Lógica Matemática

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MATEMÁTICA/ RACIOCÍNIO LÓGICO

10) Resposta “6171”. 4. Conectivos lógicos


Solução: Dados: Conectivos lógicos são palavras usadas para conectar
M(5) = 1000, 1005, ..., 9995, 10000. as proposições formando novas sentenças.
M(7) = 1001, 1008, ..., 9996. Os principais conectivos lógicos são:
M(35) = 1015, 1050, ... , 9975.
M(1) = 1, 2, ..., 10000.
Para múltiplos de 5, temos: an = a1+ (n-1).r → 10000 = ~ não
1000 + (n - 1). 5 → n = 9005/5 → n = 1801. ∧ e
Para múltiplos de 7, temos: an = a1+ (n-1).r → 9996 =
1001 + (n - 1). 7 → n = 9002/7 → n = 1286. V Ou
Para múltiplos de 35, temos: an = a1 + (n - 1).r → 9975 → se…então
= 1015 + (n - 1).35 → n = 8995/35 → n = 257.
Para múltiplos de 1, temos: an = a1 = (n -1).r → 10000 ↔ se e somente se
= 1000 + (n - 1).1 → n = 9001.
Sabemos que os múltiplos de 35 são múltiplos comuns 5. Proposições simples e compostas
de 5 e 7, isto é, eles aparecem no conjunto dos múltiplos de As proposições simples são assim caracterizadas por
5 e no conjunto dos múltiplos de 7 (daí adicionarmos uma apresentarem apenas uma ideia. São indicadas pelas letras
vez tal conjunto de múltiplos). minúsculas: p, q, r, s, t...
Total = M(1) - M(5) - M(7) + M(35). As proposições compostas são assim caracterizadas
Total = 9001 - 1801 - 1286 + 257 = 6171 por apresentarem mais de uma proposição conectadas pe‐
los conectivos lógicos. São indicadas pelas letras maiúscu‐
las: P, Q, R, S, T...
2. RACIOCÍNIO LÓGICO‐MATEMÁTICO: Obs: A notação Q(r, s, t), por exemplo, está indicando
PROPOSIÇÕES, CONECTIVOS, EQUIVALÊNCIA que a proposição composta Q é formada pelas proposi‐
E IMPLICAÇÃO LÓGICA, ARGUMENTOS ções simples r, s e t.
VÁLIDOS.
Exemplo:
1. LÓGICA MATEMÁTICA: PROPOSIÇÕES.
VALORES LÓGICOS. OPERAÇÕES E Proposições simples:
PROPRIEDADES. NEGAÇÃO. SENTENÇAS p: Meu nome é Raissa
ABERTAS E QUANTIFICADORES. q: São Paulo é a maior cidade brasileira
r: 2+2=5
s: O número 9 é ímpar
Estruturas lógicas t: O número 13 é primo

1. Proposição Proposições compostas


Proposição ou sentença é um termo utilizado para ex‐ P: O número 12 é divisível por 3 e 6 é o dobro de 12.
primir ideias, através de um conjunto de palavras ou sím‐ Q: A raiz quadrada de 9 é 3 e 24 é múltiplo de 3.
bolos. Este conjunto descreve o conteúdo dessa ideia. R(s, t): O número 9 é ímpar e o número 13 é primo.
São exemplos de proposições:
p: Pedro é médico. 6. Tabela-Verdade
q: 5 > 8
r: Luíza foi ao cinema ontem à noite. A tabela-verdade é usada para determinar o valor lógi‐
co de uma proposição composta, sendo que os valores das
2. Princípios fundamentais da lógica proposições simples já são conhecidos. Pois o valor lógico
Princípio da Identidade: A é A. Uma coisa é o que é. da proposição composta depende do valor lógico da pro‐
O que é, é; e o que não é, não é. Esta formulação remonta posição simples.
a Parménides de Eleia.
Principio da não contradição: Uma proposição não A seguir vamos compreender como se constrói essas
pode ser verdadeira e falsa, ao mesmo tempo.
tabelas-verdade partindo da árvore das possibilidades dos
Principio do terceiro excluído: Uma alternativa só
valores lógicos das preposições simples, e mais adiante ve‐
pode ser verdadeira ou falsa.
remos como determinar o valor lógico de uma proposição
3. Valor lógico
Considerando os princípios citados acima, uma propo‐ composta.
sição é classificada como verdadeira ou falsa.
Sendo assim o valor lógico será:
- a verdade (V), quando se trata de uma proposição
verdadeira.
- a falsidade (F), quando se trata de uma proposição
falsa.

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Proposição composta do tipo P(p, q) 8. O conectivo e e a conjunção

O conectivo e e a conjunção de duas proposi‐


ções p e q é outra proposição que tem como valor lógi‐
co V se p e q forem verdadeiras, e F em outros casos. O
símbolo p Λ q (p e q) representa a conjunção, com a se‐
guinte tabela-verdade:

P q pΛq
V V V
Proposição composta do tipo P(p, q, r) V F F
F V F
F F F

Exemplo

p = 2 é par
q = o céu é rosa
p Λ q = 2 é par e o céu é rosa

P q pΛq
Proposição composta do tipo P(p, q, r, s)
A tabela-verdade possui 24 = 16 linhas e é formada V F F
igualmente as anteriores.
p=9<6
Proposição composta do tipo P(p1, p2, p3,..., pn) q = 3 é par
A tabela-verdade possui 2n linhas e é formada igual‐ p Λ q: 9 < 6 e 3 é par
mente as anteriores.
P q pΛq
7. O conectivo não e a negação
F F F
O conectivo não e a negação de uma proposição p é
outra proposição que tem como valor lógico V se p for fal‐
sa e F se p é verdadeira. O símbolo ~p (não p) representa a
9. O conectivo ou e a disjunção
negação de p com a seguinte tabela-verdade:
O conectivo ou e a disjunção de duas proposi‐
ções p e q é outra proposição que tem como valor lógi‐
P ~P co V se alguma das proposições for verdadeira e F se as
V F duas forem falsas. O símbolo p ∨ q (p ou q) representa a
disjunção, com a seguinte tabela-verdade:
F V

Exemplo: P q pVq
V V V
p = 7 é ímpar
V F V
~p = 7 não é ímpar
F V V
P ~P F F F
V F
Exemplo:
q = 24 é múltiplo de 5
p = 2 é par
~q = 24 não é múltiplo de 5
q = o céu é rosa
p ν q = 2 é par ou o céu é rosa
q ~q
F V P q pVq
V F V

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10. O conectivo se… então… e a condicional


A condicional se p então q é outra proposição que tem como valor lógico F se p é verdadeira e q é falsa. O símbo‐
lo p → q representa a condicional, com a seguinte tabela-verdade:
P q p→q
V V V
V F F
F V V
F F V

Exemplo:
P: 7 + 2 = 9
Q: 9 – 7 = 2
p → q: Se 7 + 2 = 9 então 9 – 7 = 2

P q p→q
V V V

p=7+5<4
q = 2 é um número primo
p → q: Se 7 + 5 < 4 então 2 é um número primo.

P q p→q
F V V
p = 24 é múltiplo de 3 q = 3 é par
p → q: Se 24 é múltiplo de 3 então 3 é par.

P q p→q
V F F
p = 25 é múltiplo de 2
q = 12 < 3
p → q: Se 25 é múltiplo de 2 então 2 < 3.

