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RESUMO
O estudo tem por objetivo compreender o conceito da visão baseada em recursos, conhecimento
e da engenharia da informação como um dos componentes estratégicos e convergentes para
obtenção de vantagem competitiva. Diferentes teorias sobre a estratégia procuraram explicar a
Vantagem Competitiva (CA), entre outras, a Visão Baseada em Recurso, ResourceBasedView
(RBV), na qual a Gestão do Conhecimento é caracterizada como uma fonte de vantagem
competitiva da organização, o que permite vincular a importância do conhecimento como recurso
organizacional, essencial no processo de construção de valor da empresa. A KBV sugere que a
razão principal da firma é a criação e aplicação do conhecimento e, desta forma, contribui para o
desenvolvimento do ambiente estratégico. Atrelado a essa perspectiva surge a Engenharia da
Informação (EI) como um conjunto integrado de técnicas pelas quais modelos de processos são
construídos a partir de uma base de conhecimento de grande alcance, para criar e manter
sistemas de informação com foco na estratégia. Com este cenário, e, por meio de uma
triangulação conceitual dos elementos comuns entre RBV, KBV, a Engenharia da Informação é
apresentada como o componente articulador para gerar a vantagem competitiva, convergindo
assertivamente elementos comuns, justificando a vantagem competitiva da firma.
Metodologicamente, o estudo é classificado como ensaio teórico, fundamentado em uma pesquisa
bibliográfica. Como resultado do estudo, a EI é apresentada como fator de interligação e
articuladora da referida convergência, geradora da informação como fonte estratégica e vantagem
competitiva para a organização.
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ABSTRACT
The study aims to understand the concept of competitive advantage through a resource-based,
knowledge and information engineering as a strategic component view. Different theories about the
strategy sought to explain the Competitive Advantage (CA), among others, the Resource Based
View (RBV), in which knowledge management is characterized as a source of competitive
advantage of the organization, which allows you to link the importance of knowledge as an
organizational resource, essential in building the firm's value process. A Knowledge-Based Vision,
Knowledge Based View (KBV), suggests that the main reason the firm is the creation and
application of knowledge. Coupled to this perspective arises Engineering Information (EI), an
integrated set of techniques by which process models are constructed from a knowledge base far-
reaching, to create and maintain information systems with a focus on strategy. With this scenario,
and by means of a triangulation of conceptual commonality between RBV, KBV, the Engineering
Information is presented as the articulator component to generate competitive advantage,
assertively converging common elements, justifying the competitive advantage of the firm.
Methodologically, the study is to classify as exploratory, qualitative and not probabilistic, based on
literature research. As a result of the study, EI is presented as interconnection and articulating the
convergence factor, generator information as a strategic source and competitive advantage for the
organization.
keyword: Resource Based View. Engineering Information. Knowledge Based View. Competitive
Advantage.
1. INTRODUÇÃO
Decorrente destas teorias surge a proposta da Visão Baseada em Conhecimento, que tem
como premissa básica a criação e aplicação do conhecimento como razão da existência de uma
organização.
A partir disso, os estudiosos de estratégia começaram a busca por uma teoria dinâmica da
estratégia, que pode ria revelar as fontes de desempenho superior em ambientes dinâmicos.
Assim, após a consolidação das teorias da Resource-BasedView (VBR) e da Perspectiva das
Capacidades Dinâmicas - DynamicCapabilities, chegaram à proposição daKnowledge-BasedView
– (KBV), que tem como premissa básica a criação e aplicação do conhecimento como razão da
existência de uma organização.
Lessa Neto (2013) afirma que possivelmente a primeira publicação da teoria baseada em
recursos identificada na área de gestão estratégica foi por Wernerfelt (1984). No contexto da VBR
a preocupação era identificar os recursos produtivos, entre eles o conhecimento, e examinar como
esses recursos poderiam ser adquiridos, protegidos e valorizados diante de uma perspectiva
cognitivista do conhecimento que pressupõe que ele pode ser gerenciado com procedimentos,
políticas e práticas previamente definidas. Entretanto a KBV se baseia em uma perspectiva
construcionista do conhecimento, que pressupõe que o conhecimento não pode ser totalmente
controlado, mas pode ser gerido pela criação de condições que permitam, e se concentram em
como os conhecimentos são utilizados e coordenados. (BLOMQVIST; KIANO, 2007; SPENDER,
1996; VON GROGH, 1998).
A KBV fornece uma lente conceitual sobre uma variedade de disciplinas, as contribuições
para sua construção provem de diferentes campos, entre eles: estratégia, teoria da organização,
gestão do conhecimento, conhecimento organizacional, gestão da informação, aprendizagem
organizacional, inovação, entre outras. É uma abordagem comportamental que prevê a
superioridade das organizações sobre os mercados, considerando as empresas entidades
heterogêneas, carregadas de conhecimento, onde o conhecimento organizacional desempenha
um papel crítico na sustentabilidade da vantagem competitiva. (CURADO e BONTIS, 2006;
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KOGUT e ZANDER, 1996; HOSKISSON ET AL, 1999)
A KBV não é uma teoria da estratégia, considerada por muitos como uma proposta emer-
gente, foi desenhada sobre a literatura de gestão estratégica. Procura ir além dos conhecimentos
fornecidos pela visão das teorias que a antecederam.
