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ENERGIA FOTOVOLTAICA: VANTAGENS E DESVANTAGENS

BERGMANN, Lairton Cleiton1


LIMA, José A. G. de 2

RESUMO

A eletricidade tem um papel fundamental na vida das pessoas. Com a evolução e modernidade do
mundo, cada vez mais faz-se uso de energia elétrica. Com o aumento do consumo, faz-se necessário
que haja também um aumento da produção de energia como um todo, para suprir essa demanda. Assim,
torna-se importante e urgente que sejam implementadas novas formas de produção energética e que isso
seja realizado de forma sustentável. Esse estudo tem, portanto, como objetivo geral, aumentar e difundir
as informações referentes a energia fotovoltaica, analisando e refletindo sobre as vantagens e
desvantagens da implementação desse modelo energético. A metodologia utilizada é de natureza básica,
descritiva e teórica bibliográfica. Os principais resultados desta pesquisa demonstram que é uma
alternativa latente e possível para a sociedade atual, essencialmente devido ao alto índice de radiação
solar do nosso país, porém há ainda muita dificuldade nos investimentos na área, pois os valores ainda
são pouco competitivos em relação a outras formas.

Palavras-chave: Eletricidade. Produção. Energia. Fotovoltaica. Sustentabilidade.

1 INTRODUÇÃO

O mundo moderno vive em constante evolução. Novos tempos chegaram e o


consumo de energia elétrica tornou-se inevitável e necessário. Muitos dos objetos
utilizados no cotidiano dependem do uso dessa energia e move nossas vidas.
Existe a eletricidade nas casas e apartamentos, no uso de diversos
eletrodomésticos e eletrônicos; nos hospitais, que ligam vidas à aparelhos; na
comodidade de um climatizador de ar, enfim o mundo moderno parece estar ligado à
tomada. O que antes poderia parecer um luxo, vem cada vez mais se tornando uma
necessidade. Há um melhor rendimento no trabalho, aumento da produtividade e da
produção em massa, bem como vários outros aspectos.

1
Formado em técnico em eletrotécnica pelo SENAI e graduando em Engenharia Elétrica pelo Centro
Universitário Internacional Uninter.
2
Especialista em Novas Tecnologias no Ensino de Matemática pela UNICESUMAR, Especialista em Engenharia de
Produção pelo Centro Universitário UNINTER, Licenciatura em Matemática pela UNICESUMAR, Bacharel em
Engenharia Elétrica, Orientador de TCC no Centro Universitário UNINTER, Professor na rede pública de ensino,
Professor corretor de provas discursivas EAD e presencial no Centro Universitário UNINTER.
2

Ainda assim, surgem sempre novas tecnologias, que necessitam de mais energia
elétrica e, consequentemente, a produção precisa aumentar.
Nesse sentido, de acordo com Goldemberg e Lucon (2007, p. 7),

Energia, ar e água são ingredientes essenciais à vida humana. Nas sociedades


primitivas seu custo era praticamente zero. A energia era obtida da lenha das
florestas, para aquecimento e atividades domésticas, como cozinhar. Aos
poucos, porém, o consumo de energia foi crescendo tanto que outras fontes se
tornaram necessárias. Durante a Idade Média, as energias de cursos d’água e
dos ventos foram utilizadas, mas em quantidades insuficientes para suprir as
necessidades de populações crescentes, sobretudo nas cidades. Após a
Revolução Industrial, foi preciso usar mais carvão, petróleo e gás, que têm um
custo elevado para a produção e transporte até os centros consumidores. [...]
Os padrões atuais de produção e consumo de energia são baseados nas fontes
fósseis, o que gera emissões de poluentes locais, gases de efeito estufa e
põem em risco o suprimento de longo prazo no planeta. É preciso mudar esses
padrões estimulando as energias renováveis [...]

