
propícios à proliferação do mosquito Aedes aegypti transmissor da dengue.
• Óleo de Cozinha:
O Programa se destina ao recolhimento de óleo ou gordura utilizados na
fritura de alimentos domésticos, industriais, em eventos e feiras. São realizadas
campanhas educativas permanentes por meio de matérias para a imprensa, inserção do
Programa na realização de palestras, confecção de panfletos e banners informativos.
É importante destacar que a SEMA disponibilizou caixas de recebimento de
óleo para todas as Escolas Municipais inscritas no Programa Municipal “Escola
Sustentável”.
Estima-se que as ações da SEMA até o primeiro semestre de 2014 com o
Programa Recicla Óleo resultaram na adequada reciclagem de aproximadamente 3.000
litros de óleo usado.
Para o gerenciamento do resíduo, a SEMA de Votorantim firmou convidou
a Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável de Votorantim (Coopervot), que
conta com 36 cooperados. A Coopervot encaminha a uma empresa especializada, mais
90
de mil litros de óleo inservível por mês, dando-lhes destinação ambientalmente
adequada para que o óleo seja transformado em sabão e outros componentes
detergentes.
De acordo com o Instituto Akatu (www.akatu.org.br), 1 litro de óleo
contamina 1 milhão de litros de água. O óleo que chega intacto aos rios, lagos e às
represas fica na superfície da água e pode impedir a entrada da luz, essencial para a
realização da fotossíntese das algas que são vitais para a cadeia alimentar aquática. Em
contato com a pelagem ou plumagem dos animais aquáticos, o óleo dificulta a natação e
pode matar estes animais por afogamento. Além disso, quando atinge o solo, o óleo tem
a capacidade impermeabilizá-lo, dificultando o escoamento de água das chuvas, o que
pode colaborar na intensidade das enchentes.
O óleo despejado diretamente nas pias e vasos sanitários, entope as
instalações hidráulicas domésticas e com isso atrai ratos, baratas e o seu predador, o
escorpião. Pode ainda, entupir as instalações de captação dos esgotos, contaminar a
água e elevar os custos da estação de tratamento em 40%, custos pagos por todos os
cidadãos.
O óleo dificilmente se decompõe, ele pode contaminar os solos e os lençóis
freáticos que estocam ou repõem as águas mais disponíveis para o consumo humano. A
decomposição do óleo libera metano na atmosfera, esse gás do efeito estufa contribui
para a intensificação do aquecimento global. Portanto, quanto mais o cidadão evitar o
descarte indevido de óleo, mais estará contribuindo para a preservação da natureza.
A melhor forma de descartar o óleo é colocá-lo em um recipiente vedado,
para que não haja riscos de vazar e entregar em qualquer ponto de coleta no Município
de Votorantim.
Nos pontos de coleta encontram-se os contêineres devidamente
identificados e adequados para o recebimento do óleo usado. Foram instaladas telas
finas nos orifícios de recebimento para evitar que outros resíduos misturem-se ao óleo.
Quando os contêineres encontram-se quase cheios, a Coopervot é acionada
para proceder o transporte dos mesmos ao centro de triagem de materiais recicláveis
para acondicionamento do óleo nos tambores de 1.000 litros onde é instalada uma
bomba elétrica que retira devidamente o resíduo para o caminhão de coleta que
91
encaminha o material para a central de reciclagem envolvido para que seja transformado
em sabão e outros componentes detergentes.
O objetivo do presente Programa é diminuir ao máximo o lançamento de
óleo vegetal no meio ambiente, principalmente nos encanamentos que ligam a rede
coletora de esgoto, fossa séptica ou qualquer outro equivalente no Município de
Votorantim.
Os pontos de coleta são:
• Eco-Ponto “Recicla Óleo” da Secretaria de Meio Ambiente de Votorantim
(SEMA), no Paço Dois, localizado na Avenida Moacir Oséias Guitti, Nº 41,
Centro;
• Parque do Matão. Rua Ângelo Delapasi, N° 117, Parque Bela Vista;
• Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável de Votorantim
(Coopervot), localizada na Avenida Jaziel de Azeredo Ribeiro, N° 680, Vila
Garcia;
• SESI Votorantim, Avenida Cláudio Pinto Nascimento, Nº 140, Jardim
Paraíso.
Os pontos temporários de coleta são:
• Festa Junina de Votorantim, realizada do dia 14 ao dia 29 de junho;
• “Feira da Lua” todas às terças-feiras, localizada na Praça de Eventos Lecy
de Campos.
• Escolas Municipais do Programa Municipal “Escola Sustentável”.
• Lacres de Alumínio:
O Programa de iniciativa da Comissão de Assistência Social (COMAS) e da
CCR ViaOeste, por meio de seu Programa “Lacre Solidário”, se destina à arrecadação
de lacres de latas de alumínio. Para isso, são realizadas ações de conscientização e de
mobilização da população de Votorantim para somar esforços mediante aos
engajamentos de setores públicos, privados, comunitários e individuais.
No ano de 2013, a SEMA auxiliou a COMAS na Campanha de Arrecadação
de Lacres de Latas de Alumínio para troca por cadeiras de rodas. Diante dos esforços
conjuntos, foram até o mês de setembro, arrecadados cerca de 850.000 lacres de
alumínio.
92
Para a Campanha de Arrecadação Solidária dos lacres, a Secretaria de Meio
Ambiente de Votorantim (SEMA) auxiliou a COMAS na divulgação da campanha, bem
como disponibilizou todas as infraestruturas a ela envolvidas (Sede da SEMA, Centro
de Educação Ambiental – Sala Verde, Casa do Chapéu, Parque Municipal do Matão e
Viveiro Municipal) como pontos de coleta dos lacres de alumínio.
Professores e coordenadores das unidades escolares têm participado de
oficinas pedagógicas do programa "Estrada para a Cidadania", da CCR ViaOeste, e
também estão sendo convidados a promover ações para arrecadação de lacres nas
escolas, como gincanas e atividades no período do recesso escolar de julho.
As entidades que mantém barracas beneficentes na Festa Junina de
Votorantim foram estimuladas a participar da arrecadação.
Com isso, além da Campanha de Arrecadação de Lacres de Alumínio –
“Lacre Legal” ser uma iniciativa social e inclusiva, é também uma ação ambiental, já
que destina o alumínio para a devida reciclagem.
O objetivo ambiental da presente Campanha é diminuir ao máximo o
lançamento de lacres de alumínio no meio ambiente, inclusive por se tratar de um
material reciclável e valoroso, auxiliando na diminuição de resíduos encaminhados ao
aterro sanitário e incrementando a renda da cooperativa de reciclagem. Além disso, há o
desafio inclusivo e social em possibilitar o auxílio às pessoas necessitadas previamente
cadastradas e impossibilitadas em adquirir as cadeiras de rodas por meios próprios.
Nos pontos de coleta encontram-se as garrafas PET identificadas para a
Campanha de Coleta. Quando as garrafas PET encontram-se quase cheias, a SEMA
transporta as mesmas à Sede da COMAS para que sejam armazenadas e trocadas por
cadeiras de rodas destinadas às pessoas necessitadas previamente cadastradas e
impossibilitadas em adquirir as cadeiras de rodas por meios próprios.
São necessárias 140 garrafas PET de dois litros cheias de lacres de alumínio
para trocar por uma cadeira de rodas. Em cada garrafa encontram-se aproximadamente
3.000 lacres. Por meio desta Campanha, o Município de Votorantim já promoveu a
troca de aproximadamente 280 garrafas PET cheias de lacres de alumínio, que
possibilitou na troca de duas cadeiras de roda. Além disso, a CCR ViaOeste oportunizou
mais uma cadeira de rodas ao Município por este ser o primeiro município a promover a
93
primeira troca por cadeira de rodas entre os demais municípios participantes e
envolvidos em sua área de concessão.
Os pontos de coleta são:
• Escolas da Rede Municipal de Ensino de Votorantim;
• Centro de Educação Ambiental – Sala Verde (biblioteca municipal),
Parque Municipal do Matão e Viveiro Municipal;
• Sede da COMAS;
• Prefeitura Municipal de Votorantim;
• Associação Comercial e Empresarial de Votorantim (ACEV).
• Bitucas de Cigarro:
A Prefeitura Municipal de Votorantim, em parceria com a Empresa Poiato
Recicla, possibilitou a instalação de mais de 70 caixas adequadas à coleta de bitucas de
cigarro nas áreas públicas do município.
