Produtividade Da Cultura Da Melancia em Funcao de
Produtividade Da Cultura Da Melancia em Funcao de
Produtividade Da Cultura Da Melancia em Funcao de
RESUMO
Foram conduzidos dois experimentos em propriedades rurais próximas à cidade de Borborema SP, nos períodos de
outubro a dezembro de 2001 e de fevereiro a abril de 2002, com o objetivo de avaliar a produtividade de melancia (Citrullus la-
natus (Thumb.) Matsum. & Nakai), híbrido Tide, em função de fontes e doses de potássio. O delineamento experimental utiliza-
do foi o de blocos casualizados completos, em esquema fatorial 3 x 4, com três repetições, sendo utilizadas as fontes: cloreto K-
Cl), nitrato (KNO3) e sulfato de potássio (K2SO4) e as doses: 50; 100; 200 e 300 kg de K2O ha-1. Foram avaliados o peso médio
de fruto, o número de frutos e produção por planta e produtividade. O maior número de frutos por planta estimado foi obtido nas
doses de 190 e 300 kg K2O ha-1, respectivamente, nas fontes KNO3 e KCl. Não houve diferença significativa entre as doses para
K2SO4. Para o peso médio de fruto, houve diferença significativa entre as fontes apenas no cultivo de fevereiro a abril de 2002,
quando o KCl proporcionou maior peso. A maior produção por planta foi obtida com K2SO4, seguido por KNO3 e KCl. Entretan-
to, as doses de potássio para as máximas produtividades foram de 132, 193 e 205 kg K2O ha-1, respectivamente, para as fontes
K2SO4, KNO3 e KCl. O plantio de outubro a dezembro de 2001 proporcionou maior peso médio, produção de frutos por planta e
produtividade, ao passo que o maior número de frutos por planta foi obtido no cultivo de fevereiro a abril de 2002.
Termos para indexação: Citrullus lanatus, nutrição de plantas, fertilizantes potássicos.
ABSTRACT
Two field experiments were conducted in Borborema, State of São Paulo, from periods of October to December of the
2001 and February to April of 2002, with the objective of evaluate the yield of watermelon (Tide hybrid) (Citrullus lanatus
(Thumb.) Matsum. & Nakai) in function of sources and doses of potassium. The experimental design was a randomized complete
block, with three replications, in a 3 x 4 factorial scheme, being evaluated sources: potassium chloride, nitrate and sulphate and
doses: 50, 100, 200 and 300 kg K2O ha-1. The average weight of fruits, number of fruits and production per plant and yield were
evaluated. The biggest number of fruits for plant was achieved with 190 and 300 K2O ha-1 of KNO3 and KCl, respectively. The
weight of fruit differed among sources only in the second experiment, where KCl provided greater weight. Maximum yield were
obtained with doses of 132, 193 e 205 kg K2O ha-1, respectively from K2SO4, KNO3 e KCl. In the experiment from October to
December of 2001, were obtained the greatest average weight, production of fruits per plant and yield, while the biggest number
of fruits per plant was achieved in the experiment of February to April of 2002.
Index terms: Citrullus lanatus, plant nutrition, potassium fertilizers.
(Recebido para publicação em 23 de outubro de 2003 e aprovado em 5 de janeiro de 2004)
1. UNESP-FCAV, Departamento de Produção Vegetal, Via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n, 14884-900 Jaboticabal, SP. ru-
[email protected]
562 CECÍLIO FILHO, A. B.; GRANGEIRO, L. C.
melancieira é elevada. Esta informação auxilia na com- K = 1,0 mmolc dm-3; Ca = 9 mmolc dm-3; Mg = 5 mmolc
preensão dos resultados obtidos por diversos autores, os dm-3; H + Al = 16 mmolc dm-3; SB = 15,0 mmolcdm-3; T
quais obtiveram incrementos significativos na produção = 31 e V = 48%.
