Domingos 1mandlate
Domingos 1mandlate
Domingos 1mandlate
(ESNEC)
DECLARAÇÃO DE HONRA
Declaro por minha honra que esta monografia é da minha autoria e que nunca foi apresentada
para obtenção de qualquer grau académico ou para qualquer Instituição, e constitui o
resultado da minha própria investigação.
______________________________________
Chibuto, _____/_____/______
O presidente Rubrica
_________________________________ _____________________________
O supervisor
_________________________________ _____________________________
O oponente
_________________________________ _____________________________
iii
DEDICATÓRIA
A minha Mãe Virgínia Joaquim Bila, que me apoiou, incentivou no percurso da minha
formação, que, no entanto, eu pudesse continuar a seguir com os estudos. Apesar das
complexidades da vida ela esteve presente e apta em dar qualquer coisa que garantisse a
minha formação académica eficaz.
Aos meus irmãos Nelson Ezequiel Mandlate, Bruno Ezequiel Mandlate e Paulo Ezequiel
Mandlate, que foram do que irmãos, que por sua vez contribuíram positivamente nessa
caminhada, que, no entanto, alguns deles deram me apoio em diversos meios como
financeiros e, assim como matérias. Além do mais, aconselharam-me a não desistir dos
estudos, dando me força em prosseguir com essa caminhada. E foi desse ânimo dos meus
irmãos que fez com que eu esteja seguro e que me sentisse protegido durante esse percurso
estudantil, e por consequências desse facto senti-me forte e superando diversas fragilidades,
deste modo, evoco os meus sinceros agradecimentos.
A minha dedicatória, vai especialmente a minha avó Ecina Enoque Parruque, que Deus o
tenha, que ela por sua vez lutou bastante em incentivo para que eu estudasse, que conseguisse
alcançar inúmeros objectivos por almejar, e ela por sua vez produzia e vendia aguardente
(Bebida Caseira) para que eu conseguisse suprir as despesas escolar á toda a minha infância.
iv
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço à Deus por me ter concedido a sabedoria. E também pela
conservação durante o percurso estudantil e ainda por tornar meu sonho em realidade.
Agradeço o patrão da minha Mãe, Bruno Guimarães, por ter ajudado no pagamento da
matrícula durante os três anos da minha formação. Também agradeço ao Conselho Municipal
da Vila de Mandlakazi, por ter concedido uma Mini-Bolsa de ajuda de custo no último ano da
formação. Agradeço de igual modo a todos aqueles que contribuíram directa e indirectamente
na minha formação e que hoje sou assim e, é graças a união desses amigos e irmãos que eu
tornei me naquilo que tinha sido planeado.
Ao meu supervisor Mestre Alexandre J. Kulemedzana por ter me acompanhado durante todo
processo de elaboração do trabalho, que tem sido muito paciente e, contribuído directamente
para que o trabalho esteja em sucesso. O meu primo Tonecas Muianga por ter me ajudado na
escolha do tema, e além do mais tem contribuído directamente na elaboração do trabalho.
Agradeço a UEM-ESNEC pela boa recepção e ensinamento durante todo processo de
formação e por ter contribuído significativamente na minha vida acadêmica.
A minha Tia Lina Joaquim Bila, por ter me incentivada em vários momentos e por ter
contribuída directamente e indirectamente na minha vida estudantil.
Aos meus pais e irmãos da igreja que tem me ajudado em orações sempre que eu quisesse
desistir em alguns momentos, quase eles funcionaram como motor que impulsionou bastante
na persistência desse desafio.
A minha parceira Nasma Daniel Cossa, que me proporcionou um enorme incentivo moral,
que eu continuasse a caminhar e que tudo vai dar certo, por mas que a vida seja totalmente
difícil.
Aos meus colegas, Edgnécio Ubisse, Idelson Barros, Bolêncio Marrengula, Toabe Madonela,
Nilza Maraneja, Milton Mate, António Tembane, Elvis dos Anjos, Gazelane Matusse e a
todos os colegas de Gestão Comercial e de Empresas que passavam noites e dias a
discutirmos para a padronização dos aspectos que por sua vez contribuíram directamente e
indirectamente para o sucesso estudantil.
LISTA DE ABREVIATURAS
AF Agregado Familiar
RESUMO
ABSTRACT
The main objective of the monograph is to understand the impact of the COVID-19 pandemic
on the informal sector of merchants in the village of Mandlakazi. Allowed, through a sample
of 15 key informants, intentionally selected, to collect empirical data. The main results found
were: most of the interviewees have basic education, most are in an age group from 21 to 30
years old (young people), being the most representative in those who practice informal com-
merce as an alternative activity. Regarding working time, of the four ranges studied, two
stood out, that is, a part of the interviewees has worked for less than five years in informality,
while the other has worked for more than five years. As for the business activity, the intervie-
wees, almost unanimously, answered sales as the activity carried out in the workplace. Based
on the results, it was noticed that people who work informally present that precautionary mea-
sures against COVID-19 are causing, at the level of informal commerce activity in the village
of Mandlakazi, the following main effects: reduction in the effort of people who carry out this
activity, which is measured by the working time between leaving and arriving home. Working
day. It is hoped that this research can serve as a basis and foundations for building new find-
ings on the impact of the COVID-19 pandemic on the informal sector, as it showed clear re-
sults on informal workers, based on the assumptions that were clarified in this monograph.
