Manual Flash Lajes
Manual Flash Lajes
Manual Flash Lajes
São Luís
2016
CLAUDIONOR SILVA JÚNIOR
São Luís
2016
Silva Júnior, Claudionor.
Desenvolvimento de um software para o dimensionamento e
detalhamento de lajes maciças retangulares de concreto armado /
Claudionor Silva Júnior. São Luís, 2016.
114 f.
Certamente estes parágrafos não irão atender a todas as pessoas que fizeram
parte dessa importante fase de minha vida. Portanto, desde já peço desculpas àquelas
que não estão presentes entre essas palavras, mas elas podem estar certas de que
fazem parte do meu pensamento e de minha gratidão.
Agradeço ao meu orientador, o professor Clodoaldo, por aceitar orientar um
trabalho do meu particular interesse e também por todos os ensinamentos
transmitidos ao longo desses últimos dois anos. Sou muito grato!
Agradeço aos meus amigos de sempre, Ederson, Tiago e Arthur, que
estiveram mais presentes na minha fase final do curso. Agradeço também aos meus
amigos hoje formados, mas que entraram junto comigo na Engenharia Civil. A saber,
Thasso Colins Gonçalves, Denilton de Jesus Colins Sousa e Thales Eugenio Nunes
Coelho. Também tenho outros amigos que fiz na longa jornada de curso, mas esses
foram os mais próximos.
Agradeço aos meus pais, que me trouxeram à existência e me apoiaram
sempre e de forma incondicional, mesmo nos momentos mais difíceis da vida. Aos
meus irmãos que também sempre me ajudaram e me compreenderam (o que não é
nada fácil).
Agradeço a Deus por me dar o dom da vida e por dar sentido à minha
existência. A Ele seja dada toda a glória e honra, para sempre. E sempre.
Agradeço às pessoas que me admiram, mas que nunca foram próximas de
mim, é legal saber que alguém valoriza o que eu faço, faz bem à autoestima.
Agradeço à Letícia Silva Mota, por toda a inspiração que me deu ao longo dos
meses de elaboração deste trabalho. Nada como estar apaixonado por alguém tão
especial e por quem tenho e sempre terei na mais alta consideração para me motivar
a seguir em frente.
Agradeço a todos os que alguma vez lerem ou estudarem esse trabalho,
minha maior motivação foi fazer algo que servisse aos atuais e futuros estudantes do
curso de Engenharia Civil.
Não quero pregar a doutrina do ócio
ignóbil, e sim a doutrina da vida árdua, a
vida trabalhosa e esforçada, vida de
labuta e labuta; quero pregar a mais
elevada forma de êxito, que visita não o
indivíduo que apenas almeja uma
tranquilidade fácil, mas o que não se furta
ao perigo, não teme privações nem
sacrifícios, aquele, enfim, que consegue,
a despeito de tudo, a vitória final.
Franklin Delano Roosevelt,
32º presidente dos Estados Unidos.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo principal a elaboração de um programa que efetue a
determinação dos esforços em lajes maciças de geometria retangular ou quadrada e
também o dimensionamento e detalhamento das mesmas. O uso da linguagem Visual
Basic permite a elaboração de um software em ambiente Windows com interface
gráfica bastante prática e simples de aprender. Paralelamente à elaboração do
software apresentado, foi realizada uma revisão bibliográfica para encontrar meios
para automatizar os cálculos necessários e embasar teoricamente toda a solução
computacional proposta. As lajes, segundo a ABNT NBR 6118:2014, devem ser
verificadas no estado limite último e no estado limite de serviço. Para a verificação do
estado limite último, foi usada a Teoria das Charneiras Plásticas para lajes armadas
em duas direções. Para as lajes armadas em uma direção, o cálculo é feito por
analogia a uma viga, supondo uma faixa de largura unitária. Exemplos de
dimensionamento foram elaborados para validar o software criado. Tais exemplos
também foram resolvidos pelo cálculo manual e estão expostos no presente trabalho.