de melancia com a adubação potássica (SUNDSTROM O delineamento experimental utilizado foi o de
e CARTER, 1983; DESWAL e PATIL, 1984; ZENG e blocos casualizados completos, em esquema fatorial 3 x
JIANG, 1988; SIMONNE et al., 1992; LOCASCIO e 4, com três repetições, sendo avaliadas as fontes cloreto,
HOCHMUTH, 2002). nitrato e sulfato de potássio e as doses 50; 100; 200 e
Os principais fertilizantes potássicos são o clore- 300 kg de K2O ha-1. Cada unidade experimental contou
to, o nitrato e o sulfato de potássio, porém, devido ao com três linhas de oito plantas, no espaçamento de 3,0
íon acompanhante, os efeitos que proporcionam no m entrelinhas e 1,7 m entre plantas e ocupou uma área
crescimento e na produção podem ser distintos. A esco- de 122,4 m2. Utilizou-se a linha central como área útil
lha de uma dessas fontes deve ser baseada na necessi- da parcela, excluindo-se a primeira e última planta da
dade da cultura, no método de aplicação, no preço e na linha.
disponibilidade para aquisição no mercado. Na cultura Após aração e gradagem fez-se a distribuição do
da melancia, o cloreto de potássio é a fonte mais utiliza- calcário dolomítico em área total e a incorporação com
da por causa do menor preço. Entretanto, não existem grade, 50 dias antes do transplantio e em quantidade pa-
pesquisas que comprovem a maior eficiência dessa fon- ra elevar a saturação por bases a 70% (RAIJ et al.,
te para a cultura. Para algumas hortaliças, como batata e 1996). Após esse período, procedeu-se a abertura dos
berinjela, a utilização de KCl tem proporcionado rendi- sulcos com aproximadamente 30 cm de profundidade e
mentos inferiores em relação ao sulfato de potássio realizou-se a adubação.
(PANIQUE et al., 1997; WUZHONG, 2002). Em toma- O N foi aplicado na forma de nitrato de amônio
te, Locascio et al. (1997) verificaram diferença signifi- em doses equivalentes a 30 kg N ha-1 no sulco e 90 kg
cativa entre fontes de K em apenas um entre nove expe- N ha-1 parcelado em três vezes. Para as doses de 50;
rimentos realizados, no qual o nitrato de potássio pro- 100; 200 e 300 kg K2O ha-1 fornecidas por meio de ni-
porcionou um rendimento 19% superior ao KCl. No trato de potássio, foram necessários 26,3; 22,6; 15,2 e
meloeiro, não houve diferença entre as fontes cloreto de 7,8 kg N ha-1 na forma de nitrato de amônio para com-
potássio, sulfato de potássio e sulfato de potássio e plementar a dose de 30 kg N ha-1 prevista para o plantio
magnésio (MAYNARD, 2002). e em cada uma das três coberturas.
Com o presente trabalho objetivou-se avaliar a No sulco, foram aplicados também 240 kg ha-1
produtividade de frutos de melancia em função de fon- de P2O5 nas formas de superfosfato simples e de super-
tes e doses de potássio. fosfato triplo, para fornecer 50 kg ha-1 de enxofre. Os
tratamentos com dose de 200 e 300 kg K2O ha-1 na fon-
MATERIAL E MÉTODOS te de K2SO4 receberam 67 e 100 kg S ha-1.
As doses de K foram parceladas em 25% no sulco,
Foram conduzidos dois experimentos em proprie- 25% aos 7 dias após o transplantio (DAT), 25% aos 21
dades rurais próximas à cidade de Borborema SP, nos DAT e 25% aos 35 DAT, juntamente com o nitrogênio.
