Relatorio de Ppe (The-Godman)

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Lista de abreviaturas

ESB - Escola Secundária da Barragem


PPECV1 - Práticas Pedagógicas de Educacao e Comunicacao Visual 1
ESG – Ensino Secundário Geral
PEA – Processo de Ensino e Aprendizagem
Agradecimentos

Agradeço a Deus pela vida e forca de executar qualquer tarefa que me compete e aos docentes
pela boa mediação do processo que me levou a fazer este relatório sem me esquecer dos meus
semelhantes que fizeram com que eu fosse o que sou.
Resumo
Introdução
Objectivos e metodologias
1 - Relatório de Praticas Pedagógicas de Educação e Comunicação Visual 1 (PPECV1)

Segundo o relatório de PPG, do mesmo autor deste, relatório é a exposição escrita na qual se
descrevem factos mediante pesquisas ou se narra a historia da execução de serviços ou de
experiencias que geralmente acompanha documentos demonstrativos tais como: gráficos,
estatísticas e outros. Portanto, nesta fase, o relatório não altera o seu sentido literário: descrever
tudo aquilo que aconteceu durante o semestre na cadeira de PPECV1 na sala e nas actividades do
campo.

Em paralelo com as PPGs, as PPECV1 o estudante tem a oportunidade de conhecer não so a


escola, mas também a sala de aula dessa escola, ter saberes transversais e multidisciplinares
adequados ao respectivo nível e ciclo de ensino; dominar o conceito da sala de aula, suas
características, actividades que se desenvolvem e seus intervenientes.

Torna importante fazer um breve olhar sobre o que aconteceu em PPG em cada momento seguida
do que ocorreu nesta porque a PPG é alicerce de todas as outras práticas que advierem ou advêm.
(a pesar de não ter, nas actividades do campo, trabalhado na mesma escola).

1.1 – Momentos das PPECV1

Educação e Comunicação Visual é uma disciplina que goza, em alguns casos como este, de
mesmas características de estudo com outras disciplinas. Neste caso, em Praticas Pedagógicas,
são considerados 3 momentos principais: pré-observação, observação e pós-observação.

1.1.1 – Momento da pré-observação

Segundo dr. Sarmento apud Ali Ernesto Manuel, no seu relatório de PPGs (2011), este momento
corresponde ao tempo de preparação na sala de aula e, para o nosso caso, foi a formação de 5
grupos distribuídos em 5 escolas (1º: Filipe, Mahamudo Isac, Amisse, Abugy e João – Escola
Secundaria de Napipine; 2º: Fonseca, José, Ali; Ornilo, Analista e Felismino – Escola Secundaria
da Barragem; 3º: Dionísio, Guther, Francisco, Cremildo e Saide – Escola Secundaria de
Nampula; 4º: Macedo, Tomas, Hedson, Acácio e Luís – Escola Secundaria de Namicopo e; 5º :
Momade, Muzé, Omar; Sérgio e Atumane - Escola Secundária de Muatala), distribuição de 10
temas distribuídos em 2 para cada grupo ( 1º: importância e objectivos das PPG (s) no processo
de ensino, observação como técnica de recolha de dados na escola e nas aulas: Métodos, formas,
técnicas e instrumentos de observação, realização de entrevista e questionário; 2º : a escola e as
suas componentes organizacionais, método de recolha de dados e de estudo documental: Técnicas
e formas de análise dos documentos e informações; 3º : funções do professor, sistema nacional de
educação; 4º : professor e a escola, planificação de uma aula e; 5º : o bom professor, avaliação do
processo de ensino aprendizagem: conceito, tipos, funções e instrumentos de avaliação; análise
crítica do trabalho de campo realizado na instituição ) e, para além dos outros aspectos gerais
dentro da sala, deu-nos uma guia para o trabalho do campo.