Contudo, na contramão da produção dessas novas tecnologias, a produção de


energia elétrica pode diminuir com o tempo, visto que os recursos utilizados para tal se
desgastam com o passar dos anos e do uso. Por exemplo, o carvão mineral tende a
ficar cada vez mais escasso e não há como repor esse recurso. Também há a energia
hidrelétrica que, apesar de ser uma fonte renovável, causa um grande impacto
ambiental e social nas regiões em que construídas usinas.
Nesse sentido, busca-se cada vez mais fontes de energias renováveis e de
menor impacto ambiental.
A crise energética e a alta nas contas de energia nos últimos tempos, a escassez
dos combustíveis fósseis, como petróleo e carvão mineral, a vasta destruição e a
poluição ambiental, trouxeram a tona fortemente a busca por energias renováveis.

Nessa busca por fontes alternativas o Brasil apresenta grande diferencial em


relação a outros países, pois a sua imensa biodiversidade, permite a geração
de energia por vários meios, incluindo as fontes de energia renováveis como a
hidrelétrica e também a busca pelo desenvolvimento de fontes alternativas
como a utilização de biomassa, para produção de combustíveis renováveis,
como o álcool, o biodiesel, e, mais recentemente o H-bio (AGRONEGÓCIOS E
TECNOLOGIAS, 2006, p. 3).

Assim, percebe-se uma grande possibilidade/ oportunidade de uso da energia


fotovoltaica, ou seja, a energia proveniente do sol. Trata-se de uma energia renovável,
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que nunca acaba, e que também não causa impactos ambientes negativos, nem implica
em grandes construções. No entanto, apesar de todas essas qualidades, há ainda
grandes desafios a serem superados para que, de fato, a energia fotovoltaica passe a
fazer parte da vida das pessoas, especialmente no Brasil.
Portanto, esse estudo tem como objetivo geral aumentar e difundir as
informações referentes a essa fonte de energia, analisando e refletindo sobre as
vantagens e desvantagens da implementação da energia fotovoltaica.
Além disso, tem como objetivos específicos descrever um breve histórico sobre
as energias renováveis e discorrer sobre as mudanças da sociedade moderna e o uso
da eletricidade nesse novo contexto. Após as explicações, explica-se como ocorre a
instalação da energia solar na prática, em especifico, demonstrando suas partes e
alguns elementos técnicos.
Para a produção desse artigo, foi utilizada metodologia de Natureza básica, ou
seja, a interpretação dos dados, nesse caso, não é atribuída por números, nem objetiva
propor soluções imediatas para o problema de pesquisa. Parafraseando Silva e
Menezes (2001), trata-se de uma pesquisa descritiva, pois não tem como objetivo a
proposição de soluções, mas sim a descrição de fenômenos. Isso não significa que
nessa modalidade de pesquisa não exista interpretação ou aprofundamento. Aqui, o
objeto é analisado de forma a penetrar em sua natureza, descrevendo todos os seus
lados e características. Para tanto, será realizada uma pesquisa teórica bibliográfica, já
que será elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de
livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet.
Nesse sentido, o artigo falará sobre as mudanças da sociedade e natureza e as
alterações que foram sendo realizadas em detrimento da sua relação com as
tecnologias e energias. Em seguida, focará na questão da energia fotovoltaica,
demonstrando suas partes e como funciona a instalação na prática, para, por último,
discorrer sobre as vantagens e desvantagens da energia fotovoltaica no momento
presente.
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2 O USO DA ELETRICIDADE NA SOCIEDADE MODERNA: UM BREVE


HISTÓRICO SOBRE AS FONTES DE ENERGIA E A URGÊNCIA DA PRODUCÃO
DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Grandes mudanças vêm correndo nos mais diferentes âmbitos da sociedade ao


longo dos anos. Nas sociedades primitivas, pequenas tecnologias foram sendo
incorporadas ao longo dos tempos, bem devagar. Os recursos eram básicos, apenas
para sobrevivência e subsistência.
Após a Revolução Industrial e o enfrentamento de guerras, cada vez mais houve
a necessidade de inserir novos elementos à vida das pessoas, facilitando seu dia-a-dia.
No entanto, para que isso ocorresse, também foi necessário que recursos naturais
fossem utilizados.
Foi assim que a eletricidade passou a ter papel fundamental na vida de grande
parte da sociedade. Contudo, para que a eletricidade possa cumprir, de fato, sua
função na modernidade, é preciso encontrar fontes que possar suprir a produção de
energia. Assim, através dos tempos, foram surgindo vários modelos energéticos, muitos
prejudiciais ao meio ambiente.
Conforme Shayani, Oliveira e Camargo (2006, p. 3),

