Apostila Logica para Computacao 20200206-1238
Apostila Logica para Computacao 20200206-1238
Apostila Logica para Computacao 20200206-1238
Apostila de Lógica
para Computação
Lógica Matemática
Linguagem natural é qualquer linguagem que os seres humanos aprendem em seu ambiente
de vida e comunicação com outros seres humanos, como é o caso do português.
Cabe não nos esquecermos de que a linguagem natural é vaga, ambígua e imprecisa,
sendo adequada para a poesia, literatura e folclore, mas não para a ciência e a tecnologia.
Exemplo:
O produto de um número pela soma de dois outros é igual ao produto do primeiro pelo segundo
somado ao produto do primeiro pelo terceiro.
Simbolicamente temos:
Proposições
Exemplo:
(a) A Lua é um satélite da Terra
(b) Recife é a capital de Pernambuco
(c) 4 > 3
(I) Princípio da não contradição: uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao
mesmo tempo.
(II) Princípio do terceiro excluído: toda a proposição ou é verdadeira ou é falsa, isto é,
verifica-se sempre um destes casos e nunca um terceiro.
Valores lógicos das proposições: Chama-se valor lógico de uma proposição a verdade (V)
se ela é verdadeira e a falsidade (F) se ela é falsa.
a) Simples ou atômica: é aquela proposição que não contem nenhuma outra proposição
como parte integrante de si. São designadas por letras minúsculas.
p: Carlos é careca
Lógica para computação 2
q: Pedro é estudante
r: Mônica é jovem
Conectivos:
São palavras (e, ou, não, se... então, se e somente se...) que possibilitam formar novas
proposições a partir de outras proposições.
Tabela-verdade:
Em se tratando de uma proposição composta, a determinação do seu valor se faz com base no
seguinte princípio:
p q r
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F
Notação:
p ~p
V F
F V
Ou seja:
~V = F
~F = V
V(~p) = ~V(p)
Exemplos:
q: Carlos é mecânico
~q: Carlos não é mecânico
~q: Não é verdade que Carlos é mecânico
~q: É falso que Carlos é mecânico
r: 2 + 3 = 5
~r: 2 + 3 5
p q pq
V V V
V F F
F V F
F F F
Ou seja:
VV=V
VF=F
FV=F
FF=F
V(p q) = V(p) V(q)
Exemplos:
1.
p: A neve é branca
q: 2 < 5
2.
p: O enxofre é verde
q: 7 é um número primo
p q pq
V V V
V F V
F V V
F F F
Ou seja:
VV=V
VF=V
FV=V
FF=F
V(p q) = V(p) V(q)
Exemplos:
1.
p: A neve é branca
q: 2 < 5
2.
p: O enxofre é verde
q: 7 é um número primo
p q pq
V V F
V F V
F V V
F F F
Lógica para computação 5
Ou seja:
VV=F
VF=V
FV=V
FF=F
V(p q) = V(p) V(q)
Exemplos:
P: Carlos é médico ou professor (disjunção inclusiva)
Q: Mário é alagoano ou Gaúcho (disjunção exclusiva)
e) Condicional: Chame-se condicional uma proposição representada por “se p então q”, cujo
valor lógico é falsidade quando p é verdadeira e q é falsa; e é verdade nos demais casos.
p q pq
V V V
V F F
F V V
F F V
Ou seja:
VV=V
VF=F
FV=V
FF=V
V(p q) = V(p) V(q)
Exemplos:
1.
p: A neve é branca
q: 2 < 5
2.
p: O enxofre é verde
q: 7 é um número primo
p q pq
V V V
V F F
F V F
F F V
Ou seja:
VV=V
VF=F
FV=F
FF=V
V(p q) = V(p) V(q)
Exemplos:
1.
p: A neve é branca
q: 2 < 5
2.