períodos de outubro a dezembro de 2001 e de fevereiro O híbrido utilizado foi Tide, que se caracteriza
a abril de 2002, cujas coordenadas geográficas são 49º pela precocidade, apresentando ciclo médio do plantio à
5 de longitude, 21º 37 de latitude e 429 m de altitude. colheita de 80 a 90 dias, com frutos de formato redon-
Os solos das áreas experimentais foram classificados do-ovalado e peso médio de 10 a 12 kg, casca verde-
como Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico textura escura com estrias verde-claras e polpa vermelho-
média (EMBRAPA, 1999). Para a caracterização dos brilhante. A semeadura foi realizada em bandejas de po-
solos, foram coletadas amostras compostas na profundi- liestireno expandido para 128 mudas, preenchidas com
dade de 0 a 20 cm, cujas análises químicas (RAIJ et al., substrato comercial, as quais permaneceram em casa-de-
1996) revelaram os resultados: área 1 (cultivo de out. a vegetação por um período de 30 dias até o transplantio.
dez. de 2001): pH (CaCl2) = 4,2; M.O.= 11 g dm-3; P (re- No primeiro experimento, o transplantio foi reali-
sina) = 2 mg dm-3; S = 3 mg dm-3; K = 1,1 mmolc dm-3; zado em 03/10/2001 e, no segundo, em 14/02/2002, quan-
Ca = 7 mmolc dm-3; Mg = 3 mmolc dm-3; H + Al = 28 do as plântulas apresentavam duas folhas definitivas. A
mmolc dm-3; SB = 11 mmolcdm-3; T = 39 e V = 28% e á- partir dos 20 DAT, foram feitas adubações foliares se-
rea 2 (cultivo de fev. a abr. de 2002): pH (CaCl2) = 4,8; manalmente, junto com os defensivos, empregando 200
M.O.= 19 g dm-3; P (resina) = 3 mg dm-3; S = 5 mg dm-3; mL por 100 L de solução: 0,6 g L-1 de Mg; 0,8 g L-1 de
Ca e 0,05 g L-1 de B; 0,3 g L-1 de Zn; 0,2 g L-1 de Mn e ciclo da cultura proporcionou maior peso médio e
0,01 g L-1 de Mo. A pluviometria foi de 436 mm e 253 produção de frutos por planta e total. Como a signifi-
mm, respectivamente, nos experimentos conduzidos de cativa redução na quantidade de chuvas no cultivo de
outubro a dezembro de 2001 e fevereiro a abril de 2002. fevereiro a abril de 2002 ocorreu no terço final do ci-
Não foi realizada irrigação complementar, pois nas áreas clo cultural, correspondendo aos estádios de cresci-
experimentais, não existiam fontes de captação de água. mento e maturação dos frutos, o número de frutos por
Além das pulverizações com defensivos agrí- planta não foi afetado, sendo ligeiramente superior ao
colas, foram realizadas capinas e penteamento das da época anterior (Tabela 1).
ramas. A colheita dos frutos foi iniciada no primeiro Pode-se inferir que a menor produção por
experimento aos 70 DAT e, no segundo, aos 65 DAT, planta verificada no cultivo de fevereiro a abril de
sendo realizadas, respectivamente, três e duas colhei- 2002 foi ocasionada pela redução no peso médio do
tas com intervalo de sete dias. As características ava- fruto, motivada pela menor precipitação. O período
liadas foram: peso médio de fruto (kg), número de de crescimento dos frutos é considerado por Marouel-
frutos e produção por planta (kg/planta) e produtivi- li et al. (1996) como o de maior exigência de água pe-
dade (t ha-1). la cultura. Segundo Grangeiro e Cecílio Filho (2002),
As análises de variância das características a- nessa fase ocorrem os maiores acúmulos de massa se-
valiadas foram realizadas isoladamente para cada ex- ca e nutrientes pela melancieira, devidos à forte de-
perimento. Depois procedeu-se à análise conjunta dos manda exercida pelos frutos. O estresse hídrico nessa
experimentos com o auxílio do software SAS. Con- fase é altamente prejudicial, pois acelera a respiração,
forme Gomes (1990), para o fator quantitativo (doses aumenta a atividade das enzimas hidrolíticas e reduz
de K) foi feita análise de regressão, ao passo que, pa- a intensidade de fotossíntese. Com isso, a transloca-
ra o fator qualitativo (fontes de K), foi utilizado o tes- ção de carboidratos e outros compostos para os frutos
te de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. é reduzida, com prejuízo no rendimento da cultura
(MALAVOLTA e CROCOMO, 1982).
RESULTADOS E DISCUSSÃO Além do comprometimento do metabolismo da
melancieira nessas condições, a deficiência hídrica no
Verificou-se efeito significativo da época de cul- solo reduz a absorção de nutrientes, resultante do menos
tivo para todas as características avaliadas. Para o nú- fluxo de massa causada pela redução no fluxo transpi-
mero de frutos, produção por planta e produtividade, foi ratório e do volume da solução de íons no solo; me-
também significativa a interação fontes e doses de K e, nos difusão iônica pela redução da mobilidade destes
para o peso médio de frutos, a interação época de culti- e menor interceptação radicular pela redução do cres-
vo e fontes de potássio. cimento e da densidade radicular (MENGEL e
No experimento conduzido de outubro a dezem- KIRKBY, 1987; POWER, 1990; MARSCHNER,
bro de 2001, a maior pluviosidade ocorrida ao longo do 1995).
TABELA 1 Número, peso médio, produção e produtividade de frutos de melancia, híbrido Tide, em função da
época de cultivo. Borborema -SP.
2.5
Nº de frutos por planta
1.5 2
(KCl) = 1,5 + 0,0012X r = 0,76**
2 2
(KNO3) = 0,99 + 0,0094X 0,00002X r = 0,75*
1
(K2SO4) = Y = 1,70
0.5
0
0 50 100 150 200 250 300
Doses de potássio (kg ha-1 de K2O)
FIGURA 1 Número de frutos por planta de melancia, híbrido Tide, em função das fontes e doses de potássio.
Borborema SP.
TABELA 2 Peso médio de frutos de melancia, híbri- (23%) e K2SO4 (17%), comparando-se os valores obti-
do Tide, em função de fontes de potássio e época de dos com a aplicação de 50 kg K2O ha-1 com aquele que
cultivo. Borborema - SP. favoreceu a produção máxima. Aumentos significativos
na produção de melancia em função da adubação potás-
Peso médio de frutos (kg) sica também foram observados por Sundstrom e Carter
Fontes de potás- (1983), Deswal e Patil (1984), Zeng e Jiang (1989), Si-
sio Época 1* Época 2 monne et al. (1992) e Locascio e Hochmuth (2002).
1 A produtividade em função das doses de potássio
KCl 9,5 a 7,2 a
apresentou comportamento quadrático em todas as fon-
KNO3 9,9 a 7,1 a tes, com pontos de máximos atingidos nas doses de 132;
193 e 205 kg K2O ha-1, respectivamente, para K2SO4,
K2SO4 10,0 a 6,5 b
KNO3 e KCl, sendo as respectivas produtividades de
1
Médias seguidas de mesmas letras na coluna não di- 32,4; 34,4 e 32,4 t ha-1 (Figura 3). Observa-se que as
ferem entre si pelo teste de Tukey a 5%. produtividades máximas obtidas com as fontes KCl e
*Época 1: experimento conduzido de outubro a de- K2SO4 foram semelhantes; entretanto, o KNO3 foi ligei-
zembro de 2001 ramente superior às demais. Por outro lado, a diferença
nas doses foram significativas, sendo necessária a apli-
Época 2: experimento conduzido de fevereiro a
cação de 73 e 61 kg K2O ha-1 a mais, como KCl e
abril de 2002.
KNO3, para se atingir a produtividade máxima, em rela-
ção ao K2SO4, representando acréscimos de 55 e 46%,
A resposta diferenciada das fontes de potássio respectivamente.
em função da época de cultivo foi provavelmente devi- Do ponto de vista de eficiência, verifica-se que o
da à diferença de pluviometria entre os experimentos. O K2SO4 foi superior às demais, pois para cada kg de K2O
maior volume e melhor distribuição das chuvas no perí- utilizado na forma desse fertilizante, obteve-se uma
odo de outubro a dezembro proporcionaram umidade de produtividade de 245 kg ha-1, superior aos 158 e 178 kg
solo satisfatória para a absorção de K, independente do ha-1 obtidos, respectivamente, com KCl e KNO3.
