Texto Sobre Bullying

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O QUE É BULLYING E CYBERBULLYING?

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Esse termo bullying não tem um correspondente em português. Em inglês refere-se à


atitude de um bully (valentão). Objeto de estudo pela primeira vez na Noruega, o
bullying é utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica contra
alguém em desvantagem de poder, sem motivação aparente, que causa dor e
humilhação a quem sofre. É uma das formas de violência que mais cresce no mundo
e pode acontecer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias,
entre vizinhos e em locais de trabalho.
Identificamos casos de bullying em escolas das redes pública e privada, rurais e
urbanas e até mesmo com crianças de 3 e 4 anos, na Educação Infantil.
Os meninos, com uma frequência muito maior, estão mais envolvidos com o bullying,
tanto como autores quanto como alvos. Já entre as meninas, embora com menor
frequência, o bullying também ocorre e se caracteriza, principalmente, como prática
de exclusão ou difamação.
Por não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as
situações de bullying possíveis, o quadro, a seguir, relaciona algumas ações que
podem estar presentes: colocar apelidos, humilhar, ofender, zoar, discriminar, bater,
chutar, empurrar, gozar, perseguir, aterrorizar, perseguir, assediar, difamar, quebrar
pertences, dominar, tiranizar, entre outros comportamentos.
Quais os efeitos causados sobre a criança?
A depressão, baixa autoestima, ansiedade, abandono dos estudos, essas são algumas
das características mais usuais das vítimas. De certa forma, o bullying é uma prática de
exclusão social cujos principais alvos costumam ser pessoas mais retraídas, inseguras.
Essas características acabam fazendo com que elas não peçam ajuda e, em geral,
elas se sentem desamparadas, com medo, intimidadas e dificuldades em encontrar
um adulto que possam ouvi-las sem julgamentos, ampará-las nos cuidados e tomar as
providências necessárias.
Além dos traços psicológicos, as vítimas desse tipo de agressão apresentam
particularidades, como problemas com obesidade, estatura, deficiência física. As
agressões podem ainda abordar aspectos culturais, étnicos e religiosos. Também pode
acontecer com um novato, uma pessoa inteligente, pessoas neurodiversas ou com
uma menina bonita, que acaba sendo perseguida pelas colegas.
Como os pais percebem que seu filho está sofrendo bullying?
Crianças e adolescentes que sofrem humilhações racistas, difamatórias ou separatistas
podem ter queda do rendimento escolar, somatizar o sofrimento em doenças
psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da
personalidade. Observa-se também uma mudança de comportamento. As vítimas
ficam isoladas, se tornam agressivas, reclamam de alguma dor física justamente na
hora de ir para escola.

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Qual é o perfil de quem pratica o bullying?
Os agressores são geralmente os líderes da turma, os mais populares, aqueles que
gostam de colocar apelidos nos mais frágeis. Assim como a vítima, os agressores
também precisam de ajuda psicológica. No futuro, esta criança ou jovem quando
adulto pode ter um comportamento de assediador moral no trabalho e, pior, utilizar
da violência, adotar atitudes delinquentes ou criminosas.
Quais medidas devem ser adotadas pela escola para prevenir o ato?
Para evitar o bullying, as escolas devem investir em prevenção e estimular a discussão
aberta com todos os atores da cena escolar, incluindo pais e alunos.
Para os professores, que têm um papel importante na prevenção:
• Observe com atenção o comportamento dos alunos, dentro e fora de sala de
aula, e perceba se há quedas bruscas individuais no rendimento escolar.
• Incentive a solidariedade, a generosidade e o respeito às diferenças, através
de conversas, trabalhos didáticos, teatro e até de campanhas de incentivo à
paz e à tolerância.
• Desenvolva, desde já, dentro de sala de aula um ambiente favorável à
comunicação entre alunos.
• Quando um estudante reclamar ou denunciar o bullying, procure
imediatamente a direção da escola.
• Muitas vezes, a instituição trata de forma inadequada os casos relatados. A
responsabilidade é, sim, da escola, mas a solução deve ser em conjunto com
os pais dos alunos envolvidos.
Como a família pode ajudar:
Os pais devem estar alerta para o problema, seja o(a) filho(a) vítima ou agressor, pois
ambos precisam de ajuda e apoio psicológico.
• Mostre-se sempre aberto a ouvir e a conversar com seus filhos.
• Fique atento às bruscas mudanças de comportamento.
• É importante que as crianças e os jovens se sintam confiantes, seguros de que
podem trazer esse tipo de denúncia para o ambiente doméstico e que não
serão pressionados, julgados ou criticados.
• Comente o que é o bullying e os oriente que esse tipo de situação não é normal.
• Ensine-os como identificar os casos que devem procurar sua ajuda e dos
professores nesse tipo de situação.
• Se precisar de ajuda, entre imediatamente em contato com a direção da
escola e procure profissionais ou instituições especializadas.
Mudar de escola resolve tanto para quem pratica quanto para quem sofre?
O que resolve é enfrentar o problema. Mas, caso as autoridades da escola não tomem
as devidas providencias e acolhimento efetivo de cuidados psicológicos com todos os
envolvidos, a recomendação mais sensata é mudar de escola.
O fato de ter consequências trágicas, como o suicídio entre os jovens, a falta de ajuda
e impunidade proporcionou a necessidade de se discutir de forma mais séria o tema,
portanto a atitude é de enfrentamento com uma solução ética, solidária, continente
e fraterna.