P q p→q
F F V

11. O conectivo se e somente se e a bicondicional


A bicondicional p se e somente se q é outra proposição que tem como valor lógico V se p e q forem ambas verdadeiras
ou ambas falsas, e F nos outros casos.
O símbolo    representa a bicondicional, com a seguinte tabela-verdade:

P q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V
Exemplo
p = 24 é múltiplo de 3
q = 6 é ímpar  
= 24 é múltiplo de 3 se, e somente se, 6 é ímpar.
P q p↔q
V F F

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12. Tabela-Verdade de uma proposição composta

Exemplo
Veja como se procede a construção de uma tabela-verdade da proposição composta P(p, q) = ((p ⋁ q) → (~p)) → (p ⋀
q), onde p e q são duas proposições simples.

Resolução
Uma tabela-verdade de uma proposição do tipo P(p, q) possui 24 = 4 linhas, logo:

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V
V F
F V
F F

Agora veja passo a passo a determinação dos valores lógicos de P.


a) Valores lógicos de p ν q

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V
V F V
F V V
F F F

b) Valores lógicos de ~P

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F
V F V F
F V V V
F F F V

c) Valores lógicos de (p V p)→(~p)

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F
V F V F F
F V V V V
F F F V V

d) Valores lógicos de p Λ q

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F V
V F V F F F
F V V V V F
F F F V V F

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e) Valores lógicos de ((p V p)→(~p))→(p Λ q)

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F V V
V F V F F F V
F V V V V F F
F F F V V F F

13. Tautologia
Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma Tautologia se ela for sempre
verdadeira, independentemente dos valores lógicos das proposições p, q, r, ... que a compõem.

Exemplos:
• Gabriela passou no concurso do INSS ou Gabriela não passou no concurso do INSS

• Não é verdade que o professor Zambeli parece com o Zé gotinha ou o professor Zambeli parece com o Zé gotinha.
Ao invés de duas proposições, nos exemplos temos uma única proposição, afirmativa e negativa. Vamos entender isso
melhor.
Exemplo:
Grêmio cai para segunda divisão ou o Grêmio não cai para segunda divisão

Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “V”


Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p V ~p

Exemplo
A proposição p ∨ (~p) é uma tautologia, pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a tabela-verdade.

p ~P pVq
V F V
F V V

Exemplo
A proposição (p Λ q) → (p q) é uma tautologia, pois a última coluna da tabela-verdade só possui V.

p q pΛq p↔q (p Λ q)→(p↔q)


V V V V V
V F F F V
F V F F V
F F F V V

14. Contradição
Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma contradição se ela for sem-
pre falsa, independentemente dos valores lógicos das proposições p, q, r, ... que a compõem
Exemplos:
• O Zorra total é uma porcaria e Zorra total não é uma porcaria
• Suelen mora em Petrópolis e Suelen não mora em Petrópolis
Ao invés de duas proposições, nos exemplos temos uma única proposição, afirmativa e negativa. Vamos entender isso
melhor.
Exemplo:
Lula é o presidente do Brasil e Lula não é o presidente do Brasil
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “^”
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ^ ~p

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Exemplo Diferenciação dos símbolos ↔ e ⇔


A proposição (p Λ q) Λ (p Λ q) é uma contradição, O símbolo ↔ representa uma operação entre as propo‐
pois o seu valor lógico é sempre F conforme a tabela-ver‐ sições P e Q, que tem como resultado uma nova proposi‐
dade. Que significa que uma proposição não pode ser falsa ção P ↔ Q com valor lógico V ou F.
e verdadeira ao mesmo tempo, isto é, o princípio da não O símbolo ⇔ representa a não ocorrência de VF e
contradição. de FV na tabela-verdade P ↔ Q, ou ainda que o valor lógi‐
co de P ↔ Q é sempre V, ou então P ↔ Q é uma tautologia.
p ~P q Λ (~q)
Exemplo
V F F A tabela da bicondicional (p → q) ↔ (~q → ~p) será:
F V F
p q ~q ~p p→q ~q→~p (p→q)↔(~q→~p)
15. Contingência
Quando uma proposição não é tautológica nem contra V V F F V V V
válida, a chamamos de contingência ou proposição contin- V F V F F F V
gente ou proposição indeterminada. F V F V V V V
A contingência ocorre quando há tanto valores V como
F na última coluna da tabela-verdade de uma proposição. F F V V V V V
Exemplos: P∧Q , P∨Q , P→Q ...
Portanto, p → q é equivalente a ~q → ~p, pois estas
16. Implicação lógica proposições possuem a mesma tabela-verdade ou a bicon‐
Definição dicional (p → q) ↔ (~q → ~p) é uma tautologia.
A proposição P implica a proposição Q, quando a con‐ Veja a representação:
dicional P → Q for uma tautologia. (p → q) ⇔ (~q → ~p)
O símbolo P ⇒ Q (P implica Q) representa a implica‐
ção lógica. EQUIVALÊNCIAS LOGICAS NOTÁVEIS
Diferenciação dos símbolos → e ⇒
O símbolo → representa uma operação matemática Dizemos que duas proposições são logicamente equi‐
entre as proposições P e Q que tem como resultado a pro‐ valentes (ou simplesmente equivalentes) quando os resul‐
posição P → Q, com valor lógico V ou F. tados de suas tabelas-verdade são idênticos.
O símbolo ⇒ representa a não ocorrência de VF na Uma consequência prática da equivalência lógica é que
tabela-verdade de P → Q, ou ainda que o valor lógico da ao trocar uma dada proposição por qualquer outra que lhe
condicional P → Q será sempre V, ou então que P → Q é seja equivalente, estamos apenas mudando a maneira de
uma tautologia. dizê-la.
A equivalência lógica entre duas proposições, p e q,
Exemplo pode ser representada simbolicamente como: p q, ou sim‐
A tabela-verdade da condicional (p Λ q) → (p ↔ q) será: plesmente por p = q.
Começaremos com a descrição de algumas equivalên‐
cias lógicas básicas.
p q pΛq P↔Q (p Λ q)→(P↔Q)
V V V V V Equivalências Básicas

V F F F V 1. p e p = p
Ex: André é inocente e inocente = André é inocente
F V F F V
F F F V V 2. p ou p = p
Ex: Ana foi ao cinema ou ao cinema = Ana foi ao cine‐
Portanto, (p Λ q) → (p ↔ q) é uma tautologia, por ma
isso (p Λ q) ⇒ (p ↔q)
3. p e q = q e p
17. Equivalência lógica Ex: O cavalo é forte e veloz = O cavalo é veloz e forte

Definição 4. p ou q = q ou p
Há equivalência entre as proposições P e Q somen‐ Ex: O carro é branco ou azul = O carro é azul ou bran‐
te quando a bicondicional P ↔ Q for uma tautologia ou co
quando P e Q tiverem a mesma tabela-verdade. P ⇔ Q (P
é equivalente a Q) é o símbolo que representa a equiva‐ 5. p ↔ q = q ↔ p
lência lógica. Ex: Amo se e somente se vivo = Vivo se e somente se
amo.

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6. p ↔ q = (pq) e (qp) Para negar a bicondicional, teremos na verdade que


Ex: Amo se e somente se vivo = Se amo então vivo, e negar a sua conjunção equivalente.
se vivo então amo E para negar uma conjunção, já sabemos, nega-se as
duas partes e troca-se o E por OU. Fica para casa a de‐
Para facilitar a memorização, veja a tabela abaixo: monstração da negação da bicondicional. Ok?