O resíduo é semanalmente coletado das caixas coletoras e encaminhado à
sede da Poiato Recicla que o remete a uma empresa de soluções ambientais em
Uberlândia, Minas Gerais, para ser triturado, testado sua toxicidade e incorporado ao
adubo orgânico a ser utilizado como insumo para áreas de recomposição florestal,
jardins municipais, etc.
O objetivo do presente Programa é diminuir ao máximo o descarte de
bitucas de cigarro, evitando assim a poluição do meio ambiente, bem como diminuindo
as chances de serem consumidas por diversos animais que as confundem com alimento
e acabam morrendo em virtude do tipo de material e da contaminação por substâncias
tóxicas.
Estima-se que por meio da parceria entre a Prefeitura de Votorantim e a
Empresa Poiato Recicla, foi promovido o adequado recolhimento e reciclagem de
aproximadamente 3,4 milhões de bitucas de cigarro, que foram voluntariamente
depositadas nas caixas coletoras.
É importante informar que esta parceria promove estrategicamente intensas
e diversas iniciativas de educação ambiental para a população. Além de ações
educativas, como seminários, palestras e exposições, ambos os parceiros também
elaboram materiais informativos impressos para serem mensalmente fixados nas caixas
94
coletoras instaladas na cidade a fim de melhor conscientizar os cidadãos sobre as
consequências negativas do tabagismo para a saúde e para o meio ambiente.
As bitucas foram descartadas nas caixas coletoras exclusivamente pelos atos
voluntários conscientes dos cidadãos, referendando as ações de educação ambiental
aplicadas por este Projeto.
O resultado desse processo é que as bitucas são descartadas em locais
adequados e não geram malefício algum para o meio ambiente. Outro dado interessante
é que o resíduo, que antes demoraria até 20 anos para se decompor no meio ambiente,
transforma-se em adubo praticamente em 40 dias, objetivando um fim nobre para o
resíduo, que é o de enriquecer o solo em áreas degradadas e em projetos paisagísticos.
Além disso, a Empresa Poiato Recicla conquistou em 2013 a Certificação
ISSO 14001. E a partir de julho de 2013, quando a SEMA assumiu a responsabilidade
técnica da Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável de Votorantim
(Coopervot), a Poiato Recicla, por sugestão da SEMA, passou a patrocinar as camisetas
e bonés para os cooperados.
Depois de recolhidas das caixas coletoras, as bitucas de cigarro passam por
uma pré-triagem na própria Poiato Recicla e todo o material coletado é pesado para ser
mensurado o volume coletado. O processo é controlado por um gestor ambiental
devidamente qualificado que irá certificar as empresas parceiras. A Poiato Recicla é a
primeira empresa de coleta e triagem de bitucas de cigarro do Brasil.
Toda bituca coletada é enviada ao Município de Uberlândia, BH, para
empresa parceira (Conspizza Soluções Ambientais) responsável pelo processamento
destes resíduos, onde são submetidas a um processo que elimina os metais pesados e
toxinas, sendo assim misturadas com outros insumos (resíduos vegetais, compostos
orgânicos, etc) e após processo de compostagem são descartados em adubos utilizados
exclusivamente em recuperação de áreas degradadas e paisagismo.
Os pontos de coleta são:
• 70 locais públicos de grande circulação de pessoas com caixas coletoras de
bitucas de cigarro instaladas.
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• RCC, Madeira, Resíduos Volumosos - Programa Cidade Limpa - TV
TEM:
Desde o ano de 2010 a Prefeitura Municipal não mais realizava o Programa
Cidade Limpa de iniciativa da TV TEM (Rede Globo) no Município de Votorantim. Em
função disso, a administração municipal decidiu promover o Programa Cidade Limpa a
fim de “desafogar” e dar vazão a imensa quantidade de resíduos volumosos em posse da
população e que muitas vezes se encontravam descartados e espalhados em áreas
públicas e Áreas de Preservação Permanente, poluindo o meio ambiente e causando
transtornos à população municipal.
Dentre os resíduos mais disponibilizados pela população, encontram-se as
geladeiras e fogões quebrados, mobílias usadas, colchões, grande quantidade de
madeira, pneus, eletroeletrônicos, materiais recicláveis (plástico, papel, vidro, metais) e
sucatas em geral, entre muitos outros resíduos.
Todas as ações de planejamento e de execução dos processos de coleta
foram gerenciadas pelas Secretarias Municipais de Meio Ambiente e de Serviços
Públicos, que juntas disponibilizaram oito caminhões e mais de quarenta funcionários
para a realização dos serviços de coleta. A divulgação da programação coube à TV
TEM e à Secretaria Municipal de Comunicação (SECOM).
Exceto os materiais recicláveis, sucatas, madeiras e os pneus inservíveis,
que foram disponibilizados aos programas de gerenciamento pertinentes, todos os
demais itens coletados pelos caminhões da Prefeitura Municipal foram encaminhados a
uma área pública de transbordo temporário. Isso porque, a atual administração pública
municipal, está promovendo tramitação avançada do processo de licenciamento de uma
nova área para o aterro de inertes do município, sendo que já foi divulgado o edital de
licitação para licenciar o novo espaço para construção do aterro de inertes.
Concomitantemente aos laudos e ao projeto técnico deste novo processo, a
empresa contratada por licitação realizará a execução do projeto de encerramento do
antigo aterro de inertes.
Para otimizar o correto gerenciamento destes resíduos, a SEMA convidou a
Coopervot para coletar os materiais recicláveis e firmou parceria com a Empresa
Salmeron Ambiental para o gerenciamento da madeira.
96
Além de coletarem os materiais recicláveis em frente às residências durante
o mesmo cronograma do Programa Cidade Limpa, a Coopervot procedeu a coleta dos
recicláveis na área de transbordo temporária, a fim de diminuir a quantidade dos
resíduos no local.
A Empresa Salmeron Ambiental foi acionada para dar destinação correta às
madeiras e às mobílias descartadas durante o Programa.
Ao fim de todo o processo, foi realizado o encaminhamento de
aproximadamente 480 m3 de madeira usada (mobília) para a devida destinação e
reciclagem do material por meio da parceria com a Empresa Salmeron Ambiental.
A Coopervot encaminhou cerca de 15 toneladas de materiais recicláveis ao
fim do Programa.
O total do restante de resíduos coletados pelo Programa Cidade Limpa, que
serão encaminhados ao novo Aterro de Inertes de Votorantim, é estimado em
aproximadamente 200 toneladas ou mais.
Conforme o cronograma planejado pela Prefeitura Municipal de
Votorantim, os moradores de todo o município dispuseram seus resíduos em frente às
suas residências.
O objetivo do presente Projeto é diminuir ao máximo o lançamento de
Resíduos Volumosos no meio ambiente, principalmente em Áreas de Preservação
Permanente, evitando assim a contaminação do meio ambiente. Visa ainda conscientizar
a população sobre os riscos provocados pelo acúmulo de lixo, motivando a comunidade
a participar de um grande mutirão de limpeza, gerando mais segurança e melhoria da
qualidade de vida.
Além disso, a existência de materiais inservíveis nas residências também
expõe as crianças a riscos de acidentes e, na estação das chuvas, podem entupir bueiros,
provocando inundações.
Inicialmente, as ações estavam programadas para acontecerem durante os
dias 19/08/2013 até o dia 23/08/2013. A Prefeitura disponibilizou oito caminhões e mais
de quarenta funcionários para a realização dos serviços de coleta. Porém, diante da
intensa demanda de transporte dos materiais, tendo inclusive casos que uma única
residência lotava um caminhão inteiro, a Prefeitura Municipal estendeu as ações para
97
mais duas semanas, repetindo todos os itinerários e totalizando três semanas de intensa
coleta.
Nas residências em que os munícipes disponibilizaram os resíduos fora das
datas previamente programadas, a SEMA listou todos os endereços para oportunizar as
coletas pontuais em cada solicitação.
98
As composteiras possuem atualmente capacidade de aproximadamente 4m3,
no entanto, essa capacidade será aumentada subindo o nível de sua altura. Também tem-
se a intenção de implantar mais composteiras seguindo esses moldes. Assim, espera-se,
em um futuro próximo (utilizando a composteira já construída) proceder ao
armazenamento de aproximadamente 8m3 de compostagem.
Mas, principalmente, almeja-se em longa data atender 100% dos resíduos de
restos vegetais gerados a partir de podas e cortes de árvores realizados pela Prefeitura
Municipal, a serem utilizados na recuperação ambiental.