ÍNDICE
DECLARAÇÃO DE HONRA................................................................................................................i
DEDICATÓRIA....................................................................................................................................iii
AGRADECIMENTOS..........................................................................................................................iv
LISTA DE ABREVIATURAS...............................................................................................................v
RESUMO..............................................................................................................................................vi
ABSTRACT.............................................................................................................................................vii
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO..............................................................................................................1
1.1. Delimitação Do Tema.............................................................................................................2
1.2. Problema De Pesquisa............................................................................................................3
1.3. Hipóteses................................................................................................................................4
1.4. Objectivos Do Trabalho..........................................................................................................5
1.4.1. Objectivo Geral.....................................................................................................5
1.4.2. Objectivos Específicos...........................................................................................5
1.5. Justificativa.............................................................................................................................6
CAPÍTULO II: REVISÃO DE LITERATURA.....................................................................................7
2.1 Expansão do Sector Informal em Moçambique............................................................................7
2.2. Conceitualização do Sector Informal......................................................................................7
2.3. Características do Sector Informal..........................................................................................9
2.4. Génese de comércio..............................................................................................................11
2.5. Comerciante..........................................................................................................................11
2.5.1. Vulgar.................................................................................................................11
2.5.2. Económico..........................................................................................................11
2.5.3. Jurídica................................................................................................................12
2.6. Contextualização da Pandemia.............................................................................................12
CAPÍTULO III: METODOLOGIA...............................................................................................................14
3.1. Metodologia..........................................................................................................................14
3.2. Tipos de pesquisa.................................................................................................................14
3.3. Método de abordagem..........................................................................................................15
3.4. Técnicas e instrumentos de recolha de dados que será aplicado...........................................15
3.5. População e Amostra............................................................................................................16
3.6. Amostra................................................................................................................................17
3.6.1. Critérios de inclusão...........................................................................................17
ix
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
Diante do actual cenário que o mundo passa com a pandemia da COVID-19, doença causada
pelo novo coronavírus - SARS-CoV-2, muitas dúvidas e incertezas transitam pela cabeça das
pessoas. A realidade exige cautela em todos os âmbitos e também traz consigo fortes
problemáticas socioeconómicas além de todas preocupações ligadas à saúde dos indivíduos. A
COVID-19 é uma doença respiratória nova que foi identificada pela primeira vez em Wuhan,
na China, no final de 2019 e hoje está presente em todos os continentes do mundo, sendo que
a transmissão actualmente ocorre principalmente de pessoa a pessoa (Organização Mundial da
Saúde, 2020).
No caso da economia moçambicana este desafio poderá ser ainda mais ostensivo, devido, por
um lado, à limitada capacidade de resposta do Sistema Nacional de Saúde, e por outro lado,
ao facto desta pandemia ter eclodido numa altura em que se projectava um caminho de
recuperação da economia face aos choques climáticos que assolaram a zona norte do país em
2019, tendo afectado de forma significativa o tecido económico nacional do sector informal.
O presente trabalho está estruturado em cinco capítulos, sendo o primeiro composto pela
introdução onde apresentamos a contextualização, a delimitação do tema e do espaço
geográfico onde fizemos o estudo, o problema de pesquisa, as hipóteses, os objectivos gerais e
específicos e a justificativa. No segundo capítulo consta a revisão de literatura, apresentando
as diferentes linhas de abordagem sobre o Sector Informal e a COVID-19.
Este é o ponto de partida para a elaboração de pesquisa, a partir das experiências do dia-a-dia
e de estudos já realizados, observam-se dificuldades, questões com aprimoramento e outros
factores dos quais se pode extrair um tópico problema, dificuldade, necessidade ou
curiosidade e gerar um tema de pesquisa (Gil, 1995).
O problema é uma questão não resolvida, algo para o qual se vai buscar uma resposta, através
de pesquisa. Pode estar referindo a alguma lacuna epistemológica ou metodológica percebida,
a alguma dúvida quanto à sustentação de uma afirmação geralmente aceite, à necessidade de
3
pôr à prova uma suposição, a interesses práticos ou à vontade de compreender e explicar uma
situação do quotidiano (Vergara, 1997).
Visto que o sector informal é um dos sectores que gera rendimentos elevados e contém um
grande número de operadores económicos informais que não se encontram registados
formalmente, e através da sua actividade existe muita preocupação em querer arrecadar mais
lucros, mas a pandemia de COVID-19 tem mostrado sempre dificuldades por partes dos
comerciantes. Os comerciantes do Sector Informal da vila de Manjacaze, apresenta como
impacto da COVID-19 os seguintes aspectos.
A fraca abertura dos seus serviços porque geralmente os clientes não dão prioridades
do negócio. Neste momento de pandemia, as pessoas optam pela componente saúde.
Por parte desta pandemia, vários comerciantes não conseguem os ganhos do
investimento por si efectuados porque á redução dos clientes.
1.3. Hipóteses
Silva e Menezes (2001), são unânimes em afirmar que as hipóteses são suposições colocadas
como respostas plausíveis e provisórias para o problema de pesquisa. Acrescentam que as
2
Ver tabela 2 em anexo extraído do INE, O Sector Informal em Moçambique: Estudos Temáticos. Março de
2019 Maputo. Pp 22.
4
O estudo foi conduzido com vista a confirmar uma das seguintes hipóteses:
Objectivos são tratados em seu sentido mais amplo e constituem a acção que conduzirá ao
tratamento da questão abordada no problema da Pesquisa, fazendo menção ao objecto de uma
forma mais directa (Marion,1998).
A luz do autor pode-se perceber que, podemos atingir objectivos gerais e específicos, que
constituem o caminho pelo qual possamos responder à questão levantada acerca da pesquisa.