p: O enxofre é verde
q: 7 é um número primo
Construção de Tabelas-Verdade
Exemplo:
Construir a tabela-verdade da proposição: P(p, q) = ~(p ~q)
1a Solução
p q ~q p ~q ~(p ~q)
V V F F V
V F V V F
F V F F V
F F V F V
p q ~ (p ~ q)
V V V V F F V
V F F V V V F
F V V F F F V
F F V F F V F
4 1 3 2 1
3a Solução
~ (p ~ q)
V V F F V
F V V V F
V F F F V
V F F V F
4 1 3 2 1
Exemplo: p q r
(i) Disjunção: (p q) r
(ii) Conjunção: p (q r)
Valor lógico de uma proposição composta: Dada uma proposição composta P(p, q, r, ...),
pode-se sempre determinar o seu valo lógico quando são dados ou conhecidos os valores
lógicos respectivos das proposições simples.
Exemplos:
1. Sabendo que os valores lógicos das proposições p e q são respectivamente V e F,
determinar o valor lógico da proposição: P( p, q ) = ~(p q) ~p ~q
V(P) = ~(V F) ~V ~F = ~V F V = F F = V
V(p) = F e V(q) = F
V(P) = (F F) (F F F) = V (F F) = V V = V
Lógica para computação 9
Tautologia
Chama-se tautologia toda a proposição composta cujo o valor lógico é sempre V (verdade).
Exemplos:
A proposição p p é tautológica ?
p p pp
V V V
F F V
p p p p
V V V
F F V
p ~p p ~p ~(p ~p)
V F F V
F V F V
Contradição
Chama-se contradição toda a proposição composta cujo valor lógico é sempre F (falsidade).
Exemplos:
p ~p p ~p
V F F
F V F
p ~p p ~p
V F F
F V F
Lógica para computação 10
p q ~p ~q (p ~q) ~p (p ~q)
V V F F F F
V F F V V F
F V V F F F
F F V V F F
Contingência
Chama-se contingência toda a proposição composta que não é tautologia nem contradição.
Exemplos:
p ~p p ~p
V F F
F V V
p q pq pq p
V V V V
V F V V
F V V F
F F F V
p q ~p ~q ~q ~p p (~q ~p)
V V F F V V
V F F V F F
F V V F V F
F F V V V F
Seja P( p, q, r, ...) uma tautologia e sejam P0(p,q,r,...) , Q0(p,q,r,...) , R0(p,q,r,...) , ... proposições
quaisquer.
Lógica para computação 11
Se P( p, q, r, ...) é uma tautologia, então P(P0, Q0, R0, ...) também é uma tautologia, quaisquer
que sejam as proposições P0, Q0, R0,...
Isto significa que se trocarmos uma proposição simples de em uma tautologia a mesma
continuará sendo tautológica. Exemplo: P(p): p ~p é tautológica. Se substituirmos o p por
qualquer proposição composta, digamos: p q, a proposição composta resultante
P( p, q): (p q ) ~(p q) continua sendo uma tautologia. Fica como exercício verificar tal
fato.
Lógica para computação 12
Implicação Lógica
Diz-se que uma proposição P( p, q, r,...) implica logicamente (ou abreviadamente, implica) uma
proposição Q( p, q, r, ...), se Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Notação:
P( p, q, r, ...) Q( p, q, r, ...)
Exemplos:
1) p q p q
p q pq pq
V V V V
V F F V
F V F V
F F F F
(i) p p q e q p q (Adição)
(ii) p q p e p q q (Simplificação)
2) (p q) ~p q (Silogismo disjuntivo)
p q pq ~p (p q) ~p
V V V F F
V F V F F
F V V V V
F F F V F
3) (p q) p q (Modus ponens)
p q pq (p q) p
V V V V
V F F F
F V V F
F F V F
4) (p q) ~q ~p (Modus tollens)
p q ~q ~p pq (p q) ~q
V V F F V F
V F V F F F
F V F V V F
F F V V V V
Lógica para computação 13
Demonstração:
Se P( p, q, r, ...) Q( p, q, r, ...) então não ocorre em nenhum momento que V(P) = V e V(Q) =
F simultaneamente, portanto a condicional P( p, q, r, ...) Q( p, q, r, ...) é uma tautologia.