As podas e cortes de árvores são realizadas pela Secretaria de Meio
Ambiente de Votorantim com a utilização de um caminhão para coletar os restos
vegetais, assim após a produção destes restos vegetais que são triturados, os mesmos
são levados para a composteira que se localizam no viveiro municipal e no Parque do
Matão.
É importante destacar que a SEMA disponibilizou três caixas de
recebimento de matéria orgânica para todas as Escolas Municipais inscritas no
Programa Municipal “Escola Sustentável”.
O objetivo é destinar de maneira adequada os resíduos de restos de poda e
corte de árvores do município e assim gerar produto (composto orgânico) altamente
importante para a manutenção de tratos culturais e substrato para produção de mudas,
diminuindo o gasto público com a compra de adubos, fertilizantes e terras.
100
10.2.4. Resíduos Inertes
103
Os materiais recicláveis serão coletados pela Cooperativa dos Catadores de
Material Reciclável de Votorantim (Coopervot) a fim de representarem maiores
possibilidades de renda aos cooperados.
A equipe será composta por: 01 vigia em cada Ecoponto; 01 um motorista;
01 (um) ajudante e 1 (um) caminhão. O serviço de transporte dos resíduos funcionará de
segunda a sexta, no período das 08:00 às 17:00, e aos sábados no período das 08:00 às
12:00, sendo o mesmo horário de funcionamento do “Ecoponto”.
104
realização dos trabalhos. O dimensionamento será revisto conforme a criação de novas
feiras ou inclusão de novas vias no escopo do serviço.
105
10.2.9. Aterro Sanitário Atual
106
10.2.9.2. Obras de Ampliação
107
- Coleta, condução e adequado tratamento do percolado gerado
durante a operação;
- Atividades típicas de pós fechamento até o final do contrato
(manutenção, vigilância, monitoramento geotécnico e ambiental, coleta e
tratamento de líquido percolado).
108
A Lei Federal nº 11.445/2007 destaca, ainda, que é condição de validade
dos contratos firmados para prestação de serviço público de saneamento a existência de
plano de saneamento básico (art. 11, II), bem como define que a prestação do serviço
propriamente dita “observará plano, que poderá ser específico para cada serviço...”
(art.19, caput), estabelecendo a sua abrangência e conteúdo a ser observado.
A Lei Federal nº 11.445/2007 define, também, como princípio fundamental
dos serviços públicos de saneamento básico o controle social, indicando em seu
Capítulo VIII a participação de órgãos colegiados no controle social.
Em seu art. 47, caput, estabelece que: “o controle social dos serviços
públicos de saneamento básico poderá incluir a participação de órgãos colegiados de
caráter consultivo, estaduais, do Distrito Federal e municipais, assegurada a
representação”.
Tratando-se da Lei 12.305/2010, como instituidora da Política Nacional de
Resíduos Sólidos, estão em seu conteúdo os princípios, objetivos e instrumentos desta
Política Nacional, com destaque para as seguintes definições (art. 3º, X e XI):
“Art. 3°. Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
X – gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta
ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação
final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos
sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma da lei;
XI – gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para
a busca desoluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões
política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa
do desenvolvimento sustentável”.
Em similaridade a Lei nº 11.445/2007, a Lei nº 12.305/2010 estabelece
acerca do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, estabelecendo em
seu art. 19 o seu conteúdo mínimo a ser observado.
Pode-se considerar que os principais marcos regulatórios instituídos pela
Política Nacional de Resíduos Sólidos são:
- A prevenção e a precaução (inciso I, art. 6o);
- O poluidor-pagador e o protetor-recebedor (inciso II, art. 6o);
109
- A visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis
ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde publica (inciso III, art.
6o);
- O desenvolvimento sustentável (inciso IV, art. 6o);
- A ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços
competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e
tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos
naturais a um nível, no mínimo, equivalente a capacidade de sustentação estimada do
planeta (inciso V, art. 6o);
- A cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e
demais segmentos da sociedade (inciso VI, art. 6o);
- A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos (inciso VII, art. 6o);
- O reconhecimento do resíduo solido reutilizável e reciclável como um bem econômico
e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania (inciso VIII, art.
6o).
- O respeito as diversidades locais e regionais (inciso IX, art. 6o);
- O direito da sociedade a informação e ao controle social (inciso X, art. 6o);
- A razoabilidade e a proporcionalidade (inciso XI, art. 6o).
Complementarmente, e ainda no âmbito federal, valem serem elencadas
também as seguintes leis, decretos e resoluções hoje em vigência e os respectivos temas
abordados:
- Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981: Dispõe sobre a Política nacional do
Meio Ambiente seus fins e mecanismos de formulação e aplicação e dá outras
providências.
- Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997: Institui a Política Nacional de
Recursos Hídricos.
- Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998: Dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras
providências.
- Lei nº 11.442, de 5 de janeiro de 2007: Estabelece as diretrizes nacionais
para o saneamento básico: altera as Leis nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de
110
11de maio de 1990, 8.666, de 21de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995,
revoga a Lei nº 6.528, de 11 de maio de 1978, e dá outras providências.
- Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010: Institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
providências.
- Decreto nº 875, de 19 de julho de 1993: Promulga a Convenção da
Basiléia sobre o Controle de Movimentos Trans-fronteiriços de Resíduos Perigosos e
seu depósito.
- Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010: Regulamenta a Lei nº 11.445,
de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, e
dá outras providências.
- Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986: Estabelece
critérios básicos e diretrizes para o Relatório de Impacto Ambiental RIMA, para o
licenciamento de atividades com significativo impacto ambiental.
- Resolução CONAMA nº 005, de 05 de agosto de 1993: Define os
procedimentos mínimos para o gerenciamento dos resíduos, com vistas a preservar a
saúde pública e a qualidade do meio ambiente.
- Resolução CONAMA nº 006, de 15 de junho de 1988: Determina o
controle específico de resíduos gerados (ou existentes) pelas atividades industriais.
- Resolução CONAMA nº 023, de 12 de dezembro de 1996: Define
critérios de classificação de resíduos perigosos.
- Resolução CONAMA nº 237, de 07 de janeiro de 1998: Trata da
alteração do Anexo 10 da Resolução CONAMA nº 23, Listagem dos resíduos perigosos
com importação proibida e resíduos não inertes classe II controlados pelo IBAMA.
- Resolução CONAMA nº 257, de 30 de junho de 1999: Procedimentos
especiais ou diferenciados para destinação adequada quando do descarte de pilhas e
baterias usadas, para evitar impactos negativos ao meio ambiente.
- Resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001: Estabelece código
de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva.
- Resolução CONAMA nº 283, de 12 de julho de 2001: Dispõe sobre o
tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde.
111
- Resolução CONAMA nº 301, de 21 de março de 2002: Altera
dispositivos da Resolução nº 258, de 26 de Agosto de 1999, que dispõe sobre
pneumáticos.
- Resolução CONAMA nº 306, de 05 de julho de 2002: Estabelece os
requisitos mínimo se o termo de referência para realização de auditorias ambientais
- Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002: Estabelece
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.
- Resolução CONAMA nº 308, de 21 de março de 2002: Licenciamento
Ambiental de sistemas de disposição final dos resíduos sólidos urbanos gerados em
municípios de pequeno porte.
- Resolução CONAMA nº 313, de 29 de outubro de 2002: Dispõe sobre o
Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.
- Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005: Dispõe sobre o
tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras
providências.
- Resolução RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004: Dispõe sobre o
regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.
112
11.3. ÂMBITO MUNICIPAL
115
Há, portanto uma diversidade de áreas a serem consideradas como arena de atuação da
atividade regulatória. A tarefa inicial deste item do estudo será a de delimitar e discernir os
setores objeto do sistema regulatório da entidade de regulação.
Inicialmente, para uma melhor colocação do problema, afigura-se possível dividir a
atividade regulatória em dois grandes vetores: a regulação interna à estrutura administrativa
da entidade de regulação e a regulação externa das atividades de regulação e fiscalização dos
serviços públicos de saneamento básico.
Vejamos como essa divisão pode oferecer uma melhor visualização dos objetivos da
consultoria a ser contratada.
116
Já as relações entre Poder Concedente, concessionários e usuários dos serviços e
atividades vinculados aos serviços de saneamento básico configuram outro aspecto digno de
menção na estruturação do sistema regulatório e que concernem à sua dimensão externa, ou
seja, a regulação a disciplinar a interação entre entidade reguladora e a sociedade,
representada seja pelos prestadores, seja pelos cidadãos que usufruem das utilidades
colocadas à sua disposição.