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O que é o cyberbullying?
O cyberbullying é um tipo de bullying melhorado, só que a diferença é o anonimato.
É a prática realizada através da internet que busca humilhar e ridicularizar os alunos,
pessoas desconhecidas e também professores perante a sociedade virtual.
Apesar de ser praticado de forma virtual, o cyberbullying tem preocupado pais e
professores, pois através da internet os insultos se multiplicam rapidamente, ainda
contribuem para contaminar outras pessoas que conhecem a vítima.
Os meios virtuais utilizados para disseminar difamações e calúnias são as comunidades,
e-mails, torpedos, blogs e fotologs. Além de discriminar as pessoas, os autores são
incapazes de se identificar, pois não são responsáveis o bastante para assumirem
aquilo que fazem. É importante dizer que mesmo anônimos, os responsáveis pela
calúnia sempre são descobertos.
Infelizmente os meios tecnológicos que, a priori, seriam para melhorar e facilitar a vida
das pessoas em todas as áreas, estão sendo utilizados para menosprezar e insultar
outras pessoas. Não existe um tipo de pessoa específica para ser motivo de insultos,
sendo que a invasão do e-mail ou a exposição de uma foto já é o bastante. Em
relação a colegas de escola e professores, as difamações são intencionadas, visam
mexer com o psicológico (estado emocional) da pessoa, deixando-a abatida,
desmoralizada perante os demais.
As pessoas que praticam o cyberbullying são normalmente adolescentes sem limites,
insensíveis, insensatos, inconsequentes e não empáticos. Apesar de gostarem da
sensação que é causada ao destruir outra pessoa, os praticantes podem ser
processados por calúnia e difamação, sendo obrigados a disponibilizar uma
considerável indenização. Porém, não podemos perder de vista que estes jovens
precisam de ajuda, também é uma forma de mostrarem o quão estão adoecidos e
desamparados.
O site Safernet (https://new.safernet.org.br/content/institucional) tem ações protetivas
e você poderá denunciar casos de cyberbullying.
A SaferNet Brasil oferece um serviço de recebimento de denúncias anônimas de
crimes e violações contra os Direitos Humanos na Internet, contanto com
procedimentos efetivos e transparentes para lidar com as denúncias. Além disso,
contamos com suporte governamental, parcerias com a iniciativa privada,
autoridades policiais e judiciais, além, é claro, de você usuário da Internet. Caso
encontre imagens, vídeos, textos, músicas ou qualquer tipo de material que seja
atentatório aos Direitos Humanos.