This work has as main objective the development of a program to make the
determination of efforts on massive slabs of rectangular or square geometry and also
the dimensioning and detailing. The use of Visual Basic language enables the
development of a software in Windows environment with enough practice and simple
graphical interface to learn. Parallel to the development of the software presented, was
conducted a literature review to find ways to automate the necessary calculations and
support theoretically the whole computational solution proposal. Slabs, according to
ABNT NBR 6118:2014, should be checked in the State and limit the service limit State.
For the verification of the limit State last, was used the theory of Plastic Hinges for
armed slabs in two directions. For armed slabs in one direction, the calculation is made
by analogy to a beam, assuming a unitary width range. Sizing examples were designed
to validate the software. Such examples have also been resolved by manual
calculation and are exposed in this work.
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 13
2 DIRETRIZES DA PESQUISA .............................................................................. 15
2.1 QUESTÃO DE PESQUISA .............................................................................. 15
2.2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 15
2.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 15
2.2.2 Objetivo Específico ........................................................................................ 15
2.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 16
2.4 DELIMITAÇÃO ................................................................................................. 17
2.5 METODOLOGIA .............................................................................................. 17
3 LAJE MACIÇA .................................................................................................... 18
3.1 VÃO LIVRE E VÃO EFETIVO .......................................................................... 18
3.2 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À DIREÇÃO ....................................................... 19
3.3 VINCULAÇÃO NAS BORDAS ......................................................................... 20
3.4 AÇÕES A CONSIDERAR ................................................................................ 22
3.4.1 Cargas das Paredes nas Lajes Armadas em Duas Direções ........................ 23
3.4.2 Cargas das Paredes nas Lajes Armadas em Uma Direção ........................... 24
3.5 ESPESSURA MÍNIMA ..................................................................................... 26
3.6 COBRIMENTOS MÍNIMOS .............................................................................. 27
3.7 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA ALTURA ÚTIL E DA ESPESSURA ............... 29
3.8 REAÇÕES DE APOIO ..................................................................................... 30
3.9 FLECHAS ........................................................................................................ 32
3.9.1 Flechas Máximas Admitidas .......................................................................... 37
4 DETERMINAÇÃO DOS MOMENTOS FLETORES SOLICITANTES .................. 39
4.1 LAJE ARMADA EM UMA DIREÇÃO................................................................ 39
4.2 LAJE ARMADA EM DUAS DIREÇÕES: TEORIA DAS CHARNEIRAS
PLÁSTICAS ............................................................................................................ 40
4.2.1 Fases de Comportamento.............................................................................. 41
4.2.2 Hipóteses de Cálculo ..................................................................................... 43
4.2.3 Configuração das Charneiras ........................................................................ 43
4.2.4 Processos de Cálculo .................................................................................... 44
4.2.4.1 Processo do Equilíbrio ............................................................................... 44
4.2.4.2 Processo da Energia .................................................................................. 44
4.2.5 Fórmulas para o Cálculo de Lajes Retangulares ........................................... 45
4.2.5.1 Lajes isótropas ........................................................................................... 47
4.2.5.2 Lajes ortótropas ......................................................................................... 48
4.3 MOMENTOS VOLVENTES ............................................................................. 49
4.4 COMPATIBILIZAÇÃO DOS MOMENTOS FLETORES ................................... 49
5 DIMENSIONAMENTO ......................................................................................... 51
5.1 FLEXÃO ........................................................................................................... 51
5.2 FORÇA CORTANTE ........................................................................................ 53
