Socialismo Utópico
Socialismo Utópico
Socialismo Utópico
Introdução
Surgiram inúmeros teóricos que tentaram desmascarar e colocar à prova a realidade dos
sistemas económicos de produção e de exploração, bem como foram inevitáveis, por outro
lado, a formulação de valores conservadores e que representavam os interesses da classe
dominante.
Este presente trabalho tem como objectivo principal compreender o socialismo utópico, e
para a sua realização serão observadas regras de elaboração de trabalhos científicos da
Universidade Técnica de Moçambique.
1.1.Objectivos
1.1.1.Objectivo geral
1.1.2.Objectivos específicos
1.2.Metodologia
Para a realização desse trabalho recorreu-se a consultas bibliográficas que consistiu em uma
leitura e análise das informações de diversas obras relacionadas com o tema acima
mencionado. Os autores e as referidas obras estão devidamente citados dentro do trabalho e
também na bibliografia final.
2. Fundamentação teórica
2.1.Socialismo utópico
Essa palavra foi inicialmente usado em 1839 por Louis Blanqui, no entanto, Marx e Engels
estabeleceram-no definitivamente no seu manifesto. O termo vem da palavra utopia, que
significa plano, projecto, doutrina ou sistema optimista que parece irrealizável desde o
momento da sua formulação. Utopia é uma obra escrita por Thomas More, intelectual,
político e humanista inglês, na qual ele teorizou sobre uma cidade de mesmo nome, ideal e
perfeita. Buber, (2007).
2.2.Origem e princípios
Ela reconhecia a propriedade privada, condenava o lucro fácil à custa do operário, que não
deve ser considerado um simples instrumento de cobiça do patrão ganancioso, mas uma
pessoa humana, com direitos inalienáveis, dentre os quais o de ter justo salário. (Gusmão,
2006: 201).
Diante disso, podemos concluir então que era feita uma crítica ao capitalismo exagerado e
exploração excessiva, mas por outro lado, esta se posicionou totalmente contrária as ideias
socialistas que estavam surgindo. (Magela, 2007: 23).
Ele defendia que o progresso humano se obtém através do progresso económico. Entretanto,
segundo ele a indústria deveria receber um novo impulso para evitar confrontos entre
homens.
Segundo Saint-Simon, a sociedade deveria ser governada por uma elite de intelectuais,
cientistas e sábio, por isso é a favor de uma tecnocracia que garantiria o desenvolvimento da
classe mais humilde. Isto é, era necessário que houvesse uma transferência de poder dos
sectores da sociedade (Exército, Igreja e Nobreza) em direcção aos produtores (industriais e
agricultores).
2.3.2.Charles Fourier
Cada trabalhador iria produzir o que quisesse, e o trabalho passaria a ser visto como algo
bom, mas que cada um ganharia conforme a sua participação e a sua função. Mas assim
como Saint Simon, não reconheceu o verdadeiro significado da luta de classes, e despejou
todo o seu trabalho na generosidade da burguesia. (Mynayev, 1967: 24-27).
2.3.3.Robert Owen
Robert Owen desempenhou importante papel na educação da classe operária, e, segundo ele,
com a expansão do ensino “o conjunto do sistema e a organização da sociedade existente irá
parecer tão monstruosa e contraditória que ninguém, depois de algum tempo, deixaria de se
sentir envergonhado de continuar a advogar a continuação de tão heterogéneo acervo de
pecado e miséria, se grosseiro irracionalismo e obstrução à felicidade humana”. Ele
construiu creches para os filhos dos funcionários da sua fábrica, diminuiu as jornadas de
trabalho, dividia os lucros com os funcionários, dentre outras medidas, e, acreditava que com
isso, os outros empresários o seguiriam e assim mudariam o mundo. (MYNAYEV, 1967: 27-
28)
Segundo Buber, (2007), Robert Owen, defendia a classe operária, até que implementou uma
série de medidas destinadas a melhorar as condições de vida dos seus trabalhadores como a
redução tempo laboral, salários mais dignos, educação infantil. Apesar de ter fracassado a
comunidade ideal criada por ele nos EUA, o seu pensamento e sua prática tiveram uma
influência significativa no cooperativismo.
A ideia de natureza sobreviveu em suas doutrinas, porém não estavam contra novos
desenvolvimentos, como a indústria moderna ou as máquinas.
Dedicaram seus esforços à criação de uma sociedade ideal e perfeita, na qual a vida
humana teria paz, harmonia e igualdade.
Que a sociedade seria realizada pela simples vontade dos homens, portanto,
pacificamente.
Os meios para alcançá-lo não seriam obrigatórios ou violentos, daí a os seguidores
dessas doutrinas eram contra revoluções e acções como a greve.
Eles expuseram, criticaram e condenaram os efeitos do capitalismo, mas não
analisaram suas causas profundas.
Para atenuar os seus efeitos adversos, propuseram planos de vários tipos, nos quais
que a solidariedade, a filantropia e o amor fraterno prevaleceram.
Explica Buber (p. 21): uma profética, que faz depender a preparação da redenção [...] da
força da resolução de todo homem a que se dirija; uma apocalíptica, para a qual o processo
de redenção foi fixado desde a eternidade com todos os pormenores, com suas datas e
prazos, e para cuja realização os homens servem apenas de instrumento. O pensamento
escatológico se tornou, depois da Revolução Francesa, uma utopia. Por força da laicidade do
pensamento iluminista, a crença ou redenção do homem ficou restrita à construção de uma
sociedade justa nascida do esforço humano. Buber, (2007).
Feito o trabalho que abordou sobre o tema socialismo utópico, compreendemos os socialistas
utópicos apesar de denunciarem a opressão do povo pela minoria burguesa e criticarem o
regime capitalista, tentando criar um novo sistema ideal, e que alguns chegavam a idealizar a
sociedade perfeita, mas não demonstravam o caminho para a construção dessa sociedade,
uma vez que não encontravam condições materiais para a sua transformação, eles não
propunham soluções reais para os problemas apresentados, eram incapazes de explicar a
natureza e as tendências do capitalismo, não podendo assim resolver o problema. Eles
depositavam suas esperanças nas ideias de que os “ricos” modificassem suas ideias e
repartissem seus lucros com a classe operária, assim alguns chegavam até a pensar que o
próprio sistema capitalista encontraria solução para esses problemas sociais.
Desta forma, a sociedade justa e igualitária, almejada por uma infinidade de gerações
continuará apenas no sonho das gerações, e quem sabe, algum dia, possa vir à tona, uma vez
que o regime capitalista não é e nunca será eterno, tal qual se desenvolve a eterna dialéctica
da humanidade
5.Referências bibliográficas
Marx, Karl E Engels, Friedrich. Manifesto Comunista. São Paulo: Boitempo, 2005
Gusmão, Paulo Dourado de. Introdução ao Estudo do Direito. 37. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2006.
Magela, Geraldo. Colecção Estudo 2007: Ideias Sociais e Políticas no século XIX. São
Paulo: DRP, 2007.
Magela, Geraldo. Revolução Industrial e Movimento Operário. São Paulo: DRP, 2007.