Faça a sua denúncia: https://new.safernet.org.br/denuncie

Para diminuir as marcas que ficam nas vítimas do bullying o que pode ser feito?
E para o agressor?
Tanto as crianças que sofrem bullying como seus agressores precisam de ajuda
psiquiátrica e ou psicológica. Dependendo de suas características individuais e de
suas relações com os meios em que vivem em especial as famílias, poderão não
superar, parcial ou totalmente os traumas sofridos na escola.
Estas pessoas poderão crescer com sentimentos negativos e identificados com o
agressor se não forem ajudados de maneira adequada, especialmente com baixa
autoestima, tornando-se adultos com sérios problemas de relacionamento. Poderão

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assumir, também, um comportamento agressivo que mais tarde vir a sofrer ou a
praticar o bullying no trabalho (workplace bullying).
Em casos extremos, alguns destes jovens poderão tentar ou cometer suicídio.
Um psicólogo na escola pode fazer a diferença?
Sim, imprescindível o trabalho do psicólogo sobretudo por começar pela sensibilização
com a equipe escolar, alunos, pais e comunidade.
A comunidade educativa deve promover relações interpessoais, ou intergrupos.
Desenvolver programas e ou projetos solidários, fraternos são formas preventivas de
aproximação humana e desenvolverem vínculos afetivos entre seus pares.
Se existir desde a base familiar o hábito de conversar respeitosamente com os filhos,
demonstrar genuíno interesse pela vida deles, das relações com amigos, escola, não
de forma intrusiva ou controladora, mas afetiva, continente e sem julgamentos
moralistas isso será um fortalecimento dos vínculos de confiança e proteção.
Procurar ajuda psicológica é o primeiro passo importante que os pais precisam tomar
para ajudarem tantos os filhos que foram alvo de bullying, como os que praticam este
comportamento. Será importante que os pais também recebam orientações e
acolhimento para evitarem sentimentos de culpabilização.
Você sabia que cyberbullying pode ser denunciado e os agressores punidos quando
provado ato infracional?
Mas a maioria dos casos pode ser solucionado de forma mais simples, com a
mediação dos conflitos ou com a remoção do conteúdo que prejudica alguém. As
principais redes sociais já possuem ferramentas para denúncia e remoção de
conteúdos que se enquadram nessa categoria. É simples e fácil, veja o passo a passo
no Facebook, Instagram, YouTube e Twitter.
Quando não há possibilidade de identificar o agressor e/ou não há espaço para
resolver de forma mediada e preventiva, o caso pode ser comunicado ao Conselho
Tutelar, ao Ministério Público ou à delegacia de polícia quando houver atos
infracionais, como agressão moral ou física.
É importante gravar todas as mensagens e imagens ofensivas recebidas e bloquear os
contatos. A vítima ou responsável legal deve fazer um boletim de ocorrência com as
provas – mensagens, fotos, e-mail, n° celular da origem das agressões, endereço das
páginas, perfis e publicações – para que se iniciem as investigações. Escola, família e
testemunhas são corresponsáveis e podem ser responsabilizadas por omissão caso
negligenciem os sinais e as consequências do cyberbullying.
Quando os envolvidos são maiores de idade, os casos podem ser enquadrados no
Código Penal. Adolescentes acima de 12 anos respondem pelo ato infracional
equivalente aos crimes previstos em lei.

Mais informações:
Cartilha “Como evitar o Bullying”:
http://www.observatoriodainfancia.com.br/IMG/pdf/doc-197.pdf
Atenção: Este site não oferece tratamento ou aconselhamento imediato para pessoas em crise suicida.
Em caso de crise, ligue para 188 (CVV) ou acesse o site www.cvv.org.br.
Em caso de emergência, procure atendimento em um hospital mais próximo.
Entre em contato comigo WhatsApp (13) 991773793 para agendar uma entrevista para psicoterapia
presencial ou online

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Marina S. R. Almeida
Consultora Ed. Inclusiva, Psicóloga Clínica e Escolar
Neuropsicóloga, Psicopedagoga e Pedagoga Especialista
CRP 41029-6
INSTITUTO INCLUSÃO BRASIL
WhatsApp (13) 991773793 ou (13) 34663504
Rua Jacob Emmerich, 365, sala 13 – Centro – São Vicente-SP CEP 11310-071
[email protected]
www.institutoinclusaobrasil.com.br
https://www.facebook.com/InstitutoInclusaoBrasil/
https://www.facebook.com/marina.almeida.9250
https://www.facebook.com/groups/institutoinclusaobrasil/