1.5. Justificativa
com regularidades por causa dos efeitos da pandemia. Sendo que se pretende, através deste
trabalho, descrever os efeitos causados pela pandemia do COVID-19 nos comerciantes da vila
de Mandlakazi.
Em terceiro, porque, durante a visita ao mercado Eduardo Mondlane e diante das conversas
tidas com os comerciantes do sector informal percebeu-se que os impactos causados pela
pandemia do COVID-19 é no concreto afraca movimentação de pessoas isto que comunga
com a redução de poder de compra.
De ponto de vista teórico é pertinente fazer uma investigação sobre este tema, pois, poderá
trazer possíveis benefícios para os comerciantes a medida em que vai observar através dos
resultados obtidos nas entrevistas quais são os impactos e como deve evitar quiçá tomar
decisões.
De ponto de vista social A relevância deste trabalho está em poder demonstrar os efeitos
causados pela pandemia do COVID-19 nos comerciantes da vila de Mandlakazi. Por fim,
espera-se que esta pesquisa possa contribuir para futuros estudos que versem sobre o impacto
da pandemia de COVID-19 no sector informal, além disso, vai permitir a solidificação do
conhecimento e atitudes dos comerciantes em relação ao impacto da pandemia de COVID 19.
7
A presente parte do trabalho vai debruçar em torno de alguns conceitos mais apropriados para
o estudo. As definições visam, essencialmente, clarificar as concepções teóricas
fundamentais, que permitem a compreensão das ideias-chave que corporizam esta pesquisa.
O termo sector informal inicialmente utilizada para se referir a actividades ilegais ou ilícitas,
popularmente designadas por “candonga” (que significa actividade ilegal ou ilícita) ou
“dumba nengue” (uma expressão que em Tsonga, falado no sul de Moçambique, significa
textualmente: confia nas tuas pernas), para além de outras expressões utilizadas ao longo do
país, em línguas locais, o conceito “sector informal”, enquadra os novos tipos de actores que
operando na área do comércio, não são reconhecidos pelos regulamentos vigentes, e por isso
são reprimidos pelas autoridades policiais, no exercício das suas actividades. Apesar destas
circunstâncias, hoje, esse mesmo termo é utilizado na linguagem das organizações, agências
doadoras e governo, e representa formas novas ou ajustadas do exercício da actividade
comercial, resultantes das experiências da guerra e pós-guerra, e influenciadas pelo processo
de liberalização da economia (Bowen, 2000:23).
Segundo Stearns, citado por Maússe (1994:14) o termo sector informal refere a parte da
economia constituída por pessoas que trabalham em negócios muito pequenos, não
reconhecidos pelo governo, sem qualquer registo sistemático, sem acesso ao crédito comercial
bancário, com muito baixos níveis de rendimento e sem emprego formal.
Para a Organização Internacional do Trabalho- OIT (2006:24) o sector informal pode ser
definido como “um conjunto de unidades empenhadas na produção de bens ou serviços, tendo
como principal objectivo a criação de empregos e de rendimentos para as pessoas nelas
envolvidas”. Estas actividades funcionam normalmente com um fraco nível de organização,
com pouca ou nenhuma divisão entre trabalho e capital, enquanto factores de produção, e
operam em escala reduzida. As relações de trabalho quando existem baseiam-se, na maior
parte das vezes, no emprego ocasional, no parentesco, e nas relações pessoais e sociais, mais
do que em acordos contratuais formais.
A OIT (2006) considera ainda que qualquer negócio/empresa não matriculado junto do
governo nacional/local pertence ao sector informal; não se incluem as actividades ilícitas
(contrabando, roubo, tráfico de droga, etc.) e compreende essencialmente, as chamadas
actividades de sobrevivência, abrangendo as pequenas empresas, as microempresas, os
trabalhadores independentes e o auto-emprego.
A definição do INE sugere que, mesmo se a empresa declarar que paga uma taxa ao Conselho
Municipal ou a uma outra instituição que não é a Repartição de Finanças, ela é considerada
como fazendo parte do sector informal. Esta definição peca por incluir no informal, pessoas,
empresas ou negócios registados no governo local/município e que pagam uma taxa fixada
para o funcionamento do seu negócio. Se este negócio fosse informal no sentido de
ilegalidade, os governos locais como o município não reconheceriam a existência deste sector,
consequentemente, não cobrariam taxas de ocupação de espaço, deixariam esta actividade
para a Repartição de Finanças, entidade competente para o efeito. O trabalhador informal é
um contribuinte activo para a arrecadação de receitas para o Estado. (Hallak et al, 2009)
9
Para Noronha (2003) a utilização dos conceitos “formal” e “informal” não é clara, assim
como não há coesão sobre o papel da legislação nos contractos de trabalho. Este autor sugere
o uso do conceito “informalidade”, cujo significado depende sobretudo da compreensão do
conceito “formalidade” predominante em cada país, região, sector ou categoria profissional. O
sector informal define-se como “um variado leque de actividades orientadas para o mercado e
realizadas com uma lógica de sobrevivência pelas populações que habitam os centros urbanos
dos países em desenvolvimento” (Lopes, 1999:3).
Na mesma lógica da definição anterior, Queiroz (2009) considera sector informal a actividade
orientada para o mercado com o principal objectivo de criar emprego e rendimento para as
pessoas nela envolvida e para os seus agregados familiares, com uma lógica de sobrevivência.
O não registo da sua actividade é uma característica do sector informal e não um critério para
defini-lo.