5.2.1 Lajes sem Armadura para Força Cortante ..................................................... 53
5.2.2 Lajes com Armadura para Força Cortante ..................................................... 55
6 DETALHAMENTO DAS ARMADURAS .............................................................. 56
6.1 ARMADURAS LONGITUDINAIS MÁXIMAS E MÍNIMAS ................................ 56
6.2 DIÂMETRO MÁXIMO....................................................................................... 57
6.3 ESPAÇAMENTO MÁXIMO E MÍNIMO ............................................................ 58
6.4 COMPRIMENTO DAS ARMADURAS POSITIVAS .......................................... 58
6.5 COMPRIMENTO DAS ARMADURAS NEGATIVAS ........................................ 59
7 PROGRAMA ELABORADO PARA O PROJETO DE LAJES MACIÇAS .......... 62
7.1 ENTRADA DE DADOS .................................................................................... 65
7.2 CÁLCULO DOS ESFORÇOS SOLICITANTES................................................ 68
7.3 DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS ..................................................... 70
7.4 DETALHAMENTO............................................................................................ 72
7.5 RELATÓRIO .................................................................................................... 73
7.6 EXEMPLOS ..................................................................................................... 74
7.6.1 Exemplo 1 (Laje armada em uma direção) .................................................... 74
7.6.2 Exemplo 2 (Laje isótropa) .............................................................................. 76
7.6.3 Exemplo 3 (Laje ortótropa)............................................................................. 79
8 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 81
8.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................... 82
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 83
APÊNDICE A RESOLUÇÃO DOS EXEMPLOS 1, 2 E 3 ATRAVÉS DO CÁLCULO
MANUAL ................................................................................................................ 86
APÊNDICE B INSTALAÇÃO DO FLASH LAJES .............................................. 107
ANEXO A VALORES DE ALFA ......................................................................... 111
ANEXO B VALORES PARA O DETALHAMENTO DAS ARMADURAS ........... 112
ANEXO C VALORES PARA LB ......................................................................... 113
ANEXO D VALORES PARA MASSA NOMINAL DAS BITOLAS DE AÇO ....... 114
13
1 INTRODUÇÃO
Ao permitir cálculos cada vez mais complexos em tempo cada vez mais
reduzido, o computador tem, muitas vezes, o seu papel confundido na Engenharia de
Estruturas. A informática veio para aperfeiçoar a Engenharia de Estruturas, e não para
substituí-la.
O estudante de engenharia civil precisa ser preparado para usar a
ferramenta computacional e aliá-la ao conhecimento técnico obtido durante os anos
de curso. Os softwares comerciais existentes para o projeto de lajes maciças em geral
são complexos por envolver a análise da edificação como um todo.
O presente trabalho se propõe a apresentar uma ferramenta computacional
ao mesmo tempo simples e eficaz para o projeto de lajes maciças retangulares de
concreto armado, submetidas a cargas uniformemente distribuídas. Para isso, foi
realizada uma revisão bibliográfica dos conceitos necessários ao projeto de lajes
maciças, envolvendo desde o pré-dimensionamento, passando pelo
dimensionamento e, por fim, o detalhamento. Toda a realização do trabalho levou em
conta a recente alteração na NBR 6118, feita em 2014.
Para o cálculo dos esforços, há basicamente dois métodos: o elástico e o
plástico. O método elástico, fundado na teoria da elasticidade, admite que o material
14
2 DIRETRIZES DA PESQUISA
2.2 OBJETIVOS
2.3 JUSTIFICATIVA
2.4 DELIMITAÇÃO
2.5 METODOLOGIA
3 LAJE MACIÇA
p.2). Lajes com borda(s) livre(s) são casos particulares de lajes apoiadas e também
são denominadas lajes maciças.
Dentre as várias aplicações das lajes maciças, destacam-se as pontes,
edifícios de múltiplos pavimentos e construções de grande porte. Também são muito
usadas em muros de arrimo, reservatórios, escadas, indústrias, etc. (BASTOS, 2015).
Cabe frisar que as lajes maciças podem ser de Concreto Armado ou de
Concreto Protendido, mas este trabalho está restrito às lajes maciças retangulares ou
quadradas de Concreto Armado.
(3.1)
Com:
(3.2)
Quando duas lajes contínuas têm espessuras muito diferentes, [...], pode ser
mais adequado considerar a laje de menor espessura engastada na de maior
espessura, mas a laje com maior espessura pode ser considerada apenas
apoiada na borda comum das lajes.
Laje L2;
simples).
Segundo Campos Filho (2014), quando uma laje tiver uma espessura 2 cm
ou mais menor que outra, esta última laje não pode ser considerada engastada
naquela de menor espessura. Nesse caso, considera-se que a laje está com apoio
simples apenas.
22
(3.3)
Onde:
p = carregamento total;
g = carregamento permanente;
q = carregamento variável.