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Bullying
Professora Daniela Diana
O bullying corresponde à prática de atos de violência física ou psicológica,
intencionais e repetidos, cometidos por um ou mais agressores contra uma
determinada vítima.
Em outros termos, significa todo tipo de tortura física ou verbal que atormenta
um grande número de vítimas no Brasil e no mundo. O termo em inglês "bullying" é
derivado da palavra "bully" (tirano, brutal).
Ainda que esse tipo de agressão tenha sempre existido, o termo foi cunhado na
década de 70 pelo psicólogo sueco Dan Olweus
O Bullying pode ocorrer em qualquer ambiente onde existe o contato
interpessoal, seja no clube, na igreja, na própria família ou na escola.
Aos poucos o combate efetivo ao bullying vem ganhando importância na mídia
e em ONG’s empenhadas em campanhas de anti-bullying. Isso porque essa prática
tem aumentado consideravelmente nos últimos anos no país e no mundo.

Bullying na Escola

O Bullying nas escolas é um dos mais comentados hoje em dia

Conflitos entre crianças e adolescentes são comuns, pois trata-se de uma fase
de insegurança e autoafirmação. Porém, quando os desentendimentos são
frequentes e partem para humilhações, é aí que o bullying prolifera.
Nas escolas, as agressões geralmente são praticadas longe das autoridades.
Ocorrem normalmente na entrada ou saída do prédio, ou ainda quando os professores
não estão por perto.
Podem também acontecer de forma silenciosa, na sala de aula, na presença
do professor, com gestos, bilhetes, etc. As agressões físicas são mais difíceis de serem
escondidas e muitas vezes levam a família a transferir a vítima para outra escola.

Perfil do Agressores
O agressor, em geral, tem uma mente perversa e às vezes doentia. Ele é
consciente de seus atos e consciente que suas vítimas não gostam de suas atitudes,
mas agride como forma de se destacar entre seu grupo. Assim, os agressores pensam
que serão mais populares e sentem o poder com esses atos.
Os agressores buscam vítimas que normalmente destoam da maioria por alguma
peculiaridade. Os alvos preferenciais são:
• os alunos novatos;
• os extremamente tímidos;

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• os que têm traços físicos que fogem do padrão;
• os que têm excelente boletim, o que serve para atiçar a inveja e a vingança
dos menos estudiosos.

Consequências do Bullying

As consequências do Bullying apresentam diversos sinais típicos em suas vítimas

Geralmente, as vítimas do bullying têm vergonha e medo de falar à família sobre


as agressões que estão sofrendo e, por isso, permanecem caladas.
As vítimas de agressão física ou verbal ficam marcadas e essa ferida pode se
perpetuar por toda a vida. Em alguns casos, a ajuda psicológica é fundamental para
amenizar a difícil convivência com memórias tão dolorosas.
Aqui, portanto, cabem aos pais e familiares notarem os sintomas das crianças
e/ou adolescentes. Com isso, se perceber alguma diferença no comportamento, é
importante contactar os responsáveis da escola e ainda ter uma conversa franca com
a pessoa que foi agredida.
Ações como esta, podem evitar constrangimentos futuros, ou mesmo tragédias,
como o suicídio da vítima.
Alguns sinais típicos são observados nos alunos vítimas de bullying, entre eles:
• recusa de ir para a escola;
• tendência ao isolamento;
• falta de apetite;
• insônia e dor de cabeça;
• queda no desempenho escolar;
• febre e tremor.

Tipos de Bullying

O Cyberbullying é um tipo de Bullying que tem aumentado com a expansão das


tecnologias de informação
• Cyberbullying: quando o bullying ocorre por meio das tecnologias da
informação, seja internet (redes sociais, e-mails, etc.) e/ou celulares (torpedos).

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• Verbal: quando o bullying acontece por meio de palavras de baixo calão,
apelidos e insultos.
• Moral: associado ao bullying verbal, ele ocorre através de boatos, difamações
e calúnias.
• Físico: quando o bullying envolve a agressões físicas, seja empurrão, bater,
chutes, etc.
• Psicológico: quando o bullying envolve aspectos que afetam o psicológico, por
exemplo, chantagem, manipulação, exclusão, perseguição, etc.
• Material: quando o bullying é definido por ações que envolvem roubo, furtos e
destruição de objetos pertencentes a alguém.
• Sexual: nesse caso, o bullying é cometido por meio de abusos e assédios sexuais.