Em PPECV1, foi o mesmo docente e não fugiu da regra: deu recomendações sobre higiene
individual e colectiva, pontualidade e diversos. Na mesma quarta-feira do dia 29 de Fevereiro
(2012), fez-se a formação de 4 grupos (1º: Ali, Abugy, Atumane, Ornilo, Saide, Hedson e Tomás;
2º: Acácio, Felismino, Filipe, Fonseca, José, Macedo e Mahamudo; 3º: João, Sérgio, Dionísio,
Cremildo, Guther, Isac e Luís; 4º: Amisse, Francisco, Momade, Omar, Muzé e Rosário), selecção
de 4 escolas primárias completas e 4 secundárias distribuídas da seguinte forma:
 1º grupo: Escola Primária Completa e Secundária de Napipine;
 2º grupo: Escola Primária Completa da Cerâmica e Secundária de Muatala;
 3º grupo: Escola Primária Completa 25 de Junho e Secundária de Namicopo;
 4º grupo: Escola Primária Completa dos Limoeiros e 12 de Outubro

O critério das actividades do campo foi opcional para cada grupo: alguns optaram em entra nas
duas escolas em momentos diferentes e outros repartiram-se em metade para cada escola por que
cada grupo teria que passar em duas escolas conforme o parágrafo anterior.

Pouco diferente de PPG, este não tivemos temas distribuídos para cada grupo neste 1º momento
mas, no mesmo dia, o docente apresentou, no geral, aquilo que seria como conteúdos básicos de
PPECV1: estudo de manuais de Educação Visual da 6ª_10ª classes, estudo de material de
motivação, oficinas pedagógicas e micro-aulas (simulação de aula).
”…poderão assistir duas ou três aulas mas, não vão dar aulas e nem podem aceitar que o
professor deixe-vos a dar aulas…, vão trabalhar com o professor de Educação Visual como
gestor: director de turma, delegado de disciplina e director de classe…” fim da citação. Estas
palavras foram proferidas pelo docente num momento em que enfatizava a elaboração de
credenciais que permitiria a nossa partida para as escolas. Caso para dizer que a ida para as escola
era para saber as actividades de um professor de Educação Visual como gestor: director de turma,
delegado de disciplina e director de classe.

Uma semana depois, noutra quarta-feira (07/03/12) o docente entregou-nos as duas credenciais
para cada grupo (uma para EPC e outra para Secundaria). Para reforçar a citação anterior, consta
nesta credencial um parágrafo que passo a transcrever: “…cujos objectivos são: inteirar-se nos
aspectos relacionados com: …; professor de Educação Visual como gestor: direcção de turma,
delegado de disciplina e da classe; …” fim da citação.

Para não deixar vazio os 50 minutos que faltavam, dos 100 minutos programados, consoante o
horário, na 4ª feira, o docente, em colaboração com os estudantes, fez um breve comentário sobre
aquilo que iríamos encontrar no campo das actividades, como tarefas do professor (não só de
Educação Visual) como gestor:
 Delegado de disciplina: reunir o grupo de disciplinas, elaborar o plano de actividades do
grupo, organizar a pasta, apoiar os colegas, planificar as assistências, assistir e avaliar os
colegas, elaborar o relatório da disciplina, censurar as avaliações e, de as demais,
replanificar as actividades caso necessário;

O delegado pode também solicitar a capacitação do grupo quanto algum conteúdo ou tema não
está sendo percebido pelo professor, ou, este, pode requestar um colega para dar aula relativa a
esse conteúdo que ele não percebe na sua turma. É aconselhável que o delegado de disciplina faça
uma autoavaliação.

 Director de classe: reunir os professores da classe, planificar as actividades da classe,


assistir os professores da classe, elaborar relatório das actividades da classe, conhecer os
problemas da classe, convocar e reunir os encarregados de educação, elaborar mapa de
aproveitamento pedagógico, representar todos os directores das turmas e, de entre outras,
ser membro da direcção da escola.
 Director de turma: organizar a turma, reunir os pais e encarregados de educação,
responsabilizar-se pelo preenchimento do livro de turma, reunir com a turma
semanalmente, organizar as actividades extracurriculares da turma para além de, etc.,
distribuir o material a turma.