Exemplos:
1) p ~p q
p q ~p p ~p p ~p q
V V F F V
V F F F V
F V V F V
F F V F V
2) (p q) p q
p q pq (p q) p (p q) p q
V V V V V
V F F F V
F V F F V
F F V F V
Reflexiva:
P( p, q, r, ...) P( p, q, r, ...)
Transitiva:
Equivalência Lógica
Notação:
P( p, q, r, ...) Q( p, q, r, ...)
Ficará claro mais tarde que, em certas circunstâncias, é necessário “transformar” uma
proposição composta em outra proposição. Isto é feito substituindo uma proposição composta
(em uma proposição composta) por outra proposição composta equivalente. Este processo é
repetido até que a forma desejada para a proposição composta seja obtida.
Exemplo:
1) p (p q) p
p q pq p (p q)
V V V V
V F V V
F V V F
F F F F
2) (p q) p p q?
p q pq (p q) p
V V V V
V F F F
F V F F
F F V F
Demonstração:
Se P( p, q, r, ...) e Q( p, q, r, ...) são equivalentes suas tabelas verdades são idênticas, portanto
o valor lógico da bicondicional é sempre verdade (tautológico).
Exemplos:
1) (p q r) (p (q r))
(p q r) (p (q r))
V V V V V V V V V V V
V V V F F V V F V F F
V F F V V V V V F V V
V F F V F V V V F V F
F F V V V V F V V V V
F F V V F V F V V F F
F F F V V V F V F V V
F F F V F V F V F V F
1 2 1 3 1 4 1 3 1 2 1
(x = 1 x < 3) ~ (x < 3 x = 1)
V V F F F V V V
V V V V V F F V
F F F F V V F F
F V V V V F F F
1 3 2 5 4 2 3 1
Reflexiva:
P( p, q, r, ...) P( p, q, r, ...)
Transitiva:
Simétrica:
Proposição recíproca de p q : q p
Proposição contrária de p q : ~p ~q
Proposição contrapositiva de p q : ~q ~p
Lógica para computação 16
p q pq qp ~p ~q ~q ~p
V V V V V V
V F F V V F
F V V F F V
F F V V V V
Chama-se negação conjunta de duas proposições p e q a proposição “não p e não q”, isto é,
simbolicamente ~p ~q.
Logo: p q ~p ~q
p q pq
V V F
V F F
F V F
F F V
Chama-se negação disjunta de duas proposições p e q a proposição “não p ou não q”, isto é,
simbolicamente ~p ~q.
Logo: p q ~p ~q
p q pq
V V F
V F V
F V V
F F V
Lógica para computação 17
Propriedades da conjunção:
(a) Idempotente: p p p
p pp ppp
V V V
F F V
Exemplo: x 1 x 1 x 1
(b) Comutativa: p q q p
Exemplo: x 1 x 0 x 0 x 1
(c) Associativa: (p q) r p (q r)
p q r pq qr (p q) r p (q r)
V V V V V V V
V V F V F F F
V F V F F F F
V F F F F F F
F V V F V F F
F V F F F F F
F F V F F F F
F F F F F F F
Exemplo: (x 1 x 0) y 1 x 1 (x 0 y 1)
Lógica para computação 18
Exemplo: x 1 |x| 0 x 1
x 1 |x| 0 |x| 0
Propriedades da disjunção:
(a) Idempotente: p p p
p pp ppp
V V V
F F V
Exemplo: x 1 x 1 x 1
(b) Comutativa: p q q p
Exemplo: x 1 x 0 x 0 x 1
(c) Associativa: (p q) r p (q r)
p q r pq qr (p q) r p (q r)
V V V V V V V
V V F V V V V
V F V V V V V
V F F V F V V
F V V V V V V
F V F V V V V
F F V F V V V
F F F F F F F
Exemplo: (x 1 x 0) y 1 x 1 (x 0 y 1)
Lógica para computação 19
p t c p t p c p t t p c p
V V F V V V V
F V F V F V V
(a) Distributivas:
(i) p (q r) (p q) (p r)
(ii) p (q r) (p q) (p r)
Exemplo:
(i) “Carlos estuda e Jorge ouve música ou lê”, é equivalente à seguinte proposição:
“Carlos estuda e Jorge ouve música ou Carlos estuda e Jorge lê”.