Outras equivalências
Algumas outras equivalências que podem ser relevan‐
tes são as seguintes:

1) p e (p ou q) = p
Ex: Paulo é dentista, e Paulo é dentista ou Pedro é mé‐
dico = Paulo é dentista

2) p ou (p e q) = p
Ex: Paulo é dentista, ou Paulo é dentista e Pedro é mé‐
dico = Paulo é dentista
Por meio das tabelas-verdade estas equivalências po‐
Equivalências da Condicional dem ser facilmente demonstradas.
As duas equivalências que se seguem são de funda‐ Para auxiliar nossa memorização, criaremos a tabela
mental importância. Estas equivalências podem ser veri‐ seguinte:
ficadas, ou seja, demonstradas, por meio da comparação
entre as tabelas-verdade. Fica como exercício para casa
estas demonstrações. As equivalências da condicional são
as seguintes:
1) Se p então q = Se não q então não p.
Ex: Se chove então me molho = Se não me molho en‐ NEGAÇAO DE PROPOSIÇÕES COMPOSTAS
tão não chove
2) Se p então q = Não p ou q.
Ex: Se estudo então passo no concurso = Não estudo
ou passo no concurso
Colocando estes resultados em uma tabela, para aju‐
dar a memorização, teremos:

Questoes comentadas:

1. (PROCERGS - Técnico de Nível Médio - Técnico em


Equivalências com o Símbolo da Negação Segurança do Trabalho - FUNDATEC/2012) A proposição
Este tipo de equivalência já foi estudado. Trata-se, tão “João comprou um carro novo ou não é verdade que João
somente, das negações das proposições compostas! Lem‐ comprou um carro novo e não fez a viagem de férias.” é:
bremos: A) um paradoxo.
B) um silogismo.
C) uma tautologia.
D) uma contradição.
E) uma contingência.

Tautologia é uma proposição composta cujo resultado


é sempre verdadeiro para todas as atribuições que se têm,
independentemente dessas atribuições.
Rodrigo, posso estar errada, mas ao construir a tabela-
verdade com a proposição que você propôs não vamos ter
É possível que surja alguma dúvida em relação a úl‐ uma tautologia, mas uma contingência.
tima linha da tabela acima. Porém, basta lembrarmos do A proposição a ser utilizada aqui seria a seguinte: P v
que foi aprendido: ~(P ^ ~Q), que, ao construirmos a tabela-verdade ficaria
p↔q = (pq) e (qp) da seguinte forma:
(Obs: a BICONDICIONAL tem esse nome: porque equi‐
vale a duas condicionais!)

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PV A decisão judicial é “O réu deve ser imediatamente sol‐


P Q ~Q (P/\~Q) ~(P/\~Q) to, se por outro motivo não estiver preso”, logo se o réu
~(P/\~Q)
continuar preso sem outro motivo para estar preso, será
V V F F V V descumprida a decisão judicial.
V F V V F V
5. Se o réu for imediatamente solto, mesmo havendo
F V F F V V
outro motivo para permanecer preso, então, a decisão ju‐
F F V F V V dicial terá sido descumprida.
A) Certo
2. (PM-BA - Soldado da Polícia Militar - FCC /2012) B) Errado
A negação lógica da proposição: “Pedro é o mais velho
da classe ou Jorge é o mais novo da classe” é P = se houver outro motivo
A) Pedro não è o mais novo da classe ou Jorge não é o Q = será solto
mais velho da classe. A decisão foi: Se não P então Q, logo VV = V
B) Pedro é o mais velho da classe e Jorge não é o mais A questão afirma: Se P então Q, logo FV = V
novo da classe. Não contrariou, iria contrariar se a questão resultasse
C) Pedro não é o mais velho da classe e Jorge não é o V+F=F
mais novo da classe.
D) Pedro não é o mais novo da classe e Jorge não é o 6. As proposições “Se o réu não estiver preso por outro
mais velho da classe. motivo, deve ser imediatamente solto” e “Se o réu não for
E) Pedro é o mais novo da classe ou Jorge é o mais imediatamente solto, então, ele está preso por outro moti‐
novo da classe. vo” são logicamente equivalentes.

p v q= Pedro é o mais velho da classe ou Jorge é o mais A) Certo


novo da classe. B) Errado
~p=Pedro não é o mais velho da classe.
~q=Jorge não é o mais novo da classe. O réu não estiver preso por outro motivo = ~P
~(p v q)=~p v ~q= Pedro não é o mais velho da classe Deve ser imediatamente solto = S
ou Jorge não é o mais novo da classe. Se o réu não estiver preso por outro motivo, deve ser
imediatamente solto=P S
3. (PC-MA - Farmacêutico Legista - FGV/2012) Se o réu não for imediatamente solto, então, ele está
Em frente à casa onde moram João e Maria, a prefeitu‐ preso por outro motivo = ~SP
ra está fazendo uma obra na rua. Se o operário liga a brita‐ De acordo com a regra de equivalência (A B) = (~B ~A)
deira, João sai de casa e Maria não ouve a televisão. Certo a questão está correta.
dia, depois do almoço, Maria ouve a televisão.
Pode-se concluir, logicamente, que 7. A negação da proposição relativa à decisão judicial
A) João saiu de casa. estará corretamente representada por “O réu não deve ser
B) João não saiu de casa. imediatamente solto, mesmo não estando preso por outro
C) O operário ligou a britadeira. motivo”.
D) O operário não ligou a britadeira. A) Certo
E) O operário ligou a britadeira e João saiu de casa. B) Errado
“Se o operário liga a britadeira, João sai de casa e Ma‐
ria não ouve a televisão”, logo se Maria ouve a televisão, a “O réu deve ser imediatamente solto, se por outro
britadeira não pode estar ligada. motivo não estiver preso” está no texto, assim:
P = “Por outro motivo não estiver preso”
(TJ-AC - Técnico Judiciário - Informática - CESPE/2012) Q = “O réu deve ser imediatamente solto”
Em decisão proferida acerca da prisão de um réu, de‐ PQ, a negação ~(P Q) = P e ~Q
pois de constatado pagamento de pensão alimentícia, o P e ~Q = Por outro motivo estiver preso o réu não deve
magistrado determinou: “O réu deve ser imediatamente ser imediatamente solto”
solto, se por outro motivo não estiver preso”.
Considerando que a determinação judicial correspon‐ 8. (Polícia Civil/SP - Investigador – VUNESP/2014) Um
de a uma proposição e que a decisão judicial será conside‐ antropólogo estadunidense chega ao Brasil para aperfei‐
rada descumprida se, e somente se, a proposição corres‐ çoar seu conhecimento da língua portuguesa. Durante sua
pondente for falsa, julgue os itens seguintes. estadia em nosso país, ele fica muito intrigado com a frase
“não vou fazer coisa nenhuma”, bastante utilizada em nos‐
4. Se o réu permanecer preso, mesmo não havendo sa linguagem coloquial. A dúvida dele surge porque
outro motivo para estar preso, então, a decisão judicial terá A) a conjunção presente na frase evidencia seu signi‐
sido descumprida. ficado.
A) Certo B) o significado da frase não leva em conta a dupla
B) Errado negação.