Nisto, constata-se que esta gestão do professor, entra e comunga com artigo 15, de III secção do
Regulamento Geral do Ensino Secundário no seu 2º ponto: “ no exercício das funções a direcção
da escola conta com o apoio dos seguintes colaboradores: a) delegados de disciplina; b)
directores de classe e; c) directores de turma” fim da citação. Caso para dizer, tudo já estava
sendo estudado e, agora, está sendo analisado consoante a realidade vivida em experiencias.

No mesmo regulamento, encontram-se as competências de cada funcionalidade do gestor que não


entram em contradição legível com aquilo que se debateu na turma com o dr. Sarmento e os
estudantes:
Delegado de disciplina: dirigir o grupo de disciplina; (RGES, artigo 23)

Director de classe: reunir mensalmente com os directores das turmas da classe de que é
responsável para planificação e discussão dos problemas relevantes do comportamento e
aproveitamento dos alunos; propor semanalmente as agendas das reuniões de turmas; propor a
direcção pedagógica as agendas das reuniões dos directores das turmas com encarregados de
educação; reunir, sempre que necessário, com professores da classe de que é responsável;
controlar sistematicamente o registo das avaliações nas respectivas fichas e solicitar, sempre que
necessário, a caderneta do professor. (RGES, artigo 24: 6-10)

Director de turma: estruturar a turma que dirige, de acordo com o RGES e da escola local, reunir
a turma semanalmente, de acordo com o horário estabelecido, estudar e registar o carácter de
cada aluno da turma, para um conhecimento real de cada estudante, fazer semanalmente o
levantamento das faltas dos alunos, convocar os encarregados de educação dos alunos de turma
para prestar informações que julgar pertinentes ou recebe-los quando eles o solicitarem, preparar
os conselhos de notas da turma, no final de cada trimestre, de acordo com o regulamento de
avaliação, promover e orientar actividades extra-curriculares. (RGES, artigo 25: 1-7)
Isto mostra que o professor de Educacao Visual não está isento em ser gestor assumindo uma
dessas funções. Por isso, ao sermos enviados nas escolas, era para ouvir e, se possível, participar
na realização das actividades do professor numa das suas funções como gestor.

Diferente de PPECV1, em PPG o trabalho estava centrado em três área da escola: organizacional,
pedagógica e administrativa.

1.1.2 – Momento da observação

“ …Observar significa olhar ou examina com minúcia e atenção. A accao de observar implca
considerar atentamente os factos para os conhecer bem…”( DIAS et al, 2008: 62)

Durante esta fase, o estudante - praticante - observa a escola e as aulas participando nas
actividades lectivas e não lectivas como o caso de planificação e leccionação das aulas, trabalhos
dos núcleos de interesse – HIV/SIDA, preservação do meio ambiente e mais -, trabalhos com a
comunidade e outras actividades.

“A observação da escola contribui para o estudante conhecer e compreender a organização


administrativa e pedagógica da escola. Neste caso, com base no DIAS et al, a observação de
aulas, para nosso caso, decorrerá no outro ano de nossa formação académica, cabendo, neste 1º
ano e neste relatório, fazer uma apreciação da escola nas suas 3 áreas: organizacional,
pedagógica e administrativa.”( Relatório de PPG, Ali Ernesto, 2011:15)

Importa-se repetir uma frase contida no 2º período do 3º parágrafo da citação anterior: “… Neste
caso, com base no DIAS et al, a observação de aulas, para nosso caso, decorrerá no outro ano
de nossa formação académica, cabendo, neste 1º ano…” fim da citação. O ano que o autor
referiu já é este em decurso e, por isso, é na sala de aula que se fez a observação com mais
detalhe.

A observação pode ser directa ou indirecta dependendo das circunstâncias e situações a observar.
A mais usada neste momento, no local escola observada é a direita, só para começar.
Em PPG, o autor trabalhou na Escola Secundaria da Barragem onde fez, junto com o grupo onde
estava enquadrado, tiveram acesso de documentos das 3 áreas referidas anteriormente, entrevista
a um dos dirigentes que se disponibilizou nesse dia seguida de análise dos dados recolhidos da
entrevista com os dos documentos. Ou seja, foi trabalhar com os dirigentes da escola.

Neste PPECV1, o mesmo autor foi inserido num outro grupo em duas outras escolas: Primaria
Completa e Secundária de Napipine (1º grupo) segundo o prescrito na credencial para trabalhar
com o professor de Educação Visual.

