Adolfo HISTÓRIA DAS IDEIAS POLÍTICAS
Adolfo HISTÓRIA DAS IDEIAS POLÍTICAS
Adolfo HISTÓRIA DAS IDEIAS POLÍTICAS
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1. Introdução
A participação dos cidadãos na vida púbica constitui um dos elementos mais importantes
para a consolidação da democracia e, portanto, é com base nessa ideia que a Participação
Política e Engajamento Cívico em Moçambique se afigura como um mecanismo que
permite a participação directa dos cidadãos na vida pública. Ademais, este permite aos
cidadãos com capital político e social marginal de participar na definição das prioridades
que lhes concernem assim como na definição dos aspectos centrais da governação.
É neste contexto de Participação Política que surge o presente estudo a fim de analisar as
Participação Política e Engajamento Cívico em Moçambique. Em termos metodológicos, a
análise recorreu a pesquisa documental e bibliográfica que permitiu captar dados da
literatura, documentos oficiais e manuais metodológicos que orientam o processo de
Participação Política.
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2. Participação Política e Engajamento Cívico em Moçambique
Com a introdução das reformas económicas nos finais dos anos 1980 e a abertura do
espaço político e o fim da guerra civil no início dos anos 1990, teve início o processo de
descentralização (Forquilha, 2020) e da governação participativa. Os discursos acerca da
governação participativa (GP) tornaram-se a marca principal da política e da administração
pública. Eles emergiram sucedendo basicamente três cenários que decorreram de forma
interligada, e que marcaram o contexto político e económico nacional nos anos
antecedentes. Segundo Brito, (2019) primeiro, surgiram como complemento das
transformações políticas e económicas intensas que foram introduzidas pela Constituição
da República de Moçambique (CRM) de 1990. A Constituição produziu uma reforma do
Estado que modificou o sistema político de poder popular socialista e o regime de governo
de partido único dirigido pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), que
haviam sido instaurados em 1975 a quando do alcance da independência nacional do
regime colonial português. A CRM de 1990 introduziu um novo sistema político,
fundamentado nos princípios da democracia multipartidária e alterou o modelo de
planeamento centralizado da economia estabelecendo um sistema de livre concorrência.
Introduziu ainda várias regras institucionais para acomodar o envolvimento dos cidadãos
em assuntos políticos ou governativos do Estado e reformas de descentralização para os
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Por exemplo, a conquista militar portuguesa do Estado de Gaza, no sul de Moçambique (1895-7).
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Por exemplo, a conquista militar portuguesa do Estado de Gaza, no sul de Moçambique (1895-7). 36
Durante a Conferência de Berlin, as grandes potências europeias rejeitaram a reivindicação histórica de
Lisboa em relação a Moçambique decretaram que pacificação e controlo efectivo eram pré-requisitos para
um reconhecimento como potencia colonial. Vide, ISAACMAN, Allen. Mozambique – from colonialism to
revolution, 1900 – 1982, Boulder:Westview Press, 1983.
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MACAGNO, Lorenzo. O discurso colonial e a fabricação dos usos e costumes. FRY, Peter (Org.).
Moçambique Ensaios. Rio de Janeiro: UFRJ, 2001.p.63.
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governos provinciais e distritais de maiores poderes decisórios e competências próprias
para a implementação das políticas públicas. Segundo, emergiram com a estabilização
política e social promovida pela assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP) 4 de 1992, que
pôs fim ao conflito armado mais conhecido como a guerra dos 16anos, entre o Governo de
Moçambique dirigido pela FRELIMO e a RENAMO (CIP, 2020).
Agora passamos a analisar a dimensão “engajamento cívico”, que diz respeito às ações
políticas dos cidadãos voltadas para ajudar os outros (Ekman; Amnå, 2012) ou para
promover mudanças de interesse público na comunidade onde vivem. Configura-se como
ação individual ou coletiva voltada para ajudar os outros ou para a melhoria das condições
locais. Assim, o “engajamento cívico” busca solucionar problemas locais e melhorar
condições da sociedade ou de certos grupos da comunidade (Ekman; Amnå, 2012).
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Assinado à 4 de Outubro de 1992 entre o Governo de Moçambique representado pelo Joaquim Chissano e
pela RENAMO através Afonso Dhlakama em 4 de Outubro de 1992 em Roma.
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O conhecimento e domínio do meio onde vivem tem permitido debates profundos em torno
das prioridades, objetivos, mecanismos e beneficiários dos recursos atribuídos pelo Estado.
O sucesso deste programa passa, indubitavelmente, pela maior integração destes órgãos,
incluindo a nível da sua capacitação, de modo a conferir maior fiabilidade.
3CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Forquilha, S.C (2007). “Remendo novo em Pano Velho”: o impacto das reformas de
descentralização no processo de governação local em Moçambique. Conferência Inagural
do IESE sobre “Desafios para a investigação social e económica em Moçambique”. s/l.