Energia Eólica E Impactos Ambientais: Um Estudo de Revisão
Energia Eólica E Impactos Ambientais: Um Estudo de Revisão
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Resumo - A energia eólica é cada vez mais utilizada em todo o mundo como uma importante
contribuição para a energia renovável. Entretanto os países de interesse estão preocupados com
seus respectivos impactos ambientais. Assim, com a finalidade de contribuir com a discussão sobre
este tema, o presente estudo teve como objetivo analisar o uso da energia eólica como fonte
renovável e limpa, e apresentar o seu respectivo potencial gerador, podendo ser ela uma alternativa
energética e grande aliada no combate a emissão de gases do efeito estufa. Assim concluiu-se neste
estudo que a energia eólica tem um futuro ainda mais promissor com a conscientização pública das
suas vantagens como fonte renovável e progressiva competitividade econômica. Contudo mesmo
apresentando, como toda tecnologia energética apresenta, algumas características ambientais
desfavoráveis, conforme visto neste trabalho, o aproveitamento dos ventos para geração de energia
elétrica deve ser encorajado e algumas destas características podem ser significativamente
minimizadas e até mesmo eliminadas com planejamento adequado e inovações tecnológicas.
Introdução
Um dos grandes assuntos discutidos amplamente no mundo todo é a questão relativa à energia: o
aproveitamento desta ainda não atingiu um nível satisfatório, visto que a imensa maioria da energia
utilizada no planeta é de origem não renovável, seja de fonte mineral ou atômica. Atualmente, quando
falamos em geração de energia, em qualquer parte do mundo a primeira visão que se tem é a de
maior distribuição possível juntamente com a maior economia envolvida. Esses foram os principais
fatores que nos levaram a desenvolver um trabalho relacionado à energia renovável (CEMIG, 2012).
A crescente preocupação com as questões ambientais, em especial o aumento ou intensificação
do efeito estufa, que ficou retratado como aquecimento global, vem estimulando a realização de
pesquisas de desenvolvimento tecnológico que visam atingir uma sustentabilidade ambiental. Por
isso, as fontes renováveis de energia terão participação cada vez mais relevante na matriz energética
global nas próximas décadas. A energia dos ventos é uma abundante fonte de energia renovável,
limpa e disponível em todos os lugares. Ela é obtida pela energia cinética contida nas massas de ar
em movimento (vento). A utilização desse tipo de energia tem aplicações milenares, e foi uma das
primeiras formas energéticas de tração não animal utilizada pelo homem para mover os barcos,
impulsionados por velas, ou fazer funcionar a engrenagem de moinhos, ao mover as suas pás. Nos
moinhos de vento a energia eólica era transformada em energia mecânica, utilizada na moagem de
grãos e bombeamento de água (AMARANTE, 2001)
A utilização desta fonte energética para a geração de eletricidade, em escala comercial, teve início
há pouco mais de 30 anos e através de conhecimentos da indústria aeronáutica os equipamentos
para geração eólica evoluíram rapidamente em termos de ideias e conceitos preliminares para
produtos de alta tecnologia. No início da década de 70, com a crise mundial do petróleo, houve um
grande interesse, principalmente, de países europeus e dos Estados Unidos em desenvolver
equipamentos para produção de eletricidade que ajudassem a diminuir a dependência do petróleo e
carvão. O mundo precisa, portanto, de energia barata e limpa para permitir o crescimento econômico
sem prejudicar o meio ambiente, ou seja, precisamos conciliar um futuro sustentável com o aumento
da produção de energia. A solução está na busca da eficiência energética e no desenvolvimento de
tecnologias limpas, ecologicamente sustentáveis (ALNASIR & KAZERANI, 2013; AQUILA, 2015).
Portanto, através desse conhecimento aponta-se a energia eólica como um tipo de energia bem
diferenciado dos demais e que vem indicando resultados significativos de crescimento tanto em
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países desenvolvidos como em países emergentes. Esta última vantagem pode ser explorada por
pessoas que queiram montar um módulo de energia próprio ao redor de suas casas e não precisar
mais se filiar às empresas. Mas claro também há desvantagens que devem ser levadas em conta,
como o barulho provocado, que não é muito elevado se o módulo for frequentemente monitorado, a
área ocupada que deve ser específica (sem muitas elevações e habitações por perto), e
principalmente que hoje como esta tecnologia ainda não está totalmente desenvolvida e o seu custo
ainda é um pouco elevado, de modo que é muito difícil uma população ter o seu próprio fornecimento
de energia elétrica gerada por meios eólicos e também que seu aproveitamento ainda não é
satisfatoriamente elevado, entretanto esses fatores podem ser superados com o desenvolvimento
desta tecnologia (AQUILA, 2015).