Na mesma 4ª feira que o docente distribuiu as credenciais, o 1º grupo foi apresentar as


credenciais nas suas respectivas escolas de destino. Aconteceu que na Escola Primaria Completa
de Napipine, a direcção alegou seus motivos organizacionais (por ser um momento inicial do ano
lectivo) e transferiu a credencial para a Escola Primária Completa de Murrapaniua1 (EPCM1) por
ser da mesma Zona de Influencia Pedagógica (ZIP).

Em substituição da escola prevista, foi na EPCM1 que todos os elementos do grupo fizeram as
actividades do campo, em paralelo com a decisão dos mesmos: “… começamos na primária e
terminaremos na secundária…” fechava assim, depois de tantas discussões no grupo, um dos
elementos por que o problema residia em não existir voluntário(o) que poderiam ir na EPCM1
devido a distância que há entre Universidade Pedagógica e EPCM1 para além da fama que alguns
imaginavam ter ao chegar na escola secundária.

1.2.2.1 – Escola Primaria Completa de Murrapaniua1

1.2.2.1.1 – Localização geográfica

Em discrepância com PPG em que a localização e o historial foram facilitados em forma de um


documento, em PPECV1, foi impossível ter documento similar porque o objectivo e segundo a
credencial era de trabalhar com o professor e não com a direcção da escola. Todavia, segundo o
que se viu no local, a escola localiza-se arredores da cidade de Nampula, bairro de Murapaniua 1,
perto da Empresa de Construção e Manutenção de Estradas e Pontes (ECMEP). Dista 4 metros
(não calculados) do riacho que deu nome ao bairro e está na margem duma estrada que une com a
antiga estrada número 5 da nova chave. De forma mais simples de localizar, tem-se:

ECMEP

E.5
Nova

Chave
Escola
Primária C. de
Murrapaniua1

Riacho

A escola, segundo a professora, que a entrevistamos, foi repartida por uma outra chamada Escola
Primaria 1 de Junho localizada no mesmo bairro. Sendo uma zona inclinada, a escola não está
bem posicionada devido erosão provocada pelo riacho. Tem uma vedação parcial do lado oposto
ao do riacho. Algumas salas são de construção precária (pau-a-pique). As casas de banho revelam
a realidade económica de moçambicanidade.

Aqui trabalhamos com duas professoras de Educação Visual e Tecnológica (E.V.T) assim que é
designada onde uma lecciona 6ª classe e outra lecciona 7ª classe. Na tarde desta 2ª feira
(19.03.12) falamos com a da 6ª classe que, por sinal, é directora da turma B. Foi esta que nos
esclareceu um pouco de tudo sobre o que tínhamos agendado nesse instante. A outra professora,
que lecciona 7ª classe, no período de manha, é delegada de disciplina. O delegado é um professor
de ciências sociais e, para com este, não foi possível ter encontro com ele devido o factor
contratempo.
Da entrevista com a Angelina Zita, professora de EVT e directora de turma B, foi possível saber
que muitos alunos não gostam da disciplina inclusive ela

“ …nunca gostei desta disciplina, eu tenho leccionado Ciências Sociais e Educação Moral e
Cívica há 4 anos, mesmo na minha formação, detestava desta e não sou sozinha que não
gosto…” salientou ela. E diz mais
“… estou há três semanas a dar esta disciplina era leccionada pela professora Madilte, … só
para manter o pão… fui transferida do período de manha” fim de citação.