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MATEMÁTICA/ RACIOCÍNIO LÓGICO

C) a implicação presente na frase altera seu significado. 1ª possibilidade: Márcia cantar é condição suficiente
D) o significado da frase não leva em conta a disjunção. para Viviane dançar. Não há RESPOSTA: para essa possi‐
E) a negação presente na frase evidencia seu signifi‐ bilidade.
cado. 2ª possibilidade: Viviane dançar é condição necessária
~(~p) é equivalente a p para Márcia cantar.
Logo, uma dupla negação é equivalente a afirmar. RESPOSTA: “C”.
RESPOSTA: “B”.
11. (BRDE - ANALISTA DE SISTEMAS - AOCP/2012)
9. (Receita Federal do Brasil – Analista Tributário - Considere a sentença: “Se Ana é professora, então Camila é
ESAF/2012) A negação da proposição “se Paulo estuda, en‐ médica.” A proposição equivalente a esta sentença é
tão Marta é atleta” é logicamente equivalente à proposição: A) Ana não é professora ou Camila é médica.
A) Paulo não estuda e Marta não é atleta. B) Se Ana é médica, então Camila é professora.
B) Paulo estuda e Marta não é atleta. C) Se Camila é médica, então Ana é professora.
C) Paulo estuda ou Marta não é atleta. D) Se Ana é professora, então Camila não é médica.
D) se Paulo não estuda, então Marta não é atleta. E) Se Ana não é professora, então Camila não é médica.
E) Paulo não estuda ou Marta não é atleta. Existem duas equivalências particulares em relação a
A negação de uma condicional do tipo: “Se A, então B”
uma condicional do tipo “Se A, então B”.
(AB) será da forma:
~(A B) A^ ~B
1ª) Pela contrapositiva ou contraposição: “Se A, então
Ou seja, para negarmos uma proposição composta re‐
B” é equivalente a “Se ~B, então ~A”
presentada por uma condicional, devemos confirmar sua
primeira parte (“A”), trocar o conectivo condicional (“”) pelo “Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será
conectivo conjunção (“^”) e negarmos sua segunda parte equivalente a:
(“~ B”). Assim, teremos: “Se Camila não é médica, então Ana não é professora.”
RESPOSTA: “B”.
2ª) Pela Teoria da Involução ou Dupla Negação: “Se A,
10. (ANVISA - TÉCNICO ADMINISTRATIVO - CE‐ então B” é equivalente a “~A ou B”
TRO/2012) Se Viviane não dança, Márcia não canta. Logo, “Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será
A) Viviane dançar é condição suficiente para Márcia equivalente a:
cantar. “Ana não é professora ou Camila é médica.”
B) Viviane não dançar é condição necessária para Már‐ Ficaremos, então, com a segunda equivalência, já que
cia não cantar. esta configura no gabarito.
C) Viviane dançar é condição necessária para Márcia RESPOSTA: “A”.
cantar.
D) Viviane não dançar é condição suficiente para Már‐ (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Consi‐
cia cantar. derando que P e Q representem proposições conhecidas e
E) Viviane dançar é condição necessária para Márcia que V e F representem, respectivamente, os valores verda‐
não cantar. deiro e falso, julgue os próximos itens. (374 a 376)

Inicialmente, reescreveremos a condicional dada na 12. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) (PC/
forma de condição suficiente e condição necessária: DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) As proposições
Q e P (¬ Q) são, simultaneamente, V se, e somente se, P
“Se Viviane não dança, Márcia não canta” for F.
( )Certo ( ) Errado
1ª possibilidade: Viviane não dançar é condição su‐
Observando a tabela-verdade da proposição compos‐
ficiente para Márcia não cantar. Não há RESPOSTA: para
ta “P (¬ Q)”, em função dos valores lógicos de “P” e “Q”,
essa possibilidade.
temos:
2ª possibilidade: Márcia não cantar é condição neces‐ P Q ¬Q P→(¬Q)
sária para Viviane não dançar.. Não há RESPOSTA: para V V F F
essa possibilidade.
Não havendo RESPOSTA: , modificaremos a condicio‐ V F V V
nal inicial, transformando-a em outra condicional equiva‐ F V F V
lente, nesse caso utilizaremos o conceito da contrapositiva
F F V V
ou contra posição: pq ~q ~p
“Se Viviane não dança, Márcia não canta” “Se Márcia
Observando-se a 3 linha da tabela-verdade acima,
canta, Viviane dança”
Transformando, a condicional “Se Márcia canta, Viviane ―Q‖ e ―P ® (¬ Q) são, simultaneamente, V se, e somente
dança” na forma de condição suficiente e condição neces‐ se, ―P‖ for F.
sária, obteremos as seguintes possibilidades: Resposta: CERTO.

50
MATEMÁTICA/ RACIOCÍNIO LÓGICO

13. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) A


proposição [PvQ]Q é uma tautologia.
( )Certo ( ) Errado

Construindo a tabela-verdade da proposição compos‐


ta: [P Ú Q] ® Q, teremos como solução:

(p^~q)↔(~p
P Q Pv Q (Pv Q)→Q
v q)
Sabendo-se que a condicional P3 é verdadeira e co‐
V V V V→V V nhecendo-se o valor lógico de sua 2ª parte como falsa (F),
V F V V→F F então o valor lógico de sua 1ª parte nunca poderá ser ver-
dadeiro (V). Assim, a proposição simples ―a justiça é eficaz‖
F V V V→V V
será considerada falsa (F).
F F F F→F V Se a proposição simples ―a justiça é eficaz‖ é conside‐
rada falsa (F), então a 2ª parte da disjunção simples repre‐
P(P;Q) = VFVV sentada pela premissa P2, também, será falsa (F).
Portanto, essa proposição composta é uma contingência
ou indeterminação lógica.
Resposta: ERRADO.

14. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Se P


for F e P v Q for V, então Q é V.
( )Certo ( ) Errado

Lembramos que uma disjunção simples, na forma: “P


vQ”, será verdadeira (V) se, pelo menos, uma de suas partes
for verdadeira (V). Nesse caso, se “P” for falsa e “PvQ” for
verdadeira, então “Q” será, necessariamente, verdadeira.
Resposta: CERTO.
Sendo verdadeira (V) a premissa P2 (disjunção simples)
(PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) e conhecendo-se o valor lógico de uma das partes como
P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é alta. falsa (F), então o valor lógico da outra parte deverá ser, ne‐
P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz. cessariamente, verdadeira (V). Lembramos que, uma disjun-
P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos livres. ção simples será considerada verdadeira (V), quando, pelo
P4: Há criminosos livres. menos, uma de suas partes for verdadeira (V).
C: Portanto a criminalidade é alta.
Considerando o argumento apresentado acima, em Sendo verdadeira (V) a proposição simples ―a impu‐
que P1, P2, P3 e P4 são as premissas e C, a conclusão, jul‐ nidade é alta‖, então, confirmaremos também como ver-
gue os itens subsequentes. (377 e 378) dadeira (V), a 1ª parte da condicional representada pela
premissa P1.
15. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) O
argumento apresentado é um argumento válido.
( )Certo ( ) Errado

Verificaremos se as verdades das premissas P1, P2, P3


e P4 sustentam a verdade da conclusão. Nesse caso, de‐
vemos considerar que todas as premissas são, necessaria‐
mente, verdadeiras.
P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é alta.
(V)
P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz. (V)
P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos livres.
(V)
P4: Há criminosos livres. (V)
Considerando-se como verdadeira (V) a 1ª parte da
Portanto, se a premissa P4 – proposição simples – é ver- condicional em P1, então, deveremos considerar também
dadeira (V), então a 2ª parte da condicional representada como verdadeira (V), sua 2ª parte, pois uma verdade sem‐
pela premissa P3 será considerada falsa (F). Então, veja: pre implica em outra verdade.

51
MATEMÁTICA/ RACIOCÍNIO LÓGICO

Considerando a proposição simples ―a criminalidade ANALOGIAS


é alta‖ como verdadeira (V), logo a conclusão desse argu-
mento é, de fato, verdadeira (V), o que torna esse argumen- A analogia é uma das melhores formas para utilizar o
to válido. raciocínio. Nesse tipo de raciocínio usa-se a comparação
Resposta: CERTO. de uma situação conhecida com uma desconhecida. Uma
analogia depende de três situações:
16. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) A • os fundamentos precisam ser verdadeiros e im‐
negação da proposição P1 pode ser escrita como “Se a im‐ portantes;
punidade não é alta, então a criminalidade não é alta”. • a quantidade de elementos parecidos entre as
( )Certo ( ) Errado situações deve ser significativo;
• não pode existir conflitos marcantes.
Seja P1 representada simbolicamente, por:
A impunidade não é alta(p) então a criminalidade não INFERÊNCIAS
é alta(q)
A negação de uma condicional é dada por: A indução está relacionada a diversos casos pequenos
~(pq) que chegam a uma conclusão geral. Nesse sentido pode‐
Logo, sua negação será dada por: ~P1 a impunidade é mos definir também a indução fraca e a indução forte. Essa
alta e a criminalidade não é alta. indução forte ocorre quando não existe grandes chances
Resposta:ERRADO. de que um caso discorde da premissa geral. Já a fraca re‐
fere-se a falta de sustentabilidade de um conceito ou con‐
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO clusão.
DEDUÇÕES
ARGUMENTO
ARGUMENTOS DEDUTIVOS E INDUTIVOS
Argumento é uma relação que associa um conjunto de Os argumentos podem ser classificados em dois ti‐
proposições (p1, p2, p3,... pn), chamadas premissas ou hipó‐ pos: Dedutivos e Indutivos.
teses, e uma proposição C chamada conclusão. Esta relação
é tal que a estrutura lógica das premissas acarretam ou tem 1) O argumento será DEDUTIVO quando suas premis‐
como consequência a proposição C (conclusão). sas fornecerem informações suficientes para comprovar a
O argumento pode ser representado da seguinte for‐ veracidade da conclusão, isto é, o argumento é dedutivo
ma: quando a conclusão é completamente derivada das pre‐
missas.

EXEMPLO:
Todo ser humano têm mãe.
Todos os homens são humanos.
Todos os homens têm mãe.

2) O argumento será INDUTIVO quando suas premis‐


sas não fornecerem o “apoio completo” para ratificar as
conclusões. Portanto, nos argumentos indutivos, a conclu‐
são possui informações que ultrapassam as fornecidas nas
premissas. Sendo assim, não se aplica, então, a definição
de argumentos válidos ou não válidos para argumentos
EXEMPLOS: indutivos.
1. Todos os cariocas são alegres.
    Todas as pessoas alegres vão à praia EXEMPLO:
    Todos os cariocas vão à praia. O Flamengo é um bom time de futebol.
2. Todos os cientistas são loucos. O Palmeiras é um bom time de futebol.
    Einstein é cientista. O Vasco é um bom time de futebol.
    Einstein é louco! O Cruzeiro é um bom time de futebol.
Todos os times brasileiros de futebol são bons.
Nestes exemplos temos o famoso silogismo categórico Note que não podemos afirmar que todos os times
de forma típica ou simplesmente silogismo. Os silogismos brasileiros são bons sabendo apenas que 4 deles são bons.
são os argumentos que têm somente duas premissas e mais
a conclusão, e utilizam os termos: todo, nenhum e algum, Exemplo: (FCC) Considere que as seguintes afirma‐
em sua estrutura. ções são verdadeiras:
“Toda criança gosta de passear no Metrô de São Paulo.”

52
MATEMÁTICA/ RACIOCÍNIO LÓGICO

“Existem crianças que são inteligentes.” Exemplo: (CESPE) Suponha um argumento no qual as
Assim sendo, certamente é verdade que: premissas sejam as proposições I e II abaixo.
(A) Alguma criança inteligente não gosta de passear I - Se uma mulher está desempregada, então, ela é in‐
no Metrô de São Paulo. feliz.
(B) Alguma criança que gosta de passear no Metrô de II - Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco.
São Paulo é inteligente. Nesse caso, se a conclusão for a proposição “Mulhe‐
(C) Alguma criança não inteligente não gosta de pas‐ res desempregadas vivem pouco”, tem-se um argumento
sear no Metrô de São Paulo. correto.
(D) Toda criança que gosta de passear no Metrô de
São Paulo é inteligente. SOLUÇÃO:
(E) Toda criança inteligente não gosta de passear no Se representarmos na forma de diagramas lógicos (ver
Metrô de São Paulo. artigo sobre diagramas lógicos), para facilitar a resolução,
teremos:
SOLUÇÃO:    I - Se uma mulher está desempregada, então, ela é
Representando as proposições na forma de conjuntos infeliz. = Toda mulher desempregada é infeliz.
(diagramas lógicos – ver artigo sobre diagramas lógicos)
   II - Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco. =
teremos:
Toda mulher infeliz vive pouco.
“Toda criança gosta de passear no Metrô de São Paulo.”
“Existem crianças que são inteligentes.”

Com isso, qualquer mulher que esteja no conjunto das


Pelo gráfico, observamos claramente que se todas as desempregadas (ver boneco), automaticamente estará no
crianças gostam de passear no metrô e existem crianças conjunto das mulheres que vivem pouco. Portanto, se a
inteligentes, então alguma criança que gosta de passear conclusão for a proposição “Mulheres desempregadas vi‐
no Metrô de São Paulo é inteligente. Logo, a alternativa vem pouco”, tem-se um argumento correto (correto = vá‐
correta é a opção B. lido!).
CONCLUSÕES Argumento Inválido
Dizemos que um argumento é inválido, quando a ver‐
VALIDADE DE UM ARGUMENTO dade das premissas não é suficiente para garantir a verda‐
de da conclusão, ou seja, quando a conclusão não é uma
Uma proposição é verdadeira ou falsa. No caso de
consequência obrigatória das premissas.
um argumento dedutivo diremos que ele é válido ou in-
válido. Atente-se para o fato que todos os argumentos
indutivos são inválidos, portanto não há de se falar em
validade de argumentos indutivos. Exemplo: (CESPE) É válido o seguinte argumento: Se
A validade é uma propriedade dos argumentos que Ana cometeu um crime perfeito, então Ana não é suspeita,
depende apenas da forma (estrutura lógica) das suas pro‐ mas (e) Ana não cometeu um crime perfeito, então Ana é
posições (premissas e conclusões) e não do seu conteúdo. suspeita.

Argumento Válido SOLUÇÃO:


Um argumento será válido quando a sua conclusão é Representando as premissas do enunciado na forma
uma consequência obrigatória de suas premissas. Em ou‐ de diagramas lógicos (ver artigo sobre diagramas lógicos),
tras palavras, podemos dizer que quando um argumento obteremos:
é válido, a verdade de suas premissas deve garantir a ver‐ Premissas:
dade da conclusão do argumento. Isso significa que, se o “Se Ana cometeu um crime perfeito, então Ana não é
argumento é válido, jamais poderemos chegar a uma con‐ suspeita” = “Toda pessoa que comete um crime perfeito
clusão falsa quando as premissas forem verdadeiras. não é suspeita”.

53
MATEMÁTICA/ RACIOCÍNIO LÓGICO

“Ana não cometeu um crime perfeito”. São equivalentes por que “Luiz não é alto porque Luiz
Conclusão: não joga basquete” nega as duas partes da proposição, a
“Ana é suspeita”. (Não se “desenha” a conclusão, ape‐ deixando equivalente a primeira.
nas as premissas!)
3. A sentença “A justiça e a lei nem sempre andam
pelos mesmos caminhos” pode ser representada sim-
bolicamente por PΛQ, em que as proposições P e Q são
convenientemente escolhidas.
A) Certo
B) Errado

Resposta: B.
Não, pois ^ representa o conectivo “e”, e o “e” é usado
para unir A justiça E a lei, e “A justiça” não pode ser con‐
siderada uma proposição, pois não pode ser considerada
verdadeira ou falsa.

4. Considere que a tabela abaixo representa as


primeiras colunas da tabela-verdade da proposição
O fato do enunciado ter falado apenas que “Ana não
cometeu um crime perfeito”, não nos diz se ela é suspeita
ou não. Por isso temos duas possibilidades (ver bonecos).
Logo, a questão está errada, pois não podemos afirmar,
com certeza, que Ana é suspeita. Logo, o argumento é in-
válido.

EXERCICIOS:

(TJ-AC - Analista Judiciário - Conhecimentos Bási-


cos - Cargos 1 e 2 - CESPE/2012) (10 a 13)

Considerando que as proposições lógicas sejam re-


presentadas por letras maiúsculas, julgue os próximos
itens, relativos a lógica proposicional e de argumenta-
ção.

1. A expressão é uma tautologia. Logo, a coluna abaixo representa a última coluna


A) Certo dessa tabela-verdade.
B) Errado

Resposta: B.
Fazendo a tabela verdade:

P Q P→Q (P→Q) V P [(P→Q) V P]→Q


V V V V V
V F F V V
F V V V V
F F F F F

Portanto não é uma tautologia.

2. As proposições “Luiz joga basquete porque Luiz é


alto” e “Luiz não é alto porque Luiz não joga basquete”
são logicamente equivalentes. A) Certo
A) Certo B) Errado
B) Errado
Resposta: A. Resposta: A.

54
MATEMÁTICA/ RACIOCÍNIO LÓGICO

P Q R ¬P ¬Q ¬R P^¬Q (P^¬Q) → ¬R ¬P^Q R→ (¬P^Q)


V V V F F F F V F F
V V F F F V F V F V
V F V F V F V F F F
V F F F V V V V F V
F V V V F F F V V V
F V F V F V F V V V
F F V V V F F V F F
F F F V V V F V F V
Portanto não são equivalentes.

7. Considere as seguintes proposições: “Tenho 25 anos”, “Moro com você e papai”, “Dou despesas a vocês” e
“Dependo de mesada”. Se alguma dessas proposições for falsa, também será falsa a proposição “Se tenho 25 anos,
moro com você e papai, dou despesas a vocês e dependo de mesada, então eu não ajo como um homem da minha
idade”.
A) Certo
B) Errado
Resposta: A.
(A^B^C^D) E
Ora, se A ou B ou C ou D estiver falsa como afirma o enunciado, logo torna a primeira parte da condicional falsa, (visto
que trata-se da conjunção) tornando- a primeira parte da condicional falsa, logo toda a proposição se torna verdadeira.

8. A proposição “Se não ajo como um homem da minha idade, sou tratado como criança, e se não tenho um
mínimo de maturidade, sou tratado como criança” é equivalente a “Se não ajo como um homem da minha idade ou
não tenho um mínimo de maturidade, sou tratado como criança”.
A) Certo
B) Errado
Resposta: A.
A = Se não ajo como um homem da minha idade,
B = sou tratado como criança,
C= se não tenho um mínimo de maturidade
A B C ~A ~C (~A → B) (~C → B) (~A v ~ C) (~A→ B) ^ (~ C→ B) (~A v ~ C)→ B
V V V F F V V F V V
V V F F V V V V V V
V F V F F V V F V V
V F F F V V F V F F
F V V V F V V V V V
F V F V V V V V V V
F F V V F F V V F F
F F F V V F F V F F

De acordo com a tabela verdade são equivalentes.

Diagramas Lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários problemas. Uma situação que esses diagramas poderão ser
usados, é na determinação da quantidade de elementos que apresentam uma determinada característica.

56
MATEMÁTICA/ RACIOCÍNIO LÓGICO

Assim, se num grupo de pessoas há 43 que dirigem car‐


ro, 18 que dirigem moto e 10 que dirigem carro e moto.
Baseando-se nesses dados, e nos diagramas lógicos podere‐
mos saber: Quantas pessoas têm no grupo ou quantas diri‐
gem somente carro ou ainda quantas dirigem somente mo‐
tos. Vamos inicialmente montar os diagramas dos conjuntos
que representam os motoristas de motos e motoristas de
carros. Começaremos marcando quantos elementos tem a
intersecção e depois completaremos os outros espaços.

Fora dos diagramas teremos 150 elementos que não


são leitores de nenhum dos três jornais.
Na região I, teremos: 70 - 40 = 30 elementos.
Na região II, teremos: 65 - 40 = 25 elementos.
Na região III, teremos: 105 - 40 = 65 elementos.
Marcando o valor da intersecção, então iremos sub‐ Na região IV, teremos: 300 - 40 - 30 - 25 = 205 ele‐
traindo esse valor da quantidade de elementos dos con‐ mentos.
juntos A e B. A partir dos valores reais, é que poderemos Na região V, teremos: 250 - 40 -30 - 65 = 115 elemen‐
responder as perguntas feitas. tos.
Na região VI, teremos: 200 - 40 - 25 - 65 = 70 elemen‐
tos.

Dessa forma, o diagrama figura preenchido com os se‐


guintes elementos:

a) Temos no grupo: 8 + 10 + 33 = 51 motoristas.


b) Dirigem somente carros 33 motoristas.
c) Dirigem somente motos 8 motoristas.
No caso de uma pesquisa de opinião sobre a preferên‐
cia quanto à leitura de três jornais. A, B e C, foi apresentada
a seguinte tabela:
Com essa distribuição, poderemos notar que 205 pes‐
Jornais Leitores soas leem apenas o jornal A. Verificamos que 500 pessoas
A 300 não leem o jornal C, pois é a soma 205 + 30 + 115 + 150.
Notamos ainda que 700 pessoas foram entrevistadas, que
B 250
é a soma 205 + 30 + 25 + 40 + 115 + 65 + 70 + 150.
C 200
AeB 70
Diagrama de Euler
AeC 65
BeC 105 Um diagrama de Euler é similar a um diagrama de
A, B e C 40 Venn, mas não precisa conter todas as zonas (onde uma
zona é definida como a área de intersecção entre dois ou
Nenhum 150 mais contornos). Assim, um diagrama de Euler pode definir
um universo de discurso, isto é, ele pode definir um sistema
Para termos os valores reais da pesquisa, vamos inicial‐ no qual certas intersecções não são possíveis ou conside‐
mente montar os diagramas que representam cada con‐ radas. Assim, um diagrama de Venn contendo os atributos
junto. A colocação dos valores começará pela intersecção para Animal, Mineral e quatro patas teria que conter inter‐
dos três conjuntos e depois para as intersecções duas a
secções onde alguns estão em ambos animal, mineral e de
duas e por último às regiões que representam cada con‐
quatro patas. Um diagrama de Venn, consequentemente,
junto individualmente. Representaremos esses conjuntos
mostra todas as possíveis combinações ou conjunções.
dentro de um retângulo que indicará o conjunto universo
da pesquisa.