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Legislação no Brasil
Até pouco tempo, quando os casos de bullying chegavam à justiça, eles eram
enquadrados em infrações previstas no Código Penal como injúria, difamação e lesão
corporal.
Entretanto, em 06 de novembro de 2015 foi sancionada a Lei n.º 13.185
denominada "Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying)". Segundo
esse documento:
"Considera-se intimidação sistemática (bullying) todo ato de violência física ou
psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado
por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou
agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de
poder entre as partes envolvidas."
Porém, segundo estatísticas atuais, cerca de 80% das escolas brasileiras ainda
não punem os agressores.
Dada a importância de abordar o tema, o "Dia Mundial de Combate ao
Bullying" é comemorado em todo o mundo no dia 20 de outubro. No Brasil, em 2016 foi
instituído por meio da Lei nº 13.277, o "Dia Nacional de Combate ao Bullying e à
Violência na Escola", comemorado em 7 de abril.

Presidência da República
Secretaria-Geral
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 13.185, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015.

Institui o Programa de Combate à Intimidação


Vigência
Sistemática ( Bullying ).

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica instituído o Programa de Combate à Intimidação Sistemática ( Bullying ) em


todo o território nacional.

§ 1º No contexto e para os fins desta Lei, considera-se intimidação sistemática


( bullying ) todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem
motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o
objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de
desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.

§ 2º O Programa instituído no caput poderá fundamentar as ações do Ministério da


Educação e das Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, bem como de outros órgãos,
aos quais a matéria diz respeito.

Art. 2º Caracteriza-se a intimidação sistemática ( bullying ) quando há violência física ou


psicológica em atos de intimidação, humilhação ou discriminação e, ainda:

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I - ataques físicos;

II - insultos pessoais;

III - comentários sistemáticos e apelidos pejorativos;

IV - ameaças por quaisquer meios;

V - grafites depreciativos;

VI - expressões preconceituosas;

VII - isolamento social consciente e premeditado;

VIII - pilhérias.

Parágrafo único. Há intimidação sistemática na rede mundial de computadores


( cyberbullying ), quando se usarem os instrumentos que lhe são próprios para depreciar,
incitar a violência, adulterar fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de
constrangimento psicossocial.

Art. 3º A intimidação sistemática ( bullying ) pode ser classificada, conforme as ações


praticadas, como:

I - verbal: insultar, xingar e apelidar pejorativamente;

II - moral: difamar, caluniar, disseminar rumores;

III - sexual: assediar, induzir e/ou abusar;

IV - social: ignorar, isolar e excluir;

V - psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, manipular,


chantagear e infernizar;

VI - físico: socar, chutar, bater;

VII - material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem;

VIII - virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou adulterar


fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o intuito de criar meios de
constrangimento psicológico e social.

Art. 4º Constituem objetivos do Programa referido no caput do art. 1º :

I - prevenir e combater a prática da intimidação sistemática ( bullying ) em toda a


sociedade;

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II - capacitar docentes e equipes pedagógicas para a implementação das ações de
discussão, prevenção, orientação e solução do problema;

III - implementar e disseminar campanhas de educação, conscientização e informação;

IV - instituir práticas de conduta e orientação de pais, familiares e responsáveis diante


da identificação de vítimas e agressores;

V - dar assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores;

VI - integrar os meios de comunicação de massa com as escolas e a sociedade, como


forma de identificação e conscientização do problema e forma de preveni-lo e combatê-lo;

VII - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito a terceiros, nos marcos


de uma cultura de paz e tolerância mútua;

VIII - evitar, tanto quanto possível, a punição dos agressores, privilegiando mecanismos
e instrumentos alternativos que promovam a efetiva responsabilização e a mudança de
comportamento hostil;

IX - promover medidas de conscientização, prevenção e combate a todos os tipos de


violência, com ênfase nas práticas recorrentes de intimidação sistemática ( bullying ), ou
constrangimento físico e psicológico, cometidas por alunos, professores e outros profissionais
integrantes de escola e de comunidade escolar.

Art. 5º É dever do estabelecimento de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas


assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à
intimidação sistemática ( bullying ).

Art. 6º Serão produzidos e publicados relatórios bimestrais das ocorrências de


intimidação sistemática ( bullying ) nos Estados e Municípios para planejamento das ações.

Art. 7º Os entes federados poderão firmar convênios e estabelecer parcerias para a


implementação e a correta execução dos objetivos e diretrizes do Programa instituído por
esta Lei.

Art. 8º Esta Lei entra em vigor após decorridos 90 (noventa) dias da data de sua
publicação oficial.

Brasília, 6 de novembro de 2015; 194º da Independência e 127º da República.

DILMA ROUSSEFF
Luiz Cláudio Costa
Nilma Lino Gomes

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Bullying

Bullying - É exercido por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com


o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa.

Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a


todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e
repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou
mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou
agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender,
sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.
O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma
mais comum entre os agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a
forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o
isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) agressor(a) em razão
das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou a
perda dos meios de subsistência.
O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente
qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola,
faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de
trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a
ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se
negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde
a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão
inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.
As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos,
convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as
“próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma
efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os
alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando
sentimentos de medo e ansiedade.
As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos
com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios
problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento
agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.
O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca
empatia, pertencentes às famílias desestruturadas, em que o relacionamento
afetivo entre seus membros tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o
alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa

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capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e
possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda.
No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas
públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são
comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades brasileiras com maior
incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.
Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade
da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito
que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato
de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do
Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores
e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do
estabelecimento de ensino/trabalho.
Orson Camargo
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas -UNICAMP
CAMARGO, Orson. "Bullying"; Brasil Escola.
Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/bullying.htm>.

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O que é Bullying:

Bullying é a prática de atos violentos, intencionais e repetidos, contra uma pessoa


indefesa, que podem causar danos físicos e psicológicos às vítimas. O termo surgiu a
partir do inglês bully, palavra que significa tirano, brigão ou valentão, na tradução para
o português.
No Brasil, o bullying é traduzido como o ato de bulir, tocar, bater, socar, zombar,
tripudiar, ridicularizar, colocar apelidos humilhantes e etc. Essas são as práticas mais
comuns do ato de praticar bullying. A violência é praticada por um ou mais indivíduos,
com o objetivo de intimidar, humilhar ou agredir fisicamente a vítima.
O bullying geralmente é feito contra alguém que não consegue se defender ou
entender os motivos que levam à tal agressão. Normalmente, a vítima teme os
agressores, seja por causa da sua aparente superioridade física ou pela intimidação e
influência que exercem sobre o meio social em que está inserido.
O bullying pode ser praticado em qualquer ambiente, como na rua, na escola, na
igreja, em clubes, no trabalho e etc. Muitas vezes é praticado por pessoas dentro da
própria casa da vítima, ou seja, pelos seus próprios familiares.
Para a justiça brasileira, o bullying está enquadrado em infrações previstas no Código
Penal, como injúria, difamação e lesão corporal. Ainda não existe uma lei que puna
os agressores com o devido merecimento.

Bullying na escola
Uma das formas mais comuns de bullying é o que acontece no ambiente escolar. Em
quase todos os países do mundo, o bullying na escola é um problema crônico.
As formas de agressão entre os alunos são das mais variadas e podem acontecer em
quase todos os níveis da fase escolar, desde o primário até os últimos anos do ensino
médio, por exemplo.

O bullying atrapalha a aprendizagem do aluno, além de afetar o seu comportamento


fora da escola, segundo os psicólogos.
Os pais e professores devem estar atentos às atitudes de seus filhos e alunos,
principalmente em alterações de comportamento, hematomas no corpo e demais
situações que pareçam fora do comum.