Deu para entender o essencial da sua profissão como professora de EVT mas, como o objectivo
não era estudar os problemas de leccionação da disciplina de Educação Visual (EV), pedimo-la
para que nos dissesse as suas funções na qualidade de directora de turma e assim ela disse, para
além do inquérito por ela preenchido:

“… colabora com os alunos, forma grupos na turma, no acto da formação destes grupos
costumo juntar alunos fracos mentalmente com os normais, com não existem fortes… o pior é de
deixar sentar entre eles; formar, explicar e orientar as tarefas do chefe de turma, chefe de
informações…, a limpeza faz-se consoante os grupos, cada grupo um dia ou uma semana
dependendo da decisão deles, tenho controlado as actividades culturais, de troca de experiencia
entre alunos. A reunião da turma tem decorrido no 3º tempo de 6ª feira e aqui tem-se tratado
assuntos de turma… como os tempos actuais, nem todos alunos colaboram no acto da reunião;…
tenho reunido com os pais e encarregados de educação e alguma colaboram e outros, nada
disso…”

As actividades desta professora como directora de turma não estão longe daquilo que está
previsto no RGES e prossegui mais:
“… tive o caso de um aluno de nome Juvencio, indisciplinado que a sua própria mãe veio
queixar-se do comportamento do filho e tentamos falar com ele mas, filhos actuais como são
aqueles..; do principio ao fim do semestre tenho avaliado as actividades curriculares e
extracurriculares, caso de desporto”
A direcção da escola, conforma a professora Zita (nome que ela disse ser vulgar), não dispõe de
algum documento que regula as funções de um director de turma ou se existe, não lhe foi dada:

“ …este ano não temos machambas da escola…, a direcção não deu algum documento que rege
o meu serviço de dirigir a turma, … temos um único arquivo que temos guardado actas que
elaboramos eu com a directora de classe para além dos relatórios de cada reunião de turma com
o sem encarregados de educação…”.

O grupo não hesitou e questioná-la sobre o cuidado, se existia, de alunos deficiente e assim ela
diz:
“…posso dizer que feliz ou infelizmente na turma em que sou como directora, não há alunos
deficientes, … mas, por exemplo na 6ª classe, turma A existe um aluno com problemas de
gurgunta e outra aluna com problemas auditivos. Estas situações, como os professores têm
formação e lá na formarão tem se falado destes casos, temos dado um tratamento especial para
eles graças a capacitação que tivemos para tal…. Outro aspecto é de que a maioria destes
alunos tem um aproveitamento negativo.”

“Cada director de turma é director de uma única turma e entre eles tem havido reuniões onde
cada presente apresenta as suas dificuldades actualizando a sua situação da turma em
colaboração com o director de classe ou de ciclo”. Este trecho deu para perceber um pouco da
função do director de classe: reunir os directores de cada turma que se conjuga com 6º ponto do
artigo 24 do RGES: “ reunir mensalmente com os directores das turmas da classe de que é
responsável para planificação e discussão dos problemas relevantes do comportamento e
aproveitamento dos alunos”.

A mesma directora falou também de casos de desistências que só é possível através dela, a
direcção ter dados estatísticos dos seus alunos por isso ela dizia:
“…a idade dos alunos varias dos 9 aos 18 anos e muitas vezes tem havido desistências por
causas de origem social, caso de casamento e mais, a direcção olha para nós para actualizar os
dados das turmas…”
“… na qualidade de directora, tenho pedido aos outros professores para me fornecerem as notas
e eu preencho no livro de turma,…em casos de um colega proibir a sua pauta na hora solicitada,
leva-se o caso para a secção pedagógica”

A direcção não possui material suficiente para a leccionação da disciplina de EVT todavia, a
professora diz que tem sempre exigido aos alunos apesar de existirem alunos que não gostam ou
não sabem usar mesmo tende. Aos alunos faltosos, toma-se medida por ela, sem omitir as regras
para tal sanção: “… ao aluno que tiver mais que 20 faltas, reprova automaticamente caso não
justificar as suas faltas através de formulário que é vendido por 2Mt… reprovar alguém por falta
é uma redução trabalho por minha parte e a direcção por que 13 turmas que temos só da 6ª
classe são muitas”

Um outro aspecto, pouco desligado da sua qualidade de ser directora, é afirmar que, depois da
permuta que ela teve com a colega, começou com uma avaliação e eleva-se afirmando que tem
dado aulas mesmo sem plano de aula por que os conteúdos do manual que ela usa não difere com
os do programa e muito menos difere com o manual do aluno.

Esta conversa decorreu fora da sala de aula quando ela, depois de ser antecipada que chegaríamos
dias antes, estava a espera, também da sua colega que estava na turma, por sinal, a mesma turma
que ela dirige.