(3.4)
Onde:
alv = peso específico da unidade de alvenaria que compõe a parede
(kN/m³);
gpar = carga uniforme da parede (kN/m²);
e = espessura total da parede (m);
h = altura da parede (m);
Alaje = área da laje (m²) = Lx.Ly ;
l = comprimento da parede sobre a laje.
(3.5)
Onde:
par = peso específico da parede (kN/m²);
alv = peso específico da unidade de alvenaria (kN/m³);
ealv = espessura da unidade de alvenaria que resulta na espessura da
parede (m);
arg = peso específico da argamassa do revestimento (kN/m³);
earg = espessura do revestimento considerando os dois lados da parede
(m).
(3.6)
Onde:
gpar = carga uniforme da parede (kN/m²);
h = altura da parede (m);
l = comprimento da parede sobre a laje (m);
Alaje = área da laje (m²) = lx.ly
Ocorre que a laje fica com duas regiões sob carregamentos diferentes. O
carregamento da parede só atua na região II. Logo, dois cálculos de esforços
solicitantes são necessários (BASTOS, 2015).
A carga uniformemente distribuída devida à parede é:
(3.7)
Onde:
gpar = carga uniforme da parede na laje (kN/m²);
Ppar = peso da parede (kN);
lx = menor vão da laje (m).
(3.8)
Com:
P = força concentrada representativa da parede (kN);
alv = peso específico da parede (kN/m³);
e = espessura da parede (m);
h = altura da parede (m).
(3.9)
(3.10)
* (3.11)
Onde:
d = altura útil da laje (cm);
n = número de bordas engastadas da laje;
l* = menor vão entre Lx e 0,7.Ly, em metro.
(3.12)
Para o cálculo das reações de apoio das lajes maciças retangulares com
carga uniforme podem ser feitas as seguintes aproximações:
a) as reações em cada apoio são as correspondentes às cargas atuantes nos
triângulos ou trapézios determinados através das charneiras plásticas
correspondentes à análise efetivada com os critérios de 14.7.4, sendo que
essas reações podem ser, de maneira aproximada, consideradas
uniformemente distribuídas sobre os elementos estruturais que lhes servem
de apoio;
b) quando a análise plástica não for efetuada, as charneiras podem ser
aproximadas por retas inclinadas, a partir dos vértices, com os seguintes
ângulos: -45º entre dois apoios do mesmo tipo; -60º a partir do apoio
considerado engastado, se o outro for considerado simplesmente apoiado;
90º a partir do apoio, quando a borda vizinha for livre.
(3.13)
(3.14)
(3.15)
(3.16)
Onde:
Vx e Vy são as reações (em kN/m) nas bordas Ly e Lx, respectivamente,
não engastadas;
(em kN/m) nas bordas Ly e Lx, respectivamente,
engastadas;
P é a carga total distribuída (em kN/m²) aplicada na laje;
Ax e Ay são as áreas (em m²) dos triângulos ou trapézios adjacentes a Ly
e Lx, respectivamente, não engastadas;
(em m²) dos triângulos ou trapézios adjacentes a Ly
e Lx, respectivamente, engastadas.
De modo simplificado, as reações de apoio podem ser calculadas através
do uso de tabelas, como as encontradas em Carvalho e Filho (2014), através das
seguintes equações:
(3.17)
(3.18)
32
(3.19)
(3.20)
3.9 FLECHAS
(3.21)
33
Onde:
gik = ações permanentes características;
= fator de redução de combinação quase permanente para Estado
Limite de Serviço (ELS), cujos valores constam na tabela 11.2 da ABNT NBR
6118:2014;
qjk = ações variáveis características.
(3.22)
Onde:
Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto;
ma é o momento fletor na seção crítica, momento máximo no vão para lajes
biapoiadas ou contínuas e momento no apoio para lajes em balanço, para a
combinação quase permanente de serviço. Para o caso de laje armada em duas
direções, é calculado por:
(3.23)
(3.24)
34
(3.25)
(3.26)
(3.27)
Sendo:
(3.28)
(3.29)
Sendo:
= 1,2 para basalto e diabásio;
= 1,0 para granito e gnaisse;
= 0,9 para calcário;
= 0,7 para arenito.