A utilização de recursos fósseis para a geração de energia é reconhecidamente


danosa ao meio ambiente. A elevada emissão de gases para a atmosfera tem
como consequência o aquecimento global. A forma de energia que substituirá o
combustível fóssil tem que ter a preocupação com a sustentabilidade e,
evidentemente, diminuir a atual degradação ambiental.
O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do
presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras. Sob este
ângulo, a utilização de fontes de energia renováveis merece atenção especial.
A pesquisa e o desenvolvimento científico, entretanto, também devem caminhar
em busca do desenvolvimento sustentável. A utilização de recursos fósseis
poluentes, em lugar de renováveis não-poluentes, justificados por uma possível
maior eficiência ou redução de custos, deve ser julgada com uma abordagem
holística, direcionando os esforços para a solução que melhor atenda às
necessidades da humanidade e da natureza.
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2.1 ENERGIA FOTOVOLTAICA: SUAS PARTES E INSTALAÇÃO

Tem ganhado espaço, mais recentemente, a produção de energia fotovoltaica, mais


conhecida como energia solar. Ela já vem sendo estudada desde o século XIX, como
explicam Carvalho e Calvete (2010, p. 194):

Uma célula solar é basicamente um aparelho que converte luz solar e corrente
elétrica usando o efeito fotoelétrico. A primeira célula solar foi criada em 1983,
por Charles Fritts, que revestiu um semicondutor de selênio com uma camada
muito fina de ouro para formar junções, atingindo 1% de eficiência. [...]
Desde então o espaço temporal da investigação na área da energia solar teve
os seus avanços e recuos, sempre partindo dos mesmos pressupostos, bem
como sua finalidade. As células fotovoltaicas, capazes de conversão direta da
luz solar em energia elétrica, são dos sistemas mais promissores na busca de
fontes sustentáveis e renováveis de energia limpa.

Para a instalação dos equipamentos que gerem a energia elétrica proveniente da


luz solar, faz-se necessário ter uma placa ou painel coletor.
Teixeira (2014, p. 9) diz que:

Essa característica faz com que seja necessário utilizar um sistema de


processamento e condicionamento de energia, como interface entre o painel
fotovoltaico e a rede elétrica. O microinversor faz de interface entre o painel
solar e a rede e é responsável por duas funções principais. A primeira é garantir
a extração da potência máxima que o painel pode fornecer, e a segunda é
garantir que a corrente injetada na rede cumpra os requisitos da mesma.

Machado et al (2022, p. 8) acrescenta, considerando-se este sistema, que:

A célula fotovoltaica, um dispositivo fabricado com material semicondutor, é a


principal unidade desse processo de conversão. Diferentemente do que
acontece com outros tipos de geradores elétricos que realizam o trabalho
através da queima de material orgânico, combustíveis fósseis e carvão, e que
geram subprodutos como resíduos, calor, ruído e fumaça, por exemplo, os
geradores de energia solar fotovoltaica trabalham de maneira limpa, sem ruídos
e não geram qualquer tipo de descarte.
A única perda existente no processo de transformação da luz solar em energia
elétrica é o calor oriundo das células fotovoltaicas que acaba sendo expelido
pela superfície do módulo fotovoltaico. Por esses motivos é que o uso dessa
tecnologia vem aumentando dia a dia, pois os sistemas fotovoltaicos podem ser
aplicados nos mais variados tipos de ambientes, dos litorâneos aos
montanhosos, dos residenciais aos industriais, desde que recebam incidência
de radiação solar.
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“Os primeiros painéis solares à base de silício Policristalino, que também são
conhecidos como Polisilício (p-Si) e silício Multi-cristalino (mcSi), foram introduzidos no
mercado em 1981.” (MACHADO, 2022, p. 13).
Existem dois tipos de painéis solares, monocristalino e policristalino. Ambos são
feitos de silício, o que os difere é a tecnologia utilizada na fundição dos cristais.
Nos painéis policristalinos