Consequências do bullying
As pessoas agredidas pelo bullying apresentam alguns sintomas, como:
• distúrbio do sono
• problemas de estômago
• transtornos alimentares
• irritabilidade
• depressão
• transtornos de ansiedade
• dor de cabeça

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• falta de apetite
• pensamentos destrutivos, como desejo de morrer, entre outros.
• ...
Em muitos casos as vítimas recorrem a tratamentos psicológicos, como terapias para
amenizar as marcas deixadas pela agressão.

https://novaescola.org.br/conteudo/336/bullying-escola#

Sugestão de Filme

Capa do filme "Um Grito de Socorro"

"Um Grito de Socorro" (2013) é um filme holandês que aborda o bullying sofrido por
um aluno na escola. Dirigido por Dave Schram, a história é baseada no livro da
escritora Carry Slee.

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Bullying e características

http://www.itad.pt/bullying-e-caracteristicas/

Com este texto pretende-se fazer uma reflexão sobre o bullying, começando por
definir em que consiste, as características da vítima e do agressor, sinais que os pais
devem estar atentos caso os filhos sejam vitimas deste tipo de comportamento, e
estratégias que os pais e as escolas podem adotar para prevenir e enfrentar este
comportamento.

Em Portugal, calcula-se que a incidência de vítimas de bullying é de cerca de 20%. O


bullying apresenta 3 características essenciais, que o distinguem dos breves
desentendimentos entre crianças, sendo elas:

1. A intencionalidade: O agressor pretende sempre maltratar e causar mal-estar ao


outro (vitima).

2. Frequência dos comportamentos: os comportamentos são repetidos ao longo do


tempo e assumem um carácter continuado.

3.Desequilíbrio do poder: existem sempre uma criança que domina (agressor) perante
uma criança que não se consegue defender (vítima).

O bullying pode assumir diferentes formas:

Física: agressão ou roubo.

Emocional: neste tipo de comportamentos a criança é excluída das relações e


brincadeiras, ridiculizada, insultada ou intimidada.

Racista: A criança é excluída devido á cor de pele, diferenças culturais ou religiosas.

Cyberbullying: Neste tipo de agressão o jovem recorre à internet ou aos telemóveis


para difamar o outro com comentários embaraçosos.

O bullying é um comportamento que causa muito sofrimento emocional e social á


criança, podendo impedir a formação adequada da sua personalidade. Este tipo de
comportamentos acontece com maior frequência no recreio e/ou periferia da escola.

Características das vítimas:

Qualquer criança pode ser vítima, mas há crianças mais vulneráveis. Verifica-se que as
vitimas deste tipo de comportamento podem apresentar uma ou mais das seguintes
características: ter uma aparência diferente (ex: excesso de peso, usar óculos); ter um
comportamento passivo, ser pouco assertivo, introvertido e incapaz de se defender;

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ter problemas de saúde; ter dificuldades de aprendizagem; ser novo na turma ou na
escola e/ou ser bom aluno.

Características dos agressores:

Os agressores são pessoas com baixa tolerância à frustração que gostam de provocar,
magoar e destruir para sentir que têm poder, ou seja, é uma necessidade de
afirmação pessoal.

Comparativamente com os seus pares, são pessoas com dificuldades em fazer amigos
e não gostam da escola, ou do ambiente de trabalho ou social. O seu ambiente
familiar, na maioria das vezes, é caracterizado por uma distância emocional, disciplina
inconsistente ou muito punitiva e ausência de transmissão de valores e normas sociais.

Sinais que as vítimas de bullying evidenciam:

A maioria das vítimas de bullying evidencia alguns sinais, aos quais os pais ou outros
cuidadores devem estar atentos:
– Objetos escolares perdidos ou danificados
– Roupa rasgada, hematomas sem explicação aparente
– Perda de interesse pela escola ou desejo de mudar de escola rapidamente
– Perda súbita de amigos
– Isolamento
– Dificuldades de concentração
– Dificuldade em adormecer, pesadelos
– Receio/medo de sair de casa
– Baixa autoestima
– Diminuição do rendimento escolar
– Recusa em ir à escola
– Sintomas psicossomáticos, ou seja, dores de cabeça, barriga etc sem explicação
física aparente.
– Alterações súbitas de humor
– Dificuldade em falar do que se passa na escola

Estratégias utilizadas para prevenir e atuar perante uma situação de bullying

Os pais e a escola devem atuar em simultâneo de modo a quebrar a dinâmica deste


problema. Neste sentido, em seguida são enumeradas algumas estratégias que cada
um destes intervenientes pode utilizar:

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Papel da Escola

A sensibilização em relação ao Bullying deve fazer parte do projeto educativo das


escolas, envolvendo todos os membros que estão na escola (direção, professores,
auxiliares, pais e alunos).