A abrangência da regulação externa impõe desafios específicos. Inicialmente, ao se
desenvolver o modelo de regulação a ser adotado pela entidade reguladora, deverá adaptá-lo
às especificidades do serviço público in concreto (serviços públicos de manejo de resíduos
sólidos urbanos e limpeza pública), sempre se balizando pelas características próprias que este
serviço apresenta no Município de Votorantim. Para tanto, deverão ser desenvolvidos
parâmetros de qualidade próprios, avaliações econômicas específicas, indicadores de
desempenho característicos, índices de aferição de equilíbrio econômico-financeiro
adaptados, etc.
Em síntese, as atividades de regulação interna e externa devem considerar uma ampla
gama de situações. No segundo caso, a enumeração das atividades objeto de regulação
dependerá de uma cuidadosa avaliação das situações concretas que envolvam os serviços
públicos de saneamento básico.
Para uma melhor visualização do quadro regulatório que pautará a prestação dos
serviços, segue uma descrição esquemática do afirmado até o momento.
117
contratos e tarifas. Definição do relacionamento entre órgãos do executivo e de outros
poderes, tal como aqueles encarregados do controle externo (Tribunal de Contas e Ministério
Público) – antecipação e padronização de comportamentos – (foco na organização da
administração pública).
118
1) apresentar ampla transparência e permeabilidade de modo a receber e processar
demandas e interesses dos regulados, dos consumidores e do próprio poder político;
2) ser detentor de um caráter público que lhes confira autoridade e prerrogativas
inerentes a todos órgãos públicos que manejam poder extroverso;
3) ser transparente na sua forma de atuação e permeável à participação dos
administrados (regulados ou cidadãos) no exercício da autoridade;
4) ser capaz de abarcar uma multiplicidade de funções e competências;
5) possuir a capacidade de, eficientemente, combinar o equilíbrio do sistema regulado
com o alcance de objetivos de interesse geral predicados para o setor, possuindo, para tanto,
competências e instrumentos amplos e efetivos;
6) ser detentor de profundo conhecimento sobre o setor regulado. Sua atuação deve ser
focada na sua área de especialidade – saneamento básico - em busca de legitimidade técnica
(embora não seja impossível a existência de órgãos de regulação multi-setoriais ou gerais);
7) promover o equilíbrio no sistema pela mediação, sopesamento e interlocução entre os
vários interesses existentes no setor regulado. Trata-se da necessidade de a entidade de
regulação interagir com os atores privados como forma de legitimar sua intervenção na ordem
econômica. O equilíbrio coloca-se ainda como essencial em função da necessidade de
previsibilidade de expectativas no ambiente regulatório;
8) apresentar-se como neutro. Trata-se da equidistância que o ente regulador deve
manter em face dos interesses regulados, incluídos aí também os interesses do Poder Público.
Corroborando as características essenciais mencionada, o Decreto nº 7.217/2010, que
regulamentou a Lei nº 11.445/2007, no inciso II do seu art. 30, especifica os aspectos
mínimos que deverão abranger as normas da entidade de regulação:
I - as metas progressivas de expansão e de qualidade dos serviços, de eficiência e de uso
racional do aterro sanitário, em conformidade com os serviços a serem prestados e os
respectivos prazos e prioridades;
II - padrões e indicadores de qualidade da prestação dos serviços, inclusive quanto ao
atendimento ao público;
III - requisitos operacionais e de manutenção dos sistemas;
IV - as condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico-financeiro da prestação
dos serviços, em regime de eficiência, incluindo:
a) a composição de taxas e tarifas e o sistema de cobrança;
119
b) os procedimentos e prazos de fixação e sistemática de reajustes e de revisões de taxas
e tarifas;
c) a política de subsídios tarifários e não tarifários;
V - medição, faturamento e cobrança de serviços tarifados;
VI - planos de contas da prestadora e mecanismos de informação, de auditoria e
certificação e de monitoramento dos custos;
VII – sistemática de avaliação da eficiência e eficácia dos serviços prestados;
VIII - mecanismos de participação e controle social das atividades de interesses dos
serviços públicos de saneamento básico;
IX - medidas a serem adotadas em situações de contingências e de emergências,
inclusive racionamento;
X - hipóteses de intervenção e de retomada de serviços delegados;
XI - penalidades a que estão sujeitos os prestadores de serviços por descumprimento dos
regulamentos;
XII – direitos e deveres dos usuários;
XIII – condições relativas à autorização, por titular ou titulares, para a contratação dos
serviços prestados mediante contratos de concessão ou de programa;
XIV – condições relativas à autorização de serviços prestados por usuários organizados
em cooperativas ou associações;
XV - relações entre prestadores de diferentes atividades de um mesmo serviço;
XVI - os resíduos sólidos originários de atividades comerciais, industriais e de serviços
que possam ser considerados assemelhados aos resíduos sólidos domiciliares;
XVII - os resíduos líquidos ou sólidos cuja responsabilidade pelo manejo seja atribuída
ao gerador em razão de norma legal e os encargos do gerador;
XVIII - as hipóteses de interrupção da prestação dos serviços públicos, limitadas a
situação de emergência ou de calamidade pública, especialmente a que coloque em risco a
saúde do trabalhador de serviço de saneamento básico ou a segurança de pessoas e bens; ou à
necessidade de efetuar reparos, modificações ou melhorias nos sistemas por meio de
interrupções programadas; e
XIX - a exigência de comunicação prévia aos usuários e ao Consórcio das interrupções
programadas da prestação de serviço.
120
Os itens acima enumerados representam, de certa forma, uma base comum de
características das agências reguladoras federais hoje existentes (aqui trazidas à tona a título
exemplificativo).
Isoladamente, contudo, as agências apresentam diferenças relevantes atribuíveis às
características de cada setor regulado.3 Independentemente da estrutura utilizada, será
preocupação constante a criação de mecanismos de accountability e controle da entidade de
regulação. Deveras, a maior independência e autonomia geram necessidade de maior
transparência e clareza nas suas ações:
“Uma burocracia completamente autônoma, como todo poder auto-referenciado,
traz riscos à sociedade e à democracia. A discussão ganha novos contornos com os
processos de reforma do Estado, nos quais uma das principais marcas foi o repasse da
execução de atividades antes estatais a entes privados e, nesse contexto, instrumentos de
accountability precisaram ser repensados. Além disso, cada vez mais o controle e a
accountability do Estado são inseridos num contexto de ampliação dos espaços
democráticos, que precisa chegar aos cidadãos (Clad, 2000).
Apesar de existirem áreas superpostas entre controle e accountability, podemos
estabelecer uma diferenciação operacional básica entre os termos. Para o controle
assumimos a definição de Dahl e Lindblom (1971) que o consideram como a capacidade
de um ator em fazer que outro atenda às demandas daquele, pela imposição de
restrições, penalidades e incentivos. A accountability é um conceito mais amplo, que
inclui a existência de condições para os cidadãos participarem da definição e avaliação
das políticas públicas, premiando ou punindo os responsáveis (Clad, 2000). Nessas
condições deve constar a disponibilidade de informações sobre a atuação dos governos e
seus resultados, bem como a existência de instituições que permitam contestar as ações
do poder público. Assim, controle e accountability não são sinônimos, sendo o primeiro
um dos componentes do segundo, embora sejam, num regime democrático,
indissociavelmente ligados, porque não há efetivação da accountability sem a utilização
de instrumentos institucionais de controle.”
3
Segundo nos informam Marcos Vinicius Pó e Fernando Luiz Abrucio: “Apesar de haver um modelo
básico que permeia as agências reguladoras, é um equívoco partir do pressuposto que, a despeito dos
contextos políticos e históricos das burocracias e dos setores, o formato institucional e de regras
tenha levado as agências a se comportarem da mesma forma. A implantação de um modelo
institucional não leva necessariamente a resultados semelhantes, como pode ser inferido dos
resultados deste estudo.”
ABRUCIO, Fernando Luiz; PÓ, Marcos Vinicius. Desenho e funcionamento dos mecanismos de
controle e accountability das agências reguladoras brasileiras: semelhanças e diferenças. Rev. Adm.
Pública vol.40 no.4 Rio de Janeiro July/Aug. 2006.
5 - AZEVEDO MARQUES, Floriano de.Discricionariedade e Regulação Setorial – O caso concreto dos atos de
concentração por regulador setorial, in O Poder Normativo das Agências Reguladoras, Alexandre Santos de
Aragão (coordenador), Rio de Janeiro, Forense, 2006, páginas 669 a 704.