[...] os cristais de silício são fundidos em um bloco, desta forma preservando a


formação de múltiplos cristais (daí o nome policristalino). Quando este bloco é
cortado e fatiado, é possível observar esta formação múltipla de cristais. Uma
vez fundido, eles são serrados em blocos quadrados e, em seguida, fatiados em
células [...] (Machado, 2022, p. 13).

A tecnologia Monocristalina, por sua vez, possui a eficiência mais alta. Podem
ser facilmente identificados devido a sua cor uniforme, que identifica a alta pureza de
silício.
Machado (2022, p. 14) explica:

Eles são feitos a partir de um único cristal de silício ultra puro, este é fatiado
como um "salame" fazendo assim, lâminas de silício individuais, que são então
tratadas e transformadas em células fotovoltaicas. Cada célula fotovoltaica
circular tem seus “4 lados” cortados fora para otimizar o espaço disponível no
painel solar Monocristalino e aproveitar melhor a área do painel. O painel solar
é composto por uma matriz de células fotovoltaica sem formações de série e
paralelo.

Os painéis policristalinos estão deixando de ser produzidos, visto que os


monocristalinos se mostram cada vez mais eficientes, além de ocuparem menos
espaço na instalação. No entanto, ainda são mais caros que os policristalinos, até o
momento.
Além dos inversores e painéis solares, é importante que numa instalação de
sistema fotovoltaico, sejam usados produtos que visem assegurar esses itens, com
qualidade e instalados por um profissional habilitado. Os disjuntores, conectores e o
cabeamento elétrico são essenciais para proteção e conservação de todo o sistema.

2.1.1 Vantagens e desvantagens da energia fotovoltaica


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Como já explicitado brevemente, a energia fotovoltaica vem se tornando uma


interessante alternativa para aqueles que desejam fazer uso da eletricidade, mas que,
ao mesmo tempo, não abrem mão do cuidado com a natureza e dos recursos naturais
como um todo, sem explorá-los indevidamente.
Os painéis fotovoltaicos são de fácil implementação, vida útil longa e possui custo
de manutenção baixo, além de não haver necessidade de redes que levam a energia
até outras casas, ou seja, pouca estrutura física.
Uma das vantagens da energia fotovoltaica é a radiação solar propriamente dita,
que faz naturalmente parte da natureza e não se desgasta apesar do uso, tampouco
pelo tempo. Diante disso, o Brasil tem uma vantagem especial em relação à outros
países, que é a radiação elevada, proveniente do clima tropical.

O país possui um ótimo índice de radiação solar, principalmente na região


Nordeste, especificamente no semi-árido, onde estão os maiores índices, com
valores típicos de 1.552 a 2.190 kWh/m², por ano de radiação incidente. Isto
coloca o Nordeste em posição de destaque em relação às demais regiões do
mundo com maior potencial de energia solar. Essas especificidades, como
clima quente e alto índice de insolação ao longo do ano, compõem um quadro
altamente favorável ao aproveitamento, em larga escala, da energia solar
(ENERGIA SOLAR, 2006 apud PACHECO, 2006, p. 7-8).

Apesar disso, Rella (2017, p. 5), observa que verificando

[...] o mapa brasileiro de irradiação solar comparado com o da Alemanha,


o Brasil possui nos estados de menor irradiação um nível 40% mais
elevado que o melhor ponto de insolação da Alemanha o que torna mais
evidente o potencial Brasileiro em relação à Alemanha que mesmo com
índice bem abaixo do Brasil lidera o mercado de energia Fotovoltaica mundial.