(ii) “Chove ou faz vento e frio”, é equivalente a seguinte proposição: “Chove ou faz
vento e Chove ou faz frio”.
Lógica para computação 20
(b) Absorção:
(i) p (p q) p
p q pq p (p q) p (p q) p
V V V V V
V F V V V
F V V F V
F F F F V
(ii) p (p q) p
p q pq p (p q) p (p q) p
V V V V V
V F F V V
F V F F V
F F F F V
p q pq ~(p q) ~p ~q
V V V F F
V F F V V
F V F V V
F F F V V
(ii) ~(p q) ~p ~q
p q pq ~(p q) ~p ~q
V V V F F
V F V F F
F V V F F
F F F V V
Negação da condicional:
(a) ~(p q) p ~q
p q pq ~(p q) p ~q
V V V F F
V F F V V
F V V F F
F F V F F
Nota: A condicional p q não é idempotente, comutativa e associativa, pois, as tabelas das
proposições p p e p, p q e q p, (p q) r e p (q r) não são idênticas.
Lógica para computação 21
Negação da bicondicional:
(b) ~(p q) p ~q ~p q
p q ~(p q) p ~q ~p q
V V F F F
V F V V V
F V V V V
F F F F F
Nota: A bicondicional p p não é idempotente, pois, é imediato que não são idênticas as
tabelas de p p e p, mas é comutativa e associativa.
Lógica para computação 22
No Equivalência
1 p q (p q) (q p)
2 p q ~p q
3 pqqp
4 pqqp
5 (p q) r p (q r)
6 (p q) r p (q r)
7 p (q r) (p q) (p r)
8 p (q r) (p q) (p r)
9 pt p t=Tautologia
10 p c p c=Contradição
11 pc c c=Contradição
12 p t t t=Tautologia
13 p ~p t t=Tautologia
14 p ~p c c=Contradição
15 ~~p p
16 ~(p q) ~p ~q
17 ~(p q) ~p ~q
18 p (p q) p
19 p (p q) p
20 ~(p q) p ~q
21 ~(p q) (p ~q) (~p q)
22 ~(p q) p ~q ~p q
23 ppp Idempotência do e
24 ppp Idempotência do ou
25 p ↓ q ~p ~q Negação conjunta
26 p ↑ q ~p ~q Negação disjunta
27 ~pp↑p
28 ~pp↓p
29 p q ~q ~p Contrapositiva
30 p q ~(p q)
31 ~t c Negação da Tautologia
32 ~c t Negação da Contradição
Lógica para computação 23
Método dedutivo
Todas as implicações e equivalências foram demonstradas até então por tabelas verdades.
Vamos usar um método mais eficiente chamado método dedutivo, que utiliza as equivalências
lógicas apresentadas anteriormente.
Exemplos:
Demonstre as implicações usando o método dedutivo e o teorema das implicações x tautologia.
Sabemos que c p se somente se c p é uma tautologia, portanto, temos que provar que c
p é uma tautologia. Considere t uma proposição cujo valor lógico é sempre verdade.
c p ~c p t p t Passos 2, 12
Sabemos que p t se somente se p t é uma tautologia, portanto, temos que provar que p
t é uma tautologia.
p t ~p t t Passos 2, 12
3) p q p
4) (p q) p q
5) (p q) ~q ~p
6) (p q) ~p q
Exemplos:
Demonstre as equivalências usando o método dedutivo e o teorema das equivalências x
tautologia.