123
13. ASPECTOS FINANCEIROS
124
13.1.1. Premissas consideradas para as simulações dos valores
Para realizar a simulação dos valores nos 20 anos utilizou-se uma metodologia de
composição de cálculo formada pelas seguintes premissas:
1) O Valor Total Mensal é a soma dos valores mensais de cada serviço;
2) O Valor Mensal de Cada Serviço é a Quantidade Mensal X Preço Unitário;
3) Preço Unitário dos Serviços: Foram calculados utilizando-se a planilha de composição
de custo padrão compatível com o conceito desenvolvido da FGV/SELUR. Os valores dos
insumos e locação de equipamentos foram atualizados com pesquisa de mercado realizada
com fornecedores e produtores. Os salários e os encargos foram atualizados de acordo com a
convenção do setor. Foram considerados investimentos estimados de forma que a
responsabilidade pela obtenção dos mesmos seja da concessionária;
4) Quantidades dos Novos Serviços: As quantidades foram calculadas para os serviços
realizados atualmente e para os outros as quantidades foram estimadas pela necessidade atual
da cidade. Podem se alterar no tempo devido às demandas dos serviços, principalmente as
equipes, produção de inertes, as quantidades de coleta, etc;
5) Investimentos: os valores dos investimentos necessários foram calculados com base
em estimativas de investimentos básicos tais como construção de células de Aterro, aquisição
de unidade de tratamento, etc. calculados através de valores obtidos em pesquisa de mercado
realizada em consulta com outras Prefeituras, fornecedores, processos de licitações em
andamento ou realizados, etc;
Abaixo são apresentadas de forma simplificada as planilhas de composição de custos dos
serviços projetados para 20 anos, contendo os investimentos necessários.
Os valores unitários refletem a aplicação do conceito de linearização dos preços unitários
para o período de 360 meses, ou seja, as despesas foram divididas sempre linearmente pelos
360 meses. Os insumos, equipamentos e mão-de-obra estão com preço atualizado até
Dez/2013.
125
Tabela 27: Investimentos Necessários
126
Neste sentido o estudo do fluxo de caixa apresentado a seguir demonstra a
necessidade de uma revisão das taxas cobradas em 12% para equilibrar os atuais níveis
de custeio e receita.
Resíduos - Cenário 1.
127
Resíduos - Cenário 2.
De acordo com a Lei 11.445 de janeiro de 2007, que estabeleceu as diretrizes nacionais
do setor de saneamento básico, este é composto pelos seguintes serviços (artigo 3):
(i) Abastecimento de água potável – composto de toda a infra-estrutura necessária para o
abastecimento de água potável incluindo a captação, ligações prediais e instrumentos de
medição;
(ii) Esgotamento sanitário – atividades e estruturas para a coleta, transporte, tratamento e
disposição final de esgotos sanitários;
128
(iii) Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos – atividades e estruturas para a coleta,
transbordo, transporte, tratamento e destino final do lixo doméstico e o decorrente da varrição
e limpeza de logradouros e vias públicas;
(iv) Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas.
Este conjunto de serviços caracteriza-se pela essencialidade e cuja ausência tende a gerar
uma série de efeitos negativos sobre a saúde pública e o meio ambiente. Vários estudos
demonstram o elevado custo decorrente de doenças associadas a falta de saneamento básico, a
contaminação ambiental em função da disposição inadequada dos resíduos, com impactos
negativos sobre a atividade econômica e a geração de emprego e renda, entre outros aspectos.
Estas são as chamadas externalidades negativas decorrentes da provisão inadequada desses
serviços.
Além da importância dos serviços uma série de especificidades está associada à provisão
desses serviços. Os ativos associados a estes serviços possuem alta especificidade com difícil
redirecionamento para outra atividade, o que implica a necessidade de um correto
dimensionamento dos investimentos necessários, problemas técnicos e de informação exigem
uma ampla regulação técnica sobre a qualidade do serviço prestado; entre outros fatores que
limitam a possibilidade de concorrência e resultam em economias de escala para os serviços.
Isto faz com que esses serviços sejam caracterizados como Serviços de Utilidade Pública
em que a universalidade dos serviços (garantir o acesso a toda população) e a qualidade
técnica são fundamentais. Como tal, as receitas devem ser suficientes para cobrir os custos
dos serviços e possibilitar os investimentos necessários na expansão dos serviços e na
manutenção dos mesmos e a cobertura de toda a população.
A Constituição define que a responsabilidade pela provisão dos diversos serviços de
saneamento – água, esgoto e limpeza urbana - é dos municípios. Esses serviços podem ser
providos diretamente pelo setor público, seja pela administração direta ou por meio de
autarquias e empresas públicas; ou serem transferidas ao setor privado, seja por meio de
concessões ou de contratação de serviços de terceiros (terceirização).
O setor se ressentiu ao longo de vários anos da ausência de leis específicas que
definissem as regras para a provisão dos diferentes serviços. A Lei do Saneamento só foi
aprovada em 2007 e prevê alguns aspectos essenciais, dentre os quais cabe destacar a
titularidade dos municípios nos serviços de saneamento, a responsabilidade pela busca da
universalização dos serviços e o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos.
129
No caso dos resíduos sólidos a lei específica só foi aprovada em agosto de 2010, Lei nº
12.305 (Lei dos Resíduos Sólidos). Esta lei estabelece uma série de princípios e objetivos,
dentre os quais se podem destacar: (i) a visão sistêmica na gestão dos resíduos (econômica,
social, ambiental, tecnológica e saúde pública); (ii) a precaução com a saúde pública; não
geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; (iii) gestão integrada de resíduos
sólidos; (iv) regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de
mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos serviços
prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira; entre
outros aspectos relacionados ao estímulo a reciclagem, ao acompanhamento do ciclo de vida
do produto; à redução da geração de resíduos, estímulo a formação e desenvolvimento das
cooperativas de catadores e sua inclusão nos programas de coleta seletiva e reciclagem;
estímulo a formação de consórcios para viabilizar a escala econômica de determinados
investimentos, entre outros objetivos.
Algumas determinações da lei devem ser destacadas, aquela que prevê o fim dos lixões
para 2014 e a implantação dos sistemas de logística reversa em determinados setores:
lâmpadas, eletrônicos, embalagens, pilhas, etc. Deve-se destacar a preocupação da lei com a
redução da geração, a reciclagem, o reuso dos resíduos; a correta disposição dos mesmos e a
implantação do princípio do poluidor-pagador, em que o responsável pela geração do resíduo
deve pagar pelo mesmo. Deverá haver cooperação entre os diferentes entes da federação seja
na elaboração dos seus respectivos seus Planos de Resíduos Sólidos, seja na implantação dos
instrumentos, na realização do investimento e no financiamento dos serviços.
Percebe-se que tanto a Lei de Concessões dos Serviços Públicos de 1995 como as leis de
Saneamento e Resíduos Sólidos e a de PPPs destacam a importância do equilíbrio
econômico-financeiro dos contratos. Isto faz com que os contratos devam ser revistos sempre
que ocorrerem mudanças decorrentes de custos mais elevados, perda de receitas,
redimensionamento de investimentos, entre outros fatores que possa sacrificar o equilíbrio dos
contratos e a prestação dos serviços. Assim, reavaliações periódicas de contratos visando à
adequação das receitas aos custos de provisão dos serviços são necessárias para garantir a
continuidade dos mesmos dentro dos critérios de qualidade técnica requerida e de
universalização.
130
Estudo do Banco Mundial mostra que a revisão de contratos de concessões e de PPPs é
bastante comum em todas as regiões do mundo, seja em países desenvolvidos ou em
desenvolvimento. Estas decorrem tanto das incertezas relacionados a contratos de longo prazo
e dificuldades em prever todos os riscos de mercado e operacionais, como em função de
alterações regulatórias que afeta o desempenho dos mesmos. Estes aspectos mostram a
incompletude dos contratos de concessão e PPPs frente à ampla variedade de situações e
incentivos aos quais estão sujeitos e que não se consegue incorporar aos contratos (Guasch,
2007). De qualquer modo revisões periódicas devem ser previstas e não devem ser
consideradas como meros erros. A sua importância é reduzir os riscos de investimentos tão
necessários para a qualidade de vida e que com maiores riscos tenderiam a ser mais caros,
com a exigência de maiores retornos, e/ou seriam realizados em menor magnitude limitando o
acesso aos serviços.