Assim, com a finalidade de contribuir com a discussão sobre este tema, o presente estudo tem
como objetivo analisar o uso da energia eólica como fonte renovável e limpa, e apresentar o seu
respectivo potencial gerador de energia elétrica, podendo ser ela uma alternativa energética e grande
aliada no combate a emissão de gases do efeito estufa.
Metodologia
A busca pelos artigos desta revisão foi realizada por meio de um levantamento de publicações
sobre o tema deste trabalho. As palavras-chave empregadas foram energia eólica, efeito estufa,
energia renovável, impactos ambientais, no idiomas português.
Desenvolvimento
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Como uma das tecnologias de energias renováveis mais maduras, a energia eólica tem visto seu
crescimento acelerado durante a última década. Ela tornou-se a opção preferida para os planejadores
e os governos nacionais, que procuram diversificar os recursos energéticos, para reduzir as emissões
de CO2 , para criar novas indústrias, e para obter novas oportunidades de emprego. De acordo com o
último Relatório Global Wind, toda a capacidade instalada de energia eólica mundial foi de 318,105
MW no final de 2013. No entanto, os desenvolvimentos de energia eólica não estão livres dos
impactos ambientais adversos. A má compreensão desses impactos ambientais é uma preocupação
séria para a indústria de energia eólica, especialmente nos países em desenvolvimento e regiões
ecologicamente vulneráveis. Assim, a energia eólica é uma energia gerada através dos ventos. Essa
energia vem sendo utilizada pelo homem a mais de 3.000 anos, principalmente em moinhos para
moer grãos, transportar mercadorias em barcos a vela e bombear água sendo utilizado o mesmo
procedimento até os dias de hoje, onde o vento atinge a hélice da qual gira um eixo impulsionando
um gerador. Visto isto, essa energia não pode ser considerada nova, dado que seu avanaço se
iniciou juntamente com a eletricidade (GWEC, 2014; MACHADO, 2015).
Entretanto, um dos empregos que tem se tornado cada vez mais importante em todos os países é
o aproveitamento da energia eólica para geração, em razão desta fonte ser limpa e renovável, ou
seja, que não gera nenhum tipo de poluição e não agride o meio ambiente. Este tipo de energia por
ser utilizada em três diferentes aplicações como sistemas isolados, sistemas híbridos e sistemas
interligados à rede e os três sistemas respeita uma configuração, exigindo uma unidade de controle
de potência e em determinados casos de uma unidade de armazenamento (GONTIJO, 2013).
Os mecanismos de aproveitamento para a produção de energia eólica, se dá por meio das
grandes turbinas (aerogeradores) eólicos que tem destino principal maximizar o aproveitamento do
vento para a produção de energia, respeitando os seguintes fatores como locais com muito e pouco
vento, conexão aos sistemas elétricos locais, integração com o meio ambiente e impacto visual. Na
atualidade existem diversos tipos de estruturas de turbinas eólicas, entretanto com o passar dos anos
e o rápido desenvolvimento tecnológico constituiu-se a estruturação com os seguintes parâmetros:
eixo de rotação horizontal, três pás, alinhamento ativo, gerador de indução e estrutura não flexível. E
referente a suas propriedades externas como altura e capacidade de geração, as turbinas são
classificas como pequenas, médias e grandes (GONTIJO, 2013; MACHADO, 2015).
Em território brasileiro, os lugares considerados com maior potencial eólico localizam-se nas
regiões costeiras do Nordeste, na região ao longo do Vale do Rio São Francisco e na região Sul do
país. Embora haja muita divergência entre especialistas e instituições na previsão do potencial eólico
brasileiro, estima-se por cerca de 143GW de capacidade para instalação, dos quais 9,77GW já
aproveitados até o ano de 2015. No Brasil os horizontes quanto ao uso dessa energia são cada vez
maiores, ainda que esta se encontra em expansão em âmbito nacional o investimento no ano de
2015 foi em cerca 20 bilhões, o que representou cerca de 7% na matriz elétrica brasileira acarretando
a geração de 41 mil empregos. E essa evolução da capacidade instalada tende a aumentar nos
próximos anos conforme previsão no gráfico 1, fundamentado pelas contratações já realizadas em
leilões regulados e no mercado livre. (AQUILA, 2015; CASSARO, 2015; ABEEÓLICA, 2016)
Gráfico 1 – Evolução da capacidade de energia eólica instalada no Brasil, com previsões futuras.