Machado et al (2022), por sua vez, contribui destacando:

A energia solar no Brasil tinha capacidade instalada de 17 GW em agosto de


2022. Em 2021 o Brasil era o 14° país do mundo em termos de potência
instalada de energia solar (13 GW). e o 11º país do mundo que mais produzia
energia solar (16,8 TWh). Do total da matriz energética brasileira instalada,
2,48% era composta pelos sistemas solares fotovoltaicos em outubro de 2021.
Em meados de 2019, tinha o equivalente a 2,9 GW de potência instalada. Esse
valor, em 2018, era de 1,19 GW e correspondia a 0,75% [...] (MACHADO et al,
2022, p. 9).

Um dos pontos negativos comparando-se a outros países, é que trata-se de um


investimento inicial ainda muito elevado, considerando que há pouco auxílio de órgãos
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públicos, por exemplo. Shayani, Oliveira e Camargo (2016, p. 15), colocam que: “O
custo de implantação de um sistema solar isolado pode chegar a 50 vezes o valor de
uma pequena central hidrelétrica de mesma capacidade”. Parece uma pequena
desvantagem levando-se em consideração todos os pontos positivos, porém é um fator
determinante para sua não implantação em diversos casos.
Faz-se também necessário:

Incentivar a produção industrial de equipamentos nacionalizados para


sistemas fotovoltaicos, pois o mercado é incipiente em diversos países e o
Brasil deve buscar o fortalecimento da indústria nacional para suprir a
demanda interna e externa vislumbrando o surgimento de novos mercados.
Além disso, promover acordos de cooperação com países desenvolvidos
em tecnologias fotovoltaicas visando formação e capacitação de recursos
humanos e o desenvolvimento Técnico da Indústria Nacional. (RELLA, 2017,
p. 8).

Rella também discorre:

Outro fator que dificulta enormemente a geração descentralizada é a atitude das


distribuidoras de energia, que administram todo o processo, desde a análise do
projeto inicial de engenharia até a conexão à rede elétrica. Cabe a elas
efetuarem a ligação na rede elétrica, depois de um burocrático e longo processo
administrativo realizado pelo consumidor junto à companhia.
No fundo, aquelas empresas, que negociam energia (compram das geradoras
e revendem aos consumidores) não estão nada interessadas em promover um
negócio que, mais cedo ou mais tarde, afetará seus lucros. (RELLA, 2017, p. 9).

Há de se considerar ainda que para o ano em vigência, uma nova legislação está
em projeto, o que, além de mudança no cenário político, causa receio e queda na
procura por esse recurso por determinado período.

3 METODOLOGIA

Para a produção desse artigo, foi utilizada a metodologia de Natureza básica, ou


seja, a interpretação dos dados, nesse caso, não é atribuída por números, nem objetiva
propor soluções imediatas para o problema de pesquisa.
Trata-se de uma pesquisa descritiva, pois não tem como objetivo a proposição de
soluções, mas sim a descrição de fenômenos. Isso não significa que nessa modalidade
de pesquisa não exista interpretação ou aprofundamento. Aqui, o objeto é analisado de
forma a penetrar em sua natureza, descrevendo todos os seus lados e características.
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Para tanto, foi realizada uma pesquisa teórica bibliográfica, já que foi elaborado a partir
de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e
atualmente com material disponibilizado na Internet.
Segundo Boccato, a pesquisa bibliográfica

[...] busca a resolução de um problema (hipótese) por meio de referenciais


teóricos publicados, analisando e discutindo as várias contribuições científicas.
Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi
pesquisado, como e sob que enfoque e/ou perspectivas foi tratado o assunto
apresentado na literatura científica. Para tanto, é de suma importância que o
pesquisador realize um planejamento sistemático do processo de pesquisa,
compreendendo desde a definição temática, passando pela construção lógica
do trabalho até a decisão da sua forma de comunicação e divulgação
(BOCCATO, 2006, p. 266).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A energia fotovoltaica vem ganhando um espaço especial nas discussões sobre


energias renováveis. De fácil instalação, vida útil estendida e custo de manutenção
reduzido, torna-se uma alternativa cada vez mais interessante na produção de energia,
principalmente para aqueles que desejam fazer uso da eletricidade, mas que, ao
mesmo tempo, não abrem mão do cuidado com a natureza e dos recursos naturais em
geral, sem explorá-los indevidamente.
Embora haja esse novo olhar para o uso de fontes renováveis e não poluentes de
energia, há ainda um longo caminho a ser percorrido para melhorar essa geração. O
uso indiscriminado pode causar consequências sérias e irreversíveis para toda a vida
no planeta, tanto animal, quanto humana e vegetal.
Sendo um processo de produção de energia mais limpa, ela tem características
próprias, que já demonstram suas vantagens, conforme quadro a seguir:

PROCESSO EM PRODUÇÃO MAIS PROCESSO EM PRODUÇÃO LIMPA


LIMPA
Redução da toxicidade das emissões e Atóxico
resíduos
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Conservação de materiais, água e Energia eficiente


energia
Eliminação de materiais tóxicos e Materiais renováveis
perigosos
Redução do impacto ambiental e para Deve ter características como:
saúde humana durante a: Ser durável e reutilizável,
Extração, Ser fácil de montar e remontar,
Manufatura, Mínimo de embalagem,
Consumo/uso Utilização de materiais reciclados e
Disposição/descarte final. recicláveis.
Quadro 1 – A concepção do produto e do processo na PML e na PL
Fonte: Adaptado de Mello; Nascimento (2002).

Apesar de ter todos esses pontos positivos, ainda pode-se perceber que faltam
incentivos para a instalação de novos sistemas. A legislação e as políticas públicas,
num geral, mas principalmente no que tange a sustentabilidade ambiental, ainda tem
diversos pontos a melhorar. Faz-se necessário que haja facilitação e recursos
disponíveis para que esse tipo de atividade evolua.
Outra questão que precisa melhorar com urgência é de que as concessionárias de
energia não sejam mais as únicas responsáveis por todo o processo, pois, mesmo que
as políticas públicas sejam reelaboradas, as concessionárias ainda terão vantagens em
relação ao consumidor final. Por exemplo, em caso de produção excedente, atualmente
o consumidor precisa pagar uma taxa para “devolver” para a rede geral a sua própria
produção, algo como uma espécie de aluguel da estrutura já existente.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O mundo atual vive dentro das mais diversas tecnologias possíveis, mas corre-se
sério risco de não haver recursos suficientes para continuar desta forma. Assim,
percebe-se a produção de energia fotovoltaica como nova visão, visto que, muito mais
que desvantagens, as vantagens em relação à outras energias (até mesmo ditas
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renováveis, como a hidrelétrica, que demanda de construções imensas, além das


inundações), são enormes.
Através desta pesquisa, pode-se perceber que, apesar de ser um tema pertinente
para a sociedade como um todo, ainda é um assunto que precisa ser muito mais
aprofundado, identificando-se, por meio de estudos, números que demonstrem quão
eficiente pode ser um sistema de energia fotovoltaico. Acredita-se que, desta forma, as
políticas públicas possam ser repensadas e reelaboradas de modo a favorecer cada
vez mais pessoas e investimentos.
Baixo custo de manutenção, possibilidade de instalação em lugares remotos, zero
risco de degradação ambiental ou desgaste da fonte que é o sol: essas são as
principais vantagens da produção de energia fotovoltaica.
Torna-se iminente a necessidade de profissionalização dos instaladores, bem como
a descentralização dos projetos e ligações, de modo que mais empresas pudessem
competir dentro desse setor, diminuindo, assim, ainda mais os custos de instalação.
Contudo, há ainda um longo caminho a ser percorrido para sua boa utilização, visto
que os custos ainda são muito elevados no Brasil, em comparação a outras formas; e,
mais do que tudo, falta de incentivo dos órgãos públicos e governos para que, enfim, a
energia proveniente do sol possa ser aproveitada em sua extensão.
Faz-se urgente que a palavra “sustentabilidade” passe a ser um norte diante da
sociedade em que vivemos hoje. Se continuarmos a utilizar nossos recursos naturais da
forma desenfreada e sem cuidado que vem sendo, teremos ainda mais problemas com
essa situação.

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