1) p q p ~q c
2) p q p q q
Exemplos:
(i)
p q ~~p ~~q ~(~p ~q)
p q ~p q
p q (p q) (q p) ~(~(~p q) ~(~q p))
(ii)
p q ~~p ~~q ~(~p ~q)
p q ~p q ~(p ~q)
p q (p q) (q p) ~(p ~q) ~(~p q)
(iii)
p q ~(~p ~q) ~(p ~q)
p q ~~p ~~q ~p q
p q (p q) (q p) ~((p q) ~(q p))
Diz-se que uma proposição está na forma normal (FN) se e somente se, quando muito, contém
os conectivos ~, e .
Exemplos:
(i) ~p ~q
(ii) ~(~p ~q)
(iii) (p q) (~q r)
Diz-se que uma proposição está na forma normal conjuntiva (FNC) se e somente se são
verificadas as seguintes condições:
Exemplos:
(i) ~p ~q
(ii) ~p q r
(iii) (~p q) (~q ~r)
Lógica para computação 26
Exemplos:
Faça você:
1. Determinar a FNC da proposição (p q) (~q ~p).
Diz-se que uma proposição está na forma normal disjuntiva (FND) se e somente se são
verificadas as seguintes condições:
Exemplos:
(i) ~p q
(ii) p (q r)
(iii) (p ~q) (~p ~q r)
Exemplos:
Faça você:
1. Determinar a FND da proposição ~(((p q) ~q) (q r))
Princípio de Dualidade
Argumentos
Chama-se argumento toda a afirmação de que uma dada seqüência finita de proposições P1,
P2,..., Pn (n >= 1) tem como conseqüência uma proposição final Q.
Prova: O argumento P1, P2,..., Pn | Q é válido se somente se Q é verdade sempre que P1,
P2,..., Pn sejam verdadeiras.
Lógica para computação 28
Logo, podemos dizer que o argumento é válido se somente se Q é verdade sempre que
P1P2...Pn é verdadeira, ou seja, P1P2...Pn Q.
De acordo com o teorema acima, a todo argumento P1, P2,..., Pn | Q corresponde uma
condicional com a estrutura P1P2...Pn Q. Reciprocamente, a toda condicional
P1P2...Pn Q corresponde um argumento com a estrutura P1, P2,..., Pn | Q.
Exemplos:
Argumento: p ~q , p ~r, q ~s | ~(r s)
Condicional associada: (p ~q) (p ~r) (q ~s) ~(r s)
1. Adição (AD):
(i) p | (p q)
p q pq p (p q)
V V V V
V F V V
F V V V
F F F V
(ii) q | (q p)
2. Simplificação (SIMP):
(i) p q | p
(ii) p q | q
3. Conjunção (CONJ):
(i) p , q | p q
(ii) p , q | q p
4. Absorção (ABS):
(i) p q | p (p q)
Lógica para computação 29
(i) (p q) , p | q
(i) (p q) , ~q | ~p
(i) (p q) , ~p | q
(ii) (p q) , ~q | p
(i) (p q) , (q r) | (p r)
(i) (p q) , (r s) , (p r) | (q s)
Regras de Inferência
Os argumentos fundamentais da lista anterior são usados para fazer inferências, isto é, efetuar
os passos de uma dedução ou demonstração, e por isso são também chamados de Regras de
Inferência. É habitual escreve-los na forma abaixo indicada:
Premissa 1
Premissa 2
...
Premissa n
Conclusão
Exemplos:
1. Adição (AD):
(i) p | (p q) (ii) q | (q p)
p____ q____
(p q) (q p)
2. Simplificação (SIMP):
(i) p q | p (ii) p q | q
pq pq
p q
Lógica para computação 30
3. Conjunção (CONJ):
(i) p , q | p q (ii) p, q | q p
p p
q___ q___
pq qp
4. Absorção (ABS):
(i) p q | p (p q)
p q____
p (p q)
(p q)
p_____
q
Exercícios:
Sabendo que um argumento P1, P2,..., Pn | Q é válido se somente se a condicional associada
P1P2...Pn Q é tautológica, verifique se são válidos os argumentos abaixo:
a) p q, q | p
p q pq (p q) q ((p q) q) p
V V V V V
V F F F V
F V V V F
F F V F V
Logo, o argumento acima não é válido. É um SOFISMA.
b) p q, q | p
p q pq (p q) q ((p q) q) p
V V V V V
V F F F V
F V F F V
F F V F V
Logo, o argumento acima é válido.