1.2.2.1.1.2 - Observação da sala de aula

Já pelas 16:30 entramos na sala para poder assistir a sua aula que obedeceu a seguinte ordem:
saudação dos alunos à professora, escrita do sumário (traçado de linhas paralelas e
perpendiculares) no quadro, debate quase monótono sobre o tema do dia, marcação de presença e,
por fim, despedida.

Como a professora antes disse, não teve plano de aula nesse instante. O plano que nos forneceu
não é deste dia e, só para mostrar isso, o tema deste dia foi “traçado de linhas paralelas e
perpendiculares” enquanto o tema do plano de aula é “cores primárias e cores secundárias
(pode-se conferir no portfólio)

1.2.2.1.1.2.1 - Características da sala de aula

Fisicamente, a sala apresenta uma forma cúbica, um quadro preto que está no lado da porta, uma
argamassa quase em consumição, enormes janelas livres gradeadas, uma porta com o mesmo
formato de grades, as carteiras estão arrumadas em 4 filas com 6 carteiras em cada fila. A
cobertura é chapa de zinco com duas águas. Ao menos nesse dia, o soalho estava totalmente sujo,
cheio de papéis inúteis e não só.

1.2.2.1.1.2.2 - Características dos alunos

Os alunos estavam uniformizados: calça (para os rapazes) e saia (para as raparigas) de cor azul
carregada e camisa (para ambos género) de cor azul clara. A maioria desse(a)s aluno(a)s são
adolescentes, de 9 aos 16 anos e residem no mesmo bairro mas em quarteirões pouco distantes da
escola. Existiram também alunos que trajavam camisas de cor branca mas, isso não afecta a
situação pessoal e nem da escola porque são daqueles que se acham de serem grandes fisicamente
e sentem vergonha de usarem uniforme da escola primária.

Conforme se pode ver a ficha de observação desta aula (no portfólio), os alunos não levaram
material e os que possuem, não usam; a professora mostra que, na verdade é especializada em
Ciências Sociais e não em EVT, para além de casos que o grupo observou.

Na 6ª feira do dia 23 (03/12), pelas 15 horas, segundo o horário, participamos a reunião de turma
onde decorreram caso como: marcação de presenças, cobrança de 50Mt de contribuição solicitada
anteriormente (alguns tiraram), recolha de cédulas para o preenchimento do livro de turma em
paralelo com outros dados como profissão dos pais e encarregados de educação.
Ex
Nome Residência Encarregado de educação Profissão
Beth Aniceto Murrapaniua Beto Aniceto Curandeiro
Osvaldo Adriano Murrapaniua Adriano fausto Domestico
… … … …

Alguns alunos não trouxeram os documentos e a directora recomenda para poderem trazer noutro
dia: “ …os que não deram seus dados, devem trazer na próxima semana e , sobre a contribuição,
terão recibos depois de contribuírem muitos…”

Numa apresentação feita pela directora, tivemos a oportunidade de conhecer o chefe de turma e
seu adjunto, chefe de higiene e seu adjunto, a única chefe de informação para além dos chefes de
cada um dos 7 grupos da turma. A turma é composta por 52 alunos, 26 rapazes e 26 raparigas.

1.2.2.1.1.3 – Dados recolhidos com a coordenadora (delegada de disciplina)

As funções da delegada não diferem com as descrita no RGES. A pasta que Gloria Rodrigues
Jamal Meia, professora de EVT (7ª classe) e delegada da mesma disciplina nos deu, continha
vários documentos tais como: planificação quinzenal, mapa de aproveitamento pedagógico do 3º
trimestre de 2011, dosificação trimestral do 1º de 2012, horário dos professores de 6ª e 7ª classe
de 2012, nível de cumprimento dos programas de ensino referente ao 2º trimestre de 2011, acta
de conselho de notas, direcção do conselho de notas, estatística de professores do 3º ciclo (2011),
plano anual da coordenadora do 3º ciclo e escala de classificações.