57
MATEMÁTICA/ RACIOCÍNIO LÓGICO

cam e estão uma no espaço interno da outra simbolizam


conjuntos que possuem continência; ao passo que o ponto
interno a uma curva representa um elemento pertencente
ao conjunto.
Os diagramas de Venn são construídos com coleções
de curvas fechadas contidas em um plano. O interior des‐
sas curvas representa, simbolicamente, a coleção de ele‐
mentos do conjunto. De acordo com Clarence Irving Lewis,
Diagramas de Euler consistem em curvas simples fe‐ o “princípio desses diagramas é que classes (ou conjuntos)
chadas (geralmente círculos) no plano que mostra os con‐ sejam representadas por regiões, com tal relação entre si
juntos. Os tamanhos e formas das curvas não são impor‐ que todas as relações lógicas possíveis entre as classes
tantes: a significância do diagrama está na forma como possam ser indicadas no mesmo diagrama. Isto é, o dia‐
eles se sobrepõem. As relações espaciais entre as regiões grama deixa espaço para qualquer relação possível entre
delimitadas por cada curva (sobreposição, contenção ou as classes, e a relação dada ou existente pode então ser
nenhuma) correspondem relações teóricas (subconjunto definida indicando se alguma região em específico é vazia
interseção e disjunção). Cada curva de Euler divide o plano ou não-vazia”. Pode-se escrever uma definição mais formal
em duas regiões ou zonas estão: o interior, que representa do seguinte modo: Seja C = (C1, C2, ... Cn) uma coleção de
simbolicamente os elementos do conjunto, e o exterior, o curvas fechadas simples desenhadas em um plano. C é uma
que representa todos os elementos que não são membros família independente se a região formada por cada uma
do conjunto. Curvas cujos interiores não se cruzam repre‐ das interseções X1 X2 ... Xn, onde cada Xi é o interior ou o
sentam conjuntos disjuntos. Duas curvas cujos interiores exterior de Ci, é não-vazia, em outras palavras, se todas as
se interceptam representam conjuntos que têm elemen‐ curvas se intersectam de todas as maneiras possíveis. Se,
tos comuns, a zona dentro de ambas as curvas representa além disso, cada uma dessas regiões é conexa e há apenas
o conjunto de elementos comuns a ambos os conjuntos um número finito de pontos de interseção entre as curvas,
(intersecção dos conjuntos). Uma curva que está contido então C é um diagrama de Venn para n conjuntos.
completamente dentro da zona interior de outro represen‐ Nos casos mais simples, os diagramas são representa‐
ta um subconjunto do mesmo. dos por círculos que se encobrem parcialmente. As partes
referidas em um enunciado específico são marcadas com
Os Diagramas de Venn são uma forma mais restritiva
uma cor diferente. Eventualmente, os círculos são repre‐
de diagramas de Euler. Um diagrama de Venn deve con‐
sentados como completamente inseridos dentro de um
ter todas as possíveis zonas de sobreposição entre as suas
retângulo, que representa o conjunto universo daquele
curvas, representando todas as combinações de inclusão /
particular contexto (já se buscou a existência de um con‐
exclusão de seus conjuntos constituintes, mas em um dia‐
junto universo que pudesse abranger todos os conjuntos
grama de Euler algumas zonas podem estar faltando. Essa
possíveis, mas Bertrand Russell mostrou que tal tarefa era
falta foi o que motivou Venn a desenvolver seus diagramas.
impossível). A ideia de conjunto universo é normalmente
Existia a necessidade de criar diagramas em que pudessem atribuída a Lewis Carroll. Do mesmo modo, espaços inter‐
ser observadas, por meio de suposição, quaisquer relações nos comuns a dois ou mais conjuntos representam a sua
entre as zonas não apenas as que são “verdadeiras”. intersecção, ao passo que a totalidade dos espaços perten‐
Os diagramas de Euler (em conjunto com os de Venn) centes a um ou outro conjunto indistintamente representa
são largamente utilizados para ensinar a teoria dos con‐ sua união.
juntos no campo da matemática ou lógica matemática no John Venn desenvolveu os diagramas no século XIX,
campo da lógica. Eles também podem ser utilizados para ampliando e formalizando desenvolvimentos anteriores
representar relacionamentos complexos com mais clareza, de Leibniz e Euler. E, na década de 1960, eles foram incor‐
já que representa apenas as relações válidas. Em estudos porados ao currículo escolar de matemática. Embora seja
mais aplicados esses diagramas podem ser utilizados para simples construir diagramas de Venn para dois ou três con‐
provar / analisar silogismos que são argumentos lógicos juntos, surgem dificuldades quando se tenta usá-los para
para que se possa deduzir uma conclusão. um número maior. Algumas construções possíveis são de‐
vidas ao próprio John Venn e a outros matemáticos como
Diagramas de Venn Anthony W. F. Edwards, Branko Grünbaum e Phillip Smith.
Além disso, encontram-se em uso outros diagramas simila‐
Designa-se por diagramas de Venn os diagramas usa‐ res aos de Venn, entre os quais os de Euler, Johnston, Pierce
dos em matemática para simbolizar graficamente proprie‐ e Karnaugh.
dades, axiomas e problemas relativos aos conjuntos e sua
teoria. Os respectivos diagramas consistem de curvas fe‐ Dois Conjuntos: considere-se o seguinte exemplo: su‐
chadas simples desenhadas sobre um plano, de forma a ponha-se que o conjunto A representa os animais bípedes
simbolizar os conjuntos e permitir a representação das re‐ e o conjunto B representa os animais capazes de voar. A
lações de pertença entre conjuntos e seus elementos (por área onde os dois círculos se sobrepõem, designada por
exemplo, 4 ∉ {3,4,5}, mas 4 ∉ {1,2,3,12}) e relações intersecção A e B ou intersecção A-B, conteria todas as
de continência (inclusão) entre os conjuntos (por exemplo, criaturas que ao mesmo tempo podem voar e têm apenas
{1, 3} ⊂ {1, 2, 3, 4}). Assim, duas curvas que não se to‐ duas pernas motoras.

58
MATEMÁTICA/ RACIOCÍNIO LÓGICO

Intersecção de dois conjuntos: AB


Considere-se agora que cada espécie viva está repre‐
sentada por um ponto situado em alguma parte do dia‐
grama. Os humanos e os pinguins seriam marcados dentro
do círculo A, na parte dele que não se sobrepõe com o
círculo B, já que ambos são bípedes mas não podem voar.
Os mosquitos, que voam mas têm seis pernas, seriam re‐
presentados dentro do círculo B e fora da sobreposição. Os
canários, por sua vez, seriam representados na intersecção Complementar de dois conjuntos: U \ (AB)
A-B, já que são bípedes e podem voar. Qualquer animal
que não fosse bípede nem pudesse voar, como baleias ou Além disso, essas quatro áreas podem ser combinadas
serpentes, seria marcado por pontos fora dos dois círculos. de 16 formas diferentes. Por exemplo, pode-se perguntar
Assim, o diagrama de dois conjuntos representa quatro sobre os animais que voam ou tem duas patas (pelo menos
áreas distintas (a que fica fora de ambos os círculos, a parte uma das características); tal conjunto seria representado
de cada círculo que pertence a ambos os círculos (onde há pela união de A e B. Já os animais que voam e não possuem
sobreposição), e as duas áreas que não se sobrepõem, mas duas patas mais os que não voam e possuem duas patas,
estão em um círculo ou no outro): seriam representados pela diferença simétrica entre A e B.
- Animais que possuem duas pernas e não voam (A Estes exemplos são mostrados nas imagens a seguir, que
sem sobreposição). incluem também outros dois casos.
- Animais que voam e não possuem duas pernas (B
sem sobreposição).
- Animais que possuem duas pernas e voam (sobre‐
posição).
- Animais que não possuem duas pernas e não voam
(branco - fora).