Prova de Não-Validade
Para testar a não validade de um argumento, devemos encontrar valores lógicos para cada
uma das proposições simples, que tornem as premissas Verdadeiras e a conclusão Falsa.
Exemplo:
Basta encontrar uma interpretação onde as premissas são V e a conclusão F. Sugestão: Inicie
com a conclusão:
Conclusão: V(r q) = V F = F
Assim, com a seguinte atribuição de valores lógicos às proposições simples, os valores lógicos
das duas premissas são V e o valor lógico da conclusão é F:
V F
r p
s q
Um método mais eficiente neste caso consiste em deduzir a conclusão do argumento a partir
das premissas, usando as regras de inferência.
Exemplos:
(1) pq P1
(2) pr P2
----------------
(3) p 2 - SIMP
(4) q 1,3 - MP
(1) pq P1
(2) prs P2
----------------
(3) p 1 - SIMP
(4) pr 3 - AD
(5) s 2,4 - MP
(6) ps 3,5 - CONJ
(1) p (q r) P1
(2) pq P2
(3) p P3
----------------
(4) qr 1,3 - MP
(5) q 2,3 - MP
(6) r 4,5 - MP
Há muitos argumentos cuja validade não se pode demonstrar com o uso exclusivo das dez
regras de inferência dadas anteriormente. Neste caso é necessário recorrer ao princípio da
“Regra de Substituição”.
Exemplos:
(1) p ~q P1
(2) q P2
----------------
(3) ~~q ~p 1 - CP
(4) q ~p 3 - DN
(5) ~p 2,4 - MP
(1) pq P1
(2) r ~q P2
----------------
(3) ~~q ~r 2 - CP
(4) q ~r 3 - DN
(5) p ~r 1,4 - SH
(1) p (q r) P1
(2) pqs P2
----------------
(3) (p q) (p r) 1 - DIST
(4) (p q) 3 - SIMP
(5) s 2,4 - MP
(6) ps 5 - AD
Inconsistência
Exemplo:
10 regras de inferência:
Adição (AD) p | (p q)
p | (q p)
Simplificação (SIMP) p q | p
p q | q
Conjunção (CONJ) p q | p q
p q | q p
Absorção (ABS) p q | p (p q)
Modus Ponens (MP) (p q) p | q
Modus Tollens (MT) (p q) ~q | ~p
Silogismo Disjuntivo (SD) (p q) ~p | q
(p q) ~q | p
Silogismo Hipotético (SH) (p q) (q r) | (p r)
Dilema Construtivo (DC) (p q) (r s) (p r) | (q s)
Dilema Destrutivo (DD) (p q) (r s) (~q ~s) | (~p ~r)
Lógica para computação 36
Demonstração Condicional
Sabemos que este argumento é valido se sua condicional associada, (P1 P2 P3 ... Pn)
(A B) é tautológica.
Assim, o argumento P1, P2, P3, ..., Pn | A B é válido se e somente se também é válido o
argumento P1, P2, P3, ..., Pn, A | B.
Demonstração Indireta
~Q C ~~Q C Q C Q
Assim, o argumento P1, P2, P3, ..., Pn | Q é válido se e somente se o argumento P1, P2, P3, ...,
Pn, ~Q | C deduze-se uma contradição.