1.2.2.1.1.3.1 - Planificação quinzenal

É um documento que apresenta os conteúdos que serão abordado dentro de duas semanas e tem o
seguinte esquema:
Semana objectivos Conteúdos Forma de Carga
abordage horária
m
Do Do Por Por
programa currículo conteudo unidade
loca temtica

mapa de aproveitamento pedagógico do 3º trimestre de 2011, dosificação trimestral do 1º de


2012, horário dos professores de 6ª e 7ª classe de 2012, nível de cumprimento dos programas de
ensino referente ao 2º trimestre de 2011, acta de conselho de notas, direcção do conselho de
notas, estatística de professores do 3º ciclo (2011), plano anual da coordenadora do 3º ciclo e
escala de classificações.

A observação em si, é uma técnica de recolha e análise de dados nas práticas pedagógicas que,
segundo RUDIO, citado por DIAS et al, pode ser vulgar e cientifica em forma directa e indirecta.

Directamente ou indirectamente, observamos a escola por onde fomos direccionados e verifiquei,


numa observação individual e, segundo os fornecedores das informações, que:

1.2.2.1.1 – Em termos do historial da Escola Secundária da Barragem

Podendo enquadrar na área organizacional, a escola localiza-se no bairro de Napipine. O posto


administrativo de Napipine tem 2 bairros com um universo de 86.235 habitantes, possui 9 escolas
primárias completas que lecciona de 1ª a 7ª classes com um efectivo global de 23530 alunos.
Concluem o nível básico 2033 alunos em media por ano. A absorção destes tem sido deficiente,
pois, as 2 escolas secundárias existentes tem uma capacidade de abarcar 1730 alunos e 303 ficam
fora do sistema. Com base neste problema, a população sempre pediu ao governo a construção de
mais uma escola secundária naquele posto administrativo.

Em resposta ao pedido da população, o serviço de educação, juventude e tecnologia da cidade de


Nampula propôs, em 2009, a abertura de uma nova escola secundária ao governo central. O
pedido foi aceite e em 2010 a escola entrou em funcionamento sem, contudo, possuir instalações
próprias.

De momento ela funciona na escola primária e completa da barragem em 4 salas emprestadas que
se localiza no bairro de carrupeia, ao lado da presidência e da Texmoque, na área do regulado
Mpavara. Para tal, foi necessário desalojar e deslocar mais de 700 alunos para escolas vizinhas,
uma situação que criou desembaraços ao nível dos pais e encarregados de educação e da
comunidade local em geral.

No ano em que foi aceite o pedido (2010), a escola introduziu a 8ª classe cuja meta foi de 400
alunos. Porem, foram matriculados 1050 alunos sendo 588 homens e 462 mulheres, numero que
representa 32,25% superior em relação a meta. A escola funciona em 3 turnos: manha, tarde e
noite. No período de manha (6:30 – 11:45) leccionam-se 4 turmas, o mesmo acontece com o da
tarde (12:15 – 17:30). No turno da noite (18:00 – 22:55) a escola funciona com 11 turmas nas
salas desocupadas da EPC da Barragem.

O cumprimento da meta deveu-se ao facto da escola ter matriculado alunos planificados para o
ingresso em 2010 e conseguir albergar outros que encontravam fora do sistema, por exigências da
própria comunidade.

Os alunos eram assistidos por 8 professoras e 28 professores que leccionavam diferentes


disciplinas. Dos quais, 22 são de categoria N1 e N2 formados pela Universidade Pedagógica
(inclusive o director e o seu adjunto pedagógico), 2 formados pela mesma instituição no âmbito
do curso acelerado 12+1 onde um deles encontra-se a leccionar Educação Física e outros 11
foram formados por diferentes institutos como: Instituto de Magistério Primário, de línguas e
Associação de Desenvolvimento de Povo para Povo.

A secretaria começou com um numero reduzido de 9 funcionários que dentre eles: o chefe de
secretaria, guarda, 2 auxiliares administrativos e 5 auxiliares. É uma escola em crescimento
progressivo de forma que até no ano 2013/14 se introduza o 2º ciclo.