Bowen (2000) apresenta uma definição diferente da de Lopes (1999) e Queiroz (2009), pois
utiliza o conceito do sector informal para referir os indivíduos que participam numa
actividade comercial, sem possuir licença legal para o seu exercício, e cuja actividade não é
directamente taxada, e, portanto, não é reportada oficialmente e no geral, não está abrangida
pelo pagamento de taxas específicas às autoridades municipais.
O sector informal tem servido como tábua de salvação para muitos moçambicanos, pois serve
como forma de sobrevivência as dificuldades que eles encontram no dia-a-dia. Neste
contexto, o sector informal em Moçambique é hoje um conjunto de operadores dinâmicos e
economicamente agressivos que buscando a sua sobrevivência, tem ocupado e proporcionado
rendimentos alternativos à muitas famílias moçambicanas. Pela sua importância e dinâmica,
vale a pena referir algumas das suas características (Chichava 1998:18):
Existe em quase todo o País, mas com maior intensidade nos centros urbanos;
É formado por pequenas unidades económicas e familiares;
É de fácil entrada e integração, mas com muitos riscos de se extinguir;
Não beneficia de crédito bancário oficial, mas depende de poupanças pessoais, de
amigos, familiares, normalmente através de colectas monetárias (xitique = principal
fonte de financiamento do sector informal);
10
Já para Nogueira (2015), “o comércio surgiu a partir dos processos de trocas na antiguidade,
quando determinados grupos trocavam suas produções por outras”.
2.5. Comerciante
Segundo Granzotto (2002) comerciante é a figura central, sendo o sujeito que exercita a
actividade empresarial, podendo ser tanto pessoa física (empresário individual) como pessoa
jurídica (sociedade comercial), ou pode ser vista como sendo a pessoa natural ou jurídica que,
profissionalmente, exercita actos de comércio com intuito de obtenção do lucro.
O autor ainda revela que a palavra comerciante pode ser tomada em três asserções:
2.5.1. Vulgar
O termo comerciante inclui as relações entre pessoas, comércio de ideias e entre outros.
2.5.2. Económico
2.5.3. Jurídica
Para Viagem (s/d), o comerciante é aquele que vende certo produto ou serviço num
determinado estabelecimento ou através de uma plataforma virtual com o intuito de se obter o
lucro.
Os coronavírus integram uma grande família de vírus comum, que podem ser encontradas em
diferentes espécies de animais. Segundo informações divulgadas pelo Ministério de Saúde
(2020), os vírus dessa família raramente conseguem infectar pessoas. No entanto, o novo
coronavírus, também conhecido pelo nome científico SAR-CoV-2, iniciou a maior pandemia
já vivenciada do século XXI, causando a doença denominada COVID-19.
Em poucos dias, novos casos apareceram em diversos outros países asiáticos e europeus. O
rápido contágio da doença expôs a grave crise sanitária que as cidades contaminadas
enfrentariam.
A OMS decretou, no dia 11 de Março de 2020, estado de pandemia devido a doença causada
pelo novo coronavírus. Essa determinação teve como objectivo alertar todos os países da
situação que precisavam aderir às acções necessárias para conter, identificar e tratar das
vítimas da doença. Sobre o decreto, o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus
fez a seguinte afirmação:
3.1. Metodologia
Nesta secção apresentamos os meios usados e a forma como fizemos a pesquisa no âmbito da
recolha de dados. Para este estudo adoptamos o estudo de caso detalhado, dada a sua
possibilidade de fazer o levantamento de dados qualitativos usando recurso á pesquisa
bibliográfica como forma de buscar teorias subjacente ao estudo, feita na biblioteca do
Conselho Municipal da Vila de Mandlakzi, e outros artigos “baixados” na internet.
Segundo Marconi e Lakatos (2006, p.15) “a metodologia é o meio pelo qual o pesquisador
utiliza para colher a real situação, e assim, fundamentar suas decisões durante a realização do
trabalho científico.
Está pesquisa é do tipo qualitativo, exploratório descritivo, cuja estratégia é o estudo de caso
(Oliveira, 2010). Ora, esta tipologia na nossa pesquisa vai nos ajudar essencialmente ao seu
horizonte focalizado em compreender os processos que contribuem para um fenómeno ou
acontecimento mais geral (Veloso, 2007), dá-se, aqui o Impacto da a pandemia de covid 19 no
sector informal. Para (Guerra 2006), os métodos qualitativos designam uma variedade de
técnicas interpretativas que visam descrever, descodificar, traduzir certos fenómenos sociais.
Veloso (2007), afirma que a pesquisa qualitativa proporciona melhor visão e compreensão do
contexto do problema, é uma pesquisa não-estruturada, não estatística e possui pequeno
número de casos não-representativos.
A pesquisa qualitativa não visa mensurar fenómenos, mas sim, poder entendê-los em
profundidade (Víctora et al.,2000, citados por Teixeira, 2006). Visa descrever e analisar a
cultura e o comportamento, a partir da perspectiva que o próprio investigado tem do
fenómeno (Fiorese, 2003).
Por fim, o carácter exploratório da pesquisa justifica-se pelo facto de que qualquer
investigação científica, ou de outra natureza, interessa-se naturalmente em buscar explorar,
aprofundar, alguma informação, no sentido de propiciar a percepção do objecto de pesquisa,
permitindo descrever completamente uma determinada situação em estudo, como por
exemplo, um estudo de caso, realizando análises empíricas e teóricas, podendo encontrar
15
A pesquisa teve uma abordagem indutiva, pois foi feito uma análise do particular através do
estudo no sector informal dos comerciantes da vila de Mandlakazi e a partir daí podendo
generalizar os resultados para situações e contextos similares.