(3.30)
Onde:
= coeficiente que depende da vinculação e da relação entre os vãos da
laje (Quadros 3 e 4).
Após o cálculo da flecha imediata, é necessário calcular a flecha de longa
duração, levando em conta as deformações por fluência do concreto, pela seguinte
equação:
(3.31)
(3.32)
Por fim, deve-se comparar o valor obtido para a flecha de longa duração
com o valor da flecha máxima admitida (que será abordada na seção 3.9.1). Caso a
flecha de longa duração seja superior à flecha admissível, deve-se incrementar a
espessura da laje em 1 centímetro e reiniciar o processo aqui descrito. Caso contrário,
adota-se a espessura corrente para a laje.
36
Teoria das Grelhas [-] É um método simplificado bastante útil para o projeto
das lajes de concreto armado. Nesse método admite-se um comportamento
elástico linear do material da laje. [...]
Teoria das linhas de ruptura [-] Nessa teoria, admite-se que o material
apresenta um comportamento rígido-plástico. O equilíbrio é garantido pela
aplicação dos princípios dos trabalhos virtuais, desprezando-se totalmente a
contribuição das deformações elásticas.
Teoria de flexão de placas [-] Esta é a teoria "exata" dentro dos princípios
da teoria da elasticidade. A solução do problema é obtida resolvendo-se uma
equação de quarta ordem, juntamente com as condições de contorno.
Admite-se que o material apresenta um comportamento elástico linear.
Analogia da grelha equivalente [-] É um dos métodos numéricos mais
utilizados para análise de lajes de concreto armado [...] O método pode ser
utilizado para a análise de lajes poligonais de formas diversas, incluindo
também as vigas de apoio. A laje é associada a uma grelha equivalente, a
qual é analisada com um programa baseado no método da rigidez. [...]
Método dos elementos finitos [-] É um método numérico muito empregado
atualmente. Nesse método, podem-se considerar as não linearidades física
e geométrica, as diferentes condições de contorno e de carregamento, formas
diversificadas, etc. Entretanto, a formulação não é tão simples e o trabalho
computacional pode se tornar exaustivo.
O teorema cinemático, por sua vez, estabelece que todo carregamento que
corresponder a um mecanismo é igual ou superior ao que provoca a ruína. Um
mecanismo equivale a qualquer configuração de ruína cinematicamente admissível e
caracteriza-se pela situação na qual não é possível adicionar mais carregamentos à
estrutura. A carga obtida através desse teorema é, em geral, contra a segurança,
sendo então, um limite superior.
Segundo Gonzalez (1997, p.13):
4.2.4.1Processo do Equilíbrio
Segundo Pinheiro (1981, p.2-10), "o processo das forças nodais utiliza as
condições de equilíbrio, aplicando-as a cada região da laje delimitada pelo seu
contorn Os momentos de torção e esforços cortantes
são substituídos por forças denominadas forças nodais, por se situarem nos nós das
charneiras ou nos nós destas com o contorno. (PINHEIRO, 1981).
Ainda segundo Pinheiro (1981, p.2-10);
4.2.4.2Processo da Energia
(4.1)
Onde:
mi = momento de plastificação positivo por unidade de comprimento;
li = comprimento das charneiras positivas;
i = ângulo de rotação das charneiras positivas;
mi' = momento de plastificação negativo por unidade de comprimento;
li' = comprimento das charneiras negativas;
i = ângulo de rotação das charneiras negativas.
(4.2)
Onde:
Pj = cargas concentradas;
fj = deslocamento das cargas concentradas;
p = cargas distribuídas;
f = deslocamento das cargas distribuídas;
dA = elemento de área da laje.
(4.3)
Onde:
46
i = grau de engastamento;
m = momento fletor no vão.
Sendo:
mx = momento correspondente à armadura As x, paralela ao vão "Lx";
my = o momento correspondente à armadura As y, paralela ao vão "Ly".
(4.4)
(4.5)
(4.6)
47
(4.7)
4.2.5.1Lajes isótropas
(4.8)
Onde p é a carga superficial e Lxr e Lyr são os vãos reduzidos (Figura 11),
que dependem dos graus de engastamento i 1, i2, i3 e i4.
4.2.5.2Lajes ortótropas
(4.9)
(4.10)
(4.11)
(4.12)
Com:
(4.13)
49
(4.14)
(4.15)
geral, não é necessário fazer nenhuma correção nos momentos positivos no centro
51
5 DIMENSIONAMENTO
5.1 FLEXÃO
(5.1)
Onde:
c = cobrimento adotado.
(5.2)
(5.3)
Onde:
md = momento solicitante de cálculo (kN.cm);
fcd = resistência de cálculo do concreto à compressão (kN/cm²);
d = altura útil (cm);
52
bw = 100 cm.
(5.4)
E é definido como:
(5.5)
(5.6)
(5.7)
Com:
fck = resistência característica do concreto à compressão.
(5.8)
53
Com:
fyd = resistência de cálculo de escoamento do aço (kN/cm²).
A ABNT NBR 6118:2014, no seu item 19.4, faz distinção entre as lajes com
e sem armadura transversal para a força cortante.
(5.9)
(5.10)
Onde:
(5.11)
(5.12)
Onde:
(5.13)
(5.14)
(5.15)
(5.16)
Onde:
1,0 para barras sem gancho;
0,7 para barras tracionadas com gancho, com cobrimento no plano
normal ao do gancho
0,7 quando houver barras transversais soldadas conforme o item
9.4.2.2 da norma;
55
(5.17)
Para os casos em que a laje apresenta armadura para força cortante, deve-
se seguir o prescrito na ABNT NBR 6118:2014, no seu item 17.4.2, que trata das vigas
dimensionadas ao esforço cortante.
Segundo Campos Filho (2014, p.12):
(6.1)
Onde:
W 0 = módulo de resistência da seção transversal bruta de concreto, relativo
à fibra mais tracionada;
fctk,sup = resistência característica superior do concreto à tração, dada por:
(6.2)
Nos apoios de lajes que não apresentem continuidade com planos de lajes
adjacentes e que tenham ligação com os elementos de apoio deve-se dispor
de armadura negativa de borda [...]. Essa armadura deve se estender até pelo
menos 0,15 do vão menor da laje a partir da face do apoio.
Considera-se que
as barras inferiores estejam adequadamente ancoradas, desde que se estendam, pelo
menos, de um valor igual a 10
Nas lajes com as quatro bordas engastadas, situação onde não ocorrem
momentos volventes, pode-se adotar o comprimento e a distribuição mostrada na
figura 13.
59
O comprimento das barras negativas nos apoios deve ser determinado com
base no diagrama de momentos fletores na região dos apoios. Em edifícios
usuais, em apoios de lajes retangulares que não apresentem bordas livres,
os comprimentos das barras podem ser determinados de forma aproximada,
com base no diagrama trapezoidal [...] adotando-se para l um dos valores:
o maior entre os menores vãos das lajes adjacentes, quando ambas
forem engastadas nesse apoio;
o menor vão da laje admitida engastada, quando a outra foi suposta
simplesmente apoiada nesse vínculo.
(6.3)
Onde:
al = 1,5 d (deslocamento do diagrama);
lb = comprimento de ancoragem com gancho (Valores do comprimento de
ancoragem com gancho podem ser encontrados no Anexo C);
= Diâmetro da barra.
(6.4)
(6.5)
(6.6)
(6.7)
(6.8)
4. Armadura positiva;
5. Detalhamento;
6. Resultados.
Além destas abas, o programa possui ainda outras janelas. Uma destas é
a janela de Carregamentos, onde o usuário define as cargas presentes na laje e, em
seguida, é calculada a carga total na laje e também a carga de serviço para verificação
da flecha.
A outra janela disponível serve para o usuário entrar com as larguras das
vigas nas bordas da laje que deseja projetar. Essas medidas das vigas não são úteis
para o dimensionamento da laje pelo método utilizado no programa, mas servem para
tornar mais precisos o consumo de aço e a quantidade de barras nas armações que
serão calculadas pelo software elaborado. A seguir, será melhor explicado o passo a
passo para utilização do Flash Lajes.