Como o principal objetivo nas concessões e PPPs é alcançar o objetivo público de
qualidade e quantidade de serviços com o menor custo seja em termos de tarifa ou de
pagamentos do setor público, os contratos devem gerar incentivos para que os provedores
busquem as melhores tecnologias e o menor custo. Neste sentido a definição do escopo de
serviços, das formas de remuneração e dos mecanismos de reajuste e revisão tarifária, entre
outros aspectos são de extrema importância. Vale destacar, que a realização de uma concessão
ou de uma PPP não exime o setor público da responsabilidade de prover os respectivos
serviços.
O setor público está delegando ao parceiro, mas ainda deve regular e fiscalizar o
cumprimento dos contratos.
Um risco muito comum em contratos com o setor público é o risco político e o de atrasos
nos pagamentos. Assim, os contratos também podem prever mecanismos para mitigar esses
riscos; como por exemplo, a constituição de fundos de garantia de pagamentos, contas
vinculadas (tarifas ou taxas vinculadas ao pagamento de determinados serviços), entre outros
mecanismos. Note-se que tanto a construção de garantias como a possibilidade de revisão de
contratos frente a ocorrência de desequilíbrios tendem a gerar amplos benefícios ao Estado e
aos cidadãos pela redução do risco e com isso do retorno exigido, reduzindo os custos dos
serviços prestados e ampliando a eficiência.
Os serviços de utilidade pública podem ser providos diretamente pelo Estado ou por meio
do setor privado seja com concessões, PPPs ou contratações do setor público. O essencial
131
nesses serviços é buscar a qualidade do atendimento e o maior acesso possível nas melhores
condições possíveis. Diversas características desses segmentos justificam a presença do setor
público, direta ou indiretamente: especificidade de ativos, restrições à concorrência;
economias de escala e escopo no oferecimento dos serviços; externalidades associadas aos
serviços, em especial sobre o meio ambiente e a saúde pública; características de bem público
em alguns serviços, entre outros. Dessa forma estes serviços requerem investimentos
constantes e, em geral, elevados; continuidade e eficiência nos serviços; modicidade de
custos. A responsabilidade pública requer então que se garanta a realização de investimentos
necessários, independente da capacidade fiscal do estado e que os serviços sejam providos de
forma eficiente ao menor custo possível. O alcance desses objetivos pode se dar com
diferentes formas de provisão, em cada contexto haverá uma mais adequada de acordo com a
capacidade financeira do setor público, a presença de empresas privadas capacitadas a prover
os serviços, entre outras variáveis que poderão determinar a forma mais eficiente.
133
destacar que a maior participação privada tende a se dar nos municípios maiores e
principalmente nas regiões Sul e Sudeste.
Na maior parte dos municípios brasileiros existe a coleta regular dos resíduos no caso dos
domicílios, em apenas 2 não se verifica a presença dos serviços. Verificam-se algumas
deficiências no caso de resíduos da saúde, tanto na regularidade da coleta, como,
principalmente na qualidade dos serviços e na existência de uma provisão específica para os
mesmos. Mas, a principal dificuldade do setor refere-se à disposição dos resíduos e a coleta
seletiva e reciclagem. No caso brasileiro, 50,8% dos municípios brasileiros destinam seus
resíduos para lixões ou vazadouros a céu aberto; 22,5% para aterros controlados, que em
muitos casos são totalmente inadequados, e apenas 27,7% direcionam para aterros sanitários.
Mesmo no estado de São Paulo, o mais rico do país, 7,6% dos municípios destina para
lixões.
Percebe-se que no país 72% dos municípios (mais de 4000) encontra-se em situação
inadequada. O mapa a seguir mostra como está a questão da destinação de resíduos sólidos no
país.
134
Vale destacar que a situação é muito melhor que a verificada no começo do século, nos
anos 2000, mas nos permite dimensionar os enormes desafios e os elevados investimentos que
deverão ser feitos para adequar esta situação no prazo estipulado pela Lei dos Resíduos. A
dificuldade é ainda maior se considerarmos os seguintes aspectos:
(i) a maior parte da provisão é feita pelas Administrações Diretas Municipais que
possuem baixa capacidade de investimentos em função do elevado comprometimento das
receitas e das restrições ao endividamento colocadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal
(LRF) e pelas resoluções de contingenciamento de crédito ao setor público;
(ii) em torno de 50% dos municípios cobra pelos serviços de manejo de resíduos sólidos,
a maior parte no próprio IPTU, mas as receitas geradas para a cobertura dos serviços na maior
parte dos casos são insuficientes;
(iii) o montante de investimentos necessários para adequar a destinação é muito elevado e
os aterros tendem a apresentar economias de escala, isto é, de acordo com a questão
tecnológica, o custo unitário tende a decrescer com o aumento do volume e, portanto, da
população;
(iv) quando se observa as carências no país estas tendem a se concentrar nas regiões de
menor densidade demográfica, municípios de menor porte, menor renda, para os quais
soluções consorciadas devem ser buscadas, isto é, realizar um investimento de maior
dimensão que atenda um número maior de municípios;
(v) os investimentos ainda tendem a ser maiores se considerarmos a necessidade de
recuperação das áreas contaminadas pela destinação inadequada do passado;
(vi) a correta destinação, a eliminação dos impactos negativos existentes e a implantação
de novos serviços (coleta seletiva, unidades de tratamento, reciclagem e reaproveitamento)
deverão ampliar de forma significativa os custos dos serviços, o impacto orçamentário e,
eventualmente, as taxas sobre a população; vale destacar, que muitos estudos mostram que a
provisão por meio de empresas privadas resulta em ganhos de eficiência superiores a 50%
podendo compensar parte do impacto.
Uma das dificuldades associadas a este quadro é que os resíduos sólidos tendem a
assumir uma elevada importância nos orçamentos municipais, em alguns casos representa
mais de 20% do total das despesas.
Os orçamentos municipais encontram-se bastante pressionados também por outras
despesas gerais como a necessidade de ampliar a qualidade da educação, tendências
135
demográficas de envelhecimento populacional e maiores gastos de saúde, entre outros. Mas
deve-se destacar que os investimentos no melhor manejo de resíduos sólidos,
semelhantemente aos em água e esgoto, tendem a gerar uma série de benefícios econômicos
relacionados a menor incidência de doenças, atração de novas atividades econômicas,
fortalecimento do turismo, redução de custos ambientais, entre outros.
Assim, são investimentos cuja taxa de retorno social é extremamente elevada,
justificando a busca de recursos para a implantação dessas políticas.
A lei de resíduos sólidos no Brasil demanda vários serviços e amplas melhorias na
provisão de serviços além de permitir instrumentos bastante modernos para a gestão: foco na
redução, reciclagem e reuso dos resíduos por meio de incentivos a melhor gestão, princípio do
poluidor pagador, educação ambiental, políticas sociais, entre outros.
Prevê-se uma maior diversidade de instrumentos ao poder público, incentivo a gestão
integral dos serviços, incentivos ao reaproveitamento e geração de receitas acessórias, ganhos
de produtividade, entre outros. Os municípios podem se valer de diferentes mecanismos de
cobrança, beneficiar-se de consórcios para alcançar escala e eficiência, diferentes mecanismos
de interação com o setor privado.
É dentro deste escopo que se insere esta proposta; desenvolver um modelo de provisão de
serviços de limpeza urbana para o município de Votorantim, que amplie a qualidade e a
abrangência dos serviços prestados, com maior eficiência e menor custo para a
municipalidade. Busca-se incentivar o uso de tecnologias modernas e as melhores práticas do
ponto de vista ambiental e social.
137
Limpeza Urbana, existem alguns outros contratos em outras secretarias assim como alguns
serviços que não são terceirizados.
Além da coleta, o transporte e destinação final dos resíduos também apresentam um
custo relativamente menor no município. O custo por tonelada tem se situado na faixa de
R$76,00 enquanto a média de municípios semelhantes tem sido da ordem de R$ 109,00. Ou
seja, se tomarmos o serviço completo de coleta, transporte e destinação, o preço de
Votorantim é da ordem de R$ 128,00 por tonelada enquanto o de municípios semelhantes
encontra-se na faixa de R$200,00; isto é, quase 38% superior ao do município. Na gestão dos
resíduos da saúde também se observa uma situação mais favorável para o município.
Vale destacar, que parcela dessa situação favorável pode refletir defasagens de preço e
não apenas maior eficiência. A renovação dos contratos atuais por si só, deverá gerar uma
elevação dos custos em torno de 20% no total das despesas, ou seja, mantido os mesmos
serviços atuais deverá ocorrer um aumento do valor dos contratos em função das defasagens
existentes. Essas diferenças decorrem, essencialmente, de uma forte elevação dos salários nos
últimos anos que tem crescido muito acima dos índices de preços, em função do momento
favorável da economia brasileira, que tende a gerar forte impacto nos custos, em especial de
setores intensivos em mão de obra como a limpeza urbana.
A seguir, apresentamos um comparativo de preços praticados no município em relação a
outros. Os dados apresentados referem-se ao valor atualizado pelo IPCA dos preços que
constavam nos editais dos referidos serviços; os preços praticados hoje pelo prestador e o
preço médio em cidades semelhantes (40 a 800 mil habitantes das regiões Sul e Sudeste) de
acordo com o levantamento do Ministério das Cidades.
138
Se tomarmos como referência os preços do SNIR apenas para os serviços nos quais se
dispõe de informações nesta base, observa-se que o custo seria da ordem de 75% maior que os
praticados, ou seja, as despesas em Votorantim são significativamente menores que no resto
do país. Destaca-se o menor custo da coleta, transporte, destinação de resíduos domiciliares e
varrição que correspondem, em geral, aos principais componentes de custos dos serviços de
limpeza urbana.
A tabela acima apresenta apenas uma parcela dos serviços prestados para os quais
existem informações disponíveis no SNIR. Mas, a melhor situação do município também
pode ser verificada pelos gastos totais por habitante que é significativamente mais baixo em
Votorantim.
Conforme destacado, o município tem gasto em torno de R$ 9 milhões por ano com
Resíduos Sólidos Urbanos, além da Saúde e Construção Civil, o que gera uma despesa per
capita da ordem de R$73,00 considerando uma população na faixa dos 131 mil habitantes. De
acordo com o último panorama do setor realizado pela ABRELPE (Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) em 2010, a média de gastos nos
municípios brasileiros era de R$119,00 e nos do Sudeste era de R$ 138,00.
O custo por habitante no município é inferior ao de regiões caracterizadas por coleta
irregular dos serviços e destinação totalmente inadequada de serviços na forma de lixões.
Além disso, se considerarmos que a renda per capita do município está muito acima da média
nacional, verifica-se que o peso das despesas com resíduos no orçamento domiciliar está
muito aquém de outras localidades do país.
139
Mas, conforme destacado no diagnóstico, o município ainda apresenta uma série de
deficiências que deverão ser atacadas. Entre os problemas verificados no município destaca-se
a baixa presença da coleta seletiva, tanto no que diz respeito aos bairros atendidos na coleta
porta a porta como na disponibilidade de pontos para entrega voluntária. Assim, dever-se-á
ampliar este serviço. Outra dificuldade refere-se aos resíduos da construção civil, em especial
de pequenos geradores, tornando-se necessária a expansão de ecopontos para a disposição
desses resíduos. Outro aspecto a ser destacado é a necessidade de uma correta destinação do
conjunto de resíduos da construção civil que, em muitos casos, são despejados de forma
inadequada.
A ampliação desses serviços e a melhora dos indicadores de reciclagem e reutilização
de resíduos dependem de um amplo programa de educação ambiental que estimule um maior
envolvimento da sociedade. Outros programas que deverão ser incorporados referem-se à
recuperação dos passivos ambientais gerados por problemas acumulados ao longo dos anos
em função da disposição inadequada dos resíduos; o aproveitamento energético do biogás e de
resíduos, os centros de triagem de materiais, entre outros.
Mesmo em alguns serviços já oferecidos o grau de cobertura mostra-se insuficiente.
Destaca-se nesse sentido a varrição, o corte de grama, poda de árvores, manutenção de
parques e jardins; limpeza de terrenos, entre outros. No caso destes serviços é importante
preservar as metas de prestação de serviço sem oscilações nas ordens de serviço em função da
disponibilidade de recursos.
O município tem apresentado um elevado crescimento econômico nos últimos anos e
uma elevada taxa de crescimento demográfico. Assim, tanto pelo aumento populacional como
pelo aumento da renda deverá ocorrer uma grande ampliação nos serviços a serem prestados:
maior geração de resíduos, ampliação das ruas e avenidas a serem varridas, criação de novas
áreas de lazer, parques e jardins; aumento das áreas verdes do município e das árvores nas
principais vias, entre outros. Os serviços de saúde e seus resíduos deverão continuar com um
forte crescimento. A expansão imobiliária deverá manter a trajetória ascendente de resíduos
da construção civil, enfim, os serviços de limpeza urbana deverão ter uma forte expansão nos
próximos anos.
Percebe-se, portanto, que os investimentos necessários e os custos decorrentes da
provisão de uma gestão integral de resíduos sólidos no município resultarão em ampliação das
despesas municipais. Mas, deve-se destacar que os benefícios econômicos e sociais gerados
140
tendem a superar esses custos em termos de melhora da qualidade de vida, benefícios
ambientais, impactos na saúde, entre outros fatores. Uma questão relevante para determinar as
condições em que os serviços serão prestados é a situação das finanças públicas municipais.
141
14.2. ESTRUTURAS A SEREM IMPLANTADAS
142
ser o EIA - Estudo de Impacto Ambiental e respectivo RIMA - Relatório de Impacto
Ambiental. As atividades pertinentes ao desenvolvimento deste estudo são:
• Elaboração de Termo de Referência para a elaboração do EIA;
• Protocolo do Termo de Referência na CETESB;
• Realização de Audiência Pública para a discussão do Termo de Referência;
• Obtenção do Plano de Trabalho junto á CETESB;
• Contratação do Estudo de Impacto Ambiental;
• Elaboração do Estudo de Impacto Ambiental;
• Apresentação dos resultados do Estudo de Impacto Ambiental em Audiência Pública;
• Apresentação do Estudo de Impacto Ambiental para o Conselho Estadual do Meio
Ambiente;
• Obtenção da L.P licença Prévia;
• Atendimento aos requisitos estabelecidos na Licença Prévia para a obtenção da L.I -
Licença de Instalação;
• Elaboração do Projeto Básico Ambiental;
• Requerimento e Obtenção da Licença de Instalação.
143
O processo deve ser acompanhado da Certidão de Uso e Ocupação do Solo, expedida
pela Prefeitura de Votorantim, emitida, no máximo, até 180 dias antes da data do pedido da
licença e em conformidade com o parágrafo 1o do artigo 10 da Resolução CONAMA
237/1997. Da mesma forma a Prefeitura de Votorantim, deverá emitir a manifestação do
órgão ambiental municipal, nos termos da Resolução SMA 22/2009 em conformidade com o
artigo 5º e Resolução CONAMA 237/1997.
145
empreendimentos previstos, para a obtenção da L.O - Licença de Operação, que somente será
solicitada após a conclusão dos mesmos, deve se prever o prazo de 02 meses para a obtenção
da mesma.
146
intermunicipal ou não, devidamente licenciado, para os 100% dos resíduos domiciliares
coletados.
É importante informar que a Lei Municipal Nº 825/90 autoriza o executivo a participar
de consórcios intermunicipais. E desde o mês de julho de 2014, a Prefeitura Municipal de
Votorantim, por meio do Programa Municipal de Parcerias Público-Privadas (PPPs) pode atrair
investimentos da iniciativa privada para a concretização de obras ou projetos de interesse
municipal.
De uma maneira geral, dentre os indicadores relacionados aos resíduos sólidos urbanos,
o mais utilizado no Brasil e no mundo é o da quantidade gerada de resíduos/habitante/unidade
de tempo. Outro indicador largamente medido se refere à recuperação de resíduos municipais,
percebido como o conjunto de operações (reciclagem, reutilização ou compostagem) que
permitem o aproveitamento total ou parcial dos resíduos.
No presente estudo será utilizado, de forma “referencial”, o conjunto de 12 indicadores
de sustentabilidade específicos para a gestão de RSU, propostos por MILANEZ (2002). De
acordo com POLAZ & TEIXEIRA, (2008), aquele autor obteve uma lista abrangente de
indicadores após uma ampla pesquisa à bibliografia nacional e internacional sobre os
indicadores associados à gestão de RSU, comumente utilizados para monitorar e avaliar o
desempenho de políticas institucionais.
Ainda segundo POLAZ & TEIXEIRA, (2008), numa segunda etapa, Milanez definiu 11
princípios de sustentabilidade específicos para resíduos, sendo que, para um deles (respeito ao
contexto local), não foi definido um indicador. Em seguida, ordenou e comparou os indicadores
obtidos na literatura que, então, sofreram um processo de seleção e ajustes.
Os critérios levados em consideração pelo autor para a escolha dos indicadores foram:
coerência com a realidade local, relevância, clareza na comunicação, construção e
monitoramento participativo, facilidade para definir metas, consistência científica,
acessibilidade dos dados, confiabilidade da fonte, sensibilidade a mudanças no tempo,
preditividade e capacidade de síntese do indicador.