Exemplos:
p (q r), ~r, q | p
(1) p (q r) P1
(2) ~r P2
(3) q PA – DC
----------------
(4) p (~q r) 1 - COND
(5) (p ~q) r 4 - ASSOC
(6) p ~q 2,5 – SD
(7) ~~q 3 – DN
(8) p 6,7 – SD
p ~q, r q, ~~(p r) | C
(1) p ~q P1
(2) rq P2
(3) pr PA-DI
----------------
(4) p 3 – SIMP
(5) r 3 – SIMP
(6) ~q 1,4 – MP
(7) q 2,5 – MP
(8) q ~q 6,7 - CONJ
Lógica para computação 38
Sentenças abertas
Chama-se sentença aberta com uma variável em um conjunto A, uma expressão p(x), que
é falsa ou verdadeira todas as vezes que se substitui a variável ”x” por qualquer elemento ”a”
do conjunto A (a A).
Se a A é tal que p(a) é uma proposição verdadeira, diz-se que a satisfaz ou verifica p(x).
Uma sentença aberta com uma variável em A também se chama função proposicional com
uma variável em A.
Vp = { x / x A p(x) é V} ou
Vp = { x / x A p(x)} ou
Vp = { x A / p(x)}
Exemplos:
Vp = { x / x N x + 1 > 8} = {8,9,10,...} N
Vp = { x / x N x + 7 < 5} = N
Vp = { x / x N x + 5 > 3} = N N
Chama-se sentença aberta com duas variáveis em A x B, uma expressão p(x,y), que é falsa
ou verdadeira todas as vezes que se substitui as variáveis ”x” e “y”, pelos elementos ”a” e
“b” de qualquer par ordenado do produto cartesiano A x B dos conjuntos A e B ((a,b) A x B),
respectivamente.
Se (a,b) A x B é tal que p(a,b) é uma proposição verdadeira, diz-se que (a,b) satisfaz ou
verifica p(x,y).
Uma sentença aberta com duas variáveis em A x B também se chama função proposicional
com duas variáveis em A x B.
Vp = { (x,y) / x A y B p(x,y) é V} ou
Vp = { (x,y) A x B / p(x,y)}
Exemplos:
Conjunção
“x é médico” , “x é professor”
“x é médico” “x é professor”
A expressão acima é verificada por todos os indivíduos que satisfaçam ao mesmo tempo as
duas sentenças. Portanto, o conjunto verdade Vp q da sentença aberta p(x) q(x) é a
interseção dos conjuntos Vp e Vq das sentenças p(x) e q(x) em A. Temos simbolicamente:
Temos:
Disjunção
“x é médico”, “x é professor”
“x é médico” “x é professor”
A expressão acima é verificada por todos os indivíduos que satisfaçam pelo menos uma das
duas sentenças. Portanto, o conjunto verdade Vp q da sentença aberta p(x) q(x) é a
união dos conjuntos Vp e Vq das sentenças p(x) e q(x) em A. Temos simbolicamente:
Exemplo:
Temos:
Negação
ou
A 1a expressão é verificada por todos os indivíduos que não satisfaçam a ela. Temos
simbolicamente:
Exemplo:
Lógica para computação 42
Condicional
A expressão acima é verificada por todos os indivíduos que satisfaçam a tabela verdade da
condicional, resultando em Verdadeiro. Sendo p(x) q(X) ~p(x) q(x), o conjunto
verdade Vp q da sentença aberta p(x) q(x) é a união dos conjuntos V~p e Vq das sentenças
p(x) e q(x) em A. Temos simbolicamente:
Exemplo:
Temos:
Vp q = (A - { x A / x2 A }) { x A / x é impar } =
{4, 5, 6, 7, 8, 9} {1, 3, 5, 7, 9} =
{1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}
Bicondicional
A expressão acima é verificada por todos os números inteiros maiores que –5 e menores que
zero.