O conhecimento é recurso, matéria prima, e uma vez gerenciada por meio de práticas,
processos, tecnologias específicas, permite à empresa a abordagem da construção do Knowledge
Based View (KBV), conceito que busca explicar a importância do conhecimento como recurso
organizacional e essencial no processo de criação de valor dentro da organização. (SANTOS
NETTO, SANTOS; KUNYOSHI, 2012).
A definição de engenharia da informação deve ser geral o suficiente para indicar a sua
utilidade em uma ampla gama de diversos domínios de aplicação, contudo, específica o suficiente
para transmitir um conjunto de conceitos concretos que, quando integradas, podem fornecer uma
base para o projeto abrangente e desenvolvimento. Neste estudo aceitaremos a definição de
Demurjian, S. (2008 p. 4-23), que apresenta EI como:
Neste contexto, e por meio de uma analogia, a cegueira estratégica pode ser configurada
pela falta de articulação e convergência dos sistemas de informação que compõe a firma e, “a
articulação da informação nos diferentes sistemas de informação, podem produzir diferentes
situação estratégicas” (ARVIDSSON, V.; HOLMSTRÖM, J.; LYYTINEN, K. 2014 p. 58). Neste
cenário, há diferentes desafios que devem ser superados para implementar a estratégia da firma,
evitando a cegueira estratégia.
Estudos realizados por Hicks (2006), registra a importância da ampla avaliação estratégica
dos dados, que compõem um sistema informação, e suas interações com os demais subsistemas
envolvidos. Segundo Hicks (2006 p. 269), “a EI precisa entender o fluxo organizacional da
informação e, em especial, as fases importantes onde a informação é gerada, trocada e
acessada”.
Neste contexto, Teixeira, Freitas e Laurindo (2014 p. 6910-6912) afirmam que “EI fornece
meios para reagir rapidamente às mudanças nas necessidades de informação de uma
organização, constituindo a infraestrutura necessária para fornecer resultados rapidamente e, em
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seguida, permitindo a criação de sistemas eficazes”.
A busca pelo diferencial competitivo está cada vez mais associada à atitude organizacional
e à administração das atividades executadas pelas empresas, com a finalidade de atingir esse
diferencial. Assim, a gestão do conhecimento e a capacidade de competição são relacionadas. Ao
entrevistar gestores em sua pesquisa, Santos e Popadiuk (2010) revelam que os mesmos
reconhecem que há relação entre as duas variáveis, identificando também fatores que contribuem
e são utilizados pelas empresas no ciclo da gestão do conhecimento: geração, identificação,
armazenamento, disseminação, compartilhamento e uso do conhecimento organizacional.
Grant (1996) foi o primeiro a propor uma teoria estratégica de conhecimento. Ele
argumenta que a fonte de vantagem competitiva em ambientes dinâmicos não é a bagagem de
informações que é a propriedade de uma organização, porque o valor destas corrói rapidamente
devido à obsolescência e a imitação. Em vez disso, a vantagem competitiva sustentada é
determinada pelo arcabouço que está no formato individual tácito. Este sim, pode formar a base
da vantagem competitiva, pois, é ao mesmo tempo único e relativamente imóvel.
3. METODOLOGIA
Por meio das análises das publicações foi possível tecer um paralelo entre as abordagens
e convergir apresentando a complementaridade dos conceitos.
4. CONCLUSÃO
Lessa Neto (2013) relata que dentro do contexto da nova economia, estão incluídas a
combinação de globalização e alta tecnologia, onde os principais ativos produtivos são informação
e conhecimento. Spender e Grant (1996) afirmam uma das limitações à construção da KBV é que
muitos dos fenômenos mais interessantes advindos dessa proposta podem de fato ser
imensuráveis. Associado a isso, falta um corpo de pesquisas empíricas que demonstram a ligação
chave entre as variáveis baseadas no conhecimento para o desempenho da firma. Contudo,
contraria a visão de Lessa Neto que em sua análise (1994 - 2010) identificou 92,9% dos artigos
classificados como empíricos. Ou seja, desde as considerações de Spender e Grant em 1996,
houve incremento no corpo de pesquisas empíricas sobre KBV. Contudo, aKBV é uma proposta
emergente, ainda não considerada uma teoria da estratégia, contudo, procura ir além dos
conhecimentos fornecidos pela VBR e da Perspectiva das Capacidades Dinâmicas. A KBV
apontapara uma possível teoria que converge com uma compreensão pluralista do conhecimento,
e com um entendimento de organização como um sistema complexo adaptativo em que o
significado é construído socialmente por meio de atividades contínuas. (EISENHARDT e SANTOS,
2000).
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