147
Os 12 temas para os quais houve a proposição de indicadores foram:
(1) assiduidade dos trabalhadores do serviço de limpeza pública;
(2) existência de situações de risco à saúde em atividades vinculadas à gestão de RSU;
(3) postos de trabalho associados à cadeia de resíduos apoiados pelo poder público;
(4) canais de participação popular no processo decisório da gestão dos RSU;
(5) realização de parcerias com outras administrações públicas ou com agentes da
sociedade civil;
(6) acesso da população às informações relativas à gestão dos RSU;
(7) população atendida pela coleta domiciliar de resíduos sólidos;
(8) gastos econômicos com a gestão dos RSU;
(9) autofinanciamento da gestão dos RSU;
(10) recuperação de áreas degradadas;
(11) medidas mitigadoras previstas nos estudos de impacto ambiental/licenciamento
ambiental;
(12) recuperação de material oriundo do fluxo de resíduos realizada pela administração
municipal.
Para cada indicador, Milanez definiu três parâmetros de avaliação relativos a tendência
à sustentabilidade:
(i) MD - Muito Desfavorável;
(ii) D– Desfavorável; e
(iii) F - Favorável.
Assim, tomando por base todo o anteriormente exposto, assume-se no presente estudo
que o modelo proposto por Milanezs e alinha aos princípios de sustentabilidade, conforme
preconizados na PNRS.
Dessa forma, aplicando-se as necessárias adequações às questões “locais” (Votorantim),
conforme sugerem POLAZ & TEIXEIRA, (2007), os seguintes critérios foram utilizados para o
processo de seleção dos indicadores para o município de Votorantim:
(i) quando os indicadores do modelo de Milanezs e mostraram adequados ao
atendimento dos problemas diagnosticados no município de Votorantim, os mesmos foram
adotados no presente estudo;
148
(ii) nos casos contrários, foram buscados os indicadores que se relacionam diretamente
com o problema diagnosticado; porém, oriundos de outras literaturas que também servem de
base conceitual para o tema em questão;
(iii) Se nenhum dos critérios anteriores deu atendimento ao problema diagnosticado,
fez-se um exercício específico na busca da formulação de novos indicadores.
A tabela a seguir, elenca os “indicadores locais” assumidos para a gestão municipal dos
RSU de Votorantim, organizados segundo as diferentes “dimensões de sustentabilidade”
adotadas para este estudo.
149
150
151
(*) Baseado e adaptado de POLAZ & TEIXEIRA (2007).
152
Do anteriormente exposto, vale ser enfatizados que o conjunto aqui proposto de
indicadores foi direcionado para a gestão pública de RSU no município de Votorantim, de
forma que a geração e a divulgação sistemática de resultados – a partir de sua aplicação
periódica – podem tornar as características desta gestão mais transparentes à sociedade em
geral.
Entende-se, ainda, que a sensibilização e a participação dos diversos agentes e parceiros
envolvidos com a gestão de RSU em Votorantim poderão legitimar a implementação efetiva e
permanente de um sistema de indicadores locais, possibilitando a criação de mecanismos de
controle social e o estabelecimento de metas que apontem para uma gestão “mais sustentável”
dos RSU.
Ou seja, assume-se que um indicador jamais será bom o suficiente se a comunidade não
o julgar importante para a sua realidade; daí o fato fundamental de envolvê-la neste processo
de desenvolvimento.
153
maior demanda e requisitar equipamentos e próprios municipais ou particulares, atendidos os
requisitos legais, para reforço de suas atividades.
De uma maneira geral, os serviços de Coleta e Limpeza Pública se integram aos
esforços da Defesa Civil do Município, desde a fase do planejamento até a intervenção nas
situações que demandem a intervenção da Defesa Civil. Reciprocamente os esforços da
Defesa Civil podem ser acionados em caso de emergência ou contingência nos serviços de
limpeza e coleta de resíduos.
Os serviços de Coleta e Limpeza pública poderão, em situações críticas, ter suas regras
de atendimento e funcionamento operacional modificadas pelo poder público visando melhor
atender o interesse público, em especial as questões de saúde pública.
A tabela a seguir, consolida os principais Procedimentos para Ações de Emergência e
Contingência.
154
155
156
17. CONCLUSÕES
157
• Racionalização da estrutura administrativa da Prefeitura, com integração das ações e
contratos;
• Educação ambiental e participação social como ações estruturantes da política
municipal de resíduos sólidos;
• Ações para eliminação de passivos ambientais;
• Definição dos mecanismos de regulação e fiscalização;
• Definição de indicadores para avaliação sistemática da qualidade da prestação dos
serviços;
• Planejamento e avaliação periódica (máximo a cada 04 anos) com participação e
controle social;
• A universalização da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo
de resíduos sólidos.
CETESB (2001): Relatórios de Qualidade Ambiental 2000. Secretaria do Meio Ambiente, SP,
(CD-ROM).
158
INSTITUTO GEOLÓGICO/COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO
AMBIENTAL/ DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA
(IG/CETESB/DAEE). 1997. Mapeamento da vulnerabilidade e risco depoluição das águas
subterrâneas no Estado de São Paulo. IG, CETESB, DAEE. São Paulo, 2 volumes.
KAYANO, J. & CALDAS, E. L. (2002) Indicadores para o diálogo. In: CACCIA-BAVA, S.;
PAULICA, V.; SPINK, P. (orgs). Novos contornos da gestão local: conceitos em construção.
Polis:Programa Gestão Pública e Cidadania/FGV – EAESP, São Paulo.
OLIVEIRA-FILHO, A.T.; RATTER, J.A. A study of the origin of central Brazilian forests by
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Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Série Manuais Técnicos em Geociências. N° 1.
92 p. 1991.
159
19. ANEXOS
ANEXO I
160
sendo altamente desenvolvido, ainda destina a maior dos resíduos para os aterros sanitários,
porém apresenta um alto percentual de reciclagem de materiais.
FIGURA 1 – Comparação da utilização de reciclagem, compostagem, transformação de resíduos
em energia e de aterros em diferentes países
161
A Tabela 1 mostra a situação do tratamento e valorização de RSU coletados no Brasil,
na região Sudeste, no Estado de São Paulo (ABRELPE, 2010) e em Votorantim e resíduos da
construção civil (RCC), destacando:
Nota-se que:
a) No Estado de São Paulo, o mais desenvolvido da União, ainda são utilizados lixões e
aterros controlados.
b) Não há dados gerais disponíveis para se determinar o volume de reciclagem de
materiais. Sabe-se que 79,5% dos municípios do Sudeste têm algum programa de coleta
seletiva e de triagem de material para reciclagem.
c) Não há plantas de conversão dos resíduos em energia. Existem vários aterros
sanitários que produzem energia a partir do biogás.
d) Há poucas iniciativas de compostagem de material orgânico para produção de adubo.
OCEAGESP tem um programa de produção de adubo a partir dos restos de matéria orgânica.
No caso dos resíduos da construção civil (RCC ou RCD – Resíduos da Construção e
Demolição) o tratamento, o reaproveitamento e a destinação correta dos rejeitos são quase
inexistentes, sendo a maioria destes resíduos lançadas em logradouros públicos.
Assim, concluímos sucintamente que:
• Há muito espaço para implantação de programas destinados à educação ambiental,
visando a redução na fonte dos resíduos, a separação e a coleta seletiva dos materiais
recicláveis, bem como para implantação de técnicas de tratamento e reaproveitamento dos
diversos tipos de resíduos sólidos;
162
• Há diferentes tecnologias disponíveis para o tratamento, reaproveitamento e
destinação final correta dos rejeitos;
• A responsabilidade, de acordo com a legislação vigente, de implantar, coordenar e
fiscalização os programas de gestão dos resíduos sólidos é do Município, a quem compete
legislar sobre o tema.
• Cada Município deve implantar o programa que mais atende às suas características
socioeconômicas;
• Há uma crescente preocupação com a geração e a destinação dos resíduos (“lixo”)
gerados e seu impacto na sustentabilidade de nosso planeta;
• O desenvolvimento tecnológico na área de tratamento e reaproveitamento de resíduos
tem sido muito rápido, proporcionando o surgimento de diversas alternativas técnicas.
• Finalmente, são propostos a seguir alguns modelos para tratamento, processamento e
aproveitamento dos resíduos sólidos urbanos e da construção civil.
163
Figura 3 – Alternativas de valorização de RSU
164