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Contudo, nos últimos anos, países como Alemanha, Dinamarca, Estados Unidos, entre outros,
buscando atender uma melhor qualidade no suprimento energético, engajaram-se no
desenvolvimento de tecnologia e expansão do parque industrial, dando incentivos e subsídios ao
setor, estimulando o crescimento de mercado e o desenvolvimento tecnológico, alavancando
recursos a ponto de fixar a energia eólica no mercado mundial com tecnologia, qualidade e
confiabilidade, fazendo desta uma opção imprescindível para o fornecimento de energia limpa em
grandes potências. Assim o aproveitamento dos ventos para geração de energia apresenta, como
toda tecnologia energética, impactos ambientais desfavoráveis como, por exemplo: impacto visual,
poluição sonora, interferência eletromagnética, mudanças no clima, aumento do efeito estufa, danos
à fauna. Porém, algumas destas características podem ser significativamente minimizadas e até
mesmo eliminadas com planejamento adequado e inovações tecnológicas (WANG & PRINN, 2010).
Diferentes estudos têm demonstrado que as turbinas eólicas podem afetar o clima local e o clima
regional. Zhou et al. (2012) estudou dados de satélite em oito anos em regiões do Texas no centro-
oeste, equipados com 2.358 turbinas eólicas e relatou um aumento de temperatura de 0.724 ºC na
área. O estudo também mostrou que, à noite, o aumento de temperatura foi ainda mais
evidente. Wang e Prinn (2010) demonstram que, se 10% da demanda de energia global forem
provenientes de energia eólica em 2100, a temperatura global aumentaria em 1 ° C. Os parques
eólicos podem também mudar a distribuição global de chuvas e nuvens. No entanto, este efeito de
aquecimento causado por turbinas eólicas é ainda muito mais fraco associados as emissão de gases
de efeito estufa em escala global.
Roy e Traiteur (2010), demonstraram em seus estudos que os efeitos de resfriamento durante o
dia e os efeitos do aquecimento à noite para grandes parques eólicos são os resultados diretos da
mistura de ar vertical perto da superfície do solo. Em um ambiente estável, onde uma camada de ar
quente se sobrepõe uma camada de ar frio, a mistura vertical pode soprar o ar quente para baixo e o
ar frio para cima, levando a uma superfície de chão quente. Por outro lado, em uma atmosfera
instável com uma taxa de lapso negativo, a mistura vertical pode empurrar o ar de arrefecimento e o
aquecimento do ar, o que resulta em um efeito de arrefecimento perto da superfície do solo. Portanto,
os parques eólicos irão alterar o clima regional. Esta mudança de clima regional pode induzir um
impacto a longo prazo sobre a vida selvagem e os padrões climáticos regionais.
Em contraste, alguns outros estudos relataram que parques eólicos foram capazes de aliviar
climas adversos, mesmo que o efeito sendo muito limitado. Estudos descobriram que os parques
eólicos na província de Gansu de China foram eficazes na diminuição da velocidade do vento local e
mitigados os riscos de tempestades de areia. Por isso, alguns pesquisadores estão estudando a
possibilidade de implementar modificações de tempo intencionais através da construção de parques
eólicos gigantes (KEITH et al., 2004).
Embora a energia eólica é geralmente considerada ambientalmente amigável, o desenvolvimento
da energia eólica tem sido associado com a morte de aves que colidem com turbinas e outras
estruturas que geram vento. Devido à falta de compreensão do nível de utilização aviária em áreas,
algumas das primeiras instalações de turbinas de vento nos EUA, causou relativamente alto risco de
colisões, pois essas instalações foram localizadas em regiões onde as aves eram abundantes.
(SOVACOOL, 2013).
Outro fator é a poluição sonora, visto que as turbinas de vento geram dois tipos de ruído:
mecânicos e aerodinâmicos. O ruído mecânico é gerado por peças mecânicas e elétricas da turbina,
enquanto que o ruído aerodinâmico é gerado pela interação das lâminas com o ar. A emissão de
ruído de turbina eólica é uma combinação de ambos. Portanto, existem dois tipos principais de
métodos para medir as emissões de ruído de turbina eólica. Um deles, é usar modelos de previsão
como modelos semi-empíricos, e a outra é seguir as normas internacionais ou recomendações da
Agência Internacional Ambiental, com a ajuda de dispositivos. (KALDELLIS et al., 2012).