íon acompanhante. Considerando-se as equações da Figura 3, fo-
No período seguinte, o estresse hídrico ocorrido ram estimadas as produções e as doses das fontes de po-
no estádio pós frutificação prejudicou o rendimento da tássio correspondentes a 90% da máxima. As doses de
cultura. Segundo Fixen (1993), as melhores respostas cada fonte correspondentes a 90% da máxima produti-
das culturas em condições de estresse hídrico com apli- vidade proporcionaram reduções de 48; 54 e 72% das
cação de fertilizantes contendo Cl devem-se ao menor doses de KNO3, KCl e K2SO4, respectivamente (Tabela
potencial osmótico causado pela absorção de Cl- pela 3). Essas grandes reduções nas doses dos fertilizantes
planta, resultando em aumento do turgor dessa. Em to- são acompanhadas de reduções de apenas 10% na pro-
mate, a aplicação de KCl aumentou a eficiência de uso dutividade máxima, representando, assim, uma conside-
da água em condições de estresse hídrico (WILLIAMS rável economia com a adubação potássica e levando
e KRETCHMAN, 1990). Em beterraba, a utilização de certamente a uma relação benefício/custo substancial-
fertilizantes com Cl manteve a turgescência e retardou a mente maior.
senescência das folhas, permitindo continuar a acumu- Um dos fatores que pode ter contribuído para
lação de açúcar por um período maior, proporcionando maior eficiência do K2SO4 em relação às demais fontes
produtividades mais elevadas (ZEHLER et al., 1986). é que o ânion SO42-, em relação ao Cl- e NO3-, é menos
O desdobramento da interação doses de potássio lixiviado no solo e há maior possibilidade de adsorção.
dentro de cada fonte para a produção por planta revelou Com isso, as perdas de K+ por lixiviação, aplicado na
efeito quadrático para KCl e KNO3 e cúbico para forma de K2SO4, podem ser minimizadas, aumentando
K2SO4 (Figura 2). A maior produção estimada por plan- assim a eficiência desse. Saurat e Boulay (1985), cita-
ta (16,1 kg) foi obtida com a aplicação de 111 kg K2O dos por Nogueira et al. (2001), comentam que há duas
ha-1 na forma de K2SO4, seguida pelo KNO3 (15,8 kg razões pelas quais o ânion Cl- é lixiviado mais rapida-
por planta) com a aplicação de 189 kg K2O ha-1 e pelo mente do que o SO42-: (1) o ânion Cl- tem maior tama-
KCl (15,7 kg por planta) com a aplicação de 206 kg nho iônico, sendo fracamente adsorvido; (2) o íon Cl-,
K2O ha-1. O KNO3 proporcionou maior incremento na sendo monovalente, é mais rapidamente hidratável na
produção de frutos por planta (33%), em relação ao KCl solução do que o íon SO42-. Conseqüentemente, o K na
forma de fertilizante KCl é mais rapidamente lixiviado KCl, as produtividades de tomate não diferiram signifi-
do que seria na forma de fertilizante K2SO4. cativamente entre as fontes (LOCASCIO et al., 1982).
No tomateiro, a produtividade comercial foi 19% Quando os fertilizantes avaliados foram K2SO4 e KCl,
maior com a aplicação de KNO3 em relação ao KCl, não foi observada diferença de produtividade na cultura
mas não diferiu significativamente do K2SO4. Esse re- do tomateiro (LOCASCIO et al., 1990) mas, nas cultu-
sultado foi verificado por Locascio et al. (1997) em ape- ras de berinjela (WUZHONG, 2002) e de batata
nas um experimento de uma série de nove. Em trabalhos (WESTERMANN et al., 1994), o K2SO4 proporcionou
anteriores, quando foram comparadas as fontes KNO3 e rendimentos superiores aos obtidos com KCl.