As escolas devem implementar programas de prevenção de bullying e assumir


diretrizes para a promoção de um ambiente seguro, estabelecendo regras, direitos e
responsabilidades junto de toda a comunidade escolar.

A prevenção deve também incluir a supervisão reforçada de todo o espaço escolar.

Os alunos e funcionários devem ser encorajados a participarem ativamente numa


campanha antibullying

Cada turma pode criar as suas regras antibullying, tendo em conta as regras da escola

Criar uma caixa de recados. Ou seja, incentivar os alunos a não fazerem do bullying
um segredo. Quem não quiser falar pessoalmente, pode recorrer a uma caixa de
recados para o professor

As escolas devem ter um plano de ação para as situações de bullying. Devem


conhecer, identificar e usar as suas competências para resolver este problema.

As escolas devem criar um grupo de mediação de conflitos que atua quando ocorrem
problemas entre crianças, de forma a evitar que estes se agravem.

O Bullying é um problema complexo e de difícil resolução. Por isso, é fundamental que


seja realizado um trabalho sério e continuado.

Papel dos Pais

Os pais devem informar-se sobre o que é o bullying e conversar de forma aberta com
os seus filhos, ensinando-lhes a evitar e a recusar comportamentos que prejudiquem os
outros.

Os pais devem conhecer os amigos dos seus filhos.

Os pais devem ter disponibilidade para passar tempo de qualidade com os seus filhos
e estarem informados com quem estão e onde estão os seus filhos quando não estão
sobre a sua supervisão.

É importante atender aos programas de televisão que os seus filhos assistem, bem
como aos jogos de consolas e/ computador, procurando reduzir a quantidade de
violência a que são expostos.

Os pais devem reunir-se regularmente com o professor ou diretor de turma de modo a


terem conhecimento da situação escolar dos seus filhos.

18
As crianças devem frequentar desportos e atividades que lhes despertem o interesse
e que estimulem a cooperação e solidariedade.

A partilha e convívio com outras crianças com idades variadas (mais velhas ou mais
novas) é importante porque promovem a oportunidade de desenvolver competências
sociais e relacionais.

É importante que os pais ensinem às crianças regras sociais e como resolver conflitos
sem recorrer à agressão.

A criança deve ser incentivada a contar aos pais qualquer problema que ocorra na
escola, sem ser julgada ou criticada.

19
Aluno(a) –

Turma –

Data _

Após a leitura, de vários arquivos de autorias diferenciadas, responda:

21 perguntas sobre bullying

Arte: Patrick Cassimiro

1. O que é bullying? Confira a definição

2. O que não é bullying?

- Suicídio: o que a escola pode fazer

3. O bullying é um fenômeno recente?

4. O que leva o autor do bullying a praticá-lo?

5. Como identificar o alvo do bullying?

6. Quais são as consequências para o aluno que é alvo de bullying?

7. O que é pior: o bullying com agressão física ou o bullying com agressão


moral?

8. O espectador também participa do bullying?

9. Existe diferença entre o bullying praticado por meninos e por meninas?

10. O que fazer em sala de aula quando se identifica um caso de bullying?

20
11. Qual o papel do professor em conflitos fora da sala de aula?

12. Como lidar com o bullying contra alunos com deficiência?

13. O professor também é alvo de bullying?

14. O que fazer para evitar o bullying?

15. Como agir com os alunos envolvidos em um caso de bullying?

16. Como deve ser uma conversa com os pais dos alunos envolvidos no
bullying?

17. O que fazer em casos extremos de bullying?

18. O que é bullying virtual ou cyberbullying?

19. Como lidar com o cyberbullying?

20. Bullying na Educação Infantil. É possível?

21. Quais são as especificidades para lidar com o bullying na Educação


Infantil?

21

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