Sun et al. (2008), relata em seus estudos sobre turbinas eólicas em escala de utilidade,
demonstrou que o nível de pressão sonora a 40 m de distância de uma única turbina pode variar de
50 a 60 dBA. Num parque eólico, o nível de ruído a uma certa distância a partir de um grupo de
turbinas de vento também está relacionado com o número de turbinas em operação. Por exemplo, o
nível de pressão sonora em uma casa localizada a 500 m de distância de uma única turbina eólica
normalmente varia de 25 a 35 dBA. À mesma distância, os níveis de ruído gerado por 10 turbinas
eólicas de operação podem variar de 35 dBA a 40 dBA.
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O desmatamento e a erosão do solo que são outros fatores de extrema preocupação durante a
construção de um parque eólico, pois algumas atividades, tais como escavação, fundação e
construção de estradas, podem afetar o bio-sistema local. Se as plantas de superfície são removidas,
a superfície do solo fica exposta a fortes ventos e chuvas, resultando em erosão do solo. Águas
residuais e óleo do canteiro de obras podem infiltrar-se no solo e levar a sérios problemas
ambientais. As áreas com recursos eólicos ricos, incluindo pastagens, charnecas e semidesertos,
normalmente têm fracos ecossistemas com pouca biodiversidade. As construções com maquinaria
pesada podem perturbar o equilíbrio ecológico local, e recuperação do meio ambiente local por um
longo tempo. Assim, a construção de turbinas eólicas deve envolver o trabalho humano, tanto quanto
possível, a fim de minimizar a perturbação induzida por máquinas pesadas (GONG, 2004).
As fazendas eólicas devem ser instaladas em áreas livres (sem obstáculos naturais) para que
sejam comercialmente viáveis, sendo, desta forma, visíveis. A reação provocada por um parque
eólico é altamente subjetiva. Muitas pessoas olham a turbina eólica como um símbolo de energia
limpa sempre bem-vindo, outras reagem negativamente à nova paisagem. Os efeitos do impacto
visual têm sido minimizados, principalmente, com a conscientização da população local sobre a
geração eólica. Através de audiências públicas e seminários, passa-se a conhecer melhor toda a
tecnologia e, uma vez conhecendo-se os efeitos positivos da energia eólica, os índices de aceitação
melhoram consideravelmente (WANG & PRINN, 2010).
E por fim, outro fator importante são as interferências eletromagnéticas (IEM). As turbinas eólicas
podem causar (IEM) por reflexão de sinais das pás de modo que um receptor próximo recebe um
sinal direto e um refletido. A interferência ocorre porque o sinal refletido é atrasado devido à diferença
entre o comprimento das ondas alterado por causa do movimento das pás. A IEM é a maior em
materiais metálicos, que são refletores e mínimos para pás de madeira, que absorvem. A fibra de
vidro reforçada com epóxi, que é utilizada na maioria das pás modernas, é parcialmente transparente
às ondas eletromagnéticas e, portanto, diminui o efeito da IEM (KATSAPRAKAKIS, 2012).
A interferência em um pequeno número de receptores de televisão doméstica é um problema
ocasional que normalmente é sanado com uma gama de medidas sem alto custo, como a utilização
de uma série de retransmissores e/ou receptores. Turbinas eólicas e sistemas de telecomunicações
coexistem em muitos locais da Europa.
Conclusão
A energia renovável é uma solução para o problema energético global. Além disso, tem impactos
socioeconômicos benéficos, como a diversificação do fornecimento de energia, aumentando as
oportunidades de desenvolvimento regional e rural e a criação e oportunidades de emprego. No
entanto, a energia renovável pode criar problemas ambientais em um habitat ou em uma
comunidade, uma vez que o impacto ambiental das turbinas eólicas é ainda um assunto controverso,
mas não deve ser ignorado. Pequenas questões hoje podem causar efeitos desastrosos no futuro,
quando a energia eólica se torna uma das principais fontes de energia.
Portanto, a energia eólica tem um futuro ainda mais promissor com a conscientização pública das
suas vantagens como fonte renovável de energia e a progressiva competitividade econômica. As
questões ambientais estão cada vez mais difundidas e atitudes em favor ao meio ambiente estão se
tornando parte integrante dos processos. Contudo mesmo apresentando, como toda tecnologia
energética apresenta, algumas características ambientais desfavoráveis, conforme visto neste
trabalho, o aproveitamento dos ventos para geração de energia elétrica deve ser encorajado e
algumas destas características podem ser significativamente minimizadas e até mesmo eliminadas
com planejamento adequado e inovações tecnológicas.
Referências
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