18
Produção por planta (kg)
16
14
12
10 2 2
(KCl) = 10,41 + 0,051X 0,0001X r = 0,99*
8
2 2
6 (KNO3) = 8,47 + 0,077X 0,0002X r = 0,81**
2 3 2
4 (K2SO4) = 7,423 + 0,18X - 0,00114X + 0,000002X r = 1,0*
2
0
0 50 100 150 200 250 300
-1
Doses de potássio (kg ha de K2O)
FIGURA 2 Produção de frutos por planta de melancia, híbrido Tide, em função das doses e fontes de potássio.
Borborema SP.
35
Produtividade (kg ha-1)
30
25
2 2
(KCl) = 21,19 + 0,11X 0,0003X r = 0,84*
2 2
20 (KNO3) = 17,27 + 0,18X 0,0005X r = 0,81**
2 2
(K2SO4) = 26,72 + 0,085X - 0,0003X r = 0,83**
15
0 50 100 150 200 250 300
-1
Doses de potássio (kg ha de K2O)
FIGURA 3 Produtividade de frutos de melancia, híbrido Tide, em função das doses e fontes de potássio. Bor-
borema SP.
TABELA 3 Doses de potássio estimada para obter a máxima produtividade da cultura da melancia e 90% dessa,
com os fertilizantes KCl, KNO3 e K2SO4. Borborema SP.
Tomando-se por base a dose recomendável de planta e produtividade, ao passo que o maior número de
cada fonte de potássio (90% da produção máxima esti- frutos por planta foi obtido no cultivo de fevereiro a
mada), verifica-se, para as condições desta pesquisa, abril de 2002.
uma quantidade inferior àquela recomendada por Raij et
al. (1996) para o Estado de São Paulo, que é de 190 kg AGRADECIMENTOS
de K2O ha-1.
À FAPESP, por auxílio financeiro concedido
No cultivo de outubro a dezembro de 2001, foi
(processo 2000/01797-0), aos produtores rurais Colom-
obtida uma produtividade média de 34,6 t ha-1, superior
bo e João Palhari, e a Alécio Schiavon Júnior, da Em-
as 24,3 t ha-1 do cultivo de fevereiro a abril de 2002
presa Syngenta Seeds.
(Tabela 1). No plantio de melancia no Estado de São
Paulo, realizado no período de janeiro a fevereiro, culti-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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palmente da melhor distribuição das chuvas nesse perí- 200.
odo e do atendimento à demanda da planta.
COSTA, C. C. Concentração de potássio na solução
CONCLUSÕES nutritiva e números de frutos por planta sobre a
a) O maior número de frutos (1,9) foi obtido nas produção e qualidade dos frutos do meloeiro. 2002.
doses de 190 e 300 kg K2O ha-1, usando-se, respecti- 51 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) Faculda-
vamente, como fontes KNO3 e KCl. Não houve diferen- de de Ciências Agrária e Veterinárias, Universidade Es-
ça significativa entre as doses para K2SO4. tadual Paulista, Jaboticabal, 2002.
b) No cultivo de fevereiro a abril de 2002, o KCl DESWAL, I. S.; PATIL, V. K. Effects of N, P and K on
proporcionou maior peso médio de fruto. the fruit of water melon. Journal of Maharashtra
c) A maior produção por planta foi obtida com Agricultural Universities, [S.l.], v. 9, n. 3, p. 308-309,
K2SO4, seguido por KNO3 e KCl, nas doses de 111; 189 1984.
e 206 kg K2O ha-1, respectivamente.
d) As maiores produtividades foram obtidas EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPE-
com aplicação de 132, 193 e 205 kg K2O ha-1, utili- CUÁRIA. Sistema brasileiro de classificação de solos.
zando-se como fontes K2SO4, KNO3 e KCl, respecti- Brasília, 1999. 412 p.
vamente.
e) As doses de potássio, que proporcionaram FAQUIN, V. Nutrição mineral de plantas. Lavras:
90% da produtividade máxima, reduziram em 74%, ESAL-FAEPE, 1994. 227 p.
54% e 48% as doses de K2SO4, KCl e KNO3, necessá-
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