Para Marconi & Lakatos (2003), Indução é um processo mental por intermédio do qual,
partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou
universal, não contida nas partes examinadas.
Para o presente estudo as técnicas de recolha de dados usadas foram a Revisão bibliográfica,
Entrevista semiestruturada, e a observação.
a) Revisão bibliográfica
Este método é fundamental para a obtenção de banco de dados pertinentes para a busca de
informação no campo, possibilitando que o investigador amplie o grau de conhecimento em
uma determinada área, capacitando-se a compreender ou delimitar melhor um problema de
pesquisa (Koche, 1997:45).
b) Entrevista semiestruturada
Para a sua materialização, o guião da entrevista semiestruturada (anexo 1) foi a técnica usada
para a recolha de dados entre as unidades amostrais.
c) Observação Não-Participativa
Segundo Marconi e Lakatos (2003) a observação é uma técnica de colecta de dados para
conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da
realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar factos ou
fenómenos que se desejam estudar (Marconi & Lakatos, 2003:260. Ademais, desempenha um
papel importante nos processos observacionais, no contexto da descoberta, e obriga o
investigador a um contacto mais directo com a realidade.
Para a presente pesquisa, fez-se a observação não participativa, pois preferiu-se durante a
observação do quotidiano dos comerciantes e da entrevista efectuada.
3.6. Amostra
Esta pesquisa teve como base a técnica de amostragem por conveniência que, segundo
Mutimucuio (2008), tem em vista obter respostas de pessoas que estão disponíveis e dispostas
a participar do processo de recolha de dados, pessoas estas que convivem directamente com a
situação estudada.
A nossa amostra foi de quinze (15) informantes chaves (anexo2), comerciantes informais que
operam no mercado Eduardo Mondlane na Vila de Manjacaze e foram seleccionadas por
conveniência.
Conforme foi mencionado no início deste capítulo, o questionário foi aplicado a quinze
comerciantes da vila de Mandlakazi. As perguntas do questionário foram organizadas em
quatro categorias, a saber: Dados Demográficos, Idade, Nível de Escolaridade, Tempo no
serviço.
a) Sexo
Em relação a variável sexo, percebe-se que a grande maioria dos entrevistados é do sexo
masculino, 8 comparativamente aos entrevistados do sexo feminino que representa 7 da
amostra (Gráfico 1).
Estudos efectuados por Sethuraman (1998), Arnaldo (1999), Lopes (2003) sobre a
distribuição por sexo de indivíduos envolvidos no comércio informal revelam que há mais
mulheres envolvidas nesta actividade. Porém, a distribuição por sexo da força de trabalho que
exerce actividades no comércio informal, indicou que o comércio informal é dominado pelo
sexo masculino, pois, mais de dois terços dos envolvidos no comércio informal de cada uma
destes são homens.
19
Gráfico 1: Sexo
Masculino
Feminino
7
Sexo
Fonte: Autor, 2021
b) Idade
Na Gráfico 2, encontra-se a distribuição dos entrevistados por faixa etária, onde a maioria está
concentrado entre 21 a 30 anos, representando 47% da amostra.
Gráfico 2: Idade
7%
13%
21-30
47% 31-40
41-50
50 ou mais
33%
A variável nível de escolaridade indica que 7 dos entrevistados tem nível básico seguido pelo
nível médio com 6 da amostra, terceiro pelo nível superior com 2 da amostra.
20
Para Gomez (2007, citado por Baptista 2013, p.57) afirma que “A educação não pode ser
entendida como privilégio de uma classe, de uma sociedade ou de uma cultura, mas o atributo
próprio da natureza do homem que se faz real nas acções e no cenário da vida quotidiana de
todas as comunidades humanas”.
Gráfico 3: Escolaridade
7
6
A variável nível de Profissão dos nossos interlocutores indica que 13% (Gráfico 4) dos
entrevistados são comerciantes de produtos agricolas, seguido pelos comerciantes de
refeições com 20% da amostra, terceiro pelos revendedores de acessórios de carros com 7%
da amostra, quarto as mercearias com 20% da amostra, quinto os agentes da m-pesa com
27% da amostra e por último os revendedores de pão com 13% da amostra.
21
Gráfico 4: Profissão
7%
20%
13%
Mercearia
Comercialização de produtos
agricolas
Agente de mpesa
13% Comercialização de refeicoes
Revendedor de pão.
20%
Revendedor de acessórios de
carro
27%
Gráfico 5: Moradia
3
2 2
1 1
Da leitura do gráfico acima pode-se constatar que dos 15 interlocutores, inqueridos, a opinião
dominante dos Bairros que residem os nossos interlocutores é o Bairro 25 de Setembro,
apresenta maior número dos residentes com 06, seguidos por Bairro Dingane com 3
interlocutores, Bairro Eduardo Mondlane com 02, Bairro liberdade com 02 interlocutores, e
por fim os Bairros Macave, Machecahomo Apresenta 1 unidade. (Gráfico 5).
22
Em relação a estado civil, percebe-se que a grande maioria dos entrevistados são casados,
8.57% comparativamente ao do estado solteiro que representa 6.43% da amostra.
6; 43%
8; 57% Solteiro
Casado
A variável agregada familiar indica que 40% (Gráfico 7) dos entrevistados no seio familiar
ocupa o lugar de mãe, seguido pelo Pai com 40% da amostra, terceiro pelo irmão com 13% da
amostra e por fim pela nora com 7% de amostra.
23
7%
13%
40%
Pai
Mãe
40% Irmão
Nora
Com relação ao tempo de trabalho, duas faixas se destacaram. Uma parte dos entrevistados,
composta por 8 respondentes, trabalham a menos de cinco anos na informalidade, enquanto 7
trabalham a mais de cinco. Pesquisa realizada pelo conselho Municipal de Mandlakazi 2019,
afirma que “por tratar-se de um universo essencialmente jovem, a maior parte dos negócios
ainda estão nos primeiros anos de vida”. De tal maneira, os resultados obtidos mostram que a
maioria dos entrevistados possui menos que 05 anos de comércio, 1 entrevistados. Percebe-se,
ainda, que parte dos entrevistados trabalha como informal há mais de vinte anos, 6 ao total, e
que é nessa faixa de respondentes que está situado a maioria dos que possuem apenas o
primeiro grau incompleto, o que significa que esses tiveram que abandonar seus estudos
muito cedo, para se dedicarem ao trabalho.
Tal resultado mostra que o comércio informal sempre oferece uma oportunidade para quem
quer ou necessita de um emprego; por outro lado, não importa o motivo pelo qual se entrou na
informalidade, sabendo gerenciar seu trabalho, sempre haverá um motivo, razão ou
circunstância para se permanecer no negócio.
24
Com relação à questão que busca saber se trabalhar no comércio informal é rentável, as
respostas tiveram quase o mesmo resultado. Porém, a maior parte dos entrevistados, os quais
somaram 8 totais, acreditam que sim, o comércio informal de facto ainda é rentável.
Eles afirmaram que A actividade não é rentável, porque, muitas vezes, temos tido quebra, os
nossos produtos trazemos da vizinha África do Sul, temos que pagar alfandega e aqui no
mercado também pagamos taxas fiscais mesmo sem vender nada” (CC, CD, CE, CG, CI).
“Por vezes, as pessoas não compram e os preços são altos, outra coisa é que somos muitos
que fazemos essa actividade” (CA, CB, CF, CH).
Para os entrevistados, quanto aos benefícios desta actividade e que dificuldades enfrentam
fomos apurar as seguintes sensibilidades.
como benefícios desta actividade conseguimos pagar nossas contas, e pagamos as propinas
dos nossos filhos nas escolas em que eles frequentam. e o sustento próprio. (CA, CC, CD,
CG).
25
O resultado, acima exposto, analisando os vários sentimentos de forma integrada, nos levou a
entender que os entrevistados podemos afirmar que seguir as próprias regras recai como maior
ganho do comércio informal, partindo das primícias que o trabalhador que resolve trabalhar
com o propósito de ser dono do seu negócio não possui superior para lhe dar ordens, logo esse
passa a criar suas regras de acordo com o que ele achar que vale ou não a pena. Trabalhar na
informalidade nem sempre é emprego único para o trabalhador, pois uma das vantagens de ser
informal é que você pode agregar rendas em diferentes ramos de actividade. Porém, para que
isso seja possível, cabe a pessoa ter ciência e saber administrar bem suas finanças para que
uma actividade não venha prejudicar a outra, pois se faz necessário que o lucro venha das
duas partes. Apesar de pontos de vista divergentes, não se pode negar o facto de que esta
actividade informal ganha novos adeptos a cada dia. Entretanto, pouco se sabe a respeito
dessa actividade, pois uma característica inerente ao sector informal é a sua complexidade e a
variedade de actividades inseridas no seu contexto. E, algumas destas actividades são
facilmente observáveis, enquanto outras são menos conspícuas e praticamente impossíveis de
serem aferidas (Diniz; 2012).
porque o mesmo relatório apresenta que grande maioria reporta perdas no seu volume de
vendas.
Sendo este ponto referente ao segundo objectivo específico, vamos desde já analisar no seio
das vidas das famílias. Este sector contribui muito para os cidadãos, alguns do sector formal
têm as suas rendas aumentadas devido a prática desta actividade que lhes permite duplicar ou
triplicar os seus ganhos mensais. O que se observa ainda é que, com os valores ganhos na
actividade informal estes usam para as despesas caseiras, pagamento de escolas dos seus
educandos e construção de casas de alvenaria é o desejo de todos. Isto mostra duma maneira
parcial se não maior, do abandono das casas precárias às melhoradas, tornando um
desenvolvimento ou mudanças no bairro, no que diz respeito ao alojamento. Porque os
cidadãos conseguem alguns atingirem os seus sonhos, depois das necessidades básicas outros
pensam em auto-realização, até mesmo prosperar para negócios maiores. Sendo assim é
notório nos bairros vila de Mandlakazi, casas de alvenaria com uma organização, saneamento
urbano até água canalizada. Alguns preferem investir em bens de luxo da actualidade, os seus
filhos a passearem de motorizadas com altos telefones que até um formal médio não tem, a
nível do bairro mostrando o poderio dos seus pais.
Um outro ponto analisado vila de Mandlakazi assim como no mercado, são os meios de
locomoção. Observou-se que a maioria possui transportes individual que lhes permite o
transporte de mercadoria vindas dos distritos e países vizinhos, deixando assim os transportes
que se dedicam a essa actividade (aluguer). Permite-lhes também a deslocação com muita
rapidez aos seus pontos de trabalho, sem recorrer aos táxis. Com esta observação permitiu nos
perceber que neste sector informal há uma evolução no que diz respeito ao transporte para
facilitar as actividades.
Em análise ainda este ponto e em conformidade com a pesquisa o nível de contribuição deste
sector é elevado, visto que a maioria dos inquiridos estão satisfeito com esta actividade,
porque trabalham duma maneira assumida como única actividade que lhes trás rendimento
com objectivo de prosperar no sector, Alguns preferem ensinarem seus filhos a mesma
actividade, mas se olharmos para o ponto anterior, mostra nos que maior parte dos que
trabalham no sector do comércio estão bem de vida e que vêem as suas necessidade
resolvidas.
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Durante a investigação desta monografia foi possível observar que o nível de contribuição é
alto, porque em alguns casos o pequeno empresário tem uma vida superior a quem trabalha no
formal e que depende da sua mensalidade, por vezes esta diferença cria inveja entre os
moradores colocando-se na balança da vida entre eles.
Segundo Diniz; De Jesus Matos, (2012) “o comércio informal é fonte de emprego não só para
os donos das bancas, mas também para uma parcela significativa da população”.
Factores políticos;
Factores económicos;
Factores socioculturais.
f) Factores políticos
Devida à articulação de vários factores como foi apontado na parte de conteúdos teóricos.
Nesta linha, atinente aos factores que podem ser controlados encontram-se obviamente os
políticos. No entanto, a maioria dos comerciantes informais pesquisados não respondeu à
questão sobre o leque de factores políticos. Tendo sido respondida somente por três que
mencionaram os seguintes factores:
“Corrupção, discriminação partidária; fraca paz; injustiça, eh, o nosso governo não é bem
justo, já assistimos colegas que foram arrancados espaço para vender lá no Bairro de
magabagabene, alguns nem podem fazer o seu comércio”. (CB, CF, CH).
Destacamos também que o resultado alcançado observa alguns dos factores políticos
elencados por (Barros & Camargo 1994), (Amaral & Beurle 2009; 2010, apud Santos, 2013):
fraca abordagem participativa nas decisões sobre a vida da comunidade; procedimentos
deficitários de governação, gestão e administração da informação; sistema de justiça não
transparente e não célere; instabilidade política; guerras; corrupção; desemprego; excessivo
político-partidário. Estes são, realmente, do conhecimento dos pesquisados, conforme os
relatos acima apresentados.
g) Factores económicos
No mesmo sentido, quanto aos factores económicos que podem ser controlados, os
entrevistados apontaram o seguinte:
Desemprego; baixo salário; fome; subida de preços; muitas pessoas praticam comércio
informal” (CA, CC, CD, CE, CG, CI). “Dependência de doação, mas nós temos recursos;
fraca procura de novas oportunidades económicas” (CB).
Com base nestes resultados depreendemos que as políticas públicas centrais para reversão da
situação económica do país. A destruição dos recursos naturais, que os entrevistados
lamentam, é prova disso. O desemprego e a fome que afectam a maioria dos cidadãos em
Moçambique revelam o mesmo ponto.
Prosseguindo com a análise, referimos que o mesmo resultado verifica alguns factores
apontados por Beurle (2010), como por exemplo: excessiva dívida externa, dependência
externa, ou falta de auto-suficiência; investimento no futuro – sem efeitos duradouros;
instabilidade macroeconómica; baixo salário; débil acesso aos serviços e protecção ao meio
ambiente; saneamento; desemprego; exploração de matéria prima (recursos florestais,
energéticos e minérios) levada a cabo por empresas estrangeiras e multinacionais.
Ora, o cenário acima discutido faz com que as pessoas de diferentes estratos sociais não
tenham emprego, dificultando o alcance e observância do desenvolvimento.
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h) Factores socioculturais
Observando atentamente os dados alcançados a partir dos pesquisados, vimos que, vão ao
encontro de Santos (2013). Este ao avaliar factores que condicionam o desenvolvimento numa
sociedade ao nível cultural, observou que factores, como: a religião, o fraco ensino, crença,
valores e atitudes vigentes numa sociedade, em especial a aptidão pela liberdade individual; a
falta de curiosidade e a criatividade.
Quatro entrevistados, apresentaram as suas sugestões, destacando que é matéria difícil de ser
controlada: “eh, isso é muito difícil, mas o governo tem que dar emprego às pessoas, a
corrupção tem que acabar. Deve-se apostar em ensino de qualidade, não pode haver
discriminação entre nós, e uso de partido para ter sucesso na vida” afirmaram (CB, CC, CF,
CH). “Haver espírito de ajuda ao próximo, apoiar às pessoas na prática de negócio”,
acrescentou o entrevistado (CB).
4.7 Descrever os efeitos causados pela pandemia do COVID-19 nos comerciantes da vila
de Mandlakazi
No que concerne aos efeitos da COVID-19 nos comerciantes do sector informal da vila de
Mandlakazi, apenas 07 dos inqueridos apresentaram os seguintes pontos, destacando que esta
pandemia trouxe sofrimento para quase todos os sectores de actividades. Além do mais, esta
crise resultou em inúmeras mudanças no mercado, tais como: controlo regoroso das
autoridades municipais, adaptação das novas formas de convivência, dimulição das
barracas, redução do tempo do exercicio das actividades comerciais, paralisação de algumas
actividades, redução do volume de negócio, aumento de fome, desemprego, subida de preços
de produtos básicos e entre outros, “afirmaram (CB, CC, CF, CH, CA, CE, CG)”.
A pandemia do coronavírus (Covid-19) vem mudando o cenário social nos últimos meses e
trazendo impactos de várias ordens à vida da população. Os impactos provocados por essa
pandemia ainda estão sendo construídos e aos poucos vão promovendo alterações nos mais
diversos sectores. Com os bares e restaurantes não foi diferente, os impactos sentidos pelo
coronavírus foram grandes e assustadores, principalmente para as pequenas empresas de
comércio informal. (Silveira, 2020). A crise imposta pela COVID-19 afectou o mundo do
trabalho em todos os seus segmentos. Tanto trabalhadores formais quanto informais foram
impactados pelas necessárias medidas de isolamento social adoptadas para conter a
disseminação do vírus. Essa incerteza que cerca o mercado de trabalho em uma situação de
crise que, além de sanitária, se tornou uma crise económica e social, culminou na redução
expressiva da massa de renda do trabalho e no aumento do desemprego
De maneira sintética, quanto à concretude da pandemia no seu local de moradia, além dos
registros de óbitos e adoecimentos por COVID-19 e o colapso dos equipamentos de saúde,
citam maioritariamente o acirramento da questão do desemprego, falta de renda, pobreza,
fome. Aliada à diminuição da renda com desemprego, cortes nos salários, impedimento do
exercício de comércio formal ou informal, reclamam que a permanência das pessoas em casa
aumentou muito os gastos domésticos. Além disso, também surgem menções à depressão,
acirramento da violência, redução do transporte público e aumento de pessoas vivendo nas
ruas.
.
31
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES
5.1. Conclusões
Esta monografia tem como tema: Impacto da a pandemia de covid 19 no sector informal: caso
dos comerciantes da vila de Mandlakazi, (2019-2020). a pesquisa foi realizada na vila de
Mandlakazi especialmente no mercado Eduardo Mondlane arredores da vila de Mandlakazi. E
teve a seguinte questão de investigação: Como é que a pandemia de covid 19 no sector
informal impacta os comerciantes da vila de Mandlakazi 2019-2020?
Assim, tanto a teoria e como os resultados alcançados permitiram verificar que os impactos
provocados por essa pandemia ainda estão sendo construídos e aos poucos vão promovendo
alterações nos mais diversos sectores. Com os bares e restaurantes não foi diferente, os
impactos sentidos pelo coronavírus foram grandes e assustadores, principalmente para as
pequenas empresas de comércio informal.
Este sector contribui muito para os cidadãos, alguns do Sector Informal têm as suas rendas
aumentadas devido a pratica desta actividade que lhes permite duplicar ou triplicar os seus
ganhos mensais. O que se observa ainda é que, com os valores ganhos na actividade
informal estes usam para as despesas caseiras, pagamento de escolas dos seus educandos e
construção de casas de alvenaria é o desejo de todos.
Este estudo concluiu que existem um grupo de comerciantes informais: constituído por
indivíduos que possuem uma actividade alternativa (principal) que serve de única fonte da sua
sobrevivência e do seu agregado familiar.
44 anos. Este resultado leva a afirmação de que os jovens desenvolvem o comércio informal
como meio alternativo para a sua ocupação criando o auto-emprego. É notória a maior
presença de indivíduos com nível de educação reduzido com experiência de trabalho
adquirida na própria aprendizagem do trabalho, o que leva a concluir que esta actividade é
praticada maioritamente por indivíduos com poucos anos de escolaridade que privilegiam a
auto-aprendizagem no próprio processo de trabalho.
E o que tange aos efeitos de COVID-19, concluiu-se que a crise imposta pela COVID-19
afectou o mundo do trabalho em todos os seus segmentos. Tanto trabalhadores formais quanto
informais foram impactados pelas necessárias medidas de isolamento social adoptadas para
conter a disseminação do vírus, em que por sua vez, resultou em imúmeras consequências, a
saber: à diminuição da renda, aumento de desemprego, cortes nos salários, impedimento do
exercício de comércio de algumas actividades e entre outros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Barros, R. P. & Camargo, J. M. (1994). As Causas da Pobreza no Brasil. In: Veloso, João
Paulo dos Reis e Albuquerque, Roberto Cavalcanti (Orgs.) Modernidade e Pobreza. São
Paulo: Nobel.
Ghebreyesus, T.A. (2020). OMS decreta pandemia do novo coronavírus. Disponível em:
https://saude.abril.com.br/medicina/oms-decreta-pandemia-do-novocoronavirus-saiba-o-que-
isso-significa.Acesso em: 15/06/2021.
Lopes, C. (2004). Elementos para a compreensão do sector informal urbano nos países em
desenvolvimento, infricadebate.iscte.pt/mercadoinformal.htm//extraído da Internet no dia
15/06/2021.
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Mausse, A. (1994). O Sector Informal: O Caso dos Latoeiros na Cidade de Maputo, Tese de
Licenciatura em Economia. Faculdade de Economia. Maputo.
Triviños, A. N. (2007). Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais. Editora Altas. São Paulo.
ANEXOS
Anexo 1
Com vista a recolha de informações para efeitos de realização de um estudo académico com o
tema: “:" Impacto da a pandemia de covid 19 no sector informal: caso dos comerciantes da
vila de Mandlakazi (2019-2020)” Elaborou-se o presente roteiro de entrevista com vista a
aferir o Impacto da a pandemia de covid 19 no sector informal. Por se tratar de dados com fins
académicos garante-se o anonimato e pedimos ao estimado comerciante que nos preste
informações verídicas para ajudar-nos na consecução do trabalho. Pelo que antecipamos os
nossos agradecimentos.
2.3 Quais os benefícios desta actividade e que dificuldades encontra ao praticar esta actividade pera nte
a pandemia de covid 19.
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