(p(x) q(x)) (q(x) p(x)) (~p(x) q(x)) (~q(x) p(x)) o conjunto verdade Vp q da
sentença aberta p(x) q(x) é a interseção dos conjuntos Vp q e Vq p das sentenças p(x)
q(x) e q(x) p(x) em A. Temos simbolicamente:
Exemplo:
Temos:
Vp q = (A - { x A / x2 A }) { x A / x é impar } =
{4, 5, 6, 7, 8, 9} {1, 3, 5, 7, 9} =
{1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}
Vq p = (A - { x A / x é impar}) { x A / x2 A } =
{2, 4, 6, 8} {1, 2, 3} =
{1, 2, 3, 4, 6, 8}
Vq p = V p q Vq p =
{1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} {1, 2, 3, 4, 6, 8}
{1, 3, 4, 6, 8}
Quantificador Universal
Considere:
Vp = { x / x A p(x)}
(i) ( x A) (p(x))
(ii) x A, p(x)
(iii) x A : p(x)
(iv) ( x), (p(x))
(v) x, p(x)
(vi) x : p(x)
Exemplo:
Quantificador Existencial
Considere:
Vp = { x / x A p(x)}
(vii) ( x A) (p(x))
(viii) x A, p(x)
(ix) x A : p(x)
(x) ( x), (p(x))
(xi) x, p(x)
(xii) x : p(x)
Exemplo:
Vp = { n / n N n + 4 < 8} = {1, 2, 3} .
Lógica para computação 46
42 = 16, (-4)2 = 16 e 4 -4
( x, y R) (x2 = 16 y2 = 16 x y)
( ! x R) (x3 = 27)
Quando há um quantificador a incidir sobre uma variável, esta diz-se aparente ou muda (ou
ligada); caso contrário, a variável diz-se livre.
Escopo de um quantificador
Exemplo: ( x)(3x – 1 = 14) 2x + 3 = 9 é uma sentença aberta pois o x aparece ligado na
primeira parte mas está livre na segunda parte. Supondo que o domínio é A={3,4,5} teríamos
Vp = { 3 }.
Exemplos:
a) Negar que todo homem foi à lua é o mesmo que existe pelo menos um homem que não foi à
lua;
b) Negar que existe uma pessoa que é trilhonária é o mesmo que todas as pessoas não são
trilhonárias.
Lógica para computação 47
CONTRA-EXEMPLO
Para demonstrar que uma proposição quantificada com para todo é Falsa, basta encontrar um
elemento no domínio que NÃO satisfaça a sentença aberta.
Exemplo:
( x N)(x+1=2) é F pois existe pelo menos um numero natural que não satisfaz a
sentença aberta x+1=2, por exemplo quando x = 9.
1. Quantificação Parcial
A quantificação parcial aparece quando apenas uma das variáveis da sentença aberta é
quantificada:
Exemplo:
( x A) (5x - 3y = 12)
onde o conjunto universo das variáveis x e y é A = {1,2,3,4,5}
Visto que não se sabe o valor de y, não se pode afirmar se existe o valor de x para que se
tenha uma proposição falsa ou verdadeira.
2. Quantificação Múltipla
Quando uma sentença aberta possui um quantificador para cada variável, pode-se então dizer
que a sentença em questão é uma proposição, pois poder-se-á verificar se ela é uma
declaração falsa ou verdadeira.
Qualquer expressão ou fórmula lógica quantificada também pode ser precedida do operador de
negação (~). Por exemplo, considerando o domínio das pessoas atualmente vivas as
expressões formais:
Analisando estas expressões deve ficar claro algumas equivalências intuitivas. Em primeiro
lugar afirmar que nem todas as pessoas falam Inglês é claramente equivalente a afirmar que
existe alguém que não fala Inglês. Formalizando temos:
E em segundo lugar afirmar que ninguém foi à Antártida é obviamente equivalente a afirmar
que para todas as pessoas vivas atualmente não é verdade que elas tenham ido à Antártida.
Formalizando este argumento temos:
(i) A negação da fórmula (x)(P(x)) é equivalente a afirmação de que, pelo menos para
um xA, tem-se que P(x) é falsa, ou então que ~P(x) é verdadeira.
(ii) Da mesma forma negar a fórmula (x)(P(x)) equivale a afirmar que para todos os x∈ A, a
sentença P(x) deve ser falsa, ou então que a sentença ~P(x) deve ser verdadeira, o que nos
leva a seguinte equivalência: