Aula 9

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AVALIAÇÃO DA

MARCHA HUMANA

PROFA. LISANDRA DELFINO

[email protected]
MARCHA

• Ato do indivíduo deambular.

• Marcha ou deambulação é um tipo de locomoção de


padrão bípede gerado pelo sistema sensório-motor.
MARCHA

• A marcha humana é caracterizada por uma sequência de


múltiplos eventos rápidos e complexos, o que dificulta a
observação clínica.
• A Análise da Marcha (AM) é a mensuração, a descrição e
a avaliação sistemática de dados que caracterizam a
locomoção humana.

• Ela tem fundamental relevância no estudo e no tratamento


de patologias que envolvem o aparelho locomotor
CICLO DA MARCHA

• Dividido em dois períodos:


• Apoio
• Balanço

São divididas em 8 fases


FASES DA MARCHA

• Fase de Apoio - Permite progressão enquanto mantém estabilidade de


sustentação do peso do corpo.

• Fase de Balanço - Tem por características o levantamento do pé do solo, o


avanço do membro no espaço e a preparação para o próximo apoio.
Apoio : 60 %
- Duplo apoio inicial –
10%
- Apoio simples – 40 %
- Duplo apoio terminal –
10%
Balanço: 40%

Quando o duplo apoio é


omitido, a pessoa inicia o
modo corrida
CICLO DA MARCHA

• Conceitos em Cinemática:

• Cadência - É o número de passos dados em uma unidade de tempo,


normalmente expresso como passos por minuto.

• Passo - É o espaço compreendido entre o contato inicial de um pé e o contato


inicial do pé contralateral no solo.
BIOMECÂNICA DA MARCHA NORMAL

• Passada - É o espaço compreendido entre o contato inicial de um pé no solo


e o novo contato inicial do mesmo pé. Assim uma passada corresponde a 2
passos.

• Ciclo de marcha - É o conjunto de fenômenos compreendidos dentro de uma


passada e corresponde à sequência de funções de um membro, as quais se
repetem igualmente após cada novo contato inicial.
O CICLO COMPLETO DA MARCHA TAMBÉM
PODE SER IDENTIFICADO COMO PASSADA

EXISTEM DOIS PASSOS PARA CADA PASSADA


BIOMECÂNICA DA MARCHA

• FASE DE APOIO –
• 1. CONTATO INICIAL: 0 – 2 % DA MARCHA
• CONTATO DA SUPERFÍCIE PELO CALCANHAR
• ARTICULAÇÕES: PARA INICIAR O ROLAMENTO DO CALCANHAR, TORNOZELO EM
NEUTRO, JOELHO ESTENDIDO , QUADRIL FLETIDO.
• ATIVAÇÃO MUSCULAR: TORNOZELO É ESTABILIZADO PELO TIBIAL ANTERIOR E
EXTENSORES LONGOS DOS DEDOS, EXTENSÃO DO JOELHO É PASSIVA, EXTENSORES
DO QUADRIL (GLÚTEO MÁXIMO) ATIVOS PARA FREAR O MOVIMENTO PARA INICIAR
A PRÓXIMA FASE.
FASES DA MARCHA
• 2. RESPOSTA À CARGA
• INTERVALO: 0 – 10% DO CM
• FASE DE MAIOR ATIVIDADE MUSCULAR – PESO DO CORPO É
TRANSFERIDO SOBRE O MEMBRO
• ARTICULAÇÕES: PLANTIFLEXÃO DO TORNOZELO E O JOELHO É FLETIDO
PARA ABSORÇÃO DE CHOQUE
• ATIVAÇÃO MUSCULAR: TIBIAL ANTERIOR E OS EXTENSORES LONGOS
DOS DEDOS CONTRAEM DE FORMA EXCÊNTRICA. FLEXÃO DO JOELHO
ACONTECE PELA ANTERIORIZAÇÃO DA TÍBIA COM UMA PEQUENA
PARTICIPAÇÃO DOS ISQUIOTIBIAIS. GLÚTEO MÉDIO ENTRA EM AÇÃO
INIBINDO A QUEDA DA PELVE CONTRALATERAL.
FASES DA MARCHA

• 3. APOIO MÉDIO
• INTERVALO: 10 – 30% DO CM.
• ARTICULAÇÕES: DORSIFLEXÃO,
EXTENSÃO DO JOELHO, ESTABILIZAÇÃO
DO QUADRIL.
• ATIVAÇÃO MUSCULAR: TRÍCEPS SURAL
RESTRINGE A VELOCIDADE DE AVANÇO
DA TÍBIA. QUADRÍCEPS CONTRIBUI PARA
EXTENSÃO DO JOELHO.
FASES DA MARCHA

• 4. APOIO TERMINAL
• INTERVALO: 30 – 50% DA MARCHA.
• ARTICULAÇÕES: ELEVAÇÃO DO CALCANHAR (FLEXÃO
PLANTAR)
• ATIVAÇÃO MUSCULAR: TRÍCEPS SURAL ESTABILIZA A TÍBIA,
GASTROCNÊMIO ATUA PARA INICIAR A FLEXÃO DO JOELHO.
FASES DA MARCHA

• 5. PRÉ BALANÇO
• INTERVALO: 50 – 60 % CM
• ARTICULAÇÕES: AUMENTO DA
PLANTIFLEXÃO E DA FLEXÃO DO JOELHO
E PERDA DA EXTENSÃO DO QUADRIL.
• ATIVAÇÃO MUSCULAR: MAIS LIMITADA, O
PESO DO CORPO ESTÁ MAIOR NO
MEMBRO CONTRALATERAL, REDUÇÃO DA
ATIVIDADE DO TRÍCEPS SURAL
FASES DA MARCHA
• 6. BALANÇO INICIAL
• INTERVALO: 60 – 73% DO CM.
• MOVIMENTOS: FLEXÃO DO QUADRIL E
JOELHO E REDUÇÃO DA PLANTIFLEXÃO.
• ATIVAÇÃO MUSCULAR: ILÍACO (FLEXÃO
DO QUADRIL), BÍCEPS FEMORAL (CABEÇA
CURTA – FLEXÃO DO JOELHO), TIBIAL
ANTERIOR E EXTENSORES DOS DEDOS (
LEVAR O TORNOZELO PARA UMA
POSIÇÃO NEUTRA)
FASES DA MARCHA
• 6. BALANÇO MÉDIO
• INTERVALO: 70 – 85% DO CM.
• MOVIMENTOS: FLEXÃO DO QUADRIL,
EXTENSÃO PASSIVA JOELHO (O
PRÓPRIO PESO DA TIBIA LEVA A UMA
EXTENSÃO) E DORSIFLEXÃO.
• ATIVAÇÃO MUSCULAR: ILÍACO E
TIBIAIS.
FASES DA MARCHA
• 6. BALANÇO TERMINAL
• INTERVALO: 85 - 100% DO CM.
• MOVIMENTOS: AVANÇO DO MEMBRO
OCORRE COM A DESACELERAÇÃO DO
QUADRIL E JOELHO, EXTENSÃO DO
JOELHO ( ACEITAÇÃO DE PESO) E
DORSIFLEXÃO ( POSIÇÃO NEUTRA)
• ATIVAÇÃO MUSCULAR: ISQUIOTIBIAIS (
RESTRINGIR A FLEXÃO DO QUADRIL E
EVITAR A HIPEREXTENSÃO DO JOELHO),
TIBIAIS.
AVALIAÇÃO DA MARCHA - AM

• A AM pode ser clínica (visando ao estudo de um determinado paciente) ou


científica (visando ao estudo das repercussões de uma patologia sobre a
marcha).
ANDAR PRA MUDANÇA NA ESCADAS E CORRIDAS E
FRENTE DIREÇÃO TERRENOS ESPORTES
IRREGULARES

• PISO PLANO • AUMENTA AS • AUMENTAM AS • NECESSIDADES


• PADRÃO EXIGÊNCIAS DEMANDAS AINDA MAIORES
LOCOMOTOR
BÁSICO
FUNÇÕES BÁSICAS

• DURANTE A MARCHA O CORPO SE DIVIDE, FUNCIONALMENTE, EM DUAS


PARTES.

PASSAGEIRO
INTEGRIDADE POSTURAL

LOCOMOTOR
DESLOCAMENTO
ROTAÇÃO DA PELVE

FAVORECE O AUMENTO
DO COMPRIMENTO DO
PASSO

ESTIMULAR A DISSOCIAÇÃO DE CINTURA


COMO AVALIAR A MARCHA?
VISUAL

FILMAGEM

LABORATÓRIO
DE MARCHA
EXAME DA MARCHA

• Avaliar a largura da base


• Quanto Maior a base , menor o equilíbrio

• Comprimento da passada
• A diminuição pode ser primeira evidência de doença neurológica.
(bifrontal ou extrapiramidal)
EXAME DA MARCHA

• Oscilação recíproca dos braços


• Quando um lado está diminuído indicador de Hemiparesia

• Observe as mãos
• Quanto a movimentos involuntários, tipo tremor.
EXAME DA MARCHA

• Avaliar a marcha de forma descritiva, observando:

Endireitamento
anteroposterior

Dissociação
De
Cinturas

Alinhamento
Latero lateral
MARCHA EM CRIANÇAS

• Entre 1 e 3 anos de idade, a marcha é acelerada.

• Após os 3 anos, adquire-se o padrão maduro de marcha, mais semelhante ao


do adulto.

• O comprimento do passo aumenta conforme o crescimento


musculoesquelético, tendo uma relação com a estatura.
MARCHA EM CRIANÇAS

• A base de apoio, proporcionalmente ampla, vai se adequando com o crescimento.

• O contato inicial nos primeiros meses, é feito na ponta dos pés e passa a
plantígrado até os 18 meses; após essa idade, começa a ser feito também com o
calcanhar

• O joelho está sempre ligeiramente fletido, nos primeiros meses de marcha,


independentemente, pois o abaixamento do centro de gravidade proporciona maior
estabilidade.
MARCHA EM IDOSOS

• Comparando-se com o padrão do adulto jovem, algumas diferenças na


marcha em idosos têm origem degenerativa, e outras são adaptações de uma
marcha mais segura.

• Ocorre principalmente, diminuição do comprimento do passo, aumento do


tempo de duplo apoio e diminuição da potência do deslocamento anterior do
corpo, no final do apoio.
MARCHA ANTÁLGICA

• Autoprotetora
• Fase de apoio do membro comprometido é mais curta,
• Fase de balanço do membro não comprometido diminui.
• Diminuição do comprimento do passo.
• Diminuição da velocidade do passo.
• Paciente ao avançar inclina o tronco pra frente, joelhos semiflexionados.
MARCHAS PATOLÓGICAS

o
Distúrbios da deslocamento Maior Gasto
Marcha do Centro de de Energia
Massa

Aumenta o risco de quedas.


Aumentam o risco de lesões.
MARCHA PATOLÓGICA

• A marcha normal é uma forma de progressão de membros inferiores, que tem como
características o deslocamento com segurança e a economia de energia.
• •Na marcha patológica a origem do distúrbio pode estar em um dos seguintes
componentes do movimento voluntário:
• -fonte do movimento;
• -alavancas articuladas;
• -conscientização do movimento desejado;
• -controle do movimento;
• -energia;
FONTE DO MOVIMENTO

A fonte do movimento tem como estruturas São exemplos de patologias que interferem com
responsáveis , a unidade motora e os músculos. essas estruturas a poliomielite, as neuropatias
periféricas e as miopatias em geral
ALAVANCAS ARTICULADAS

• As alavancas articuladas têm como estruturas responsáveis os ossos e as


articulações.

• As contraturas articulares e as malformações são exemplos de patologias que


podem afetar essas estruturas.
CONCIENTIZAÇÃO DO MOVIMENTO
DESEJADO

• A conscientização do movimento desejado depende do sistema sensorial.

• São exemplos de patologias que interferem nesse processo as que cursam com
falta de propriocepção (como a esclerose múltipla).
CONTROLE DO MOVIMENTO

• O controle de movimento tem como estruturas responsáveis o sistema


piramidal(córtex cerebral), extrapiramidal(núcleos da base) e de coordenação
(cerebelo).

• As síndromes piramidais (acidente vascular cerebral, lesão medular, paralisia


cerebral), as síndromes extra-piramidais (parkinsonismo) e a ataxia são
exemplos de patologias que interferem com isso.
ENERGIA

• O sistema de energia tem o sistema cardiopulmonar como estrutura


responsável.
• Exemplos de patologias que interferem com isso são as cardiopatias, as
pneumopatias em geral e as deformidades que imponham uma marcha de alto
custo energético ( gerando uma insuficiência energética relativa)
TREINO DE MARCHA – IMPORTÂNCIA DA
DUPLA TAREFA

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