Essas configurações são representadas, respectiva‐ União de dois conjuntos: A B


mente, pelas operações de conjuntos: diferença de A para
B, diferença de B para A, intersecção entre A e B, e con‐
junto complementar de A e B. Cada uma delas pode ser
representada como as seguintes áreas (mais escuras) no
diagrama:

Diferença Simétrica de dois conjuntos: A B

Diferença de A para B: A\B

Complementar de A em U: AC = U \ A

Diferença de B para A: B\A

Complementar de B em U: BC = U \ B

59
MATEMÁTICA/ RACIOCÍNIO LÓGICO

Três Conjuntos: Na sua apresentação inicial, Venn fo‐ Proposições Categóricas


cou-se sobretudo nos diagramas de três conjuntos. Alar‐
gando o exemplo anterior, poderia-se introduzir o conjun‐ - Todo A é B
to C dos animais que possuem bico. Neste caso, o diagra‐ - Nenhum A é B
ma define sete áreas distintas, que podem combinar-se de - Algum A é B e
256 (28) maneiras diferentes, algumas delas ilustradas nas - Algum A não é B
imagens seguintes.
Proposições do tipo Todo A é B afirmam que o con‐
junto A é um subconjunto do conjunto B. Ou seja: A está
contido em B. Atenção: dizer que Todo A é B não significa o
mesmo que Todo B é A. Enunciados da forma Nenhum A é
B afirmam que os conjuntos A e B são disjuntos, isto é, não
tem elementos em comum. Atenção: dizer que Nenhum A
é B é logicamente equivalente a dizer que Nenhum B é A.
Por convenção universal em Lógica, proposições da
forma Algum A é B estabelecem que o conjunto A tem pelo
menos um elemento em comum com o conjunto B. Con‐
Diagrama de Venn mostrando todas as intersecções tudo, quando dizemos que Algum A é B, pressupomos que
possíveis entre A, B e C. nem todo A é B. Entretanto, no sentido lógico de algum,
está perfeitamente correto afirmar que “alguns de meus
colegas estão me elogiando”, mesmo que todos eles es‐
tejam. Dizer que Algum A é B é logicamente equivalente a
dizer que Algum B é A. Também, as seguintes expressões
são equivalentes: Algum A é B = Pelo menos um A é B =
Existe um A que é B.
Proposições da forma Algum A não é B estabelecem
que o conjunto A tem pelo menos um elemento que não
pertence ao conjunto B. Temos as seguintes equivalências:
Algum A não é B = Algum A é não B = Algum não B é A.
União de três conjuntos: A B C Mas não é equivalente a Algum B não é A. Nas proposições
categóricas, usam-se também as variações gramaticais dos
verbos ser e estar, tais como é, são, está, foi, eram, ..., como
elo de ligação entre A e B.
- Todo A é B = Todo A não é não B.
- Algum A é B = Algum A não é não B.
- Nenhum A é B = Nenhum A não é não B.
- Todo A é não B = Todo A não é B.
- Algum A é não B = Algum A não é B.
Intersecção de três conjuntos: A B C - Nenhum A é não B = Nenhum A não é B.
- Nenhum A é B = Todo A é não B.
- Todo A é B = Nenhum A é não B.
- A negação de Todo A é B é Algum A não é B (e vice-
versa).
- A negação de Algum A é B é Nenhum A não é B (e
vice-versa).

Verdade ou Falsidade das Proposições Categóricas

Dada a verdade ou a falsidade de qualquer uma das


A \ (B C) proposições categóricas, isto é, de Todo A é B, Nenhum
A é B, Algum A é B e Algum A não é B, pode-se inferir de
imediato a verdade ou a falsidade de algumas ou de todas
as outras.

1. Se a proposição Todo A é B é verdadeira, então te‐


mos as duas representações possíveis:

(B C) \ A

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MATEMÁTICA/ RACIOCÍNIO LÓGICO

Todo A é B. É falsa.
1 2
B Nenhum A é B. Pode ser verdadeira (em 3) ou falsa (em
1 e 2 – é indeterminada).
A = B Algum A é B. Ou falsa (em 3) ou pode ser verdadeira
A
(em 1 e 2 – é indeterminada).

QUESTÕES
Nenhum A é B. É falsa.
Algum A é B. É verdadeira. 01. Represente por diagrama de Venn-Euler
Algum A não é B. É falsa. (A) Algum A é B
(B) Algum A não é B
2. Se a proposição Nenhum A é B é verdadeira, então (C) Todo A é B
temos somente a representação: (D) Nenhum A é B

A B 02. (Especialista em Políticas Públicas Bahia - FCC) Con‐


siderando “todo livro é instrutivo” como uma proposição
verdadeira, é correto inferir que:
(A) “Nenhum livro é instrutivo” é uma proposição ne‐
cessariamente verdadeira.
Todo A é B. É falsa. (B) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição neces‐
Algum A é B. É falsa. sariamente verdadeira.
Algum A não é B. É verdadeira. (C) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição
verdadeira ou falsa.
3. Se a proposição Algum A é B é verdadeira, temos as (D) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição verda‐
quatro representações possíveis: deira ou falsa.
(E) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição ne‐
cessariamente verdadeira.
03. Dos 500 músicos de uma Filarmônica, 240 tocam
instrumentos de sopro, 160 tocam instrumentos de corda e
60 tocam esses dois tipos de instrumentos. Quantos músi‐
cos desta Filarmônica tocam:
(A) instrumentos de sopro ou de corda?
(B) somente um dos dois tipos de instrumento?
(C) instrumentos diferentes dos dois citados?

04. (TTN - ESAF) Se é verdade que “Alguns A são R” e


que “Nenhum G é R”, então é necessariamente verdadeiro
que:
Nenhum A é B. É falsa. (A) algum A não é G;
Todo A é B. Pode ser verdadeira (em 3 e 4) ou falsa (em (B) algum A é G.
1 e 2). (C) nenhum A é G;
Algum A não é B. Pode ser verdadeira (em 1 e 2) ou (D) algum G é A;
falsa (em 3 e 4) – é indeterminada. (E) nenhum G é A;

4. Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, te‐ 05. Em uma classe, há 20 alunos que praticam futebol
mos as três representações possíveis: mas não praticam vôlei e há 8 alunos que praticam vôlei
mas não praticam futebol. O total dos que praticam vôlei é
15. Ao todo, existem 17 alunos que não praticam futebol.
O número de alunos da classe é:
(A) 30.
(B) 35.
(C) 37.
(D) 42.
3 (E) 44.
A B
06. Um colégio oferece a seus alunos a prática de um
ou mais dos seguintes esportes: futebol, basquete e vôlei.
Sabe-se que, no atual semestre:

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