Nesta perspectiva, o serviço de educação, juventude e tecnologia da cidade de Nampula propôs a


construção de 12 salas de aulas, 1 bloco administrativo, 1 biblioteca, 1 sala de informática e 8
casas de banho. Devido a implantação de novas escolas secundárias que seria para este ano
(2011) na cidade de Nampula, o número de salas planificadas reduziu para 7 e, a partir do 3º
trimestre do ano 2010 estão a decorrer as obras de construção da ESB na região do régulo
Murreveia, no bairro de Napipine, depois da Pedreira localizada na estrada que vai a penitência
de Nampula.

No entanto, a população beneficiária do projecto, na sua maioria, ocupa-se a pratica de


actividades informais incluindo a agricultura de subsistência. Mesmo os trabalhadores que se
dispõem de empregos assegurados, desenvolvem actividades informais visando equilibrar o custo
de vida.

O fluxo de pessoas que praticam essas actividades informais e agricultura é um indicador de que
a maioria dos habitantes deste posto administrativo, arredores de Nampula, é de certa forma,
pessoas carenciadas.

A construção destas salas enquadra-se no plano estratégico na componente “ expansão do acesso


a educação e cultura”. Com objectivos de garantir o acesso ao ensino secundário geral do aluno
no ensino básico, reduzir o percurso do aluno da residência a escola, reduzir o rácio
aluno/professor ao nível de escolas do ensino secundário geral do posto administrativo de
napipine para além de sustentar a melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem.
Extraído do documento: Breve Historial (em anexo)
De acordo com estas informações que ditam o historial da escola, constatei que a ESB é recente e
surge das exigências da população de pessoas que vive o vasto bairro de Napipine apesar de
haver uma escola secundária com todos os ciclos em actividade. Ela não é fixa e, por esta razão,
não é possível encontrar alguns documentos que seriam necessário analisar.

1.2.2.1.2 – Outros documentos da área organizacional

Após ter nos dito o que deviam fazer com o docente da cadeira de PPG (s), tivemos algumas
irregularidade de atendimento no loca que quase desistíamos encontrar os dirigente da escola.
Caso para dizer, do dia 5 de Setembro, só nos atenderam, devidamente, três semanas depois mas,
de qualquer das maneiras, obtivemos alguns documentos que depois analisamos. Os documentos
que a escola não possui é devido a sua enigmática situação espacial e da sua recente existência –
afirmou o DAP.

Portanto, dos que conseguimos, da área organizacional, passo a descrever:

Regulamento de avaliação - este é um documento do ministério que se usa em todas as escolas da


nação moçambicana que compreende artigo e, segundo o mesmo, havendo a necessidade de
adequar o processo de ensino e aprendizagem nas instituições de ensino, no âmbito das reformas
curriculares a nível do subsistema do ensino secundário geral no pais, no caso das competências
que são conferidas ao abrigo do artigo da alínea b do artigo 3 do decreto presidencial numero
7/2010, de 19 de Março determina a aprovação do regulamento do avaliação de ESG, invalida o
diploma ministerial numero 79/96 de 28 de Agosto e todas as disposições que contrariem este
diploma.

O documento, com rubrica de Zeferino Andrade de Alexandre Martins (Ministro de Educação),


escrito no dia 14 de Maio de 2010 conte 101 artigos dispostos em 13 capítulos. Um dos capítulos
descreves as modalidades de avaliação (artigo 5) e a ESB, sendo uma intuição moçambicana,
cumpre na íntegra este artigo apesar de causticidades. E no último artigo lê-se: “ as dúvidas ou
omissões resultantes de presente regulamento serão resolvidas por despacho do Ministro da
Educação.”
Neste caso, percebe-se que a ma interpretação deste documento por parte dos destinatário
(docentes, alunos e dirigentes das escola) e ser descoberto o interprete, será dado as sanções
consoante a alínea do respectivo artigo violado em forma de despacho do ministro. Não sendo
componente da ESB que pode não ver este artigo por simples facto de estar nas ultimas paginas
em paralelo com a condição insegura da escola.

Bibliografia

SIMONET, Jean; como tomar nota de maneira prática; edições catop; Lisboa, 1988
LIBÂNEO, José Carlos. Didáctica. São Paulo: Cortez, 1994.

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