Para evitar erros, os lados da laje que não se encontram engastados e que,
portanto, não necessitam de armadura negativa comum com outra laje, o programa
automaticamente desativa as caixas de informações dos lados não engastados, não
permitindo a entrada de dados em tais bordas.
Uma vez preenchidos os dados das lajes adjacentes nas bordas
engastadas, o usuário deve clicar em <Recalcular As> para que as armaduras sejam
recalculadas. Após isso, faz-se o detalhamento das armaduras. O usuário pode
escolher entre duas opções: diâmetro da barra e espaçamento. Escolhido o diâmetro
das barras, pode-se escolher um dos diâmetros disponíveis no programa que o
mesmo determina a menor área de armadura necessária que iguale ou supere a
armadura calculada para cada borda. O mesmo procedimento ocorre caso seja
selecionado o espaçamento, o programa determina automaticamente a área de
armadura necessária e também os outros parâmetros necessários, ou seja, o número
de barras e o comprimento das mesmas. Para as armaduras negativas, há a opção
de escolher o espaçamento entre 10 e 20 cm. As bitolas disponíveis são: 5 mm, 6,3
mm, 10 mm e 12,5 mm.
As armaduras positivas são determinadas na aba Armadura positiva
(Figura 24). Nesta aba são exibidas as áreas de armadura necessárias nas direções
do maior e do menor vãos. Assim como nas armaduras negativas, o usuário tem duas
opções para definir o detalhamento: diâmetro da barra e espaçamento.
7.4 DETALHAMENTO
7.5 RELATÓRIO
7.6 EXEMPLOS
8 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, J.M. Curso de Concreto Armado. 3. ed. Rio Grande: Dunas, 2010. v.2.
APÊNDICES
86
# Exemplo 1:
Pré-dimensionamento:
Flecha:
Combinação quase permanente de serviço:
O momento de fissuração:
87
O momento de serviço:
Reações:
89
Cálculo do momento:
Detalhamento da armadura:
Detalhamento da armadura:
Detalhamento da armadura:
91
Consumo de aço:
O consumo de aço é calculado somando todos os comprimentos das barras
de mesma bitola e multiplicando esses comprimentos pela massa nominal, que varia
de acordo com cada bitola, sendo esta mostrada no quadro 11. Para cada bitola se
acha o consumo de aço, somando os valores do consumo de aço obtidos de acordo
com cada bitola de aço, acha-se o consumo total de aço, o qual é majorado em 10%.
O consumo de aço (Ca) para o Exemplo 1 vale:
# Exemplo 2:
Flecha:
Será adotada inicialmente a menor espessura permitida pela ABNT NBR
6118:2014 : 8 cm.
Combinação quase permanente de serviço:
92
O momento de fissuração:
O momento de serviço:
Reações:
Cálculo de a1:
Cálculo de a1:
Consumo de aço:
# Exemplo 3:
Flecha:
Será adotada inicialmente a menor espessura permitida pela ABNT NBR
6118:2014 : 8 cm.
O momento de fissuração:
99
O momento de serviço:
Reações:
Cálculo de a1:
Detalhamento da armadura:
105
Detalhamento da armadura:
Consumo de aço:
Caso a tela mostrada na figura 39 não seja exibida, a primeira tela a ser
mostrada é a da figura 40. Basta clicar em <Avançar> para prosseguir a instalação.
108
Após isso, será exibida a tela mostrada na figura 41. Para prosseguir a
instalação, deve-se clicar em <Instalar>.
Por fim, será exibida uma tela como a mostrada na figura 42, onde o usuário
tem a opção de iniciar o programa logo após a instalação. Uma vez concluída a
instalação, será criado um atalho do programa na área de trabalho, de onde o
programa poderá ser acessado sempre que necessário.
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ANEXOS
111
Massa
Bitola
Nominal
(mm)
(kg/m)
5 0,154
6,3 0,245
8 0,395
10 0,617
12,5 0,963